Fascículo Futurismo

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HistĂłria

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A InfluĂŞncia da Vanguarda na Moda/Futurismo


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História A influência da Vanguarda na Moda é uma coleção de publicações realizada em nome da divulgação do Zuzu Angel Museu da Moda. Endereço: Jardim Europa, São Paulo. CEP: 03178-200 Telefone: (11) 324 28424394 www.zuzuangelmuseudamoda.com.br Diretor editorial: Mauro Hallal dos Anjos Editor executivo: Henrique Damasceno Bonini Produção editorial: Henrique Damasceno Bonini Diretor de produçaõ gráfica: Henrique Damasceno Bonini Revisão: Mauro Hallal dos Anjos Preparação de texto: Henrique Damasceno Bonini Diagramação: Henrique Damasceno Bonini Imagens e texto: wikipedia.com historiadasartes.com todamateria.com.br infoescola.com itaucultural.org.com.br defenestrando.wordpress.com futurismobbd.blogspot.com.br jornaldacidadeonline.com.br stylourbano.com.br google imagens Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commos Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. DAMASCENO BONINI, Henrique. Coleção A Influência da Vanguarda na Moda - Futurismo/ Henrique Damasceno Bonini: 2017. 66 pag.; 20x20cm. Orientador: Mauro Hallal dos Anjos Trabalho de Conclusão de Cruso (Técnico Integrado) - Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, 2017. 1. História. 2. Moda Futurista. 3. Curiosidades. I. DAMASCENO BONINI, Henrique. II. Instituto Federal Sul-Rio-Grandense. III. Coleção A Influência da Vanguarda na Moda - Futurismo. CDD 000.0

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A Influência da Vanguarda na Moda/Futurismo


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futurismo na moda Este é o fascículo “Futurismo”, da coleção “A Influência da Vanguarda na Moda”. Nele, você encontrará, brevemente, além da história do surgimento artístico, suas contribuições para o cenário da literatura, pintura, música, arquitetura, cinematografia e principalmente na moda; os principais precursores do movimento e como ele influenciou para a criação de um cenário revolucionário nas artes em que os adeptos rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Nele, também está contido informações sobre como esse movimento influenciou na moda, desde o surgimento ao dias atuais; biografia dos estilistas e suas coleções inspiradas no Futurismo.

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Surgimento Literatura Pintura Música Arquitetura

28. MODA FUTURISTA

sumário

8. HISTÓRIA

Space Age Estilistas e coleções

56. CURIOSIDADES Cinema Animação

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HISTÓRIA


Primeiro Manifesto Futurista “Nós cantaremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, pelo prazer, e pelo tumulto; nós cantaremos a canção das marés de revolução, multicoloridas e polifónicas nas modernas capitais; nós cantaremos o vibrante fervor noturno de arsenais e estaleiros em chamas com violentas luas elétricas; estações de trem cobiçosas que devoram serpentes emplumadas de fumaça; fábricas pendem em nuvens por linhas tortas de suas fumaças; pontes que transpõem rios, como ginastas gigantes, lampejando no sol com um brilho de facas; navios a vapor aventureiros que fungam o horizonte; locomotivas de peito largo cujas rodas atravessam os trilhos como o casco de enormes cavalos de aço freados por tubulações; e o vôo macio de aviões cujos propulsores tagarelam no vento como faixas e parecem aplaudir como um público entusiasmado." (Trecho do Manifesto Futurista de 1909)

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SURGIMENTO

“Velocidade de um automóvel” (1913) Giacomo Balla

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como surgiu? O

futurismo é um movimento artístico e literário , que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro, e influenciou a literatura, a pintura, a escultura, a música, etc. Ele faz parte das vanguardas artísticas europeias que despontaram no século XX.

O Manifesto Futurista deixou clara a rejeição dos futuristas ao passado e a destruição de tudo o que era velho e venerado, ascendendo espaço para o novo e o vital. Giacomo Balla (1871 – 1958), Carlo Carrà (1881 – 1966) e Umberto Boccioni (1882 – 916) estão entre os principais expoentes desse movimento, além de Gino Severini (1883 – 1966) e Luigi Russolo (1885 -1647).

Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Apresentava um novo tipo de beleza, baseado na velocidade e na elevação da violência.

futurismo no Brasil

No primeiro manifesto futurista de 1909, o slogan era Les mots en liberté (“Liberdade para as palavras”) e levava em consideração o design tipográfico da época, especialmente em jornais e na propaganda. Eles abandonavam toda distinção entre arte e design e abraçavam a propaganda como forma de comunicação. Foi um momento de exploração do lúdico, da linguagem vernácula, da quebra de hierarquia na tipografia tradicional, com uma predileção pelo uso de onomatopéias. Essas explorações tiveram grande repercussão no dadaísmo, no concretismo, na tipografia moderna, e no design gráfico pós-moderno. Repercutiu principalmente na França e na Itália, onde os artistas se identificavam com o fascismo.

O futurismo influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas, como Oswald de Andrade e Anita Malfatti, que tiveram contato com o Manifesto Futurista e com Marinetti em viagens à Europa já em 1912. Após uma interrupção forçada pela Grande Guerra, o contato foi retomado. Foi certamente uma das influências da Semana de Arte Moderna de 1922, e seus conceitos de desprezo o passado para criar o futuro e não à cópia e veneração pela originalidade caíram como uma luva no desejo dos jovens artistas de parar de copiar os modelos europeus e criar uma arte brasileira. Oswald , principalmente, percebeu que o Brasil e toda a sua diversidade cultural, desde as variadas culturas autóctones dos índios até à cultura negra, representavam uma vantagem e que com elas se podia construir uma identidade e renovar as letras e as artes.

