ESCOLA SECUNDÁRIA DE CAMÕES
B OL E T I M E SC OL A R
Confluências
Confluências
(2ª Série) Nº 43 Set. / dez. 2018
Adelina Precatado Missão cumprida! (p. 3) Nesta edição:
Scriptomanias ……….………... Palavras de apreço ……...…... Scriptomanias ………………… Estrangeiros em Lisboa …..... Olhares ………………………….. The multicultural ………....…. Cidadania e desenvolvimento ………………………………….. Crescimento emocional ……. Uma escola em celebração ... ‘Partiu um menino’ ………….. Avulsos ……………………….…. Breves ………………....…………
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Confluências SCRIPTOMANIAS Ruas que contam histórias Já viram partir e chegar tantos, estas paredes que reconfortam tristezas. Ouviram e guardaram os segredos de cada um que por aqui passou durante todos estes anos. As paredes destas ruas, velhas e desgastadas, manifestaram a sua leveza, expuseram o seu silêncio, e em cada passo que nelas dei senti o peso que carregavam. Viveram história, sentiram história, e a história nelas habita. Por todos os olhares que lhes lancei, um novo capítulo se desenrolou, um novo detalhe me prendeu. Resistentes, empurravam-me delicadamente umas para as outras e eu deixava-me ir. Ruas que me cativaram, que me ensinaram, que me guiaram entre elas para que pudesse desvendar cada pormenor. E houve ruas que me sorriam, outras difíceis de conquistar, mas quero voltar a percorrê -las, passar por entre elas, todas elas, para reparar em tudo uma vez mais. Quero que me contem mais histórias antigas, e quero, nelas, fazer parte da continuidade da história. Quero que fiquem com um pedaço de mim assim como eu fiquei delas. Carolina Touré, 11º L
O sonho
Título: Confluências Iniciativa: Departamento de Estudos Portugueses Coordenação de edição: António Souto, Manuel Gomes e Lurdes Fernandes Periodicidade: Trimestral Impressão: GDCBP Tiragem: 250 exemplares Depósito Legal: 323233/11 Propriedade: Escola Secundária de Camões Praça José Fontana 1050-129 Lisboa Telefs. 21 319 03 80 21 319 03 87/88 Fax. 21 319 03 81
Sonhos... Muitos foram os sonhos que o Homem teve ao longo da sua existência. Uns sonharam atravessar o longo e infinito oceano, outros sonharam com novas terras, uns sonharam em reinar no mundo, outros com a sua liberdade. O Homem sonhou voar, então criou o avião. O Homem quis ir à Lua, então criou um foguetão. E o meu sonho? Viajar pelo globo, deslumbrar-me com as mais belas paisagens. Respirar opuro ar da montanha. Beber a cristalina água dos ribei-
ros que correm pelas verdes colinas. Deslumbrar-me com o acordar do sol, com os seus brilhantes raios d’ouro que espreitam pelos cumes das altas montanhas. Ouvir a doce canção dos pássaros, ao passear pelas densas florestas. Dormir rodeado pela Natureza todos aqueles cheiros, os barulhos, toda a sua beleza. Aproveitar toda a liberdade que me é oferecida. Será a simplicidade que me atrai? Ou será a tentação pela liberdade? Será o desejo pela diferença? Só sei que este é o meu sonho! Filipe Mendes, 11º C
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Confluências PALAVRAS DE APREÇO Agradecimento à professora Adelina Precatado No momento em que cessa funções, agradecemos à professora Adelina pela maestria revelada no desempenho das funções de Subdiretora da Escola Secundária de Camões, por si exercidas ao longo de nove anos consecutivos. Destacamos a sua reconhecida capacidade de gestão e espírito de iniciativa, o profundo conhecimento das matérias relacionadas com as funções que exerceu e que lhe permitiu desempenhar com inigualável competência as tarefas que lhe foram confiadas, a elevada eficácia na organização do trabalho, contribuindo significativamente para o bom funcionamento da Escola Secundária de Camões. Na forma como cumpriu os mandatos, a comunidade educativa constatou um extraordinário empenho, uma amizade inabalável, uma dedicação ímpar, uma permanente disponibilidade e um inexcedível zelo. Fê-lo de uma forma eficiente, mas também discreta, granjeando, na sua atuação diária, o respeito e a estima dos que com ela trabalharam. São notáveis as suas qualidades, aliando de forma rara a compreensão das questões estruturantes do ensino ao rigor do seu acutilante espírito crítico, bem como a sua combativa ação em defesa da escola pública. Professoras Lídia Teixeira [atual subdiretora], Adelina Precatado e Gabriela Fragoso) Assim, muito nos apraz reconhecer os atributos enunciados e o mérito do desempenho da professora Adelina, que reputamos de extraordinário, e torná-lo público, conscientes de que a sua passagem deixa uma marca indelével na história da Escola Secundária de Camões. Lisboa e Escola Secundária de Camões, 11 de setembro de 2018 (Profª. Gabriela Fragoso, Presidente do Conselho Geral)
CanSat 2019 O concurso CanSat Portugal 2019 consiste na construção de um satélite que será lançado duma altura de 1 000m e que tem como objetivos: medir a temperatura; medir a pressão atmosférica; transmitir, por telemetria, os dados obtidos para a estação terrestre (pelo menos uma vez por segundo); realizar uma missão secundária escolhida pela equipa. A nossa equipa – SpaceY – é composta por quatro alunos do 11º C e um ‘professor ajudante’. Inscrevemo-nos no concurso porque nos queremos divertir e porque achamos que será uma hipótese maravilhosa de aprender mais sobre artes manuais, física, aerodinâmica, programação
