Jornal do Rio Vermelho - 02ª edição

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J o r n a l d o R i o Ve r m e lh o –

u m a p u b l i c a ç ã o d a A M A R V – S a l v a d o r , B a h i a – O u t u b r o d e 2 0 12 – a n o I n ú m e r o 2 Ilustração: Rafael Titonel sobre foto de Otto Stupakoff/acervo do Instituto Moreira Salles

Jorge Amado Fotos: divulgação

100 anos

O QUE PENSAM OS PREFEITURÁVEIS DE SALVADOR N

as Eleições de 2012 serão escolhidos os representantes do Poder Executivo (prefeitos e vice-prefeitos) e Legislativo (vereadores) nos 5.566 municípios brasileiros. É obrigatória a votação para pessoas maiores de 18 anos e menores de 70 anos. É facultativo

para pessoas analfabetas maiores de 16 anos e menores de 18 anos ou maiores de 70 anos. No caso de Salvador, o primeiro turno das Eleições 2012 será no dia 7 de outubro, e caso nenhum candidato alcance mais de 50% dos vo-

tos, haverá um segundo turno com os dois candidatos mais votados, no dia 28 de outubro. Se o município possuir menos de 200 mil eleitores, não haverá segundo turno. Escolher o candidato com consciência e saber em quem votar de-

penderá, exclusivamente, de você. É bom lembrar que está em jogo a administração do município onde você vive e convive. Pesquise o candidato, a vida dele. Procure avaliar propostas sólidas de governo. Desconfie de pro-

postas mirabolantes. A prática de compra e venda de votos é crime eleitoral, denuncie qualquer candidato que ofereça algum benefício em troca do seu voto. Consulte o site do Tribunal Superior Eleitoral, lá você vai encontrar toda a ficha do seu candidato. (pags. 9 e 10)


EDITORIAL

Viva! Dobramos a circulação

R

ealmente, temos motivo de sobra para comemoração: o Jornal do Rio Vermelho aumenta de oito para 12 o número de páginas e dobra a quantidade de impressos nessa segunda edição, saindo de 3 mil para 6 mil exemplares distribuídos gratuitamente – fiquem atentos nossos anunciantes! Outro ótimo motivo de comemoração, a matéria principal dessa edição faz homenagem ao nosso maior escritor, Jorge Amado, no ano do centenário do seu nascimento, trazendo uma entrevista com seu filho João Jorge Amado, contando passagens da vida do seu pai, tão querido e tão amado. Ainda falando de comemoração, temos os 70 anos de Caetano Veloso, morador ilustre do bairro, sua trajetória, sua poesia e música. Mais o aniversário de 44 anos da Biblioteca Juracy Magalhães Júnior, equipamento de grande importância para a cultura do Rio Vermelho. E, também, o Cinquentenário do Colégio Estadual Manoel Devoto, que tanto contribuiu para o saber de diversas gerações. Nossa segunda matéria de capa é o assunto mais quente na boca do povo, as Eleições 2012. A AMARV montou o projeto “Encontro com os Prefeituráveis”, onde tivemos a presença ilustre dos candidatos Nelson Pelegrino (PT), ACM Neto (DEM) e Mário Kertész (PMDB), cada um fazendo, em ocasiões diferentes, uma apresentação dos seus programas de governo e de como tencionam administrar Salvador nos próximos quatro anos. Também nessa edição, a escolha do Rio Vermelho como um dos Territórios Criativos de Salvador, projeto que visa contribuir com a melhoria da competitividade dos destinos turísticos de nossa cidade. Melhorar sempre é nosso objetivo, levando informações sobre o bairro e aproveitando para relatar a atuação nesse primeiro ano de nossa gestão frente à AMARV. E o mais importante, sabendo que podemos contar com a colaboração de moradores e amigos na busca de um Rio Vermelho melhor. Boa leitura! Lauro Alves da Matta Júnior Presidente da AMARV

EXPEDIENTE CONSELHO EDITORIAL – José Sinval Soares – André Avelino de Souza Ferreira – José Mário de Magalhães Oliveira – Wanderley Souza Fernandes – Carmela Talento – Marcos Antonio Pinto Falcão

AMARV comemora um ano de muito trabalho Foto: André Avelino

Foto: Carmela Talento

Encontro com Prefeituráveis promovido pela AMARV Quando a atual diretoria da AMARV assumiu no final de setembro de 2011, foi necessário superar uma série de dificuldades, entre elas a falta de uma sede para a entidade. O primeiro passo foi fazer o dever de casa – produzir o Planejamento Estratégico e o Plano de Gestão, o que demandou um mapeamento dos principais problemas do bairro em seus diversos macroambientes. Em paralelo, diversas ações foram sendo implementadas como a luta vitoriosa para não deixar o Rio Vermelho se transformar em Circuito do Carnaval; ação para não deixar carros de som e minitrios invadirem a Festa de Iemanjá; reuniões frequentes com a Setin (Secretaria Municipal de Infraestrutura), com a Transalvador, com a Fundação Mario Leal para atendimento às demandas do bairro; consolidar a implantação do sistema de rádio para conectar edifícios e condomínios com a Polícia Militar e a 7ª Delegacia (uma iniciativa da diretoria anterior); participação nas reuniões semanais do Conselho de Segurança para debater as questões da violência e dos assaltos no bairro; o estabelecimento de uma política de compartilhamento de experiências com outras entidades do bairro como a Colônia de Pesca Z1, o Blog do Rio Vermelho, o Centro Social Monsenhor Amílcar Marques e Associação dos Moradores do Barro Vermelho; lançamento do primeiro número do novo Jornal do Rio Vermelho, onde houve o apoio decisivo de

Jornalista Responsável – José Sinval Soares – MTE 1369 Revisão – Carlos Amorim – DRT/BA 1616 Projeto Gráfico e Editoração – Dendê Comunicação Tiragem – 6.000 exemplares Impressão – Gráfica Press Color Contato – falecomamarv@gmail.com DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Esta é uma publicação da Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho – AMARV. Fotos e artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Foto: André Avelino

Acarajé da Dinha O MAIS GOSTOSO DA BAHIA!

Largo de Santana – Rio Vermelho

empresas do bairro com anúncios que foram veiculados; o resgate da festa de confraternização dos moradores do bairro, o animado Arraiá da Amarv; a

e Secopa com vistas à Copa de 2014; e o sucesso do “Encontro com os Prefeituráveis”, entre outras muitas ações. Nas reuniões que ocorrem semanalmente, às terças-feiras, no Salão Paroquial da Igreja de Sant’Ana, tem-se discutido uma forma de tornar a AMARV autossutentável. Hoje, a entidade conta apenas com a colaboração financeira dos seus diretores. Faz-se necessário uma fonte de renda que permita à AMARV tomar iniciativas como a que realizamos há pouco – o Encontro com os Prefeituráveis – que só foi possível graças à valiosa colaboração da diretoria da Escola de Teatro Sitorne, que cedeu gratuitamente o espaço e os equipamentos.

desobstrução da entrada do Canal do Rio Lucaia; o Faxinaço das praias; o apoio para a inclusão do Rio Vermelho entre os Territórios Criativos de Salvador, uma ação do Sebrae

De qualquer forma a AMARV só tem a comemorar e agradecer a colaboração de parceiros tão generosos. Temos mais dois anos de muita luta pela frente! Foto: André Avelino

Desobstrução do canal do Rio Lucaia executada pela EMBASA


Territórios Criativos: o Rio Vermelho na rota da Economia Criativa Foto: André Avelino

Reunião para apresentação dos Territórios Criativos de Salvador O Bairro do Rio Vermelho foi incluído entre os sete Territórios Criativos de Salvador. Territórios Criativos são áreas urbanas com elevado potencial turístico e cultural, nos quais a comunidade apresenta comprovada vocação para as artes e a hospitalidade. Sete regiões foram identificadas em Salvador e serão qualificadas para a recepção de turistas oriundos de megaeventos: Santo Antônio Além do Carmo, Candeal, Bonfim, Ribeira, Rio Vermelho, Comércio e Curuzu. O Rio Vermelho se insere perfeitamente no projeto pelas suas ca-

racterísticas de bairro turístico, centro de gastronomia e dotado de ampla rede hoteleira. O Projeto Territórios Criativos, fruto de convênio entre Sebrae e Secopa com o apoio da AMARV e outras entidades do Rio Vermelho, visa contribuir com a melhoria da competitividade dos destinos de Salvador, através do desenvolvimento de novos produtos turísticos-culturais de qualidade internacional e da qualificação das micro e pequenas empresas e empreendedores individuais. O

projeto tem como meta potencializar os Territórios Criativos como destinos de qualidade até a Copa 2014. Já foram realizadas as primeiras reuniões com a presença de moradores, de empreendedores, de diretores da AMARV, da 12a CIPM e do Conselho de Segurança. As ações previstas no Projeto Territórios Criativos incluem formação e fortalecimento do núcleo de governança, acompanhamento e apoio aos grupos para execução do plano de trabalho, realização de um diagnóstico e de um plano de melhoria para as micro e pequenas empresas do bairro, além de capacitação empresarial. Um dos fatores mais interessantes nesse projeto é que a comunidade tem oportunidade de participar e ser ouvida. Não é um projeto voltado apenas para empresários. Afinal, o nosso bairro não é apenas comercial, temos moradores novos e antigos que prezam e gostam do lugar onde convivem.

