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SUPLEMENTO ESPECIAL
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EXEMPLAR CORTESIA
Uma nova Cidade Com novos investimentos no setor portuário, expansão da construção civil, crescimento da oferta de serviços e a adoção de novos hábitos e costumes, Santos se reinventa e assume cada vez mais sua condição de cidade cosmopolita.
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Economia
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fortalecida Santos vive uma situação econômica estável graças ao Porto, "coração financeiro" do município. Processo começou no século 19 Santos chega ao seu 467° aniversário desfrutando de um momento de revigoração. Há anos, a cidade não vislumbrava um cenário econômico tão favorável, com a chegada de novas empresas e empreendimentos, além da perspectiva de outras ações e iniciativas que enchem os olhos até dos mais céticos. E de alguma forma, isto acaba se refletindo aos seus moradores. Santos hoje é a 17ª cidade mais rica do País, tem um Produto Interno Bruto, PIB - soma de todas as riquezas produzidas no município - que chegou a R$ 27,6 bilhões em 2010 e tem apenas 5% de desempregados na sua população. Mas, tudo isso só se tornou possível graças ao Porto de Santos, que pode ser considerado o "coração econômico" do Município, a mola propulsora de toda essa economia. Nas últimas décadas, a Cidade tem se aproveitado de tudo que o seu complexo portuário tem criado para alcançar bons resultados econômicos. E isso só foi possível graças a uma escolha feita décadas atrás, segundo o historiador José Dionísio de Almeida. "Na segunda metade do século XIX, o governo Provinciano decidiu que o Porto de Santos seria o responsável por exportar a produção de café. Antes da construção do Porto que conhecemos hoje, haviam apenas 18 trapiches para atracação", conta. Com a construção do Porto, surgiu a estrada de ferro São Paulo Railway, inaugurada em 1867. "Desta forma a cidade se transformou, pois as cargas de café chegavam bem mais rápido aqui, já que antes eram transportadas em lombos de burros", destaca. A partir daí, o cenário santista começou a mudar. Até 1880, Santos tinha 10 mil habitantes. No início do século passado, passou para 20 mil. Já em 1915, esse número alcançou os 80 mil. E não parou de crescer até a década de 1980. De lá para cá, houve um período de estagnação, até pelo fato de, no início
da década de 1990, a cidade ter perdido o território de Bertioga e economia do País vivia um período recessivo. A falta de espaços físicos na parte insular também contribuiu para a estabilidade no crescimento da população.
Economia Segundo dados do Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (Nese), da Universidade Santa Cecília, em dezembro do ano passado, 43,02% dos moradores de Santos estavam empregados. O coordenador de pesquisas do instituto, Jorge Manuel de Souza Ferreira, explica que a Cidade vive um momento estável na questão econômica e que o perfil socioeconômico de Santos não apresentou grandes mudanças nos últimos anos. "O município tem um grande setor que acaba impulsionando toda a economia, que é o portuário. O movimento de importação e exportação envolve o ICMS, por exemplo. São esses fatores que, somados, resultam em um PIB invejável. Isso também faz a cidade ser a protagonista na região. O seu produto interno bruto é quatro vezes maior que o da segunda colocada na Baixada, que é Cubatão", afirma. Manuel ressalta que mesmo não sendo forte no município, o setor industrial também tem uma participação relevante, gerando mais de R$ 3 bilhões por ano. Outro fator interessante é o fato de Santos ser estruturada e oferecer serviços não só aos seus moradores, mas à Região Metropolitana. "A parte médica se destaca na questão de serviços, pois aqui há hospitais de referência, consultórios médicos e universidades. Todos esses fatores incrementam a economia. Soma-se a isso a chegada das empresas de telemarketing, que tem participação menor no cenário econômico, pois oferecem empregos, mas com remuneração baixa". Mas faltam profissionais da área de Tecnologia da Informação. Os desafios que Santos enfrentará para se manter no papel de destaque na área econômica na próxima década, de acordo com o especialista, passam por três áreas. "Pelo cenário atual, é perceptível que a questão do petróleo e gás influenciará, mas isso dependerá de vários investimentos e a 'coisa' não aconteceu ainda. É preciso trabalhar a ocupação da Área Continental para atrair mais empresas, além da questão turística, setor de muito potencial", conclui.
