Fotografia / José Manuel Rodrigues
oletim da iblioteca
N .º 4
Junho de 2015 Boletim da Biblioteca Geral da Universidade de Évora
BIBLIOTECA JORGE ARAÚJO Biblioteca Geral
Arquivo Histórico
Centro de Documentação
ÍNDICE Nota editorial
4
Arrumação dos espaços
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Leitura e Atendimento
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Aquisição e Gestão de Colecções
12
Circuito Documental
14
Repositório Digital
18
Arquivo Histórico
20
Visitas, Encontros, Formações e Reuniões
26
Memória Institucional
32
Biblioteca Jorge Araújo: Uma biblioteca de proximidade
38
Instalações da Biblioteca Jorge Araújo
44
“Reabilitação da Antiga Fábrica dos Leões”
47
Entrevista ao Arquitecto João Maria Ventura Trindade
Fundo documental Nuno Teotónio Pereira: uma distinção, uma oportunidade de leitura
52
Biblioteca Jorge Araújo pelo olhar fotográfico de José Manuel Rodrigues
61
O Livro da minha Vida
88
Dinamização Cultural
91
Ficha Técnica
98
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PLURIBUS UNUM As Bibliotecas da Biblioteca Sara Marques Pereira
Directora da Biblioteca Geral e Arquivo Histórico
A
Biblioteca Geral da Universidade de Évora é na verdade muitas, pois como se sabe é constituída hoje por vários pólos, diversos pelas suas temáticas e espaços em se encontram.
Esta polifonia nasceu e cresceu com a instituição, adaptando-se a esta, como resposta à necessidade orgânica da Universidade de se modernizar, evoluir, juntando antigas e novas ciências. E assim surgiu a Biblioteca do Colégio do Espírito Santo, a do Pólo da Mitra, do Colégio Luís António Verney, da Escola de Enfermagem ou ainda o núcleo documental do Colégio Pedro da Fonseca, cada uma com o seu espólio específico, resultado de culturas pedagógicas e científicas diferenciadas, mas possibilitando vivências singulares aos leitores, porque também elas imersas em ambientes originais pelos espaços que ocupam: conventos, quartéis, colégios e até... fábricas. Desta diversidade nasceu igualmente a dos Leões - hoje Biblioteca Jorge Araújo (2015) - e à qual se dedica um caderno especial neste número do Boletim da Biblioteca que conta com fotografias de José Manuel Rodrigues e textos de João Maria Ventura Trindade, Sofia Aleixo e Carla Santos. Pois a antiga Fábrica de Massas dos Leões, fundada em 1916 pela Socie5
dade Alentejana de Moagem, Lda., aquela que foi durante anos a maior estrutura industrial de Évora, viria a trocar os antigos operários por alunos, professores e funcionários na década de noventa. Na rubrica O Meu Livro, um texto inspirado de Francisco Ramos sobre os Tristes Trópicos (1955), o ensaio marcante e provocador do antropólogo e filósofo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009), 6
neste ano do cinquentenário da sua publicação. Esta obra, algo inqualificável no seu género, mas ainda assim registo das viagens do seu autor, não poderá nunca deixar de nos surpreender e, desde logo, na afirmação com que se inicia: “Odeio as viagens e os exploradores”. Divulgamos também o Fundo Documental da antiga Universidade de Évora (12881837), agora totalmente disponível on-line
na página do Arquivo Histórico, fazendo da nossa a primeira universidade portuguesa a disponibilizar on-line um tão vasto acervo histórico. Nas várias rubricas do Boletim da Biblioteca, mais uma vez, damos ainda conta das múltiplas actividades realizadas pela Biblioteca e pelo Arquivo Histórico, projectos, arrumação dos espaços, dinamização cultural, dando visibilidade ao tra-
balho silencioso, mas fundamental, de todos os nossos funcionários. Enfim, na sua diversidade de espaços, colecções, actividades ou projectos a Biblioteca continuará a ser realmente una, una na sua vocação primordial e singular como serão sempre os seus livros e os seus leitores.
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ARRUMAÇÃO DOS ESPAÇOS António Cachopas
A
s bibliotecas académicas são instituições que estão em constante evolução. Essa evolução acarreta por vezes alguns constrangimentos, nomeadamente os espaços que vão deixando de corresponder às necessidades funcionais e operacionais, quer dos utilizadores, quer das colecções.
O aumento do espólio bibliográfico estará talvez entre as primeiras causas para este problema, mas outras causas como as alterações das políticas de gestão, novas necessidades de pesquisa, a passagem do papel para o digital e a consequente alteração do número de terminais para o efeito, ou ainda a própria renovação ou até degradação das estruturas, mobiliários, etc…, são motivos para que deva existir uma política de gestão dos espaços com algum critério, a curto, médio e longo prazo. Como efectuar uma reengenharia de espaços, permitindo responder de forma mais eficiente às novas necessidades dos utilizadores num novo contexto educacional mais exigente? Implementação de espaços digitais? Sim ou não? Entraves financeiros, aposta de competências tecnológicas dos utilizadores e bibliotecários? Sim? Mas em que medida? E qual a sensibilidade institucional para estes problemas? Acessibilida8
des, espaços dedicados a determinados públicos, designadamente os utilizadores com necessidades especiais… Este pequeno texto tem apenas como principal objectivo levantar a importân-
ser aproveitada para gerar mudanças a nível organizativo. Esta questão acontece em todos os tipos de bibliotecas, mas nas bibliotecas académicas coloca-se de forma mais veemente uma vez que a informação por vezes fica rapidamente desactualizada, o que obriga à aquisição de novos títulos, sob vários formatos. No caso da BGUE, em que existem vários pólos, acresce o problema, implicando a multiplicação dos recursos necessários ao seu funcionamento, constituindo assim de certa forma uma limitação em termos de pessoal, originando por vezes uma redução da oferta de serviços ao público, gerando um subaproveitamento dos recursos bibliográficos e humanos.
cia para estas questões, que por vezes ocultas aos utilizadores, são uma verdadeira preocupação para quem gere uma biblioteca deste tipo, especialmente num tempo de constrangimentos financeiros. A transferência de várias dezenas ou centenas de títulos, quer a nível interno (como por exemplo com a muito recente passagem do espólio do Vimioso para os outros pólos) como externo (com a ainda também relativamente recente oferta da Direcção Geral das Artes, ou os 800 exemplares de vários números de Arquitectura, neste caso oferecidos pela PT), a oferta ou transferência de fundos documentais, a aquisição de equipamentos e serviços de uma biblioteca, a exigência de novas funções para os funcionários, tudo isto requer um planeamento sensível a uma boa integração para que o processo decorra com normalidade com vista à satisfação dos utilizadores, uma vez que são eles o foco da biblioteca. Cumulativamente a todo este processo, a reestruturação dos espaços pode
Adequação dos espaços, melhoria dos espaços e alargamento dos horários destinados à leitura (não há muito tempo a chamada “varanda” tinha um acesso mais restrito), uma vez que estavam aí as teses, limitando a livre circulação dos utilizadores, aumento do número de lugares sentados por exemplo através da diminuição de terminais para pesquisa, a melhoria da visibilidade e imagem da biblioteca através de vários eventos, são algumas das formas que com algum sucesso têm vindo a ser implementadas. Pode-se referir que o ideal seria a BGUE estar concentrada num único espaço, o que reduziria algumas destas condicionantes assim como os custos financeiros inerentes, e que permitiria uma melhor gestão dos espaços, espólio e recursos humanos, mas uma vez que não é essa a realidade, torna-se imperioso adequar todos os factores apontados neste texto para que sirva os utilizadores de forma mais eficaz possível sem colocar em causa o bom funcionamento interno.
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LEITURA E ATENDIMENTO Josefa Correia
Coordenadora do Arquivo Histórico
No período de férias escolares, o horário para todas as Bibliotecas é das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 de segunda a sexta.
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Horário de Atendimento ao Público
Colégio Espírito Santo Sala das Belas Artes 9h00 às 20h30 (seg. a sex.)
Colégio Espírito Santo
Colégio Espírito Santo
Sala do Fundo do Governo Civil
Sala das Monografias
9h00 às 16h30 (seg. a sex.)
Colégio Espírito Santo Varanda do Claustro Pequeno
9h00 às 20h30 (seg. a sex.) 9h30 às 12h30 (sáb.)
Colégio dos Leões
Colégio da Mitra
9h00 às 20h30 (seg. a sex.)
9h00 às 18h00 (seg. a sex.)
Colégio Luís Verney
Colégio Luís Verney
9h00 às 20h30 (seg. a sex.) 9h30 às 12h30 (sáb.)
Mapoteca
8h30 às 23h00 (seg. a sex.) 9h00 às 19h30 (sáb.)
Escola Superior de Enfermagem São João de Deus 9h00 às 20h00 (seg. a sex.)
Arquivo Histórico 9h00 às 13h00 14h00 às 18h00 (seg. a sex.)
9h00 às 20h30 (seg. a sex.) 9h30 às 12h30 (sáb.)
Centro de Recursos Pedro da Fonseca 9h00 às 16h30 (seg. a qui.) 11h30 às 19h00 (sex.)
Centro de Documentação Europeia 9h00 às 13h00 14h00 às 18h00 (seg. a sex.) 11
AQUISIÇÃO E GESTÃO DE COLECÇÕES Catarina Fernandes
OFERTAS, AQUISIÇÕES E PERMUTAS Outubro de 2014 a Maio de 2015
O acervo da Biblioteca Geral da Universidade de Évora (BGUE) tem crescido de forma significativa. Para além de aquisições e de permutas compreendidas neste período, houve generosas ofertas de muitos particulares e instituições que contribuíram para enriquecer as colecções da BGUE. Durante os meses referidos, as ofertas totalizaram 1075 monografias, 216 revistas e várias teses.
AGRADECIMENTOS A BGUE agradece a todos os que, com a sua contribuição, promoveram o enriquecimento dos seus fundos.
