Bites edição4

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www.bites.com.br

tecnologia que move negócios Ano 1 • Edição 04

c afé.com blog

o encontro entre empresas e blogueiros

ipt v

AGORA É PRA VALER

netnografia A nova ciência que estuda as escolhas e o comportamento das pessoas que compram, se relacionam e se divertem na web


ANÚ

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ÚNCIO

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::post do editor

CHURCHILL E BITES >> Na primeira semana de dezembro terminei a leitura do primeiro volume das Memórias da Segunda Guerra

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Mundial de Winston Churchill (tradução de Vera Ribeiro, Nova Fronteira, 534 páginas, R$ 59,90). O exprimeiro-ministro inglês ganhou o Nobel de Literatura em 1953 por essa obra. Memórias traz a visão de Churchill sobre os acontecimentos que marcaram o mundo a partir de 1939 com a ascensão de Hitler até a divisão do planeta entre capitalistas e comunistas. São muitas lições, informações e detalhes desse período que ninguém vai aprender na sala de aula. Gostaria de compartilhar uma dessas lições com os leitores de BITES. Na página 108, Churchill se refere a uma teoria do pensamento militar americano que os generais ingleses desdenharam nos primeiros momentos do conflito: “O Objetivo Estratégico Geral”. Numa livre interpretação, esse conceito pontifica que não adianta ter milhares de idéias para se alcançar um objetivo se todas não estejam subordinadas ao assunto central. “A incapacidade de aderir a esse simples princípio gera confusão e inutilidade da ação e, mais tarde, quase sempre torna as coisas muitos piores”, ensina Churchill. Após a leitura desse trecho fiquei pensando qual seria o Objetivo Estratégico Geral da BITES. Quando a primeira edição da revista chegou aos seus 20 mil assinantes quis saber se eles estavam compartilhando a mesma visão sobre a publicação. BITES nasceu para fortalecer a percepção no mercado de que é a tecnologia que move negócios. Agora, na quarta edição é possível entender que não é apenas a tecnologia que traz tanta importância aos negócios. O Objetivo Geral Estratégico de BITES agora será negócios movidos a bites, as unidades de informação presentes em qualquer lugar do mundo analógico. Daqui em diante essa será a estrada que a revista buscará. Queremos mostrar que sem bites não existem negócios. E nesse ponto agradeço a Churchill. Espero encontrar mais surpresas iguais a essa no segundo volume das memórias do político inglês.

“A incapacidade de aderir a esse princípio gera confusão e inutilidade da ação”

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Manoel Fernandes Publisher 1 Divulgação


::SUMÁRIO 06 Editorial 08 e-bites 18 negócios 2.0 19 meira.com

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Aloisio sotero, Fabio Costa, ligia amorim, manoel fernandes, MARCOS SOUZA ARANHA, sergio cavalcanti E silvio meira

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Manoel Fernandes manoelfernandes@bites.com.br

Redação

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Editora Executiva Associada

Fabiana Cavalheri

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36 BLOG DO PRESIDENTE

Tecnologia. Negócios. Pessoas

Mauro Cruzeiro, presidente da Orange Business Service, fala dos desafios para o setor

10 CREATIVE COMMONS O modelo econômico por trás da liberação de direitos autorais

38 ti na bolsa

14 GAMES

O ano foi bom para os investidores das empresas de tecnologia

O futuro do mercado nacional está na convergência tecnológica

20 PROJETOS SOCIAIS O mapa dos incluídos digitais no Brasil

PEQUENOS E GRANDES PRAZERES

O MUNDO WEB ©2

24 IPTV

Assistente de Redação

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A regulamentação não ficou pronta, mas as operadoras já começam a vender o serviço

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28 NETNOGRAFIA

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A ciência que estuda os hábitos das pessoas no mundo virtual

42 MOCHILAS Modelos para você levar seu laptop sem perder a classe

32 CAFÉ. cOM BLOG Evento ajuda empresas a entender o mundo dos blogs

44 DIÁRIOS DE WEBER O Site, um dos portais de maior sucesso do início da rede no País, começou no quarto de seu criador

Assinaturas

assinaturas@bites.com.br Impressão: Globo Cochrane

www.bites.com.br Anunciantes fundadores

46 o dono da agenda Como priorizar tarefas e ganhar tempo no dia-a-dia

50 PLAYLIST ©3

Galileu Vieira, da Microsoft, mostra o que carrega no celular 1 Jorge Aracejo/Folha Imagem; 2 Divulgação; 3 Agência NaLata

Filiada à

Bites é uma publicação da W3 Geoinformação Editora Ltda Rua Purpurina, 131 - 2º andar - Conjunto 21 Vila Madalena - Cep: 05435-030 - São Paulo - SP Tel.: (55 11) 3444.3616 - Fax: 3814.5928 •7


::e-bites

www.bites.com.br caixa de ressonância

A Brasil Telecom transformou a capital paulista em uma caixa de ressonância dos seus lançamentos. O primeiro passo foi dado em novembro, com a demonstração da versão comercial de IPTV da BrT, o Videon. A companhia reuniu no seu escritório, na avenida Faria Lima, em São Paulo, um grupo de executivos interessados em aproveitar o IPTV para criar novos negócios. Estavam na reunião representantes da Editora Abril, Viacom, Hughes, ESPN, HSM, Nielsen e Adobe Systems.

Everis no Brasil

A espanhola Everis quer aproveitar a sua experiência no projeto de portabilidade numérica na Espanha para conquistar o mercado brasileiro, que adotará esse modelo em 2008. O presidente da Everis no Brasil, Jorge Najera Fernandez, já avisa que, nos primeiros momentos, a infidelidade dos clientes aumenta. Mas ele afirma que os custos para a troca de número sairão do bolso do próprio consumidor.

Blog destaca tecnologia do Norte e Nordeste O site da BITES ganhou uma filial. É o blog DigitalBits, que traz notícias diárias sobre tecnologia nos Estados do Norte e Nordeste do Brasil e ainda prestigia os talentos da região, como André Furtado, campeão nacional/mundial da competição Imagine Cup, patrocinada pela Microsoft. O bom desempenho nas provas garantiu a André uma vaga na equipe Windows Serviceability da empresa. Ele se muda para os EUA em 21 de janeiro. Robôs baianos vão ajudar na inspeção de plataformas de petróleo. Alunos da Universidade Federal da Bahia desenvolveram o Axé Boat, um robô que pode ajudar na inspeção de oleodutos, plataformas de perfuração de petróleo e linhas de energia elétrica. Ele tem quatro computadores que controlam a velocidade, o processamento da imagem e os movimentos.

A vez da Web

O governo federal resolveu apostar em publicidade on-line. A campanha “Mais Brasil para mais brasileiros”, que começa a ser veiculada neste final de ano, terá investimentos de R$ 40 milhões. Da verba total, 8% serão destinados à internet, sob o argumento de que o discurso do governo precisa chegar ao público mais jovem. Espera-se que a decisão ganhe adeptos nos ministérios e nas estatais, que estão hoje entre os maiores investidores de propaganda do País. O governo federal gastou, no ano passado, R$ 1.055 bilhão em publicidade. Desse volume, apenas R$ 16 milhões foram destinados à internet. 8•

1, 2 Divulgação


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Tecnologia. Negócios. Pessoas

saiba mais Creative Commons

As licenças livres também dão lucro PÁg. 10

FAse expert

A convergência e o futuro do mercado de games no Brasil PÁg. 14

Crescimento à vista

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Ainda no primeiro trimestre de 2008, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) planejam divulgar a nova edição da pesquisa “Retrato da Leitura no Brasil”. A expectativa é de que o novo índice de livro por habitante seja superior ao da última pesquisa. O último dado sobre o assunto é de 2001 e mostra uma taxa alarmante: 1,8 livro por habitante por ano, índice inferior ao de países latino-americanos, como a Colômbia (com 2,4 livros/habitante), e muito longe de países europeus, como a França (7 livros por habitante). Para sustentar o crescimento, especialmente do e-commerce, as livrarias estão apostando em tecnologia. A Laselva e a Saraiva, por exemplo, compraram softwares para melhorar a qualidade das vendas virtuais. No caso da Saraiva, as vendas on-line já representam 27% da movimentação. No terceiro trimestre deste ano, o desempenho da empresa surpreendeu, saindo de um prejuízo de R$ 2,3 milhões, para lucro de R$ 1,79 milhão.

1 Divulgação

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next A lógica econômica do Projeto Creative Commons que transformou a rede num grande palco de negócios para quem libera o direito autoral Silvia Dias

O LUCRO DE GRAÇA O

artista ganha dinheiro com a venda de suas obras e exploração de seus direitos autorais, então como entender que ele oferte de graça na internet alguns de seus trabalhos? Uma das respostas pode estar no modelo econômico por trás do Creative Commons (CC) – projeto que disponibiliza licenças para obras intelectuais e artísticas –, ou seja, fazer a obra circular na rede, divulgar o trabalho do artista e, com isso, atrair outras formas de retorno. A banda Mombojó, por exemplo, começou a divulgar suas músicas sob licença CC antes mesmo de fazer sucesso com o primeiro disco. As músicas podem ser copiadas, distribuídas e armazenadas por qualquer pessoa com o devido crédito, mas não podem ser comercializadas. Quase uma nova versão das antigas “fitas demo”. 10 •

Fotos: Divulgação


O filme cafuné foi lançado simultaneamente no cinema e na web. na Internet, os espectadores podem até montar outro final. a idéia deu tão certo que pode ser repetida.

