Jornal do Rio Vermelho - 03ª edição

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J o r n a l d o R i o V e r m e l h o – u m a p u b l i c a ç ã o d a A M A R V – S a l v a d o r , B a h i a – D e z e m b r o d e 2 0 12 – a n o I n ú m e r o 3 Foto de fundo: Darjan Sanches / Fotos das baianas: André Avelino e Abílio Silva

Viva as nossas baianas!

O

Rio Vermelho também é conhecido como o bairro das baianas de acarajé, motivo mais que justo para o Jornal do Rio Vermelho fazer, nesta edição, uma homenagem as suas baianas pela passagem do Dia das Baianas de Acarajé (25 de Novembro).

Essa data faz parte há 15 anos do calendário de homenagens oficiais da Bahia e do Brasil.

Forte símbolo da identidade cultural baiana, o Ofício das Baianas de Acarajé foi registrado em 2005 como Patrimônio Cultural Imaterial

do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério Cultura, cadastrado no Livro de Registro dos Saberes. O acarajé também foi reconhecido como Patrimônio Cultural de Salvador pela Câmara

Municipal. Em 2009, as baianas foram homenageadas em Salvador com o Memorial das Baianas de Acarajé (Praça da Cruz Caída – Centro Histórico), cuja finalidade é situar a tradição, a história, a cultura e demais temas agregados ao ofício registrado pelo Iphan. (pags. 6 e 7)

Projeto Bairro-Escola Rio Vermelho – pag. 3 Diolino e sua famosa batida – pag. 10


EDITORIAL

Boas festas e um ano novo cheio de realizações!

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esta edição, uma justa homenagem às famosas baianas do acarajé do Rio Vermelho – Claudinha, Rita, Cira e Regina, pela passagem do seu dia, contamos um pouco da história de cada uma e sobre essa maravilha da gastronomia baiana, que é o acarajé. Parabenizamos o Deputado Federal ACM Neto pela brilhante vitória nas Eleições 2012 para Prefeitura de Salvador, ele que se mostrou conhecedor dos problemas do Rio Vermelho e em quem os eleitores depositaram suas esperanças de recuperar nossa cidade. Conversamos, também, com a vereadora reeleita Aladilce sobre política e sua ligação com o nosso bairro. O Artista da Galeria é o nosso querido Fernando Marinho, que fala de música e de sua trajetória no teatro baiano. O Personagem é Diolino Damasceno, o Rei da Batida na Bahia que misturava fruta com cachaça Saborosa no liquidificador numa combinação irresistível. As festas baianas tinham sua bebida oficial a “Batida do Diolino”. Ainda nessa edição um balanço sobre a segurança no bairro e matéria sobre as ações no Território Criativo do Rio Vermelho, iniciativa do SEBRAE e da Secopa. Lançamento do Projeto Bairro-Escola para o Rio Vermelho e o Projeto Cama&Café da Setur. Destacamos também a volta do “Diabo Rubro”, o Botafogo Sport Clube, à elite do futebol baiano. Agradecemos o apoio dos comerciantes e empresários do bairro por acreditarem na proposta do Jornal do Rio Vermelho e mais uma vez batemos nosso recorde na tiragem dessa edição: 7.000 exemplares. Aproveitamos para desejar votos de boas festas e um ano novo cheio de realizações à todos os moradores, amigos e frequentadores do Rio Vermelho. Boa leitura! Lauro Alves da Matta Júnior Presidente da AMARV

Expediente CONSELHO EDITORIAL – José Sinval Soares – André Avelino de Souza Ferreira – José Mário de Magalhães Oliveira – Wanderley Souza Fernandes – Carmela Talento – Marcos Antonio Pinto Falcão Jornalista Responsável – José Sinval Soares – MTE 1369 Revisão – Carlos Amorim – DRT/BA 1616 Projeto Gráfico e Editoração – Dendê Comunicação Agradecimento Especial – Edgard Carneiro Filho Tiragem – 7.000 exemplares Impressão – Gráfica Press Color Contato – falecomamarv@gmail.com Distribuição gratuita Esta é uma publicação da Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho – AMARV. Fotos e artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

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Parceria é a palavra de ordem Basta fazer um retrospecto das atividades da AMARV em 2012 que fica fácil constatar a máxima: ninguém faz nada sozinho. Um dos pontos mais importantes a ser destacado nos últimos tempos, é justamente a parceria entre as diversas entidades e instituições do bairro. Vamos a alguns exemplos: o Conselho de Segurança junto com a Polícia Militar implantaram o Centro de Cidadania Digital com cursos de informática para facilitar a inclusão digital; a Escola Hercília Moreira estabeleceu uma relação de parceria com o grupo Palhaços do Rio Vermelho que promoveu uma festa no Dia das Crianças (12 de outubro) com direito a espetáculo de teatro infantil, banda de música, pintura de rosto e um lanche bem sortido, tudo isso, é claro, com o apoio e a parceria do Teatro do SESI; a Escola Hercília Moreira também faz parceria com a Polícia Militar, há quatro anos, e agora no fim do ano formou 108 alunos no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD); a AMARV, quando promoveu o Faxinaço das Praias, contou com o apoio da Colônia de Pesca Z1, da Polícia Militar e a participação dos alunos da Escola Osvaldo Cruz; a AMARV também contou com o apoio do Teatro Sitorne para realizar o ciclo de debates “Encontro com os Prefeituráveis”; o Blog do Rio Vermelho tem atuado decisivamente como parceiro de diversas entidades divulgando, cobrando e alertando para as questões pertinentes ao bairro. Outros exemplos podem ser citados. O interessante é notar que essa sinergia entre as entidades e instituições do bairro surgiu de forma espontânea e melhor ainda é saber que essa teia de relações só beneficia o bairro do Rio Vermelho. Agora

temos dois novos casos de parceria que abrangem uma relação bem mais ampla: a criação do Território Criativo do Rio Vermelho e o Projeto Bairro-Escola. O Projeto Território Criativo pretende fomentar a economia criativa aproveitando a vocação natural para o turismo e a gastronomia, e foi abraçado por diversas entidades. O Projeto Bairro-Escola, lançado agora, tem o objetivo de transformar o Rio Vermelho em bairro educador, iniciativa inédita em Salvador, e também está reunindo um grande número de entidades e instituições.

Vem chegando o verão... O verão chegou e mais uma vez o Rio Vermelho vai estar cheio de turistas e visitantes para apreciar suas tardes de pôr-do-sol, suas noites de boemia e as delícias da culinária baiana, tudo isso é muito bonito mas, também, significa que os problemas do bairro vão aumentar: o lixo, o trânsito e a segurança. Vamos evitar sujar as ruas, estacionar os carros em cima das passagens de pedestre e em locais proibidos, e estar bem atentos à ação dos amigos do alheio.

do da Bahia (MP), na Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, em uma representação requerendo a adoção de providências no sentido de apurar a regularidade e a legalidade da pretendida edificação, para o cumprimento da legislação em vigor quanto à área de Marinha, de preservação ambiental e limítrofe do oceano.

As baianas do Rio Vermelho de antigamente A matéria de capa faz homenagem às Baianas do Rio Vermelho. É bom lembrar que o nosso bairro tem uma longa tradição de baianas do acarajé. Moradores antigos ainda conservam na memória o sabor dos deliciosos quitutes preparados por Roxinha e Bernarda, no Largo de Santana, e por D. Bolinha, no Largo da Mariquita.

Querem acabar a última área verde no Morro do Conselho No sentido de preservar a última área verde do Morro do Conselho, onde está sendo projetada a construção de um edifício de alto luxo com sete pavimentos, que trará prejuízos urbanísticos (fica numa nesga de terreno na curva da subida do Morro) e ecológicos para o bairro, a AMARV juntamente com a Colônia de Pesca Z1, o Conselho Comunitário de Segurança e o Blog do Rio Vermelho deram entrada junto ao Ministério Público do Esta-

O jornal e o outdoor da AMARV A segunda edição do Jornal do Rio Vermelho foi muito bem recebida pela comunidade e pelos visitantes do bairro, a AMARV agradece as manifestações. A veiculação do nosso outdoor de Ano Novo (foto no topo da página) tem o importante apoio da Chaves Outdoor, uma parceira do Rio Vermelho.


Bairro-Escola Rio Vermelho reúne artistas e entidades tradicionais do bairro

Organizações do bairro que participaram do Seminário

Foto: Instituto Inspirare

Primeiro seminário sobre o Rio Vermelho um bairro educador, no Ciranda Café Lugar de estudar é na escola, certo? Bem, melhor seria dizer não apenas na escola. Pelo menos, é o que pensam os moradores do Rio Vermelho. O bairro mais boêmio de Salvador aceitou o desafio de transformar-se também em um bairro educador e, desde julho de 2012, vem se articulando em torno da iniciativa Bairro-Escola Rio Vermelho, que pretende transformar toda a região em uma sala de aula a céu aberto. E como aconteceria isso? Bem, o primeiro passo é ampliar a noção do que é aprender e ensinar. As crianças e adolescentes (e os adultos também!) aprendem o tempo inteiro e o caminho de casa para a escola pode ser encarado também como um momento de aprendizagem: aprender a história do bairro com os pescadores da Colônia, aprender história da Bahia com a baiana de acarajé, conhecer bem o caminho da Biblioteca e desenvolver o hábito da leitura... O Bairro-Escola trabalha com a noção de Educação Integral, que pode ser definida, de um jeito simples, como a compreensão de que aprender não acontece apenas entre as quatro paredes da sala de aula.