e, até, de desenvolver o trabalho em equipa. A missão secundária que escolhemos é “Medição de parâmetros que tornam um planeta habitável”. Com esta missão, para além dos objetivos impostos pelo concurso, faremos medições de oxigénio, carbono, radiação, humidade, etc. Se tiverem dúvidas ou estiverem interessados no projeto, podem visitar-nos na nossa página de Facebook ou no nosso website! Página de Facebook: https://www.facebook.com/CanSat2019SpaceY-2112252732152194/ Website: www.spacey-cansat2019.webnode.pt Guilherme Amaro, 11º C
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Confluências SCRIPTOMANIAS alunos que, nos meses seguintes, trabalharam FESTIVAL em conjunto para a realização do evento. TERMINA Tendo fortemente em conta a situação cultural Decorreu no em Lisboa, o conceito inicial dia 20 de foi adaptado aos dias de hoje: outubro, na substituiu-se a ideia de conEscola Secun- curso pela de festival; a ideia dária de de bandas por músicos indiviCamões, um duais; e abriram-se os critéfestival de música em homenagem ao rios de género musical dos Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés. artistas, de modo a cobrir, de uma maneira mais completa, Ao longo de uma tarde de sába- aquilo que a realidade tinha do, passaram pelo palco vários para oferecer. depois de jovens artistas da região de Lis- Finalmente, boa, dos mais variados géneros meses de preparação, no dia 20 de outubro pasmusicais, com o objetivo de tra- saram pelo palco vários jovens artistas, com sets zer à superfície juvenil um lado desde a eletrónica improvisada à musica de ainda desconhecido da cultura dança e ao hip-hop, tendo ainda decorrido, pelo meio, uma conversa num tom mais informal musical lisboeta. com os familiares e amigos de Zé A ideia de partida Pedro, em sua memória. para o desenvolviEm jeito de síntese, a organizamento do festival ção sugere ainda a todos os que remonta a uma proposta feita pelo estiveram presentes, e também próprio Zé Pedro, o qual, ao longo àqueles que apenas lerem este da sua vida, demonstrou sempre texto, que reflitam sobre a necesum forte interesse em divulgar o sidade de se desenvolverem atitrabalho dos músicos menos recovidades criativas, como a músinhecidos. Assim, a proposta inicial ca, desde cedo, e também de se passava por organizar um concurso de bandas, no qual a banda que ganhasse teria o privilégio de abrir um concerto para outra já mais conhecida. Porém, dadas as circunstâncias da altura, foi difícil prosseguir com a ideia, e foi então posta de parte até este ano. No início de 2018, esta ganhou uma nova relevância dado o falecimento do guitarrista dos Xutos e Pontapés. Assim sendo, com a intenção de lhe prestar a homenagem devida, a Escola apresentou novamente o projeto a um grupo de
criarem e terminarem projetos de divulgação dessas mesmas atividades.
Filipe Baixinho, 12º C
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Confluências SCIPTOMANIAS meu avô. Não fazia vinho para ele, mas sim para O olfato é uma vista todas as pessoas que quisessem passar lá por estranha casa, conviver um pouco e apreciar o vinho que Num café, enrolada no meu casaco de inverno, tanto trabalho lhe dera a fazer. espero pelo chá que pedi. O empregado de mesa Saio do café e vou caminhando ao longo da rua. aproxima-se e entrega-me o chá de limão. A chá- Passo perto de um jardim onde vejo um pequeno vena transpira, e um delicioso cheiro a casca de lago. Um cheiro intenso a flores perturba-me. limão e mel começa a envolver-me… Fecho os Lembro-me, subitamente de uma caminhada que olhos, e quando os abro já não estou no café. Abro fiz, quando era muito pequena, com a família os olhos e estou sentada na cozinha dos meus materna. Lembro-me de todas as pessoas que lá avós. Ao pé do fogão, vejo a minha avó que devo- estavam. Lembro-me da alegria no rosto de todos. tadamente prepara um chá de limão como só ela Lembro-me do percurso, um percurso lindíssimo faz. Aproxima-se e entrega-me com um sorriso a pela Ponta do Pargo, terra de minha mãe. A levachávena quente. Fecho os olhos novamente e da acompanha-nos do início ao fim, e para onde regresso ao café. Nesse momento o meu coração quer que eu olhe é tudo verde e os raios de sol torinunda-se de carinho e sinto-me tão quente que nam tudo ainda mais verde e brilhante. O vento bate nas árvores e conta-nos histórias. Pequenos deixo o casaco para trás. Na mesa ao lado, estão dois velhos a bebericar sapos aparecem, de vez em quando, para nos um copo de vinho tinto enquanto jogam uma par- cumprimentar. Sinto-me feliz. tida de dominó. E, mais uma vez, concentro-me no Com todas as correrias do dia a dia, nem tenho cheiro que dali vem. À minha frente aparece a tempo para relembrar algumas memórias que me adega do meu avô. Aparecem cordas, garrafões de são queridas. Porém, basta parar um instante, e vinho e pipas, algumas cheias, outras vazias, mas dar atenção aos sentidos, como o olfato, e ainda a de todas elas vem um odor intenso a vinho e a todos os estímulos que me rodeiam, para relemmadeira. Estes odores trazem-me ainda à memó- brar e reviver algumas belas e nostálgicas lemria o meu avô a