PROJECTOEDUCATIVO

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eu, nós, o mundo: uma construção permanente trabalho | respeito | responsabilidade | diálogo | participação | ecologia

PROJECTO EDUCATIVO

2010 – 2013


Projecto Educativo

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Índice Introdução ........................................................................................................................................................... 3 Capítulo I – Contextos ......................................................................................................................................... 4 1.

Contexto local / socioeconómico ............................................................................................................ 4

2.

Contexto escolar ...................................................................................................................................... 8 

Jardim-de-Infância de S. Domingos ................................................................................................... 10

Jardim-de-Infância de Aldriz .............................................................................................................. 10

Jardim-de-Infância de Ordonhe......................................................................................................... 11

Jardim-de-Infância de Igreja .............................................................................................................. 11

Jardim-de-Infância de Candal ............................................................................................................ 12

Jardim-de-Infância de Souto.............................................................................................................. 12

Jardim-de-Infância de Pousadela ...................................................................................................... 13

EB /JI de Arraial.................................................................................................................................. 13

EB 1/JI de Carvalhal ........................................................................................................................... 14

EB 1 de Aldriz ..................................................................................................................................... 14

EB 1 de S. Domingos .......................................................................................................................... 15

EB 1 de Pousadela ............................................................................................................................. 15

EB 1 de Souto..................................................................................................................................... 16

EB 2/3 de Argoncilhe ......................................................................................................................... 16

Instalações e Grau de Conservação ................................................................................................... 17

Capítulo II – Filosofia e Valores ......................................................................................................................... 18 Capítulo III – Objectivos Gerais e Metas............................................................................................................ 21 Capítulo IV – Prioridades e Estratégias.............................................................................................................. 25 Capítulo V – Acompanhamento e Avaliação ..................................................................................................... 27 Conclusão .......................................................................................................................................................... 28 Referências Bibliográficas.................................................................................................................................. 29

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Introdução O Projecto Educativo, enquanto instrumento do exercício de autonomia de uma instituição escolar, é um documento que consagra, para um horizonte de três anos, a orientação educativa de um Agrupamento de Escolas, explicitando os princípios, os valores, as metas e as estratégias que orientam o cumprimento da sua função educativa. Desta forma, apresenta-se como a expressão da identidade da comunidade, como aglutinador da diversidade que a compõe, impondo um sentido de acção educativa e afirmando a sua autonomia. A organização escolar apresenta características específicas, onde se inter-relacionam várias estruturas e múltiplos intervenientes: alunos, pessoal docente, pessoal não docente, pais e comunidade em geral (Brito, 1998: 12), pelo que a sua autonomia não é um dado adquirido, mas sim algo que se vai construindo; consiste então na capacidade que a escola tem, enquanto sistema da acção concreta, de gerir as relações com o exterior, e de produzir internamente a sua identidade, a sua singularidade (Pinto, 2006: 30). Sendo a expressão da identidade da escola, “ o Projecto Educativo de Escola funciona como ordenador de toda a vida escolar, dotando-a de coerência e de uma intencionalidade clara” (Vilar, 1993: 52), sendo condição essencial a sua planificação como eixo vertebrador e a luz que ilumina toda a vida da comunidade educativa de uma determinada escola, pelo que deverá ser um produto específico que reflecte a realidade interna, embora tendo como referência um contexto mais amplo que a influencia (Vilar, 1993: 30-31). A elaboração deste documento partiu de um diagnóstico ao nível dos problemas e necessidades sentidos por toda a comunidade educativa. Assim, começaremos por fazer a caracterização do meio onde se situa o Agrupamento de Escolas de Argoncilhe, faremos uma breve apresentação do Agrupamento até aos nossos dias e procederemos à sua caracterização, ainda que sumária. Apresentado o Agrupamento que temos, segue-se o Agrupamento que queremos, sua missão e valores. No quadro dos princípios e valores que orientam a acção educativa deste Agrupamento, definiremos objectivos gerais, prioridades e estratégias. Por fim, estabeleceremos o modo como este projecto será avaliado.

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Capítulo I – Contextos 1. Contexto local / socioeconómico O Agrupamento de Escolas de Argoncilhe abarca as freguesias de Argoncilhe, Nogueira da Regedoura e Sanguedo – de onde é oriunda a maioria dos alunos do Agrupamento. Estas três localidades situam-se no distrito de Aveiro, a Noroeste do concelho de Santa Maria da Feira, ao qual pertencem, conforme ilustra a figura 1. Este integra a área metropolitana do Porto, sendo que as freguesias de Argoncilhe, Sanguedo e Nogueira da Regedoura confinam com os concelhos de Espinho e Vila Nova de Gaia.

Figura 1- Mapa do Concelho de Santa Maria da Feira.

As três freguesias, anteriormente referidas, compõem um núcleo populacional de dimensão substancial que, ao longo dos anos, tem vindo a aumentar, conforme se expõe no quadro 1. População Residente

Projecção

1991

2001

2011

Argoncilhe

8318

8605

9299

Nogueira da Regedoura

4259

5026

5755

Sanguedo

3154

3542

4049

Quadro 1 - População residente em 1991 e 2001 e projecção da população em 2011, em número de habitantes (Fonte: Câmara Municipal de Santa Maria Feira, 2005).

Argoncilhe tem uma área de 8,7 Km2, cerca de 10 mil habitantes e é a freguesia do concelho de Santa Maria da Feira mais próxima da cidade do Porto. Situada junto da EN1, está bem servida de acessos rodoviários, o que facilita a mobilidade dos habitantes. A 14 de Abril de 1985, Argoncilhe ganha o estatuto de Vila, um marco determinante dado que, desde essa data, tem vindo a apresentar um desenvolvimento significativo. 4