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SURGIMENTO

Manifesto Futurista Filippo Tommaso Marinetti 20 de fevereiro de 1909, publicado no jornal francês Le Figaro. 1. Nós pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e a intrepidez. 2. Coragem, audácia, e revolta serão elementos essenciais da nossa poesia. 3. Desde então a literatura exaltou uma imobilidade pesarosa, êxtase e sono. Nós pretendemos exaltar a ação agressiva, uma insónia febril, o progresso do corredor, o salto mortal, o soco e tapa. 4. Nós afirmamos que a magnificiência do mundo foi enriquecida por uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida cuja capota é adornada com grandes canos, como serpentes de respirações explosivas de um carro bravejante que parece correr na metralha é mais bonito do que a Vitória da Samotrácia. 5. Nós queremos cantar hinos ao homem e à roda, que arremessa a lança de seu espírito sobre a Terra, ao longo de sua órbita. 6. O poeta deve esgotar a si mesmo com ardor, esplendor, e generosidade, para expandir o fervor entusiástico dos elementos primordiais. 7. Exceto na luta, não há beleza. Nenhum trabalho sem um caráter agressivo pode ser uma obra de arte. Poesia deve ser concebida como um ataque violento em forças desconhecidas, para reduzir e serem prostradas perante o homem. 8. Nós estamos no último promontório dos séculos!... Porque nós deveríamos olhar para trás, quando o que queremos é atravessar as portas misteriosas do Impossível? Tempo e Espaço morreram ontem. Nós já vivemos no absoluto, porque nós criamos a velocidade, eterna, omnipresente. 9. Nós glorificaremos a guerra — a única higiene militar, patriotismo, o gesto destrutivo daqueles que trazem a liberdade, ideias pelas quais vale a pena morrer, e o escarnecer da mulher. 10. Nós destruiremos os museus, bibliotecas, academias de todo tipo, lutaremos contra o moralismo, feminismo, toda cobardice oportunista ou utilitária. 11. Nós cantaremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, pelo prazer, e pelo tumulto; nós cantaremos a canção das marés de revolução, multicoloridas e polifónicas nas modernas capitais; nós cantaremos o vibrante fervor noturno de arsenais e estaleiros em chamas com violentas luas elétricas; estações de trem cobiçosas que devoram serpentes emplumadas de fumaça; fábricas pendem em nuvens por linhas tortas de suas fumaças; pontes que transpõem rios, como ginastas gigantes, lampejando no sol com um brilho de facas; navios a vapor aventureiros que fungam o horizonte; locomotivas de peito largo cujas rodas atravessam os trilhos como o casco de enormes cavalos de aço freados por tubulações; e o vôo macio de aviões cujos propulsores tagarelam no vento como faixas e parecem aplaudir como um público entusiasmado.

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Manifesto Futurista sta sto Futuri Manife futurista futurista

O Manifesto Futurista foi escrito pelo poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti, e publicado no jornal francês Le Figaro em 20 de fevereiro de 1909. Este manifesto marcou a fundação do futurismo, um dos primeiros movimentos da arte moderna. Consistia em 11 itens que proclamavam a ruptura com o passado e a identificação do homem com a máquina, a velocidade e o dinamismo do novo século.

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LITERATURA

literatura dinâmica O

s futuristas manifestavam o seu dinamismo e glorificação da máquina, no âmbito da literatura. Os manifestos traziam rompimento com a norma culta, com a gramática tradicional e apresentava versos livres. O uso de onomatopéias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) são uma característica presente nas poesias.

perturbadoras da arte moderna: o hibridismo, ou seja, a ausência de fronteiras visíveis entre a literatura e as artes-plásticas. Dadas às características, seria difícil classificar o texto futurista na divisão tradicional em prosa ou poesia. Não é poesia, porque rompe com o verso, seja metrificado ou livre e não é prosa, porque não apresentam frases, períodos, parágrafos.

Um dos manifestos futuristas, “Manifesto Técnico da Literatura Futurista”, propôs a “destruição da sintaxe”, a depreciação do adjetivo, advérbio e da pontuação. Por outro lado, apoiou a idéia de que os substantivos deveriam vir no texto ao acaso, conforme surgissem nos pensamentos e o emprego no verbo no infinitivo para dar sentido de continuidade. Houve também a substituição dos sinais tradicionais de pontuação por signos matemáticos e pelos sinais musicais.

Para os futuristas a palavra chave era o dinamismo, considerado uma força universal e que deveria estar presente em todas as artes, reunindo ao mesmo tempo os elementos som, luz e movimento. A expressão plástica que mais os caracteriza é a simultaneidade, ou seja, a multiplicidade de imagens reunidas em uma só obra. Naquele momento, a transgressão das regras alterava a visão da natureza. De fato, os futuristas expressam a violência e representam a dinâmica do teatro da nova vida e, para tanto, distorcem a imagem do espectador, reproduzindo nas suas obras, imagens sequenciadas como numa fita de cinema.

