B OL E T I M E SC OL A R
Confluências
Confluências
(2ª Série) set-dez 2015
Mudam-se os tempos, movem-se as pontes
Um início de ano letivo em ambiente convivial e cultural pela Vila de Sintra!
Fotos de Lurdes Fernandes
XI PRÉMIO LITERÁRIO CAMÕES PARTICIPA !
Uma simpática receção nos Paços do Concelho e uma agradável visita à Quinta da Regaleira!
Nesta edição:
Scriptomanias …..……. Scriptomanias ‘Trovadorescas’ & .…... Iniciativas ………….…. “Circunstanciais” ….... Outros Espaços …….... Nepal - um País Imenso …………………….…... Encontros ……………... Cidadania Ambiental . Camões English Theatre ………………………... Cursos Profissionais um Projeto …………….. Breves …………………...
Envio de trabalhos para: confluencias@escamoes.pt
pp. 2-4 pp. 5-6 p. 7 p. 8 p. 9 p. 10 p. 11 pp. 12-13 p. 14 p. 15 p. 16
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Confluências SCRIPTOMANIAS Antes que as luzes se apaguem Vou parecer fria, no entanto tens que ver a realidade, ninguém vai ficar aqui na terra para contar a história, chegará o dia em que todos partimos. Uns partem, outros nascem, é a lei da vida, ninguém a pode mudar. Sinto muito pela tua perda, mas só te posso dar as minhas palavras, para teres força, seguires a tua vida, concretizares os teus desejos e alcançares os teus objetivos. Ninguém parte por nada, o mundo existe. Por algum motivo desconhecido as pessoas arrendaram o planeta Terra por alguns anos, depois cabe a cada um cumprir a sua missão, e, quando ela estiver concluída, parte-se para um outro lugar, quem sabe se para realizar uma outra missão. Se ela partiu foi porque completou com êxito a sua missão na terra. Agora, onde quer que ela esteja, estará a ver-te, a ti e à tua família, decerto com o mesmo sorriso que vias no seu rosto. E, acredita, duvido que ela gostasse de te ver triste. A vida é demasiado curta para nos lamentarmos e tentarmos voltar atrás para consertar algo que será irreparável. O tempo é uma ilusão. Todos nós somos pequenos robôs, com uma pilha a prazo, o prazo necessário para sermos felizes. Tudo isto é psicológico, tudo o que sentimos é falso. Há quem consiga dominar o corpo, há quem desista, a decisão está agora nas tuas mãos, ou lutas ou desistes. Do pouco que conheço de ti, não me pareces do tipo de pessoas que desistem. Pensa na vida como se fosse uma peça de teatro, esquece os erros que cometeste ou que irás ainda cometer, diverte-te antes que as luzes se apaguem e as cortinas se fechem. Valéria Brites, 12º I
Título: Confluências Iniciativa: Departamento de Estudos Portugueses Coordenação de edição: António Souto, Manuel Gomes e Lurdes Fernandes Periodicidade: Trimestral Impressão: GDCBP Tiragem: 250 exemplares Depósito Legal: 323233/11 Propriedade: Escola Secundária de Camões Praça José Fontana 1050-129 Lisboa Telefs. 21 319 03 80 21 319 03 87/88 Fax. 21 319 03 81
Foto de Mafalda Gomes
Amor Perfeito amor? talvez algo desconhecido um sonho perdido aquele que se mantém contigo que te não deixa ir que te segura a mão e te não deixa cair a esperança de um dia o ver entrar de o abraçar e os ponteiros parar parar o tempo numa ilusão eterna ou numa paixão PERFEITA …………………………………..
e cada um dos vossos fios magoados feridos quebrados se unem e nasce um único amor e permanece para sempre
Maria Madalena Oliveira, 12º I
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Confluências SCRIPTOMANIAS A pessoa certa A pessoa certa é aquela que mesmo em silêncio faz o teu sorriso ganhar vida, é aquela que só sossega quando te vê bem, que fica ansiosa por ti, que torce pelos teus sonhos e que vibra quanto tu os consegues alcançar. A pessoa certa é aquela que tem sentimentos sinceros, que está sempre disposta a ensinar-te e a aprender contigo, é aquela que aceita as tuas escolhas sem fazer cara feia, que compreende que as tuas manias e os teus defeitos fazem parte de ti e querer mudar isso é como pedir-te para que te ajustes a expetativas que não te pertencem. A pessoa certa é aquele que compreende que és diferente e é por isso que as coisas são mais interessantes. A pessoa certa é aquela que entende que tu tens outros sonhos e vontades pessoais, que tu, apesar de gostares de cinema a dois, às vezes precisarás de tempo sozinho para te realizares. A pessoa certa é aquela que te acrescenta, que faz o teu tempo valer a pena quando está contigo, que aproveita cada desenho do teu sorriso e jamais desejaria tirá-lo do teu rosto. A pessoa certa é aquela que te deixa saudade e que, principalmente, mata a saudade, que te faz sentir importante, único e verdadeiramente inteiro. A pessoa certa é aquela que está sempre disposta a descobrir-te, aquela que acha que cada dia ao teu lado é um novo dia para te conhecer melhor, é aquela que te acha extremamente interessante e mesmo quando ninguém te acha assim, olha-te como ninguém te olha. A pessoa certa é aquela que te liga quando o teu saldo acaba, aquela que te vem ver quando menos esperas, aquela que te abraça até tu soltares ar pela boca, aquela que te beija como se não te tivesse visto há anos, aquela que te oferece o peito para dormires, que entrelaça os dedos no teu cabelo, que vê até nas coisas mais simples um
Também pessoas Senti necessidade de me expressar nesta pequena reflexão por estar farta de ser discriminada pelo que vivo. Hoje em dia, viver num país que não é o teu ‘país de origem’ pode não ser bom, mas é seguramente pior quando a cor da pele não é a mesma que a tua. O racismo mais expressivo é o que envolve a cor da pele, e não é somente por ser africana que falo disto. O racismo associa-se a pessoas de cor, e as pessoas de cor estão associa-
motivo para continuar contigo, porque são essas pessoas que conseguem ver as coisas mais simples, que não costumam complicar as coisas e problematizar a vida. A pessoa certa é aquela que se vai apaixonar pelos teus pequenos detalhes. A pessoa certa é aquela que acredita em ti quando ninguém acredita e até mesmo quando tu não acreditavas em ti, é aquela que te observa enquanto dormes, que troca magia num só olhar, aquela que se conecta a ti quando está distante. A pessoa certa é aquela que reconhece os próprios erros, que se desculpa, é madura, entende que nem sempre está correto quando há discussões, é aquela que não usa o sentimento como motivo para justificação de um erro, que não provoca ciúmes e atitudes desnecessárias. A pessoa certa é aquela que te tira o sono por preocupação, que te irrita com cócegas na barriga, é aquela que não te vai privar das coisas que tu sempre fizeste, que não te vai tirar os teus amigos, é aquela que te apresenta novas pessoas e novos lugares, que te inclui no mundo dela, que te dá a mão além do peito, a alma além do corpo e a mente além do coração. A pessoa certa vai errar várias vezes, vai-te irritar até te tirar do sério, mas nunca vai deixar que duvides de vocês, nunca vai deixar que te arrependas de a ter conhecido. É aquela que te dá coragem em vez de medo, que te dá certezas em vez de dúvidas e flores em vez de preocupações. Por fim, a pessoa certa é aquela que te atrai e não te trai, porque se for para ser igual a tantas por aí, se não for para fazer o bem, é melhor tu nunca a conheceres.