INSTITUIÇÕES Arquivo Municipal de Montemor-o-Novo, Associação Portuguesa para o Estudo do Quaternário (APEQ), Associação dos Reformados e dos Ex-Militares/ Ex-Combatentes Portugueses de França (ARMCPF), Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH), Câmara Municipal de Castro Marim, Câmara Municipal de Felgueiras, Câmara Municipal de Guimarães, Câmara Municipal de Póvoa 12
de Varzim, Câmara Municipal de Vila Viçosa, Centro de Investigação em Educação e Psicologia (CIEP), Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), Culturgest, Edições Culturais da Marinha, Editora Nestlé, Editora Om Sai Ram, Editora Publicar, Editora Publindústria, Editorial Cancioneros, EDP, Embaixada do Equador em Portugal (representada por Erick Medina), Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), Fundação A LORD, Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Fundação Museu do Oriente, Gabinete da Reitoria da Universidade de Évora, Instituto de Ciências da Terra (ICT), Instituto Cultural do Governo da RAE de Macau, Instituto Nacional de Investigação Agrária – Estação Nacional de Melhoramento de Plantas, Instituto Pedro Nunes (IPN), Ministério do Exército, Museu do Sabugal, Oficina, Ordem dos Psicólogos, Publicor, Teatro Cornucópia, Teatro Nacional D. Maria II, União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Universidade Aberta, Universidade do Algarve, Universidade de Aveiro, Universidade de Brasília, Universidade de Coimbra – Centro de Estudos Sociais, Universidade de Évora – Departamento de Arquitectura, Universidade de Évora – Departamento de Artes Visuais, Universidade de Évora – Depar-
tamento de Geociências, Universidade de Évora – Departamento de Pedagogia e Educação, Universidade de Évora – Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Biblioteca Central Zila Mamede, Universidade de Lisboa – Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa – Faculdade de Letras, Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Minho, Universidade do Porto – Faculdade de Arquitectura, Universidade do Porto – Faculdade de Letras, Universidade de Santiago de Compostela (USC) – Instituto de Língua Galega.
PARTICULARES Acácio Manuel Raposo Amaral, Adelinda Candeias, Ana Isabel Pestana Caldes, Ana Paula Ferrão, António Cândido Franco, António Martins Pereira, António Prieto, Antonio Sáez Delgado, Carlos José Pinto Gomes, Celso Dal Ré Carneiro, Christine Zurbach, Christopher Bochmann, Cristina Queiroga, David Falcão, Delmer Carvalho, Domingo Adame, Elizete da Silva, F. Pacheco Torgal, Fábio Antão, Fábio Mário da Silva, Fernando Maltez, Filipe Carreira Silva, Francisco Céntola, Francisco Quintal, Francisco Távora, Gonçalo Fernandes Trancoso, Gonçalo Jardim, Grayce Mayre Donfim Souza, Guida Filipa Veiga Martinho, Hermosilla Álvares, Ilídio do Amaral, Irene Borges-Duarte, Irene Dal Maso, Isabel Mesquita, Isnara Pereira Ivo, J. Júlio da Ponte, Jacinto Vidigal, Jaqueline P. de Almeida, João Corte-Real, João Francisco Falcato, João Luís Pereira, Jorge Bonito, José Bravo Nico, José Manuel Mascarenhas, José Rafael, Josefa Correia, Leandro Almeida, Luis Fernando de la Macorra y Cano, Miguel Mota, Manuela Cristóvão, Marcelo Lazzaratto, Marco Navarra, Margarida Amoedo, Maria do
Céu Fialho, Maria Lucília Teixeira, Miguel Buall, Mona Haggag, Nuno Rodrigues, Paula Dório, Paulo Roberto de Figueiredo Souto, Pedro Alpendre, Pedro Arias de La Canal, Ramalho de Almeida, Renato Epifânio, Rita Manteigas, Rita Patrício, Rogério Sousa, Rui M. A. Machado, Sandra Leandro, Sofia Aleixo, Teresa Pinheiro Alves, Virgolino Jorge, Victor Mestre, Wagner Cintre, Zulima Piçarra Gaspar.
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CIRCUITO DOCUMENTAL António Cachopas
N
os últimos boletins, demos a conhecer o circuito documental - circuito que o documento conhece desde a sua entrada na Organização até ir para a estante -, apresentando faseadamente todos os seus passos. Recordando: Selecção, Aquisição, Carimbagem, Registo, Catalogação, Indexação e Classificação. Neste número, vamos abordar os dois últimos passos desta cadeia, a Cotação e a Arrumação. Após estes últimos, as espécies bibliográficas e documentais ficam disponíveis para consulta directa dos utilizadores, na estante, ou em alternativa num depósito ou fundo bibliográfico.
COTAÇÃO A cotação consiste na notação aplicada com base num sistema de classificação próprio para o efeito, neste caso, como vimos no anterior número, o sistema utilizado na Biblioteca Geral da Universidade de Évora (BGUE) é a Classificação Decimal Universal (CDU). A título de exemplo, tendo por base a CDU, a notação para História de Portugal do século XVI ao século XVIII é 94(469)”15/17” em que 94=História, (469)=Portugal e “15/17” significa o período temporal do século XVI ao século XVIII. Este exemplo mostra que existem 14
várias formas de descrever a informação através dum código próprio, código esse composto por numeração decimal e por símbolos que significam neste caso, espaço e tempo, representados por parênteses e aspas respectivamente. Cada exemplar poderá ter várias notações, conforme a informação contida, em que depois um técnico especializado define o lugar a ocupar na estante através de uma Cota. Não existe nenhuma norma pré-definida para a cotação. Veremos alguns exemplos em como a cota é aplicada na BGUE- >>
MONOGRAFIAS Uma notação numérica da CDU. Ex: 14, em que o assunto fosse “SISTEMAS E PONTOS DE VISTA FILOSÓFICOS”, complementada com as três primeiras letras em maiúsculas do apelido do autor e a primeira letra do título, neste caso em minúsculas. Ex:
Oeuvres de Descartes, de René Descartes: 14 DES o Depois de ser atribuída a cota a cada documento, aquela deverá ser inscrita numa pequena etiqueta que se cola na lombada do documento a 1 cm da base, sobre a qual é colocada uma pequena tira de fita-cola (para protecção da cota). A cota deverá ser também escrita a lápis, no canto inferior esquerdo da página de rosto. Nas monografias a serem enviadas para os diferentes pólos da BGUE que não o do Espírito Santo, será acrescentada a sigla correspondente, já estabelecida. Exemplo para o terceiro exemplar de uma obra que se encontra noutro pólo da BGUE:
VIMIOSO 14 DES o ex:3 Exemplo para o 8º volume de uma obra:
14 DES o v.8 >> 15
AS PUBLICAÇÕES EM SÉRIE Estas mantêm como cota as iniciais de PP (publicações periódicas), o nº da estante e o número da prateleira.
Ex: CESB PP 5.3 MATERIAL NÃO-LIVRO Na cartografia, a cota atribuída, indica o local onde os mapas se encontram arrumados (MAPOTECA) e a natureza do armário onde estão guardados
Ex: MAV5 (Mapoteca - armário vertical nº 5) OS DOCUMENTOS AUDIOVISUAIS (cassetes vídeo e áudio, DVDs, CDs e CDROM, etc…) agora disponibilizados na Mediateca têm como cota: MEDIATECA, seguida do número de registo. Não é atribuída cota à literatura cinzenta.
ARRUMAÇÃO Surge por fim a última etapa da cadeia documental, a arrumação, em que o documento deverá ser arrumado em local próprio, consoante o seu tipo, seguindo um critério temático de acordo com a CDU e com a organização do espaço físico da Biblioteca.
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Em todos os casos a arrumação deve ser feita da esquerda para a direita e de cima para baixo. A arrumação do material livro (monografias e obras de referência) é feita por assuntos (CDU), por ordem alfabética e em modelo de livre acesso. AS ETAPAS PARA A ARRUMAÇÃO SÃO AS SEGUINTES: - Identificar os grandes temas dos documentos entrados na Biblioteca; - Seguir as grandes divisões da CDU; - Os documentos são arrumados pela notação e alfabeticamente pelas letras relativas ao cabeçalho. - Os recursos audiovisuais são arrumados, como vimos em cima, pelo número de registo, identificado nas etiquetas das caixas. Localmente a divisão é feita por tipo de material, para já entre CD’s e DVD’s. A COLOCAÇÃO DE FUNDOS NAS ESTANTES OBEDECE AINDA AO SEGUINTE CRITÉRIO : As publicações periódicas são arrumadas por área temática, por título e volume/ número. A literatura cinzenta é arrumada por ordem sequencial de número de registo. Os espólios e os diferentes fundos serão arrumados no depósito, por ordem sequencial de número de registo, constando sempre a identificação do respectivo fundo na cota.