retirar o vinho das pipas, a ofere- branças. cer uma prova a todas as pessoas que por ali pasEva Correia, 12º E savam…Pois essa era, na verdade, a alegria de Serão os direitos humanos respeitados na atualidade? Em pleno século XXI, ainda ecoa a questão: serão os direitos humanos respeitados na atualidade? O tópico dos direitos humanos está, na minha opinião, ligado a três questões principais: etnia, género e religião, que se englobam na existente heterogeneidade entre diversas regiões do planeta. Quanto à etnia, acredito que, em apenas quatro ou cinco décadas, decorreu uma grande evolução: o racismo nos países desenvolvidos diminuiu drasticamente, não sendo ainda nulo, no entanto. Relativamente ao género, também creio que cada vez mais são respeitados os direitos dos homens e das mulheres de forma igualitária. No entanto, admito que, fundamentalmente em certos territórios do terceiro mundo, devido às imposições religiosas, entre outros fatores, as mulheres sejam ainda desprezadas e desrespeitadas, não podendo, sequer, mostrar a cara ou sair de casa sozinhas. Concluindo, penso que se deu uma evolução drástica no que toca ao respeito pelos direitos humanos, havendo, porém, um longo caminho a percorrer. João Simões, 11º H
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Confluências ESTRANGEIROS (NO CAMÕES) EM LISBOA A minha chegada a Lisboa Ainda hoje me lembro, perfeitamente, do primeiro dia em que cheguei a Lisboa, no meu carro, pela ponte 25 de Abril. Foi no dia 15 de Junho de 2008. Atravessar aquela ponte, foi como fechar e abrir uma nova etapa da minha vida. Com muitas expectativas e muitas dúvidas sobre o que eu estava a fazer aqui. Entrei pela primeira vez na minha casa, no antigo bairro das Colónias. A casa era linda, daquelas casas burguesas antigas do princípio do século XX, de tetos altos e chão de tábuas corridas de madeira. Osprimeiros dias foram usados para conhecer a cidade. Não sabia nada sobre Lisboa. Fazia calor, mas estava agradável. Caminhei e caminhei pelas ruas da Graça, Alfama, Chiado. Adorei! Adorei as pessoas, o rio calmo e imponente, as esplanadas e os cafés. Tive uma boa impressão para cá ficar. Após ter morado oito anos fora de Espanha em países como o Reino Unido, os Estados Unidos e Porto Rico queria ficar mais perto da minha família de Madrid. Lisboa só fica a sete horas de carro ou cinquenta e cinco minutos de avião. Era perfeito! Comecei à procura de emprego. Lembro-me que no início não foi nada fácil. Demorei um tempo a encontrar emprego. Fiquei sem dinheiro no banco e estive tentado a ir-me embora. Mas, felizmente, arranjei emprego num ginásio como “personaltrainer”. No início não foi fácil, pois não sabia falar a língua, mas passado um mês já conseguia perceber as pessoas. Conheci muita gente e, rapidamente, fiz muitos amigos e amigas. Passados quatro anos consegui um novo trabalho na companhia aérea da Turkish Airlines. O trabalho deu-me uma melhor segurança económica que me deu a possibilidade, finalmente, de comprar uma casa em Lisboa. Hoje em dia, sinto-me feliz em Lisboa e acho que gostaria de chegar a velhote nesta Lisboa dos miradouros, das esplanadas e dos cafés.
Jesús Díaz Gómez A minha vida em Lisboa Há já quase dois anos que cheguei a Lisboa. Eu não conhecia quase nada de Portugal, tinha estado somente uma vez em Lisboa, um fim de semana, que deu para ver a Praça do Comércio e visitar Cascais. Quando mudei de país, eu não estava à espera do que vinha encontrar aqui. Primeiramente, tenho de dizer que eu vim para aqui porque o meu namorado tinha conseguido um contrato com a Universidade de Lisboa, pelo período de três anos, e eu não queria estar longe dele tanto tempo. Em Espanha, eu era advogada, e tinha um pequeno escritório, gostava da minha profissão, mas quando cheguei a Lisboa eu pensei que seria muito difícil defender os meus clientes sem conhecer a língua. Havia uma coisa que eu sabia bem, e isso era falar espanhol, e pensei que poderia tentar dar algumas aulas. Fiz um curso online para ser professora de língua espanhola para estrangeiros e comecei a procurar trabalho através da internet. O meu primeiro formando foi um menino de 4 anos, ele era muito engraçado e divertido, e gostava muito
de repetir as palavras, “manzana” e “melocotón”, maçã e pêssego, e no final da aula queria sempre desenhar princesas. Depois eu estava a fazer um curso de português de 20 horas numa Academia e eu conheci o dono da Academia, que era espanhol, e era muito simpático, disse-me que precisava de professores de espanhol para umas aulas aos sábados, e eu aceitei muito agradecida. Pouco a pouco ganhei experiência, e agora dou aulas todos os dias, só posso dizer que gosto de estar aqui e de fazer o que faço. Quando temos tempo livre, eu e o meu namorado vamos conhecer as aldeias e as cidades perto de Lisboa e desfrutamos da gastronomia, das praias e do bom tempo de Lisboa. O meu trabalho não é muito cansativo, para mim é divertido e excitante. Passados quase dois anos tenho de dizer que é uma sorte ter vindo para Lisboa e conhecer outra cultura tão parecida, mas diferente, assim como outra língua, sinto-me uma pessoa mais completa e aconselharia todos os espanhóis a virem conhecer este bonito país.