Com a divulgação do trabalho na internet, a banda conseguiu fechar contrato com uma das mais importantes gravadoras do País. Os músicos ganham dinheiro com os shows, com a execução em rádios e com a venda de discos. É o princípio de que, realmente, não existe almoço grátis. Para Ronaldo Lemos, professor de direito da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e diretor do CC no Brasil. “O valor econômico nestes novos tempos está diretamente ligado à quantidade de pessoas que atribuem valor e interesse à sua obra. Em outras palavras: quanto mais ouvido e visto o artista for, mais valiosa será sua obra. Esse é o princípio do Creative Commons”, explica Lemos. Às vezes a proposta do artista não é a do retorno financeiro imediato. A produtora de cinema Clélia Bessa disse que não pensou em dinheiro quando ofereceu o conteúdo do filme Cafuné sob licença CC. O filme, lançado em agosto de 2006, foi o primeiro longametragem brasileiro disponível para cópias gratuitas, com lançamento simultâneo nas salas de cinema e na internet. “Como era um filme de baixo orçamento e completamente patrocinado pelo Ministério da Cultura, achamos que o mínimo que poderíamos fazer era ‘devolver’ a produção gratuitamente à população”, diz Clélia. A forma pela qual o filme foi licenciado – com possibilidade de criação de obras derivadas – permite qualquer pessoa reeditá-lo. A produção pensa até em incorporar ao DVD algumas versões do final de Cafuné criadas pelo público na internet, fechando um ciclo e criando uma nova proposta de obra aberta. O retorno, segundo Clélia, foi positivo, tanto que há planos de repetir a dobradinha com o diretor Bruno Vianna e fazer novos filmes nos mesmos moldes. O que a maioria dos artistas e produtores de conteúdo ainda precisa entender é que ofertar sua obra pela licença não significa abrir mão • 11


next “O valor econômico nestes novos tempos está diretamente ligado à quantidade de pessoas que atribuem valor e interesse à sua obra”, diz ronaldo lemos

da propriedade intelectual. Partindo da idéia de “todos os direitos reservados” do direito autoral tradicional, o projeto recria a licença para transformá-la em “alguns direitos reservados”, como o Creative 12 •

Commons explica na sua página da web. “O artista nunca abre mão de seus direitos. Sob a licença do Creative Commons, ele permanece integralmente dono da obra. O Creative Commons é uma ferramenta para que ele exerça diretamente o controle sobre seu produto”, diz Lemos. “Como o Creative Commons é baseado no direito autoral, se houver violação, o artista tem à

disposição todos os mecanismos jurídicos. Pode entrar com ação de busca e apreensão, indenização e até conseqüências criminais. Quem violar a licença do Creative Commons está violando direitos do autor e está sujeito a qualquer sanção”, afirma. Segundo o professor, já aconteceram vários casos de violação. Em uma das vezes, o artista tinha uma foto licenciada em CC que não permitia o uso comercial, mas um jornal holandês publicou a foto. Ele processou o jornal, ganhou e ainda recebeu uma indenização. Atualmente, há cerca de 140 milhões de itens licenciados gratuitamente sob CC em todo o mundo, entre eles o último disco da banda de rock Radiohead. Na maioria deles, as licenças não permitem o uso comercial da obra. No caso de uma música, por exemplo, é permitido copiar o conteúdo para usar na escola ou instituição religiosa, mostrar para os amigos, mas não é permitido tocar em rádios nem colocar em trilha sonora de novela. “O modelo econômico é o seguinte: as pessoas vão ter a cópia de sua obra. O que estamos propondo é um novo pacto social. Damos o acesso para uso não-comercial, mas quem quiser usar comercialmente, deve preservar os direitos”, afirma Lemos. 1 Divulgação


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A REGRA DO JOGO

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GAM 14 •


OGO

O futuro do mercado nacional de games está associado à convergência tecnológica que começa a se tornar uma realidade entre os fabricantes mundiais

MES Fernanda Galvão

Para o CEO do HSBC, o blog ajuda a neutralizar os boatos internos que tanto atrapalham o clima da organização Para o CEO do HSBC, o blog ajuda a neutralizar os boatos

1 André Felix

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next “L

De acordo com o relatório sobre mídias e entretenimentos globais da consultoria PricewaterhouseCoopers, o mercado mundial de games deve saltar de US$ 37,5 bilhões em 2007 para US$ 48,9 bilhões em 2011. Ásia e América Latina são apontadas como expoentes dessa expansão, mas, no Brasil, tateia-se no escuro quando o assunto são cifras. Há poucos dados oficiais – o último levantamento feito pela Associação Brasileira de Games revela que o faturamento das empresas no País cresceu 45% em 2006 em relação a 2005. Mas o estudo limita-se à receita dos desenvolvedores de jogos. Estima-se, porém, que o mercado brasileiro movimenta entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões anualmente. A face mais visível da indústria de videogames é o segmento de consoles. Nos Estados Unidos e no Japão, os três maiores fabricantes – Microsoft, Sony e Nintendo – disputam cada palmo de território. Recentemente, a imprensa especializada noticiou à exaustão que o sucesso do game Halo 3 fez aumentar as vendas do Xbox 360, da empresa de Bill Gates, nos EUA. O título, lançado em setembro, vendeu 3,3 milhões de cópias no mês e fez a indústria americana de games atingir US$ 1,36 bilhão no período. Apesar da disputa acirrada, os players mundiais ainda não dedicam muita atenção ao mercado brasileiro. Dos três grandes produtores de console, a Microsoft foi a única que trouxe oficialmente seu produto ao País, em dezembro de 2006. A Nintendo, fabricante do Wii, já produziu consoles no Brasil em parceria com a Gradiente, mas rompeu a aliança há cerca de cinco anos. A Sony, cujo Playstation 2 é líder no merca16 •

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evel up!” é a frase exibida em alguns jogos eletrônicos quando o participante passa de uma fase mais simples para outra mais complexa. Resume à perfeição o que a indústria brasileira de games se esforça para conquistar hoje: avançar de uma etapa primária de desenvolvimento para um estágio mais maduro e estável. A batalha é mais difícil do que uma disputa on-line: inimigos poderosos como a pirataria e a alta carga tributária dificultam a missão dos intrépidos desbravadores do mercado nacional. O prêmio para os vencedores, no entanto, é muito atraente.

do doméstico, nunca vendeu seus equipamentos dentro das fronteiras nacionais. A desconfiança das companhias O Halo 3 continua sendo alimentada pela pirataria e pelo contrabando. Poaumentou as rém, na raiz desses problemas, está vendas do xbox a elevada carga tributária nacional. 360 em todo Somando-se todos os impostos (IPI, o planeta ICMS, PIS/Cofins), o preço dos videogames pode receber um peso extra de até 250% no caso dos consoles e de 100% no caso dos jogos. “No Brasil, a Microsoft concorre com a própria Microsoft, visto que muitos varejistas compram diretamente de distribuidores internacionais sem cumprir todas as exigências fiscais”, diz Guilherme Camargo, gerente de marketing de Xbox 360 da Microsoft Brasil. A única fabricante de consoles de capital nacional a manter sua produção ativa, a Tectoy, pioneira

Gilberto Camargo, da microsoft

1 Divulgação


André Faure, da Tectoy

Empresa Aposta nos videogames para a classe C e não em jogos para superar prejuízo ©1

no Brasil com os equipamentos licenciados da Sega, chegou a liderar o setor no início dos anos 90, mas passou por maus momentos depois e chegou a pedir concordata, da qual só conseguiu sair em 2000. A empresa ainda produz os famosos Master System e Mega Drive em Manaus, porém não vende mais jogos para eles. Hoje, o Master System é vendido por R$ 229 com 131 jogos já instalados, e o Mega Drive custa R$ 339 com 70 jogos incluídos. “Nosso foco hoje, nos videogames, é a classe C”, diz André Faure, gerente de marketing. Para retomar a lucratividade (foram R$ 3,1 milhões de prejuízo no primeiro semestre), a empresa fez uma ampla reestruturação que inclui a diversificação de produtos. O DNA dos games, no entanto, não desapareceu. A empresa é controladora da Tectoy Digital, voltada para jogos no celular. Além do custo de produção mais baixo, o índice de pirataria no telefone é menor. “O segmento para celular já representa 10% da indústria mundial de games e continua crescendo”, diz André Penha, gerente da Tectoy Digital. Os aparelhos móveis são uma saída para os desenvolvedores nacionais, que não podem competir com orçamentos milionários. Enquanto o custo de produção de um jogo para celular varia de US$ 30 mil a US$ 60 mil, um jogo para console pode consumir até US$ 50 milhões. No Brasil, a maioria dos games vendidos é de franquias produzidas no exterior e distribuídas aqui. Atraída por esse contexto, aportou no País a canadense Synergex, que pretende ser distribuidora e representante comercial de algumas publicadoras. “Além de distribuir os jogos de empresas como Midway, Disney e Ubisoft, também seremos responsáveis por levar às companhias as informações sobre o mercado doméstico”, informa Glauco 1 Divulgação 1 André Felix