REPOSITÓRIO DIGITAL DE PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA (RDPC-UE) Catarina Fernandes Em funcionamento desde 2007, o Repositório Digital de Publicações Científicas da Universidade de Évora (RDPC-UE) foi criado com a finalidade de reunir, preservar, divulgar e permitir o acesso à produção científica de docentes e investigadores da Universidade de Évora. A administração e operacionalização do RDPC-UE são da responsabilidade dos Serviços de Informática em conjunto com a Divisão de Projectos e Informação (DPI). O RDPC-UE está implementado sobre uma plataforma Open Source Dspace, sistema utilizado principalmente como repositório institucional. A produção científica de uma instituição é de grande relevância para a avaliação de sua qualidade, constituindo recurso imprescindível na promoção da ciência pelo que o RDPC-UE representa importante via de comunicação científica, reflectindo também os objectivos da instituição. A Biblioteca Geral da Universidade de Évora (BGUE), no âmbito do artigo 5º da Política de Depósito de Documentos no Repositório Digital de Publicações Científicas da Universidade de Évora, efectua os depósitos no RDPC de teses ou dissertações da Universidade de Évora apresentadas e discutidas publicamente, e que tenham sido aprovadas. O conteúdo desses depósitos, integral ou parcial, fica disponível para consulta online. Margarida Machado, Natália Soares, Antó18
nio Souto e Adélia Batata, funcionários da BGUE que se encontram a introduzir os dados de teses e dissertações da Universidade de Évora no RDPC-UE referem que, de uma forma geral, o repositório funciona muito bem, disponibilizando um acesso mais rápido à produção científica da comunidade académica da instituição e desempenhando um papel importante no apoio ao ensino e à pesquisa. As maiores dificuldades verificam-se no enquadramento da área de domínio / actividade científica, teses com ficheiros muito grandes e ainda, no caso das teses mais antigas, o contacto nem sempre possível com os seus autores no sentido de referenciarem o que disponibilizam para consulta online, conteúdo parcial ou integral. A política de depósito de documentos no RDPC-UE obedece a um regulamento, actualizado em 2014, seguindo declarações e recomendações nacionais e internacionais relativamente a repositórios institucionais. O RDPC-UE tem contribuído para uma maior visibilidade da produção científica desenvolvida na Universidade de Évora com impacto nacional e internacional e maximizada pelo facto de o RDPC-UE se encontrar agregado ao Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) desde Abril de 2009 e integrado também na Plataforma DeGóis desde 2011. O RDPC-UE pode ser acedido em: www.rdpc.uevora.pt
ARQUIVO HISTÓRICO FUNDO DOCUMENTAL DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA NO ARQUIVO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Josefa Correia
Coordenadora do Arquivo Histórico
E
m 1551, o Cardeal D. Henrique confiou à Companhia de Jesus a fundação do Colégio do Espírito Santo em Évora. Embora a vontade de criar uma Universidade no Alentejo viesse já do tempo de D. Manuel I, foi o Cardeal D. Henrique que levou a cabo tal feito. Assim, de Coimbra e de Lisboa vieram alguns religiosos que deram origem à nova fundação, que viria a ser conhecida pelo nome de Colégio do Espírito Santo e Universidade de Évora.
O Colégio foi inaugurado em 1553, criaram-se três classes de Humanidades, onde se leccionava grego e latim e uma de Casos de Consciência, para a formação de clérigos. O número de alunos cresce com a fama do colégio e D. Henrique quis elevá-lo à categoria de Universidade. Para isso, tenta obter autorização papal, justificando-se com a grande distância a que Coimbra ficava, bem como a falta de teólogos e pessoas bem preparadas que pudessem ensinar a palavra de Deus. Contudo, a Universidade eborense só viria a ser criada por Bula de Paulo IV, expedida em 18 de Setembro de 1558, tendo sido inaugurada oficialmente em 1 de Novembro de 1559 e en20
tregue à Companhia de Jesus. Para a sua manutenção, o seu fundador dotou-a com bens e rendas da sua própria fazenda e para a sua administração mandou elaborar os seus estatutos. Nela se leccionaram as mesmas ciências que em Coimbra, menos a Medicina, o Direito Civil e a parte contenciosa do Direito Canónico. Conferiria aos alunos, tal como em Coimbra, os mesmos graus de bacharel, licenciado, mestre e doutor. No decurso de dois séculos de existência (1559-1759), a Universidade desenvolveu notável actividade cultural, assinalada pelas figuras que por ela passaram. Entre os seus mestres, destacam-se, Manuel Álvares, Luís de Molina, Baltazar Álvares, Sebastião Barradas e Inácio Martins. Na academia eborense doutoraram-se homens como Pedro da Fonseca e Francisco Soares. Sobressaíram ainda na Literatura Portuguesa, Luís António Verney, Jacinto Freire de Andrade e Manuel Severim de Faria. >>
21
Em 8 de Fevereiro de 1759, esta Universidade teve o seu último dia de aulas, estavam cumpridos 200 anos de ensino, de produção científica e de actividade administrativa e académica intensas. O Marquês de Pombal, então primeiro-ministro do rei D. José, mandou suspender as actividades docentes dos jesuítas e a expulsão destes religiosos, o que provocou, de imediato, o encerramento da Universidade. Por Carta de Doação Régia de D. José I, datada de 4 de Julho de 1774, foram entregues à Universidade de Coimbra os bens da Companhia de Jesus e os diversos cartórios que esta possuía na sua Universidade, colégios, casas, igrejas e mosteiros. Foi assim que os bens próprios da Universidade foram afectados à “Arcas de Coimbra” e os seus edifícios foram sucessivamente ocupados por várias instituições clericais, e, mais tarde, foram sedes de alguns serviços do Estado, albergando nalguns dos seus blocos, o Liceu e o Arquivo Distrital. Destes bens depositados na Universidade de Coimbra, conserva o Arquivo desta Universidade um notável fundo com o título “Fundo Documental da Universidade de Évo22
ra no Arquivo da Universidade de Coimbra”. Este fundo foi tratado e digitalizado com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, do Arquivo da Universidade de Coimbra e da Universidade de Évora, encontrando-se toda a documentação de consulta livre e disponível na página do Arquivo Histórico da Universidade de Évora em: www.bib.uevora.pt/arquivo_historico. Foram disponibilizados os ficheiros PDF’s, no entanto, encontram-se também disponíveis os ficheiros TIFF originais que poderão ser requisitados junto do Arquivo Histórico da Universidade de Évora e do Arquivo Histórico da Universidade de Coimbra. Este fundo é formado pela documentação produzida e recebida, naturalmente, n o exercício das respectivas funções e actividades da Universidade ao longo da sua existência. Inclui ainda, o arquivo das instituições vinculadas à Universidade de Évora, a saber: Colégio da Madre de Deus, Igreja de S. João e Prebenda de Vera Cruz, Mosteiro de S. Jorge de Coimbra e Mosteiro de Paço de Sousa. Estes arquivos abrangem as datas limites de 1288 a 1837. >>
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A documentação reflecte a estrutura orgânica e funcional e os momentos históricos que a marcaram, mostrando a sua evolução e a sua inserção na cidade de Évora e na Região, e a projecção que viria a ter não só no país e nas Províncias Ultramarinas mas também no Mundo. O acervo documental diz respeito à gestão académica dos alunos (livros de matrículas, de exames, de actos e graus, informações de legitimidade de alunos, etc.); à gestão administrativa e patrimonial dos bens e inclui documentos relacionados com constituição e regulamentação,
como os Estatutos, alvarás, bulas, breves, privilégios e provisões. Fazem ainda parte do fundo vários processos cíveis, nomeadamente demandas e sentenças, a par de escrituras de emprazamento, correspondência e outros títulos. O fundo é constituído por 110 Unidades de Instalação, repartidas por 57 livros, 54 caixas e 1650 pastas, que ocupam, em depósito, 15 metros lineares; mais 61 pergaminhos incluídos numa secção designada por Colecção de Pergaminhos do AUC.
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VISITAS, ENCONTROS, FORMAÇÕES E REUNIÕES Josefa Correia
Coordenadora do Arquivo Histórico
A
Biblioteca Geral e o Arquivo Histórico, promovem, sempre que solicitadas, visitas guiadas, que dão a conhecer os espaços físicos, serviços e recursos disponibilizados pelas várias bibliotecas da Universidade de Évora. Estas visitas detinam-se à comunidade académica e também à comunidade em geral. Como espaços de saber, de suporte à investigação e extensão cultural, exigem também a qualificação e actualização permanente dos seus recursos humanos, através da formação. Sempre que solicitada, a Biblioteca Geral e o Arquivo Histórico, apoiam a realização de estágios. O objectivo principal é proporcionar um complemento prático à formação ministrada por instituições de ensino na área da Biblioteconomia e Arquivística.
2014 OUTUBRO
CES / visitas
acesso e pesquisa na b-on, JSTOR, RDPC, RCAAP e outros recursos considerados relevantes. Formação
Dia 28 Webinars da BAD: “Arquivo.pt: uma infra-estrutura para investigação”
CES / visitas Dia 30 Visita à Mostra Bibliográfica António Sérgio na Biblioteca Geral, Sala do Fundo do Governo Civil, no âmbito das Jornadas da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora em homenagem a António Sérgio (1883-1969).
CES / visitas Dia 31 Visita da Comissão de Avaliação Externa (CAE) e reunião, no âmbito da avaliação a 4 cursos de mestrado.
Dia 27
Formação
Visita guiada a alunos do Curso de Línguas e Literatura da Universidade de Évora dando a conhecer os espaços da Biblioteca Geral, tendo sido disponibilizada informação sobre as colecções, procedimentos de consulta, requisição de obras,
A BGUE, como integrante da Rede de Bibliotecas de Évora (RBEV), através de alguns dos seus funcionários, participou no 1º Seminário da Rede de Bibliotecas de Évora e inclusivamente participou na mesa redonda «Redes de Bibliotecas – contextos, realidades e desafios».
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NOVEMBRO
CES / visitas Dias 26, 27 e 28
Formação
Dia 12 Webinars da BAD: “Perfis de investigadores da Web”
CES / visitas Dia 21 Reunião com a Senhora Vice-Reitora, Prof. Filomena Mendes, a pedido da própria e seguida de visita às instalações. Formação
Visita guiada à Biblioteca Geral de alunos da Universidade de Oxford, dando a conhecer os espaços da Biblioteca no CES, tendo sido disponibilizada informação sobre as colecções, procedimentos de consulta, requisição de obras, acesso e pesquisa na b-on, JSTOR, RDPC, RCAAP e outros recursos de informação.
FEVEREIRO Formação
Dia 25
Dia 3
Webinars da BAD: “ O processo de publicação científica”.
Webinars da BAD: “Tudo sobre licenças Creative Commons”.
2015
Dia 10
JANEIRO
Webinars da BAD: “Apresentação dos documentos de referência para Bibliotecas Escolares traduzidas pelo GT-BE”.
CES / visitas Dia 7
Visita guiada à Biblioteca Geral de alunos de mestrado em Paleontologia da Universidade Nova de Lisboa com particular destaque ao Fundo Teixeira / Gonçalves.