ENFOQUE JORNAL E EDITORA LTDA.: Avenida Pedro Lessa, 3076 - cj. 81- CEP 11025.002 - Santos (SP) - PABX: (13) 3238-3380 - www.enfoquecom.com.br. Pauta e Edição:Humberto Challoub (Mtb 17.645); Revisão: Fernando De Maria (Mtb 21.123); Reportagem e Textos: Nara Assunção, Douglas Luan e Cris Challoub; Arte: Ronaldo Malacarne, Bruno Yego e Bruno Rodrigues; Tiragem 40 mil exemplares; Impressão: Empresa Folha da Manhã SA (Folha de SP). O Suplemento Especial Santos 467 é uma publicação do Jornal Boqnews (Registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica de Santos sob o nº 00000087946). PABX: (13) 3238-3380. www.boqnews.com, e-mail: redacao@boqnews.com. Departamento Comercial: comercial@boqnews.com. Foto da capa: Nara Assunção. Integrante da edição 928 do jornal Boqnews. Distribuição gratuita.
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Pensamento
santista Confira qual a opinião dos santistas em relação a diversos temas sociais e de interesse coletivo, segundo pesquisa Enfoque/Boqnews O que os moradores da Cidade pensam sobre a liberaçãoda maconha ou a volta dos bingos? Será que os menores que cometem crimes deveriam receber a mesma pena que os maiores de 18 anos? A cidade é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo? Será que as avenidas da praia deveriam ser liberadas para atividades para os pedestres aos domingos? E as feiras-livres deveriam continuar funcionando em avenidas? Perguntas como estas foram realizadas durante o segundo semestre de 2012 para os moradores da Cidade. A cada pesquisa eleitoral - realizada pela Enfoque/Boqnews perguntas para diagnosticar o perfil dos santistas foram elaboradas. Ao todo, 1.200 pessoas foram en-
trevistadas por pesquisa. Em uma cidade que vive grande desenvolvimento econômico e que apresenta um dos maiores índices de idosos, proporcionalmente (19% pessoas com mais de 60 anos, segundo números da fundação Seade), alguns temas ainda geram polêmica. As pessoas se dividem, principalmente entre esta faixa etária e a de jovens entre 16 e 24 anos (que são aproximadamente 13% da população). A divisão começa com a discussão da união homossexual, onde 36% da população total se manifesta contrária e 33% a favor, um ver-
1.200 moradores de Santos foram entrevistados em cada pesquisa Enfoque/ Boqnews. Margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos.
dadeiro empate técnico. Neste quesito, as mulheres aparecem mais abertas, com 42% delas a favor da união. Entre os homens, o percentual cai para 23%. E como é de se esperar, 48,1% dos mais jovens (de 16 a 24 anos) são a favor, contra apenas 17,7% das pessoas com mais de 69 anos. Outro tema que chama atenção é a liberação ou não do comércio da maconha. Ao todo, 73% dos santistas se dizem contrários. Sendo que as mulheres são mais conservadoras: apenas 14% são a favor contra 19% dos homens. Mais uma vez os jovens (de 16 a 24 anos) aparecem mais liberais, com 33% deles a favor. Porcentagem que cai para 3,7% entre as pessoas com mais de 69 anos. Quando o tema é a liberação dos bingos, os santistas também se dividem, sendo que 39,7% são a favor e 39,1% contra. Os jovens (de 16 a 24 anos), neste caso, estão na faixa etária mais contrária à volta dos bingos, totalizando 43,7%. Já grande parte das pessoas com mais de 69 anos são favoráveis, com 48,4%. Confira os resultados mais detalhados e os resultados das outras perguntas nos quadros ao lado.