Para que todo o bairro se torne uma sala de aula, é preciso que todos os cidadãos se considerem potenciais educadores das crianças e adolescentes que circulam por ali. E é aí que entra uma segunda concepção do Bairro-Escola: a responsabilização coletiva pela Educação. Não dá para atribuir exclusivamente à escola a missão de educar bem as novas gerações. É como diz aquele ditado africano: “é preciso toda uma aldeia para educar uma criança”. Seminário – A AMARV foi uma das primeiras parceiras da articulação Bairro-Escola. Mas não apenas ela. Entre os dias 30 e 31 de outubro, um grupo muito especial de pessoas e organizações (veja Box) – que moram, trabalham ou simplesmente são apaixonadas pelo Rio Vermelho – se reuniram no Ciranda Café para imaginar o Rio Vermelho como um bairro educador. E, como não podia deixar de ser, estiveram presentes também professores, coordenadores e diretores de Escolas Públicas do bairro. Os participantes do Seminário assistiram a uma palestra de

Braz Rodrigues, diretor da Escola Campos Salles, localizada em Heliópolis, São Paulo. Braz contou como conseguiu virar o jogo da violência – uma aluna foi barbaramente assassinada a poucos metros da escola em 1999 – e reinventar a relação com a comunidade, que se tornou a parceira mais importante da escola a partir de então. Também palestrou no Seminário Marcus Faustini, da Agência de Redes para Juventude, organização do Rio de Janeiro que apoia novos empreendimentos de jovens moradores de Subúrbio. Os participantes também ouviram Anna Penido, do Instituto Inspirare, que falou sobre Comunicação e Mobilização Comunitária, e as jovens Emilae Sena e Amanda Campos, da organização não-governamental CIPÓ – Comunicação Interativa, sediada no Rio Vermelho. Lançamento – No Seminário dos dias 30 e 31, os participantes se dividiram em Grupos de Trabalho para planejar as ações do Bairro-Escola para 2013. E, no momento em que este ar-

tigo estava sendo escrito, estava tudo planejado para o lançamento do Bairro-Escola Rio Vermelho, um evento de rua realizado na praça ao lado da Paróquia de Santana e no calçadão da Biblioteca Juracy Magalhães. São esperadas cerca de 300 pessoas, entre estudantes de escolas públicas, artistas e moradores do bairro. E em 2013? – O Bairro-Escola reserva algumas surpresas para 2013. Para as escolas, a boa notícia é uma formação para professores na metodologia Bairro-Escola e apoio para a criação de Trilhas Educativas – uma forma de estender o aprendizado a todo bairro, criando situações de aprendizagem em locais públicos, como praças e largos. As praças e largos, aliás, devem sediar os chamados Arranjos Culturais – uma programação para revitalizar os espaços bonitos do bairro e que, infelizmente, estão abandonados. Paralelo a tudo isso, uma Agência Jovem de Comunicação, articulada com as escolas públicas locais, estará produzindo informações sobre o bairro.

Além de uma variedade de moradores, artistas e interessados na proposta de construir coletivamente um bairro educador, o Seminário contou com a participação das seguintes entidades do Bairro do Rio Vermelho: AMARV, A Casa da Música, Biblioteca Juraci Magalhães, Caballeros de Santiago, Centro Cultural e Recreativo e Escola Bando Lero-Lero, CIPÓ – Comunicação Interativa, Escola de Música do Rio Vermelho, Faculdade Ruy Barbosa,Grupo Aconchego, Grupo de Capoeira Angola Tupinambá, Instituto Inspirare, Paróquia de Sant’Ana do Rio Vermelho, Palhaços do Rio Vermelho, Instituto de Permacultura da Bahia e Paciência Viva. Das escolas, estiveram presentes: Estadual Alfredo Magalhães, Estadual Euricles de Matos, Municipal Ana Nery, Municipal Hercília Moreira, Municipal Oswaldo Cruz e Municipal Senhora Santana. Outros grupos – da cidade, do entorno e até de fora que estiveram presentes ao encontro foram: Canteiros Coletivos, Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Movimento Contínuo, Sistema Kalakuta, Instituto Entre Aspas de Educação Comunitária, Visio, Associação Cultural Conexões Criativas, Consulado Americano, Plataforma Internacional de Dança, Associação Esportiva do Alto de Ondina, AIESEC Salvador, Comunidade Bahai de Salvador, UFBA, Esse Consultoria, REDSolare Brasil, Biblioteca Comunitária do Calabar, ABMP, Rádio A Voz do Calabar, Moinhos Giros de Arte, CENPEC, Instituto Ethos, DEP, SESF, Cidade Escola Aprendiz.

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Redução da criminalidade na área de atuação da 7ª Delegacia Foto: André Avelino

Aladilce

Uma amiga do Rio Vermelho Maria Aladilce de Souza, nascida em Nova Soure-BA, é enfermeira, servidora pública (Secretaria da Saúde do Estado da Bahia), professora da Escola de Enfermagem-UFBA, mestre em Saúde Pública e Política. Filiada ao PCdoB desde 1979, inicia, para sorte nossa, seu terceiro mandato consecutivo de Vereadora na Câmara Municipal de Salvador. Em entrevista ao Jornal do Rio Vermelho, Aladilce não perde a esperança para Salvador voltar a sorrir.

Dra. Jorvane Andrade dos Santos é a delegada da 7a Delegacia Territorial do Rio Vermelho Depois de 17 anos na Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), sendo oito de serviços prestados na Corregedoria, a Dra. Jorvane Andrade dos Santos assumiu o cargo de delegada da 7ª Delegacia Territorial do Rio Vermelho, em março de 2012. Pela característica de bairro turístico e boêmio, com serviços que funcionam 24h, inicialmente, a Dra. Jorvane estabeleceu um plano de ação com um cronograma de visitas aos hotéis, bares, restaurantes e comerciantes do Rio Vermelho, para dar conhecimento e maior presteza às ações da Polícia Civil. Os números fornecidos pela SSP-BA confirmam que a situação tem melhorado. Em toda a área de atuação da 7ª DT houve uma redução no número de mortes por violência. Foram 36 em 2011, e caíram para 25 mortes em 2012, no comparativo entre os meses de janeiro a outubro. No caso de roubo de veículos também houve uma queda, foram 20 veículos roubados de janeiro

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a outubro de 2011, contra 14 no mesmo período de 2012. Segundo a Delegada Jorvane Andrade, “os bairros do Rio Vermelho e Ondina têm uma situação mais tranquila, outras áreas dão mais trabalho”. A maioria dessas ocorrências são provenientes de outros locais, já que a 7a DT tem uma área de atuação que se estende pelo Rio Vermelho, Ondina, parte da Vasco da Gama, Engenho Velho da Federação, Cardeal da Silva, Vale das Muriçocas, Garibaldi e vai até o Calabar. Ainda assim, no nosso bairro predominam os crimes contra o patrimônio e crimes menos graves, os chamados termos circunstanciais, como ameaças, lesão corporal leve, difamação, calúnia e desacato. Outros números contabilizados dão uma ideia da atuação da 7a DT. Até outubro de 2012 já foram instaurados 199 inquéritos policiais e remetidos 324 casos para a justiça. Foram lavrados 56 flagrantes de delitos e cumpridos dois mandados de prisão.

A 7ª DT dispõe, atualmente, de um contingente de 39 servidores, viaturas padronizadas e descaracterizadas, armamento e munição em quantidade suficiente, e conta, ainda, com o apoio da 12ª e da 41ª CIPM (Companhias Independentes da Polícia Militar) na defesa da segurança pública. Recentemente, o prédio da delegacia do Rio Vermelho sofreu uma reforma geral para padronização e adequação às políticas públicas da Secretaria de Segurança. Entre as suas perspectivas, a Dra. Jorvane Andrade espera “que a gente continue o trabalho conjunto e a parceria com a Polícia Militar, com o apoio do Conselho de Segurança, da AMARV, do Blog do Rio Vermelho e das outras associações atuantes no bairro”.