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A origem da Vila remonta a época pré-romana, tendo como característica, desde os tempos medievais, a sua ligação a Grijó. Em 1093, Argoncilhe foi uma das sete terras doadas ao Mosteiro de Grijó. Desde sempre, a agricultura foi a actividade principal de Argoncilhe, mas, a partir do século XX, surgiram as primeiras indústrias, na área das madeiras e da serralharia. A partir dos anos 30, aparecem, em maior número, as pequenas indústrias. Nesta altura, ganha importância o fabrico do prego para a tanoaria, responsável pela criação de um elevado número de postos de trabalho, bem como pela difusão das artes para a construção civil. A exploração do volfrâmio foi também um marco muito importante na história da vila, entre 1939 e 1945, responsável por grandes negócios, mas também pela emigração para a Venezuela, Brasil, França e Alemanha. A chegada da electricidade à freguesia, em 1951, permitiu um avanço industrial e

possibilitou a mecanização e modernização na agricultura. Em 1960, surge em grande número a emigração para França e Alemanha. Este fluxo emigratório trouxe a desvantagem da fuga da mão-de-obra, mas por outro lado originou uma boa fase de desenvolvimento, uma vez que, para além do afluxo de dinheiro, trouxe também novas ideias e processos mais desenvolvidos para o progresso em Argoncilhe. Argoncilhe foi adquirindo condições de base para o desenvolvimento e progresso da sua terra. Actualmente, existe um alargado conjunto de colectividades, iniciativas culturais e projectos, que promovem a difusão do nome de Argoncilhe. A construção da auto-estrada A32, que atravessa Argoncilhe, permite melhores acessos ao interior do concelho e maior fluxo de tráfego a passar pela Vila, podendo constituir mais um importante marco na sua evolução. Argoncilhe destaca-se por ter o maior número de colectividades culturais e recreativas do concelho. São associações prestigiadas o Rancho Regional de Argoncilhe, a Casa da Gaia (música regional; teatro; ballet; dança; ginástica), o Grupo Musical Estrela de Argoncilhe (dança, música, desporto federado de atletismo e xadrez) e o grupo de teatro amador A Flor de Aldriz. Sanguedo tem 4,31 km² de área e cerca de 4 mil habitantes, de entre os quais se destacam comunidades ciganas, que têm vindo a aumentar. Neste momento, ainda mantém o estatuto de Aldeia. O nome „Sanguedo‟ surge de uma abundância da planta conhecida por „Sanguinho-Bravo‟ por aqueles lados. Os documentos mais antigos já se referem a esta freguesia pelo ano de 897, com seu mosteiro de São Cristóvão e Santa Eulália. A Igreja Matriz de Santa Eulália de Sanguedo é um edifício de proporções médias. A construção do imóvel remonta ao século VIII, com a excepção da capela-mor e de uma torre, que só aparecem no século XIX. No alto do monte de S. Bartolomeu, há uma capela do mesmo Santo e, ao longo do caminho que lhe dá acesso, podemos apreciar um conjunto de catorze cruzes em granito, constituindo um Calvário. Esta freguesia deu outrora abrigo a uma comunidade religiosa de freiras clarissas. Num passado recente, Sanguedo terá vivido da agro-pecuária; hoje, porém, a realidade é diferente, notabilizando-se a freguesia pela industrialização, da qual são exemplo as fábricas de cartão, e pela crescente urbanização. 5


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Em Sanguedo, desenvolvem as suas actividades o CASTIIS (Centro de Assistência Social à Terceira Idade e Infância de Sanguedo), a Biblioteca, a Juventude de Sanguedo, o Rancho Folclórico de Santa Eulália de Sanguedo, a Cruz Vermelha, a Associação Desportiva e Cultural e a União Columbófila. Nogueira da Regedoura situa-se no extremo Noroeste do concelho de Santa Maria da Feira, confinando com Vila Nova de Gaia, a Norte, e Espinho, a Oeste. Tem uma área de 4,8 Km 2 e cerca de 5 mil habitantes. Adquiriu o estatuto de Vila a 13 de Maio de 1999.

As origens da actual freguesia de Nogueira da Regedoura, remontam, segundo os registos mais antigos, ao ano 1037, anterior, portanto, à própria nacionalidade, surgindo nesses documentos como Villa Nugária e Villa de Pousada. A definição Regedoura, primeiro Rugidoura, deve-se certamente ao elevado número de ribeiras que proliferavam pela pequena localidade. A população era humilde, mas de uma grande dedicação ao trabalho, dedicando-se à produção do milho e do feijão. Durante anos, Nogueira da Regedoura foi uma aldeia agrícola e de constante luta diária comum. O artesanato granjeou um lugar de destaque nas actividades culturais da freguesia. A partir dos fins do século passado, as tecedeiras nogueirenses carregavam à cabeça para o Porto as suas teias coloridas, saídas de teares ancestrais e manuais, de algodão de cores, trabalhadas por autênticas mãos de fadas. No regresso a casa, as mesmas carregavam as tramas ou fios para urdir as novas teias. Em Nogueira da Regedoura existiam também vários moinhos rústicos, bem como uma fábrica de telha, que adquiriu prestígio a nível nacional, por volta dos séculos XVI e XVII. Esta freguesia evidenciou-se ainda pelo fabrico de papel de embrulho, que mais tarde veio a ser aproveitado para o fabrico de sacos de papel. Existiam na localidade pessoas dedicadas ao fabrico de bombas artesanais de tirar água, através de um furo num tronco de pinheiro. As mulheres subiam aos pinheiros, para derrubar pinhas, que eram utilizadas nos fogões e fornos para cozer o pão. Já os homens dedicavam-se a serrar e rachar pinheiros e eucaliptos, barrotes, ripas e tábuas, para o uso de casas e mobílias. O ex-libris era, todavia, o tradicional fasquio, utilizado na construção de paredes de interiores das casas e dos respectivos estuques. Nesta freguesia, havia quem se dedicasse à construção de carros de bois, canastros e espigueiros. O comércio era quase inexistente. Hoje em dia, Nogueira da Regedoura já não é apenas uma freguesia que vive só da agricultura. A sua população cresceu significativamente e já dispõe de vários estabelecimentos comerciais e alguns serviços, nomeadamente uma unidade de saúde, farmácia, vários consultórios, um laboratório de análises clínicas, o Centro Social Luso Venezuelano, o Centro Social S. Cristovão , o Centro Cultural e Recreativo de Pousadela, o Rancho Folclórico S. Cristovão, entre outros. Na indústria tem especial relevo a indústria transformadora da cortiça, as madeiras, a construção civil, os têxteis e a indústria do artesanato. Em suma, acompanhando o que se passa na maior parte do território português, o paradigma social e económico destas freguesias tem-se alterado gradualmente ao longos dos anos. O tecido económico do meio é composto por empresas do sector secundário e terciário. Ao nível da indústria, predominam as áreas da cortiça e da cerâmica. Em termos de serviços, prevalecem as empresas ligadas à restauração e à indústria alimentar, nomeadamente restaurantes, pastelarias e cafés. A mão-de-obra utilizada é, na grande maioria, pouco qualificada, reflectindo-se, não 6


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raro, em salários baixos, precariedade laboral e poucas expectativas profissionais. Concomitantemente, o meio sociocultural é desfavorecido, sendo que, de um modo geral, as famílias apresentam níveis de literacia deficitários e diminutas expectativas face à escola. Saliente-se, ainda, que, seguindo a tendência nacional, o desemprego é também uma marca acentuada das freguesias desta região, pelo que um número considerável dos agregados familiares subsiste do rendimento social de inserção.