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Santos terá que superar inúmeros desafios para garantir a qualidade de vida da população, especialmente na área da saúde, considerada prioritária pela população Pesquisa realizada pela Enfoque/ Jornal Boqnews em dezembro passado, com mais de 1.200 santistas mostrou que a área que o atual prefeito deve priorizar em seu mandato é a saúde. Nos últimos levantamentos realizados, o tema sempre aparece como o principal. Ou seja: entra governo, sai governo, o problema permanece: falta de vagas para internação, demora para a marcação de consulta e, como foi exposto mais recentemente pelo vereador Evaldo Stanislau (PT), que fez uma vistoria nas Unidades de Saúde do Município, a má condição estrutural dos equipamentos. Com o município vivendo um momento de expansão, é preciso se atentar a este detalhe e buscar soluções criativas para solucionar esse problema, que não atinge somente os santistas. E o caminho pode não ser tão complexo quanto parece. Segundo a professora Laura Camargo Macruz Feuerwerker, da Faculdade de Saúde Pública da USP,
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Cidade enfrenta desafios NARA ASSUNÇÃO/ARQUIVO
não precisam mais da consluta. Não deve ser por ordem de inscrição. O que tem que acontecer é uma análise de prioridades para fazer o atendimento correto", opina. "Se não for mexer na gestão, o problema será como um saco sem fundo", completa.
Problemas Pessoas aguardam atendimento nos corredores do Pronto Socorro Central: humanização pode ser o caminho para melhorar sistema
Emergência
31 é o número de Unidades Básicas de Saúde existentes em Santos
resolver a questão dos problemas no atendimento passa, principalmente, pela mudança na gestão dos funcionários. "É claro que o problema é complexo, mas uma primeira questão que deve ser levada em conta é a maneira como os governos encaram a gestão da saúde. Isso deve ser repensado". Ela conta que a emissão de de-
cretos ou outros documentos que "regram" a forma com o serviço deve ser prestado não funcionam. "É importante ampliar a capacidade de escuta do sistema. Quando analisamos a questão a fundo, vemos que o problema não se resolve só com consulta. Na hora que o gestor está em uma sala com o usuário é difícil aplicar algum tipo de regra pré-estabelecida".
A professora destaca que o investimento em outras formas de diálogo com os usuários dos sistemas públicos é "interessante". "Os municípios que conseguiram fazer isso apresentam números importanes. O sistema de filas nas unidades não basta. Se for analisar, existem pessoas que estão duas vezes nesta fila aguardando atendimento, outras já
Educação requer investimentos Em Santos, a educação aparece como a segunda principal prioridade da população, com 21,9%, segundo a pesquisa Enfoque/ Boqnews. Área que deve realmente ser prioridade de todos os governos, pois é a base da transformação social. Atualmente, a Cidade conta com aproximadamente 40 mil alunos na rede municipal de ensino, incluindo os estudantes de entidades conveniadas. O número não teve mudanças significativas nos últimos anos. Diferente do orçamento da Cidade destinado para a área, que sofreu mudanças significativas nos últimos anos, aumentando de R$ 128,9 milhões, em 2004, para R$ 381,2 milhões neste ano.
A valorização dos professores e a melhoria da infraestrutura das unidades de ensino também aparecem no rol de desafios. A Prefeitura já deu início ao programa de reforma de 81 prédios escolares. Batizada de Escola Nota 10, a iniciativa vai atender todas as 81 unidades da rede municipal no decorrer deste ano. As intervenções são feitas com base no relatório apresentado pelas diretorias das escolas. Simultaneamente aos reparos emergenciais, uma equipe técnica vistoria os imóveis para mapear os problemas. Já foi detectado, por exemplo, a importância de reformar 16 cozinhas, que estão em condições ruins.
Outra mudança na Cidade foram as instalações das universidades públicas, como a Unifesp (federal) e USP (estadual). A expectativa é que a Cidade passe a abrigar mais cursos. A criação do Parque Tecnológico de Santos, que começa a sair do papel, deve mudar o cenário, trazendo inovação. Empresas e universidades estarão juntas no desenvolvimento científico. No início do mês, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia em exercício, Luiz Carlos Quadrelli, entregou ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa o diploma de credenciamento definitivo do parque santista.