Ana Garrido Escuin
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Confluências ESTRANGEIROS (NO CAMÕES) EM LISBOA O meu trabalho: a vida Há pelo menos quatro elementos vitais para a vida e a existência humana na terra. Normalmente, falamos sobre três assuntos: oxigénio, água e alimentação, mas, frequentemente, esquecemos um quarto elemento. Dependendo da nossa condição física, podemos viver três semanas sem comida, cerca de 3 dias sem água e, mais ou menos, 1 a 3 minutos sem ar. Mas também dependemos do meio ambiente. Neste planeta único existem alimentos processados através de processos biológicos e químicos tanto no solo, como na água. A existência do oxigénio é vital para as células, tecidos e órgãos. Mas há um elemento vital nesta combinação de vida. O dióxido de carbono (CO2) é vital para as plantas e alguns animais que o inalam. É vital para a sobrevivência de todos os seres. O nosso planeta é único. Está a uma grande distância do sol para ter uma ótima temperatura. A terra tem uma inclinação de 23,5 graus em relação à órbita do sol que está na origem das estações e distribui calor e frio por todo o planeta. O CO2 existe no ar e na atmosfera da Terra em concentrações comparativamente pequenas. A atmosfera de Vénus tem concentrações grandes e uma temperatura superior a 400 graus. Embora Vénus esteja mais perto do sol a melhor causa é o efeito de estufa. O CO2 é considerado um gás com efeito estufa (GEE) que relembra e mantém o calor na estufa atmosférica (cria um 'efeito estufa'). Junto com outros gases de efeito estufa (gás da água, riso (óxido nitroso) e metano, etc.), o CO2 é importante para futuramente manter uma temperatura habitável na Terra. Sem gás de efeito estufa o planeta teria uma temperatura abaixo de zero graus e com concentrações grandes de CO2,a temperatura seria tão alta que não haveria condições de sobrevivência. O CO2 é o ponto fulcral do Acordo de Paris. O Acordo de Paris, sobre alterações climáticas, foi assinado em 22 de abril de 2016 e é o primeiro acordo universal sobre este assunto. O objetivo é diminuir a temperatura global em dois graus, pelo menos 1,5 graus. É possível? Porque é que a temperatura está a subir? As maiores causas são o consumo nos transportes, especialmente o avião, e o consumo de carne. Os voos usam muitos combustíveis fósseis. Assim a produção de metano e a destruição de florestas tropicais para produção de alimento para os animais são algumas das consequências da destruição. Uma transição da utilização da energia do óleo, carvão, lixo e gás, pela energia solar e eólica é importante. Embora muitos políticos considerem a economia mais importante, mas não é sustentável continuarmos sem mudanças. O acordo não é vinculativo. Sem mudanças a temperatura vai aumentar cerca de 4 a 8ºC entre 2050 e 2100. Isto poderá causar muitos conflitos sociais, migrações e tornar a vida mais problemática. Este é o maior desafio do mundo. Com temperaturas mais altas, o sistema climático vai mudar e provocar mais catástrofes naturais (secas, incêndios florestais, chuvas torrenciais, etc.) que aumentam o nível as águas. Mas é um processo lento. Em Portugal, as secas e os incêndios florestais; na Dinamarca, chuvas torrenciais, tempestades e inundações são mais frequentes. O que podemos fazer? Aqui estão algumas sugestões: escolher energia solar e eólica, consumir menos carne e comprar produtos reutilizáveis. Se todos os países cumprissem os acordos, o aumento de temperatura seria de 2,7-3,7ºC. Então, ajudemos os nossos políticos a serem responsáveis. Façamos parte de algo maior do que o nosso país: o mundo. Pessoas e animais viverão aqui no futuro. Esta é a razão pela qual eu trabalho na investigação doCO2 – no passado, no presente e no futuro. Sou Investigador em Climate Change & Sustainable Development Policies Innovation Anthropologist, e estudante de Doutoramento no grupo de investigação CE3C – Centre for Ecology, Evolution and Environmental Changes CCIAM – Climate Change research group na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).
Jiesper Strandsbjerg Tristan Pedersen
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Confluências ESTRANGEIROS (NO CAMÕES) EM LISBOA O que está a fazer um físico espanhol em Lisboa? O meu nome é Antonio Tejero del Caz, sou espanhol e tenho 30 anos. Estou a viver em Lisboa há um ano e meio, mais ou menos, desde setembro de 2016, quando comecei a trabalhar no Instituto Superior Técnico como investigador de pós-doutoramento. No início do ano de 2016, quando estava a terminar o meu doutoramento na Universidade de Córdova, um anúncio sobre umas bolsas de pós-doutoramento do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear chegou à minha universidade. O projeto pareceu-me muito interessante e decidi candidatar-me. Mais tarde fui selecionado e, depois de uma entrevista pelo Skype, obtive a bolsa para vir trabalhar para Lisboa. Deste modo, em agosto do ano de 2016, eu e a minha namorada começámos à procura dum apartamento em Lisboa (tarefa que não é nada fácil) para viver. Os primeiros meses em Portugal não foram fáceis. Embora o espanhol e o português sejam muito parecidos em muitos aspetos, a pronúncia é muito diferente e, para nós, era muito difícil perceber o português. Uma das razões pelas quais não estávamos a melhorar muito a língua portuguesa era porque nos nossos trabalhos não tínhamos, nem temos, de falar muito em português. Com o passar do tempo, começámos a perceber melhor o português, mas foi a partir do início de 2017, quando começámos a estudar na Escola Secundária de Camões, que começámos a melhorar e muito. Eu trabalho no Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, no Instituto Superior Técnico. Ali, trabalho com pessoas de muitas nacionalidades diferentes, por esta razão a língua que é utilizada normalmente é o inglês. O meu trabalho centra-se no estudo dos plasmas de baixa temperatura. Um plasma é um gás ionizado, normalmente por causa de um campo elétrico. Mais concretamente, eu estou a trabalhar no âmbito do projeto KIT-PLASMEBA (http://plasmakit.tecnico.ulisboa.pt). Neste projeto, estou a desenvolver ferramentas informáticas para fazer simulações que nos permitem estudar o comportamento de plasmas criados com diferentes misturas de gases, por exemplo oxigénio e azoto. Este estudo permite-nos desenhar aplicações industriais que resolvem diferentes problemas que temos hoje em dia, por exemplo, criar uma atmosfera respirável em Marte (http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2017-10-24-Cientistas-portuguesesempenhados-em-criar-ar-respiravel-para-missao-a-Marte). Antonio Tejero del Caz
Em Lisboa, como em casa Cheguei a Lisboa há quatro anos pela primeira vez, para a visitar, vindo de Paris. Comecei por visitar todos os locais turísticos. Depois, senti-me bem e fiquei por cá. Quando regressei a França pensei mudar de vida e trabalhar em Paris. Mais tarde, pedi no meu emprego uma licença sem vencimento de um ano. Durante este período, vim muitas vezes a Lisboa procurar um apartamento para comprar no centro da cidade. Finalmente, encontrei o que procurava,
comprei um grande apartamento com quatro quartos para partilhar com outros e concretizei o meu projeto. Presentemente, alugo os quartos a turistas com pequeno-almoço e tudo corre bem. Agora, tenho mais tempo para vir à escola e aprender português. O curso de língua portuguesa é uma competência que levamos para toda a vida. Preciso dedicar-me mais à conversação no dia-a-dia e aprender a língua portuguesa, apesar de ser ‘julgado’ pelo meu jeito de falar.