Faxinaço nas praias Solicitação à LIMPURB feita pela AMARV e Colônia de Pesca Z1, de um mutirão de limpeza nas praias do Rio Vermelho (setembro/2012), resultou na retirada de mais de uma tonelada de lixo. De acordo com o presidente da AMARV, Lauro Matta, o serviço realizado em parceria com a prefeitura e as escolas do bairro já ocorreu outras duas vezes. “É um trabalho conjunto que tem como objetivo melhorar a qualidade de nossas praias e valorizar o nosso bairro”. Na praia de Santana, a mais suja de todas, o mutirão contou com a participação dos alunos da Escola Municipal Osvaldo Cruz e com o apoio da 12ª CIPM, que acompanhou de perto todo o trabalho. O sargento Milton Bonfim, que atua junto às escolas do bairro, ajudou na orientação das crianças e a diretora da escola, Profª Ana Clara, deu uma aula de preservação do meio ambiente. Não é à toa que a Escola Osvaldo Cruz está entre as melhores da rede pública no conceito do MEC. Outras campanhas serão feitas pela

Caetano Veloso, o artista faz 70 anos Caetano Emanuel Vianna Telles Velloso nasceu em Santo Amaro da Purificação, Recôncavo Baiano, no dia 7 de agosto de 1942, filho de José Telles Velloso e Claudionor Vianna Telles Velloso (Dona Canô), quinto de um grupo de sete filhos. Foi casado com a atriz Dedé Veloso com quem teve o seu primeiro filho, Moreno. Em 1986, se relacionou com Paula Lavigne e manteve essa paixão por mais 19 anos, tendo mais dois filhos, Zeca e Tom. Músico, desenhista, produtor, arranjador e escritor, construiu uma obra musical marcada pela releitura e renovação, conside-

rada de grande valor intelectual e referência na Música Popular Brasileira. Caetano é tido como um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960, e um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos em todo o mundo, com mais de 50 discos gravados e canções em trilhas sonoras de filmes e novelas. Da infância em Santo Amaro, adolescência em Salvador onde estudou no Colégio Estadual Severino Vieira, fazendo o curso clássico, depois foi para a UFBa cursar filosofia, mas não concluiu para se dedicar exclusivamente a sua grande arte, a música.

Av. Cardeal da Silva, 66, Rio Vermelho

(71) 3335-6887 / 8812-8706 – falcao.vestilar@gmail.com

Na década de 1960 se muda para o Rio de Janeiro e lança seu primeiro compacto simples. Participou de diversos festivais de música popular brasileira colecionando sucessos e polêmicas. Em 1967, presenteou o Brasil com a transformação gerada pela Tropicália, movimento que propôs a criação de uma arte brasileira original, fazendo uma ponte entre o rural e o urbano ao lado de Gil, Gal, Tom Zé, Nara Leão, Capinam, Rogério Duprat, Torquato Neto, Rogério Duarte, Os Mutantes e outros. Em 1968, em plena ditadura militar, foi preso acusado de desrespeito ao hino e à bandeira nacional

Foto: Carmela Talento

AMARV, não só de mutirões de limpeza, mas para atingir o problema maior que é a educação na preservação do meio ambiente para um futuro melhor com qualidade de vida.

Agradecimento Público Amigos verdadeiros são os que atravessam a existência juntos, sem interesse, preservando no coração a sinceridade, o respeito e o querer bem. Em um misto de surpresa e emoção, fui homenageado em público, no Teatro Gregório de Mattos, ao final do espetáculo lítero-poético-musical que reverencia os ícones “Batatinha e Cartola”. Os consagrados artistas, Dody Só e Bule Bule, destacaram este modesto amigo que, ao longo dos anos, aprendeu também com eles a preservar a lealdade e simplicidade da amizade. Sinto-me no dever de agradecer publicamente à nobreza do gesto dos estadistas da cultura da Bahia Dody Só e Bule Bule. Muito obrigado! Silvio Batalha Foto: Adenilson Nunes/Secom-BA

e acabou exilado em Portugal e depois Inglaterra, junto com Gilberto Gil. Em 1972 volta ao Brasil e traz consigo um dos melhores álbuns da MPB, o “Transa” que faz 40 anos agora em 2012. De volta à Salvador se estabelece no Rio Vermelho, na rua João Gomes, por um bom tempo. Compôs preciosidades, continuou ousando e sempre renovando. Mais recentemente, veio a parceria com cantora Maria Gadu, a produção ao lado do filho Moreno em “Recanto”. Caetano continua dando excelentes contribuições à cultura brasileira.

Morador do Morro da Paciência, sempre que está em Salvador, é visto no Largo de Santana saboreando um acarajé ou passeando pelas calçadas do bairro. Caetano, parabéns pela passagem dos 70 anos, muitos anos de vida e que venham mais sucessos!


Foto: acervo da família

O escudo do Esporte Clube Bahia

e seu criador Raimundo Peixoto de Magalhães como netos Mabel, Maísa, Júnior e Duda, filhos de José Carlos.

Raimundo Peixoto de Magalhães, “Mundico” (1901-1978) foi morador do Rio Vermelho da rua Conquista, n0 9, no Parque Cruz Aguiar, nasceu em Salvador, um dos cinco filhos de José Maria Peixoto de Magalhães e Maria Isabel Moura Guerra de Magalhães, e foi casado com Mabel Carvalho de Magalhães, teve dois filhos José Carlos Peixoto

Tio Mundico, como era chamado carinhosamente, foi tio de José Maria Peixoto de Magalhães, “Zezito”, médico conceituado que jogou no Esporte Clube Bahia na década de 40; do senador Antonio Carlos Peixoto de Magalhães, ACM; e do desembargador Eduardo Jorge de Magalhães, as ovelhas rubronegras da família; era tio de José de Magalhães Teixeira, “Careca”, campeão brasileiro pelo Esporte Clube Bahia (Taça Brasil de 1959) e campeão em 1966 pelo fabuloso time do Leônico; e, também, tio e padrinho de José Mario de Magalhães Oliveira que joga no time da AMARV.

de Magalhães – médico, um dos donos da clínica CATO; e Carlos Eduardo Peixoto de Magalhães, “Cadu” – campeão baiano de karatê, que conviveu com a turma do Rio Vermelho por muitos anos e deixou saudades. Tem

BLOG PILHA PURA pilhapuradejoaninha.blogspot.com.br

Sempre bem humorado, o Blog Pilha Pura, da jornalista Joana D’Arck, inaugura sua colaboração com o Jornal do Rio Vermelho com o seguinte caso.

A RABADA DO BEBUM Chegou lavado de cerveja e varado de fome no bar Barthô, no Largo da Mariquita, e foi logo pedindo: – Garçon, uma rabada... Mas assim que se sentou, pegou num sono profundo, daqueles de cair de cara na mesa. Pouco depois, aconteceu o assalto e o bar todo ficou em polvorosa, mas Ricardo Serrano, conhecido morador do Rio Vermelho, continuou em seu sono brabo. Nada viu, como também nada perdeu, porque os assaltantes nem ligaram para o bebum dormindo.

Raimundo Magalhães foi servidor público estadual, técnico do antigo Serviço de Água e Esgoto – SAE, que depois se tornou SAER e hoje é EMBASA. Foi o criador e desenhista do distintivo do Esporte Clube Bahia,

Baseado no escudo do Corinthians Paulista, o escudo de forma arredondada valoriza a bandeira do Estado da Bahia, suas cores azul, vermelha e branca com os dizeres ESPORTE CLUBE BAHIA e o ano de fundação 1931. Ganha depois duas estrelas douradas, fruto das conquistas de 1º Campeão da Taça Brasil (1959) e Campeão Brasileiro (1988). Muitos torcedores acreditam que parte dessa atual diretoria do Esporte Clube Bahia desconhecem o nome de Raimundo Peixoto de Magalhães como o criador do maior símbolo do clube. O escudo impresso em camisas, materiais esportivos, bandeiras e suvenires, representa a quarta força no país em marketing, um retorno de recursos considerável para o clube. Não é à toa que a Nike, patrocinadora oficial da

seleção brasileira, assinou contrato com o Esporte Clube Bahia. Recentemente, a atual diretoria, através do seu departamento de marketing, teve a infeliz ideia de criar um novo escudo para o clube, adulterando a criação de Raimundo Magalhães, numa versão ridícula e de muito mau gosto, que serviu apenas como símbolo dessa gestão. O tal escudo ficou um certo tempo no site oficial do Esporte Clube Bahia, numa completa falta de respeito à nação tricolor e ao seu criador. Nascido em 1º de janeiro de 1931, o Esporte Clube Bahia tem marcado em sua história inúmeras glórias (dois títulos nacionais, duas Copas do Nordeste, um torneio de Campeões do Nordeste, 44 títulos estaduais, três Taças Estado da Bahia e nove Torneios Início) e alguns deslizes (10 anos sem títulos com a atual diretoria) mas, com certeza trazendo muitas emoções para o maior patrimônio do clube que é sua torcida. Bora Baêeea!