Catarina Carvalho, 11º G
das ao que há de mau. Por exemplo, se fores de cor, pensam que és ladrão, que não tens passe, podem até pensar que não tomas banho, que cheiras mal, ou que vives numa barraca sem água e sem televisão… Em certo sentido até pode ser verdade, até pode mesmo haver pessoas que vivam assim, mas basta de pensar nas coisas generalizando, chega de presumir que somos todos iguais,
Pobreza legalizada
que não temos estudos, que não temos educação… Há pessoas diferentes, há pessoas educadas, há pessoas com boas condições de vida, há pessoas sérias, pessoas que apenas se preocupam em ganhar dinheiro de forma justa e em sustentar a família de maneira honesta. Também pessoas. Frustra-me sentar-me num autocarro e haver quem se levante e olhe para mim de lado por eu ser de cor… Basta!
Pelcia P. G. da Rosa, 12º I
das altas taxas de desemprego. Dizem que "os velhos são demasiado velhos para trabalhar", que não têm "tantas ideias e tanto empenho como um jovem", pois claro, mas também vos digo: são os mais sabedores! Porém, qual a solução? Deixá-los sem emprego e, deste modo, sem forma de sustento? A pobreza não é o fim, mas um processo que, infelizmente, nos vai levando aos poucos. E nada nos assusta tanto do que a pobreza neste mundo capitalista.
Moro num país em que a pobreza está legalizada de tal forma que passou a ser uma banalidade social. Vê-se um pedinte na rua e já nem sequer o olhamos nos olhos, ou por outra, o mais provável é tropeçarmos nele, visto ele fazer já parte do ritual de o termos de encarar todos os dias no mesmo sítio. Um pobre, verdadeiramente pobre, passou a assustar as pessoas de tal forma que já ninguém sequer se chega per- Certo dia, dei uns trocos a um mendigo do metro. Ele to. Cheira mal?... Dorme no chão?... encarou-me, com olhos de quem já não comia há mais de O ser humano tem o dever de melhorar o que está mal, uma semana, e desabafou: "Trabalhei demasiado para ou então, pelo menos, esforçar-se por fazê-lo. Ignorar não aceitar viver de esmolas...". pode ser uma opção. A pobreza passou a ser uma das maiores consequências Ivânia Machado, 12º I
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Confluências SCRIPTOMANIAS
O dia em que ganhei o Nobel Acordei às 7h00 nesse dia 29 de outubro de 2015. Levantei-me, tomei banho, fiz a barba e o bigode. Tirei do armário o que normalmente vestia: umas meias rotas (a minha casa tinha sido invadida por implacáveis exércitos de traças, pelo que ainda eram notórios os sinais da sua passagem), as calças de corte direito (as calças justas faziam-me andar à cowboy) e as camisolas confortáveis com que sempre me habituei a andar. E os meus boxers que, apesar de não terem nada de especial, faziam parte do meu vestuário. Tomei o pequeno-almoço e arranjei-me (penteado à cavalheiro e dentes à pedigree, mesmo sabendo que o penteado não iria para além da porta de casa). Apanhei o autocarro às 7h43 e, como de costume, cheguei à escola às 8h00. Qual não foi o meu espanto quando vi, em frente à imponente fachada da escola, um aparato digno de receber o mais ilustre dos convidados: cinco majestosas cadeiras guardavam, em sentido, uma daquelas monstruosas caixas onde falam os políticos. E para quem seria aquela festa? O silêncio invadiu o local. As pessoas que ali se encontravam em pé abriram um largo corredor que se estendia desde a entrada ao sítio onde me encontrava. Na esperança de perceber o que se passava, olhei para trás. Ninguém ousava aparecer na ponta daquele tapete... exceto eu. Aquela festa era para mim! Mas, espera um bocadinho... Que há mais magro, há, mas tenho a certeza de que não sou gordo ao ponto de ocupar cinco cadeiras! E não era. Por detrás das cadeiras apareceram o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, o diretor da escola e um homem pálido, alto, de feições insensíveis e vestido a rigor. Via-se mesmo que era estrangeiro! Todos se dirigiram na minha direção e precipitaram-me para o palco. − A presidência da República, o governo de Portugal e a Academia Sueca, entidades aqui representadas por ... têm a honra de atribuir o prémio Nobel 2015 da Física ao aluno Francisco Monteiro, da Escola Secundária de Camões, aqui representada por... Peço desculpa aos leitores por não referir os nomes das individualidades, mas estava tão perplexo que a minha memória não me permitiu recordá-los. Onde é que eu ia? Sim, finalmente estava a perceber o que se estava a passar. Eu, Francisco Monteiro, acabava de ser galardoado com o prémio máximo da ciência do mundo! Que emoção! Que honra! Que vergonha... Apesar de muito mais novo do que todos aqueles que já tinham sido galardoados, era o único que alguma vez se apresentara de meias rotas... Como era possível? Uma cerimónia tão chique em meu nome e nem as meias me deixavam trocar? E de quem foi a brilhante ideia de me anunciar tal privilégio uma hora antes de partir para Estocolmo? Estava eu a questionar-me quando dei por mim enfiado no mesmo carro que o estrangeiro. Era óbvio que o homem não deveria saber falar português, pois eu tenho a certeza de que pensei em alta voz. Mas nada disso adiantava, porque eu estava numa limusina a caminho da Suécia quando, numa outra semana qualquer, estaria a ter uma aula de Filosofia. Cheguei ao aeroporto por volta das 9h00 e, tal como na escola, tive de cumprimentar aquela
gente toda com um aperto de mão: − Parabéns! Ensaio brilhante, Sr. Francisco! Deve estar orgulhoso! − diziam todos como se sempre tivessem estado ao meu lado, a apoiar-me. E depois apareceram os media (nunca mais saio daqui!) artilhados com as suas câmaras, microfones, gravadores e toda aquela parafernália de dispositivos com que todos os jornalistas andam hoje. Mas eu mantive-me firme na minha posição de bom orador e disse-lhes, como qualquer treinador de futebol, que todas as minhas declarações seriam feitas no intimidante discurso do Nobel que eu, saliente-se, não tinha tido tempo de escrever. Fiz o check-in e entrei no jato privado que me estava destinado para a ocasião. From zero to hero em apenas uma hora! Escrevi o meu discurso durante metade da viagem, pois os galardoados costumam falar dos seus quarenta anos de vida e eu só tinha dezasseis. Seria mais um recorde: o discurso do Nobel mais pequeno de sempre! Aproveitei o resto da viagem para tentar esclarecer os meus pais, os meus colegas e os meus professores de que não iria estar com eles para receber essa distinção. Claro que eles devem ter pensado que eu tinha enlouquecido de vez, mas iriam perceber quando vissem as notícias. Cheguei às 13h20 à capital sueca, onde tive novamente de cumprimentar toda aquela gente. Depois, e tal como em Lisboa, evitei os tabloides da zona com um charme típico de qualquer político e fui-me embora. Entrei para a limusina e lá fui eu almoçar, eu que não comia desde as 7h20 e costumava comer a cada hora e meia. Mas desengane-se quem pensa que comi bem. Lá, os restaurantes finos (onde um futuro Nobel teria inevitavelmente de comer) serviam a comida em doses muito pequenas! E nem pratos de carne faziam! Não admira que a