Taib Eaid
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Confluências ESTRANGEIROS (NO CAMÕES) EM LISBOA e, mais importante, as comidas! Eu gosto muito de Há dois anos em comer alimentos diferentes, de diferentes países. PosPortugal so certificar que a comida portuguesa é uma das Eu terminei o meu mestrado em Engenharia de melhores do mundo. Computação em Sharif, Universidade de Tecnologia, Comecei a fazer o doutoramento no Instituto Supea melhor universidade do Irão. Eu sempre quis estu- rior Técnico e tudo se tornou normal, exceto a beleza. dar e sair do país para ganhar mais experiência. Eu acordo às oito horas todos os dias e vou trabalhar Depois de dois anos a trabalhar como investigador para a universidade. Eu trabalho muito porque gosto num Instituto de Investigação em Teerão, decidi sub- muito da minha área de investigação e também quemeter uma candidatura para um dos melhores pro- ro terminar o doutoramento com louvor e encontrar gramas. O melhor programa para mim é um progra- um emprego de que goste. Ao fim de semana, visito ma que corresponde às minhas habilitações e interes- alguns lugares que ainda não conheço em Lisboa, ou ses. O programa dirigido por professores famosos em às vezes vou para fora da cidade. Alugo um carro Laboratórios Prolíficos. barato e passeio por Portugal. Já visitei muitas cidaUm desses grupos estava em Lisboa, capital de Por- des, assim como duas ilhas fantásticas, Madeira e tugal. Para ser honesto, não sabia muito sobre Portu- Açores (São Miguel). gal. Não sabia como a vida poderia ser aqui, mas Os portugueses são muito simpáticos. São amáveis tinha a certeza de que o grupo de investigação que e podem tornar-sebons amigos. Quando convivemos me tinha aceitado era ótimo e estava de acordo com com eles, eles são alegres e simpáticos, e nós sentimo os meus objetivos. -nos mais enérgicos e mais felizes. Há dois anos que Não me lembro do momento em que cheguei a Lis- eu vivo em Portugal e agora devo dizer que ainda boa. Foi no mês de junho, o melhor mês do ano em estou mais satisfeito com o país do que com a UniverPortugal. Pude ver jacarandás de ambos os lados das sidade e o grupo de investigação. Eu continuarei a avenidas, pude respirar o ar fresco como o odor das minha viagem para o sucesso e poderei estar noutro flores. Fui para uma casa de hóspedes que foi reser- país, mas espero continuar em Portugal por mais vada para mim, pela Universidade, ao lado do jardim tempo. da Alameda. Tudo era novo. As pessoas, as avenidas Alireza Javaheri
Guia turística em Portugal Queria falar sobre a minha experiência em Portugal. A primeira vez que vim aqui foi em 2009, com a minha família, para passear nas férias. Nós visitámos Lisboa, Porto e outras cidades históricas. Passámos também uma semana numa praia no Algarve. Passados três anos, tive a oportunidade de fazer um estágio em Lisboa numa empresa de turismo. Foi através de um programa ERASMUS+ para estudantes. Passei aqui dois meses no verão de 2015. Estava muito calor! O tempo era completamente diferente do da Polónia. Estes dois meses foram um pouco difíceis para mim, porque não estava acostumada a este calor e não tinha amigos aqui. Não sabia falar português. Mas gostei muito do meu trabalho. Isto passou-se após 4 anos a frequentar a minha universidade. Devia voltar para a Polónia para acabar os estudos. Por isso, decidi enviar um e-mail para a empresa onde fiz o estágio. Quando terminei o meu último ano de Mestrado, gerente de turismo, tive saudades de Portugal, do calor, dos cafés que aqui são fantásticos e dos amigos que fiz durante o estágio. A dona da empresa aceitou a minha proposta e deu-me a oportunidade de voltar para trabalhar, mas ela avisou-me de que se eu quisesse trabalhar e morar aqui tinha de aprender a língua portuguesa. É necessário saber o idioma do país onde moramos, então decidi participar no curso de português para estrangeiros nesta escola. Agora trabalho na mesma empresa como guia turística de polacos. Gosto muito. O meu trabalho é a minha vida aqui. Trabalho com os polacos e, talvez por isso, não tenha tantas saudades do meu país. Gosto muito de visitar cidades e aldeias. Gosto da comida portuguesa e das pessoas, que são muitos simpáticas. Não sei quanto tempo mais vou aqui ficar, mas por agora é o país onde quero ficar a viver.
Anna Wiśniewska
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Confluências OLHARES
Fotografar é como ser escritor, conto histórias. Não as escrevo com uma caneta, isso é certo, mas faço os outros entrar na realidade que eu imagino através do que observo.