De 25 de Fevereiro a 25 de Março “Publicação Científica e Académica com o Open Journal System” que consistiu em compreender o processo editorial e a caracterização dos sistemas de gestão online de revistas científicas e académicas, e na configuração de uma revista científica no Open Journal System. 27
Estágio
A Biblioteca Geral proporcionou um estágio a uma licenciada em Ciências da Informação e Documentação, de Fevereiro a Abril.
AO LONGO DO MÊS Formação “Inglês Intensivo, módulo I” decorreu no Centro de Línguas da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora.
MARÇO
CES / visitas Dia 27 Visita à Mostra Bibliográfica Sebastião e Silva na Biblioteca Geral, Sala do Fundo do Governo Civil, no âmbito da Comemoração do Centenário de José Sebastião e Silva (1914-1972). ABRIL Formação
De 8 de Abril a 6 de Maio “A descrição bibliográfica normalizada de documentos usando a ISBD”, através da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas.
Formação
Dia 5 Formação sobre a utilização da b-on para os alunos do Mestrado em Gestão - Especialização de Recursos Humanos da Universidade de Évora. Formação
CES / visitas Dia 17 Visita guiada ao Arquivo Histórico Turma de alunos da Licenciatura em Ciências da Informação e Documentação, disciplina de História da Informação.
Dia 24 Webinars da BAD: “Escrita jornalística para profissionais BAD: do acontecimento à notícia”.
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CES / visitas Dia 18
Visita guiada à Biblioteca Geral de alunos da Universidade Popular Túlio Espanca, por ocasião de uma visita de estudo ao Colégio do Espírito Santo
com colaboração de professoras(es) e alunas(os) do 2.º e 3.º anos do curso de Licenciatura em Ciências de Educação da Universidade de Évora.
CES / visitas Dia 23
Visita guiada à Biblioteca Geral de alunos da Licenciatura em Ciências da Informação e Documentação com explicação do funcionamento da mesma nas suas diversas componentes e fundos (Túlio Espanca, Fundo da EPAC, Tiago de Oliveira, etc.).
Formação
De 13 de Maio a 25 de Junho “Introdução às Técnicas Documentais” na Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas.
BJA / visitas Dia 24 Visita guiada a uma turma de alunos da Licenciatura em Ciências da Informação e Documentação, disciplina de História da Informação. AO LONGO DO MÊS
MAIO
CES / visitas
O Arquivo Histórico proporcionou um estágio a uma licenciada em Ciências da Informação e Documentação.
Dia 4 Visita da Directora do Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe à Biblioteca Geral e ao Arquivo Histórico da Universidade de Évora.
LEGENDA
Estágio
CES - Colégio do Espírito Santo. BJA - Biblioteca Jorge Araújo.
De 4 a 8 O Arquivo Histórico da Universidade de Évora proporcionou um estágio à Directora do Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe, Dr.ª Sónia Carvalho.
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A ANTIGA FÁBRICA DOS LEÕES
Trabalhadores da Antiga Fábrica dos Leões , Eduardo Nogueira, 1938. EDN018480-B - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
MEMÓRIA INSTITUCIONAL Catarina Fernandes
E
m 1916, foi criada a Sociedade Alentejana de Moagem, por iniciativa de alguns grandes proprietários e lavradores do Alentejo. Esta sociedade inaugurou, em 1917, a maior empresa industrial do distrito de Évora, a Fábrica dos Leões.
Esta grande unidade industrial destinava-se à produção de farinha e ao fabrico de massas e bolachas, tendo sido adquirida pelos industriais espanhóis Eugénio Alvarez e Manuel Rivera Alvarez em 1920. A Fábrica dos Leões encontrava-se equipada com maquinaria moderna e dispunha do seu próprio cais de carga e descarga de comboios. Nos anos 70, passou a designar-se Fábrica de Massas Leões. Contribuiu, de forma relevante, para o desenvolvimento da região na promoção de emprego e dinamização da economia local, tendo sido também uma referência importante na indústria moageira nacional. A Fábrica dos Leões encerrou em 1993, tendo sido adquirida pela Universidade de Évora em 1997. Na antiga Fábrica dos Leões, passou a funcionar o curso de Artes Plásticas / Artes Visuais, tendo sido difíceis os primeiros anos deste curso para alunos, docentes e funcionários, devido à ausência de infra-estruturas de apoio adequadas ao seu bom funcionamento. Gradualmente foram criadas as condições através da recuperação em parte de edifícios da antiga 32
Antiga Fábrica dos Leões, David Freitas, 1950/60.
DFT5115.2 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
Fábrica dos Leões e, posteriormente, com a criação do Complexo de Artes e Arquitectura da Universidade de Évora erguido de raiz com o projecto dos arquitectos Inês Lobo e João Maria Ventura Trindade, foram implementados espaços funcionais e aprazíveis destinados ao ensino das artes, transportando-nos, ao mesmo tempo, para o passado da sua condição fabril. Defronte do portão de entrada da antiga Fábrica dos Leões, o Chafariz dos Leões1 remete-nos também para o pas-
sado histórico da cidade de Évora. Ao Chafariz dos Leões, por ocasião dos festejos de Évora em 17292 , foram esperadas a rainha de Portugal, D. Maria Anna de Áustria, e a princesa do Brasil, D. Maria Anna de Bourbon, por el-rei, D. João V, o príncipe do Brasil, D. José, os infantes D. Pedro, D. Francisco e D. Antonio, e cavalheiros da corte. A força histórica do lugar, evidenciada pela passagem do tempo, coexiste com a dinâmica da funcionalidade educacional da Escola de Artes no Colégio dos Leões, antiga Fábrica dos Leões, conferindo singularidade a este espaço de grande valor cultural e patrimonial. A importância histórica do seu passado e da sua memória é, assim, reafirmada através da contribuição da Universidade de Évora na valorização e revitalização do espaço da antiga Fábrica dos Leões, actual Escola de Artes da Universidade de Évora no Colégio dos Leões.
“Remonta, dos fundamentos, aos tempos de D. João II ou D. Manuel I, mas foi cognominado dos Leões, pouco depois de 1572, quando a Câmara lhe apôs as duas quimeras de mármore que estavam, como afirma a tradição, na fonte monumental da Praça Grande (Geraldo), antecessora da actual e havia sido demolida conjuntamente ao arco de triunfo romano pelo arquitecto Afonso Álvares.” (ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal. Concelho de Évora, vol. VII, t. I, Lisboa, Academia Nacional de Belas Artes, 1966, pp. 330-331). 1
“... até vir a noticia de virem chegando á cidade a rainha e a princeza do Brazil; partiram a esperal-a ao chafariz dos Leões, onde se tinham mandado ajuntar todos os cavalheiros da côrte com as suas magnificas carruagens e librés.” (PEREIRA, Gabriel, Os festejos de Évora em 1729. Casamentos da Infanta D. Maria Barbara com o principe das Asturias, e da Infanta de Castella D. Maria Anna de Bourbon com o principe do Brazil, D. José, Evora, Minerva Eborense, 1890, p. 18). 2
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Antiga Fábrica dos Leões , Eduardo Nogueira, 1938.
EDN018480-A - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
COLÉGIO DOS LEÕES
BIBLIOTECA JORGE ARAÚJO UMA BIBLIOTECA DE PROXIMIDADE Carla Santos
Coordenadora da biblioteca Jorge Araújo
A
Fábrica dos Leões foi adquirida pela Universidade de Évora em 1997 e as suas instalações compreendem o Complexo de Artes Visuais, Arquitectura e Artes Cénicas. Neste espaço foram, gradualmente, criadas infra-estruturas de apoio aos alunos, tendo sido política da instituição a criação de uma nova biblioteca que seria integrada neste Complexo de Artes e que teria como missão adquirir, disponibilizar e difundir recursos de informação científicos à comunidade académica, em geral, e aos docentes, alunos, investigadores e funcionários da Escola de Artes, em particular.
Neste sentido, através do Programa Operacional de Valorização do Território (POVT) planeou-se, construiu-se e equipou-se esta nova Biblioteca/Mediateca. Apesar de a sua construção se ter iniciado em Maio de 2009, a intervenção dos bibliotecários fez-se, apenas, em Junho de 2010 dada a necessidade de gerir o processo de mudança e instalação desta nova unidade. De Junho a Dezembro de 2010, foi feito o levantamento preliminar das necessidades da Biblioteca/Mediateca, a consulta de catálogos, o pedido de orçamentos com vista à futura 38
aquisição de equipamento informático, entre outros. Terminada a fase de entrega das propostas de aquisição, iniciou-se o processo de seleção dos documentos (monografias e periódicos) a enviar para esta nova unidade, provenientes das bibliotecas do Colégio do Espírito Santo (CES) e do Centro de História de Arte (CHAIA). Após a triagem dos livros, procedeu-se ao seu tratamento prévio, ou seja, à alteração dos elementos referentes à identificação, posse e localização dos documentos bibliográficos.
Este trabalho foi muito moroso, devido à atenção necessária, dedicada a cada exemplar para evitar trocas no sistema e exigindo uma revisão e controlo bibliográfico em termos de qualidade catalográfica. Terminado o tratamento técnico, procedeu-se à transferência e arrumação de todos os documentos seleccionados, de acordo com a Classificação Decimal Uni- >>
1a
1
2
1
2a
Cais da antiga linha férrea dos Leões - fachada norte.
1a A mesma vista. 2
Vista do pátio de manobras da antiga fábrica.
2a A mesma vista, vendo-se agora o relvado que substitui o antigo pátio de manobras.
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versal (CDU), o que foi feito até finais de Novembro de 2010. Para que a biblioteca pudesse, finalmente, abrir as suas portas ao público, só faltava proceder à instalação do material de informática, sistema de comunicações e a implementação do sistema de segurança e alarme. Todos estes processos ficaram concluídos em Dezembro de 2010. Assim, a biblioteca abriu ao público em Janeiro de 2011. >>
3
3a
4 40
4a
5
3b
3
5a
Interior do edifício nascente antes da intervenção (vista para a fachada principal).