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2. Contexto escolar O Agrupamento de Escolas de Argoncilhe é uma instituição de Ensino Público, da Educação Pré-Escolar ao 3.º ciclo do Ensino Básico, que foi homologado por Despacho do Director Regional de Educação do Norte, datado de 19 de Abril de 2002, tendo iniciado funções como tal no ano lectivo de 2002/2003. Dele fazem parte os jardins-de-infância da rede pública e as escolas do 1.º ciclo das freguesias de Argoncilhe e Sanguedo. Mais recentemente, no ano lectivo de 2006/2007, os jardins-de-infância e estabelecimentos do 1.º ciclo de Pousadela e Souto, pertencentes à freguesia de Nogueira da Regedoura, agruparam-se também, completando a constituição do Agrupamento. Por força da reorganização curricular, a Escola EB 1 das Cavadas, em Argoncilhe, fechou no final do ano lectivo 2009/2010, reduzindo o número total de escolas pertencentes ao Agrupamento para 14, distribuídas pelas três freguesias da forma que se apresenta no quadro 2. Este Agrupamento tem como sede a Escola Básica 2/3 de Argoncilhe.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ARGONCILHE ARGONCILHE

SANGUEDO

NOGUEIRA DA REGEDOURA

JI Aldriz

Ordonhe

JI/EB1

EB1 EB2/3

S. Domingos

Candal

Carvalhal

Aldriz

S.Domingos

Igreja

Pousadela

Souto

Arraial

-----

-----

----------

Pousadela

Souto

Argoncilhe Quadro 2 - Estabelecimentos que fazem parte do Agrupamento de Escolas de Argoncilhe.

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Figura 2 - Distribuição Geográfica do Agrupamento.

A figura 2 apresenta a distribuição geográfica dos estabelecimentos do Agrupamento, sendo que surgem assinaladas com A os que pertencem à freguesia de Argoncilhe, com S os que se referem à freguesia de Sanguedo e com N os que fazem parte da freguesia de Nogueira da Regedoura. A amarelo estão assinalados os jardins-de-infância; a azul, as escolas do 1.º ciclo; a verde, os jardins-de-infância e escolas de 1.º ciclo que funcionam no mesmo espaço; e a vermelho, a escola de 2.º e 3.º ciclos. Este estabelecimento surge assinalado com um símbolo destacado, representando a sede do Agrupamento.

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Jardim-de-Infância de S. Domingos O Jardim-de-Infância de S. Domingos, situado na Freguesia de Argoncilhe, está instalado num edifício construído de raiz e inaugurado em 20/09/2003. É composto por um hall de entrada, três salas da aula, uma sala polivalente (que funciona como cantina e espaço de prolongamento) um gabinete destinado ao corpo docente ao atendimento dos Encarregados de Educação, uma cozinha e duas arrecadações, estando uma delas destinada para guarda do gás. Existem quatro casas de banho: duas para as crianças, uma para deficientes e uma para

Jardim-de-Infância Praceta Eleito Local, 4505-014 – Argoncilhe Telf: 227448137

adultos. Possui um recreio exterior e um parque infantil pouco equipado, atendendo a que apenas tem uma torre inserida numa área com pavimento almofadado.

Jardim-de-Infância de Aldriz O Jardim-de-Infância de Aldriz, situado na Freguesia de Argoncilhe, tem em funcionamento uma sala de aula, um gabinete de apoio aos alunos, duas casas de banho, uma para os adultos e outra para as crianças, uma arrecadação e um recreio. De salientar que, apesar de ser um espaço pequeno, está em bom estado de conservação.

Jardim-de-Infância de Aldriz Travessa Augusto Sousa Pinto, 4505-023 – Argoncilhe Telf: 227440733

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Jardim-de-Infância de Ordonhe O Jardim-de-Infância de Ordonhe, situado na Freguesia de Argoncilhe, está instalado num edifício tipo Plano do Centenário1, composto por duas salas de actividades, duas salas de apoio e uma arrecadação.

Possui dois halls de

entrada que dão acesso a cada uma das salas. Existem quatro casas de banho para crianças e duas para adultos. Possui um recreio exterior com parque infantil, balizas e um alpendre. Jardim-de-Infância de Ordonhe Rua das Escolas de Ordonhe, 4535-093- Mozelos Telf: 227440699

Jardim-de-Infância de Igreja O Jardim-de-Infância de Igreja, situado na Freguesia de Sanguedo, está instalado num edifício construído sensivelmente há trinta anos. O edifício é composto por duas salas de actividades que não comunicam entre si pelo interior do edifício. A cada sala está anexo um estreito corredor e um gabinete multifuncional. Possui duas casas de banho não diferenciadas para crianças ou adultos. Existe um recreio exterior e um parque

Jardim-de-Infância de Igreja Rua da Escola, 4505-601-Sanguedo Telf- 227440688

infantil com pavimento almofadado. A cantina funciona numa sala modular instalada desde 2009 no recreio exterior.