Polícia Civil Central de Atendimento Tel. 197 7ª DT – Rio Vermelho. Tel. (71) 3116-5345

Foto: André Avelino

Como a vereadora começou na política? Aladilce – Entrei para o movimento estudantil secundarista em Alagoinhas (BA), na época da ditadura. Participava de atividades culturais e escrevia o jornal do grêmio no colégio. O ambiente de contestação do período da ditadura contribuiu para a minha formação de oposição. Em 1979, entrei para o PCdoB, fiz parte do diretório acadêmico de Enfermagem, mais tarde passei pelos movimentos de bairros e movimento sindical. Em 1990, fundamos o Sindisaúde – Sindicato dos Trabalhadores da Saúde da rede pública estadual. Em 2002, fui candidata a deputada estadual. Em 2004, fui eleita vereadora pela primeira vez. Na eleição de 2012 para a Câmara Municipal de Salvador houve uma renovação significativa (24 novos vereadores das 43 cadeiras). A população deu uma forte demonstração de descontentamento com seus vereadores ou teve influência da má administração do Prefeito? Aladilce – Acho que as duas coisas. O resultado eleitoral não tem uma única explicação. A lição que nós tiramos dessa eleição é o desejo de mudança. O eleitor está descontente com a política, a gestão desgastada do prefeito também tem a ver. A população não faz distinção do papel do prefeito e do vereador. Outros fatores que influenciam são a vontade de mudança e a estrutura de campanha. Candidaturas com mais condições de recursos e financiamentos alcançam anseios da população que não são atingidos pelo poder público. Também existe o fenômeno da candidatura ligada à religião. Como é ser a vereadora mais votada do seu partido? Aladilce – O partido reconhece a legitimidade da votação, mas obedece à lógica definida pelo estatuto do partido.

Salvador foi apontada em pesquisas recentes, como uma das piores capitais do país em tudo: mobilidade urbana, segurança pública, educação, turismo, cultura e saúde. Sabemos da dificuldade de recuperar tudo isso em curto prazo. Como a vereadora vê esse quadro? Aladilce – Primeira coisa: pensar em uma forma de aumentar a arrecadação da cidade. O turismo e a cultura estão pouco explorados. Outra coisa é o cadastro imobiliário. Salvador não tem. Se a prefeitura conseguisse fazer um cadastro de imóveis, aumentaria a arrecadação. Este é um exemplo da precariedade do município. Nossa costa não é valorizada, não se investe na pesca, por exemplo. Tem também a mobilidade urbana, precisamos de transporte de massa para destravar o trânsito. O Rio Vermelho também não foge desses grandes problemas urbanos. A AMARV inclusive no seu Planejamento Estratégico levantou dados e apontou diversas soluções nos seus macroambientes, mas pouco foi feito pelos órgãos competentes. A vereadora se dedicou à solução de alguns desses problemas. Continua a apoiar o Rio Vermelho? Aladilce – Integralmente. Agora de maneira mais intensa, já que conheço mais os problemas e as pessoas do Rio Vermelho. Proponho que façamos um projeto de valorização e defesa do Rio Vermelho para apresentar ao novo gestor do município. Como se deu o carinho pelo bairro? Aladilce – O Rio Vermelho é apaixonante! Aqui tem um grupo que gosta do bairro e atrai o carinho das pessoas sem pieguice. O Rio Vermelho tem muito potencial com as instituições: tem o Blog do Rio Vermelho, o grupo dos Palhaços, a Colônia de Pescadores, a AMARV e o Conselho de Segurança. Afora o trabalho, a vereadora curte o Rio Vermelho? Aladilce – Claro que sim. Quem não curte está perdendo. Tem O Boteco do França, Confraria do França, Cheiro de Pizza, Boteco São Jorge, Aben, Cia da Pizza, e ainda tem a Festa de Yemanjá!


ACM Neto, o novo Prefeito de Salvador Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Neto, 33 anos, eleito Prefeito de Salvador para o período 2013-2016, com 53,71% dos votos válidos (717.865 votos), quase 100 mil a mais que seu adversário. A análise dos números mostrou também que Neto venceu na Zona 2 (onde se inclui o Rio Vermelho) com 55,93% dos votos válidos (32.172). Venceu no segundo turno todos os candidatos juntos Nelson Pelegrino, Mário Kertész, Marcio Marinho, Rogério Da Luz e Hamilton Assis. Venceu as poderosas máquinas federal e estadual, a popularidade de Lula e de Dilma, onde enfrentou uma campanha publicitária agressiva. Saiu forte da votação, inclusive nacionalmente. Fez uma campanha onde sempre pautou a eleição. Explicar essa vitória é muito complexo, mas o fato é que o eleitor deu o seu recado e espera mudanças de gestão e muita atitude do novo prefeito. ACM Neto vai assumir a partir de janeiro e encontrar uma Salvador totalmente acabada, abandonada e descaracterizada em todos os aspectos. Pesquisas mostram Salvador como uma das piores capitais do país em diversos setores: mobilidade urbana, segurança pública, educação, turismo, cultura e saúde. “Realmente a gente vê cenas hoje que são lamentáveis, nós vamos agir emergencialmente para enfrentar os problemas que são urgentes, que não podem esperar um minuto sequer. As primeiras medidas vão ser organizar a administração, ajustar as finanças da prefeitura, economizar recursos que a prefeitura já arrecada” disse o prefeito eleito. Dentre outras medidas, ACM Neto vai cortar cargos de indicação política, reduzir gastos com terceirização e revisar leis polêmicas como PDDU e a LOUS. Sem entrar em detalhes, o prefeito eleito disse em linhas

Foto: André Avelino

Célia Sacramento, a Vice-prefeita eleita Foto: Divulgação

Célia Oliveira de Jesus Sacramento, 45 anos, natural de São Paulo-SP, católica, contadora, advogada, auditora, professora-mestra pela USP-SP e doutora pela Universidade de Santa Catarina. Possui vários trabalhos com diversas instituições voltados à qualificação na área pública. Ativista do movimento negro, filiou-se ao Partido Verde (PV) há seis anos, legenda pela qual concorreu à Câmara Municipal em 2008 e à Câmara Federal em 2010. Eleita nas Eleições 2012 vice-prefeita de Salvador na chapa liderada por ACM Neto (DEM).

ACM Neto e Lauro Matta no debate com moradores do Rio Vermelho no período eleitoral gerais, que pretende modificar a legislação territorial de Salvador e, a princípio, deverá proibir o uso de Transcons (Transferência de construção, uma espécie de moeda para o setor imobiliário, que tem sido objeto de muitas polêmicas). A Equipe de Transição de ACM Neto é coordenada pelo ex-governador Paulo Souto que, entre outras tarefas, desenhou o novo modelo administrativo que será implantado na próxima gestão. Fazem parte do grupo, a vice-prefeita eleita Célia Sacramento, o auditor da Secretaria da Fazenda do Estado Celso Tavares, o auditor do Tribunal de Contas dos Municípios Cleber Nogueira de Moraes, a procuradora do município Luciana Rodrigues Vieira Lopes, o assessor técnico da oposição Eduardo Merlin, o especialista em políticas públicas Paulo Sérgio Gonzáles e a enfermeira da Funasa Marta Rejane Montinegro Batista.

ACM Neto também contratou a MacKinsey, uma consultoria internacional, , para ajudar a ajudar a equipe a formatar o novo modelo de gestão e a reforma administrativa. ACM Neto apresentou essa reforma administrativa aprovada pela Câmara Municipal, com a extinção e alterações de secretarias. E ainda anunciou um sistema de avaliação de desempenho para secretários, através de critérios previstos em contrato assinado. Desenhada junto com o sistema de cobrança, o prefeito eleito explicou as principais partes da reforma administrativa: das 11 secretarias atuais, apenas três não sofrerão mudanças: Saúde, Fazenda e Reparação. O número de pastas do primeiro escalão sobe para 12, mas, segundo Neto, sem aumento de gastos. Esperamos uma melhora para Salvador e com isso uma melhora para o Rio Vermelho, onde o prefeito eleito participou de um debate com os moradores e

mostrou conhecimento dos problemas do bairro. A nova gestão pode contar com o apoio da AMARV e esperamos a união de todos em prol de nossa cidade.

Estrutura prevista para Prefeitura de Salvador GABINETE DO PREFEITO Escritório da Copa, Diretoria de Descentralização Administrativa, Ouvidoria e Agecom. GABINETE DA VICE-PREFEITA Superintendência de Políticas para as Mulheres. SECRETARIAS Casa Civil; Saúde; Fazenda; Educação; Gestão; Ordem Pública; Desenvolvimento, Turismo e Cultura; Promoção Social e Combate à Pobreza; Reparação; Urbanismo e Transporte; Cidade Sustentável; e Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil.

Um dos pontos principais para aliança do PV com o DEM foi a defesa de políticas públicas pela igualdade, a diversidade religiosa, sexual e de gênero. Durante o período eleitoral Célia foi muito criticada por partidos historicamente do mesmo campo político, pelo Instituto Steve Biko (que ajudou a construir) e por outros segmentos por apoiar ACM Neto. “O PT não correspondeu ao que esperávamos. No PV levamos quase dois anos construindo um projeto para Salvador, a candidatura de ACM Neto tinha um projeto. Conversamos e construímos o melhor para Salvador juntos. Com relação a outras pessoas do movimento negro, eles me respeitam, sabem do meu compromisso com o movimento social” disse Célia. Célia Sacramento faz parte da equipe de transição do prefeito eleito ACM Neto, coordenada pelo ex-governador Paulo Souto, e na estrutura prevista da Reforma Administrativa a Superintendência de Políticas para as Mulheres será vinculada ao Gabinete da vice-prefeita. Venceu Célia, venceu a democracia!