3a A mesma vista, vendo-se agora a área de consulta. 3b Sala de leitura principal vista da mediateca. 4
Vazio dos antigos silos metálicos.
4a A mesma vista, vendo-se agora a sala de leitura principal. 5
Interior do edifício nascente antes da intervenção (vista para o vazio dos silos metálicos).
5a A mesma vista, vendo-se agora a actual sala de leitura principal.
41
42
Foi transversal a todo o projecto a ideia basilar da necessária comunicação e envolvimento com os docentes, tendo toda esta instalação resultado de um processo de colaboração e cooperação entre os diferentes intervenientes – os técnicos e os docentes – de modo a auscultar as suas necessidades e ideias para o seu bom funcionamento e ajuste às necessidades dos futuros utilizadores da biblioteca. Este processo não terminou com a abertura das portas; iniciou-se nesse dia, uma vez que a biblioteca continua a cooperar ativamente com os seus leitores, internos e externos, nas mais diversas actividades, nomeadamente, no projecto de implementação da sinalética para a biblioteca, no enriquecimento do seu fundo documental através de permutas e em actividades de extensão cultural, tais como feiras do livro, ciclos de cinema e documentários,
exposições, conferências, lançamento de livros, entre outras. É de salientar, que, desde a sua abertura em 2011, esta biblioteca já acolheu mais de cento e quarenta actividades culturais. A relação de proximidade estabelecida entre a biblioteca e os seus utilizadores é sustentada por um sentimento de pertença e identificação com o espaço e com os profissionais. Relacionado com esta visão, Figueira Mestre afirma que “a biblioteca não pode ser um espaço físico com mais ou menos livros, mas principalmente uma forma de intervir, questionar e comunicar. Mais do que um templo de certezas, deve ser um local de desassossego cultural!” É este o espírito que existe na Biblioteca Jorge Araújo. 43
Instalações da Biblioteca Jorge Araújo
área de consulta
sala de projecção
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Fundo Teotónio Pereira
área de consulta
sala de leitura principal / auditório
acesso à internet
mediateca
acesso ao catálogo e b-on
sala de trabalho de grupo
7000
livros 2 salas de leitura, 1 auditório, 80 lugares sentados , 2 pisos, 697,56 m2, 4.919 revistas dísponíveis via b-on, 2.113 revistas via j-stor, 169 títulos de revistas em papel, 440 prateleiras em livre acesso, 13 computadores, 2 scanners, 2 projetores vídeo Serviços : Leitura presencial / Empréstimo domiciliário / Livre acesso à generalidade do fundo documental / Acesso wireless à rede de UE e Internet / Renovações / Reservas / Empréstimo Interbibliotecas Serviço de fotocópias e digitalizações em regime de auto-serviço / Audição de cd’s / Visionamento de dvd’s / Sessões de formação dos utilizadores das bibliotecas
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Vídeo promocional Biblioteca Jorge Araújo
Pretende-se com este vídeo reforçar a identidade da biblioteca, divulgar as valências que oferece e captar novos utilizadores. Este trabalho foi realizado por Carla Santos (Biblioteca Jorge Araújo) e produzido por Marius Araújo (Escola de Artes) e pode ser visionado na galeria de vídeos da página web da biblioteca (www.bib.uevora.pt) bem como noutros canais de comunicação institucionais.
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REABILITAÇÃO DA ANTIGA FÁBRICA DOS LEÕES
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REABILITAÇÃO DA ANTIGA FÁBRICA DOS LEÕES Entrevista ao Arquitecto João Maria Ventura Trindade Docente do MI em Arquitectura da Universidade de Évora. Arquitecto. Com a arquitecta Inês Lobo partilha a autoria do projecto do Complexo de Artes e Arquitectura da Universidade de Évora.
No decurso do Projecto de Reabilitação e Reconversão da Antiga Fábrica de Massas Leões, na Escola das Artes da UE, quais as estratégias de intervenção adoptadas? J.T.: O aspecto mais importante foi compreender a história da antiga fábrica, perceber que foi sendo construída por adição gradual de novas construções e alteração sistemática das existentes, muitas vezes de forma violenta, de modo a responder às necessidades dos processos de fabrico. A optimização do processo produtivo esteve sempre em primeiro lugar nas opções tomadas, naturalmente, e é desse pragmatismo que é feita a sua arquitectura. A própria organização vertical do edifício central, onde se organiza actualmente o Departamento de Arquitectura, é o resultado de um modelo de funcionamento optimizado, baseado num processo gravítico: Os cereais eram impulsionados até ao topo, movidos por um engenho a vapor (daí a existência do tanque, no pátio da cafetaria), e o processo de transformação era feito gradualmente ao longo dos vários pisos, saindo os produtos finais para o cais da linha férrea, no piso inferior. É razoável imaginar que essa volumetria e implantação tão afirmativa na paisagem 48
dificilmente teria sido aceite se fosse apenas uma opção estética, ainda que hoje surja natural e inquestionável. Por outro lado foi interessante perceber, através dos inúmeros levantamentos e das pesquisas que efectuámos, como as diferentes construções do conjunto permitem uma cronologia dos processos construtivos ao longo de quase todo o século XX, desde as alvenarias de pedra irregular e argamassa dos primeiros edifícios, por volta de 1910, passando pela introdução ainda experimental do betão armado, nas intervenções dos anos 40, ou pelas estruturas metálicas mais recentes. As fotografias antigas da colecção António Cunha, encontradas no Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Évora, foram fundamentais para compreender a lógica de ocupação dos espaços com as maquinarias e tubagens que os preenchiam quase na totalidade. Serviriam igualmente de mote para a instalação à vista das pesadas infra-estruturas técnicas que um edifício deste género actualmente implica, com enormes vantagens económicas. No decorrer do mesmo processo de projecto, o orçamento disponível restringiu algumas das soluções adoptadas? J.T. : Sim, e de forma extremamente se-
vera, obrigando a adoptar uma postura de redução total do desenho, sem qualquer artifício ou elemento não necessário. Em grande medida, o nosso papel enquanto arquitectos foi quase apenas coordenar os projectos de engenharia, desenhar a partir das necessidades dos engenheiros. Durante a fase de Concurso um dos engenheiros da equipa dizia, (com ironia e efectiva razão, percebemos hoje), que perante um orçamento tão baixo como o que era imposto, e com prazos tão curtos para o desenvolvimento do processo, talvez devessemos escrever um manifesto em vez de tentar desenhar um projecto... O valor definido, por metro quadrado, era o mesmo que o Ministério da Educação tinha definido no início dos anos noventa como referência para equipamentos de ensino superior naquela época. Trabalhámos nalguns desses projectos, no atelier do arquitecto João Luís Carrilho da Graça, e já naquele momento, sem os actuais requisitos legais, ambientais, de eficiência e segurança, o valor era quase impossível de cumprir. A verdade é que no final da obra na Fábrica dos Leões o desvio final em relação ao orçamento que nos foi solicitado pela Universidade foi baixíssimo. E como é óbvio, também por esse facto, o edifício necessita agora de maiores cuidados de manutenção. É a incontornável escolha entre qualidade construtiva, economia ou rapidez: Não é possível ter as três em simultâneo. Neste caso, com valores tão baixos e prazos tão curtos, foi impossível alcançar uma qualidade de construção desejável. Mas ainda assim, talvez não haja em Portugal outra escola de arquitectura com tão boas condições para ensinar. Considera que a actual biblioteca dá resposta ao que previamente foi con-
siderado em projecto em termos de integração no conjunto arquitectónico e comunidade escolar? J.T. : A biblioteca tornou-se o grande espaço de encontro da escola, mais do que o átrio, o relvado central ou o alpendre coberto, que imaginámos mais vocacionados para essa missão. É na biblioteca que se recebem os convidados, se realizam conferências, palestras, apresentações de teses, ultrapassando até de certa forma a especificidade que o seu programa parecia indicar. A sala de leitura funciona como o auditório que a escola não chegou a ter, previsto para uma terceira fase de intervenção que nunca foi realizada, apesar dos estudos preliminares que elaborámos para os edifícios da ala sudeste, onde funciona precariamente o Departamento de Artes Cénicas. Curiosamente, o espaço da biblioteca constitui também uma espécie de síntese das estratégias do projecto, uma vez que o edifício onde se situa foi de todos o mais alterado pela sucessão de construções e intervenções da antiga indústria. Um conjunto de silos em betão foi construído nos anos 60 dentro do edifício original, perfurando parte da sua cobertura. Com a extinção da Fábrica nos anos 80, outra parte da cobertura foi retirada para serem desmantelados os silos metálicos que existiam no seu interior, vendidos para sucata junto com a restante maquinaria do complexo. O espaço permaneceu assim, exposto à intempérie, durante várias décadas e foi necessário projectar um novo edifício em estrutura metálica para caber dentro do vazio existente, configurando hoje a sala de leitura da biblioteca. Nesta parte do conjunto contam-se todas as histórias da antiga fábrica. O que imagina num futuro próximo >> 49
para a Biblioteca Jorge Araújo, que valências ainda estão por surgir e acontecer para este espaço? J.T. : O importante agora é dar atenção à sua função, (como aliás sempre aconteceu neste complexo fabril), melhorando progressivamente a dimensão e qualidade do seu conteúdo bibliográfico. Remeter a arquitectura para o seu papel de contentor, preservá-la para que possa cumprir adequadamente essa função. O livro tende a adquirir uma importância progressivamente maior, por oposição aos universos virtuais em que cada vez mais nos movemos. A manualidade de pegar num livro, sentir o cheiro do papel e o seu peso, é bem diferente da distância que um écran nos impõe. 50
O futuro da Biblioteca dos Leões tem agora um novo início, com a atribuição do nome do Prof. Jorge Araújo, cujo papel foi fundamental na sua existência. A Reitoria então por si dirigida teve a capacidade de ouvir e aceitar muitas das ideias mais controversas que propusémos para fazer face aos constrangimentos económicos da operação. E teve a coragem de as implementar em contra-ciclo com a opinião dominante na Cidade e mesmo na Universidade. Um pouco dessa ousadia e determinação poderia permitir agora encontrar uma solução adequada e coerente para a recuperação dos edifícios que ainda se encontram degradados, respeitando a integridade da operação de reabilitação já iniciada.