Prato Quente Com a tradição gastronômica e boêmia do Rio Vermelho, não havia outro jeito se não criar uma coluna como essa: PRATO QUENTE. Nosso primeiro homenageado é o BOTECO DO FRANÇA, com seu prato mais pedido, o ARROZ DE POLVO, preparado pelo cozinheiro Sabará.

Ingredientes •• Polvo •• Arroz •• Ervilhas •• Leite de coco •• Polpa de tomate •• Queijo parmesão ralado •• Cebola •• Tomate •• Cheiro verde (coentro e salsa) •• Sal

Modo de fazer Cozinhar o polvo em água fervente com uma cebola grande até amolecer, reservar. Cozinhar o arroz e reservar. Na salter (caçarola), colocar o azeite doce, a cebola e o cheiro verde, recheando. Em seguida, coloque as ervilhas, o leite de coco e a polpa de tomate. Acrescente o arroz cozido e o polvo cortado em cubinhos,

misturando todos os ingredientes. Em uma travessa, arrume o prato povilhando o queijo ralado por cima. Decore com rodelas de tomate e salsão. Para ½ prato (150g) de polvo (duas pessoas) Para 1 prato (300g) de polvo (três ou quatro pessoas)

Onde? Rua Borges dos Reis, 24A Rio Vermelho – Salvador-BA Tel: 3334-2734 E-mail: zeraimundo@botecodofranca.com.br

Acabou o assalto e o estômago de Ricardo tratou de despertá-lo. Olhou a mesa e como não viu o prato solicitado, bradou: – Cadê a minha rabada? O garçon avisou: – Moço, acabamos de ser assaltados!

Terça a sábado – das 12h até o último cliente Domingo – das 12h às 24h

E ele: – Sim, mas levaram a rabada? O garçon disse que não e ele foi direto ao assunto: – Então, traga a rabada!

que se tornaria o maior símbolo de um time de futebol do Norte e Nordeste, conhecido em todo o Brasil.

Foto: divulgação

Arroz de Polvo


100 anos de Jorge Amado Foto: acervo da família

Em homenagem ao centenário de nascimento do acadêmico e escritor Jorge Amado, que ocorreu no dia 10 de agosto, uma ampla programação, iniciada em agosto de 2011 e que se estende pelo ano de 2012, dá uma excelente oportunidade para fazer uma releitura da sua obra e refletir sobre a importância do escritor baiano no cenário literário mundial. Para organizar os acontecimentos, uma comissão especial foi formada, e todos os projetos e eventos aprovados ganharam um selo comemorativo do Centenário, criado pela Máquina Estúdio. Essa comissão do Centenário é formada por: •• Cecília Amado e João Jorge Amado Filho, representantes da família •• Myriam Fraga, Fundação Casa de Jorge Amado •• Alberto da Costa e Silva, Academia Brasileira de Letras •• Lilia Moritz Schwarcz e Thyago Nogueira, Companhia das Letras •• Adriana Vendramini, Grapiúna Produções/Copyrights

2011 Entre os eventos pelo Brasil estão: •• Lançamento do filme “Capitães da Areia”, da cineasta e neta do escritor Cecília Amado, que estreou nos cinemas de todo o país •• A peça “D. Flor e seus Dois Maridos” que estreou no Rio de Janeiro •• Lançamento, pela Companhia das Letras, de uma caixa comemorativa que reúne os quatro livros “As Mulheres de Jorge” (Tieta, D. Flor, Gabriela e Tereza Batista) •• Edições especiais, como o livro inédito das cartas que Jorge Amado trocou com Zélia enquanto estava no exílio (Companhia das Letras)

2012 As comemorações também ultrapassam as fronteiras brasileiras: •• Instalação de totem informativo em Salvador e outras cidades baianas •• Jorge Amado é tema do Carnaval de Salvador e “O País do Carnaval” é tema de camarote no Circuito Barra-Ondina •• Tema da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense e aparece no enredo da Escola de Samba Salgueiro no Rio de Janeiro •• Tema da Escola de Samba Mocidade Alegre, em São Paulo •• Lançamento de “Navegação de Cabotagem”, edição especial ilustrada (Companhia das Letras) •• Mostra de cinema “Jorge Cine Amado Gráfico”, em Salvador •• Lançamento de “Mar Morto” em edição de bolso (Companhia das Letras) •• Seminário Trabalhos de Jorge, na Universidade de Sorbonne, com a participação das escritoras brasileiras Ana Maria Machado e Nélida Piñon, em Paris/França •• Homenagem ao ilustre morador com placa comemorativa na porta do edifício onde o escritor morou em Paris/França •• Infanto-juvenil, selecionado por Heloísa Prieto (Companhia das Letras) •• Lançamento de “O Compadre de Ogum”, edição econômica

Jorge Amado e seu grande amigo, o compositor Dorival Caymmi (Companhia das Letras) •• Seminário sobre Jorge Amado em Moscou/Rússia •• Exposição em homenagem ao Centenário de Jorge Amado com toda sua cronologia, na Academia Brasileira de Letras •• Estreia de nova versão da novela “Gabriela, Cravo e Canela”, pela TV Globo •• Exposição “Jorge, amado e universal” no Museu de Arte da Bahia, em Salvador •• Lançamento de “Os Velhos Marinheiros” em edição comemorativa ilustrada (Companhia das Letras) •• “Jorge e Zélia, Correspondência Inédita” organizado por João Jorge Amado (Companhia das Letras) •• Curso Jorge Amado, II Colóquio de Literatura Brasileira, em Salvador •• Festival Amar Amado de Ilhéus, uma verdadeira declaração de

amor a Jorge e seu universo literário. Evento que inclui feiras de gastronomia e de arte, exposições, apresentações teatrais, musicais, de dança e de fotografia, e culmina com apresentações de “Quincas Berro D’Água”, “Barravento” e “Esses Moços”, entre outros que aludem à obra do escritor , em Ilhéus/Bahia •• Monumento à Jorge Amado e Zélia Gattai, em bronze e tamanho natural, obra do artista plástico Tati Moreno, uma homenagem do Rio Vermelho ao escritor, que será instalado no Largo de Santana •• Lançamento do livro “A Comida Baiana de Jorge Amado”, com palestra da sua filha e autora da obra, Paloma Amado, em Salvador •• Lançamento em caixa de “Capitães da Areia” com DVD, em todo o Brasil •• Estreia das peças “O Sumiço da

Santa”, direção de Fernando Guerreiro e “Novos Capitães”, direção geral de Cecília Amado, em Salvador •• Musical “Gabriela, Cravo e Canela”, direção de João Falcão, no Rio de Janeiro •• A Rede Globo de Televisão elaborou uma rica pauta de homenagens com reportagens especiais e documentários sobre Jorge Amado para todo o ano de 2012, inclusive com gravações em Ilhéus, que serão veiculados no Jornal Nacional, Jornal Hoje e um especial do Globo Repórter, além da reedição da novela “Gabriela, Cravo e Canela” •• Homenagem a Jorge Amado no Congresso Nacional, exposição que inclui as primeiras edições de suas obras e frases delas, além da exibição de videos com imagens e entrevistas do escritor em Brasília.


CENTENÁRIO DE JORGE AMADO

Jorge Amado, a vida Foto: acervo da família

Jorge Leal Amado de Faria foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros em todos os tempos. Nasceu na Fazenda Auricídia em 10 de agosto de 1912, à época município de Ilhéus. Mais tarde, as terras dessa fazenda ficaram no município de Itajuípe com a emancipação do distrito ilheense de Pirangi. Entretanto, é certo que Jorge Amado foi registrado no povoado de Ferradas, pertencente a Itabuna. Município à parte, o importante é que Jorge não nasceu, estreou na Bahia. Filho do fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado. Com um ano de idade, foi para Ilhéus onde viveu a maior parte da infância. Já em Salvador, estudou o secundário no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga. Nesse período, começou a trabalhar em jornais e participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes. Foi para o Rio de Janeiro estudar na Faculdade de Direito, atual UFRJ. Durante a década de 30, a faculdade era um polo de decisões políticas, tendo seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado. Publicou seu primeiro romance “O País do Carnaval” em 1931. Casou-se em 1933 com Matildes Garcia Rosa, com quem teria uma filha, Lila. Neste ano, publicou seu segundo romance “Cacau”. Formou-se em 1935. Militante comunista, foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942. Volta ao Brasil em 1944 e separa-se de Matildes Rosa. Em 1945, foi eleito membro da Assembleia Nacional Constituinte, na legenda do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado de São Paulo. Neste ano, casou-se com Zélia Gattai. Em 1947, nasce João Jorge, seu primeiro filho desse casamento.