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O Rio Vermelho e as su Com sua beleza e famosa indumentária branca de saia rodada, o torso, suas guias de fios-de-contas e o pano da costa, a figura da Baiana do Acarajé, como são chamadas as mulheres que se dedicam à profissão de vendedoras de acarajé e outras iguarias, são figuras de muita garra, batalhadoras e símbolo de uma resistência que se estende desde a época da escravidão. Conseguiram a regulamentação de sua profissão secular junto aos Poderes Públicos por meio do Decreto Municipal n0 12.175/1998 e, em 2005, o Ofício de Baiana do Acarajé foi registrado como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Iphan, numa solicitação da Associação de Baianas de Acarajé e Mingau do Estado da Bahia, juntamente com o terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá e o Centro de Estudos Afro Orientais da Universidade Federal da Bahia, reconhecendo todos os saberes e fazeres tradicionais aplicados na produção e comercialização das chamadas comidas baianas, principalmente, o acarajé. Esse reconhecimento é importante, não somente para manutenção da diversidade cultural, mas pela iminência de descaracterização que hoje ameaça os ofícios tradicionais das baianas, com a concorrência da venda de acarajé em bares, restaurantes e supermercados, inclusive como fast food. As primeiras Baianas de Acarajé foram africanas, escravas alforriadas, ainda na época do Brasil Colônia, eram as chamadas escravas de ganho, que trabalhavam nas ruas para suas senhoras, desempenhando diversas atividades, dentre elas, a venda de quitutes em tabuleiros. Elas garantiam o sustento da própria família e foram importantes para a constituição de laços comunitários entre os escravos urbanos e a criação das irmandades religiosas e do candomblé. É que, para cumprir com suas obrigações religiosas, muitas filhas de santo de Iansã começaram a vender acarajé – que na origem, só poderia ser vendido por elas. As escravas de ganho, devido a essa liberdade de movimento,

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Foto: Edgard Carneiro Filho

Cortejo das baianas no desfile dos Palhaços do Rio Vermelho eram vistas como elementos perigosos, sofrendo por isso ao longo do tempo, sendo alvo de posturas e leis repressivas. Com o fim da escravidão, a venda de acarajé permaneceu como uma atividade econômica viável. Hoje, a venda de acarajé tornou-se uma importante fonte de renda, gerando um comércio onde cerca de quatro mil baianas, espalhadas em pontos previamente demarcados, são uma atração turística e gastronômica da Bahia. O acarajé, a principal iguaria do tabuleiro, é comida ritual da orixá Iansã. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas Oxum e Iansã. O acarajé é a oferenda a esses orixás, considerada ainda hoje, pelas baianas, como uma comida sagrada que não pode ser modificada. Na África é chamado de àkàrà, que significa bola de fogo, en-

quanto je significa comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só. O acarajé dos Iorubás da África Ocidental – Togo, Benin, Nigéria e Camarões – que deu origem ao brasileiro, é, por sua vez, semelhante ao falafel árabe, inventado no Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África entre os séculos VII e XIX, sendo que o grão-de-bico do falafel teria sido trocado pelo feijão fradinho na África. Mas é possível que seja apenas semelhança, pois historicamente não há nada que comprove que o acarajé surgiu do falafel. O acarajé deve ser servido bem quente, puro ou com os acompanhamentos pimenta, camarão seco, vatapá, caruru e salada, componentes típicos da cozinha baiana. Assim como o abará, que também é comida ritual do candomblé, tem a mesma massa sendo que o abará é cozido, enquanto o acarajé é frito.

Baiana do acarajé Uma das principais figuras típicas do Brasil, a baiana do acarajé, ficou imortalizada no imaginário popular brasileiro graças à divulgação feita por três importantes personalidades da nossa cultura: •• Ary Barroso, em 1936, compôs um de seus maiores sucessos “No Tabuleiro da Baiana”

•• Dorival Caymmi, em 1939, com as famosas músicas “O que é que a baiana tem” e “Preta do Acarajé” •• Carmen Miranda, que encantou o mundo popularizando o traje da baiana com seus balangandãs e adereços nos palcos e telas do cinema

A preta do acarajé Autor: Dorival Caymmi Dez horas da noite Na rua deserta A preta mercando Parece um lamento Ê o abará Na sua gamela Tem molho cheiroso Pimenta da costa Tem acarajé Ô acarajé é cor Ô la lá io Vem benzer Tá quentinho Todo mundo gosta de acarajé O trabalho que dá pra fazer que é

Todo mundo gosta de acarajé Todo mundo gosta de abará Ninguém quer saber o trabalho que dá Todo mundo gosta de acarajé O trabalho que dá pra fazer que é Todo mundo gosta de acarajé Todo mundo gosta de abará Ninguém quer saber o trabalho que dá Todo mundo gosta de abará Todo mundo gosta de acarajé Dez horas da noite Na rua deserta Quanto mais distante Mais triste o lamento É o abará


uas baianas de acarajé Acarajé da Dinha

Foto: André Avelino

Acarajé da Rita

Claudia de Assis, soteropolitana, 44 anos, filha de Lindinalva de Assis, a Dinha do Acarajé, tem como irmãos Edvaldo e Elaine. É a quarta geração do tabuleiro mais famoso da Bahia. Claudia é de Oxum. Formada em Ciências Contábeis, utiliza seus conhecimentos nos empreendimentos da família. Aos 13 anos começou ajudando a mãe e aprendendo a fazer os quitutes da culinária baiana, mas sempre conciliando o trabalho com os estudos. Com o falecimento de Dinha, em 2008, Claudia assume o tabuleiro, dando continuidade à tradição da família Assis. “É uma honra, muito gratificante levar à frente esse trabalho da minha família” diz ela. A história toda começou quando sua bisavó Ubaldina de Assis, também chamada Balbina, colocou o primeiro tabuleiro fixo do bairro no Largo de Santana defronte à Igrejinha de Santana em 1944. Ubaldina teve na filha Rute de Assis, sua sucessora, que desde a inauguração já ajudava. Rute, em 1951, teve uma filha Lindinalva, que mais tarde seria a baiana mais famosa da Bahia. Com o falecimento de Rute, Dinha com apenas 10 anos assume o tabuleiro para o espanto de todos. Embora estivesse à frente dos negócios desde 1961, o sucesso profissional acontece nos 1980, ultrapassando as fronteiras da Bahia. Essa fama foi muito importante pois abriu caminho para outras baianas. Dinha ganhou vários prêmios da gastronomia na-

Foto: Edgard Carneiro Filho

Acarajé da Regina Regina dos Santos Conceição, soteropolitana, filha de Ogum, com mais de 40 anos de experiência como baiana de acarajé. Tem quatro filhos que a ajudam na comercialização de seus quitutes. Desde que assumiu o tabuleiro na rua da Graça, que foi de sua avó Credencia Maria da Conceição, e depois de sua mãe Gildete Maria da Conceição, Regina representa como ninguém a simpatia das verdadeiras baianas, com sua simplicidade, humildade e sobretudo com a sua presença na produção das iguarias. Diferentemente das demais baianas, ficou famosa a partir do sucesso do seu abará, extremamente saboroso com um leve toque de gengibre

Rita Santos Silva, soteropolitana, 59 anos, filha de Iansã, completou “bodas de prata” no ponto da Mariquita (antigo fim de linha do ônibus do Rio Vermelho). Tem dois filhos, Sidney Santos de Assis e Sandra Santos de Assis, fruto de seu romance com Raimundo de Assis (irmão da Dinha do Acarajé). Sua filha Sandra também é baiana e reveza o tabuleiro com a mãe em dias alternados. cional e a convite da Bahiatursa mostrou o que é que a baiana tem na Argentina, Paraguai, Portugal, Espanha, Itália, Suíça, França e no principado de Mônaco. Claudia deu continuidade ao trabalho, com a mesma qualidade e o mesmo sucesso no ponto do Rio Vermelho e no ponto do Supermercado Gbarbosa no Costa Azul. Seus irmãos comandam o Restaurante Casa da Dinha, também no Largo de Santana. Além do acarajé e abará com seus acompanhamentos camarão seco, vatapá, pimenta e salada, Claudia comercializa no seu tabuleiro o bolinho de estudante, cocada puxa, queijada e passarinha. Onde: Largo de Santana – Rio Vermelho Tel: 71 3334-1703 / 3334-4350 Horário: Segunda à sábado das 16h30 às 24h. Domingo das 11h às 24h.

e maciez incomparável. Eleito diversas vezes o melhor abará da Bahia, Regina fornece a iguaria para restaurantes de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Com o passar dos tempos abriu mais dois pontos de venda: no Parque Metropolitano de Pituaçu e no Rio Vermelho. Regina instalou seu ponto atrás da Igrejinha de Santanta e já está aqui há 13 anos, veio a convite de um restaurante. Faz questão de supervisionar todos os pontos de venda, se mantendo atenta ao trabalho dos filhos e sobrinhos que a ajudam. O trabalho é recompensado pela aceitação do público e os diversos prêmios conquistados. Seu tabuleiro além do abará e do acarajé e seus acompanhamentos vatapá, camarão seco, salada e pimenta, comercializa também a passarinha, o bolinho de estudante e as cocadas branca e de coco queimado. Onde: Largo de Santana, s/n Tel: (71) 3232-7542 Horário: Terça a sexta-feira das 15h às 22h. Sábado e domingo das 10h às 20h.

