Fórmula 1 Do V16 ao V6, muita coisa mudou. Novos motores, nova aerodinâmica, novo design. Aquele que já foi considerado um dos desportos mais perigosos do mundo é, hoje, muito mais seguro, mas provavelmente não tão competitivo. A supremacia de Vettel, nos últimos quatro anos, reforça a ideia de que, atualmente, a construtora tem um papel tão ou mais importante que o do próprio piloto na pista, transformando as corridas numa disputa de engenheiros. A previsibilidade dos resultados no ano passado foi tão grande que o próprio patrão da modalidade, Bernie Ecclestone, admitiu o facto de muitas pessoas quererem “ver Vettel perder, porque acreditam que Este ano, os fãs da competitividade podem ter o que comemorar. Mudanças não faltam, basta saber se vão, realmente, promover corridas emocionantes ao longo da época. A substituição do motor V8 2.4 litros pelo V6 1.6 é uma das maiores alterações. Para além dos ruídos graves do turbo, a diminuição de oito para seis cilindros causa a perda de 150 cavalos (750 para 600), o que vai afetar a prestação dos carros na pista. Mas os adeptos da velocidade não têm com o que se preocupar, já que o novo KERS (agora ERS), veio inovar o sistema de recuperação de energia. Com dois geradores, estima-se que a modificação vai gerar cerca de 160 cavalos, que poderão ser utilizados em 33 segundos por volta, contra os 80 cavalos durante 6,67 segundos do ano anterior. a Fórmula 1 seria novamente competitiva”. Na parte exterior do carro, as diferenças são igualmente gritantes. A nova aerodinâmica, que teoricamente promove mais segurança e estabilidade, foi motivo de protesto por parte de pilotos e construtores. Adrian Newey, engenheiro prodígio da Red Bull, teme que os monolugares, ao invés de “descolarem”, acabem por “mergulhar” debaixo uns dos outros, em caso de acidente, devido à redução da altura do “nariz”. “Na minha opinião, [a mudança] introduz mais perigos do que aqueles que previne”, ressaltou. Já Fernando Alonso, duas vezes campeão da categoria, critica a estética dos novos carros. “As pessoas procuram na Fórmula 1 a excelência dos desportos motorizados. Quando vêem a parte da frente dos carros, não parece nada do que eu disse”, destacou, numa entrevista à CNN.
Com o “nariz” muito menor (550mm para 185mm) e rebaixado, os carros estão, de facto, longe do design do ano passado. Mas não foi só a parte da frente que mudou. Se, por um lado, se trabalhou na estabilidade contra “descolagens”, por outro, com o novo regulamento da asa traseira e escape único, as saídas laterais vão ser “bem mais constantes”, de acordo com Felipe Massa. “Há tanta falta de pressão que a tração diminuiu muito”, ressaltou o brasileiro, atual piloto da Williams. Menos gasolina, mais uma mudança na caixa de velocidades e aumento do peso mínimo, são outros importantes pormenores dos novos carros para esta época. Até o sistema de pontuação foi alterado, visto que, agora, garante o dobro de pontos na última corrida. O objetivo da Federação Internacional do Automóvel (FIA), entidade reguladora do desporto, é promover a disputa pelo título até à última volta. Quanto à pontuação, as opiniões dos pilotos divergem. Vettel diz que não faz sentido, Sergio Perez vê-a como “positiva”. Juízos de valor à parte, a realidade é uma. Muito dificilmente haverá um campeão em 2014 antes do GP de Abu Dhabi. Esta nova época existe um novo calendário :