(Fotos e texto de Joana Formiga, 11º C)
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Confluências THE MULTICULTURAL CITIES PROJECT
New Orleans, Mardi Gras
New Orleans 2018
The soft leather of the embellished shoes marked every step on the dirty dust road− nothing more than a valley covered in tents. The call of mother earth roared deep in every bone, dead or alive. It condensed in the pale haze around the wise chief’s heads. Louisiana's powerful sun embraced and cuddled every drop of water in the river, every strip of grass. The sunshine smelled of pure beauty; blissfully simple, it resided in every breath of its balance. It cherished every morning of eternal serendipity, yet fading out −a dying one. It cherished every speck of dust of a future land, which would one day revive and flourish from the white bones of freedom, from the innocence of Native American blood. A soft and loving buzz echoed through the spring leaves and the birds' wings. The aroma of food gathered the families together amidstnature for the last time, an entire people destined to a devastating ending. The sense of freedom slipped away from the cold fingers of the dead while the smell of tears and dust erupted from the piles of shredded lives. A fragrance as deep as gunshots condensed in words and concepts. It penetrated and moved every fiber of the soldiers’ souls. It fired every bullet of belief that hadfueled their eyes, their ears, their noses. The bayonets exhaled the freedom that every man fought foras if claiming heir need for an identity, so close but yet so far from reach. Every man’s scent danced and welded in the pungent stench of life and war, indistinguishable in their similarities, with no recognition of sides. While the battle of New Orleans came to its climax, it all whittled down to a hill, two armies and the trail of victory and loss hugging and propping each other into the desolated horizon. Red and blue, independence and colonization, old and new; this was a battle of contrastsone could still hear and smell. The rustle of bustled skirts across heart -of-pine floors, a Ragtime tune tinkling from an open Bywater window, a whiff of cheroot smoke, iced oysters and lager beer from Magazine St. saloons. The stack of dollar bills weighed in the bribed police's pocket as he walked away from his Corolla office saloon. Semi-darkness enlightened the chapped walls creating long and writhing shad-
ows. The smoke was so stiff that it could be seen making its way into the distorted mouths of those who dwelled in the dark room. Whiskey dripped down the clients' throats like sticky and cheap rills. At a glance, the polished glint of guns made its appearance inside shiny waistcoats. A fair of depravity, Victorian New Orleans was as intricate and as detailed as the ‘gingerbread adornments’found from the fine Creole homes in Uptown tothe smaller cottages in Mid-City. The old shack barely stood, supported by the strength of the souls who depended on it. Music ran deep in every particle; it shook with the beat of life. The gradient sound of the chains of slavery haunted the land like old ghost stories. Their flesh scared and disrespected; their feet unwilling and swollen; their hands hungry and beaten. Their backs curved under the weight of injustice. But yet there is hope. At the endless cotton fields in this seemingly godless land; after enduring resignation and long days of nothing. Yet there is hope, there is jazz. While the night weeps the death of day like a brother his sister, chains are the past and the future but not the present. There is hope, there is jazz. All voices are one, metals are drums, mouths are trumpets, sadness is lyrics and the sound of the Mississippi river sets the rhythm. This music of freedom is food for wronged mouths. This music of life is the blood in every human vein. This music of identity is the soundtrack of New Orleans As Jonathan closed the History book, ready to venture himself through the narrow streets of New Orleans, reality (e)moved him. What was once nothing more than a library was now a cardinal point that he, unknowingly, had desperatelysearched. Every detail of this city, which had appeared to him as “a helter-skelter”, was suddenly mesmerizing. The pages of the crusty old research book came to life, mashing together like the inhabitants of the city: life and death, music, food and fragrance connected Native Americans, French, English, slaves and gangsters. Every heartbeat of New Orleans echoed through his head and the streets, marking each step of a journey already trodden. History was the city’s past and future, its multicultural identity. It was at its core. [Texto escrito no ano transato]
Carolina Blu, 11º K
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Confluências
CIDADANIA AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Actividade de observação na Praia das Avencas pelos estudantes do Instituto Espanhol de Lisboa (IEL)
Testemunhos Eu sou Carlos Temperan, o professor responsável pela atividade prática desenvolvida com os alunos do 10º Curso do Instituto Espanhol de Lisboa, que decorreu na praia de Avencas, em Parede, para observar a zona intertidal, supratidal e interior contígua (zonação costeira) e sensibilizar para a influência da atividade humana no ecossistema aquático marinho. Eu sou da Galiza, do Atlântico, cerca de 500 km mais ao norte, e verifiquei as diferenças e semelhanças entre ambos os biotopos Atlânticos. O que mais me surpreendeu, em relação no que se baseia a pirâmide trófica, é a escassez de florestas de macroalgas e sua influência na contribuição dos restos para a costa. Em contraste, a grande abundância de algas calcárias, mesmo em poças intertidais, e as da Galiza, só podem ser vistas em maiores profundidades. Foi uma experiência muito gratificante compartilhar com Carla Pacheco, do GEOTA/ Coastwach, e António Gabriel, da Escola Secundária de Camões, a orientação no trabalho de campo. Também, com os colegas professores do IEL: Fernando, José Ignacio e Manuel. Muito obrigado pela sua colaboração.