Moradora antiga da Chapada do Rio Vermelho, diz que não sai do Rio Vermelho por nada: “ O Rio Vermelho tem axé”. Tem duas irmãs Maria e Maria da Glória que também exercem a profissão com seus tabuleiros na avenida Cardeal da Silva e na rua Osvaldo Cruz, perto do Colégio Manoel Devoto.

“O acarajé é a iguaria principal e faço ainda passando a massa do feijão duas vezes no moinho” diz Rita. Além do acarajé e abará com vatapá, caruru, salada e pimenta, seu tabuleiro comercializa a passarinha, o peixe frito no dendê, o bolinho de estudante, cocadas, doce de tamarindo, amendoim cozido e torrado, e a pedido dos amigos e freqüentadores, aos sábados e domingos, traz, à parte, caldo de sururu, xinxim de bofe e sarapatel. Onde: Praça Brigadeiro Faria Rocha, Mariquita – Rio Vermelho Tel: 71 3240-7152 /8152-4055 / 9207-6795 Horário: Segunda à sexta das 18h às 23h. Sábado e domingo das 12h às 23h. Foto: André Avelino

Tudo começou quando foi morar com Ubaldina de Assis (avó de Dinha) onde conviveu por muito tempo, ajudando e aprendendo a arte de fazer os quitutes baianos, o que ela agradece muito.

Acarajé da Cira Jaciara de Jesus Santos, a Cira, soteropolitana do bairro de Itapuã, 59 anos, filha de Iansã e Oxum Apará, 48 anos de experiência no preparo de acarajé. Começou muito cedo, ajudando sua mãe, a baiana Odete Braz de Jesus, no feitio de quitutes baianos. Tem como filhos, Carlos Augusto, Jussara, Cristina e Tininha. Com o falecimento da mãe, assumiu aos 17 anos o ponto de Itapuã. Recorda o sacrifício do início por fazer tudo sozinha, pensou até em se aposentar antes dos 50 anos, mas o sucesso de suas iguarias extrapolaram sua vontade. Foto: Abílio Silva

Como a maioria das baianas, a receita passa de geração a geração, e sua filha Jussara e a neta Aline comandam os tabuleiros do Rio Vermelho e Lauro de Freitas, respectivamente. Lembra que chegou ao Rio Vermelho há 13 anos, a convite do saudoso carnavalesco Fernando Boulhosa e que o comércio na área era muito fraco. No Largo da Mariquita só tinha uma farmácia. Mas não demorou muito, “bombou” e foram inaugurados vários bares e restaurantes no local. Hoje, a venda no Rio Vermelho se iguala à de Itapuã. Cira comanda uma equipe de 35 funcionários – todos de carteira assinada – na central de produção que fica em sua própria casa. Não abre mão da qualidade dos ingredientes alinhado ao toque caseiro. É detentora de vários prêmios da gastronomia nacional. Em seu tabuleiro, além do acarajé, abará e seus acompanhamentos, comercializa o peixe frito no dendê, a passarinha, o bolinho de estudante, a cocada puxa, o doce de tamarindo e o pé-de-moleque. Onde: Largo da Mariquita – Rio Vermelho Tel: 71 3249-4170 Horário: Segunda a sexta das 15h às 22h. Sábado, domingo e feriados das 11h às 23h.

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O que se pretende fazer no Território Criativo do Rio Vermelho O Projeto Territórios Criativos é uma iniciativa do SEBRAE e SECOPA e acontece em sete territórios de Salvador (Candeal, Santo Antônio Além do Carmo, Bonfim, Ribeira, Curuzu, Comércio e Rio Vermelho). Aqui no Rio Vermelho, conta com o apoio da AMARV e do Conselho de Segurança. O projeto visa contribuir com a melhoria da competitividade dos destinos turísticos de Salvador, por meio do desenvolvimento de novos produtos turísticos culturais de qualidade internacional e da qualificação das micro e pequenas empresas e dos empreendedores individuais. Um dos fatos mais importantes do projeto é que a comunidade tem a oportunidade de participar e ser ouvida.

Foto: André Avelino

Economia Local •• Programação dos eventos previstos nos grandes hotéis do Rio Vermelho

Cooperação Regional •• Elaboração de roteiros e inclusão dos pontos turísticos do Rio Vermelho em parceria com a Bahiatursa

Políticas Públicas •• Formar Núcleo de Governança para o Projeto Território Criativo do Rio Vermelho (já formado)

Aspectos Culturais Reuniões mensais foram programadas e uma agenda de ações foi definida. No último dia 4 de dezembro, ocorreu uma importante reunião de Governança do Território Criativo do Rio Vermelho, onde foi estabelecida uma pauta que contemplou: o balanço das atividades realizadas em 2012, avaliação dos cursos oferecidos (curso de Controle Financeiro e de Atendimento ao Cliente), mobilização para o lançamento do Projeto Bairro-Escola, próximos passos do Projeto Territórios em 2013, e finalizada com a instalação de um Núcleo de Governança do Território Criativo do Rio Vermelho. Um conjunto de ações para 2013 foram discutidas e avaliadas nas reuniões mensais: Acesso •• Ampliação e atualização da sinalização de trânsito •• Definição de locais e horários para estacionamento de veículos de grande porte •• Implantação de um heliponto na Paciência para atender emergências e situações graves de deslocamento

Infaestrutura •• Ações e conserto da infraestrutura do bairro (calçadas, urbanização de praças, iluminação, iluminação cênica nos monumentos e igrejas, implantação de ciclovia, estudos sobre o canal do bairro) •• Aumento do efetivo policial, combate às drogas e implantação de câmeras de vigilância

Equipamentos e Atrativos Turísticos •• Implantação de um Posto de Informações Turísticas •• Apoiar a criação do Memorial Jorge Amado •• Implantação de um SAT no bairro •• Oficina de Interpretação do Patrimônio •• Mapeamento de organismos culturais do bairro

Marketing e Promoção •• Criação de um Mapa-Arte do bairro •• Projeto Estruturante da Economia Criativa •• Plano de Marketing Turístico do Território

Capacidade Empresarial •• Cursos do SEBRAE para o Território •• Concessão de crédito dos bancos para empresas do Rio Vermelho

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•• Apoiar a Feira de Artes do Rio Vermelho •• Estabelecer o Calendário de Eventos Culturais do bairro

Aspectos Ambientais •• Identificar ONGs da área ambiental •• Implantar Projeto de Reciclagem e Compostagem do Lixo

Aspectos Sociais •• Solicitar ao SEBRAE apoio para a realização de Seminário de Sensibilização para o turismo

Projeto Cama&Café Geração de renda com hospedagem

Promovido pela Secretaria de Turismo (SETUR) com o apoio do SEBRAE, o Projeto Cama&Café – Ciclo de Hospedagens Residenciais, visa hospedar turistas e visitantes nos sete Territórios Criativos de Salvador, não só durante o período da COPA 2014, mas pelo tempo que os proprietários quiserem, em residências particulares. Algumas exigências são feitas: o proprietário deve morar no local; o imóvel precisa ter, no mínimo, três dormitórios; e que seja fornecido os serviços de quarto e o café da manhã. É a chamada Hospedagem Diferenciada de Qualidade que faz parte do Turismo de Experiências. Lugares como Olinda (PE) e Santa Tereza (RJ) já operam essa modalidade de hospedagem com sucesso. Qualificar trabalhadores para as áreas afins – camareira, copeira, cozinheira etc. – e também o proprietário da residência em gestão de negócios, faz parte da programação. Depois de qualificados, serão cadastrados no Ministério do Turismo e o outro passo é a criação de uma associação local com o objetivo de manter mecanismos de reserva e a busca de demandas. Podem participar pessoas físicas e microempresas. Informações: www.sobreturismo.com. br ou com a AMARV.

Reunião mensal do grupo Território Criativo do Rio Vermelho


A 12 CIPM faz um balanço das atividades no Rio Vermelho e Ondina a

Foto: Abílio Silva

Atendendo a solicitação da AMARV, o major André Ricardo, comandante da 12a CIPM, fez um balanço das atividades da companhia de polícia militar, desde o início da sua gestão em 11 de janeiro de 2012, e a importância da integração entre a companhia e a comunidade do Rio Vermelho e Ondina.