Bueno, que dirige a Synergex na América Latina. No mercado internacional, os games para console superam os jogos para PC. De acordo com a empresa de pesquisa NPD Group, as vendas de jogos para PC arrecadaram US$ 970 milhões, em 2006, contra US$ 13,5 bilhões em videogames. Mas o cenário pode se inverter graças aos webgames. Segundo pesquisa da DFC Intelligence, o valor movimentado nos jogos on-line será superior a US$ 13 bilhões em 2012. A maioria dos rendimentos virá da assinatura dos jogos em rede – “World of Warcraft”, líder do segmento, tem mais de 8,5 milhões de assinantes. Outra parte da receita virá da distribuição digital, seja dos jogos ou da venda de itens virtuais. É nesse modelo que aposta a Kaizen Games. A fama da empresa deu um salto nos últimos meses quando lançou o Second Life Brasil. A Kaizen, no entanto, atua no mercado desde 2004. No ano passado, trouxe o Priston Tale, um game coreano do tipo MMORPGs (sigla para massively multiplayer online role-playing games), ou seja, um RPG on-line com grande número de usuários. São mundos de fantasia inspirados no universo de J.R.R.Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis. O jogo é gratuito e a receita provém da venda de itens virtuais. O investimento inicial foi de R$ 8 milhões e o jogo alcançou 1 milhão de usuários no Brasil em maio deste ano. Voltado para o público feminino, a Kaizen licenciou o Audition, um game de dança também gratuito que insere a tecnologia das máquinas sensíveis aos movimentos do corpo nos jogos on-line. Nele, haverá pacotes de músicas para download direto do site (inclusive canções brasileiras). “A interatividade é o elemento que está guiando toda a indústria do entretenimento”, avalia Maurílio Shintati, CEO da Kaizen Games. • 17


negócios 2.0

Manoel fernandes

A onda é propagar Quem ainda não ouviu falar em “plano de propagação de mídia on-line” deveria ficar mais atento para a mais recente onda do mercado. Esse é o novo conceito das áreas de planejamento de comunicação das empresas. Na prática significa que qualquer plano de mídia deve considerar como levar a mensagem principal da companhia em diferentes veículos, incluindo os inovadores como blogs, celulares, comunidades on-line e redes sociais. Essa nova percepção de mercado implica que a força da marca já não é mais suficiente para atingir consumidores que a cada dia assistem menos TV, lêem menos jornais e acham que e-mail é algo que seus pais usam. Eles preferem programas de comunicação instantânea, como o Messenger. Propagação é transformar a experiência do consumidor diante da marca em uma ação, como um elogio num blog.

A dona do mercado

O comércio eletrônico brasileiro é dominado por uma única marca, a B2W. Na realidade ela é um guarda-chuva que concentra as lojas Submarino, Americanas e Shoptime, além de Ingresso.com. Sozinha, a B2W tem 50% de todas as vendas feitas na internet no Brasil. Quando essa relação sobre para os 15 maiores sites de comércio eletrônico a concentração chega a 80%. Sobram menos de 20% para todas as outras lojas, que começam a perceber o problema e estão se especializando em nichos que os grandes não conseguem entrar.

Digital nem tanto As principais agências de publicidade do País receberam da Rede Globo uma car-

de se transformar em uma das principais marcas mundiais da convergência de redes inteligentes de telecomunicações. Em sua última aquisição, a companhia levou a divisão da finlandesa VIT com clientes na área de manutenção de redes elétricas. O que esse movimento significa para a Relacom que já atua no mercado de manutenção e construção de redes de telecomunicações? Muitos negócios no futuro, segundo especialistas da área. As redes elétricas podem ser a próxima porta de entrada de conectividade nas casas dos clientes de serviços de internet. Há testes sendo feitos em todo o mundo, incluindo empresas de eletricidade do Brasil, como a paranaense Copel. Com posições em dois setores estratégicos, a Relacom, que no Brasil tem entre seus clientes as operadoras de telefonia fixa e móvel, ganhará mais robustez. “Ainda estamos estudando quando vamos trazer essa divisão para o Brasil, mas chegaremos na hora certa de atender a demanda do mercado por mais inovação”, afirma Vladimir Ranevsky, presidente da Relacom Brasil.

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tilha sobre como os criativos devem se comportar na era da TV Digital. A primeira sugestão diz que eles devem ter paciência até com a produção de comerciais dentro do novo conceito, porque a nova tecnologia precisa ter um mínino de estabilidade antes que as agências saiam inventando novidades. O receio da Globo é de que na ânsia de sair na frente dos concorrentes alguns publicitários mais afobados tentem criar comerciais que ainda não tiveram o formato testado na TV Digital. A cartilha jogou um balde de água fria em quem já estava pensando nas primeiras peças em alta definição.

Agora na eletricidade A sueca Relacom está muito próxima

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1 e 2 Divulgação; 3 Ana Paula Paiva


meira.com

silvio meira

cuidamos de todo tipo de informação Em pouco tempo, poucas empresas vão fornecer toda a infraestrutura, informação, software e serviços que você precisa. Mas, e regulamentação para isso?

P

ense em um plano de dominação do mundo pelo controle das informações. Mas esqueça os estereótipos dos vilões delirantes de filmes de super-heróis. Imagine uma estratégia corporativa para isso. Uma empresa que sirva como provedor de todo o software que os seres humanos usariam. O software seria oferecido como serviço e, a partir dos servidores da companhia, espalhados por todo o planeta. Como se não bastasse, a empresa ainda teria parte da infraestrutura de comunicação que levasse os usuários e seus dados àqueles sistemas e servidores... Agora a imagem já ganhou corpo em sua mente, não? Isso mesmo, é o Google. Depois de dominar (à exceção da China, onde perde para o Baidu) a organização e busca de informação na internet, aí incluídos e-mails, mapas, aplicações de todos os tipos e, agora, plataformas de software, o Google 1, 2, 3 Divulgação

decidiu que precisa, para melhor servir seu público, estar dentro das redes físicas e, se der, dentro dos celulares – que é onde todo mundo quer estar também. E a empresa tem caixa para isso – a ponto de destinar quase US$ 5 bilhões só para participar da compra de licenças para operar telefonia celular num mercado saturado como o dos Estados Unidos. Claro que há outros jogadores em campo, como a Microsoft, principal inspiração para aqueles que querem conquistar o mundo. Mas eles não estão conseguindo segurar esse novo monopólio. Já que o mundo caminha em tal direção, e informação, comunicação e computação vão virar serviços mesmo – fornecidos e cobrados à maneira que telefonia, água e energia elétrica o são – o destino final é estruturar e regular o mercado de “informaticidade” em prol dos consumidores, garantindo inovação permanente e competição justa. Danado é fazer isso sem que as patas do governo – aqui ou em qualquer lugar – estraguem não só os negócios, mas os serviços que eles nos fornecem. Se dependesse das estatais ou monopólios

privados e a regulação da época, a internet não teria existido. A Embratel fez o que pôde, no Brasil, para evitar a rede e, depois de ver que ela era inevitável, fez de tudo para ser o “único” provedor do País. Queria ser o Google do momento, sem nenhuma outra credencial a não ser a posse de boa parte da infra-estrutura nacional de informação. Mas o que temos de ter em mente sempre é que ninguém “cuida de tudo” por nada. Será comunicação e

computação, em conjunto, a preço perto de zero para muitos, com patrocínio de outros. Todos os dados de quase todo mundo no mesmo lugar e passando pelas mesmas redes de comunicação, sob seu comando, sem qualquer supervisão. Depois disso, o que acontece?

Silvio Meira é professor titular de Engenharia de Software do CIN/UFPE e cientista-chefe do CESAR – Centro de Sistemas e Estudos Avançados do Recife. http://blog.meira.com. • 19


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o mapa dOS

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INCLUÍDOS O Brasil tem hoje 108 programas de inclusão digital que alcançam cerca de 3 mil municípios Fernanda Galvão e Socorro Macedo

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pesar do português falado com forte sotaque espanhol, não há qualquer dúvida sobre o que diz o ex-embaixador Jorge Werthein, presidente da Rede de Informação Tecnológica LatinoAmericana, a Ritla, quando questionado sobre o acesso à informática e à internet no País. “A exclusão digital no Brasil apenas reflete as tradicionais divisões sociais que imperam aqui e no mundo e essas novas formas de exclusão contribuem para reforçar ainda mais as diferenças já existentes”, diz 20 •

Werthein. Hoje, ele afirma, é preciso mudar o conceito sobre o que significa um cidadão incluído tecnologicamente. “Inclusão digital não é só colocar equipamentos para as pessoas ou dar acesso gratuito à internet”, explica. “É preciso que o usuário tenha domínio da informática, tenha a capacidade cognitiva de entender o universo de informações que ele está acessando e, além disso, aprenda a produzir novos conhecimentos a partir desse processo.” Para isso, porém, é preciso que a população em geral tenha um

nível educacional alto, cenário do qual a realidade brasileira ainda está distante. Algumas iniciativas, porém, teimam em florescer nesse terreno pedregoso. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) divulgado em maio, o País tem hoje 108 programas de inclusão digital atuantes em quase 3 mil municípios por meio de 16.722 pontos de inclusão digital (PIDs). Desse total, 43 correspondem a projetos do terceiro setor. 1 Divulgação


Os demais são iniciativas federais, estaduais ou municipais. Mais de 2 milhões de pessoas já foram beneficiadas por alguns dos projetos. Entre as iniciativas privadas, estão os programas do Oi Futuro, o instituto de responsabilidade social da operadora de telefonia Oi. Um dos destaques da instituição é o Tonomundo, que atua na formação continuada de professores do ensino fundamental e médio e na educação de jovens e adultos. O projeto começou em 2000, fruto de uma parceria entre a instituição e a 1 Divulgação