O Plano dos Centenários constituiu um projecto de construção de escolas em larga escala, levado a cabo pelo Estado Novo em Portugal, entre as décadas de 1940 e de 1960. O plano deve o seu nome ao terceiro centenário da Restauração da Independência e ao oitavo centenário da Independência de Portugal, comemorados, respectivamente em 1940 e1943. A construção das escolas foi levada a cabo pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais do Ministério das Obras Públicas. No âmbito do Plano dos Centenários, até ao final da década de 1950, foram construídos mais de 7000 edifícios escolares novos, que incluíam um total superior a 12 000 salas de aula. A construção de escolas em larga escala continuou até meados da década de 1960. Quase todas as cidades, vilas e aldeias de Portugal passaram a dispor de uma ou mais escolas do Plano dos Centenários, o que permitiu diminuir acentuadamente o analfabetismo e aumentar o ensino obrigatório de três para quatro anos em 1960 e para seis anos em 1967. As escolas do Plano dos Centenários, com a sua arquitectura típica, acabaram por se tornar numa imagem de marca de Portugal, existindo pelo menos um exemplar em quase todas as povoações do país. As escolas foram construídas, segundo o estilo arquitectónico conhecido como "Português Suave, incorporando características da arquitectura tradicional. Foram estabelecidas tipologias-base, que seriam adaptadas às condições locais, segundo o número de alunos a receber e o clima da região. Normalmente, cada escola englobava duas ou quatro salas de aula, uma cozinha, instalações sanitárias e um alpendre (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_dos_Centenários). 1

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Jardim-de-Infância de Candal O Jardim-de-Infância de Candal, situado na Freguesia de Sanguedo, está instalado num edifício tipo urbano, construído aproximadamente há doze anos. O edifício é composto por um hall de entrada, uma sala de actividades, um gabinete de apoio para atendimento aos Encarregados de Educação, um refeitório, uma casa de banho para as crianças e uma para os adultos. Existe um recreio

Jardim-de-Infância de Candal Rua do Espinhal, nº 259, 4505-616 – Sanguedo Telf- 227444219

exterior e um pequeno parque infantil inserido

numa área

restrita com pavimento almofadado.

Jardim-de-Infância de Souto O Jardim-de-Infância de Souto, situado na Freguesia de Nogueira da Regedoura, está instalado num edifício de raiz, composto por duas salas de actividades, uma cozinha e uma arrecadação, que funciona como sala de apoio. Existem dois halls de entrada que dão acesso a cada uma das salas, assim como duas casas de banho para as crianças e duas para os adultos. Possui um recreio exterior, um parque infantil, inserido numa área com pavimento almofadado e um logradouro. Este

Jardim-de-Infância do Souto

Jardim-de-Infância aguarda transferência para novas instalações

Rua Sr.ª da Hora, nº100, 4500- 766 Nogueira da Regedoura Telf - 227641381

onde funcionará também a EB1 de Souto.

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Jardim-de-Infância de Pousadela O Jardim-de-Infância de Pousadela, situado na freguesia de Nogueira da Regedoura, está instalado num edifício tipo Plano Centenário, composto por duas salas de actividades, dois halls de entrada, que dão acesso a cada uma das salas e respectivas casas de banho. No exterior existe uma pequena arrecadação bem como um recreio vedado, a rodear toda a escola, no qual está inserida uma pequena área com pavimento almofadado e um equipamento lúdico (escorregão). Existe

Jardim-de-Infância de Pousadela Rua Joaquim

também um baloiço, mas implantado numa área

Domingues Maia, nº1699 4500-744 Nogueira da Regedoura Telf- 227443491

sem

pavimento adequado. Nas traseiras da escola havia um alpendre, que foi fechado e transformado numa sala de apoio.

EB /JI de Arraial A EB de Arraial situada na Freguesia de Sanguedo. É um edifício de Plano Centenário, que se encontra em obras de restauro e ampliação. Inicialmente, a escola era composta por seis salas de aula, uma pequena sala para reuniões, nove casas de banho destinadas a alunos, dois halls de entrada, uma pequena área coberta nas traseiras do edifício, que em tempo de chuva servia de recreio e um outro espaço maior, exterior, também situado nas

EB/JI de Arraial Rua Principal, nº1361 4505-583 Sanguedo Endereço Electrónico: eb1arraial@sapo.pt Telf. 910718544

traseiras, para recreio. Existia ainda, um edifício contíguo destinado à cantina, não funcionando como tal. Nesse espaço estava instalada a Biblioteca uma sala para o ensino Pré-escolar.

Actualmente, os alunos desta escola encontram-se distribuídos por dois pólos: Pólo do Campo de Futebol e Pólo da Juventude de Sanguedo. No Pólo do Campo de Futebol funcionam cinco turmas do 1º ciclo e uma do Pré-escolar, estando os alunos distribuídos por quatro salas modulares e duas salas de raíz. No Pólo da Juventude, as restantes turmas ocupam três salas do edifício. Futuramente projecta-se para esta escola um centro escolar com dez salas de aula, um gabinete para os alunos, seis casas de banho, sendo duas para professores e quatro destinadas às crianças, uma cantina, dois recreios e dois espaços, um destinado ao funcionamento de uma Biblioteca da Rede Escolar e outro como sala multiusos.

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EB 1/JI de Carvalhal A EB de Carvalhal situada na Freguesia de Argoncilhe. É um edifício de Plano Centenário. Esta escola é composta por quatro salas, sendo duas no rés-do-chão e duas no 1º andar. Possui ainda, dois cobertos fechados, onde um funciona como cantina e, três casas de banho, sendo uma para meninos, outra para meninas e uma outra para adultos. Existe um espaço exterior que serve de

EB Rua das Escolas 4505-122 Argoncilhe Endereço Electrónico: eb1jicarvalhalargoncilhe@gmail.com Telf.: 227640650

recreio, apetrechado com um parque infantil.

EB 1 de Aldriz A EB de Aldriz, situada no lugar homónimo da freguesia de Argoncilhe. É composta por um edifício, um recreio, nas traseiras e, por alguns espaços verdes. No edifício existe quatro salas de aula, um outro espaço onde decorrem as sessões de apoio educativo, ensino especial e terapia da fala, um refeitório, um polivalente, seis casas de banho, quatro servem os alunos, uma para professores e assistentes operacionais e uma outra, para deficientes e um recreio exterior nas traseiras da escola.

EB1 de Aldriz Rua do Teatro de Aldriz, 4505- 110 Argoncilhe Telf – 227440697 Endereço electrónico: eb1aldriz@gmail.com Blogue: http://eb1aldriz.blogspot.com/

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EB 1 de S. Domingos A escola EB de S. Domingos é um edifício de Plano Centenário. Anteriormente, esta escola era composta por quatro salas de aula, um salão polivalente, onde funcionavam as aulas de apoio, biblioteca, informática e a cantina, um quarto de arrumos, uma casa de banho para meninos, outra para meninas e uma casa de banho para crianças com mobilidade física reduzida. Existia uma pequena área coberta de recreio além do espaço descoberto.

EB1 de S. Domingos Rua Professora D. Clotilde, nº 575 4505-156 Argoncilhe

Neste momento, esta escola está a sofrer obras de ampliação e remodelação, durante as quais as aulas estão a funcionar em sete salas modulares, colocadas na EB2/3 de Argoncilhe. Os alunos usufruem das condições da EB2/3.