Para Laura, que também desenvolveu trabalhos no Ministério da Saúde, as cidades que apresentaram melhores índices de atendimento investiram na humanização e no vínculo com os usuários. Outra questão importante é a falta de profissionais e especialistas no mercado. A especialista acredita que a aceitação de diplomas de Medicina de outros países, como Bolívia e Cuba, pode ser um caminho. Mas, a regionalização e o aumento ao acesso à faculdade podem ser estratégias mais interessantes. "Hoje quem está se formando não tem interesse em trabalhar na rede pública. Mas vemos nas faculdades que os cotistas têm atitudes diferentes, se interessam. A questão é abrir o acesso às diversas camadas sociais, além de regionalizar o atendimento. São caminhos interessantes", concluiu. RÊ SARMENTO/SECOM-PMS
Escola Nota 10 Projeto reformará 81 prédios escolares de Santos para melhor atender os alunos
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A utilização de transporte coletivo de qualidade é uma das saídas para melhorar a mobilidade urbana e evitar a ocorrência constante de congestionamentos Ficar parado no trânsito em horários comuns virou rotina dos munícipes. Além do trânsito, outra reclamação é a falta de locais para estacionar os veículos já que a Cidade está saturada. Segundo o Detran, Santos é a cidade da Baixada Santista que teve o maior crescimento da frota. O número de veículos no Município, em 2011, era pouco mais de 277 mil. Em 2012, chegou a 287.755 (+ 3,6%). O engenheiro civil e mecânico, Áureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo, brinca que a única forma de minimizar a saturação é não comprando mais carros. Porém, a brincadeira tem um fundo de verdade, já que o engenheiro acredita que a saída para melhorar o trânsito seja o uso do transporte coletivo. “Os santistas costumam usar carro para tudo. Precisa existir uma mudança de paradigma”. Para este costume mudar é preciso que o transporte coletivo seja mais confortável em variadas perspectivas. “Para estimular o uso dos ônibus, os trajetos devem ser cômodos para o cidadão santista, onde ele possa chegar de forma confortável ao seu destino”, sugere. Na quarta-feira (23), o prefeito Paulo Alexandre Barbosa determinou o fim da dupla função dos motoristas das linhas municipais de ônibus e a elaboração do Plano de Melhorias do Transporte (PMT), que inclui cronograma com prazos para renovação da frota, instalação de ar condicionado nos ônibus, piso baixo para facilitar o acesso nos coletivos e sistema sonoro para deficientes visuais. As medidas entram em vigor a partir do próximo dia 23 de abril.
VLT A implantação do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), na visão do engenheiro, também auxiliará a fluidez do trânsito. “O dia que o VLT entrar em funcionamento as pessoas vão pensar ‘porque não fizeram isso antes?”. Figueiredo afirma que rodízio de carros é paliativo e apenas incentiva as pessoas a comprarem mais veículos.
Bike Santos Em funcionamento há pouco mais de dois meses, o projeto que aluga bicicletas, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), já tem cerca de 19.500 cadastrados. Por ser quase no mesmo nível, Santos é uma cidade favorável ao uso de bicicletas e, por isso, este meio de transporte deveria ser mais utilizados pelos munícipes. “Por ter a ciclovia, ele estará evitando o estresse do trânsito”. Quem ainda não se cadastrou, pode se inscrever pelo site www.bikesantos.com.