Suécia seja dos países com menor taxa de obesidade! Como seria suposto discursar perante a ilustre plateia do Nobel quando se tem fome? E pior ainda, como seria suposto falar aos convidados do famoso banquete real enquanto os empregados lhes serviam a comida? Tinha de fazer alguma coisa, que um prémio Nobel não se poderia dar ao luxo de deixar por resolver um problema destes! Após muito pensar, cheguei à distinta desculpa de que não falava português há demasiado tempo e, para que o discurso me saísse bem, teria de praticar mais um bocado. Levaram-me então a um restaurante português, que já é sabido que os portugueses gostam de estar uns com os outros. E seria desagradável ir lá sem comer qualquer coisita, não é? Bife da vazia e batatas fritas! Toma lá, que já almoçaste! Pelo menos, já não és o primeiro a saltar do atril para devorar o jantar da rainha! Com as deslocações e o almoço, mais um jogo de futebol na televisão, dirigimo-nos para a câmara de Estocolmo, onde todos esses recordes iam, na verdade, concretizar-se. Sentei-me numa das cadeiras do anfiteatro e esperei. Estavam já todos sentados e foi para o meio da plateia o estranho senhor que me acompanhara todo o dia, iniciando o discurso: − Excelentíssimas senhoras e senhores aqui presentes. É com grande honra que anuncio a presença de Vossas Majestades, o rei e a rainha da Suécia − e entraram pelo meio da sala um homem e uma mulher, também vestidos a rigor, que se sentaram nos tronos instalados perto do centro da sala. E o senhor prosseguiu: − Homenageamos hoje um estudante que, ape-
sar da sua tenra idade, não deixou de se questionar sobre o que podia fazer para melhorar a sociedade em que vive. Foi com base nessa curiosidade que o nosso homenageado descobriu como se pode teletransportar um corpo. Sem mais demoras, chamo aqui Francisco Monteiro. E foi muito envergonhado que me levantei e me dirigi, lentamente, ao centro daquele espetáculo. A partir daí, o silêncio invadiu a câmara. Era notório na cara dos reis da Suécia o seu desagrado pela forma como eu estava vestido, o que não contribuiu em nada para me acalmar. E assim comecei o meu discurso: − Majestades, excelentíssimos convidados aqui presentes, não menos ilustres pessoas que nos acompanham pelos meios de comunicação social, agradeço desde já a atribuição deste prémio, reconhecimento de um trabalho por mim desenvolvido ao longo de alguns anos. Considero, no entanto, que nada consegui fazer se não abrir uma janela de oportunidade para aqueles que conseguirem aplicar a minha descoberta a algo de útil. O meu trabalho teve como objetivo, como sabem, a descoberta das condições que tornam possível a deslocação quase instantânea de um corpo de um lado para o outro. Cheguei à conclusão de que um corpo, para se deslocar desta forma, teria de atingir uma velocidade de, aproximadamente, 1000 km/h. Por isso, considero que em mais nada contribuí, dado não ter conseguido atingir tal velocidade, tornando a minha hipótese apenas matematicamente correta. Devido à minha tenra idade, nada fiz de grandioso para além do motivo que aqui me traz. Agradeço agora a todos aqueles que me apoiaram, nomeadamente os professores das áreas científicas e os meus verdadeiros amigos que, nos bons e maus momentos, não deixaram de me mostrar apoio. Obrigado pela atenção! Ouviu-se silêncio, e depois palmas. Fiz uma vénia aos reis e aos demais presentes, e virei-me para o estrangeiro. Ele empunhava em suas mãos uma caixa de madeira grande, que continha o tão esperado prémio. E no preciso momento em que ma deu, soou um galo. Um galo? Em plena entrega do Nobel? Começou então o apocalipse. Desapareceu o prémio, desapareceram os reis, desapareceu a audiência, desapareceram os media, e desapareceu o senhor esquisito... Até a câmara se consumira! Só restava o galo que eu não via, mas ouvia. Acordei às 7h00, nesse dia 29 de outubro de 2015. Levantei-me, tomei banho, fiz a barba e o bigode. Tirei do armário o que normalmente vestia: umas meias rotas (a minha casa tinha sido invadida por implacáveis exércitos de traças, pelo que ainda eram notórios os sinais da sua passagem), as calças de corte direito (as calças justas faziam-me andar à cowboy) e as camisolas confortáveis com que sempre me habituei a andar. E os meus boxers que, apesar de não terem nada de especial, faziam parte do meu vestuário. Tomei o pequeno-almoço e arranjei-me (penteado à cavalheiro e dentes à pedigree, mesmo sabendo que o penteado não iria para além da porta de casa). Apanhei o autocarro às 7h43 e, como de costume, cheguei à escola às 8h00. Na escola, só a imponente fachada restava do aparato que dera origem a toda esta confusão. Sem fama, sem fortuna, sem prémio. Da minha aventura restavam as meias rotas que eu usara nesse dia. Fico com os meus amigos, as minhas aulas e o meu almoço de quinta-feira!
Francisco Monteiro, 11º C
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Confluências SCRIPTOMANIAS ‘TROVADORESCAS’ Na serra do Marão a tua sombra paira Na serra do Marão a tua sombra paira Zelando lá por mim d’alma sã e inteira E o vento Norte afasta-me de ti Tua sombra paira na serra do Marão Zelando lá por mim d’alma e de coração E o vento Norte afasta-me de ti Zelando lá por mim d’alma sã e inteira A saudade que levo em mim não tem fronteira E o vento Norte afasta-me de ti
Zelando lá por mim d’alma e de coração A saudade que levo em mim, minha prisão E o vento Norte afasta-me de ti A saudade que levo em mim não tem fronteira E ao voltar p’ra ti minh’alma será solteira E o vento Norte afasta-me de ti A saudade que levo em mim, minha prisão E ao voltar p’ra ti minh’alma irá em oração E o vento Norte afasta-me de ti Thomas Maurício Childs, 10º C
Como posso eu viver com este espaço... Como posso eu viver com este espaço por [preencher, Ajudai-me, minha irmã, a o conhecer. Sem o ter morro eu! Como posso eu viver com este espaço no peito, Ajudai-me, minha irmã, a ter esse direito. Sem o ter morro eu! Ajudai-me, minha irmã, a o conhecer, Meu amigo está longe, p’ra lá do amanhecer. Sem o ter morro eu!
Ajudai-me, minha irmã, a ter esse direito, Meu amado está longe, p’ra lá deste leito. Sem o ter morro eu! Helena Tello, 10º C
Estava ali, [a me aperaltar
A minha cabeça, à roda começou a andar. Será meu amigo? Quando algo passou e me fez acordar, Levou-me a segui-lo sem mais parar. Será meu amigo?
Estava ali, a me [aperaltar, Quando algo passou [e me fez despertar. A minha cabeça, à roda começou a andar, E logo de seguida, parei, para não m’atrapalhar. Será meu Será meu amigo? [amigo? Estava ali, a sonhar, Levou-me a segui-lo sem mais parar Porque um novo amado quis arranjar. Quando algo passou e me fez acordar. Será meu amigo? Será meu amigo? Quando algo passou e me fez despertar,
Paulo Miguel Silva, 10ºC
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Confluências SCRIPTOMANIAS ‘TROVADORESCAS’ & Não chegou, madr’, o dinheiro
Para comprar um casaco da Prada! Porque é tão poupada? Ai, madre, preciso de mais!
Não chegou, madr’, o dinheiro para m’aguentar o mês inteiro. Ai, madre, preciso de mais!