Futuramente, a escola será um Centro Escolar com oito salas de aula, sala de coordenação, ginásio, balneários, sala polivalente, refeitório e sala de reuniões. Estes espaços serão distribuídos entre o rés-do-chão e o 1º andar. Haverá ainda recreio coberto e descoberto.

EB 1 de Pousadela A Escola EB de Pousadela é um edifício constituído por dois sectores, com entradas independentes. Um dos sectores é constituído por quatro salas de aula, uma das quais está equipada com quadro interactivo, sendo utilizada como um espaço multifuncional. Ainda neste sector, existe um pequeno gabinete e instalações sanitárias. O outro sector é constituído por duas salas de aula, uma sala para refeitório e outra, a funcionar como biblioteca e um pequeno gabinete e duas casas

EB1 de Pousadela Rua das Alminhas, nº 736 4500 Nogueira da Regedoura Telf - 227647741

de banho. A escola possui uma área de recreio descoberta e uma parte coberta e fechada nas traseiras, onde existe uma pequena sala que funciona como arrecadação.

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EB 1 de Souto A EB de Souto é um edifício de Plano Centenário, a sofrer obras de restauro e de ampliação. Anteriormente, a escola possuía quatro salas, um pátio coberto, arrumos, cinco casas de banho, um refeitório, uma área aberta onde funcionava o recreio. Actualmente, as aulas funcionam em cinco salas modulares, existe um pavilhão para a cantina e dois espaços para casas de banho. Existe ainda um local para o apoio educativo e um terreno de terra batida que funciona como espaço de recreio.

EB1 de Souto Rua das Camélias, nº225 4500 Nogueira da Regedoura Telf. 227647644 /9152220757

Futuramente, a escola será constituída por dois edifícios no mesmo espaço. Um de Plano Centenário, onde funcionarão quatro salas de aula, refeitório, espaços para arrumos e máquinas.

O novo edifício terá três salas para o ensino Pré-escolar Jardim, casas de banho, um espaço destinado a Artes Plásticas, uma copa, uma sala de professores e outra para arrumos. Tudo no rés-do-chão. No 1º andar, terá quatro salas de 1º ciclo, um polivalente, casas de banho, uma sala de professores, outra sala de arrumos e ainda um espaço para o funcionamento de uma biblioteca da Rede Escolar. Os dois pisos comunicarão por escadas exteriores e por um elevador. Haverá espaços exteriores para recreio.

EB 2/3 de Argoncilhe A EB 2/3 de Argoncilhe, que iniciou a sua actividade no ano lectivo de 1996/1997, é a escola sede do Agrupamento e nela funcionam os 2.º e 3.º ciclos de ensino. A escola dispõe de 28 salas de aula, entre as quais se encontram os laboratórios onde são ministradas as disciplinas ligadas às Ciências, 6 gabinetes de apoio à prática docente, 2 salas para os alunos, 6 casas de banho para uso dos docentes, 10 para uso dos alunos, 20 arrecadações, 1 cantina, 1 espaço exterior, relativamente grande, destinado aos momentos de lazer, e 1 sala de

EB 2/3 de Argoncilhe Praceta do Eleito Local 4505-014 Argoncilhe Endereço Electrónico: info@argoncilhe.rcts.pt Página do Agrupamento : http://joomla.argoncilhe.rcts.pt/ Telf. 227455803

professores.

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Existem, ainda, 1 pavilhão gimnodesportivo e 1 campo de jogos exterior, ambos destinados às aulas de Educação Física. Os docentes desta área disciplinar têm um gabinete próprio, no espaço do pavilhão, que comporta, igualmente, os balneários e 1 sala de ginástica. Os Cursos de Educação e Formação terão salas próprias, nomeadamente os de Serviço de Mesa e Bar e de Pastelaria e Panificação, cuja especificidade das componentes práticas assim o exige, mas que, no momento, estão em fase de construção.

Instalações e Grau de Conservação Os quadros que se seguem, números 3 e 4, esquematizam a situação actual do Agrupamento, ao nível das

instalações dos diferentes estabelecimentos e do seu grau de conservação.

Quadro 3 - Instalações das escolas do Agrupamento Salas de Aula

Gabinetes Docentes

JI Aldriz

Bom

JI Candal

Razoável

Razoável

Bom

Bom

JI Igreja JI Ordonhe

Razoável

JI Pousadela

Razoável

Casas de Banho

Alunos Bom

Razoável

Docentes

Alunos

Bom

Bom

Razoável

Razoável

Bom

Bom

Razoável

Razoável

Razoável

Arrecadações

Recreio

Razoável

Razoável

Bom

Razoável

Razoável

Mau

JI São Domingos

Bom

Bom

Bom

Bom

Bom

JI Souto

Mau

Mau

Mau

Mau

Mau

EB 1 / JI Arraial

Cantina

Sala de Professores

Bom Bom

Bom

Razoável

Razoável Bom

Bom

Bom Mau

Em fase de requalificação. Funciona em salas modulares e espaços cedidos por associações.

EB 1 / JI Carvalhal

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

EB 1 Aldriz

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Bom

Bom

Bom

Razoável

Razoável

Razoável

Bom

Bom

Bom

EB 1 Pousadela EB 1 S. Domingos

Em fase de requalificação. Funciona em salas modulares na EB 2,3.

EB 1 Souto EB 2/3 de Argoncilhe

Em fase final de requalificação. Funciona em salas modulares num terreno contíguo à Escola. Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Quadro 4: Grau de conservação das instalações das escolas do Agrupamento