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Espaço à mobilidade
FOTOS NARA ASSUNÇÃO
287mil é o número de carros registrados no Município, segundo relatório do Detran, perfazendo a impressionante média de um veículo para cada 1,5 habitante
Contraste no setor habitacional
7,7 mil novas unidades foram lançadas em Santos entre 2009 e 2012
O cenário da foto ao lado - da Vila Santa Casa vizinha a um empreendimento novo, à Avenida Senador Feijó, na Encruzilhada - registra bem o contraste que a Cidade vive. Em pleno desenvolvimento vertical, com grandes empreendimentos imobiliários, ainda é possível encontrar locais com situações precárias.Os exemplos do contraste habitacional não ficam restritos a este local. As famosas e antigas palafitas, localizadas na Vila Gilda, sem qualquer tratamento de esgoto, também fazem parte desta realidade. Além dos cortiços, na Vila Nova/ Paquetá, que abrigam famílias sem estrutura ou higiene, e dos barracos nos morros e outras regiões periféricas, como a Vila Alemoa e Pantanal I e II. A Cidade já possui projetos para resolver os problemas. No caso dos cortiços, existe o Alegra Centro Habitação, iniciado em 2010, mas que ainda não mostrou resultados satisfatórios. O programa prevê incentivo fiscal para a realização de patrocínio na reabilitação de imóveis de uso residencial plurihabitacional precários, para pessoa física ou jurídica inscrita no Município, tais como isenção parcial sobre o IPTU e também do ISS Imposto Sobre Serviço. A prefeitura iniciou na sexta-feira (14) a etapa de macrodrenagem da Zona Noroeste, com o lançamento de licitação internacional para obras no Jardim Rádio Clube, Jardim Castelo e Saboó. Desde o lançamento, o programa já entregou 1.240 moradias na Zona
Noroeste e morros. Estão em construção mais 680 unidades na Caneleira e há projeto para atender quase 8 mil famílias, promovendo a consolidação de casas que estão na parte firme do dique da Vila Gilda.
Verticalização Em contrapartida, a Cidade vê cada vez mais empreendimentos de grande porte serem lançados. Realidade que está presente em quase todos os bairros da Cidade e já chegou à Zona Noroeste e morros. As novas construções afetam não só a paisagem da Cidade, mas toda a estrutura urbana. Com a aprovação do novo Plano Diretor da Cidade em 2011, algumas mudanças para a construção de novos empreendimentos entraram em vigor. No início deste ano, a lei que estabelece a obrigatoriedade da apresentação de Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) para novos empreendimentos e atividades portuárias e retroportuárias desconformes foi sancionada. A mesma legislação também criou o Atestado de Conformidade de Infraestrutura Urbana e Ambiental. O EIV – previsto no Estatuto da Cidade e no Plano Diretor do município – é um conjunto de estudos e informações relacionadas à identificação, avaliação, prevenção, minimização e compensação dos impactos na vizinhança de um empreendimento ou atividade.
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Desafios
ambientais Principais problemas que precisam de soluções soluções são a destinação correta dos resíduos sólidos e a questão da balneabilidade das praias
O primeiro mês do ano está terminando e as bandeiras, que indicam a balneabilidade das praias, ainda não ficaram verdes. Segundo dados da Cetesb, todas as praias de Santos até o momento estiveram impróprias para banho. O problema não é atual e o motivo que leva a este cenário não é único. De acordo com pesquisa da engenheira civil e coordenadora do Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da Unisanta, Alexandra Sampaio, entre os fatores que mais contribuem para a con-
taminação de origem fecal das praias podem-se enumerar as fontes pontuais e difusas. Variam do lançamento de efluentes domésticos existentes sem tratamento adequado, ligações clandestinas de esgoto na rede de águas pluviais, o descarte de fezes de animais nas vias públicas e nos canais de drenagem que em períodos de chuva contaminam as águas dos canais e, em seguida, atingem os caminhos de água naturais como as praias e os canais estuarinos da região.