A literatura deveria conter, em sua forma e conteúdo, o dinamismo do capitalismo urbano e industrial. Daí, o uso fragmentado e telegráfico da linguagem verbal, tentando apresentar um ritmo mais acelerado e violento à leitura. Em seguida, Marinetti publicou o Manifesto na Itália, reuniu alguns artistas acadêmicos e com uma escrita não linear, começou a frequentar lugares públicos e fazer happening (acontecimentos, chegar junto ao seu receptor, ações performáticas, arte efêmera construída para àquela hora). Marinetti brincava com a visualidade das palavras e descontinuidade dava ideia de caos. A técnica torna o texto um aglomerado de palavras soltas e desconexas em que se quebra violentamente com a linearidade da língua, rompendo com o período canônico: sujeito, verbo e complemento. A ousadia não para por aí. Com a colocação de signos não-linguísticos, recortes de jornal, etc, o texto futurista configura uma das características mais

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As idéias futuristas chegaram ao Brasil através do escritor Oswald de Andrade em sua viagem à Europa. Contudo, Andrade teve contato com o Futurismo antes da adesão de Marinetti, principal divulgador dessa vanguarda, à ideologia fascista. Oswald é, portanto, o escritor responsável pela introdução do ideário futurista no Brasil, porém, com uma denotação mais suave do que o original europeu. Os principais expoentes desse período são Oswald de Andrade (escritor e dramaturgo brasileiro), Vladimir Maiakovski (poeta e dramaturgo russo), Filippo Tommaso Marinetti (escritor, editor e poeta italiano), Émile Verhaeren (poeta belga), Fernando Pessoa (poeta e escritor português) e Joan Salvat-Papasseit (poeta espanhol). A Influência da Vanguarda na Moda/Futurismo


ODE TRIUNFAL “Eia! eia! eia! Eia electricidade, nervos doentes da Matéria! Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente! Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez! Eia todo o passado dentro do presente! Eia todo o futuro já dentro de nós! eia! Eia! eia! eia! Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita! Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô! Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me. Engatam-me em todos os comboios. Içam-me em todos os cais. Giro dentro das hélices de todos os navios. Eia! eia-hô! eia! Eia! sou o calor mecânico e a electricidade! Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa! Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia! Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá! Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá! Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o! Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z! Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!” (Trecho Álvaro de Campos - Fernando Pessoa)

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PINTURA

“Dinamismo de um Cão na Coleira” (1912) Giacomo Balla Uma das mais impressionantes obras desse movimento artístico é Dinamismo de um cão na coleira de autoria (1912) de Giacomo Balla. Nela, Balla representa uma senhora passeando com seu cachorro onde é possível perceber uma espécie de close-up dos movimentos dos personagens. No quadro de formas simples e precisas, podem-se apreender as diversas pinceladas que dão a sensação de movimento das figuras. O cão assim como à senhora tem inúmeros traços, uns transparente e outros opacos, que compõem as patas, o rabo, a coleira e os pés criando uma magnífica expressão dinâmica do movimento.

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Giacomo Balla

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m dos expoentes do movimento futurista na Itália. Em sua obra o pintor italiano tenta endeusar os novos avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, embora sem chegar a uma total abstração. Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático. Em 1900, foi à Paris e teve contato com as obras impressionistas e neoimpressionistas e participou de várias exposições. Na volta a Roma, conheceu Marinetti, Boccioni e Severini. Um ano mais tarde, juntava-se a eles para assinar o Manifesto Técnico da Pintura Futurista. Preocupado, como seus companheiros, em encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, apresentou em 1912 seu primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão. Outro trabalho conhecido, é intitulado “Velocidade Abstrata + Som”. Em 1914, Balla também começou a esculpir, e no ano seguinte, criou a escultura conhecida, Punho de Boccioni. Em outubro de 1918, ele publicou o “Manifesto da Cor”, onde analisou o papel da cor na pintura de vanguarda. Durante a I Guerra Mundial, o estúdio dos Balla Tornou-se o ponto de encontro para jovens artistas. Até o final da guerra, o movimento futurista mostrou sinais de declínio.

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PINTURA

Umberto Boccioni P

intor e escultor italiano, o mais importante teórico e exponente do Futurismo. Sua obra se manteve sob a influência do cubismo, mas incorporando os conceitos de dinamismo e simultaneidade: formas e espaços que se movem ao mesmo tempo e em direções contrárias. Publicou o Manifesto Técnico da Pintura Futurista. Em 1912, participou da primeira exposição futurista. Suas obras ainda deixavam transparecer a preocupação do artista com os conceitos propostos pelo cubismo.

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Os retratos deformados pelas superposições de planos ainda não conseguiam expressar com clareza sua concepção teórica. Um ano mais tarde, com sua obra Dinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio de cores e planos desordenados, como num pseudofotograma. Durante a Primeira Guerra Mundial, o pintor se alistou como voluntário e ao voltar publicou o livro Pintura, Escultura Futurista, Dinamismo Plástico.

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“Dinamismo de um Ciclista” (1913) Umberto Boccioni

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PINTURA

“Dinâmica de um Automóvel” (1913) Luigi Russolo

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“O Cavaleiro Vermelho” (1913) Carlo Carrà

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Nas pinturas pinturas futuristas futuristas aparec aparec Nas tantes, formas formas geométricas, geométricas, so s tantes, do uso uso do do que que os os futuristas futuristas cha ch do uso desses desses recursos recursos pretendia pretendia d uso ca, ou ou seja, seja, oo objeto objeto em em ação. ação. A A ca, velocidade eram eram centrais centrais na na ee velocidade turistas não não estavam estavam interessa interessa turistas móvel em em suas suas pinturas, pinturas, porém porém móvel automóvel ee a a experiência experiência de de automóvel importante que que detalhar detalhar sua sua importante 22

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cem cores cores vibrantes vibrantes ee contrascontrascem sobreposição de imagens imagens além além obreposição de hamavam de linhas linhas de de força. força. O O amavam de dar ideia ideia de de uma uma cena cena dinâmidinâmidar A ideia ideia de de movimento movimento vigoroso vigoroso A a poética poética do do Futurismo. Futurismo. Os Os fufua ados em em representar representar um um autoautoados m representar representar oo movimento movimento do do m e sua sua aceleração. aceleração. Isso Isso era era mais mais a forma forma ou ou oo veículo veículo parado. parado. a 23