Porque me deixa o bolso tão ligeiro? Entristece-me, tão pouco dinheiro. Ai, madre, preciso de mais!
Não chegou, madr’, a mesada para comprar um casaco da Prada. Ai, madre, preciso de mais!
Porque é tão poupada? Entristece-me, tão parca mesada. Ai, madre, preciso de mais!
Para m’aguentar o mês inteiro! Porque me deixa o bolso tão ligeiro? Ai, madre, preciso de mais!
Trovas na internet Quando liguei o computador, Tal foi o meu ardor! Nem mil “Gosto” se comparam! Quando li o teu artigo, Logo quis estar contigo! Nem mil “Gosto” se comparam!
Cantiga desparalelística − Veado meu, e meu abrigo, Sabedes novas do meu amigo? Como bailarei só? Meu amigo e meu amado, Foi-se cedo e tanto me tarda. Como bailarei só?
José Antunes, 10º K
Tal foi o meu ardor! Pois encontrei meu amor! Nem mil “Gosto” se comparam! Logo quis estar contigo, Pois encontrei meu amigo! Nem mil “Gosto” se comparam!
Pois encontrei meu amor! Parecias um trovador! Nem mil “Gosto” se comparam! Pois encontrei meu amigo! P’ra sempre estás comigo! Nem mil “Gosto” se comparam!
Pedro Rosendo, 10º C Emigrado e eu abandonada, Por ele vivo coitada. Como bailarei só? Contigo me sinto bem, Semelhante a quem não vem, Como bailarei só? − Não bailarás só, Teu amigo voltará veloz. Como bailarei só?
Deixa as saudades aquém, Que teu amigo está bem. Como bailarei só? Teu amado regressará, E mais felicidade trará. Como bailarei só?
João Castro, 10º I
Um livro aberto, um mundo aberto Por onde começar? Desde que aprendi a ler, que todos os dias carrego na minha mala um livro, isto porque não importa se o dia está a correr bem ou mal, se estou triste ou contente, porque quando abro um livro todas as preocupações desaparecem… Quando era mais pequena, a minha mãe escondeu todas as lanternas da casa, porque descobriu que eu ficava acordada à noite a ler, debaixo dos lençóis… A verdade é que nessas noites eu não estava deitada na minha cama, eu estava a viver aventuras gloriosas, a visitar cidades incríveis, a escalar montanhas com os meus heróis favoritos, a voar pela minha imaginação! Eu adorava, ainda adoro, viajar no tempo, conhecer os costumes e tradições das sociedades antigas, visitar os castelos onde eles moravam e as pequenas aldeias onde tantas histórias tiveram lugar, mas para conhecer todos estes maravilhosos lugares não precisava de sair de casa, apenas precisava de um bom livro e de uma lanterna! Hoje, olho para trás e reconheço a importância da leitura, não só para a minha formação como pessoa mas também para a minha maneira de escrever. É realmente extraordinário, como é possível, através dos livros, entrarmos no nosso próprio mundo, vivermos com as personagens e esquecer as nossas vidas, durante algum tempo, esquecemos tudo, “recarregamos baterias” para enfrentar o mundo real de novo e por esta simples razão eu estou eternamente grata pela presença dos livros na minha vida!
Beatriz Santos, 11º C
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Confluências INICIATIVAS JÁ ARRANCOU A CAMPANHA COASTWATCH 2015/2016 No passado mês de setembro, na sala “O Século” do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, a Escola participou, como exemplo de boas práticas pedagógicas, no seminário Internacional Coastwatch “25 anos do Projeto Coastwatch: perspetivando a educação ambiental sobre o litoral”. Seminário Internacional Este projeto promove a cidadania ativa e consiste na monotorização e caracteri(setembro 2015) zação ambiental do litoral. Ao longo dos seus 25 anos de existência, este projeto conta com a participação de milhares de voluntários e é um importante instrumento de educação para a cidadania ambiental. Os alunos desta Escola, que lhe irão dar continuidade, renovam o seu papel de voluntários. No seminário internacional, onde estivemos presentes em representação dos alunos que participaram na campanha anterior, intervieram oradores de renome, como por exemplo representantes nacionais e internacionais de estruturas públicas do ambiente, do mar e de ONGs de ambiente. Os temas em debate foram os seguintes: Ameaças e desafios futuros das áreas litorais; Litoral e educação para a sustentabilidade; Política europeia para o mar; Novos instrumentos digitais para as campanhas CW e boas práticas pedagógicas. Os temas foram apresentados por especialistas neste domínios. Entre os oradores, salientamos a participação de Karin Dubsky (Coordenadora Internacional do Coastwatch Europe e fundador deste projeto, há 25 anos, na Karin Dubski Irlanda) e do velejador Ricardo Diniz, que partilhou a sua expedição transatlântica, dando evidência das suas aventuras e problemas ambientais observados na travessia.
Na campanha deste ano “Vamos Devolver os Rios às Praias”. Nós participamos, participe também!
Ricardo Diniz
Bruno Cardoso Miguel Neves (Curso Profissional de Técnico de Informático de Gestão, 2º ano)
Não basta ser, é preciso parecer! Foi um evento bastante dinâmico e muito bem conduzido pelas moderadoras Raquel Almendra Torres, especialista em Marketing, e Júlia Infante Silva, da ONG Dress For Success Lisbon. Raquel Torres faz trabalho de voluntariado na ONG, preparando mulheres desempregadas para entrevistas de emprego; Júlia Silva é coordenadora do Projeto “Vestir para Vencer” na Dress For Success, que visa a reabilitação da imagem (Como se vestir para uma entrevista de emprego?) de mulheres candidatas a um emprego, um dos objetivos desta ONG americana. A sessão iniciou-se com a moderação da aluna Bruna Nito (3º O), que fez a apresentação dos intervenientes no Workshop.
Seguiu-se a comunicação dos alunos Bruno Cardoso e Miguel Esteves (2º O) que apresentaram os resultados do estudo “Representações de Alunos sobre os Comportamentos numa Entrevista de Emprego”, um trabalho a que responderam, a uma entrevista por questionário, 37 alunos de cursos profissionais da escola. A análise de conteúdo das respostas permitiu identificar comportamentos, formas de estar e de se apresentar numa entrevista de emprego. Assim, os alunos consideraram que a aparência (roupa, higiene, acessórios de moda…), postura corporal, saudações ao entrevistador e as atitudes/comportamentos (educação, respeito, segurança, cordialidade…) são aspetos importantes a ter em conta numa entrevista de emprego.