Escola do Futuro da USP, que visava o desenvolvimento de um método de ensino à distância e projetos comunitários. À medida que o programa evoluiu, porém, as ações extrapolaram os limites do laboratório de informática e transformaram as escolas participantes em centros irradiadores de projetos comunitários. Nos seis últimos anos, o Tonomundo beneficiou 515 mil alunos e 7.276 professores em 437 escolas do País. A metodologia do projeto foi universalizada e implementada como

política pública em Pernambuco e Sergipe, Fortaleza (CE), Natal (RN), Aracaju (SE), Itaituba (PA) e Belém (PA). Este ano, a metodologia será levada também para escolas de Moçambique, na África. A expansão de horizontes também ocorreu com o projeto Aluno Monitor, da Microsoft Brasil, destinado a estudantes de escolas públicas dos ensinos fundamental e médio, com idades entre 14 e 17 anos de todo o País. Com o objetivo de prepará-los para o mercado de trabalho por meio da tecnologia, o • 21


projeto chegou ao sertão de Pernambuco, em 2005, graças a uma parceria com a Secretaria de Educação do Estado. Dez professores do sertão foram capacitados durante um ano com o objetivo de multiplicar os conhecimentos em oito escolas de três municípios da região (Salgueiro, Mirandiba e Terra Nova). Em Salgueiro, o projeto se multiplicou dentro da própria cidade, com o surgimento de um novo programa, o Criar Laços, da professora Luzania Alves de Souza. Ela abriu as portas do laboratório e levou a comunidade para dentro da escola, em vez de atender apenas os estudantes. “Ao final da formação, o beneficiado assume a responsabilidade de ser voluntário e de repassar o que aprendeu a outros alunos. Abrimos turmas para policiais militares, garis, grupo de idosos e estudantes de unidades não contempladas”, conta a professora. Com isso, muitos exalunos já estão empregados em lan houses da região ou à procura de 22 •

uma colocação em outras cidades. Outros projetos em andamento no País precisaram ser adaptados para aten der melhor à população. “Aos poucos, percebeu-se que somente o acesso gratuito não bastava para mudar a realidade da população excluída, e assim o perfil dos projetos começou a ser transformado”, diz Marta Viveiros de Castro, coordenadora de ações locais da ONG Viva Rio. O Estação Futuro, da instituição, começou com 13 centros de acesso à internet que funcionavam como uma espécie de lan house de baixo custo. Durante cinco anos, recebeu financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, mas, a partir de 2005, mudou suas diretrizes, incluindo a qualificação profissional dos beneficiados e a colocação no mercado de trabalho. Hoje, são cinco unidades em localidades de baixa renda no Rio de

Janeiro. Em 2007, foram atendidos 1.520 jovens nos cursos e programas desenvolvidos nas estações. Ao todo, 8.795 pessoas passaram por alguma das unidades do projeto. Atualmente, o Estação Futuro promove iniciativas de geração de emprego e renda que transformam cada unidade em um centro de desenvolvimento econômico. A iniciativa mais recente se chama Brascon, mesmo nome de uma de 10 empresas de software que financiam cursos para formação de desenvolvedores de programas. Esses cursos são direcionados conforme a demanda de cada companhia – especialistas, por exemplo, em linguagem Java ou Cobol. O programa foi criado há cinco meses e já atende 100 jovens, que sairão dali com emprego garantido. “Essa é a maior vitória do projeto”, diz a coordenadora. “Promover não somente a inclusão digital do cidadão, mas também sua inclusão econômica, cultural e social”, completa Marta de Castro. 1 Divulgação

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o mundo web

EXPANDINDO HORIZONTES

saiba mais netnografia

A nova ciência que estuda quem está na web PÁg. 28

blog

O café entre empresas e blogueiros PÁg. 32

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Em meados de novembro, a blogueira María Amelia, de 95 anos, venceu o Best Of Blogs (BOBs), o concurso de blogs promovido pela rede alemã Deutsche Welle, na categoria em língua espanhola. Em seu blog “A mis 95” (“Aos meus 95 anos”), ela publica conselhos e suas experiências. O prêmio foi um reconhecimento por ter incentivado tantos idosos a navegar e usar mais a internet. A participação da terceira idade na internet tem crescido consideravelmente, mas ainda é preciso empurrõezinhos como esse, especialmente em conteúdo. Foi pensando nisso que, no final de outubro, o grupo Saga lançou o Saga Zone, rede social para maiores de 50. No Brasil, uma pesquisa feita pelo Ibope revelou que o número de usuários com mais de 60 anos saltou de 122 mil, em junho de 2003, para 260 mil, em agosto de 2007. 1 Dreamstime

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.com

agora é pra

24 •


valer

Com o início da operação comercial de IPTV da Brasil Telecom e os planos da Oi e Telefônica não há mais como impedir a entrada das operadoras nesse mercado

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A

1 Ilustração: André Felix

s operadoras de telefonia fixa apostaram no início do ano que chegariam no final de 2007 com a sigla IPTV ­– que designa a mistura entre o mundo da televisão e os recursos da internet – incorporada à sua vitrine de produtos. Pela projeção inicial, as barreiras regulatórias que impedem as empresas de telefonia de atuar no setor de televisão por assinatura seriam abolidas até o final do primeiro semestre e todos chegariam em dezembro com uma série de novidades para seus clientes. Esse desejo não se realizou. A única operação comercial em funcionamento hoje no País pertence à Brasil Telecom, que saiu na frente dos concorrentes e passou a vender o produto para os moradores de Brasília. • 25


A ousadia da BrT tem o preço do pioneirismo. Como a legislação não permite que as operadoras transmitam seus programas numa grade de programação semelhante à TV paga ou aberta, a companhia precisa deixar os vídeos para uma consulta direta dos assinantes do Videon. Esse modelo é chamado video on demand (VOD), mas não paga a conta da operação porque não traz escala nem agrega clientes numa proporção que justifique o retorno do investimento. “Resolvemos ser os primeiros a mostrar ao mercado que o único entrave para o IPTV é a legislação”, afirma Carlos Watanabe, diretor de videocomunicação da BrT. “Mesmo assim já temos 500 horas de programação prontas para o consumo imediato.” Já no primeiro semestre de 2008, a Brt planeja expandir o produto em direção a outros mercados onde atua. Suas concorrentes diretas, Oi e Telefônica, ainda estão desenhando o modelo de negócios junto com os fornecedores que escolheram para colocar suas IPTVs no ar. Quem acompanha o setor de perto sabe que a liberação pela Agência Nacional de Telecomunicações para a entrada das empresas de telefonia nesse mercado não deve passar do primeiro semestre de 2008. Segundo estimativas da Nokia Siemens, parceira da Oi, dentro de três anos o Brasil deve conquistar cerca de 950 mil usuários de IPTV. Esse número deverá chegar a 2,3 milhões na América Latina. De acordo com a consultoria Infonetics Research, o mundo terá 69 milhões de assinantes de serviços de IPTV até o ano de 2009. Nos próximos dois anos, o número de contratantes de banda larga a cabo atingirá 71 milhões, com taxa anual de crescimento de 11%. Já os assinantes de internet discada (DSL), atingirão 274 mi26 •

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.com

lhões em 2009. Esses números são suficientes para demonstrar que não há como impedir a entrada das operadoras nesse segmento. As empresas ainda estão estão estudando como viabilizar uma futura ampliação no número de produtos à venda ao assinante do IPTV. Recursos como o pagamento de contas ou realização de compras pelo controle remoto da TV devem surgir no médio e longo prazo. Como qualquer tecnologia nascente a escala determinará a adoção de novos recursos por quem oferta esse tipo de serviços. Na avaliação de Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, a convergência de tecnologias é inevitável. Tanto ele quanto Alexandre Fernandes, diretor de produtos e serviços da operadora Vivo, concordam que a interação entre sistemas e o assinante deve crescer de maneira que, mais dia, menos dia, as operadoras de tele-

fonia, as empresas de TV a cabo e de TV aberta acabarão explorando o mesmo mercado. “Crescerá cada vez mais a pressão para o mercado desenvolver produtos para modelos de tecnologias convergentes”, diz Fernandes. Em linhas gerais, a rede IPTV – ou TV via banda larga – utiliza a internet como transporte de conteúdo. É apenas por meio de uma assinatura de um serviço de IPTV que é possível a transmissão de áudio e vídeo pela rede de banda larga diretamente para o aparelho de TV. Isso é possível utilizando uma set top box, caixa de conversão de sinais que faz a interface entre a banda larga e a TV. Com a IPTV é possível, por exemplo, atender uma chamada telefônica na televisão e ver, em uma janela aberta na tela da TV, a imagem da pessoa com quem se está falando. É possível, também, comprar imediatamente um produto que 1 Divulgação


2 Divulgação

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esteja sendo anunciado ou exibido em um programa de TV aberta ou fechada. Segundo estudo da consultoria americana iSuppli, as operadoras irão gastar cerca de US$ 9 bilhões em todo o mundo na compra de equipamentos e infra-estrutura para IPTV. A Brasil Telecom, que promoveu uma profunda modificação da sua rede de infra-estrutura, não revela o investimento que vem sendo realizado nos últimos três anos. A BrT lançou o seu primeiro pacote de serviços em 26 de outubro passado. Até o início de 2008, a companhia ofertará o Videon nas principais cidades em que atua (Porto Alegre, Florianopólis, Curitiba e no Distrito Federal). Entretanto, o Videon ainda não é um serviço completo de IPTV por não incluir a programação de TV por assinatura e aberta – o que é proibido por lei. A assinatura custa R$ 29,90 por

mês, com acesso livre a 500 horas de programação de redes como MGM, Disney, Universal, Viacom, TV Cultura, Lumiére, SESC TV, Ministério da Educação e TV Escola. Lançamentos de filmes estão disponíveis para locação por prazos de 24 a 72 horas. A Oi prevê a estréia dos serviços de oferta de VOD por IPTV, assim como a oferta de vídeos pela web a partir do primeiro trimestre de 2008. “A tecnologia de IPTV permite uma nova postura do consumidor em relação ao conteúdo disponível, oferecendo uma experiência ativa, com inúmeros benefícios ao cliente”, diz o diretor de Novos Negócios da Oi, José Luis Volpini. De acordo com o executivo, a IPTV oferece diversos recursos que não serão implementados neste primeiro momento. “A Oi lançará, incialmente, além do serviço de VOD, sites para serem ‘assistidos’, que trarão primeiramente serviços mais simples, como condições de tráfego, clima, entre outros, além de games e canais de música. Acompanhando a estratégia de convergência da Oi e a penetração do serviço, num segundo momento serão oferecidos outros serviços sinérgicos, como acesso à internet, envio de SMS e MMS, e a inte-