MÚSICA

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a arte dos ruídos

O

s futuristas introduziram os ruídos em suas composições, postas para acabar com as limitaçoes aos timbres e ruidos. O teórico, pintor e músico Russolo acreditava que a música tinha alcançado uma complexidade tão grande que ele concluiu que a incorporação do ruído como parte da língua musical era a etapa lógica seguinte, armado com esse tipo de idéias Russolo criou o manifesto a arte dos ruídos, falando sobre a incorporação de sons como estouros, explosões, sussurros, sons de materias como a madeira e o metal, vozes de animais e de homens, gritos, gemidos… Os ritmos que indicou eram infinitos, mas havia sempre um elemento rítmico preliminar a uma parte. Existiam outro ritmos perceptíveis, mas são secundários. Russolo e Piatti Futurist projetaram os instrumentos chamados “Intonarumori” com uma espécie de alavanca, que eram das classes dos sons e foram proje-

tados especialmente para desempenhos destes tipos de composições, com esse instrumento fez varios concertos. Luigi Russolo não era o primeiro futurista para criar um manifesto na música. O primeiro manifesto era o ‘Manifesto dos músicos Futuristas’ escritos em 1912 pelo compositor Balilla Pratella. com pontos como: “Os músicos devem abandonar os conservatórios e os academies e compôr seu trabalho em uma atmosfera da liberdade completa.”

Os músicos Futuristas acreditaram que antes de tudo a música deve expressar a alma da sociedade para que foi composta. Durante a volta do século, viram esta alma nos avanços tecnológicos novos do tempo: o automóvel, os trens, os navios, e aviões.

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ARQUITETURA

“Desenho em perspectiva de La Città Nuova” (1914) Antonio Sant’Elia

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um modelo anti-histórico

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arquitetura futurista refere-se a dois tipos de arquiteturas muito diferentes: é historicamente um estilo e pensamento arquitetônico pertencente ao movimento futurista italiano de 1910, mas de uma forma mais geral, é um projeto arquitetônico do século XIX e do século XX, cuja inspiração lembra elementos da ficção científica ou de naves espaciais, sem formar uma escola ou um pensamento específico. A influência futurista primeiro tomou forma na arquitetura do início do século XX como uma arquitetura anti-histórica, caracterizada por longas linhas horizontais que sugerem movimento, velocidade e urgência. Um culto da era da máquina e até mesmo uma glorificação da guerra e da violência estiveram entre os temas dos futuristas (vários futuristas proeminentes foram mortos depois de voluntariados para lutar na Primeira Guerra Mundial). A finalidade da arquitetura se volta para responder de forma técnica racional e funcional ao modo de vida de um tempo novo, que levou à construção exigências de maior pragmatismo (higiene, iluminação, saúde, ventilação, conforto), onde o interesse das massas se sobrepõe ao

interesse individual. A arquitetura voltada para o mundo urbano e industrial a utilização das modernas tecnologias construtivas e dos novos materiais (ferro, vidro e concreto armado), volumes arrojados, imaginativos e dinâmicos: movimento dado pelas linhas oblíquas ou elípticas e a aproximação de uma arquitetura funcionalista e racional pela abolição total da decoração. Os principais arquitetos dessa época são Antonio Sant’Elia, Angiolo Mazzoni, Auguste Perret, Eugène Freyssnet e Adolf Loos. A arquitetura futurista italiana se tornou um elemento institucional da Itália fascista, e como outros elementos governamentais, veio a desaparecer com o fim da Segunda Guerra Mundial. Após a Guerra, a escola de arquitetura futurista foi muito enfraquecida, mas se redefiniu a partir dos anos 50, graças ao entusiasmo com a Era Espacial, a corrida armamentista durante a Guerra Fria, a explosão da cultura do automóvel e, o mais novo material a chegar na casa de todos para facilitar o dia a dia, o plástico! A arquitetura futurista aqui, e até hoje, deixou de caracterizar um estilo, se tor-

nando um modelo livre e desinibido que pode ser interpretado de uma maneira diferente por cada arquiteto e por cada geração. Por exemplo, nos anos 50 e 60, os edifícios de arquitetura futurista eram comumente erguidos em grandes formas de concreto, curvas ou retas, que eram o grande destaque da obra, como podemos ver pelo edifício Copan em São Paulo, o Congresso Federal, a Catedral de Brasília e o prédio do Banco Central, em Brasília. Entre os anos 90 e atualmente, o destaque da arquitetura futurista é o vidro e o metal, revestindo prédios de todas as formas e tamanhos, refletindo a natureza e o dinamismo em sua volta, a exemplo do Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, em Dubai. A tendência atual na arquitetura futurista é a criação de projetos que visam a sustentabilidade em grandes cidades, com muita área verde e placas solares para geração de energia. Alguns dos arquitetos futuristas mais conhecidos são Oscar Niemeyer, Le Corbusier, William Pereira, Santiago Calatrava, César Pelli e Zaha Hadid.