Carlos Temperán Professor B&G (IEL)
envolvente. Acho que ao fazer esta atividade fiquei com uma visão muito mais amplia sobre a biodiversidade presente das zonas costeiras rochosas.” Laura R. 4º ESO A (IEL)
“Em minha opinião, a visita de campo foi bem feita. Os monitores sabiam do tema e deram-nos uma boa introdução ao que iríamos observar e fazer. A informação suficiente para nos sabermos orientar na monitorização “daqueles ambientes”. Em relação ao trabalho de campo, como atividade de aprendizagem, o meu grupo ficou a saber muito sobre esta faixa de litoral: as escorrências de água doce, as várias espécies animais e vegetais deste lugar, as forma como as marés proporcionam a vida nas zonas costeiras e sobre a presença de lixos marinhos e os seus impactes no ecossistema.” Francisco C4º ESO A (IEL)
“A prática que fizemos na quarta-feira pareceu-me muito divertida e aprendi muito. A nível educacional, estava bem preparado e aprendemos muito de um modo diferente do que, habitualmente, fazemos na aula. Pois, uma das melhores formas de aprender é “Nesta atividade, visitámos a Praia das Avencas, aplicando a teoria que aprendemos na aula. uma praia que se localiza no litoral de Cascais. Quan- Em resumo, achei uma atividade muito divertida e do chegámos à praia, deram-nos uma explicação sobre educativa.” o que observar no local e as instruções para a realizaMarina Q. 4º ESO A (IEL) ção da tarefa. Nesta explicação, falaram-nos sobre o lixo nas praias e as suas consequências nos oceanos e nas zonas costeiras. Ainda, entre outros aspetos a observar na visita, sobre a biodiversidade existente nas poças de maré. “Acredito que a excursão que fizemos com este projePercorremos uma zona completamente rochosa to foi muito útil para nós, porque acrescentámos mais (intertidal). Aqui, olhámos as poças de maré com uma conhecimento ao já aprendido em aula. Eu também vi vasta quantidade de ouriços do mar, algas, mexilhões, a maneira como afetamos todos os ecossistemas do placracas, estrelas do mar e pequenos peixes. Encontrá- neta, neste caso os aquáticos, com todo o lixo derivado mos, também, alguns exosqueleto de ouriço do mar. do consumo humano e que, de alguma forma, chega Nas arribas calcárias observámos escorrências de água aos oceanos e mares. Acho que fizemos bem em coletádoce e fizemos um teste à água com fita para testar a lo, pois, dessa forma, conseguimos ajudar, em parte, o presença de nitratos. meio ambiente e principalmente as espécies marinhas. Em minha opinião, gostei muito desta atividade, Além disso, a atividade ajudou-mos a entender pois, permitiu-nos estabelecer a relação da teoria, dada melhor os assuntos que, agora, estamos estudando.” na sala de aula, com a prática. Creio que esta é uma Rita V. 4º ESO A (IEL) forma inovadora de aprender a conhecer o nosso meio
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Confluências
CIDADANIA AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO UN DÍA EN LA PLAYA: Coast Watch Portugal El 18 de abril de 2018, los alumnos de 4ESO del instituto español fuimos a la playa de San Pedro de Estoril /Avencas. Estaba un día soleado, uno de los pocos días alegres que esta primavera nos ha proporcionado hasta ahora. Para empezar, se nos explicó en qué iba a consistir aquella actividad. Después, la profesora Carla Pacheco con su gran voluntad y pasión por la biología, nos introdujo a algunas de las especies que podíamos encontrar durante el día y nos advirtió de los peligros que sufren las especies marinas, debido a los daños que provoca el ser humano, más concretamente, la polución. Al llegar a la playa, nos dirigimos directamente a las rocas, deseosos de encontrar esos animales y de proporcionar nuestra pequeña ayuda, recogiendo toda la basura que encontrásemos. Vimos hisopos, piezas de plástico de los barcos, globos reventados, vasos de plástico… en fin, había de todo.
Pero lo que más abundaba, eran los cigarrillos usados. Vimos un gran número de especies diferentes (esponjas, gusanos de mar, erizos de mar, estrellas de mar, anémonas, gallinas de mar…) y los distintos tipos de vida y costumbres que cada una tenía. Después de la actividad el calor, el sudor y las quemaduras en la piel, no impidieron que se dejaran de escuchar la preocupación y la sorpresa causadas al ver como el mar realmente necesita ayuda para sobrevivir, y como todos nosotros podemos ayudar en los gestos más simples como por ejemplo no soltar globos en el aire o no tirar un hisopo en el retrete. Si usted que está leyendo este texto, es alguien que realmente se preocupa por el ambiente, por favor evite hacer todo lo que pueda perjudicar a nuestro planeta. El reloj no para, y nuestro tiempo se está agotando.
Inés de Llera, 4ESO C (Instituto Español Giner de los Ríos de Lisboa)
CRESCIMENTO EMOCIONAL Eu e o CoastWatch Mar Sonoro Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim. A tua beleza aumenta quando estamos sós E tão fundo intimamente a tua voz Segue o mais secreto bailar do meu sonho. Que momentos há em que eu suponho Seres um milagre criado só para mim. Sophia de Mello Breyner Andresen
O meu nome é Bruno Cardoso, tenho 21 anos, e frequentei, nesta Escola, o Curso Técnico Profissional de Informática e Gestão. O meu sonho, em criança, era ser médico, mas, com o passar do tempo, as ideias vão-se modificando e as coisas de que gostamos na vida também. No momento, o meu sonho é a música. Fui sempre muito envergonhado e tímido. Na Escola, até ao 9º ano, sempre tive dificuldades em expor-me à Turma em apresentações orais. Quando vim para a Escola Secundária de Camões, as "coisas" começaram a mudar. Eu quis mudar, e o Projeto CoastWatch deu-me a ajuda necessária! O Projeto CoastWatch (CW) possibilitou-me o crescimento emocional. Sei, agora, que o medo que sentia em comunicar para Grupos desapareceu. Porquê? Neste momento, tenho consciência que a moderação dos debates nos Seminários CW realizados na Escola, ao longo dos 3 anos da minha permanência no Projeto, contribuiu para melhorar a autoconfiança, vencendo os medos que sentia na exposição ao Outro. Aderi ao Projeto CoastWatch (PCW), também, motivado pelo trabalho com o ambiente. Tal foi possível por aqui encontrar a Professora Ângela Lopes, que nos apresentou o Projeto no primeiro ano do Curso. Recentemente, ainda ligado emocionalmente ao CoastWatch, e no âmbito do meu Projeto de Prova de Aptidão Profissional (PAP), realizei uma entrevista à Presidente do GEOTA, Marlene Marques, que reconheceu a Escola Secundária de Camões como um exemplo de Boas Práticas CoastWatch. Bruno Cardoso (Curso Técnico Profissional de Informática e Gestão, 2014-2017)
Bruno na moderação de Seminário CW, Litoral Sustentável (Esc. Sec. de Camões), 2016.
Bruno na moderação de debate com a Fundadora do Projeto CW, Karin Dubsky, irlandesa (Esc. Sec. Camões), 2016.
Bruno na separação de lixo marinho para exposição temática no dia aberto da Escola, 2017.