Grandes Operações •• Festa de Yemanjá 2012 •• Carnaval 2012 (a 12a CIPM é responsável pelo final do Circuito em Ondina, a partir do Hotel Othon até a avenida Garibaldi) •• Durante o movimento grevista dos praças, a 12a CIPM não interrompeu suas atividades, deu apoio ao desfile dos Palhaços do Rio Vermelho e apoio às atividades da Paróquia de Sant’Ana

Novos veículos da Polícia Militar em operação no Rio Vermelho sentativos da comunidade: AMARV, Conselho de Segurança, Colônia de Pesca Z-1, 7a Delegacia, Unifacs, empresários e moradores. •• Instalação do Centro Digital da Cidadania para inclusão digital de pessoas carentes •• Curso de espanhol na sede da 12a CIPM para a comunidade •• Recuperação do Programa Olho na Rua – rádios comunitários •• Implantação do Programa Edu-

Integração com a Comunidade •• Realização de reuniões semanais com os segmentos repre-

cacional de Resistência às Drogas (Proerd) com a formação 108 crianças da Escola Municipal Hercília Moreira

Efetivo Policial •• Aumento do quadro em 33 policiais PM •• Capacitação da tropa com cursos de Técnicas e Táticas Policiais Militares •• Capacitação da tropa em tiro policial

•• Apoio aos policiais militares que frequentam universidades e faculdades

Estrutura •• Melhoria das condições da Sede da 12a CIPM •• Climatização com instalações de ar condicionado nas seções •• Identificação das repartições

Equipamentos •• São três viaturas S10, duas mo-

tocicletas e um veículo descaracterizado para o serviço de inteligência •• Aquisição de armamento moderno (pistolas, sub-metralhadoras e carabinas) •• Aquisição de munição em quantidade elevada •• Aquisição de coletes à prova de bala

Fazendo um comparativo entre as ocorrências policiais registradas na área de atuação da 12a CIPM em 2012 e o mesmo período de 2011, houve uma redução de 31,6% nos crimes violentos, letais, intencionais (CVLI), diminuição de 24,5% em roubo de veículos (maior redução entre as unidades da capital) e diminuição de 14,0% em assaltos a ônibus, segundo a Secretaria de Segurança Pública. POLÍCIA MILITAR – 12a CIPM Rua Ilhéus, 47 – Parque Cruz Aguiar, Rio Vermelho. Tel. 71 3116-7900

Dia 19 de dezembro haverá a inauguração da escultura, em tamanho natural, de Jorge Amado e Zélia Gattai na praça da Igrejinha do Largo de Santana, com a presença dos familiares do famoso casal de escritores e a comunidade do Rio Vermelho. Um projeto antigo da AMARV idealizado por Ricardo Barreto, ex-presidente da AMARV, e criado pelo artista plástico Tati Moreno, que abraçou a ideia com entusiasmo desde o primeiro instante. A obra foi executada com o patrocínio da Caixa Econômica, na gestão do vice-presidente Geddel Vieira Lima, e do Governo do Estado da Bahia, através da Bahiatursa, com o secretário Domingos Leonelli. Contou ainda com o apoio da Fundação Mario Leal Ferreira e do Insti-

Foto: Divulgação

Inauguração da escultura Bloco Amigos do Rio Vermelho pronto de Jorge Amado e Zélia Gattai para saudar Yemanjá no dia 2 de fevereiro

tuto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Mais uma obra de arte nas ruas do Rio Vermelho, a escultura de Jorge Amado e Zélia Gattai vai se transformar em ponto turístico no bairro e deverá ser parada obrigatória para os turistas tirarem fotografias. Uma bela e justa homenagem ao casal de moradores mais ilustre do Rio Vermelho.

curso na saída será pela rua Osvaldo Cruz seguindo pela rua João Gomes, com retorno pela própria rua João Gomes e rua Odilon Santos, até a concentração.

O Bloco Amigos do Rio Vermelho sairá mais uma vez no dia 2 de fevereiro, Festa de Yemanjá, animado pela Banda do Rio Vermelho composta por 60 músicos, sob o comando dos maestros Chico na percussão e Jorge no sopro, prometendo fazer o mesmo sucesso dos anos anteriores. O design da camisa do bloco é do artista plástico Igas Eloy, morador do bairro, que sempre colabora se dedicando na produção. Uma tradição da Festa de Yemanjá, o Bloco Amigos do Rio Vermelho reúne uma turma animada e disposta a brincar com alegria e tranqüilidade. O bloco

sairá da praça Brigadeiro Faria da Rocha, tradicional ponto de concentração, no Restaurante Sabor de Casa, com início a partir das 11h e saída às 13h. O per-

Na Festa de Yemanjá de 2013, durante a concentração, antes da saída do bloco, a área em torno do Restaurante Sabor de Casa será reservada aos associados com a camisa do bloco. Os locais de venda da camisa do bloco continuam os mesmos: Bar do Bahia, na rua do Canal, e Restaurante Sabor de Casa, na praça Brigadeiro Faria da Rocha.

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Paróquia de Sant’Ana promove a 2a Feira da Solidariedade e o padre não caiu

Personagem do Rio Vermelho

Diolino Gomes Damasceno, O Rei da Batida

Reprodução Rede Bahia

As vendas alcançavam 6 mil litros de batida por mês e chegava a comprar 100 engradados de cachaça Saborosa por semana.

Bastante movimentada, com shows, música, gastronomia, artesanato, lazer e muita diversão, a festa reuniu moradores e amigos num clima de alegria, confraternização e solidariedade. A feira já se consolida no calendário de eventos do bairro pelo sucesso apresentado a cada ano. É um espaço de integração e oportunidade de ajudar aos mais necessitados. Por falar em ajuda, esse ano ocorreu um fato inusitado. No segundo dia da feira, paralelo ao evento, houve o jogo de futebol entre o E.C.BAHIA x ATLÉTICO GOIANIENSE, em que o

tricolor baiano, precisava como sempre de uma combinação de resultados para não cair para a 2a Divisão do Campeonato Nacional. Daí surge um torcedor fervoroso, o nosso Padre Angelo que, por cima da batina, vestiu a camisa tricolor e empunhou a bandeira do clube, e no finalzinho do jogo foi até o altar da igreja e pediu a Nossa Senhora Sant’Ana para E.C.Bahia não cair, no que foi prontamente atendido. O Bahia fez um gol no final do jogo e não caiu para 2a Divisão, para o alívio da torcida tricolor. Vários torcedores já convocaram o Padre Angelo para ajudar o E.C.Bahia no ano que vem, com sua fé, força e oração. Mas outros acham que o Padre precisa rezar para afastar de vez essa diretoria incompetente do cenário do futebol baiano!

Prato Quente Para essa edição, nossa coluna de gastronomia apresenta uma das receitas mais tradicionais da culinária mundial, no premiado prato do Restaurante Bacalhau de Martelo, uma criação do Chef Osório.

BACALHAU 7 BARRA 9 Ingredientes

•• 01 posta de bacalhau de 500g •• 04 brócolis •• 02 cebolas grandes •• 06 dentes de alho •• 500ml de azeite de oliva •• 02 colheres de vinagre (sopa) •• 02 colheres de salsa verde (sopa) •• 04 batatas médias

Modo de preparar

•• Grelhar na chapa a posta de bacalhau, já dessalgado, com azeite de oliva. •• Numa frigideira cortar as cebolas ao meio, fatiar os dentes de alho, acrescentar azeite de oliva e o vinagre e cozinhar por 5 minutos. •• Cozinhar separadamente as batatas do reino cortadas ao meio e depois aferventar com os brócolis.

Arrumação do prato Colocar a posta de bacalhau no centro do prato rodeada de batatas, brócolis, cebola e alho. Para acompanhar, escolha um bom vinho tinto. Foto: André Avelino

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Foto: André Avelino

Nos dias 1 e 2 de dezembro, aconteceu a 2a Feira da Solidariedade da Paróquia de Sant’Ana, realizada no estacionamento ao lado da igreja da padroeira do Rio Vermelho.

Qual ou quais as batidas preferidas? Diolino – A principal era a batida de limão, seguida de tamarindo, caju, maracujá, tangerina, pitanga e amendoim. E tinha as especiais, como as de menta e pêssego que saíam bem, mas a de pêssego eu tinha dificuldade de encontrar a fruta. Olhe, a revista Fatos e Fotos fez uma grande reportagem com a batida de caju e o segredo de não ser ácida, eles não entendiam como eu conseguia isso, terminei não dando a dica.

Diolino Gomes Damasceno nasceu em Ipecaetá, em 28 de fevereiro de 1931, na época Distrito de Santo Estevão. Diolino conta que, na década de 1950, queria mudar seu nome para Kubistchek que era governador de Minas Gerais e depois seria presidente. “Eu gostei desse nome e como fui eu mesmo que me registrei, queria mudar mas não foi possível”.

Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros), que era um bom capital, mas acabou gastando tudo para se manter.

Casado com D. Maria do Salete Souza Damasceno, forma uma bela família com os filhos Otaviano, Darlete, Juliana e Rosália.

Como dá para perceber, Diolino é uma pessoa de fibra, persistente, trabalhador e mereceu ser um vencedor. Em poucas palavras:

Veio para Salvador pela primeira vez em 1950, embarcou num automotriz (trem de uma só composição) de Feira de Santana para a Estação da Calçada. Como não conhecia a cidade foi andando até o Pelourinho onde se hospedou na casa n0 12. Seu objetivo era tirar carteira de motorista, mas não conseguiu, tinha pouco dinheiro. Tentou qualquer tipo de trabalho, não conseguiu e voltou para Ipecaetá.