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MODA FUTURISTA


A proposta de Balla “Nós devemos destruir a vestimenta tradicional, epidérmica, sem cor, funerária, decadente, chata e doente. (...) As ruas apinhadas, reuniões, teatros, cafés têm uma atmosfera de funeral porque as roupas refletem o miserável e grosseiro humor dos tradicionalistas de hoje. Nós queremos confortáveis e práticas roupas Futuristas, Dinâmicas, Agressivas, Espantosas, Desejadas, Violentas, Voadoras, Ágeis, Alegres, Iluminadas (para ter luz nos dias de chuva), Fosforescentes, Decoradas com lâmpadas elétricas...Como resultado teremos uma grande variedade de roupas mesmo numacidade onde a população tem a imaginação pobre...” (Giacomo Balla)

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SPACE AGE

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futurismo na futurismo na moda moda A

tecnologia estava mais ligada ao dinamismo do que a estética e a aparência de um mundo futuro. Para que houvesse importância para a moda, a tendência futurista teria que se aproximar mais do cotidiano da população. Foi o que aconteceu por volta dos anos 60. A ideia principal da moda futurista era criar roupas tal como seriam no futuro. As formas geométricas, linha pura, minimalismo, cores metálicas e intensa pesquisa de mátrias são características desta moda. Os principais precursores desse estilo foram os estilistas Pierre Cardin, André Courrègese e Paco Rabanne. Esse foi um período em que os designers, tanto de roupas e tecidos, comemoravam a modernidade e o progresso científico. Muitos estilistas dos anos 60 foram influenciados pelo espaço, mas o único que tinha uma visão forte sobre a relação entre o futuro e a moda, era justamente André Courrèges.

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SPACE AGE

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Andre Courrèges o percussor da moda futurista dos anos 60

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m dos pioneiros da moda futurista, o estilista francês Andre Courrèges também era engenheiro civil e tinha um fascínio com a ciência e tecnologia, e chamou seu estúdio de “laboratório secreto.” Além da moda, ele voltou suas energias para o design de robôs da Hitachi, patinetes motorizados da Honda e câmeras da Minolta. “Às vezes, um vestido não é capaz de comunicar todas as emoções que eu gostaria de transmitir”, disse ele. Nos anos 60, Courrèges foi um dos estilistas mais copiados do mundo, e junto com seus contemporâneos, Paco Rabanne, Rudi Gernreich e Pierre Cardin, Courrèges virou um dos ícones do que ficou conhecido como a era Space Age na moda. Depois de passar 10 anos trabalhando para a grife Cristóbal Balenciaga onde aprendeu sua abordagem inovadora em design, ele resolveu abriu sua grife em 1961 e se tornou um dos designers mais influentes dos anos sessenta pois da mesma forma que Mary Quant, lançou a minissaia para a mulheres, também lançou a “segunda pele” e

criou o estilo “Moongirl” com seu óculos de sol espacial e as botas Go-go que eram o símbolo do novo e do futurismo na moda. O nome Courrèges tem mantido a sua posição à frente do mundo da moda por quase 50 anos atraindo clientes jovens e ousadas. Brigitte Bardot, Catherine Deneuve, Audrey Hepburn e Jackie Kennedy estavam entre as musas que vestiam suas criações, como as famosas saias plásticas e minivestidos com recortes geométricos. Os seres humanos não pisaram na Lua até 1969, mas a sua chegada iminente e a exploração do espaço durante os anos 1960 contribuiu muito para uma nova maneira de interpretar e projetar moda. “O luxo nas roupas não faz sentido para mim. É algo que pertence ao passado. O meu problema não são os ricos bordados, o desperdício sem sentido, mas sim resolver problemas funcionais, tal como faz o engenheiro que projeta um avião, ou o homem que concebe um carro. Não há uma diferença real entre eles e eu..”

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SPACE AGE

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m suas coleções, Andre Courrèges utilizava chiffon, musselina, tweed, rendas de algodão, gabardine e lã macia mas uma de suas primeiras inovações foi começar a usar tecidos alternativos e futuristas, incluindo PVC, vinil, borracha e plástico. O ano de 1964 foi marcado pelo estilo “Moongirl” criado por Courrèges, e a Vogue descreveu sua coleção de primavera da seguinte forma: “Courrèges sonha claramente com festas na lua“. Suas saias e vestidos curtos com formas geométricas serviram de referência para a moda espacial dos anos 60/70. As botas de bico quadrado branco viraram hit internacional. A abordagem visionária da moda por Courrèges foi representada por linhas geométricas minimalistas, utilizando menos decorações e ornamentações quanto possível. A moda de Courrèges enfatizou materiais sintéticos tecnologicamente avançados, como o brilhante PVC, acrílicos de fácil manutenção e poliéster. O estilista costumava rebater seus críticos dizendo: “Eu fiz as mulheres ficarem vinte anos mais jovens sem o uso de um bisturi”

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SPACE AGE

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coleção Space Age revelou roupas com formas minimalistas e arquitetônicas feitas em cores vívidas de rosa, laranja, vermelho, verde e azul marinho misturadas com preto, bege, prata e branco. Os acessórios foram feitas para acentuar o design das roupas com grandes óculos de sol brancos, tênis, botas, óculos de proteção de acrílico, luvas e capacete em forma de chapéus.

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pelo menos na moda, 38

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o futuro jรก comeรงou!


ESTILISTAS E COLEÇÕES

louis vuitton N

icolas Ghesquière nasceu em Comines, ao norte da França, em 1971. Seu pai era um professor de natação (o que explica seu amor por esportes, que sempre influencia suas criações) e sua mãe adorava moda. Aos 15 anos, iniciou sua carreira na área de moda através de diversos programas de estágio. Após completar seus estudos, começou a trabalhar como assistente de design de Jean Paul Gaultier, em 1991. Em 1995, entrou para a Balenciaga, onde foi nomeado diretor criativo em 1997. Foi rapidamente aclamado por suas silhuetas esculpidas e futuristas e pelo estilo “parisian chic”. Durante três temporadas, trabalhou para diferentes empresas, inclusive para a Maison Callaghan, com sede na Itália. Mas sua chegada na grife não foi tão glamurosa assim. Ele trabalhava numa divisão da marca para o Japão, onde desenhava roupas para funerais. Só em 1997 que Nicolas foi nomeado diretor criativo da marca. E desde então começou a apresentar coleções que faziam cada vez

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mais sucesso com o público e com a crítica. Em outubro de 2001, recebeu o prêmio de “Designer Internacional” da CFDA. Em 2006, foi eleito pela Times Magazine como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Em 2007, recebeu o título de “Chevalier des Arts et des Lettres” (Cavaleiro das Artes e das Letras) do governo francês. Ele é considerado um dos estilistas mais intrigantes de sua geração e é amplamente reconhecido por lançar tendências que ressoam por todo o mundo.