gração da rede IP terrestre [TV e internet] e área via 3G, em que o usuário poderá assistir o mesmo conteúdo na TV e no móvel”, conta Volpini. Já a Telefônica caminha mais lentamente nesse processo. Em outubro, somente 13% da rede da companhia tinha 1 Mbps ou mais, e isso dificulta a penetração do serviço nas residências. O avanço permitiria à companhia transmitir sinais de TV pela internet aos seus clientes – o que pode acontecer em 2008. Oficialmente, a empresa nega que sua entrada no modelo IPTV não teria ocorrido por causa desse gargalo no sistema. E apenas ressalta que há, realmente, problemas técnicos e que é preciso conhecer melhor a “robustez” de sua rede. Demorando ou não, a IPTV parece que realmente sairá do plano teórico para o prático em 2008. “Há um novo modelo de negócio sendo construído no mercado de telecomunicações”, diz Ricardo Miranda, presidente da TV Cidade, que atua no mercado de TV por assinatura.

alexandre fernandes, da vivo

o caminho natural do mercado é a convergência tecnológica

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1 Ilustração: André Félix


A ciência do

comportamento

virtual

A Netnografia já faz parte do mundo corporativo. A idéia é mapear as escolhas e os hábitos daqueles que consomem e vivem na web

U

ma especulação aqui, uma fofoca ali, e lá se vai a reputação de uma empresa por água abaixo. De olho no vaivém de informações que transitam pela internet, as empresas estão jogando as suas fichas num novo modelo de análise de informações que circulam nas comunidades virtuais. A idéia é ter controle sobre tudo o que se comenta a respeito de uma marca ou produto no mundo virtual, descobrir detalhes sobre desejos e necessidades do consumidor e, com isso, traçar planos eficientes para ganhar o cliente. Batizado de netnografia, esse novo modelo de pesquisa caiu no gosto das companhias e já chegou ao Brasil. Grandes empresas como IBM, Microsoft e General Motors vasculham a web com freqüência para saber se estão fazendo a coisa certa. “Estamos só no início desse processo. Para mim, não há dúvidas de que os consumidores estão usando os meios virtuais para ficarem cada vez mais críticos e inteligentes, e é preciso entender que esse canal de comunicação é riquíssimo como fonte de dados”, disse, em entrevista à BITES, Robert Kozinets, professor norte-americano de Marketing da Universidade de York, na Inglaterra, e inventor do termo “netnografia”. Amplamente estudada nos EUA, essa nova maneira

Adriana Mattos de se investigar o que anda pela cabeça do consumidor ganhou força a partir do final dos anos 90, quando Kozinets cunhou o termo em um estudo a respeito do consumo e a internet. Desde então, o mundo ficou mais atento à relação entre ambos, e as companhias começaram a criar ferramentas para a obtenção de informações na web. Não faltam exemplos por aí. A IBM criou um sistema de análise – o WebFountain – que “espiona” toda a internet caçando citações à IBM e seleciona os comentários mais relevantes sobre a marca e seus produtos para capturar qualquer informação com valor comercial. Não é pouco trabalho. Em 2006, existiam 80 milhões de páginas na internet, segundo a empresa de medição on-line Netcraft. Em 2003, eram 40 milhões. Quem usa o mesmo sistema é a Red Bull, fabricante americana de bebidas energéticas. O monitoramento fez com que a empresa descobrisse, no final dos anos 90, que o seu produto poderia ter bom apelo entre adolescentes. Decidiu-se, então, fazer publicidade nas páginas do jogo virtual “Wipeout”. A curiosidade entre os internautas cresceu e, mesmo nas cidades em que não havia a bebida à venda, os jogadores queriam prová-la – isso, dois anos antes de o energético tornar-se febre mundial em 2000. A Red Bull pensou até em lançar uma bebida com o nome do jogo, mas desistiu. No setor farmacêutico, grandes empresas contratam os serviços de uma firma de tecnologia americana, a Pharmatrak Inc., que verifica quais sites os internautas estão freqüentando e que tipo de informação eles buscam. Atualmente, • 29


.com marcelo coutinho, do ibope

o brasil ainda engatinha no estudo da netnografia ©1

uma das fontes mais visitadas pelas empresas no mundo é a Factiva.com, que permite a pesquisa nas páginas de duas líderes mundiais de serviços de informação sobre empresas e negócios: a Dow Jones e a Reuters. Estima-se que essa base de dados seja utilizada por mais de 85% das 2 mil empresas que fazem ou já fizeram parte do ranking da Fortune 500, uma das principais revistas americanas de negócios. No Brasil, segundo Marcelo Coutinho, diretor executivo do Ibope Inteligência, ainda existe um processo inicial de desenvolvimento da netnografia. Mas ainda é difícil afirmar se há companhias com ferramentas preparadas para a análise virtual de informações. “O que existe é um crescente interesse no modelo, na maneira como ele pode ser utilizado”, afirma Coutinho. “Inclusive nós temos debatido essa questão internamente, como forma de verificar se é possível criar formatos de análise com base da netnografia, mas ainda não há nada formatado nesse sentido.”

Para se ter uma idéia das limitações existentes para a expansão no mercado nacional, uma pesquisa realizada em 2006 pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br (NIC.br) revelava que 94,8% das companhias no Brasil possuíam computadores com internet em suas instalações, mas somente 48,8% delas contavam com um site na web. Limitações à parte, tanto Coutinho como Kozinets acreditam que é necessário debater novos parâmetros de ética nesse modelo de pesquisa, pois envolve a obtenção de informações prestadas por usuários do mundo virtual que podem

não ter conhecimento de que estão sendo observados. “As pessoas até sabem que estão sendo olhadas, mas eu acredito que os pesquisadores precisam trabalhar de maneira a não expor um blog ou um internauta revelando o que ele pensa. Assim como é preciso pedir permissão para colher dados em cada site”, diz Kozinets, que estará em São Paulo no ano que vem para falar um pouco sobre os seus estudos. No País, são 20,1 milhões de usuários da web em residências, segundo dados de setembro do Ibope/NetRatings. Trata-se de um crescimento de 47% em relação ao mesmo período de 2006.

a vida como ela é

Como se comportam os consumidores on-line na hora da compra

71%

77%

(Forrester Research)

(eTailing Group)

lêem comentários sobre produtos e serviços “postados” na internet por outros consumidores. Os blogs que fazem análises de produtos são um dos locais preferidos de pesquisa.

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daquele que fazem compras on-line acham que os comentários de outros clientes são muito úteis porque ajudam a determinar o melhor momento da compra na web.

63% 42% 60%

declaram que estão propensos a comprar em sites que têm a coragem de publicar críticas e comentários de produtos, bem como o nível de satisfação dos clientes. (CompUSA & iPerceptions study)

Para aqueles que fazem a sua primeira compra na internet, 42% declaram que o rating e comentários são decisivos para realizarem a transação on-line. (Foresee Results Study, 2006)

dos compradores on-line no Canadá confiam mais nas críticas e comentários dos consumidores do que na publicidade tradicional. Só 31%, acreditam em anúncios publicados em jornais e revistas. (J.C. Williams Group for Visa and Yahoo Canada).

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Centro de distribuição do Submarino, em São Paulo: identificação dos hábitos dos compradores cria novas formas de vendas de produtos

Em relação ao tempo de uso da internet, os brasileiros continuam batendo o recorde mundial (inclusive à frente dos americanos), com 22 horas mensais. Entre as vantagens desse método de investigação, a escritora Daiane Scaraboto (autora do livro A pesquisa em diálogo: comunicação + arte + educação, UPF Editora) cita, por exemplo, “a relevância na produção de informações úteis à elaboração de estratégias de marketing” e a capacidade de “estimular a compreensão do consumo”. “A netnografia é capaz de gerar insights a respeito de gostos, desejos e hábitos dos consumidores”, diz Daiane. Quanto às desvantagens, ela cita as limitações da análise, por conta do foco restritivo ao meio on-line, além da ausência de dados confiáveis que identifiquem os informantes. Segundo ela, é preciso que os pesquisadores tenham 2Jorge Aracejo/Folha Imagem

habilidade para selecionar as informações (há um volume enorme de dados na web) e interpretar os dados também é fato pontuado como fundamental nesse processo. Para as empresas, uma das formas de interação com os internautas é a publicidade virtual. Foco principal de análise da netnografia, o usuário da internet é bombardeado por um sem-número de peças publicitárias que invadem alguns sites de busca, de relacionamento e de notícias. No Google, que fatura US$ 10 bilhões ao ano basicamente com anúncios, a utilização de links patrocinados (os resultados de busca que aparecem com destaque nos sites de busca, geralmente em cima ou ao lado direito) tornou-se uma fonte de dinheiro com propagandas mais eficientes. Esses links aparecem segundo a palavra procurada pelo internauta. São menos invasivos e vistos com

bons olhos pelos anunciantes. A Microsoft, por sua vez, anunciou em outubro uma meta: quer que a publicidade on-line represente 25% do faturamento da empresa nos próximos anos. Para isso, a companhia está desenvolvendo uma plataforma de anúncios que pretende ser mais eficiente do que a do arqui-rival Google. Estima-se que as empresas no mundo investirão um recorde de US$ 31 bilhões neste ano para divulgar toda espécie de produtos e serviços na internet, relata a ZenithOptimedia. No Brasil, a participação da publicidade on-line no bolo total de investimentos em anúncios atingiu 2,7% no primeiro semestre deste ano, segundo a análise Indicadores de Mercado de Internet, formulada em parceria com Ibope/NetRatings, IDC, e-bit e Projeto Inter-Meios. A expectativa é que essa taxa chegue a 3,5% dos gastos até 2009. • 31