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Confluências UMA ESCOLA EM CELEBRAÇÃO
16 DE OUTUBRO DE 1909
“O Liceu Nacional de Lisboa, actual Escola Secundária de Camões, foi o segundo liceu de Lisboa, criado em 1902 por Carta de Lei, de 24 de Maio. Inicialmente a funcionar no Palácio da Regaleira, no Largo de São Domingos, partilhava as suas instalações, no rés-do-chão, com uma leitaria e uma loja de mobílias. Dois anos mais tarde com a divisão de Lisboa em três zonas escolares, o Liceu Camões adopta a designação de Liceu Central e passa a ser o principal da zona onde fica situado – primeira zona. Com o aumento da população escolar e devido à inexistência de Laboratórios de Física, Química, Zoologia e de um espaço adequado à prática de Educação Física foi necessário arranjar um edifício que reunisse as condições de espaço e higiene englobando um conjunto de infra-estruturas associadas à prática de exercício físico. Na busca de um novo edifício várias hipóteses foram colocadas: Real Ginásio Clube ou o Teatro Nacional D. Maria II. Mas desde sempre ficou claro que devido ao elevado número de alunos – o Liceu servia 15 freguesias – seria imperioso criar um edifício de raiz. Com esse objectivo, Rui Teles Palhinha –1º Reitor
do Liceu Central, expõe ao Ministro dos Negócios do Reino a necessidade da "construção dum edifício em local próprio, construção que obedeça aos princípios da mais estrita economia, tendo em vista que uma escola precisa de ar e de luz, que são de graça, e prescinde de cantarias lavradas e de madeiras ricas". Em 1907, o Governo autoriza a aquisição de terreno, construção de um edifício e compra de mobiliário. O local escolhido, Largo do Matadouro Municipal, foi alvo de fortes críticas por ser considerado ermo, de difícil acesso e distante para os alunos. O projecto, criado em 1907 pelo Arqt. Ventura Terra, tornou-se numa referência da arquitectura escolar sendo o primeiro liceu moderno de Lisboa, promovido pelo Estado no âmbito de uma política de fomento do ensino secundário e sendo também exemplo da capacidade de resolução de problemas associados a uma obra deste género. Na sua construção recorreu-se aos novos materiais da época: ferro e tijolo. Os valores da funcionalidade expressos no espaço interior do Liceu nortearam a generosidade dos espaços de convívio e da prática de exercício físico bem como a existência de salas próprias para disciplinas científicas, todas elas bem dimensionadas e dispondo de ampla luz natural e ainda a desenvoltura da planta, a qualidade dos equipamentos e a sobriedade da composição das fachadas, constituíram factores de referência em programas futuros dessa natureza. Neste novo edifício já havia uma cantina, papelaria, livraria e estava englobado um conjunto de infra -estruturas associadas à prática do exercício físico dos quais se
destacam os espaços para ginástica e banhos. No início de 1908 – Janeiro – iniciam-se as obras que surpreendentemente terminam vinte e um meses depois. Em 1909, a 16 de Outubro, inaugura-se o novo Liceu que entretanto, em 9 de Setembro de 1908 muda oficialmente a sua designação para Lyceu de Camões. Globalmente, o edifício impõe-se fechado ao exterior, com impositiva volumetria tendo uma composição arquitectónica classicista, serenamente modulada pelo ritmo das alturas dos átrios, blocos e a disposição simétrica dos vãos. Pelo Liceu Camões passaram grandes vultos da História e da Cultura do nosso país, quer como alunos quer como professores: Mário de Sá-Carneiro, Jorge Sena, Aquilino Ribeiro, Vergílio Ferreira entre outros. Depois de 25 de Abril de 1974 todos os Liceus mudaram a sua designação para Escolas Secundárias sendo dessa forma que hoje se designa o "velho" Lyceu Camões: Escola Secundária de Camões.”
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Confluências ‘PARTIU UM MENINO DO CAMÕES’ “O João Pedro Furtado da Cunha Semedo entrou para o 1º ano do Liceu Camões em 1961 e terminou o curso liceal em 68. Foi médico, foi político e foi sobretudo um ser humano respeitável. Na hora da sua partida [†17/07/2018], percebemos que todos aqueles que pertencem ao enorme bloco da liberdade, da transigência na diferença das concepções de vida e da luta pacífica por um Portugal mais próspero e mais saudável, estavam unidos no elogio ao dr. João Semedo. Elogiar o médico é elogiar Abril, enaltecer o cidadão empenhado no SNS é elevar Abril, respeitar a sua luta leal pelos seus ideais é respeitar Abril. Nunca o conheci, mas na hora da sua morte fiquei a conhecer melhor o respeito que sempre mereceu pelos seus aliados e adversários. O meu Liceu Camões perdeu mais um dos seus meninos que fizeram história.
(Júlio Isidro)
AVULSOS Encontro no Auditório, dia 3 de outubro A apresentação de um projeto inovador pelo bailarino e coreógrafo Rui Horta.
praça josé fontana
Em torno do coreto lisboa etílica sucumbe inteira nos semblantes crestados de leste (A. S.)
27 de Novembro de 2017 Biblioteca da Esc. Sec. de Camões Apresentação do livro de poesia Palavras Inadiáveis, de António Souto, pelo Professor Luiz Fagundes Duarte (Universidade Nova de Lisboa).
ESCOLA SECUNDÁRIA DE CAMÕES http://www.escamoes.pt BE/CRE
Confluências
B
R
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http://esccamoes.blogspot.com/
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Prof.ª Teresa A. Freire
Falecimentos Sentidos pêsames
Prof.ª Fátima Carvalho
Página institucional da Escola Secundária de Camões https://liceucamoes.wixsite.com/camoes
A todos quantos colaboraram com a cedência de textos, fotos e cartazes para este Boletim, uma palavra de agradecimento.
Com o generoso apoio do Grupo Desportivo e Cultural do Banco de Portugal