NICOLAS NA LOUIS VUITTON Em 5 de novembro de 2013, Nicolas Ghesquière entrou para o Grupo LVMH, onde foi nomeado Diretor Artístico das Coleções Femininas da Louis Vuitton. Em novembro de 2014, um ano depois de sua chegada à Louis Vuitton, recebeu o prêmio Fashion Innovator do ano outorgado pelo Wall Street Journal e, em dezembro, recebeu o British Fashion Award como melhor estilista internacional do ano.

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Nicolas Ghesquière Nicolas Ghesquière 41


ESTILISTAS E COLEÇÕES

urbanismo futurista A

vitalidade, energia, multiculturalismo, liberdade, clima futurista e romantismo do país também se fazem presente na criação de Nicolas. Na passarela, destaque para os vestidos de silhueta aerodinâmica, estampa de listras que alongam a silhueta, saias bordadas e confeccionadas à maneira de uma toalha de praia, e para os thongs modernos e sneakers de neoprene que fazem referência a uma heroína em constantemente em movimento. Looks inspirados na arquitetura de Niemeyer e na natureza do Rio de Janeiro, rica por suas cores. O trabalho do arquiteto brasileiro esteve presente de diferentes formas - nos decotes, recortes e comprimentos enviesados. A alegria das roupas coloridas, seus babados e recortes ganharam um contraponto com os coturnos “de verão” (que continuam a ideia do modelo da temporada passada, e as sandálias-bota. Os acessórios foram um espetáculo à parte. Bolsas ultracoloridas entraram em cena nos mais variados formatos. A boombox bag em formato de rádio pode tocar música de verdade, via bluetooth!

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cruise Coleção primavera/verão Louis Vuitton 2017

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ESTILISTAS E COLEÇÕES

Karl Lagerfeld Karl Lagerfeld 44

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chanel K

arl Otto Lagerfeld, é um designer de moda alemão, artista e fotógrafo baseado em Paris. Ele é o Designer Chefe e Diretor Criativo da grife Chanel, bem como a casa de moda italiana Fendi e sua própria casa de moda homônima. Nasceu em 10 de setembro de 1933, em Hamburgo. É filho de Christian Lagerfeld, esmpresário sueco que introduziu o leite condensado na Alemanha. Desde cedo fascinado pela moda, depois de frequentar uma escola privada, Lagerfeld terminou o ensino secundário no Lycée Montaigne, em Paris, onde se formou em desenho e história. Em 1953, Karl foi para Paris e não demorou para chamar atenção. Rapidamente, ele ganhou o primeiro prêmio do Secretariado Nacional da Lã, organizado pelo Woolmark. Depois Pierre Balmain o contratou como assistente, em 1962.

No ano seguinte, ele criou e assinou uma linha de roupas e acessórios para a Chloé, grife na qual el trabalhou e fez muito sucesso por 20 anos. Em 1983, Karl foi nomeado diretor artístico da maison Chanel, onde dispõe de plenos poderes. No ano seguinte, cria sua própria grife de prêt-à-porter homônima. Em 1991, a Chloé solicita seus serviços já que não vai nada bem desde sua saída. Em 1998, Karl Lagerfeld desenvolve mais um de seus talentos, a fotografia, e abre sua própria galeria em Paris. Em 2004, assina uma coleção de 30 peças para a H&M que é vendida em somente algumas horas. Em 2007, ele criou K by Karl, uma linha urbana e chique, mais acessível.

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ESTILISTAS E COLEÇÕES

ready to wear Coleção outono/inverno Chanel 2017/2018

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a influência dos anos 60

A

Chanel durante a semana de moda de Paris, se superou mais uma vez na apresentação do inverno 2017/18 da maison. Karl Lagerfeld buscou inspirações na corrida especial da década de 60. O kaiser transformou o Grand Palais em uma base espacial com direito a um foguete em tamanho real, com 35 metros de altura, estilizado com logotipo da marca e instalado no centro da locação. A grife foi dominada pela estética futurista dos anos 1960. Tailleurs em linhas retas dividiram a cena com bermudas, tubinhos de tricôs e macacões pied-de-coq. Destaque para as meias-calças bordadas com brilhos e as botas de glitter, vestidos e moletons com estampa de astronautas e muitos looks prateadose furta-cor. Tanto nos homens quanto nas mulheres, a nova bolsa-sensação da marca, a Gabrielle, dominou a plateia que suspiraram pela bolsinha em formato de foguete.

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ESTILISTAS E COLEÇÕES

issey miyake Y

oshiyuki Miyamae tinha 17 anos quando assistiu, pela primeira vez, a um desfile de moda. A marca em questão? “Issey Miyake”, relembra o japonês, hoje com 41 anos, sentado no QG da mesma grife, localizadono bairro de Shibuya, região nobre de Tóquio. “Naquele momento, me dei conta de que, assim como as artes plásticas e a música, a moda podia emocionar as pessoas. A partir daí, decidi que iria trabalhar nesse universo.” Seu primeiro emprego foi justamente na Issey Miyake, depois de estudar moda na Bunka Fashion College, referência internacional na área. Uma década depois de ingressar na empresa, veio o convite: aos 35 anos, ele assumiria a linha feminina da grife que revolucionou a moda com seus emblemáticos plissados. Criada nos anos 70 por Miyake, a marca logo conquistou as passarelas parisienses - e, na década de 80, o mundo. No verão de 2012, Miyamae encarou o desafio de fazer seu primeiro desfile