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Projecto Educativo

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Capítulo II – Filosofia e Valores É um lugar-comum ouvir-se dizer que vivemos num mundo global, na sociedade da informação, na economia do conhecimento. Porém, tais expressões não espelham senão a mais pura constatação de uma complexa e irreversível realidade. Catalisada pelos progressos tecnológicos e científicos, a globalização do mundo trouxe inevitavelmente novos desafios à vida das sociedades contemporâneas, exercendo sobre um dos núcleos nevrálgicos do seu desenvolvimento – os sistemas educativos – uma maior pressão, sobretudo no que toca aos padrões de sucesso e de excelência. Paralelamente, a massificação do ensino, no quadro de alguma fragmentação e complexidade das sociedades actuais, tem confrontado a escola com a necessidade de cumprir um leque muito variado de missões sociais, gerando-se alguns equívocos acerca do seu papel central: ensinar e fazer aprender o thesaurus cultural herdado, a par de uma cidadania livre e responsável (Conselho Nacional de Educação, 2007: 158) e melhorar o nível das aprendizagens de todos os seus alunos. Neste contexto, pela transversalidade e importância que assumem na sociedade da informação em que vivemos e no currículo escolar, as competências básicas da leitura, da escrita e do cálculo constituem instrumentos essenciais de acesso e de sucesso em outras aprendizagens e saberes, bem como são factores de desenvolvimento individual e de progresso colectivo. Por extensão, a Educação Pré-escolar e o 1.º Ciclo do Ensino Básico são o ponto de partida do processo de ensino/aprendizagem dessas competências, onde se fundam os alicerces académicos de todo o edifício escolar, assumindo, ao longo do percurso educativo dos nossos alunos, um papel crucial. Na sociedade da tecnologia e da informação, a leitura é, cada vez mais, uma actividade fundamental e incontornável. Num mundo com estas características, a ausência de leitura, tal como refere Morais (1997), constitui uma amputação no plano cognitivo, ideológico, ético, emocional e estético. “No planeta Bih não existem livros. O saber vende-se e consome-se em garrafas. A História é um líquido vermelho que parece sumo de romã, a Geografia um líquido verde mentol, a Gramática é incolor e sabe a água mineral. Não existem escolas, estuda-se em casa. Todas as manhãs as crianças, consoante a idade, têm de emborcar um copo de História, algumas colheradas de Aritmética e assim por diante. (...) Para as crianças do infantário existem rebuçados instrutivos: com sabor a morango, a ananás, a licor, e contendo algumas poesias, os nomes dos dias da semana, a numeração até dez” (Rodari, 1988: 78-79).

Se vivêssemos no planeta imaginário criado pelo autor de literatura infantil italiano Gianni Rodari, as nossas considerações seriam certamente de outro “sabor”. Mas vivemos no planeta “Bit”, o planeta da informação, onde o saber se vende e consome em sítios electrónicos, em blogues, em jornais, em revistas, em livros. A leitura é, portanto, neste planeta real da palavra escrita, uma necessidade vital e inadiável. No planeta da informação, saber ler – ler rápido, ler muito, ler bem – é um factor de desenvolvimento individual e de progresso colectivo. Ao longo de toda a escolaridade, a actividade da leitura é um factor de sucesso, constituindo, igualmente, um excelente preventivo de uma grande parte das dificuldades de aprendizagem. Cabe, pois, à escola, com o apoio da família e de toda a comunidade, o estimulante desafio de cultivar o prazer da leitura e de despoletar o interesse e o gosto pelo livro. 18


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A cultura é indissociável da leitura, da pedagogia, do conhecimento. A escola básica tem como função acautelar a todos os alunos, sobretudo aos que vivem em meios social e economicamente carenciados, o acesso a um saber cultural mínimo garantido (Baudelot e Establet, 1994). A cultura é imperecível e intemporal, é um factor de identidade, de dignidade e de qualidade de vida do ser humano. Com base neste pressuposto, defendemos uma preocupação com o conhecimento e a cultura, de modo a garantir aos alunos um saber cultural de inserção, neste mundo cada vez mais global e, não raro, desigual. O desempenho cabal da missão central da escola requer um grande trabalho, esforço e envolvimento pessoal por parte de cada criança, adolescente, jovem e adulto. Implica um comprometimento das famílias, uma crescente participação destas no processo educativo e a abertura da escola a outros elementos da comunidade local, em especial as associações culturais e cívicas e as autarquias. A escola é um elo de ligação importante de uma vasta rede social, pelo que a sua missão de serviço público apenas se concretizará quando articulada com os demais parceiros. Por conseguinte, defendemos a criação de laços com o exterior e a cooperação mútua, o estabelecimento de parcerias e protocolos, bem como a participação em projectos locais ou nacionais. Enquanto instituições às quais está confiada uma missão de serviço público, é suposto que as escolas sejam capazes de dotar cada um dos cidadãos das competências e conhecimentos indispensáveis à exploração plena das suas capacidades, necessárias à sua integração futura na sociedade e, assim, contribuir activamente para a vida económica, social e cultural do País. Ora, cumprir este importante desiderato, em condições de qualidade e de equidade, é uma tarefa complexa que exige uma intervenção eficaz, bem como o trabalho e a participação de todos com vista a atingir a mesma meta. Espera-se, por um lado, que os docentes, enquanto agentes principais responsáveis pela condução do processo de ensino e aprendizagem, promovam medidas de carácter pedagógico que estimulem o desenvolvimento harmonioso da educação, quer nas actividades da sala de aula quer nas demais actividades da escola. Por outro, (pre)supõe-se que o pessoal não docente colabore activamente no acompanhamento e integração dos alunos na comunidade educativa, incentivando o respeito pelas regras de convivência, promovendo um bom ambiente educativo e contribuindo – em articulação com os docentes, os pais e encarregados de educação – para a prevenção e resolução efectiva dos problemas comportamentais e de aprendizagem. Para além dos educadores/professores e do pessoal não docente, os pais e os encarregados de educação em especial têm a seu cargo a responsabilidade de dirigirem a educação dos seus filhos e de promoverem o desenvolvimento físico e intelectual dos mesmos. É tarefa de todos incutir nas crianças e jovens deste Agrupamento de Escolas valores essenciais à sua formação enquanto indivíduos, para que se tornem seres autónomos e capazes de uma plena integração futura numa sociedade em construção permanente. Assim sendo, é, igualmente, importante que os alunos se consciencializem da necessidade de desenvolver hábitos de trabalho, e que adoptem uma postura de responsabilidade perante a escola. Como tal, devem tornar-se indivíduos competentes, cujo comportamento se pauta por uma participação activa e pelo

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respeito ao próximo através de uma atitude que fomenta o diálogo, sem descurar a ecologia como um valor basilar na sociedade actual. Pretende-se, no fundo, gerar uma cultura de “equipa” onde cada indivíduo conta, “veste a camisola”, sabe qual é a sua função no todo, se revê no Projecto Educativo e trabalha para o mesmo fim: a qualidade das aprendizagens e dos resultados escolares. Por conseguinte, defendemos como lema do Projecto Educativo – “Eu, nós, o mundo: uma construção permanente” –, visando a participação de todos, em conjunto e sintonia, para educar aqueles que são hoje o sonho de amanhã tornado realidade. Assumimos, nesta linha, como valores que orientam a nossa acção o trabalho, o respeito, a responsabilidade, o diálogo, a participação, a ecologia. Se, tal como expressa o provérbio africano, “É preciso toda uma aldeia para educar uma criança”; na era da globalização, para educar uma criança é preciso todo um mundo. É esta ideia de mundo, isto é, um mundo que se compromete e age em harmonia lutando para o mesmo fim, que pretendemos transpor para a nossa escola.