E nesses espaços fazer acontecer o que ainda falta: uma livraria que complemente a oferta das aquisições da biblioteca; um espaço expositivo informal e de abertura à comunidade (alterando o sentido fechado do próprio conjunto edificado); áreas de residência de estudantes, investigadores e convidados, que permita a utilização da fábrica durante todas as horas do dia e durante todos os dias do ano; espaços para graus de ensino avançados; a associação de estudantes (que esteve projectada para os pisos superiores sobre a biblioteca); um arquivo visitável de maquetes de arquitectura e dos melhores trabalhos produzidos nos diversos domínios da escola de artes; a execução dos espaços exteriores de enquadramento paisagístico e de ligação à cidade, o
ordenamento do estacionamento, etc. A reabilitação do complexo da antiga Fábrica dos Leões não é o objectivo, mas apenas o meio que permita a existência de uma Escola de Artes de importância internacional. A sua Biblioteca tem nesse âmbito uma importância fundamental. Os livros, apesar do papel, resistem às guerras.
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FUNDO DOCUMENTAL NUNO TEOTÓNIO PEREIRA: UMA DISTINÇÃO, UMA OPORTUNIDADE DE LEITURA Sofia Aleixo
Docente do MI em Arquitectura da Universidade de Évora
Da Aula Aberta Évora, 14 de Janeiro de 2009. Este dia ficará para sempre na memória daqueles que assistiram à que terá sido a última aula em instituição de ensino público de Nuno Teotónio Pereira. Este dia marca igualmente um momento único de aproximação dos alunos aos mestres, não só teórica mas física, através do entendimento de uma sua obra, através da apreciação pelo autor à interpretação dos alunos, retomando, por um breve momento, uma prática que o ensino de Arquitectura no século XXI parece ter relevado, em benefício dos autores de uma arquitectura superstar. Nuno Teotónio Pereira, ou ‘chama-me Nuno’ como repete insistentemente, é exactamente o oposto. O seu atelier da Rua da Alegria sempre foi conhecido pelo espaço e tempo que proporcionava às novas gerações. Essas oportunidades eram partilhadas de uma forma em que procurava colocar o aprendiz ao nível do mestre. Mas nunca houve qualquer equívoco. Se NTP escutava e discutia as ideias em paridade, era todo o seu saber construtivo, da ética profissional e da sensibilidade social que caracterizava o discurso e informava a 52
produção arquitectónica do seu atelier. Foi este percurso profissional, ético e social, que importava dar a conhecer aos alunos do Curso de Arquitectura da Universidade de Évora. Foi neste contexto que convidei NTP a vir partilhar esse saber com os alunos da Universidade de Évora. Surpreendido com os trabalhos dos alunos ao entrar na sala, NTP fica absorvido com uma projecção de imagens da sua obra que denunciava o evento da exposição. O exercício exposto tinha constado da selecção de uma sua obra, da sua visita, da recolha de informação para a produção de uma maqueta, um painel e um pequeno livro em formato A5 que formava uma colecção de 8 volumes sobre as suas obras mais representativas. A sua satisfação ao entrar na sala foi visível, mas não foi menos a dos alunos que tinham a oportunidade de partilhar o seu trabalho com o autor, e de ouvir os seus comentários. NTP falou com todos os alunos, quis saber sobre a visita aos locais, sobre o detalhe que encontra nos desenhos, e sobre as opções na execução das maquetas. Ao percorrer a sala, ia
Aula aberta com Nuno Teotónio Pereira
desfolhando e guardando debaixo do braço os exemplares que lhe iam sendo oferecidos pelos grupos. As palavras de incentivo, de admiração e de prazer nas observações sobre os trabalhos são emocionantes para quem as diz e para quem o escuta. A aula sobre ‘A habitação colectiva em Lisboa’, com introdução por Victor Mestre seu antigo aprendiz, descreve o desenvolvimento da cidade de Lisboa, os bairros operários, as avenidas novas, passando por referências à arquitectura do Estado Novo e à marcante exposição itinerante da Moderna
Arquitectura Alemã (1941) na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, que introduz a arquitectura nazi de Albert Speer em Portugal. Foi assim uma lição sobre Arquitectura Portuguesa, focada na cidade de Lisboa. No final, NTP agradece e comunica que está nesse momento em fase de fechar o seu atelier e por isso se encontra a dividir a sua biblioteca privada por ‘lotes’, de modo a distribuir temas por entidades onde os seus livros possam ser úteis. Generoso, como lhe é reconhecido, decide doar ao Departamento de Arquitectura da Universidade >> 53
de Évora, e à sua recente Biblioteca, um conjunto de obras sobre a Arquitectura Portuguesa Contemporânea.
Da Sala Teotónio Pereira: O Fundo Documental É neste contexto que surge a doação de centenas de livros e revistas que documentam a arquitectura em Portugal no século XX. Da selecção de obras, que tive o privilégio de ir buscar e depositar na nossa Universidade, importa reflectir sobre os critérios que terão levado NTP a esta escolha. Várias leituras se podem fazer. Desde já a importância dada às revistas, doando a revista Arquitectura nas suas séries 2ª (1932-1970), 4ª (1979-1984), 5ª (1979-1987), e a Revista Arquitectos (1988-1989), num reconhecimento da importância da que a revista oficial da Associação dos Arquitectos tinha na divulgação das boas práticas profissionais, sendo da maior importância os números relativos à 2ª série, publicada em pleno Estado Novo. Desta época, destaco os artigos dedicados às construções escolares que, depois dos edifícios Modernistas da década de 30 - Liceu de Beja, Liceu Filipa de Lencastre em Lisboa e Liceu D. João III em Coimbra – retomam destaque na exploração construtiva, espacial e pedagógica das escolas pavilhonares em resposta à necessária produção de mais edifícios escolares, particularmente ao nível do ensino secundário. Complemen54
ta NTP esta selecção com a doação da revista Técnica: revista de Engenharia dos alunos do I.S.T. (1931-1981) permitindo uma comparação nesta época com o entendimento da área da construção por parte dos arquitectos e por parte dos engenheiros. Por último, relativamente às revistas nacionais, o destaque para a Binário (1958-1977) que, durante décadas,
divulgou arquitectura, construção e equipamento, destacando o carácter transversal e cultural na abordagem destes temas. Das revistas internacionais selecciona a Architecture d’Aujourd’hui (1965-1996) e a Casabella (1990-1997). Se a primeira relembra o conhecimento da arquitectura que se fazia em França, e que reconhe-
cia no panorama internacional a moderna arquitectura produzida em Portugal (na notável edição no ano de 1976 dedicada ao nosso país, onde a Malagueira é capa), a segunda mostra a influência do pensar italiano na década de 90 do século passado, como reduto intelectual para uma arquitectura que procurava sair de um pós-modernismo e que encontrava >>
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caminho em Portugal num ‘regionalismo crítico’, como Kenneth Frampton tão certeiramente denominou. Não será assim por acaso que NTP inclui o catálogo da exposição Depois do Modernismo (1983) que esteve patente na Galeria Luís Serpa, em Lisboa. São estas as revistas que alguns colegas traziam para a Escola, já Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, ou que consultávamos na Bertrand, quando ainda não havia FNAC e muito menos acesso ao Google books. O co56
nhecimento então disponível ficou assim documentado e disponível para investigação futura, o que nos leva a reflectir se a efemeridade associada aos conteúdos virtuais nos garantirá que o conhecimento de hoje ficará igualmente disponível no futuro. Veremos. Mas, se as revistas do século XX, que contextualizam a passagem de uma arquitectura ecléctica para um Português Suave, de um modernismo para um pós-modernismo que procurava caminhos próprios, surgirão como atractivo
Revistas do Fundo Documental Teotónio Pereira
para investigadores, será nas monografias que o espólio será mais procurado pelos alunos. Nomes como, e registo pela ordem da listagem que acompanhou a doação, Keil do Amaral, Raul Lino, Manuel Tainha, Francisco Silva Dias, Alexandre Alves Costa, Cassiano Branco, Gonçalo Byrne, Bartolomeu Costa Cabral, Porfírio Pardal Monteiro, João Correia Rebelo, José Marques da Silva, Victor Consiglieri, Fernando Távora, Carlos Ramos, Viana de Lima, Álvaro Siza, Nuno Portas, José Luís Montei-
ro, Raul Chorão Ramalho, Francisco da Conceição Silva, fazem agora parte da Biblioteca dos Leões. Num inquérito aos alunos, pergunto-me quais os arquitectos de que reconhecerão o nome, saberão a época em que viveram, e de que saberão identificar uma obra, escrita ou construída.... Nesta doação de NTP encontramos ainda uma cuidada selecção de catálogos de exposições nomeadamente de Arquitectura Portuguesa promovidas pela Casa >> 57
da Cerca em Almada ou pela Fundação de Serralves no Porto, de catálogos de concursos de arquitectura como do prémio Sécil, Thyssen ou AICA-SEC, e de Prémios Nacionais de Arquitectura, de entre outros. Destaca-se o catálogo da exposição itinerante Novas Igrejas na Alemanha (1964), patente na Fundação Calouste Gulbenkian e organizada pelo Movimento de Renovação da Arte Religiosa de que era membro fundador desde 1953, terá sido, desta significativa doação, aquele que mais significado terá tido no seu percurso na arquitectura religiosa, iniciado na Igreja das Águas (Penamacor, 1949-1953), e que mais influência terá tido no projecto da Igreja do Sagrado Coração de Jesus (com Nuno Portas, Vasco Lobo, Vítor Figueiredo, Pedro Vieira de Almeida: Lisboa, 19621970). Ainda doa os incontornáveis inventários para o estudo da arquitectura em Portugal no século XX, como o IAPXX - Inquérito à Arquitectura Portuguesa do século XX, iniciativa da Ordem dos Arquitectos (2003) e Arquitectura do Século XX: Portugal, catálogo de uma 58
mostra levada a Frankfurt em 1997. Destacam-se outras obras de consulta de grande utilidade para estudantes e investigadores em Arquitectura, embora necessitando de urgente actualização, como são as obras Dicionário dos arquitectos activos em Portugal (1994) e Vocabulário técnico e crítico de Arquitectura (1990). Ainda de salientar o livro Arquitectura de Maria João Madeira Rodrigues (2002) que terá esclarecido alguns alunos sobre a profissão que escolheram. Das obras que pessoalmente considero essenciais na formação de um arquitecto não poderia deixar de referir a obra de Fernando Távora Da organização do espaço e Da Função Social do Arquitecto de Octávio Lixa Filgueiras, ambas de 1962 e, refira-se, intemporais.