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na capital francesa, após a saída de Dai Fujiwara, que estava na direção criativa desde 2007 - o fundador deixou o posto no fim dos anos 90 para se dedicar a outras labels e projetos criativos da empresa. “Foi um momento difícil. Como dar continuidade a um trabalho tão potente e ainda conseguir deixar a minha marca?” A resposta veio depois de muita pesquisa e não poderia ser mais certeira: uma inovação na tecnologia têxtil, chamada baked Stretch. Com esta técnica, uma cola termo-reativa especial (que parece a tinta puff) é primeiramente estampada sobre o tecido de poliéster que depois é colocado dentro de uma estufa aquecida. A cola se expande sob a alta temperatura, moldando assim a dobra no tecido, pressionando permanentemente a roupa e manter a sua forma fluída. Com esse processo térmico, é possível criar curvas e ondas, e não apenas o plissado tradicional, presente em inúmeras marcas mundo afora, mas com um design futurista.

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Yoshiyuki Miyamae Yoshiyuki Miyamae 49


ESTILISTAS E COLEÇÕES

moda homogênea P

ara a coleção do inverno 2017/18, é plissada do início ao fim, como é a marca registrada da grife. Apresentada na semana de moda de Paris, Miyamae inspirou-se nas luzes da aurora boreal. Os tecidos mudam de tom em suas dobraduras conforme a roupa se movimenta, refletindo o verde, o azul e o vermelho típicos do fenômeno natural observado pelo estilista na Noruega, no início de 2016. “Minha inspiração sempre nasce a partir da natureza”, conta. Issey Miyake apostou em brilho furta-cor em vestidos e conjuntos megacoloridos para seu inverno 2018. As formas não-óbvias das peças, além do efeito ilusão de ótica criado pela estampa, complementa a vibe “Jetsons”! “Admiro grifes que se reinventam a cada temporada. Mas o meu desafio é outro: é fazer uma moda homogênea, criando peças que resistam ao tempo e à sazonalidade”, define. Em resumo, são roupas práticas e divertidas que não ocupam espaço nas malas de viagem nem precisam ser passadas ou lavadas com cuidado.

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aurora borealis Coleção outono/inverno Issey Miayke 2017

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ESTILISTAS E COLEÇÕES

Alexander Mcquen Alexander Mcquen 52

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mcqueen A

lexander McQueen, nasceu em Londres em 17 de março de 1969. Ele deixou a escola aos 16 anos e começou a brilhar em 1994, ano em que concluiu o mestrado na badalada Central Saint Martins College of Art and Design. Criou sua própria etiqueta, em 1992, e garantiu uma vaga na sala de Louise Wilson, a famosa professora da Saint Martins, conhecida por farejar talentos como ninguém. No desfile de formatura, conquistou outra expert: Isabela Blow, então editora da revista Tatler, comprou todas as peças e rebatizou o estilista. Alexander McQueen é conhecido por sua força emocional e pelo uso de matérias-primas energéticas, bem como a natureza romântica. Integral à cultura, McQueen é a justaposição entre os elementos contrastantes: a fragilidade e a força, tradição e modernidade, fluidez e intensidade. As coleções de Alexander combinam conhecimento profundo e trabalho de alfaiataria britânica sob medida, o fino acabamento dos atelier franceses de alta costura e o acabamento impecável da fabricação italiana.

Em menos de 10 anos McQueen se tornou um dos estilistas mais respeitados do mundo. Em outubro de 1996, foi nomeado Designer Chefe do francês Givenchy, onde trabalhou até março de 2001. Em dezembro de 2000, 51% de Alexander McQueen foi adquirida pelo Grupo Gucci, onde permaneceu Director Criativo. Os seguintes prémios reconheceram Alexandre McQueen realizações na moda: Designer britânico do ano de 1996, 1997, 2001 e 2003, a International Designer do Ano pelo Conselho da Fashion Designer of America (CFDA), em 2003, mais um comandante Os britânicos do Empireï (CBE) pela Rainha de Inglaterra em 2003, GQ Designer Masculina do Ano em 2007. McQueen se suicidou em 11 de fevereiro de 2010. Segundo informaçoes ele sofria de uma forte pressão no trabalho e estava passando por grande depressão devido a morte de sua mãe. O estilista tinha um histórico de ansiedade e insônia e havia tentado se suicidar outras vezes.

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ESTILISTAS E COLEÇÕES

plato’s atlantis Coleção primavera/verão Alexandre Mcqueen 2010

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o futurismo de mcqueen A

moda é tudo sobre renovação, Alexander McQueen nos lembrou em seu desfile de moda

Intitulado “Atlântida de Platão”, a apresentação abriu com um vídeo de uma mulher nua que se contorcia na areia com cobras. Dois braços robóticos com câmeras de vídeo deslizaram para cima e para baixo da pista de decolagem, girando como cobras, transmitindo o show ao vivo no site do designer. O desfile abriu com vestidos de seda com padrões reptilianos em tons de verde, marrom e ouro. Abas grandes dobradas nos ombros e ao redor dos quadris. As jóias de turquesa bordadas em cintura e em colarinho de turquesa pareciam escamas. Botas botas de salto alto em pérolas de ouro com as plataformas mais extremas invadiram o desfile. Os vestidos de couro cinza e preto pareciam de borracha - mais futuristas do que o couro de aparência vintage. As modelas usavam máscaras emplastradas na ponte de seus narizes e suas têmporas, dando-lhes perfis angulares e alienígenas.