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Confluências Três notas sobre o nosso património institucional CIRCUNSTANCIAIS (Eu sou eu e a minha circunstância – ORTEGA Y GASSET) Quando no Verão p.p. estava a preparar a exposição temporária intitulada 2015 – CEUTA, 1415, a conquista / Antes – Durante – Depois, juntei a alguns materiais meus (fotocópias de mapas, bibliografia, medalhística e numária comemorativas) outros provenientes do espólio da escola. Isto permitiu-me reencontrar peças que, na década de 1990, pela sua qualidade, eu e outros colegas do gabinete de História tínhamos trazido não só para o grupo mas também para a instituição em geral mas que, agora, me deixaram simultaneamente satisfeito e indignado. Explico porquê: 1ª nota – Ao procurar as duas séries de «posters» (formato grande) sobre as viagens dos portugueses pelo mundo (séculos XV – XVI) e a descoberta e colonização do Brasil (ambas entradas cerca de 19992000) felicitei-me por encontrar a primeira completa e em muito bom estado (ela foi fundamental para estruturar a 3ª parte da referida exposição) mas, infelizmente, com muita tristeza, deparei-me com a segunda série muitíssimo deteriorada, abandonada, quase toda ela inutilizada e inutilizável…Uma lástima! Isto ocorreu por desconhecimento? Por desinteresse? Por desleixo? Pergunto: - Acaso não será possível (nunca) conservar melhor (para posteriores reutilizações) este tipo de espólio (que jamais voltaremos a ter) como acontece, por exemplo, com os de outros gabinetes da escola – Geografia, Educação Visual ou Museu de Ciências?! 2ª nota – Desde há muito (década de 1990, quando me tornei professor efectivo da escola) que, através do nosso antigo e malogrado colega prof. Alves de Azevedo, eu sabia da existência na biblioteca da magnífica série documental Monumenta Henricina, em 15 volumes. Facilitado o seu reencontro pela Drª Teresa Saborida, profª bibliotecária, verifiquei que lhe faltam dois volumes, mas tive a sorte de dispor do 2º, precisamente aquele cujo âmbito cronológico (1411-1421) abrangia a problemática da conquista de Ceuta. Além disto, aproveitando o facto de a busca incidir nos «baixos» da estantaria da sala anexa, em boa-hora resolvi arrumar sistematicamente (e também conhecer melhor) todo o precioso espólio ali encontrado, do qual destaco, por exemplo, estes títulos incontornáveis: Historia dos estabelecimentos scientíficos, litterários e artísticos de
Portugal, 1871-1914, 19 volumes investigados e escritos por José Silvestre Ribeiro (1807-1891) e prefaciados por Álvaro Neves; Marrocos e três Mestres da Ordem de Cristo, 1916, de José Vieira da Silva Guimarães (1864-1939), professor do Lyceu de Camões que, explicitamente, ofereceu a obra à biblioteca da sua escola; Correspondência do 2º visconde de Santarém (1791-1856: foi o nosso primeiro «historiador moderno» dos Descobrimentos portugueses), 8 volumes publicados pelo 3º visconde em 1918-19; D. Carlos e o seu reinado, edição de luxo de 1926, de Rocha Martins (1879-1952); etc., etc., etc.. Muitas das obras encontradas (algumas em fascículos deterioradíssimos…) tinham no seu interior os respectivos verbetes bibliográficos do ficheiro geral, o que quer dizer que foram «abatidas» (por falta de espaço? por anacrónicas? por serem consideradas «escolar e programaticamente» ultrapassadas e inúteis?...) e assim, estando «guardadas» nos baixos da estantaria, tinham praticamente desaparecido do conhecimento e da vista de possíveis, futuros, interessados leitores… Pergunto: - Será que a escola (para além das suas funções e competências essenciais de ensinar – ensinar a aprender – avaliar) se considera incapaz de encontrar soluções para «salvar» estas e muitas outras preciosidades bibliográficas ainda existentes no seu antigo espólio? Sugiro: Quiçá renovando o «arquivo sul» (no sótão da reprografia), ou mandando restaurar e reforçar certos armários dispersos pelas suas salas de aula, muitos dos quais não se sabe o que têm dentro ou apenas servem para guardar panos, vassouras e baldes para as limpezas quotidianas, ou então comprar armários novos para neles não só preservar mas comodamente disponibilizar bibliografias específicas… 3ª nota – Contudo, no último Verão, quanto ao património institucional, nem tudo o que encontrei e vi me deixou inquieto e angustiado: - Exactamente nos mesmos «baixos» da estantaria da sala anexa à biblioteca, misturados / perdidos no meio dos livros, opúsculos e separatas, tomei conta de dois testemunhos documentais de particular interesse para a história centenária do Lyceu de Camões em geral e da sua excepcional «livraria» em particular (documentos que, neste momento, estou a transcrever e estudar).
O primeiro é um pequeno volume de 150 requisições e pagamentos de livros, objectos e serviços da biblioteca entre 1919 e 1929, sendo director o prof. Alberto Rica e reitor do liceu o engº. Claro da Ricca. Através dele fica-se a saber que obras e materiais foram adquiridos, a que fornecedores e a que preços: livros (manualística, ficção, história, etc.) comprados à Livraria Ferin, no Chiado; múltiplas encadernações realizadas por um tal Paulo de Carvalho; material de escritório à Papelaria da Moda ou à Gomes & Rodrigues (depois estabelecida no largo D. Estefânia, onde hoje está a pastelaria Tarantela) e até à «chegada» à escola dos bustos de Camilo e Eça de Queirós (este está hoje no gabinete de Biologia). (*) O segundo testemunho é o registo (2º e 3º cadernos) da correspondência assinada pelos reitores e expedida pela directoria da biblioteca entre 1941 e 1953, incluindo 3 breves relatórios da sua actividade anual, todos datados de 31 de Julho de 1942,1943 e 1944. Para finalizar: - Sei que «ninguém é profeta na sua terra», mas, mesmo assim, gostaria que estas notas, sobretudo as duas primeiras, fossem mais do que as de uma «vox clamantis in deserto»… P.S. – Um voto a propósito da época das «generosidades» que se aproxima: - Que na escola, quem quiser e puder, contribua com alguns euros para os serviços da biblioteca poderem mandar encadernar alguns livros brochados mais antigos ou restaurar aqueles cujas encadernações, muito envelhecidas e secas, se estão completamente a desfazer… PROF. JOSÉ LUÍS VASCONCELLOS (ap.), escrito na ortografia antiga e ouvindo o magnífico concerto para violoncelo de Offenbach.
(*) A seu tempo será interessante «cruzar» estes dados, sobretudo os referentes aos livros comprados, com outros que se encontram num libro de registos das Leituras dos Professores entre 1912 e 1949, o qual a Profª Teresa Saborida gentilmente pôs a minha disposição, e que também está a ser sistematicamente lido e transcrito.
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Confluências OUTROS ESPAÇOS 2015 – CEUTA, 1415, a conquista / Antes – Durante – Depois (Exposição preparada pelo Prof. José Luís Vasconcellos e que esteve patente no átrio da Biblioteca)
ESTE ESPAÇO É TEU! A TUA PARTICIPAÇÃO, PARA ALÉM DA PARTILHA, SERÁ UM ÓTIMO CONTRIBUTO PARA A HISTÓRIA DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE CAMÕES.