.com

conversas com O blogueiro busca o reconhecimento da sua opinião

links

Em duas edições, o Café.com Blog promoveu uma aproximação entre blogueiros e empresas

P

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A publicação, editada pela W3 Editora, organizou dois cafés-damanhã, o Café.com Blog, com a presença dos principais blogueiros do País e executivos de grandes companhias. As duas primeiras edições trouxeram para o mesmo ambiente blogueiros de tecnologia e publicidade e executivos desses setores. Outros três encontros estão previstos para fevereiro e março de 2008 e irão abordar varejo, finanças e telefonia. Nos dois primeros encontros, o Café.com Blog reuniu 100 convidados de marcas como iG, Forrester Research, Vignete, Microsoft, Editora Abril, Dufry, Editora Globo, Leo Burnett, Visa e ainda 32 •

1, 2 Agência NaLata

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ara alguns, a blogosfera, o termo que designa a profusão de diários on-line que existem em todo o mundo virtual, é um estado de espírito. Para outros, uma oportunidade de negócios. É impossível desprezar um universo que reúne mais de 100 milhões de blogs no mundo e cerca de 2 milhões no Brasil. No primeiro grupo estão milhares de pessoas que querem conversar com a ajuda de links na internet e deixar sua marca gravada na rede. No outro, há empresas interessadas em entender melhor esse novo veículo de mídia. Esses dois mundos estão se aproximando aos poucos com a ajuda da Revista BITES.


Caio Túlio Costa, do iG (primeiro à esq.), Manoel Fernandes, da BITES, e Kaike Nanne, da Editora Abril, no primeiro Café.com Blog ©3

blogueiros como Edney Souza, do Interney.net, um dos blogs de maior audiência no País e o que está mais profissionalizado. Tanto os executivos como os blogueiros tiveram a oportunidade de pela primeira vez discutirem as visões dos dois lados. “Blog não pode ser analisado como um meio de comunicação tradicional”, afirmou Edney Souza. “É algo pessoal, que depende do boca a boca, a forma mais poderosa de propaganda descrita desde a década de 80”, disse. Mas para os executivos ainda não

está claro qual o papel dos blogs em seu negócio. “É preciso entender qual o modelo de negócio por trás desse fenômeno”, questionou Cynthia de Almeida, diretora-adjunta da Editora Globo. O primeiro Café.com Blog, que teve patrocínio do iG, apoio institucional da Gazeta Mercantil e consultoria dos blogs Tecnocracia e Ladybug Brazil, ocorreu no dia 6 de novembro e reuniu 40 convidados entre blogueiros da área de tecnologia e executivos de empresas desse setor. A primeira apresentação

O boca a boca é a essência da blogosfera

Brian Crotty, vice-presidente de Planejamento da McCann Erickson, e Peter Lau, no segundo Café.com Blog

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.com Se o serviço da empresa é ruim, não há como falar bem no blog

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As duas edições do evento promovido pela BITES reuniram executivos e blogueiros

foi feita por Aloisio Sotero, responsável por toda a estratégia de marketing direto do grupo Brasif e Dufry. Sotero comentou sobre o surgimento de uma nova fonte de pesquisa para os antropólogos de plantão: a netnografia, o estudo do comportamento do consumidor na internet, e disse que o conteúdo gerado pelo consumidor tem uma força capaz de balançar marcas consolidadas. “Estamos diante de um novo comprador que sabe o que deseja e tem os caminhos para realizar sua ação de maneira rápida e sem intermediários”, afirmou. Ele também disse que, antes de montar uma estratégia para se comunicar digitalmente, cada companhia precisa responder duas questões. A primeira é saber quais as palavras-chave do seu negócio para, dessa forma, conquistar relevância nos serviços de busca da internet. A segunda envolve a resposta para a frase: o quão digital é meu negócio? “São poucos empresários que conseguem responder de pronto a essa ponderação”, explicou Sotero. E o que isso tem 34 •

a ver com blogs? Tudo! Hoje, os posts e os comentários sobre produtos são as principais fontes de consulta dos consumidores que estão prestes a tomar uma decisão, e investir em qualquer objeto de desejo. O executivo também reforçou a importância das mulheres no mundo digital e disse que são poucas as empresas que conseguiram criar uma política de comunicação digital para esse público. Logo após foi a vez de Ricardo Franco, diretor da empresa de consultoria Forrester Research no Brasil. Ele mostrou como a companhia está analisando esse fenômeno e entregou aos presentes dois estudos exclusivos da Forrester sobre esse mercado. Franco explicou que foram os analistas da Forrester que cunharam pela primeira vez a expressão “computação social”, que serve para entender todos os efeitos das novas mídias sobre o mundo corporativo. Em sua apresentação, Franco provou que um blog pode montar uma equação de retorno sobre 1, 2 Agência NaLata


Estamos diante de um novo comprador que sabe o que deseja e tem os caminhos para realizar sua ação de maneira rápida e sem intermediários

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o investimento, algo importante para quem deseja rentabilizar aquilo que muitos acham uma diversão. “O que é importante dizer aos interessados em ter seu blog é que, antes de qualquer movimento, o ideal é ter um objetivo claro”, afirmou Rocha. O segundo evento, no dia 27 de novembro, contou com a presença de executivos de agências e blogueiros que escrevem sobre publicidade e. Dessa vez cada lado teve 30 minutos para fazer uma apresentação. A primeira começou com Tonobohn, do OitoPassos, e Navarro, do Dinheirama, que tentaram provar a vantagem das empresas de anunciarem em blogs. O consultor Marcos Aranha entrou em seguida com uma visão corporativa desse negócio. Ele repetiu os bons tempos da primeira grande fase da internet no País. Lá atrás quando montou a empresa O Site, que em 1999 já abria espaço para o conteúdo gerado pelos seus clientes, uma inovação na época, Aranha despertava sentimentos contraditórios entre os seus pares

em razão de uma visão particular do mercado. “É possível manter independência de um blog e ganhar dinheiro ao mesmo tempo?”, questionou o consultor. Essa segunda edição reuniu 60 convidados. Nas duas edições do Café.com Blog as posições dos lados, às vezes contraditórias, às vezes semelhantes, contribuíram com a essência da mensagem da revista BITES: abrir um canal de comunicação para as empresas. “Precisamos construir pontes e cada lado tem muito a ensinar ao outro”, afirmou René de Paula, da Microsoft Brasil. “Esse é, sem dúvida, um dos principais fóruns de que já participei neste ano, porque nunca estivemos tão próximos das empresas como agora”, afirmou Wagner Fontoura, do Nossa Via (www.nossavia.com.br). Agora é esperar por 2008.

Bob Wollheim, presidente da SixPix Content • 35


blog do PRESIDENTE

MAURO CRUZEIRO

A EXPANSÃO GLOBAL JÁ É UMA REALIDADE

Desafios maiores para os CIOs

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O equilíbrio de poder já mudou. Desde 2005, as economias emergentes são responsáveis por mais da metade do PIB mundial e por mais de 40% das exportações. China, Índia e outras economias em crescimento rápido representam ameaças competitivas aos atuais líderes industriais, mas, por outro lado, também estão se tornando mercados abertos que apresentam vastas oportunidades comerciais. Para tirar partido da globalização, as empresas precisam de uma infra-estrutura de TI e comunicações que seja dinâmica e flexível, não apenas para alcançar os mercados de baixo custo, mas também para responder mais rapidamente ao ritmo de mudança interno. Conforme as empresas se expandem internacionalmente, é a qualidade dos gestores de tecnologia com consciência comercial que importa, assim como sua capacidade de aproveitar a infra-estrutura para viabilizar o crescimento de negócios.

Dinâmica e padrões internacionais

COMPLEXIDADE E SEGURANÇA

A expansão global de negócios deve muito de seu sucesso a padrões internacionalmente reconhecidos, especialmente os técnicos. Multinacionais precisam garantir que suas redes existentes sejam ampliadas globalmente sem comprometer a segurança e a confiabilidade. Elas precisam estabelecer altos padrões de conhecimento e processos de modo a melhorar a eficiência e a qualidade do serviço. E, o que é mais importante, precisam transformar a gestão de toda a sua infra-estrutura para responder dinamicamente às necessidades comerciais do negócio.

Para muitas empresas, o que conta não é tanto a rede, mas as aplicações que rodam nela. A gestão de segurança tembém pode ficar complexa conforme a expansão internacional abre novos pontos de acesso para vírus e crimes on-line. Embora a segurança seja vital, as empresas precisam simplificar ou mesmo terceirizar sua administração cotidiana de segurança de modo a manter o foco em objetivos de negócio. Para empresas que precisam dessa funcionalidade, todas as soluções de segurança, centralizadas em um único servidor, podem ser hospedadas e gerenciadas para que gerentes de TI não precisem se preocupar com os detalhes de antivírus, firewall e detecção de intrusão.