A partir da esquerda: Zélia Gattai, Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Jorge Amado e, sentada, Mãe Senhora O PCB foi declarado ilegal no Brasil e seus membros perseguidos e presos. Jorge teve que se exilar com a família na França em 1948 até 1950, quando foi expulso. Em 1949, morre sua filha Lila, no Rio de Janeiro. Foi para Praga no final de 1950, ficando até 1952, onde nasceu sua filha Paloma. Retorna ao Brasil em 1955, quando se afasta da militância política. Dedica-se, a partir de então, inteiramente à literatura. Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos seus livros. São temas constantes em suas obras os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, as crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro. Mesmo sendo materialista, Jorge Amado por sua identificação com as causas sociais particularmente a causa dos negros, tornou-se simpatizante do candomblé, religião na qual

exerceu o posto de honra de Obá de Xangô. Em 6 de abril de 1961, foi convidado para ocupar a cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar, e por primeiro ocupante Machado de Assis. Para retratar os casos dos imortais da ABL, escreveu “Farda, Fardão, Camisola de Dormir”, numa alusão clara ao formalismo da entidade e à senilidade de seus membros.

a obra •• O País do Carnaval, romance (1931) •• Cacau, romance (1933) •• Suor, romance (1934) •• Jubiabá, romance (1935) •• Mar Morto, romance (1936) •• Capitães da Areia, romance (1937) •• A Estrada do Mar, poesia (1938) •• ABC de Castro Alves, biografia (1941) •• O Cavaleiro da Esperança, biografia (1942) •• Terras do Sem-Fim, romance (1943) •• São Jorge dos Ilhéus, romance (1944) •• Bahia de Todos os Santos, guia (1945) •• Seara Vermelha, romance (1946) •• O Amor do Soldado, teatro (1947) •• O Mundo da Paz, viagens (1951) •• Os Subterrâneos da Liberdade, romance (1954) •• Gabriela, Cravo e Canela, romance (1958) •• A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água, romance (1961) •• Os Velhos Marinheiros ou o Capitão de Longo Curso, romance (1961) •• Os Pastores da Noite, romance (1964) •• O Compadre de Ogum, romance (1964) •• Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance (1966) •• Tenda dos Milagres, romance (1969) •• Tereza Batista Cansada de Guerra, romance (1972) •• O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, historieta infanto-juvenil (1976) •• Tieta do Agreste, romance (1977) •• Farda, Fardão, Camisola de Dormir, romance (1979) •• Do Recente Milagre dos Pássaros, contos (1979) •• O Menino Grapiúna, memórias (1982) •• A Bola e o Goleiro, literatura infantil (1984) •• Tocaia Grande, romance (1984) •• O Sumiço da Santa, romance (1988) •• Navegação de Cabotagem, memórias (1992) •• A Descoberta da América pelos Turcos, romance (1994) •• O Milagre dos Pássaros, fábula (1997) •• Hora da Guerra, crônicas (2008)

A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão. A sua obra foi editada em 55 países e vertida para 49 idiomas e dialetos, existindo também exemplares em braille e em formato audiolivro. O romancista morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. O seu corpo foi cremado e suas cinzas postas no jardim da sua residência na rua Alagoinhas, no Rio Vermelho, no dia em que completaria 89 anos.

A partir da esquerda: Caetano Veloso, Antônio Risério, Dedé Veloso, Jorge Amado e Waly Salomão


ENTREVISTA

as premiações e honrarias Em diversos países do mundo: •• Prêmio Stalin da Paz, depois renomeado para Prêmio Lênin da Paz (Moscou, 1951) •• Prêmio de Latinidade (Paris, 1971) •• Prêmio Nonino (Itália, 1982) •• Prêmio Risit d’Aur (Udine, Itália, 1984) •• Prêmio Moinho (Itália, 1984) •• Prêmio Dimitrof de Literatura (Sofia, Bulgária, 1986) •• Prêmio Dimitrof (Bulgária, 1989) •• Prêmio Pablo Neruda (Moscou, Rússia, 1989) •• Prêmio Etruria de Literatura (Itália, 1989) •• Prêmio Cino Del Duca da Fundação Simone e Cino Del Duca (França, 1990) •• Prêmio Mediterrâneo (Itália, 1990) •• Prêmio Vitaliano Brancatti (Itália, 1995) •• Prêmio Luís de Camões (Portugal/Brasil, 1995)

No Brasil: •• Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959) •• Prêmio Graça Aranha (1959) •• Prêmio Jabuti (1959 e 1995) •• Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil (1959) •• Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1959) •• Troféu Intelectual do Ano (1970) •• Prêmio Fernando Chinaglia (1982) •• Prêmio Nestlé de Literatura (1982) •• Prêmio Brasília de Literatura – Conjunto da Obra (1982) •• Prêmio Moinho Santista de Literatura (1984) •• Prêmio BNB de Literatura (1985) •• Ministério da Cultura (1997)

os títulos Jorge Amado recebeu títulos de: •• Comendador e Grande Oficial nas ordens da Argentina, Chile, França, Espanha, Portugal e Venezuela. •• Doutor Honoris Causa na Itália, Israel, França e Portugal e por mais dez universidades brasileiras. •• Doutor pela renomada Universidade de Sorbonne em Paris, França. •• Obá de Xangô, posto civil no candomblé, que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador, Bahia (título pelo qual tinha um carinho especial). Foto: acervo da família

João Jorge Amado Foto: André Avelino

JRV – O selo comemorativo do Centenário de Jorge Amado é um Ofá (artefato metálico sagrado representado por um arco) que em conjunto com o Damatá (flecha), simboliza a caça, o poder e a fartura. Esse paramentro é o símbolo principal do Orixá Oxóssi. Como se deu essa criação, foi por causa da simpatia de Jorge pelo candomblé? João Jorge – Quando meu pai resolveu voltar para Salvador, comprou a casa no Rio Vermelho, na rua Alagoinhas. Esta casa era do maestro Sebastean Benda. A casa passou por uma reforma completa. Vários artistas, amigos de meu pai, fizeram interferências com suas obras e Caribé pintou dois azulejos e um deles tinha as armas de Oxóssi, a quem meu pai era ligado. Este azulejo foi a inspiração para o selo comemorativo dos 100 anos. JRV – Com relação à crença, Jorge Amado se dizia materialista, mas era simpatizante e frequentava o Candomblé, onde chegou a exercer o posto de Obá de Xangô, no Ilê Axé Opô Afonjá. Essa busca de energia se deve à Bahia em que ele vivia? João Jorge – Quando meu pai veio para Salvador, ainda menino, com 15 anos, trabalhou como reporter no “Imparcial”, e acabou se tornando muito próximo da cultura popular. Meu pai era amigo de Mãe Aninha… É o seguinte, havia uma visão da inteligentsia baiana da época de preservar a cultura imortalizada da Europa, e, claro, a negação da cultura negra. Eles pensavam: nós somos um país católico e admitimos a existência de outras religiões, mas daí a chamarmos os batuques de religião era outra coisa. Então, meu pai participou, junto com Mãe Aninha, dessa luta. Quando Mãe Aninha foi sucedida por Mãe Senhora, meu pai foi feito Obá de Xangô. É um título civil, não religioso. Agora, em termos de religião, meu pai sempre foi materialista. Ele sempre foi muito questionado sobre isso. Para responder isso, ele, no livro “Tenda dos Milagres”, pôs a resposta na boca de Pedro Archanjo. No fundo, ele sempre se manteva materialista, mas não poderia ser o escritor que foi se não participasse, vivenciasse isso. Jorge Amardo não poderia escrever sobre o que não fazia parte do seu mundo. JRV – Jorge Amado, como parte das comemorações, no Carnaval de 2012 foi tema da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, e também aparece no enredo da Escola de Samba Salgueiro, no Rio de Janeiro; e, ainda, foi tema da Escola de Samba Mocidade Alegre, em

João Jorge Amado ao lado de um retrato do pai São Paulo, e tema do Carnaval de Salvador. Jorge Amado gostava mesmo de carnaval? João Jorge – Olhe, certa feita, era carnaval e nós morávamos no Rio, quando chegou Procópio Ferreira lá em casa e os dois saíram atrás de um bloco de rua vestidos de palhaço, mas só andaram uns quatrocentos metros e pararam num bar, beberam alguma coisa e voltaram para casa. Meu pai não era muito de carnaval, não. JRV – Existe algum projeto para a casa de nº 33 da rua Alagoinhas, já que ele está presente nesse lugar? João Jorge – Existe um projeto, sim, que foi elaborado pelo arquiteto português Miguel Correia. Estamos vendo como é possível viabilizar, para que sirva como um local de visitação. JRV – O Rio Vermelho está presente nas comemorações, através da criação de um monumento em bronze, tamanho natural, do casal Jorge Amado e Zélia Gattai, que será instalado no Largo de Santana, uma ideia do ex-presidente da AMARV, Ricardo Barreto, e obra do artista plástico Tati Moreno. Como você vê essa gratidão e esse projeto? João Jorge – Eu acho a ideia muito simpática. E acho que a obra deve ficar no Largo de Santana, principalmente por causa da luta pela preservação da Igrejinha de Santana. O movimento começou com meu pai e Caribé, e depois foi abraçado por toda Salvador. Por isso, acho bom que fique no Largo de Santana. Tati é um artista fantástico!