PEQUENAS HISTÓRIAS DE LISBOA (Exposição, por alunos dos 10º J, K e L, no átrio da Biblioteca)
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Confluências NEPAL - UM PAÍS IMENSO 1963) continua a ser praticado, sobrepondo-se à lei em vigor, o que me fez muita confusão. Basicamente, quem tem Vinte dias num país imenso onde a cordilheira dos Hima- o azar de nascer numa casta inferior tem o seu destino traçado até ao final da vida, designadamente onde vai trabalaias nos acompanha sempre a norte. lhar, com quem vai casar e As monções não são a quem vai ser o seu círculo melhor altura para lá ir, de amigos. Se cumprir bem pois o calor intenso e as chuo seu papel nesta vida, podevas frequentes não deixam rá ascender à casta supevislumbrar a grandiosidade rior, se entretanto compleda alta montanha. Nesta tar um ciclo de reencarnaminha estadia, faço uma ções de 8 milhões de anos! divisão do Nepal em 4 temas Basta cumprir bem o seu que espelham a minha visão papel sem o questionar! de um país no seu todo. Enfim, não há bela sem Nepal/Montanha – Para senão, e não há nenhuma lá chegar é necessário pagar religião que não tenha a sua entrada na reserva natural. face negra, cruel e impiedoAs condições são mínimas e sa. sentimos a dureza da natuAcabo com este expressivo poema de Gabriel García Márreza no seu estado mais puro (no melhor e no pior). As paisagens são de suster a respiração (que a estas altitudes já quez: começa a faltar). Chegados à montanha, olhamos para trás Viajar es marcharse de casa, e todas as dificuldades sofridas valeram a pena só por aquees dejar los amigos les momentos únicos. Viajar sozinho colocou-me o dilema de es intentar volar saber quais os meus limites. Ponderei sempre entre arrisvolar conociendo otras ramas car e seguir em frente, ou jogar pelo seguro e voltar para recorriendo caminos trás. O problema ficou resolvido a partir do momento em es intentar cambiar. que encontrei o Manuel e a Ângela (casal de ciclistas a viajar no mesmo sentido que eu). Com eles, foi mais fácil deciViajar es vestirse de loco dir e ultrapassar as muitas pedras e obstáculos que iam es decir “no me importa” aparecendo pelo caminho (convido-vos a visitar o seu blog: es querer regresar. ciclismolibre.blogspot.com). As fotos falam por si. Regresar valorando lo poco Nepal/cidades – Este país pertence ao continente asiátisaboreando una copa, co que, do ponto de vista cultural, é completamente diferenes desear empezar. te dos padrões europeus. As cidades são muito sujas, apenas com o mínimo de saneamento básico, e o lixo vai-se acuViajar es sentirse poeta, mulando nas ruas até ser queimado a céu aberto. A densies escribir una carta, dade populacional é enorme e as artérias transformam-se es querer abrazar. num complexo carreiro de formigas numa desorganização Abrazar al llegar a una puerta organizada, misturada com carros, motas, lama, poluição, añorando la calma lixo, cheiro maravilhoso a comida e especiarias, chuva, es dejarse besar. calor. Nepal/Pessoas – Descobri neste país o valor humano. É Viajar es volverse mundano difícil generalizar e descrever padrões de comportamento, es conocer otra gente mas, regra geral, os nepaleses, devido às condições geográfies volver a empezar. cas, são um povo muito resistente e adaptado às maiores Empezar extendiendo la mano, adversidades. As pessoas conviveram da forma mais inteliaprendiendo del fuerte, gente com o grande terramoto e vivem o seu dia-a-dia com es sentir soledad. um sorriso sincero no rosto, sempre prontas a ajudar sem pedir nada em troca. Contudo, qualquer informação que se Viajar es marcharse de casa, peça tem de ser sempre confirmada por mais cinco pessoas, es vestirse de loco senão corremos o risco de ter de andar mais 50 km ou prodiciendo todo y nada con una postal, curar hotel noutras paragens. Es dormir en otra cama, Nepal/Religião – Tudo é discutível e tem de ser olhado à sentir que el tiempo es corto, luz de um contexto cultural. Para mim, europeu, nascido viajar es regressar. num país livre que respeita e luta pela igualdade de direitos do Homem, devo confessar que o sistema de castas Ricardo Frias imposto pela religião Hindu (abolido pelo estado desde
NEPAL EM 4 TEMPOS
(Prof. de Educ. Física)
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Confluências ENCONTROS Um debate quase debate No dia 29 de setembro, alguns professores, alunos e pais compareceram no Auditório Camões para assistir a um debate político sobre educação (vide foto). As representantes do Bloco de Esquerda (Deolinda Martin, no lugar de Luís Fazenda, como anunciado), da CDU (Rita Rato), do Partido Socialista (Graça Fonseca) e da coligação PàF (Ana Sofia Bettencourt) estiveram presentes no debate moderado por Isabel Leiria, jornalista do Expresso, e responderam também a algumas questões colocadas pelo público. Na minha opinião, este debate fugiu um pouco ao seu objetivo, isto é, as representantes dos partidos presentes dialogaram pouco entre si, tendo-se gerado, a dada altura, um clima mais tenso, sobretudo no momento em que o público começou a expor as suas preocupações, nomeadamente sobre as obras na escola.
João Vieira de Castro, 10º I REFUGIADOS: UMA EMERGÊNCIA HUMANITÁRIA. QUE FAZER? Uma reflexão, dia 29 de outubro, no Auditório Camões, com a presença de Cristina Santinho (antropóloga), Diaby Abdourahamane (refugiado da Costa do Marfim) e Raul Ramires (Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente). A sessão foi moderada por María Inacia Rezola (Associação Abril).
EPIFANIAS Passo em frente, sem olhar para trás Sempre acreditei que podemos classificar as pessoas em duas categorias. Os que desistem e os que prevalecem até ao fim. Os que choram e os que engolem em seco. Os que vivem no momento e os que se antecipam, preparando cada segundo da sua vida. Em qualquer um dos casos, eu estava na segunda. Cada passo à frente do seguinte. A lógica à frente de tudo o resto. Que tipo de dor pode sentir alguém que está preparado para tudo? Acreditava plenamente que dependia do fator surpresa. E eu estava sempre preparada. Ou pelo menos era o que eu dizia a mim própria. Foi por isso, por esta filosofia de vida que eu levava, que, quando dei por mim perdida, o meu mundo desabou. Por um segundo, desviei o olhar. Num só instante, baixei a guarda. E agora, aqui estava, em terreno desconhecido. Os meus passos eram longos. A minha respiração, cortada enquanto avançava rumo ao desconhecido. Não podia desistir, tinha de continuar. Não sei durante quanto tempo os meus pés pisaram aquela relva seca até que me doessem. É uma coisa engraçada, o tempo. Por vezes, passa lentamente, por outras corre e ainda por outras, é como se não existisse. Era assim que o sentia nesse momento. Estagnado, como se já não houvesse hipótese de os meus olhos
verem mais que o nevoeiro. Caminhava já sem me aperceber, sem verificar se me encontrava na direção certa. Todos os meus hábitos foram substituídos por instintos, mas o cansaço estava a levar a melhor de mim. Foi só quando parei, para me sentar numa rocha, que me apercebi que estava a chover. Passei as mãos pelos meus cabelos e roupas encharcados e comecei a chorar. Nunca me tinha sentido tão só. De um momento para o outro, transitei em todas as categorias. Era, agora, do grupo dos desistentes, dos que choram e dos desprevenidos. A vida tem destas coisas. Às vezes, apanha-nos de surpresa, e aí já é tarde demais. Mas sabem o que é engraçado? Podemos procurar um objeto durante um espaço de tempo que nos parece eterno, mas é quando estamos prestes a desistir que ele aparece mesmo debaixo do nosso nariz. Foi isso que me aconteceu. Quando me sentei naquela rocha, todos os sentimentos acumulados desabaram sobre mim e achei que não havia nada a fazer. No entanto, foi nesse momento de desespero, com as lágrimas a cobrir-me a face que avistei uma luz ao longe. Era a primeira coisa que eu via além do nevoeiro e relva seca desde há algum tempo. Foi então que se deu o clique. Levantei-me de um salto e corri em direção à luz, ignorando as trevas que se erguiam atrás de mim.