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CURIOSIDADES

Histรณria

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A sensibilidade futurista nas telas Em relação as demais expressões artísticas, a aproximação à cinematografia foi tardia, mais de sete anos separam o primeiro manifesto do Futurismo (1909) de um interesse declarado pelo cinema (1916). A partir daí, o cinema é visto como a nova forma de expressão artística que atenderia à necessidade de uma expressividade plural e múltipla; Um instrumento a serviço da velocidade da vida moderna e da alogicidade, característica do “viver futurista”, exaltando, na nova arte, o jogo de decomposição/recomposição da realidade. Os filmes futuristas deviam representar a simultaneidade (sucessão rápida das imagens), a sugestividade musical (polifonia), a libertação da lógica, os “dramas geométricos”, a “sensibilidade numérica”, o drama de objetos dotados de vida, com o objetivo de conseguir metaforizar os “estados d’alma”. Teve como obra considerada a representante legítima do movimento, pois realizada pelo grupo de Filippo Marinetti, Vita Futurista (rodada em Florença em setembro de 1916).

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CINEMA

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2001 - Uma Odisséia no Espaço 2

001 - Uma Odisseia no Espaço no Brasil é um filme anglo-americano de 1968 dirigido e produzido por Stanley Kubrick, co-escrito por Kubrick e Arthur C. Clarke e baseado no livro homônimo do próprio Arthur. O filme lida com os elementos temáticos da evolução humana, existencialismo, tecnologia, inteligência artificial e vida extraterrestre. É notável por seu realismo científico, efeitos especiais pioneiros, imagens ambíguas que são abertas a ponto de se aproximarem do surrealismo, som no lugar de técnicas narrativas tradicionais e o uso mínimo de diálogo. O filme é memorável por sua trilha sonora, resultado da associação feita por Kubrick entre o movimento de satélites e os dançarinos de valsas, o que o levou a usar a valsa Danúbio Azul, de Johann Strauss II, e o famoso poema sinfônico de Richard Strauss, Also sprach Zarathustra, para mostrar a evolução filosófica do Homem, teorizado no trabalho de Friedrich Nietzsche de mesmo nome.

Desde a “Aurora do Homem” (a pré-história), um misterioso monolito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada à Júpiter para investigar o enigmático monolito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes. Apesar de ter sido recebido inicialmente de forma mista, 2001: A Space Odyssey é atualmente reconhecido pela crítica e pelo público como um dos maiores e mais influentes filmes já feitos. Foi indicado a quatro Oscars nas categorias melhor diretor, melhor direção de arte, melhores efeitos visuais e melhor roteiro original (foi nomeado na categoria de melhor roteiro original, apesar de ser adaptado do livro homônimo de Arthur C. Clarke), recebendo um por melhores efeitos visuais. Em 1991, foi considerado “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante” pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para ser preservado no National Film Registry.

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ANIMAÇÃO

O

s Jetsons é uma série animada de televisão produzida pela Hanna-Barbera, exibida originalmente entre 1962 e 1963. Mais tarde a série foi relançada com novos episódios produzidos entre 1984 e 1987. Tendo como tema a “Era Espacial”, a série introduziu no imaginário da maioria das pessoas o que seria o futuro da Humanidade: carros voadores, cidades suspensas, trabalho automatizado, toda sorte de aparelhos eletrodomésticos e de entretenimento, robôs como criados, e tudo que dá para se imaginar do futuro. Os Jetsons são uma família residente em Orbit City. A arquitetura da cidade segue o estilo Googie, com todas as casas e empresas suspensas sobre o chão e com colunas ajustáveis. George Jetson mora com a família num apartamento panorâmico: sua esposa Jane é dona-de-casa e eles tem dois filhos: a adolescente Judy que frequenta a Escola Secundária Orbit, e o menino de seis anos de idade Elroy, que estuda na Little Dipper School. A empregada doméstica é a robô Rosie, que cuida da limpeza e outras tarefas que usualmente são feitas a partir de apertos em incontáveis botões. A família tem um cão chamado Astro, com um sotaque que muda as consoantes das palavras para som de “R”, como um rosnado. George Jetson é um empregado típico de sua era: sua jornada é reduzida (1 hora por dia, 2 dias por semana). Seu patrão é Cosmo Spacely, o baixote e irritadiço proprietário da Spacely Space Sprockets. Spacely tem um competidor, Sr. Cogswell, proprietário da companhia rival Cogswell Cogs (algumas vezes referida como Cosmic Cogs). Jetson vai ao trabalho num carro aéreo (que lembra um disco voador com uma bolha transparente acoplada). A vida é bastante preguiçosa e com muito lazer, auxiliada por numerosos aparelhos que ocasionalmente dão defeito com resultados humorísticos. Apesar disso, todos reclamam de esgotamento do trabalho e dificuldades em viver com algumas inconveniências que permaneceram.

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Histรณria

zuzu angel Museu da Moda

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Instituto Federal Sul-rio-Grandense - Campus Pelotas Curso Técnico em Comunicação Visual - Turma CVI8M Trabalho acadêmico desenvolvido no período 2017/1 para a disciplina de Projeto Editorial, ministrada por Mauro Hallal dos Anjos Impressão a laser Gráfica: Graphos Cópias Rua Gonçalves Chaves, 659 (Galeria Antunes Maciel) Centro, Pelotas/RS Tel.: 53 3227 1702 Capa: Papel Sulfite 300g/m² Guarda e seção: Papel laminado Seção: Papel Acetato Miolo: Papel couchê fosco 115g/m² Tipografias utilizadas: Títulos e subtítulos: Myanmar text e Gilroy Corpo de texto: Nunito Henrique Damasceno Bonini boninidb97@gmail.com

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HistĂłria

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