JRV – Dentre as comemorações do Centenário, que se iniciaram em agosto/2011 e se estenderam até 2012, qual a que mais lhe emocionou ou achou mais interessante? João Jorge – Eu estive no carnaval do Rio, e saí na Escola Imperatriz Leopoldinense e, realmente, fiquei muito emocionado. Também houve um Ciclo de Palestras em Paris que foi impressionante! Mas estão havendo muitas outras homenagens: em Lisboa, uma exposição na Casa dos Bicos, onde fica a Fundação José Saramago, organizada por Pilar Del Rio, esposa de Saramago. Há, também, em Paris, a proposta de colocação de uma placa na entrada do edifício onde meu pai morou, que está em tramitação na Municipalidade de Paris. Na Universidade de Salamanca, haverá uma homenagem que vai contar, inclusive, com uma palestra de João Ubaldo. E Paloma está participando de eventos em, pelo menos, três cidades de Portugal: Lisboa, Porto e Coimbra. JRV – E João Jorge Amado e o Rio Vermelho? João Jorge – Eu fui adolescente do Rio Vermelho. Da Paciência ao Buracão. Estudei no Colégio Manoel Devoto. Morei no Rio Vermelho desde que cheguei à Bahia em 1964. Quando me casei, saí da rua Alagoinhas e fui morar na rua Irará, a rua vizinha. Hoje, sou cliente de dois restaurantes do Rio Vermelho, o Dona Mariquita, na rua do Meio, e o Algobom, ali pertinho na praça Borges dos Reis. Eu gosto de comer!


Eleições 2012 em Salvador maneceu estagnada com 28%, o que mostra um índice muito elevado de descaso com nossa capital.

Em pesquisa recente, mostrando os pontos positivos e negativos que afetam a população urbana em todas as capitais do país, nos aspectos habitação, saúde, educação, mobilidade, emprego e segurança, Salvador foi apontada como uma das piores capitais do Brasil para se viver. Nessa avaliação, Salvador piorou nos últimos cinco anos em 53%, e alguns setores per-

A segurança é o motivo de maior preocupação. A violência se faz presente cada vez mais, sob a forma de assaltos, homicídios, tráfico e uso de drogas, interferindo de forma negativa na qualidade de vida do soteropolitano.

O Rio Vermelho faz parte dessa triste realidade. Para construir seu Planejamento Estratégico, a AMARV mapeou e continua atenta aos problemas do bairro nos seus diversos macroambientes. Infelizmente, as soluções para esses problemas ficaram a desejar, principalmente por parte dessa desastrosa gestão na Prefeitura de Salvador e a omissão do governo estadual. Com as Eleições

2012, surgiu a oportunidade de apresentar aos candidatos a prefeito de Salvador nossas propostas para o bairro, além de conhecer seus planos de governo para a cidade e para o Rio Vermelho. A AMARV, como entidade representativa do bairro, propôs o “Encontro com os Prefeituráveis”, realizado na Escola de Teatro Sitorne. O modelo definido para o encontro foi individual com cada

candidato e foram ouvidos os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas. O candidato Nelson Pelegrino (PT) foi o primeiro a aceitar o convite, seguido de ACM Neto (DEM), e depois compareceu Mário Kertész (PMDB). Os candidatos Hamilton Assis (PSOL) e Da Luz (PRTB) participaram de um “evento paralelo” no bairro. O Bispo Márcio Marinho (PRB) não agendou visita.

Fotos: divulgação

Conheça os candidatos e suas propostas para Salvador

Coligação: É Hora de Defender Salvador (25) Prefeito: ACM Neto (DEM) Vice-prefeito: Célia Oliveira de Jesus Sacramento (PV) ACM Neto, 33 anos, natural de Salvador-BA, divorciado, formado em Direito, político, está no 3º mandato consecutivo como deputado federal. É o atual líder do DEM na Câmara. Célia Sacramento, 45 anos, natural de São Paulo-SP, divorciada, contadora e professora universitária. Principais propostas Cultura •• Criação da Secretaria Municipal de Cultura •• Criação do Conselho Municipal de Cultura •• Criação do Museu da Música Educação •• Programa Aluno em Tempo Integral •• Criação de novas creches e pré-escolas Esporte •• Centros de Modalidades Esportivas •• Criação do Ginásio Público •• Reforma e construção de quadras poliesportivas Gestão •• Centros de Gestão Municipal •• Descentralização e modernização de toda gestão Infraestrutura •• Reestruturação do Pelourinho •• Requalificação de toda Orla Saúde •• Criação do Multicentro Salvador (exames especializados)

•• Centrais de marcação de consultas •• Construção do Hospital Municipal em Pau da Lima Segurança •• Criação da Secretaria da Ordem Pública e Prevenção à Violência •• Ampliar e equipar a Guarda Municipal •• Implantação de câmeras de segurança Social •• Versão municipal do Estatuto da Igualdade Social •• Ampliar as políticas de cotas na cidade Trabalho e Renda •• Fomento de quatro novos centros econômicos •• Ampliação dos cursos de Qualificação Profissional •• Incentivo às Indústrias Sustentáveis nos Subúrbios Transporte •• Criação do Centro de Operações da Cidade •• Criação de ciclovias •• Construção de viadutos entre a Av. Garibaldi e o CAB Turismo •• Resgatar o potencial turístico de Salvador •• Revitalizar o Centro Histórico de Salvador

Coligação: Todos Juntos Por Salvador (13) Prefeito: Nelson Pelegrino (PT) Vice-prefeito: Maria Olívia Santana (PCdoB) Nelson Pelegrino, 51 anos, natural de Salvador-BA, casado, formado

em Direito, politico, deputado estadual por dois mandatos, foi secretário estadual da Justiça e se reelegeu para seu quarto mandato de deputado federal. Olívia Santana, 45 anos, natural de Salvador-BA, solteira, formada em Pedagogia, política, Vereadora de Salvador, foi Secretária de Educação do município. Principais propostas Cultura •• Política Cultural nos bairros •• Projeto “Boca de Brasa” Educação •• Construção de 138 novas creches •• Cursos em tempo integral Esporte •• Parque Poliesportivo do Aeroclube •• Construção de quadras esportivas Gestão •• Ampliação do Programa Vida Melhor •• Renegociar contratos da Prefeitura Infraestrutura •• Requalificação da Orla Atlântica •• Construção de viadutos, pontilhões e passarelas Saúde •• Construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) •• Cobertura de 50% do Programa de Saúde da Família Segurança •• Criação do Gabinete de Gestão Integrada Municipal •• Mais 2 mil guardas municipais Serviços Públicos •• Organizar o mercado informal •• Reformar feiras e mercados de bairro Trabalho •• Investir na formação profissional de 100 mil jovens •• Criar o Condomínio de Fábricas nos bairros •• Implantação da Casa do Jovem Trabalhador

Turismo •• Recuperar 40 mil imóveis •• Reforma do Abaeté

Coligação: Salvador Tem Jeito (15) Prefeito: Mário Kertész (PMDB) Vice-prefeito: Nestor Neto (PMDB) Mário Kertész, 68 anos, natural de Salvador-BA, casado, formado em Administração, empresário e radialista. Foi secretário do Planejamento, Ciência e Tecnologia, prefeito nomeado de Salvador e prefeito eleito de Salvador. Nestor Neto, 31 anos, natural de Salvador-BA, solteiro, formado em Administração, participou ativamente de movimentos estudantis em Salvador. Principais propostas Cultura •• Criação da Secretaria de Cultura •• Criar a Arena Multiuso no Parque de Exposições Educação •• Construir 100 escolas •• Ampliar o Sistema Integrado de Ensino Gestão •• Não aceitar indicações políticas •• Placa nas obras com data de início e término Infraestrutura •• Obras de macrodrenagem •• Projeto de infraestrutura nos bairros Saúde •• Criação do Hospital Municipal •• Criação de quatro Policlínicas •• Cobertura de 60% do Programa de Saúde da Família

Segurança •• Criar a Central de Controle e Monitoramento de Segurança •• Aumentar e equipar a Guarda Municipal Serviços Públicos •• Ordenar os ambulantes •• Reestruturar as feiras livres Social •• Apoio ao Projeto Axé Transporte •• VLT entre a Ribeira e o Terminal da França •• Requalificar a Estação da Lapa •• Projeto Urbano União •• Construir passarelas e viadutos Turismo •• Criar a Secretaria do Turismo •• Realizar três festivais: Música, Gastronomia e Cinema

Coligação: Salvador Encontra Seu Caminho (10) Prefeito: Márcio Marinho (PRB) Vice-prefeito: Deraldo Damasceno (PSL) Márcio Marinho, 41 anos, natural de Cabo Frio-RJ, casado, ensino médio completo, radialista, político e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Está no segundo mandato de deputado federal. Deraldo Damasceno, 62 anos, natural de Salvador-BA, casado, curso superior completo. Foi vendedor ambulante, soldado, investigador de polícia e delegado. Cumpre o mandato de deputado estadual. Principais propostas Cultura •• Criar a Secretaria de Cultura •• Incentivar empresas que pa-


trocinem a cultura Educação •• Criação de novas creches •• Criação da Escola de Ensino Fundamental (Periperi) •• Ensino em tempo integral Esporte •• Criar a Secretaria de Esporte e Lazer •• Criar o Complexo Esportivo do Calabar Gestão •• Cortar gastos da Prefeitura Infraestrutura •• Criação da Cooperativa de Lixo (Nova Sussuarana) •• Melhorar toda a infraestrutura da cidade Saúde •• Criar o Hospital Geral do município •• Criar 12 Policlínicas 24 Horas Segurança •• Dobrar o efetivo da Guarda Municipal •• Segurança nos terminais de ônibus Social •• Fortalecer a Secretaria de Reparação •• Acolhimento de moradores de rua Transporte •• Projeto Engenharia de Trânsito •• Fazer funcionar o Metrô •• Criação de ciclovias