Como surgiu a ideia da Batida do Diolino? Diolino – Com a inauguração do bar atrás do cinema, a turma vinha e ficava jogando pauzinho até tarde e bebia grades de cerveja, mas cerveja não dava lucro. Era tabelada. A experiência que eu tinha de trabalhar em outros bares, me ajudou bastante. Eu queria inovar, inicialmente comecei a vender só doses de cachaça com limão, utilizando a boa cachaça Saborosa de Cristiano Alban, que eu servia bem gelada com limão de boa qualidade. Comecei a experimentar a mistura de vários sabores de frutas selecionadas e deu certo!

Em 1952, volta a Salvador, em definitivo, agora como ambulante, para vender galinhas e ovos caipiras, comprados em Ipirá e Feira de Santana. Pouco foi o sucesso, então partiu para vender pimenta que achou que era um grande negócio mas “foi aí que me quebrei, a pimenta era a cumarim que não tem valor nenhum em Salvador, perdi todo o dinheiro”. Em busca de emprego, conseguiu o de caixeiro de bar, no Bar Guarany no Rio Vermelho, de propriedade de Sr. Álvaro. Em 1966, trabalhou no Bar de Cavadas no Largo de Santana, onde hoje é a Academia Villa Forma, e lá ficou até 1967. Saiu do bar com

Tomou dinheiro emprestado de vários empresários do Rio Vermelho e montou, em 2 de fevereiro de 1968, em uma garagem da rua Borges dos Reis (atrás do Cinema Rio Vermelho) a Batida do Diolino, e lá começava uma lenda.

E como veio o sucesso? Diolino – Com o crescimento dos negócios e o sucesso das batidas, tive que me mudar para um lugar maior e que tivesse estacionamento, então fui para o Largo da Mariquita em março de 1989. Além das doses passei a vender o litro e o meio litro da batida, e também embalada para viagem. Inclusive, a pedido meu, o prefeito na época, Wilson Magalhães urbanizou a área do Largo da Mariquita com um amplo estacionamento.

E os freqüentadores: a turma do Rio Vermelho e os famosos? Diolino – Bom, a turma do Rio Vermelho alguns me deram trabalho, outros não, como em todo lugar. Não vou citar o nome dos que me davam trabalho, hoje a maioria é meu amigo. Quanto aos famosos: por lá passaram o Mussum, o Dedé e o Zacarias (Os Trapalhões), o Lenny Dale (Dzi Croquetes) que gostava de pitanga, o Pierre Verger ia sempre, Vinícius de Moraes trocava o uísque pela batida, vários jogadores de bola como Butice, Douglas, Natal, André Catimba, Osni, Mário Sérgio, o Pelé ficava dentro do carro e o motorista comprava e ia embora. Políticos, que não vou dizer o nome, e vários empresários como Paulo Lebram e Sérgio Abílio eram fregueses assíduos. Com o sucesso da batida surgiram os concorrentes, como foi isso? Diolino – Com o sucesso da batida que se tornou conhecida nacionalmente, famosa em lugares como Recife, Aracaju, Rio de Janeiro e São Paulo, surgiram vários concorrentes como o Vilar (Fênix), Zé de Gaguinho (Tatu Paca) o proprietário do Kilimão, mas o vanguardeiro fui eu. E a batida do Diolino hoje? Diolino – Hoje tenho uma barraca na Feira de São Joaquim onde faço a batida e vendo só por encomenda para saudosistas, empresários e amigos. Continuo usando a mesma cachaça, a Saborosa, que compro a granel em Amélia Rodrigues. As mais vendidas atualmente são a de coco, cajá, amendoim, tamarindo e gengibre. Tem também as combinações de maracujá com coco (Calcinha de Nylon) e goiaba com coco (Gala Gay). A de limão que foi o sucesso, pouco vendo. BATIDAS DO DIOLINO Tel. 71 8196-9104/3345-4434 Preço: R$ 12,00 o litro


Deu no Blog 108 jovens do Rio Vermelho formados pelo Proerd A Escola Hercília Moreira conta com a parceria da 12ª CIPM há quatro anos e durante esse período além do PROERD para os estudantes do 5º ano, essa equipe também ajuda a oferecer palestras socioeducativas para os pais, oficinas de pipas para os alunos, atividades laborais para os professores, entre outras atividades. No dia cinco

blogdoriovermelho.blogspot.com.br

de dezembro, 108 crianças e adolescentes receberam diploma do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) em evento realizado no auditório do Hotel Pestana, com a presença do comando da Polícia Militar no bairro, familiares, o corpo docente da Escola Hercília Moreira, além de convidados. Durante a cerimônia houve apresentações de música e canto, e foram distribuídos prêmios para os alunos que se destacaram. Foto: André Avelino

Foto: Carmela Talento

Últimas homenagens a D. Valdete Parentes, amigos, ex-alunos, ex-funcionários, professores e diretores do Colégio Guiomar Pereira compareceram ao Cemitério Jardim da Saudade no último dia 21 de novembro para prestar as últimas homenagens à D. Valdete, proprietária do estabelecimento de ensino que durante quatro décadas funcionou no Rio Vermelho. Ela faleceu aos 89 anos e deixou um legado na área de educação reconhecido por todos que passaram pela instituição.

Tá bonito Isso? Essa é a rotina em frente à Casa de Yemanjá: turistas chegando e descem dos ônibus bem ao lado do lixão e são recepcionados por uma cachorrada correndo o risco de sair do bairro direto para o hospital com uma mordida. Não é possível deixar essa caixa coletora no lugar onde está e nem o local abandonado como se encontra, sujo e fedorento.

Fundado no dia 01 de novembro de 1914 pelo Sargento Antonio Valverde Veloso, do Corpo de Bombeiros de Salvador, que buscou inspiração nas cores e no objetivo de sua corporação para fundar o clube, o Botafogo S.C. tornou-se um clube de

grande importância na história do futebol baiano. Suas cores são vermelho e branco, e foi apelidado de Diabo Rubro e O Mais Simpático. A primeira sede, em 1914, foi aqui no Rio Vermelho (que também foi a do Esporte Clube Ypiranga, em 1906). Com o impedimento do Campo da Pólvora, primeiro local para a prática oficial de futebol em Salvador, surge o bairro do Rio Vermelho como o novo espaço oficial da Liga Baiana de Desportos Terrestres, e os campeonatos eram disputados no

Foto: Carmela Talento

Pra que essa grade? Desde o primeiro dia em que esse espaço ao lado da Igreja

Botafogo Sport Clube volta à elite do futebol baiano Em 2012, o Botafogo Sport Clube sagra-se Campeão Baiano da 2a Divisão, retornando à elite do futebol baiano depois de disputar a final contra a equipe do Jacuipense e conquistar seu primeiro troféu depois de 74 anos de jejum.

de Sant´Anna foi cercado que o Blog faz a mesma pergunta: pra que essa grade? O local hoje está mais degradado do que antes, o retrato do descaso que toma conta do Rio Vermelho e da cidade, para sermos justos. À noite, o espaço é ocupado por ambulantes, sem tetos, guardadores que colocam os automóveis no que resta dos canteiros, uma verdadeira esculhambação e o Blog continua com a mesma pergunta. Pra que essa grade? Vamos ver se o prefeito que assume em primeiro de janeiro permitirá que a cidade continue assim, cada um fazendo o que quer, sem lei e sem ordem.

Foto: Divulgação

nosso bairro. Botafogo S.C. e o E.C. Ypiranga tinham campos de treinamento no Rio Vermelho. O Botafogo S.C. possui sete títulos baianos, sendo o 40 maior detentor de títulos do estado e, junto com o Bahia, Ypiranga e Galícia, um dos dominadores da cena esportiva na primeira metade do Século XX.

veio da promessa de um torcedor alvirubro, que quebraria um pote quando o Botafogo S.C. vencesse o rival.

Os principais rivais do Botafogo S.C. são o Ypiranga e o Bahia. Os jogos entre o Botafogo S.C. e o Bahia eram conhecidos como “Clássico do Pote” nome que

O time profissional estava desativado desde 1990, mas em 2011 voltou à ativa e disputou a 2a Divisão do Campeonato Baiano não se classificando.

TÍTULOS Campeonato Baiano: 1919, 1922, 1923, 1926, 1930, 1935 e 1938 Campeonato Baiano 2a Divisão: 2012 Torneio Início: 1924, 1925, 1940, 1940, 1948, 1952 e 1963 Torneio Bernardo Spector: 1978 Torneio Baiano Aspirantes: 1955 Campeonato Baiano Juvenil: 1978

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FERNANDO MARINHO Foto: Divulgação

Galeria do Artista fez repensar. Mesmo assim continuei com o curso de direito, o que me ajudou a trabalhar e lidar com o serviço público na minha atividade diuturna. Trabalhei também como produtor autônomo. Hoje trabalho como artista e como presidente do Sindicato dos Artistas. Você acumula diversas funções nesse universo das artes, tem tempo para Fernando Marinho ? FM – Tenho. O tempo inteiro. O mundo inteiro muda. Cuido de tudo de mim. Preservo minhas características e meus desejos. Gosto da minha saúde mas tenho o prazer de fumar. Na verdade estou mais preocupado com meu caráter e meu respeito próprio.