Diante de um cenário de fusões e aquisições, novos mercados e internacionalização, CIOs precisam fornecer redes e, especialmente, aplicativos que operem sem interrupções, em qualquer lugar. Talvez o desafio principal dos CIOs seja a necessidade de justificar investimentos em TI e comunicações, demonstrando o valor comercial oferecido por essa infra-estrutura. Enquanto os gastos anuais de TI e telecom devem aumentar em 5% (CAGR) entre 2005 e 2009 nos Estados Unidos e EMEA, a Rússia deve aumentar seu gasto anual em quase 20%. E a diferença está colocando empresas do Ocidente sob grande pressão para gerar retorno para seus investimentos.

Mauro Cruzeiro é presidente da Orange Business Services no Brasil.

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TI na Bolsa

um Bom ano Estudo da corretora Link mostra que as empresas de tecnologia listadas na Bovespa conseguiram bons resultados em 2007 Fernanda Galvão

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ano de 2007 reúne todas as condições para ser lembrado, no futuro, como parte de um período de anos dourados do mercado acionário brasileiro. Recordes sucessivos na Bolsa de Valores de São Paulo até o início do quarto trimestre fizeram sorrir os investidores. A abertura do capital da Bolsa de Mercadorias e Futuros também será outra boa recordação. Em novembro, no entanto, o aparecimento de nuvens mais escuras denotou mudanças climáticas ameaçadoras. As preocupações com a crise das hipotecas subprime no mercado imobiliário americano, aliadas à incômoda percepção de menor crescimento da economia dos Estados Unidos em 2008, pregaram rugas na testa do investidor. A expectativa de um ambiente global de crédito mais restrito levou a saques imediatos de recursos destinados a fundos de ações (espe-

cialmente em países emergentes), dinheiro que parte em busca de um porto temporariamente mais seguro. No Brasil, o índice Ibovespa oscila como bandeira desprotegida em novos ventos e empresas menos experientes no pregão são as primeiras a ser atingidas. As ações das empresas de tecnologia estão entre os papéis que mais sofrem nesses momentos. Mas a demanda do País por desenvolvimento tecnológico é grande e urgente, por isso, apesar dos percalços, algumas companhias conseguem manter seu crescimento e valorização. Empresas de TI ligadas aos setores de infra-estrutura apresentam melhores resultados na Bolsa no ano e também as melhores perspectivas. Em um levantamento feito por analistas da corretora Link, foram avaliados, entre 2 de janeiro e 1o de novembro de 2007, os papéis de sete principais companhias do segmento. A Positivo Informática, maior fabricante nacional de computadores, foi a única que, no acumulado do ano, conseguiu desempenho superior ao do Ibovespa – 102% da ação contra 41% do índice no mesmo período. Os


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TI na Bolsa resultados da empresa balizam o sucesso: entre janeiro e setembro, a Positivo obteve um recorde de vendas, com 940,8 mil unidades comercializadas – 106,6 mil máquinas a mais do que em todo o ano passado. A receita líquida atingiu R$ 1,2 bilhão no fim do terceiro trimestre, ou seja, aumento de 66,5% em relação aos primeiros nove meses de 2006. E as previsões são otimistas, pois a oferta de crédito pessoal e o crescimento da renda acenam com demanda certa no varejo nacional. O maior risco, porém, é a possibilidade de concorrência, já que a Positivo apenas monta as máquinas – todos os componentes são importados, modelo de negócio que pode facilmente ser copiado. Devido a isso, alterações no câmbio também podem mudar seus números. Entre os papéis mais valorizados de TI, a Totvs aparece como outro destaque do ano. O faturamento da holding, que engloba a Microsiga, atingiu R$ 321,7 milhões no fim do terceiro trimestre (alta de 16,9% em relação a igual período de 2006) e, segundo a análise da Link, as ações va-

lorizaram 37,7% até novembro. Uma das maiores do segmento de software de gestão, a Totvs cresce embalada pela expansão da economia brasileira, que obriga as empresas a investirem em tecnologia e controle de suas operações. É a mesma lógica que impulsiona a Datasul. A fabricante de softwares de gestão empresarial registrou aumento de 26,6% da receita líquida nos primeiros nove meses do ano, alcançando R$ 155,6 milhões. De janeiro até o início de novembro, as ações já haviam subido 16,81%. De acordo com a avaliação da Link, as

uma gestora de recursos de Belo Horizonte, lançou em agosto passado um fundo de ações destinado exclusivamente a empresas de uso intensivo de tecnologia. De acordo com Daniel Castro, sócio da companhia, o fundo pretende investir em papéis de companhias de hardware, software, telecomunicações, e-commerce (como B2W), mídia e internet (UOL), telemarketing (Contax), eletrônicos (Gradiente, Tectoy) e prestadores de serviços (como as desenvolvedoras de meios de pagamento Redecard, CSU e ABnote). Ainda em fase de monitoramento na Comissão de Valores Mobiliários e impedido de divulgar índices de valorização de cotas e patrimônio, o fundo da DLM, chamado FIA DLM Confrapar, é direcionado para investidores institucionais e pessoas físicas. O investimento mínimo é de R$ 20 mil, com taxa de administração de 2,5% ao ano e taxa de performance de 20% sobre o que exceder o Ibovespa. “Estamos confiantes no sucesso do fundo”, diz Castro. Ele confirma que o setor de TI ainda é pouco relevante na Bolsa – excluindo as operadoras de telefonia, empresas de contact center e fabricantes de eletrônicos, representa menos de 3% do Ibovespa. No entanto, acredita o gestor, é um nicho de enorme potencial. A estimativa do instituto IDC é de que o mercado de TI movimenta hoje US$ 1,16 trilhão no mundo, sendo apenas US$ 16 bilhões no Brasil. “O País ainda crescerá muito nessa área, porém, no mercado de capitais, faltam iniciativas que incentivem essa expansão”, diz. “Isso é o que pretendemos começar a mudar”, afirma.

aS AÇÕES DA POSITIVO INFORMÁTICA SUBIRAM 102% CONTRA 41% Do IBOVESPA empresas nacionais de tecnologia, embora apresentem baixa liquidez e muita aderência à Bolsa (ou seja, elas sofrem as oscilações do mercado com maior intensidade), têm boas chances de valorização, pois são pouco alavancadas (ou seja, têm baixo nível de endividamento), e valem mais do que estão cotadas atualmente. Para demonstrar a confiança que deposita no setor, a DLM Invista, ©2

Entre janeiro e dezembro deste ano, a Positivo Informática vendeu 940,8 mil PCs. Um recorde na história da companhia de computadores.

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pequenos e grandes prazeres

De volta ao passado A moda do steampunk, que tem vários adeptos entre os fãs de ficção científica, começa a chegar aos computadores. A Datamancer criou a peça ao lado pensando exatamente nesse público. Esse laptop com cara de caixa de música vitoriana, na verdade, é um Hewlett-Packard ZT1000 que funciona com sistema operacional Windows XP ou Ubuntu, baseado em Linux. Para ligar, é preciso girar uma pequena chave, como a de relógios antigos. Para desligar, o usuário tem de pressionar um botão com a ajuda de uma pena, instalada no Wi-Fi card. Infelizmente, por enquanto, apenas os teclados estão à venda. Mas, no site www.datamancer.net, há um manual de como montar um notebook tão estiloso.

saiba mais em boa companhia As melhores mochilas para laptops PÁg. 42

o dono da agenda

Como organizar melhor o dia-a-dia Pág. 46 ©1

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hits As mochilas de laptops estão mais bonitas e funcionais. Para quem gosta de estilo há opções para todos os bolsos Vanya Tchernobilsky

em boa

companhia Embarque imediato: o design que lembra uma pequena mala com rodinhas facilita muito a vida de quem leva o laptop em viagens de trabalho. E a vantagem é que esse modelo da marca Targus também pode ser carregado no ombro como uma mochila convencional. Quando cansar, basta acionar o puxador embutido e deslizar as rodinhas. À venda na www.fnac.com.br

Urbano: este lançamento da linha Urban possui design arrojado com vários bolsos que oferecem praticidade para quem precisa carregar o laptop no dia-adia. Esta mochila é feita em poliéster, um material leve e resistente. Tem compartimento para CD e saída para fone de ouvido, espaço organizador no bolso frontal e na parte interna. À venda no site www.fico.com.br 42 •

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Byte 25: confeccionada em nylon, esta mochila tem costas e alças de ombro com acolchoado em espuma ILD de alta densidade com tecnologia Thermo-Form®. O modelo da marca Kailash tem múltiplas divisões internas que acomodam laptop, agenda, carteira, pastas, entre outros acessórios. Também possui saída para fone de ouvido e ainda dá para carregar como bolsa de mão. À venda na Fina Estampa, (11) 3024 4324 ou pelo site www.finaestampa.com.br

Air Technics: com design ergonômico, este lançamento da Jansport acompanha o contorno do seu corpo. Por conta desse diferencial, esta mochila alivia a tensão nos ombros e distribui o peso de forma uniforme. É confeccionada com Ortholite, uma espuma especial com agentes que inibem a concentração de bactérias e odor. SAC (11) 2166 8874.