•• Transformações na área administrativa •• Recursos captados do setor turístico Infraestrutura •• Plano Diretor que contemple a periferia Saúde •• Equipar hospitais públicos sendo referencial para ricos e pobres Segurança •• Equipar a Guarda Municipal Transporte •• Construir o Aerotrem (10 km por ano) •• Aumentar as vias do metrô Turismo •• Pelourinho Autossustentável 24 Horas •• Retirar lojas eletrônicas do Pelourinho •• Criar lojas de artesanato e estúdios de gravação no Pelourinho

Rogério Da Luz, 44 anos, natural de Jundiaí-SP, solteiro, Analista de Sistemas, curso superior incompleto, experiente em eleições, já disputou o Governo da Bahia e a Prefeitura de Salvador. Antonio do Subúrbio, 53 anos, natural do Rio de Janeiro-RJ, empresário, curso superior completo, concorre pela primeira vez a vice-prefeito. Principais propostas Cultura •• Criar Órgão Legal de Tombamento Municipal Educação •• Ampliação do número de creches •• Levar alunos da Rede Municipal para a Rede Particular Gestão •• Governar com técnicos e não com políticos

O Rio Vermelho esteve em festa religiosa, durante o mês de julho, com uma vasta programação em louvor a Senhora Sant’Ana, a padroeira do bairro. (Pesquisa realizada no site da Paróquia de Sant’Ana)

Foto: André Avelino

Primeiro houve a celebração da Novena, entre os dias 17 a 25 de julho, como preparação para o dia 26, dia comemorativo à Sant’Ana (que também é a segunda padroeira de nossa Arquidiocese de Salvador), que culminou à noite com a realização da Santa Missa Solene. A programação do dia da padroeira começou com a tradicional alvorada de fogos e, pela manhã, foram celebradas diversas missas, inclusive uma delas dedicada às avós. Às 11h30, foi realizada a procissão marítima com os pescadores do bairro com a imagem da santa. Às 18h30, foi realizada a procissão pelas ruas do bairro, encerrando com a Missa Solene presidida por Dom Gilson Andrade, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador.

Histórico da Festa Coligação: Frente Capital da Resistência (50) Prefeito: Hamilton Assis (PSTU) Vice-prefeito: Ivonise Nascimento Santos (PSTU)

Campanha: Salvador na Velocidade Da Luz (28) Prefeito: Rogério Da Luz (PRTB) Vice-prefeito: Antonio Gomes de Andrade Neto (PRTB)

A festa de Nossa Senhora Sant’Ana

Hamilton Assis, 49 anos, natural de Salvador-BA, solteiro, Pedagogo, foi dirigente da CUT-BA, militante do PT por 23 anos, se filiou ao PSOL em 2005. Ivonise Santos, 29 anos, natural de Salvador-BA, solteira, formada em Enfermagem. Principais propostas Democratização da Gestão •• Tirar as máfias que controlam a máquina da Prefeitura •• Desprivatizar a Prefeitura e transformá-la em espaço público •• Criar o Congresso da Cidade, onde o povo pobre e negro vai ter vez e voz de decidir Participação Popular •• Descentralizar os serviços para que fiquem próximos da população Sustentabilidade Urbana e Ambiental •• Rever a legislação ambiental que prioriza os empresários •• Construir equipamentos na periferia incluindo bibliotecas e teatros •• Tornar o Pelourinho habitável •• Criar a Secretaria de Cultura •• Priorizar áreas como Saúde, Educação e Mobilidade Urbana

A festividade em louvor à Senhora Sant’Ana começou no final do século XIX, fora da data litúrgica. Era realizada no verão (janeiro/fevereiro) incluída no calendário de festejos do bairro, determinada pelos veranistas e acatada pela Igreja, pela simples razão que no inverno a população fixa era diminuta e a maioria dos imóveis permaneciam fechados, inclusive a Capela do Largo de Santana, que não dispunha de padre permanente. No povoado residiam basicamente os pescadores. O bairro do Rio Vermelho só ganhava movimentação no verão com a chegada das famílias abastadas que residiam no centro. Os comerciantes reativavam os negócios e os veranistas faziam as manifestações populares e religiosas. Eles foram responsáveis pela emancipação do Rio Vermelho da Paróquia Nossa Senhora da Vitória no dia 5 de abril de 1913, através da provisão assinada por Dom Je-

Imagem de Sant’Ana no altar mor da igreja rônimo Thomé da Silva, Arcebispo Metropolitano de Salvador e Primaz do Brasil, criando a Paróquia de Sant’Ana do Rio Vermelho. A Capela do Largo de Santana passa, então, à condição de Igreja Matriz e o padre Antonio de Menezes Lima foi designado pároco. Mesmo com o crescimento do Rio Vermelho, ganhando população fixa nos seus núcleos Pa ciência, Mariquita e Santana, com importantes famílias, a

Festa da Padroeira foi mantida no verão. Somente em 1971, o monsenhor Antonio da Rocha Vieira, que foi pároco durante 16 anos, resolveu, finalmente, transferir a festa para o período correto, de 17 a 26 de julho, voltando ao calendário litúrgico.


Foto: André Avelino

Personagem do Rio Vermelho Romenil Arestides Gonçalves Filho, “O Xerife”

Muitos moradores e soteropolitanos desconhecem que o Rio Vermelho possui uma área de preservação histórica. Área esta sujeita a um acompanhamento vigiado pelo IPAC e IPHAN, no sentido de preservar o conjunto arquitetônico, cuja presença é testemunha viva da memória de ocupação do bairro: do colonial ao neoclássico. ao art décor, ao eclético e ao contemporâneo. Um após outro, ajudaram a compor o belo casario que fez do Rio Vermelho esse bairro charmoso e sedutor. Infelizmente, nos últimos anos esse casario vem passando por um processo acelerado de desfiguração das suas fachadas. Frequentemente destruídas e substituídas por outras, supostamente modernas, rompendo a harmonia dos seus elegantes sobrados. É uma pena que isso ocorra em Salvador quando, no mundo inteiro e em muitas cidades brasileiras, o Patrimônio Histórico Arquitetônico está sendo restaurado e recuperado, por se tratar de um dos mais importantes valores de atração turística, portanto, gerador de emprego e renda.

É como se a cada vez que você folheasse seu álbum de retratos constatasse que mais uma foto de estimação foi arrancada para dar lugar a outra nova de alguém que você nunca ouviu falar, não sabe quem é, e nada tem a ver com sua história. A AMARV, no sentido de manter as características arquitetônicas do bairro, reuniu os órgãos diretamente envolvidos com preservação e realizou um evento na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, onde foram convidadas entidades municipais, estaduais e federais. Neste evento ficou demonstrada a preocupação com o descaso na fiscalização e cumprimento da legislação, numa área que vem sofrendo uma depredação acelerada sem que os órgãos responsáveis tomem medidas que impeçam tal fato. Muitos empresários chegam empolgados com o glamour que o bairro oferece, e acabam fazendo intervenções nos imóveis que aceleram a degradação e perda dos valores que mais contribuíram para fazer do Rio Vermelho um bairro tão charmoso.

Biblioteca Juracy Magalhães Jr completa 44 anos A Biblioteca Juracy Magalhães Júnior completou, no dia 23 de setembro, 44 anos de sua fundação e como parte das comemorações de aniversário, ofertou uma vasta programação de eventos como oficinas de arte, peça teatral, cordel, oficina literária, filmes e música. Tudo gratuito e aberto ao público de todas as idades. Dentre os eventos destácxam-se oficina literária “Desvendando o Hino Nacional” sob a coordenação de Yamina Aras (dia 19), contos de história com Alessandra Mello e Silvana Azevedo (dia 20), apresentação da peça “Os Românticos” com direção e apresentação de Marcos Antonio Santos e poesias de representantes do romantismo brasileiro, entre eles, Álvares de Azevedo,

Fagundes Varela e Castro Alves. Esse espetáculo também aborda o amor entre o Poeta Abolicionista e Eugenia Câmera, atriz portuguesa e musa de Castro Alves. Mesa redonda (dia 21) sobre a “Importância da Biblioteca Juracy Magalhães Júnior para a Comunidade do Rio Vermelho”, debate que reuniu o diretor da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro de Araújo; a diretora de Bibliotecas Públicas da Bahia, Ivanise Tourinho; e a diretora da Juracy Magalhães Júnior, Sonia Morelli, entre outros convidados. Encerrando as atividades, houve a apresentação performática e cantoria do professor e cordelista Antonio Barreto. Logo após, ocorreu o show “Relicário” do grupo Presente.

Foto: Abílio Silva

Encontro para preservação do Sítio Histórico do Rio Vermelho

Nativo do Rio Vermelho, nasceu no dia 2 de outubro no Núcleo da Paciência – Vila Matos, filho de Romenil e D. Erenita, tendo como irmãos Erenilda, Ricardo, Carlinhos, Kleber Bubu, Norma, Itamar e Lúcia. Casado com Magali, forma uma bela família com os filhos Lorena, Gabriela e Romenil Neto. Ex-futebolista, atuava na posição de zagueiro. Fez história e foi ídolo do Esporte Clube Vitória, sendo considerado por muitos como o maior defensor do rubronegro.

sou pelo Palestra e o Galícia antes de encerrar a carreira.