A luz passou de um ponto a uma linha que aumentava mais e mais e eu sentia que voava. Já não controlava os meus movimentos. Eles controlavam-me a mim. A luz era, na verdade, uma ponte que se erguia ao longe. Corri, ignorando o cansaço, e senti-me como nunca antes. As lágrimas secaram e desenhava-se agora um sorriso nos meus lábios. Foi nesse instante que tudo mudou. Ocorreu a verdadeira metamorfose. Esta experiência levou-me a questionar a minha mente, filosofia e vida. Dei comigo a aceitar a dor, porque ela é inevitável. Mas mais que isso, ela é fundamental. É por a sentirmos nos momentos mais escuros, que os mais brilhantes nos irradiam o pensamento. Se não houver maus momentos, os bons também se perdem, e ficamos condenados a uma vida de mediocridade. Eu estava saturada de viver assim. Abandonei a minha teoria das categorias. Nem tudo é branco ou preto, há uma infinidade de tonalidades de cinza. Eu passei a alegrar-me com a minha. Esta experiência mudou-me a níveis inimagináveis. Quando cheguei à localidade que me esperava e acolhia para lá do nevoeiro, e continuei a minha vida, aquilo que permaneceu comigo foram as epifanias do meu caminho. É mesmo verdade o que se diz: a felicidade está na jornada.
Ana Carolina Correia, 10º E
Praia da Sereia
Praia Fonte da Telha
25ª CAMPANHA COASTWATCH
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2014-2015 Objectivo: Divulgar os resultados da 25ª Campanha CW
Confluências Passagem transversal do vento
CIDADANIA AMBIENTAL COASTWATCH: MONITORIZAÇÃO DO LITORAL DA PRAIA DA SEREIA À PRAIA DA FONTE DA TELHA
Trilhos de veículos Convivio entre as duas escolas Trajeto percorrido durante a visita de estudo . Problemas encontrados :
Um Ecossistema a proteger! Construção sobre a duna
Detritos no arial
Nome cientifico: Carpobrotus edulis Nome vulgar: Chorão-das-praias Habitat: Pode aparecer em todo o sistema dunar Local: praia da sereia
Preservação das dunas
Metodologia: (1) Seminário sobre o Coastwatch e Geota ; (2) Inquirição no local em estudo; (3) Tratamento e análise da informação recolhida; (4) Estudo do nome científico e vulgar da fauna e da flora; (5) Leitura e análise dos problemas identificados; (6) Informação ao público através da publicação dos resultados em páginas web e no Seminário Nacional
Escola Secundária de Camões - Lisboa Curso de Ciências e Tecnologias -11º C Professores: António Gabriel; Ângela Lopes Alunos: Ana Beatriz, Diogo Araújo, Eduardo Pereira, Gonçalo Franco.
Coastwatch.
As turmas do 11º I, 11º C e o Instituto Espanhol de Lisboa monitorizaram o setor “Praia da Sereia – Praia da Fonte da Telha” do litoral de Almada. O setor observado é constituído por três sistemas: a praia, o cordão dunar e uma formação vegetal “acacial”. O nosso olhar vai para as dunas e os impactos negativos da ação humana sobre estes frágeis ecossistemas, bem como para algumas medidas implementadas para a sua proteção. As dunas são formações rochosas móveis que resultam da acumulação de sedimentos transportadas pelo vento. Neste caso, por transporte das areias da praia. Para além da areia e do vento, a vegetação tem um papel fundamental no seu processo de formação (foto 1). As plantas das dunas estão adaptadas a estes ambientes extremos de salinidade e secura, contribuindo para a fixação das areias (dunas). As dunas são muito sensíveis ao pisoteio humano e animal, daí a interdição à circulação humana (a pé e motorizada) e ao pastoreio de animais. Os ecossistemas dunares estabelecem a transição entre o sistema marinho e terrestre. Como? São barreiras naturais contra fenómenos de galgamento marinho, inundações e erosão provocada por ventos marinhos. Também são sistemas de armazenamento (por acu-
mulação) natural de areia para a compensação da perda de sedimento provocada pela erosão das praias, nomeadamente, por ocasião de grandes temporais. Nos últimos anos, sendo a Costa de Caparica um caso mediático, nos locais onde existiam dunas fortalecidas, agora delapidadas, ocorreram galgamentos oceânicos para terra, colocando em risco os bens económicos do Homem. O sistema dunar é formado pela duna primária, secundária e terciária (corte transversal litoralinterior). A duna terciária está ocupada por um extensa formação vegetal “acacial” (foto 2) e por construções na localidade da Fonte da Telha. A duna secundária é extensa e encontra-se com sinais de degradação, devido à circulação humana. Observa-se uma rede de trilhos, sem vegetação (foto 3). Este fenómeno é ampliado pela existência de uma linha férrea, que está disposta, longitudinalmente, a todo o sistema dunar, assegurando a ligação, entre a Costa de Caparica e a Fonte da Telha, aos veraneantes (foto 4). A duna Frontal (a primeira de defesa contra as investidas do mar), também, está muito afetada por cortes provocados pela passagem dos veraneantes. Nos trilhos, desprovidos de vegetação, formam-se corredores eólicos, que contribuem para o aumento da erosão. O cordão dunar foi completamente
“Dunas, são como divãs, Biombos indiscretos de alcatrão sujo Rasgados por cactos e hortelãs, Deitados nas Dunas, alheios a tudo, Olhos penetrantes, Pensamentos lavados”. (GNR, 1985)
destruído no lugar da Fonte da Telha, por construção de habitações, bares de praia, apoios à atividade piscatória, caminhos de acesso, parques de estacionamento para automóveis e instalação em terra de embarcações (fotos 5). Observam-se a implementação de algumas medidas de proteção dos sistemas dunares, mas pouco eficazes no seu objetivo. A proibição da circulação nas dunas é indicada através de sinalética informativa, com a indicação da coima legal para os transgressores. As estruturas de condicionamento de acesso e controlo de pisoteio, como os passadiços aéreos são reduzidos (apenas dois em todo o setor observado). Na praia da Bela Vista foi colocada uma paliçada para recuperação da duna, que se encontrava muito degradada. Parece que esta intervenção teve algum sucesso, porque a duna está fortalecida (foto 6). Todas estas medidas garantem os processos de dinâmica costeira e a diversidade morfológica e ecológica destes ecossistemas. Agora que vem aí a época estival, cabe a todos os utentes das praias zelar para que as dunas não sejam usadas como “divãs”. Todos nós, utilizadores das praias, deveremos participar na manutenção destes preciosos ecossistemas dunares.
TURMAS 11º I e 11º C [Fotos na pág. ao lado.]
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Confluências CIDADANIA AMBIENTAL Foto 1– Povoamento por Estorno (planta) na base da duna frontal. Um fator essencial na formação das dunas, servindo de obstáculo à circulação da areia (duna embrionária). Estas áreas deveriam ser interditas à circulação humana. Todos os invernos se formam estas dunas embrionárias, todos os verões os veraneantes as delapidam.
Foto 2 – Ocupação da duna terciária: Acácia, planta invasora (alógena ao sistema e introduzida pelo homem, com o objetivo de fixar as areias). Foto 4 – Linha de caminho de ferro, que assegura o transporte de pessoas no verão. É um importante fator de contributo à degradação do ecossistema.
Foto 3 – Sistema dunar com muitos trilhos devido à circulação humana: impacto visual negativo e ampliação da erosão eólica do sistema. Foto 5.1. – Bar de praia instalado sobre a duna frontal. Este cria um obstáculo á circulação natural das areias, contribuindo para o aumento da erosão em todo o sistema.