Fernando Marinho (segudo da direita para esquerda) e a CIA Baiana de Patifaria no espetáculo Noviças Rebeldes Nativo do Rio Vermelho, Fernando José Amorim Marinho nasceu no dia 19 de agosto de 1960, na rua da Paciência, n0 60, filho de Antônio de Pádua Marinho e Angélica Tereza de Amorim Marinho, estudou na Escola Tereza de Lisieux, Colégio Militar e se formou em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e fez pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Começou a conviver com a música desde os cinco anos de idade, quando apoiado pela vizinha pianista Maria das Graças Bastos Carneiro de Campos (Dadaça), foi encaminhado para a grande professora de música do bairro, Walkiria Melgaço Knittel. Esse foi o começo, daí partiu para outras artes. Fernando Marinho, além da música, fez artes visuais (pintura e escultura) e teatro. É ator, diretor e acumula as funções de curador do Festival de Música Instrumental, coordenador geral da Associação Instrumental da Bahia e presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculo de Diversões do Estado da Bahia

(Sated). Foi um dos fundadores da Companhia Baiana de Patifaria, onde atuou e tornou-se conhecido nacionalmente. Em entrevista ao Jornal do RIO VERMELHO, ele conta um pouco da sua vida e sobre sua carreira no meio artístico. Você começou pela música, como se deu o gosto pelas outras artes? Fernando Marinho – Eu tenho paixão absoluta pela música. Aos cinco anos de idade comecei a estudar piano com a família Zeca Carneiro de Campos. Eram como se fossem minha família. Eu chamava Vô Zeca. Então tudo começou com música. Mas eu sempre adorei arte, cheguei a fazer artes visuais, sem nenhuma pretensão. Depois comecei a me envolver com o Grupo Avelãs e Avestruz, dirigido por Márcio Meirelles, que ficava cinco casas após a minha casa na rua da Paciência. Lá tive minhas primeiras experiências com as artes cênicas. Eu assistia a tudo, teatro, música. Conheci Fernando Guerreiro, que me convidou para compor a trilha sonora de “Equus”, que era executada ao vivo. A peça ficou muito tempo em cartaz, e até então eu era só músico. Depois disso comecei a fazer exercícios, no Teatrokê no Espaço Blefe. A ideia funcionava com um palco e o apoio de dois atores e tinha um cardápio de cenas onde você entrava e havia a improvisação. Houve um

caso de uma cena de um salão de cabeleireiro, onde eu inventei de fazer um piolho e defendi a existência do piolho. Eu era o piolho. Quem ficava à frente do teatrokê era o Bertrand Duarte e a Rita Assemany. Aí eu me enturmei tanto que um dia em que o Bertrand não pôde participar, eu fui substituir. O pessoal dizia que eu tinha uma veia cômica muito forte. Depois disso participei da montagem de “Pluft, O Fantasminha” sob a direção de Yumara Rodrigues, onde fiz a trilha sonora e acabei me tornando um personagem, o Fantasma Orquestra. Depois fiz uma outra peça onde tocava. Aí veio o ponto da mudança com a peça “D de Delícia”. Era uma colagem de textos do Teatro do Absurdo. Eu fui para o palco compor o terceiro personagem da peça. Então fundamos a Cia. Baiana de Patifaria cuja primeira peça foi “Abafa Banca”. Com o sucesso da Cia Baiana de Patifaria, as pessoas não queriam acreditar que era eu. Uma vez chegaram a dizer, existe um homônimo seu na peça “A Bofetada”. Eu trabalhava no serviço público e as pessoas não entendiam: ou você é assessor numa secretaria ou você é um artista. Você queria seguir a carreira de diplomata, mas com diplomacia abraçou o teatro, para sorte nossa! Conte sobre isso. FM – Em relação a seguir a carreira diplomática, descobri algumas coisas que me incomodavam. O cotidiano burocrático e o comprometimento ideológico me fizeram desistir de prestar concurso para o Instituto Rio Branco. Isso me

Festa do Dia Internacional do Palhaço Em comemoração ao Dia Internacional do Palhaço (10/12), aconteceu no último sábado (08/12) a festa dos Palhaços do Rio Vermelho no restaurante Póstudo, animada pelo Dj Ruy Santana, pelo grupo O Povo Pediu, que com o seu estilo inconfundível fez com que os presentes caíssem na folia. Em seguida foi anunciado pelo companheiro Macarra Viana o nome do homenageado pelo Bloco Palhaços do Rio Vermelho. Trata-se de Nonato Freyre, que emociona-

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do agradeceu pela lembrança do seu nome. Logo após o cantor Gerônimo e banda Mont Serrat continuaram com a animação. Os cantores André Macedo e Laurinha também deram a sua contribuição cantando músicas que marcaram muitos carnavais. A festa, que foi muito concorrida, marcou o início da parceria dos Palhaços do Rio Vermelho com O Povo Pediu, que pelo visto já deu certo! Todos os responsáveis pelo evento estão de parabéns.

Você foi um dos fundadores da Companhia Baiana de Patifaria que montou vários sucessos pelo Brasil inteiro. Como está a Companhia ? FM – A Cia Baiana de Patifaria teve um núcleo original, entre 86 e 87, e a primeira peça “Abafa Banca” estreou aqui no Rio Vermelho no Ad Libitum. Toda a temporada, quase um ano, foi lá. Do núcleo original, Fernando Guerreiro chamou eu, Lelo Filho e Moacir Moreno, e foram convidados Franklin Menezes e Ricardo Castro para compor o elenco da nova montagem que veio a ser “A Bofetada”. A peça estreou na Sala do Coro e foi o sucesso que todos sabem. A peça estourou. A temporada no Rio de Janeiro foi demais! Com a peça “Noviças Rebeldes”, musical dirigido por Wolff Maia, ficamos em cartaz quatro anos e chegamos a encenar até em Nova York. Essa peça é de Dan Goggin, um autor americano, e a nossa montagem tinha uma inovação: o elenco era todo masculino, quando, originalmente, as personagens eram interpretadas por um elenco feminino. Fiquei na Cia Baiana até o fim de Noviças Rebeldes. Hoje, a Cia continua com novo elenco sob a direção de Lelo Filho. Esse estilo de humor que você utiliza nas peças com jargões, gírias e muito “baianês”, tudo misturado com a realidade do dia-a-dia, foi muito bem absorvido pelo público. Isso é fácil de fazer? FM – Esse é o chamado humor de referência: o baianês, as fofocas, os comerciais e as novelas da televisão, os escândalos políticos. A gente transforma essas referências em humor. Usar essas referências é fácil, a questão é saber como contextualizar na comédia, sem agressão e fazendo parte da encenação. A comédia é um processo intelectual, não sentimental. Humor é inteligência.

Conte como é nos bastidores, o corre corre, a maquiagem, até o figurino que geralmente são roupas de “grife”. FM – Tudo no espetáculo é composto e feito para o espetáculo. É um corre-corre infernal. O elenco tem de saber lidar com tudo isso: maquiagem, cenário, figurino, luz, som, adereços, marcação de cena. Tudo isso é banhado com muito humor, com a descoberta de novos elementos para a cena, como um colar, por exemplo. É assim que contribuímos para enriquecer o texto. É uma coisa muito própria da comédia. Qual foi a peça teatral que lhe marcou mais? FM – Não adianta. Todas me deram prazer. Minha vida é movida a prazer. Nunca trabalhei sem prazer. Agora, se formos considerar por ser a mais completa, por integrar teatro, música e dança, foi “Noviças Rebeldes”. Como você viu o fechamento do Teatro Maria Bethânia, aqui no Rio Vermelho, para dar lugar a um bingo onde, hoje, no local fica a Churrascaria Fogo de Chão ? FM – A perda do Teatro Maria Betânia foi com muita tristeza. Era um teatro e um cinema. Aliás, perdemos dois equipamentos importantes para o bairro: o Teatro Maria Betânia e o Cine Rio Vermelho. Felizmente, ganhamos o Teatro do SESI. O que você mais curte no Rio Vermelho? FM – Ando e frequento muito o Rio Vermelho. Frequento o Teatro do SESI. Gosto da Confraria das Ostras, do Moema. Gosto da Cheiro de Pizza. E mais recentemente, freqüento o Algobom, antigo Ping Chong, o Le Ponpon Rouge e o Franco Café e Lounge. Como você vê o bairro hoje ? FM – Espero urgentemente um planejamento urbano e um pouco mais de civilidade nas relações humanas. Por exemplo, a questão do trânsito, o Rio Vermelho se tornou o gargalo da cidade. Precisamos tirar esse título antipático do bairro. Também é preciso respeitar a identidade arquitetônica do nosso bairro, ocupar o espaço público é ilegal. Tudo na vida precisa de organização. Veja o caso do Parque Cruz Aguiar com a ocupação dos dois lados da rua por carros estacionados. A norma e a zona se assemelham. Eu peço um olhar da prefeitura sobre a concessão de alvarás para empreendimentos sem condições de funcionamento. Foto: Edgard Carneiro Filho


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