A paixão pelo futebol nasceu nos babas do bairro, principalmente no campo da Fonte do Boi, na Mariquita, e por ironia o primeiro time foi o Vitorinha do Rio Vermelho.

Agnelo Correia dos Santos, o Nelinho, foi certamente um dos melhores zagueiros do futebol baiano em todos os tempos. Dizem que foi ele quem ensinou a Medrado, Tinho e Romenil a jogar bola, é verdade isso? Romenil – É verdade, ele me ensinou muito a arte e a técnica de jogar e a saída da área com a bola. Lógico que, às vezes, era preciso parar a jogada com mais garra, e isso eu fazia bem, da medalhinha pra baixo. O Nelinho foi chamado de “professor de zagueiros”.

Seu pai, Romenil Gonçalves (foi delegado e como festeiro foi arauto do Bando Anunciador do Rio Vermelho), negou diversas vezes sua ida para o Esporte Clube Bahia, a pedido insistente do seu amigo Osório Villas Boas, então presidente do clube, que sabendo do seu potencial ficou entusiasmado. Foi então, levado para o Esporte Clube Vitória pela assessora do presidente Ney Ferreira, com autorização do seu pai que era Vitória “doente”. Pesou na decisão a camisa rubronegra. Começou no juvenil, depois aspirante, e era sempre escalado no time misto, chamado na época de Bossa Nova, que atuava quando o time titular estava em viagem. Fez sua estreia como profissional contra o Sport, num amistoso na cidade de Ilhéus nos anos 1960, lançado pelo técnico Ricardo Magalhães, e a partir daí foi titular absoluto na zaga do clube até 1970. Foi bicampeão baiano em 1964 e 1965. Em 1971 assinou com o Esporte Clube Bahia, onde jogou apenas seis meses e foi emprestado ao Ypiranga, depois pas-

Romenil sempre foi e será um mito do rubronegro baiano. Em poucas palavras: De onde vem o apelido de Xerife? Romenil – Foi o motorista do presidente Ney Ferreira quem botou. Ele dizia que eu impunha respeito na área. A torcida do Vitória carinhosamente aprovou, caiu na imprensa e até hoje levo comigo o apelido de Xerife.

Como zagueiro, qual o atacante que lhe deu mais trabalho jogando? Romenil – Foi o Armandinho daquele fabuloso time do Leônico. Era um jogador leve, driblava para os dois lados e com uma facilidade de jogadas impressionante. Cite três jogadores “craques” que viu jogar? Romenil – O Kléber Carioca, sabia tudo de bola; o Israel, meia esquerda do Leônico e o Armandinho, também do Leônico, esse me deu muito trabalho. Carlinhos Gonçalves (Esporte Clube Bahia), seu irmão, uma vez fez um golaço de cabeça na zaga do Vitória e falaram que você deixou porque era seu irmão. Conte isso. Romenil – Pura gozação de torcedor. Não existia isso, ganhei várias partidas em cima do Carlinhos e ninguém

falou nada. A vontade de vencer os amigos e meus irmãos era muito grande e dobrávamos a seriedade. A gozação fazia parte do pós-jogo. É verdade que após um BAxVI, na segunda-feira, vocês se reuniam num bar do Rio Vermelho para comer moqueca de peixe regada a cerveja? Romenil – Fazíamos isso frequentemente. Nós, os jogadores do Vitória mais os do Bahia, como Amauri e até Roberto Rebouças, que era mais tímido, vinhamos. Era uma confraternização, a rivalidade ficava na Fonte Nova, e quem perdia o jogo geralmente pagava a conta. E o reconhecimento como jogador? Romenil – A atenção e o reconhecimento da diretoria do Vitória não posso me queixar. Recebi a comenda de personagem do Vitória pelas mãos do presidente Paulo Carneiro que sempre me elogiou e, recentemente, a medalha dos 100 anos num convite extensivo a toda minha família, o que fiquei muito grato e emocionado. E o futebol de hoje? Romenil – Hoje não se vê mais o amor à camisa. O jogador não tem muita ligação com o clube, pertence a empresários, e o que rola é muito dinheiro. A Lei Pelé não trouxe avanços. Eu acho que os times devem investir e revelar jogadores de base. O Vitória faz isso muito bem. E o Rio Vermelho? Romenil – O Rio Vermelho é tudo para mim. Nasci na rua Leopoldino Tantu, na Vila Matos com a Garibaldi, e depois fui morar na Mariquita, onde estudei e aprendi a boa convivência. Fiz grandes amizades e até hoje surgem novos amigos, isso só acontece no Rio Vermelho. O Rio Vermelho é diferenciado, não saio daqui por nada, é meu lugar.


Deu no Blog

blogdoriovermelho.blogspot.com.br

Novos policiais já estão na área

Para que serve uma faixa de pedestre?

A 12ª CIPM recebeu, no dia 18 de setembro, 30 homens e mulheres para reforçar o policiamento a pé no Rio Vermelho e Ondina. O major André Ricardo, fez uma preleção para os novos comandados e, em um microônibus da PM, conduziu o grupo para o reconhecimento da área. No percurso, foram mapeados os pontos estratégicos para o policiamento e também indicados os locais mais vulneráveis.

Apesar de bem visível os motoristas ignoram solenemente a faixa de pedestre que fica em frente à Igreja de Sant’Ana. No domingo pela manhã, muitas pessoas que saem da missa esperam a boa vontade dos motoristas para atravessar, mas eles nem estão aí. Já tratamos essa questão das faixas de pedestres várias vezes nesse Blog, inclusive chamando a atenção para o fato de que muitas estão apagadas.

Fotos: Carmela Talento

contato com Dona Eloysa, presidente do Conselho Comunitário Social de Segurança, pelo e-mail eloysa.cabral@hotmail.com. Seja um voluntário (ou voluntária), participe! As faculdades que funcionam no bairro, bem que poderiam engajar-se nesse projeto de inclusão digital. O que não é o caso dessa em frente à igreja, que está bem visível. Neste local o que falta mesmo é educação.

Centro Digital da Cidadania (CDC) do bairro precisa de instrutores voluntários O novo Centro Digital da Cidadania (CDC) que funciona na sede da 12ª CIPM, na rua Ilhéus, Rio Vermelho, está recrutando instrutores voluntários para permitir a abertura de novas turmas. Alguns adultos estão interessados, mas faltam professores. O curso para adultos, caso apareçam instrutores, será aos sábados, das 8h às 10h. Os interessados devem entrar em

Até quando esse lixão vai continuar em um dos pontos mais visitados do bairro? O problema do lixo no Rio Vermelho está beirando o caos. As datas de coleta não têm sido respeitadas. Domingo não tem coleta de lixo, mas isso não impede que os responsáveis por bares e restaurantes, que funcionam no

entorno da Praça de Santana, utilizem a esquina da rua José Taboada, onde funciona também um ponto de ônibus, para jogar grande quantidade de lixo. No decorrer do dia, os sacos são abertos por animais e catadores e a fedentina toma conta do local, que costuma receber centenas de visitantes e moradores atraídos pelo tabuleiro de acarajé instalado na praça. Talvez seja necessária uma reunião entre os comerciantes e a Limpurb para resolver essa situação. Por exemplo, a Limpurb precisa encontrar uma solução para o lixão que se forma no entorno do contêiner colocado próximo à Casa de Iemanjá e Igreja de Sant’Ana, local que recebe muitos turistas.

Cinquentenário do Colégio Estadual Manoel Devoto Foto: Bruno Ricci/Secom-BA

No início, com o nome de Ginásio Manoel Devoto, funcionava em um prédio antigo da rua Osvaldo Cruz, onde hoje funciona a Escola Euricles de Matos. No segundo governo de Juracy Magalhães, no dia 10 de julho de 1962, foi inaugurado como Colégio Estadual Manoel Devoto, que além do curso ginasial passava também a contar com o curso colegial (científico e clássico). Numa edificação moderna e infraestrutura completa, contava com: 27 salas; biblioteca; laboratórios de química, física e biologia; auditório/teatro; ginásio de esportes, sala de artes e jogos, grêmios

A qualidade que vai da horta direto para sua mesa. Loja 1: CEASA do Rio Vermelho – Loja 2: Av. Juracy Magalhães Jr., 360 – Rua do Canal (71) 3452-3298 / 3506-23735

estudantil, reprografia e demais salas da área administrativa e diretoria. Realmente, uma escola modelo! Seu primeiro diretor foi o professor Mário Câmara de Oliveira, que foi também autor do Hino do CEMD. Qual aluno não sabia, na ponta da língua, esse hino? Toda quinta-feira, num ato cívico, antes das aulas, havia o hasteamento das bandeiras nacional, estadual e do CEMD, e o cântico dos hinos respectivos. Que saudade! Excelentes professores proporcionaram um aprendizado para toda vida. Funcionários, cuja dedicação e exigência, fizeram o respeito e a

disciplina prevalecerem. E no centro de tudo, os alunos. Sem divisão de classes sociais, numa mistura de igualdade e excelente convívio, formavam a composição desse corpo discente, onde se trocava conhecimentos, falava-se latim, francês e inglês e, frequentemente, eram campeões das Olimpíadas da Primavera. Uma escola onde quem fazia vestibular passava de primeira! Em 1971, com as modificações introduzidas no ensino, o CEMD deixa de oferecer o curso colegial (ou o novo 2º grau). Tem início o declínio do ensino público no Brasil. Uma pena, esperamos um dia sorrir de novo!