São aliás estas algumas das leituras que selecciono para a discussão em sala de aula com os meus futuros colegas. Da sua extensa obra publicada, NTP selecciona apenas três livros da sua autoria: uma selecção dos seus escritos (1947-1996), uma edição em co-autoria (1997) dedicada ao Património da Segurança Social denotando mais uma vez a importância que dá à relação entre arquitectura e sociedade, e por último uma publicação de 2005 da Ordem dos Arquitectos sobre o trabalho que desenvolveu para a regeneração urbana da Covilhã. Oferece também a revista Pedra e Cal (1999-2005) onde escreve crónicas que abordam a actualidade, trazendo para o debate público diversos temas, alguns incómodos.
O clássico História da Arquitectura Moderna, de Bruno Zévi (1970) em dois volumes termina uma lista alfabética imensa de obras notáveis que Nuno Teotónio Pereira doou ao Departamento de Arquitectura em Abril 2010, no decorrer da sua Aula Aberta. Fica agora disponível para que alunos, docentes e investigadores lhe possam dar continuidade, aumentando o conhecimento tão necessário sobre a Arquitectura Portuguesa Contemporânea que se encontra disponível na Sala Teotónio Pereira na Biblioteca dos Leões da Universidade de Évora.
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Desenho do Arquitecto Siza Vieira テ》rio da Biblioteca Jorge Araテコjo.
BIBLIOTECA JORGE ARAÚJO por José Manuel Rodrigues
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CĂşpula de sala de leitura principal
PĂĄgina 61 : Vista para a Mediateca
Sala de leitura principal / Audit贸rio
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Sala de leitura principal / Audit贸rio
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Sala de leitura principal / Audit贸rio
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Postos de consulta informรกtica Mediateca
Sala de leitura principal / Audit贸rio P谩gina 71 : Vista para os postos de consulta inform谩tica da mediateca Sala de leitura principal / Audit贸rio
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Estrutura metálica do telhado, pertencente à antiga Fábrica dos Leões agora recuperado
Página 72 : Vista para o corredor da mediateca Sala de leitura principal / Auditório 73
Ă rea de consulta
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Ă rea de consulta
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Corredor principal junto Ă s ĂĄreas de consulta
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Escadas de acesso à mediateca Páginas 80/81 Corredor principal junto às áreas de consulta
Pormenor da SinalĂŠtica criada pela professora CĂŠlia Figueiredo Departamente de Artes Visuais e Design da U.E.
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Sala de Leitura principal / AuditĂłrio com vista para a Mediateca PĂĄgina 86 Pormenor das janelas viradas para a fachada principal (antigo cais da antiga linha fĂŠrrea)
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O LIVRO DA MINHA VIDA Francisco Ramos
“Tristes Trópicos” de Claude Lévi-Strauss
H
á tempos, um colega que muito considero, convidou-me para fazer uma intervenção, numa aula de Mestrado ou Doutoramento em Relações Internacionais, sobre a obra “Tristes Trópicos”, de Claude Lévi-Strauss. De imediato recordei a obsessão com que alguns docentes da minha licenciatura em Antropologia, nos idos dos anos 70 e recém-chegados de França, manifestaram em nos transmitir as teorias, os modelos e as inovações da obra do “papa do estruturalismo”. E o primeiro livro que era preciso devorar foi, exactamente, “Tristes Trópicos”, para que pudéssemos entender a complexidade crescente da obra de Lévi-Strauss, que teríamos de abordar no futuro próximo. Assim foi; já existia tradução portuguesa e a obra foi lida como se lê um romance ou uma narrativa de viagens, com a apetência de quem frui um texto bem escrito, empolgante, inovador e convidativo à reflexão. Sem abordar a problemática do Estruturalismo, por demasiado profunda e ino-
vadora, e por isso sujeita, desde sempre, a enormes críticas, gostaria de me centrar na temática do Parentesco, por ser a área mais antiga, misteriosa e complexa dos estudos antropológicos e que Lévi-Strauss dominou com mestria e sensibilidade. Uma perspectiva lévistraussiana me impressionou desde sempre: a passagem do homem a ser cultural. Segundo o autor, para tal era necessária uma tríade de condições primordiais: a troca de palavras, a troca de bens e a troca de mulheres. E se a primeira originou a linguagem articulada, se a segunda deu origem à economia, a troca de mulheres causou sempre espanto entre os meus alunos e nalgumas alunas supostamente feministas. Nada mais claro e simples: o homem trocava mulheres para que ele e os seus filhos tivessem acesso às filhas e às irmãs dos outros homens, às mulheres alheias, evitando assim relações incestuosas. A mulher funcionava como “moeda de troca”, tornando-se assim, o ser mais valioso das sociedades ditas primitivas. Por outro lado, a chamada “riqueza da noiva” 89
não era uma compra da mulher, mas uma compensação matrimonial para a família da noiva, que perdia um elemento essencial. Daí a protecção das jovens em todas as sociedades tradicionais e até na nossa sociedade ocidental, apesar de nesta as mudanças terem ocorrido de modo célere. Na Academia Eborense, aquando do início do ano lectivo de 2005/06, fui convidado para fazer a respectiva “oração de sapiência”, já que na escala dos catedráticos tal me competia. Então, comentei, parafraseando Claude Lévi-Strauss: “A atitude mais antiga do espírito humano, no que diz respeito à questão da opção em ser diferente ou em querer ser diferente, assenta em fundamentos psicológicos legítimos. Ela consiste em rejeitar, pura e simplesmente, as formas culturais, morais, religiosas, sociais e estéticas dos outros, daqueles com quem não nos identificamos, ou com quem não nos queremos identificar. É uma visão quase ingénua, mas profundamente enraizada no quotidiano em que nos movemos: a nossa casa, a nossa rua, a nossa comida, o nosso bairro, a nossa música, as nossas mulheres, a nossa aldeia, a nossa região, são as fronteiras do nosso espírito” (Ramos 2005). Esta última frase foi o suficiente para que alguém se acercasse de mim e dissesse: 90
- Oh colega, parece impossível, “as nossas mulheres…”, que atitude machista!!! Tal facto fez-me lembrar um Congresso em Melbourne, onde várias solteironas obsoletas que casaram com as respectivas causas, românticas que tinham vinte anos em qualquer Woodstock, onde se deliciaram com marijuana e que agora condenam os que fumam ao ar livre. Assim são as feministas radicais, que andam por aí. Pois bem, apesar de o meu primeiro encontro com a Antropologia, nos idos de 60 do século passado, em África, ter sido através de uma sebenta de Jorge Dias, mais tarde meu professor, foi a obra “Tristes Trópicos”, de Claude Lévi-Strauss, aquela que me marcou mais profundamente. Narrativa de viagens, testemunho de trabalho de campo profundo, descrição estética, sedutor literário, pioneiro de caminhos inovadores, com este livro Lévi-Strauss marcou a minha geração e a de centenas de colegas que vieram a abraçar a Antropologia.
DINAMIZAÇÃO CULTURAL
DINAMIZAÇÃO CULTURAL Josefa Correia
Coordenadora do Arquivo Histórico
AGENDA DE EVENTOS
No período de Outubro de 2014 a Maio de 2015, a BGUE continuou a afirmar-se como espaço dinâmico, acolhendo e promovendo eventos destinados a toda a comunidade académica e também à comunidade envolvente.