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Capítulo III – Objectivos Gerais e Metas No quadro da missão e dos valores assumidos pelo Agrupamento, assim como dos objectivos e linhas orientadoras definidos nos programas estratégicos nacionais (Ministério da Educação, 2010), estabeleceram-se os seguintes objectivos gerais:

1.º Promover a qualidade das aprendizagens e a melhoria dos resultados escolares. Adequar a oferta educativa e formativa, respondendo aos alunos com dificuldades de 2.º aprendizagem e/ou com necessidade educativas especiais, às expectativas dos alunos e das respectivas famílias e às necessidades da comunidade. 3.º Promover uma postura responsável e adequada ao contexto escolar.

4.º Reforçar a participação das famílias e das comunidades locais.

5.º

Incrementar o gosto pela cultura, pelo conhecimento, pela promoção da saúde e pela defesa dos valores ambientais.

6.º Fomentar uma cultura de auto-avaliação contínua e sistemática.

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Para cada um destes seis objectivos foram estabelecidas as seguintes metas: OBJECTIVO

1.º Promover a qualidade das aprendizagens e a melhoria dos resultados escolares. a) Melhorar os resultados escolares: i) Aumentar a taxa de sucesso escolar das disciplinas com menor aproveitamento; ii) Aumentar as taxas de transição no 7.º ano; iii) Aumentar as taxas de transição e conclusão nos restantes anos;

b) Melhorar os resultados obtidos pelos alunos nas provas de avaliação externa: METAS

i) Aproximar os resultados dos exames nacionais aos da classificação interna final; ii) Melhorar as taxas de sucesso nas provas de aferição e nos exames nacionais de Matemática, no 6.º e no 9.º ano; iii) Manter as taxas de sucesso nas provas de aferição e nos exames nacionais de Língua Portuguesa;

c) Diminuir as taxas de abandono escolar; d) Aumentar a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no processo de ensino/aprendizagem.

2.º Adequar a oferta educativa e formativa, respondendo aos alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou com necessidade educativas especiais, OBJECTIVO às expectativas dos alunos e das respectivas famílias e às necessidades da comunidade. a) Diversificar as ofertas educativas / formativas adequando-as à realidade local; b) Consolidar a oferta formativa que tenha correspondido às necessidades;

METAS

c) Estabelecer parcerias com entidades locais; d) Rentabilizar os recursos disponibilizados para a prestação de aulas de apoio, tutoria, apoio dos Serviços de Psicologia e Orientação e Ensino Especial; e) Iniciar o Ensino Secundário.

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OBJECTIVO

3.º Promover uma postura responsável e adequada ao contexto escolar. a) Diminuir o número de participações disciplinares; b) Diminuir o número de procedimentos disciplinares, c) Aumentar o número de actividades e iniciativas em que os alunos são co-

METAS

responsáveis na sua programação e dinamização; d) Aumentar a frequência da utilização das TIC como forma de promover ambientes de aprendizagem que levem os alunos a participarem activamente na construção do seu próprio conhecimento.

OBJECTIVO 4.º Reforçar a participação das famílias e das comunidades locais. a) Aumentar a % da frequência dos encarregados de educação nas reuniões de entrega das avaliações; b) Aumentar a vinda à escola dos encarregados de educação convocados pelos educadores/ professores/ directores de turma;

METAS

c) Aumentar o número de actividades em que os encarregados de educação são convidados a assistir, participam como intervenientes e/ou são os dinamizadores; d) Estabelecer a prática do voluntariado; e) Estabelecer parcerias – públicas, privadas, associativas – com a comunidade local.

OBJECTIVO

5.º Incrementar o gosto pela cultura, pelo conhecimento, pela promoção da saúde e pela defesa dos valores ambientais. a) Aumentar as actividades que promovam o enriquecimento cultural; b) Aumentar as actividades que envolvam a Biblioteca e os projectos existentes no Agrupamento; c) Participar

em

concursos

e

iniciativas

externas

(locais,

nacionais,

internacionais);

METAS

d) Aumentar as actividades que promovam a educação para a saúde e a defesa do meio ambiente; e) Aumentar o número de iniciativas promotoras da leitura em parceria com a Biblioteca Escolar e/ou outros agentes educativos; f)

Dinamizar actividades com empresas, entidades e associações culturais e cívicas, de prevenção da saúde e de desenvolvimento sustentável.

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OBJECTIVO 6.º Promover uma cultura de auto-avaliação contínua e sistemática a) Criar e aplicar um inquérito de satisfação do serviço educativo; b) Analisar a evolução dos resultados para a tomada de decisões; c) Identificar pontos fortes, fracos, oportunidades e constrangimentos;

METAS

d) Analisar e divulgar os resultados do Plano de Acção da Biblioteca Escolar e dos projectos desenvolvidos; e) Divulgar os resultados da auto-avaliação; f)

Definir planos de acção para a melhoria da qualidade do serviço prestado.