Galeria do Artista Alberto José Costa Borba, soteropolitano, aquariano, estreiou em 23 de janeiro de 1957.

dois amigos meus em Nova York, um desenho animado de três minutos, uma trabalheira do cacete, com um tablet do tamanho de uma mesa onde você interfere direto no monitor. Juro por Deus, sempre resisti fazer artes gráficas com tanta tecnologia, mas o resultado ficou interessante, usando Nova York como suporte e como inspiração. Na realidade, essas obras que acontecem na rua são bancadas por mim. Durante muitos anos eu gastei pra fazer isso. As estruturas de ferro fizeram parte da exposição que fiz para dar visibilidade à causa dos saveiros. Fizemos uma exposição no Galpão das Docas num espaço de 1.500m2 usando 130 mil quilos de aço.

Bel Borba é um dos artistas mais presenciais, produtivos e queridos da Bahia. É difícil não associar seu nome à cidade do Salvador. Bel deu outra feição à capital baiana, oferecendo uma nova configuração plástica à paisagem urbana, tornando-a mais leve e admirável, criando figuras que se movimentam no espaço, que despertam a imaginação com um simples olhar. Suas obras estão nos muros, nos túneis, nas encostas, nas calçadas, nas galerias e nos museus. Sempre surpreendendo pela criatividade e força, expressa em diversas linguagens e formas. Dos mosaicos nos azulejos e vidrilhos, das esculturas em madeira, ferro, aço inox e garrafas pet, a telas em óleo, spray e a fotografia, o que se enxerga é um conjunto diversificado de obras com assinatura inconfundível. Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, sendo autor de centenas de trabalhos em locais públicos e privados, e para sorte nossa, o bairro do Rio Vermelho foi escolhido como moldura de boa parte delas.

JRV – Tudo que cai na sua mão é matéria-prima para sua arte? O entulho da Fonte Nova, por exemplo. Bel Borba – Na verdade, ali o difícil foi escolher. Depois que explodiram era tanto pedaço! Eu sou muito prático, olho o que vou fazer e vejo logo o que preciso de equipamento.

Bel Borba foi escolhido Embaixador de Salvador para a Copa do Mundo 2014. A AMARV aproveita para se colocar a sua disposição para qualquer tipo de apoio e que sua Embaixada seja no Rio Vermelho.

JRV – E os Saveiros? Esse é um tema caro a sua obra… Bel Borba – Eu nunca tinha andado de saveiro. Minha família não frequentava Itaparica. Eu, quando era criança, enjoava em barco. Sempre evitei, mas quando o Roberto Malaca me convidou, eu fui no saveiro e me deslumbrei, me senti dentro de um barril de carvalho.

A seguir, alguns trechos de um bom papo com Bel Borba em sua casa. Você tem uma ligação e um carinho pelo Rio Vermelho, conte um pouco como se deu essa relação? Bel Borba – Na realidade, é aquela frase que dizem: parente a gente não escolhe. Só amigos é que a gente escolhe, se bem que tem amigos que a gente não sabe porque escolheu… São laços tão profundos, tão sólidos que eu não sei como explicar. Acho que o Rio Vermelho tem uma magia sobre mim. É como se a Bahia fosse o Brasil ao quadrado, como se Salvador fosse a Bahia ao quadrado e o Rio Vermelho fosse Salvador ao quadrado. E a minha casa o Rio Vermelho ao quadrado. Acho que é nessa progressão… Quando o Rio Vermelho está sofrendo, eu sofro. Quando o Rio Vermelho está bonito, eu gosto. Se eu pudesse, faria um marco em todas as entradas e saídas do bairro. Eu gostaria de fazer isso. Uma obra em cada porta do bairro. O Rio Vermelho tem tantas entradas e saídas… Acho que o Rio Vermelho carece de um mutirão de empresários. Algumas coisas que o Rio Vermelho precisa de imediato: facilitar o estacionamento à noite, administrar o barulho à noite

e precisamos de uma malha de passeios decente – uma coisa que estimule a gente a caminhar no bairro. É essa coisa, por conta da evidência que o artista tem, da visibilidade, outro dia eu vi um artista reclamando que é um saco que você como artista tenha que ser o porta-voz do bom senso. Conheço gente que não sai desse bairro. Eu mesmo evito sair do meu bairro. Eu não gosto de sair do Rio Vermelho. Quando tenho que sair, saio de coração partido. É verdade que o Rio Vermelho concentra a maior quantidade de obras suas nas ruas? Bel Borba – É provável, sempre circulei por aqui. Sempre passei pela praia e depois pelo bairro. Foi essa a minha intenção quando comecei, de poder fazer com que as pessoas pudessem criar seu itinerário e visitassem algumas das minhas obras circulando pelo bairro. Esse é o meu sonho maior. Primeiro que se tenha como caminhar de maneira segura e confortável e podendo trilhar o caminho das minhas obras. Acho legal as pessoas poderem marcar um encontro na bicicleta, nas máscaras, no capoeirista. Fica sendo um ponto de referência, me diverte isso.

Por que a escultura do Cachorrão de Madeira saiu da Mariquita e foi passear no Pelourinho? Bel Borba – Essas obras são soltas como um quadro ou uma escultura, podem passear. Achei que o cachorro estava meio perdido ali onde estava, aí resolvi levar para o Pelourinho. Pode ser que as pessoas sintam falta dele no Rio Vermelho… E também porque resolvi tirar proveito da altura dele em relação à largura das ruas no Pelourinho, assim as pessoas vão poder ver mais de perto. É uma experiência. As esculturas estão no Rio Vermelho de passagem. Enquanto a maioria estiver aprovando eu vou deixando. Por que você foi na direção contrária às galerias e escolheu o caminho das ruas? Bel Borba – Já me fizeram essa pergunta algu-

Foi danado de bão o Arraiá da AMARV! Já fazendo parte do seu calendário de eventos, a Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho – AMARV promoveu o primeiro Forró da AMARV sob a organização da nova Diretoria e a batuta de Wanderley Fernandes. A festa reuniu amigos do Rio Vermelho na Confraria do França (16/06/2012) e, durante seis horas, todos se divertiram ao som da animada Banda Jerimum Assado, que trouxe no repertório

uma bela homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, no ano do seu centenário. Num clima de alegria e confraternização, prestigiaram a festa a vereadora Aladilce; a ex-superintendente da SET, Cristina Aragon; o comandante da 12ª CIPM Major André Ricardo; a presidenta do Conselho de Segurança, Eloysa Cabral; os diretores do Bloco Palhaços do Rio Vermelho, Lúcia Fátima e Ruy Santana; os jornalistas

José Sinval, Joana D’Arck, (Blog Pilha Pura) e Carmela Talento (Blog do Rio Vermelho); os ex-presidentes da AMARV, Sílvio Batalha e Ricardo Barreto; o Conselho de Odontologia, na figura de Jurandir Sarmento; a Colônia de Pesca Z-1, representada pelo seu presidente Branco; entre outros. O arrasta-pé foi impecável, muita alegria, animação e a participação de todos. Festa boa! Teve sanfona, zabumba, triângulo, licor,

mas vezes. No início dos anos 70, a maioria das pessoas vinha do interior da Bahia e alguns artistas também. Havia uma distância grande entre as pessoas que tinham poder aquisitivo para adquirir obras de arte e os artistas que não tinham essa penetração social. Não havia os recursos de comunicação e convergência que temos hoje. Era necessário quebrar esse abismo, então eu vi nas ruas a oportunidade de fazer um elo entre o cidadão comum e o público de artes. Eu lembro que vi o boom e a materialização do mercado publicitário baiano. Eu tive a oportunidade de trabalhar fazendo “retoque americano”, que é o photoshop de hoje, mas era feito com aerógrafo e pincel. Trabalhar com publicidade e como ilustrador era uma maneira de gerar um aprendizado por conta de fazer cenários, vitrines. Tive experiência com cenografia. Agora mesmo estou fazendo com

Outra arte: a arte culinária. Sabemos que você pilota bem. Já fez algum mingau para Bela, sua filha? Bel Borba – De manhã troco a fralda e faço o leitinho pra ela. Em culinária eu sou de fases, agora estou desenvolvendo dois pratos. Trabalhando o “Risoto de Bacalhau à Chinesa” que é feito com bacalhau grelhado na brasa, quase um torresmo de bacalhau, e mistura no arroz com uma espécie de cogumelo pequenininho com um pouquinho de páprica, pra não ficar doce. Também estou explorando o grão-de-bico. Tudo com grão-de-bico: faláfia, grão-de-bico com iogurte fresco, com tarrine, com um pouquinho de aliche. Dizem que faláfia é o precursor do acarajé. Eu sei fazer um bom acarajé, não quero disputar com ninguém mas sei fazer. Como diz Cid Teixeira: “Bel Borba é igual a Noel Rosa, não quer ser melhor que ninguém, só quer mostrar que sabe fazer samba também”.

amendoim, mais a apresentação de quadrilha junina improvisada. A festa junina é, sem dúvida, uma

das festas mais gostosas de participar. De parabéns a organização. Ano que vem tem mais!


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