2014 OUTUBRO Dia 7 “Conversa com Maria João Ribeiro” Organização Profª Manuela Cristóvão (Departamento de Artes Visuais) Biblioteca Jorge Araújo Dia 7 “Projeto Sonae/Serralves e a artista Nairy Baghramian” Organização Profº Pedro Portugal (Departamento de Artes Visuais) Biblioteca Jorge Araújo Dia 8 Ciclo X MEDIARTS - Encontro com autores - “Uma Visão Integrada do Lugar na Arte Pública” Apresentação pela Profª Paula Reais Pinto Biblioteca Jorge Araújo Dia 9 Dias abertos da PI Organização DPI - Divisão de Projectos e Informação Biblioteca Jorge Araújo
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Dia 10 “Identidades através da Imagem” com o fotógrafo holandês Ton Hendrika Organização Departamento de Artes Visuais Biblioteca Jorge Araújo Dia 14 “Interior-Novos Territórios” com o Arq. Paisagista João Nunes Organização Profº João Soares (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo Dia 15 “Diálogos: as Matérias, a Intuição e a Atenção” com Virgínia Fróis e João Rolaça (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
Organização Profª Paula Reais Pinto (Departamento de Artes Visuais) Biblioteca Jorge Araújo
Dia 17 “Caminhos-de-ferro a pé” com o Arq. Duarte Belo Organização Profª João Soares (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo Dia 20 Inauguração da Exposição “Os Espancas: Histórias de uma Família Singular” Organização Arquivo Histórico Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo Corredor/ Sala do Fundo do Governo Civil Dia 21 “Da Corporeidade e da Actualidade Popular Brasileira, ao Teatro Contemporâneo” Organização Profª Isabel Bezelga (Departamento de Artes Cénicas) Biblioteca Jorge Araújo
Dia 22 “I´ll Be Back for the Cat” com a artista de multimédia Jane Gilmar Organização Profª Paula Reais Pinto (Departamento de Artes Visuais) Biblioteca Jorge Araújo Dia 23 Apresentação do projecto internacional do artista americano Timothy Mark com o tema “Kinetics of Stone” Organização Profª Luís Afonso (Departamento de Artes Visuais) Biblioteca Jorge Araújo Dia 23 Lançamento de Livro “Enciclopédia das Relações Internacionais” Organização Nuno Canas Mendes e Francisco Pereira Coutinho Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo Sala do Fundo do Governo Civil Dia 29 “Slow Design Practices at the Edge of Contemporary Art” com o designer Solen Kipoz Organização Profª Paula Reais Pinto (Departamento de Artes Visuais) Biblioteca Jorge Araújo Dia 30 Mostra Bibliográfica “António Sérgio (18831969)” Organização Jornadas da Escola de Ciências Sociais Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo – Sala do Fundo do Governo Civil
NOVEMBRO Dia 4 Palestra “O Meu Mundo nos Livros” Carlos Pinto de Sá (Presidente da Câmara Municipal de Évora) Organização CIDEHUS Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo – Sala do Fundo do Governo Civil
Dia 5 “Arte e Design Social da Emancipação da Criatividade” com o artista de intermédia António Gorgel Pinto, da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa Organização Profª Paula Reais Pinto Biblioteca Jorge Araújo Dia 21 “Artes e Cultura em Portugal Fundação Francisco Manuel dos Santos” Organização Departamento de Artes Visuais Biblioteca Jorge Araújo Dia 26 “Design de Publicidade” com o Profº João Bacelar Organização Departamento de Artes Visuais Biblioteca Jorge Araújo
DEZEMBRO Dia 2, 3, 4 Semana das Artes - Whorkshop de Teatro Organização Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo Dia 2 Apresentação da Revista “Nova Águia” por António Cândido Franco e Renato Epifânio Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo – Sala do Fundo do Governo Civil Dia 4 Reunião do CIDEHUS Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo – Sala do Fundo do Governo Civil Dia 5 Conferência com o Arquitecto Marco Navarra Organização Profº João Soares (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo
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Dia 11 Palestra “O Meu Mundo nos Livros” Juan Zozaya (Arqueólogo, Ex-Director do Museu Arqueológico Nacional de Espanha) Organização CIDEHUS Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo – Sala do Fundo do Governo Civil Dia 12 Conferência com a Arquitecta Ana Paula Amendoeira Organização Profº João Soares (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo Dia 18 Lançamento de livro “A expansão: quando o mundo era português. Da conquista de Ceuta (1415) à atribuição da soberania de Timor-Leste (2002)” Organização NICPRI Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo – Sala do Fundo do Governo Civil
2015 FEVEREIRO Dia 24, 25, 26 Mostra de vídeo performance Organização Profº José Alberto Ferreira (Departamento de Artes Cénicas) Biblioteca Jorge Araújo
Dia 17 “A que lugar pertence a arte?” com Filipa Oliveira, Directora do Fórum Eugénio de Almeida Organização Departamento de Arquitectura Biblioteca Jorge Araújo Dia 18 Formas de teatro em vídeo Org. Profº José Alberto Ferreira (Departamento de Artes Cénicas) Biblioteca Jorge Araújo Dia 19 Lançamento do nº 4 da “Revista Suroeste Revista de Literaturas Ibéricas” que contou com as seguintes intervenções: Antonio Franco Domínguez, Director do MEIAC (Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo Badajoz) Rosa Lencero, escritora e Directora da Editora Regional da Extremadura (Junta de Extremadura) António Cândido Franco, escritor (Universidade de Évora) Antonio Sáez Delgado, director da “Revista Suroeste” (Universidade de Évora) Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo – Sala de Belas Artes
MARÇO
Dia 23 “Cadernos de Viagem” Org. Profª Paula Esteves Pinto (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo
Dia 5 Apresentação do livro “Tempo e Forma” da editora Argumentum Organização Sofia Aleixo (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo
Dia 27 Mostra Bibliográfica “Sebastião e Silva” Biblioteca Geral – Colégio do Espírito Santo, Sala do Fundo do Governo Civil, no âmbito da Comemoração do Centenário de José Sebastião e Silva (1914-1972)
Dia 13 Apresentação dos cursos de Artes Visuais e Design à comunidade externa Organização Profº Rui Valério (Departamento de Artes Visuais) Biblioteca Jorge Araújo
ABRIL
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Dia 7 “Agroecology at your University” Org. Profª Paula Soares (Departamento de Artes Visuais) Biblioteca Jorge Araújo
Dias 15 a 17 “Conferência Internacional Tadeusz Kantor (1915-2015)” Org. Profº José Alberto Ferreira (Departamento de Artes Cénicas) Biblioteca Jorge Araújo Dia 20 Seminário “História, Arte e Diálogos Interculturais: Práticas e Representações” Comissão Organizadora: Maria de Deus Manso, Paulo Simões Rodrigues. Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo – Sala do Fundo do Governo Civil Dia 22 Formação em construção sustentável Org. Profº José Júlio Correia Biblioteca Jorge Araújo
MAIO Dia 8 “O projecto” conferência com Massimo Cacciari Org. Profº João Soares (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo Dia 11 Palestra do dia da Escola de Artes Org. Escola de Artes Biblioteca Jorge Araújo Homenagem ao ex-reitor Jorge Araújo, atribuição do seu nome à Biblioteca do Colégio dos Leões durante as celebrações do dia Escola de Artes.
Dia 28 Exposição Itinerante Joshua Benoliel Repórter Parlamentar 1906 – 1924 Organização Museu da Assembleia da República Corredor da Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo
Dia 30 No âmbito das conferências “Quintas de Paixão” com Arqª Patrícia Barbas e Arqº João Santa Rita Org. Profº Nasi Pereira (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo
“III Colóquio Internacional de Teoria Jurídico-Política e Relações Internacionais / I Colóquio Internacional de Política História e Interculturalidade” Organização Doutoramento em Teoria Jurídico-Política e Relações Internacionais; Centro de Investigação em Ciência Política (CICP). Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo Sala do Fundo do Governo Civil Dia 12 “Habitar o Espaço Público” com Cristina Veríssimo Org. Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo 95
“A Performance e o Performativo - Notas Sobre o que Separa o Proscénio” com Miguel Castro Caldas Org. Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo Workshop de Teatro com Ana Leitão Org. Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo Dia 13 “Experiência de Vida como Designer” com Daniel Caramelo Org. Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo “Evolução das Empresas de Design e Comunicação e o seu Reflexo ao Nível da Formação e Preparação dos Alunos” com João Bacelar Org. Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo Dia 14 “Como Sonhar um Museu?” com Filipa Oliveira Org. Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo “A Aldeia da Terra” com Tiago Cabeça Org. Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo “Auto-retrato e Auto-representação Espelho da Identidade e do Corpo do Artista” com Cristina Trofa Org. Associação de Estudantes Biblioteca Jorge Araújo Dia 15 “Ruínas Invertidas” conferência com Arq. Ricardo Carvalho Org. Profº João Soares (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo
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Dia 19 Conferência “O Meu Mundo nos Livros”, com o escritor Carlos Taíbo Organização CIDEHUS Biblioteca Geral - Colégio do Espírito Santo Sala do Fundo do Governo Civil “Quintas de Paixão” com o Arqº João Pedro Falcão de Campos Org. Profº Nasi pereira (Departamento de Arquitectura) Biblioteca Jorge Araújo Dia 20 “Formas de Teatro em Vídeo” Org. Profª José Alberto Ferreira (Departamento de Artes Cénicas) Biblioteca Jorge Araújo Dia 25 Debate sobre videoarte e performance com a Profª Teresa Furtado Org. Departamento de Artes Visuais Biblioteca Jorge Araújo
FICHA TÉCNICA DIRECÇÃO Sara Marques Pereira COORDENADORES António Cachopas, Carla Santos, Catarina Fernandes, Josefa Correia CONCEPÇÃO GRÁFICA Daniela Bacalhau FOTOGRAFIA Arquivo Fotográfico de Évora CME, Cristina Brázio, Daniela Bacalhau, José Manuel Rodrigues, Margarida Gonçalves, Sofia Aleixo, Susana Rodrigues. COLABORADORES Adélia Batata, Antónia Alfaiate, Antónia Pereira, António Souto, Catarina Costa, Cecília Barata, Cecília Pereira, Cidália Pisco, Conceição Charrua, Cristina Matos, Dulce Guerra, Francisca Sofio, Helder Moreira, João Garcia, Isabel Ferreira, José Soares, Manuela Serrano, Margarida Lavaredas, Matilde Carvalho, Miguel Martins, Natália Soares, Patrícia Carvalho, Patrícia Melícias, Rodolfo Azedo, Rosária Saiote, Sílvia Pinto. SECRETARIADO Dulce Guerra IMPRESSÃO Reprografia da Universidade de Évora AGRADECIMENTOS Reitoria, Escolas e Departamentos, Institutos e Centros, Serviços Técnicos: Arquitecta Margarida Gonçalves e Mestre Jaime, Departamento de Artes Visuais e Design: Rosalina Ramos, Aluno de Arquitectura: Fábio Antão, Reprografia, na pessoa do Dr. João Morgado, e demais Serviços da Universidade, e igualmente aos Professores José Manuel Rodrigues, Sofia Aleixo, João Maria Ventura Trindade e Francisco Ramos. MORADA Biblioteca Geral da Universidade de Évora Colégio do Espírito Santo (sala 126) Largo dos Colegiais, Apartado 94 7002-554 Évora telefone 266 740 823 email : secbib@bib.uevora.pt www.bib.uevora.pt www.bib.uevora.pt/arquivo_historico www.cde.bib.uevora.pt ISSN: 2182-9519 ISSN (digital): 2182-8350 Évora 2015