Ogio Metroid Black: Esse lançamento comporta laptop de até 15 polegadas, tem bolso para mouse e para a fonte do laptop. Possui também compartimentos especiais para ipod, para passagem aérea e saída vedada para fones de ouvido. A alça de transporte é revestida em neoprene e há ainda a opção do modelo na cor Bone Gold. À venda no site monracing.ckless.com/index.asp

Prisma Pro: este lançamento da marca Alhva é ótimo para quem quer se aventurar com o seu laptop. Ele é totalmente impermeabilizado com resina e protegido com Teflon antiaderente, o que impede a passagem de líquidos, gordura e poeira. Esse sistema também protege o laptop contra a ação de humidade que provoca a proliferação de fungos. www.alhvacases.com.br

Citygear Chicago: outro modelo ergonômico que preserva a coluna de quem carrega diariamente o laptop. A mochila tem bolso frontal com chaveiro e porta-canetas, divisórias especiais para documentos e acessórios, porta-CD/DVD removível para oito discos, além de um compartimento para aparelho de CD/MP3 com saída para fones de ouvido e até compartimento para garrafa de água. Da marca Targus, ela pode ser encontrada no site www.targusbrasil.com.br • 43


diários de weber

MARCOS SOUZA ARANHA

o site tem de se adaptar a você Os primeiros modelos de Web 2.0 no Brasil pelo fundador do O Site

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s bons surfistas sabem que precisam remar antes de a onda se tornar aparente aos seus olhos se quiserem surfá-la. A tarefa não é fácil e explica por que pouca gente sentiu as oportunidades que a internet oferecia em seus primórdios. Nós, pioneiros, éramos considerados visionários, meio loucos, meio gênios. Em julho de 1998, quando participei da fundação do O Site no Brasil, as idéias eram futuristas e os recursos, primitivos. Tínhamos clareza nos objetivos, além de uma boa estratégia de negócios e gente motivada para realizar. Não tínhamos um local, telefone e nem servidor. Apenas uma grande idéia simples: criar uma mídia a partir do usuário, para ele e por ele, em que a unidade do portal se daria pela diversidade e liberdade dos conteúdos das comunidades. Seria a tal da Web 2.0? Sim, um prenúncio de para onde a internet nos levaria. Meu cartão de visitas na época tinha apenas o logo da empresa, meu nome, cargo e a frase “fale direto com o Presidente” seguida do meu celular. Isso funcionava como parte da minha estratégia de marketing, pois todos que tinham o cartão sentiam-se especiais. Porém, a verdade era que eu ainda não tinha endereço, telefone fixo, nem a documentação da empresa estava legal e fiscalmente pronta. Não tínhamos grupo de mídia forte na retaguarda, e o medo do mercado de investir no O Site era grande. As únicas coisas palpáveis eram as poucas

páginas publicadas e a confiança na minha palavra, de quem tinha 15 anos de experiência publicitária. Sou muito grato a todos que confiaram e investiram no negócio, e àqueles que desconfiaram também, pois ensinaram a nos prepararmos melhor. Em agosto, um grupo de amigos e conhecidos já escrevia, periodicamente, artigos sobre aquilo que tinham paixão. O colunista de futebol, o Zé da Bola, por exemplo, era um cônsul brasileiro que conheci na Argentina, apaixonado pelo Fluminense. Ele, como muitos outros “colunistas/blogueiros”, adoravam ter esta oportunidade de escrever para O Site, pois podiam extravasar suas necessidades de compartilhar seus conhecimentos e paixões com outros. Eles adoravam receber e-mails elogiando ou discordando. Era o “bichinho da autoria e interatividade” mordendo, sinal de que a estratégia estava funcionando. Em alguns meses, o O Site já tinha conteúdo próprio, praticamente sem custo – uma espécie de

“blogão”, organizado sob a forma de comunidades. Tudo isso ocorria no computador pessoal do meu quarto, e o portal rodava como minha página pessoal dentro do UOL. Isso mesmo: no começo, a audiência ia para o concorrente, pois não tínhamos condições de ter um servidor próprio. Naquela época, com o boca-a-boca, chegamos a ter mais de cem mil hits na home. Foram somente 18 meses entre a primeira publicação e a abertura de capital na Nasdaq-NY (a bolsa de valores eletrônica dos Estados Unidos). Com a experiência, passei a acreditar que os negócios que tiveram e terão sucesso partem da necessidade do ser humano de relacionar-se e servir outras pessoas. Minha empresa adquiriu a forma de consultoria, mas minha paixão pelas tecnologias que unem e relacionam os seres permanece a mesma. Marcos Souza Aranha foi fundador e presidente de O Site e hoje é consultor de desenvolvimento de Negócios e Capital Humano na OW4Y Consulting. 1 StockPhotos


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O dono da

agenda O maior segredo do mundo dos negócios não é cumprir todos os compromissos, mas saber como priorizá-los e até dizer “não” Juliana Mariz

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pior inimigo de um homem de negócios é o tempo. As 24 horas muitas vezes parecem insuficientes e verdadeiros obstáculos para o cumprimento das tarefas. Quem enfrenta essa jornada acaba sendo um domador de ponteiros ao tentar equilibrar a rotina com compromissos profissionais e pessoais. Em nome da produtividade e da qualidade de vida, a habilidade para organizar as obrigações virou tema de livros, cursos e bate-papos. O profissional que sabe administrar seu tempo é reconhecido por estar mais apto a cumprir metas e gerenciar equipes. Gerenciar o tempo significa aumentar a produtividade. Tal capacidade, no entanto, é fruto de muito treino, testes de metodologia e ajustes diários. Até encontrar seu próprio sistema, há gurus que ajudam você a contar melhor os minutos. Stephen Covey, autor do best-seller Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, tem seguidores em todo o mundo. Um dos hábitos apregoados por ele e avaliado como um dos mais importantes é priorizar as tarefas que mais importam. Assim não se perde tempo com o que é facultativo. Segundo Christian Barbosa, diretor executivo da empresa Tríade do Tempo que presta consultoria e dá workshops sobre o assunto, o mundo hoje vive uma síndrome de urgência sem

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Ilustração: André Felix


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Dicas para organizar melhor o seu tempo

precedentes. “Estamos acostumados a deixar tudo para a última hora, e só nesse momento damos a devida prioridade. Um dia, a tarefa urgente já foi apenas ‘importante’, ou seja, tinha tempo para ser realizada, mas por negligência acabou se tornando urgente. Esse processo cíclico se torna um dos fatores da desorganização das atividades.” Para se organizar, é fundamental identificar onde estão os “ladrões da hora”. Reuniões intermináveis e sem foco, e-mails mal gerenciados, interrupções freqüentes e falta de planejamento das tarefas diárias são alguns dos gargalos. “As reuniões têm de ser planejadas. Com conteúdo, hora pra começar e acabar. Na empresa, não temos o hábito do café, momento também de dispersão. Isso não acontece porque o escritório é todo

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aberto, facilita o acesso às pessoas e as tomadas de decisões”, afirma Washington Fray, diretor comercial para a América Latina da Alldora Tecnologia, especialista em outsourcing de impressão. As obrigações têm de ser planejadas com antecedência e devem ser anotadas em uma ferramenta, como agenda, Outlook, caderno, smartphone. Marcelo Necho, CEO da Graber Rastreamento, circula com uma agenda de hoje até daqui 12 meses em uma pasta. “Cada plástico tem um papel com todos os dias de um mês. Nesse plástico também coloco algum convite importante ou feira de que irei participar.” Além da agenda de papel, a tecnologia é outra grande aliada no controle das tarefas, só precisa ser utilizada corretamente. “É preciso que a pessoa entenda se tem

facilidade ou não com tecnologia. É muito comum ver pessoas habituadas com meios convencionais sendo obrigadas a utilizar recursos como o Microsoft Outlook. Muitas vezes essas ferramentas acabam sendo mais improdutivas do que se utilizassem seu caderno básico”, diz Barbosa. Ivani Otani, diretora-geral da Aquanima Brasil, diz que evita responder e-mails pelo Blackberry. “Não quero que as pessoas achem que estou sempre disponível e que vou responder na hora.” Ela credita boa parte da sua organização à eficiente secretária. “É fundamental ter uma assistente competente. Ela cuida de assuntos pessoais, como a emissão de uma passagem, por exemplo, que me tomaria muito tempo”, diz Ivani, que acostumou a fazer suas próprias unhas, à meia-noite, para ganhar tempo.

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Escolha uma ferramenta (agenda, Palm, Outlook, Neotriad ou caderno) que o ajude a tirar as pendências e tarefas da cabeça, centralizando tudo em um lugar confiável.

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Estabeleça objetivos. Se você quer ter mais tempo na sua vida é importante saber o que gostaria de alcançar.

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Reserve 15 minutos na semana para planejar os próximos 7 dias. Antecipe eventuais problemas que possam surgir. Veja se pode antecipar algo para suas reuniões e crie atividades importantes para seu equilíbrio pessoal.

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Organize seu local de trabalho, sua papelada, suas revistas e seus armários. Estima-se que uma pessoa gasta 40 minutos por dia localizando informações. Saiba dizer “não”. O pior “não” é aquele que você diz para si mesmo em razão do “sim” que disse para outras pessoas.


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no celular de... Galileu Vieira, gerente de Inovações da Microsoft Brasil

The Dave Matthews Band Minha relação com esse grupo é muito emocional, por eu ter crescido com o som dessa galera. A minha música preferida é #41, mas tenho tudo o que eles fizeram. Para ser ouvido a qualquer hora do dia.

FooFighters ©3

Telejornais Graças ao Windows Mobile, posso assistir ao noticiário, normalmente os da CNN ou GloboNews, enquanto espero no aeroporto ou estou no táxi. Assim, me mantenho informado.

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Não faltam músicas dessa banda no meu celular porque são pura adrenalina. Uso inclusive em apresentações, para espantar o cansaço e manter a animação da platéia.

Windows Live Space Para postar as fotos das minhas viagens e apresentações e dividilas com os amigos e a família. Tiro a foto com o celular mesmo e já transmito para o meu site. Tudo rápido e prático. 50 •

Esporte Pelo celular, programo a gravação dos jogos de basquete e futebol que não quero perder. Normalmente, assisto às partidas do Los Angeles Lakers, nos Estados Unidos, e aos jogos do São Paulo (mas meu time de coração é o Avaí, da segunda divisão). 1,2,3 e 4 Divulgação


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