Foto 5.2. – Fonte da Telha, sistema dunar completamente erodido.
Foto 6 – Paliçada para recuperação do cordão dunar, mas com marcas de pisoteio pela circulação de pessoas. O pisoteio impede o povoamento pela vegetação e , consequentemente, a fixação das areias.
Por último, o piquenique depois do trabalho de campo, com alimentos muito saudáveis na sua composição (brócolos, cenouras, tomate cherry e frutas).
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Confluências CAMÕES ENGLISH THEATRE COMPANY CAMÕES ENGLISH THEATRE COMPANY is on youtube! We have started to publish our SOUNDBITES, an experience in reading. ABOUT SOUNDBITES: The human voice is an amazing sound with a wide range of registrations and modulations, which make it unique and specific to each individual. The voice has weight, timbre and tessitura as basic characteristics but it can be trained and used to convey a wide range of emotions. Actors and singers learn to control tensions and blocks, experiment and use their voices to express whatever they wish to an audience. This requires not only training but the ability to listen to other people’s voices as well. Understanding the human voice is part of an actor’s training. Actors learn to achieve a neutral state from which to depart so they can create all sorts of different sounds. SOUNDBITES is an experience in narration. It provides the opportunity for our actors to analyse how their own voice works, to think about diction, tone and musicality, and also to listen to different types of voice. It is also an occasion to browse through texts that we like. Reading aloud to others, which in the past was a daily habit and a much cultivated art, is now an occupation most people have no time or patience for. Here's a passage from Jane Austen's "Mansfield Park" on reading and seduction: Henry Crawford is reading to Fanny Price while Edmund watches. "Edmund watched the progress of her attention, and was amused and gratified by seeing how she gradually slackened in the needle-work which, at the beginning, seemed to occupy her totally; how it fell from her hand while she sat motionless over it-and at last, how the eyes which had appeared so studiously to avoid him throughout the day, were turned and fixed on Crawford, fixed on him for minutes, fixed on him in short till the attraction drew Crawford's upon her, and the book was closed, and the charm was broken. Then, she was shrinking again into herself, and blushing and working as hard as ever." The past is a different land. Still, reading small
texts, poems and bedtime stories is something that many of us still cherish. Some of our actors also chose to read texts of their own. Visit our channel and listen to a variety of texts from comedy to poetry. Our voices so far: Alice Ruiz, David Larisch Frazer, Gonçalo Albergaria, Hugo Simões, Ilísio Boaventura, Inês Lima, Inês Proença, Luís Francisco Sousa and Marta Sanches. Here is a text written and narrated by Marta Sanches: The Angel of Rippers Prologue You all live with one inevitability- death. After that, you all go to the same dark pit which is Hell...if it exists...: rich and poor, young and old, fathers and sons… Therefore there is no reason to try to delay it. You may try to scream, cry, live, say your prayers, laugh, wish, feel sorrow, commit heinous acts, beg, feel, sin... you may even try to have a proper burial, but remember you will always DIE. Chapter One What if I told you that there was a time, when man would throw themselves into the Ocean with nothing more than hope to find new lands? I mean, it was just water- as far as they could see -, but they were thinking way beyond it. Well... I knew... I knew where to find the next lands, I had the world at my feet, but I also knew that they were not throwing themselves into the Ocean, but rather into their certain death. I did admire them, I have to say. For a few years I thought it was an honourable risk to take. I even spared some lives at the beginning, but I started to notice that once they got there, to those new lands all over the planisphere, all those honourable risks were nothing more than greed. Marta Sanches, 10º K (Texto produzido no final do ano letivo transato)
CETC at ‘5 para a meia noite’
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Confluências CURSOS PROFISSIONAIS - UM PROJETO Projeto Justiça para Tod@s
Simulação de um julgamento sobre tráfico de seres humanos 2.º O – 2014-2015 No ano letivo de 2014-2015, a turma O do 2.º ano (curso profissional de Técnico de Serviços Jurídicos) participou no projeto "Justiça para Tod@s", cuja grande linha de intervenção é a Turma O do 2º Ano promoção dos valores democráticos colocando a Educação para a Justiça e o Direito (em especial os Direitos Humanos, direitos das minorias e não discriminação) como ferramenta cívica fundamental num Estado-de-Direito. Desenrola-se através de ações de sensibilização, divulgação, workshops e jogos de simulação de um caso em Tribunal, dirigidas a jovens, entre os 12 e os 25 anos. A simulação do julgamento, na qual todos os alunos da turma desempenharam um papel específico, foi realizada no dia 14 de maio de 2015, no Palácio da Justiça, tendo o desempenho dos alunos do 2.º O sido bastante elogiado pela juíza que presidiu à sessão – Dr.ª Paula Rocha - e que, no final da mesma, dirigiu uma palavra a cada um salientando as suas capacidades e competências. A turma do 1.º O assistiu ao julgamento e apoiou os colegas. Entre os 10 casos disponíveis para julgamento, a turma selecionou o caso de tráfico de seres humanos, cuja história se desenrola em torno de Daree, uma rapariga de 20 anos, natural da Tailândia, que decidiu tentar encontrar trabalho noutro país, a fim de melhorar as suas condições de vida e ajudar a sua família. Daree conheceu Ricardo, um cidadão português, através de uma rede social, que lhe prometeu emprego, contrato de trabalho, um ordenado mensal e seguro de saúde. Contudo, à chegada a Portugal, ela foi levada para uma pequena quinta, numa zona isolada, onde funcionava uma casa de prostituição. Para a realização do projeto foi proporcionada, pelos parceiros (Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti e Centro de Estudos Judiciários, entre outros), formação aos professores envolvidos - Sílvia Lopes (coordenadora), Lina Marques e Magda Costa. A terminar, de realçar duas ideias – o envolvimento de todos os alunos do 2.ºO e o excelente desempenho que tiveram no julgamento, com a convicção de que estas são experiências muito enriquecedoras para todos, sobretudo para estes alunos, a quem, certamente ficará na memória o "Justiça para tod@s"; e um modelo de formação de professores (a nosso ver muito bem conseguido), associado a projetos específicos.
Turma O do 1º Ano
Profªs. Lina Marques, Magda Costa e Sílvia Lopes
ESCOLA SECUNDÁRIA DE CAMÕES http://www.escamoes.pt BE/CRE
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Confluências
http://esccamoes.blogspot.com/
E
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ATIVIDADES QUE VÃO CATIVANDO OLHARES E INTERESSES NA ESCOLA SECUNDÁRIA DE CAMÕES (O PROFESSOR LINO DAS NEVES REGISTA A MAIOR PARTE DELAS)
R
E
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TRÍVIO, uma iniciativa do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras, do Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais e da Escola Secundária de Camões. Um Jornal em linha que pode ser ’folheado’ na página da BE/CRE.
Aposentações
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Professora Ana Maria Carvalho Cotrim (de Inglês e Alemão). Assistente operacional Elisa Costa Lopes.
Transferência Funcionária administrativa Ana Maria Pires Salvado – em exercício de funções na Secretaria desde 2003, transitou para o ministério da Economia.
A Escola Secundária de Camões agradece reconhecidamente o trabalho prestado e deseja a todas um futuro longo e feliz.
www.escamoes.pt A todos quantos colaboraram com a cedência de fotos e trabalhos para este Boletim, uma palavra de agradecimento.
Com o generoso apoio do Grupo Desportivo e Cultural do Banco de Portugal