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Capítulo IV – Prioridades e Estratégias Entendemos que as questões pedagógicas são o cerne da actividade de uma escola e, como tal, devem estar no centro das preocupações de todos, razão pela qual se considera que a actuação prioritária a desenvolver se inscreve no primeiro objectivo geral enunciado, nomeadamente na melhoria efectiva dos resultados de aprendizagem, na redução da repetência e na prevenção da desistência. Associadas às anteriores, as questões disciplinares continuarão a constituir uma área preferencial de acção, seja na responsabilização e participação dos alunos; seja na adopção de estratégias pró-activas que previnam o surgimento de comportamentos perturbadores, como a informação, a actuação uniforme e a vigilância; seja, ainda, no rigor e na adequação do cumprimento dos direitos e deveres constantes no Regulamento Interno. A melhoria dos resultados e a prestação de um serviço educativo de qualidade exigem da parte de todos os intervenientes uma constante monitorização do seu trabalho e práticas consistentes de diálogo, de reflexão e de autoavaliação, devendo-se dar prioridade, já no primeiro ano de execução deste projecto, ao sexto objectivo geral definido – promover uma cultura de auto-avaliação contínua e sistemática. Por fim, mas não menos importante, o reforço da participação das famílias e das comunidades locais, previsto no quarto objectivo, através da criação de laços com o exterior e da cooperação mútua, do estabelecimento de parcerias e de protocolos, bem como da participação em projectos locais ou nacionais afigura-se como uma prioridade estratégica para o Agrupamento. A execução destas prioridades deve estar sempre enquadrada, como tudo o mais deste Projecto, nos valores que se pretendem desenvolver neste agrupamento e no seu lema de actuação: “Eu, Nós, o Mundo: uma construção permanente”. Como estratégias para a realização deste projecto, considera-se necessário que haja: a) uma revisão intercalar do Regulamento Interno com vista à introdução das alterações que se revelem necessárias; b) uma revisão de todos os normativos internos das várias estruturas de articulação, coordenação e supervisão pedagógica e da Biblioteca, na procura da sua adequação aos objectivos e metas aqui traçados, de modo a permitir uma actuação global mais coerente; c) uma reavaliação/clarificação dos procedimentos e instrumentos de apoio (documentação, registos, etc.) com vista a uma maior eficácia nas respostas necessárias ao cumprimento das metas e objectivos deste projecto; d) uma orientação de todos os instrumentos para execução deste projecto que devem clarificar quais as acções que estão a desenvolver para cada objectivo e meta deste projecto. e) a criação/manutenção, como órgão de apoio à avaliação deste projecto, do Observatório do Desenvolvimento e Operacionalização do Projecto Educativo (Observatório) em que a sua composição terá que respeitar a necessidade de representação, pelo menos, de docentes e encarregados de educação e a representação dos vários órgãos de gestão e 25


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administração do agrupamento (isto não deve invalidar a participação de outras entidades se tal forem consideradas necessárias); Para a concretização deste Projecto Educativo consideram-se os seguintes instrumentos: a) Plano de Formação do pessoal docente e não docente que deverá reforçar as competências pedagógicas, relacionais e domínio das novas tecnologias dos agentes envolvidos, conforme o seu caso; b) Plano Anual e Plurianual de Actividades do Agrupamento que deverá executar actividades educativas propostas e dinamizadas por e para todos os membros da comunidade educativa; c) Projecto Curricular de Agrupamento que deverá, entre outros aspectos, adequar a oferta educativa / formativa em termos da oferta curricular da escola, de cursos de educação e formação, abrindo-os a novos sectores consoante a disponibilidade revelada pelo tecido empresarial local em colaborar, nomeadamente na componente de estágios e apoios na formação; d) Plano de Acção da Biblioteca Escolar que deverá dinamizar este espaço / recurso educativo; e) Plano de Ocupação dos Tempos Escolares.

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Capítulo V – Acompanhamento e Avaliação O processo de acompanhamento e avaliação deste projecto deverá ocorrer no final da execução do mesmo ou, como forma de avaliação intermédia, quando qualquer órgão de gestão assim o solicitar. Esta última poderá ser global ou centrada em determinados aspectos, servindo para fazer uma clarificação da situação a fim de que possam ser tomadas medidas para a resolução dos obstáculos/dificuldades sentidas.

MODALIDADES

MOMENTOS

Ao longo do Intermédia

desenrolar do processo.

Final

No final do triénio.

OBJECTIVOS

INSTRUMENTOS

- Pareceres do Observatório; Detectar obstáculos à concretização

- Resultados da avaliação sumativa

do Projecto Educativo e definir

interna e externa, bem como da auto-

formas de os superar.

avaliação.

Fazer o balanço do grau de

- Parecer do Observatório;

execução do Projecto Educativo.

- Relatório de actividades; - Parecer do Conselho Geral.

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Conclusão As contribuições e esforços dos diferentes elementos que constituem a comunidade educativa desencadeiam um efeito sinérgico que optimiza as condições para uma educação de qualidade pela qual todos são responsáveis, autores e actores. O Projecto Educativo concretiza-se através das práticas diárias de todos os agentes educativos nele envolvidos e das quais, depende o seu sucesso. Para que tal seja possível, impõe-se que os actores educativos compreendam e aceitem os desafios de uma Escola capaz de motivar para a aprendizagem e para a realização das crianças e adolescentes no seu todo. O seu desenvolvimento e êxito dependem, acima de tudo, de uma atitude autónoma das escolas conquistada aos poucos e orientada para a necessidade do sucesso educativo de/para todos, através de uma prática assumida. O projecto deve ter em conta o imprevisto, ser capaz de mudar de direcção como resultado de uma avaliação sistemática, mas, principalmente, devolver a cada indivíduo o seu espaço de criatividade e acção, por forma a que ele veja e sinta reconhecida a sua actividade, compreenda as suas acções e as possa inscrever num todo que seja significativo para ele. Neste sentido, a Escola não pode ser um espaço fechado de saberes e valores, antes deve ser um contexto privilegiado na construção contínua de indivíduos que se pretende competentes, numa sociedade cada vez mais global e em constante mudança: Eu, nós, o mundo: uma construção permanente.

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Referências Bibliográficas BAUDELOT, C. & ESTABLET, R. (1994). O nível educativo sobe. Porto: Porto Editora. BRITO, Carlos (1998). Gestão Escolar Participada: na escola todos somos gestores. 4.ª ed. Lisboa: Texto Editora. CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA FEIRA (2005). Carta Educativa do Concelho de Santa Maria da Feira. Disponível em https://www.cm-feira.pt. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2007). Debate Nacional sobre Educação – Relatório Final. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2010). Programa Educação 2015. Disponível em http://www.minedu.pt/np3content/?newsId=5163&fileName=estrategia_2015_directores.pdf. MORAIS, J. (1997). A arte de ler – psicologia cognitiva da leitura. Lisboa: Cosmos. PINTO, João (2006). Modelos de Direcção, Administração e Gestão Escolar. Contributos para uma nova gestão financeira (Dissertação de Mestrado). Porto: Universidade Portucalense. RODARI, G. (1988). Novas histórias ao telefone. Lisboa: Teorema. VILAR, A. M. (1993). Inovação e mudança na Reforma Educativa. Porto: ASA.

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