No ano passado, em mais da metade do tempo (57,2%) a praia da Ponta da Praia esteve imprópria. Embaré foi o segundo pior ponto, com 48% do tempo com a bandeira vermelha. Na sequência, apareceram a Aparecida (44,2%), Boqueirão (42,3%), e José Menino, trecho da Rua Frederico Ozanan (38,4%). Com menor tempo imprópria apareceram o Gonzaga e a Pompéia, ambos com 32,7%.
nal de Resíduos Sólidos, até 2014, o Brasil ficará proibido de colocar em aterros sanitários qualquer tipo de resíduo que seja passível de reciclagem ou reutilização. Os municípios, então, têm apenas um ano para se adequar à legislação. O problema da geração de resíduos é mundial. De acordo com o programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), todos os anos as cidades geram 1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos. O município produziu, em 2011 Resíduos sólidos De acordo com Plano Nacio- (dados mais recentes), 184.621 to-
neladas de resíduos domiciliares, uma média de duas toneladas por habitante (cerca de 5,5 quilos/dia). Já, a coleta seletiva, realizada pela Prodesan sob gerência da Secretaria de Meio Ambiente, bateu recorde em 2012, com o recolhimento de 5.634,71 toneladas de materiais recicláveis. No período foi registrado aumento de 27% em relação ao ano anterior, número ainda reduzido em uma cidade que possui coleta dos resíduos reciclados uma vez por semana em cada bairro (www.santos.sp.gov.br/ meioambiente).
Cidade investe no setor de hotelaria Os sete quilometros de praia tornam Santos uma cidade bastante atraente para passar férias ou apenas descontrair no final de semana. As atrações, pontos turísticos e hotelaria também fazem parte deste cenário. Infraestrutura sofisticada nos hotéis não falta, mas ainda existem carências a serem corrigidas. Segundo o turismólogo Diego Brígido, a recepção ainda é a grande falha. “Existe amadorismo na região. Há mãode-obra pouco qualificada, mas também tem comodismo”, reconhece Brígido. “A palavrachave é a hospitalidade. A gente precisa, sem dúvida, capacitar a mão-de-obra”. Para este resultado ser satisfatório é necessário interesse do empresário em habilitar seus funcionários e, consequentemente, dedicação do funcionário ao ampliar seus conhecimentos. No próximo ano, o Brasil será sede da Copa do Mundo e estes
jogos criam expectativas ao mercado hoteleiro já que devem atrair um grande número de estrangeiros a Santos. Para uma boa recepção é indispensável funcionários que sejam, no mínimo, bilíngues. “A língua inglesa não é mais diferencial, mas obrigatória. Se o turista estrangeiro liga, o atendente precisa se comunicar com o cliente caso contrário não haverá reservas”, respalda. O empresariado que ainda não fez este investimento tem um pouco mais de um ano para correr atrás e oferecer este benefício para evitar prejuízos, conforme ele. Atualmente, o município conta com 22 hotéis, contabilizando aproximadamente 3 mil leitos. Segundo informações da Secretaria de Turismo, com os novos empreendimentos realizados por empresários locais e de redes internacionais, há a previsão de chegar a quase 5 mil leitos nos próximos anos.
Empresarial
Muito mais exigente, o turista de negócios gasta três vezes mais do que o de lazer até porque quem banca as despesas é a empresa. Na Cidade, já existem hotéis focados neste público que requer infraestrutura especial com espaço para grandes eventos. “O serviço é diferente, pois precisa ter contato com uma gama de empresas que aluguem cadeiras, telões, equipamentos próprios para congressos e convenções”, ressalta o turismólogo. A hotelaria
de Santos, segundo Brígido, está bem adaptada a clientes deste porte, mas há muito o que melhorar. “O turista, ao procurar um serviço de hospedagem, quer qualidade, mas precisamos dar a ele excelência”, ressalta.
22 é a quantidade de hoteis em Santos, que oferecem aproximadamente 3 mil leitos. Previsão é que - com os oito novos empreendimentos a serem lançados nos próximos dois anos - os leitos cheguem a quase 5 mil
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Santos chega aos seus 467 anos em ummomentodemudançaetransformação. O que o sr. vislumbra para a Cidade nos próximos anos? Quais os desafios desta década?
Esse momento que a cidade está vivendo deve resultar, especialmente, em uma ampla transformação para os santistas. Esse é o grande desafio: transformar esse momento em oportunidade para cada morador. Santos vai passar por um grande ciclo de desenvolvimento e as pessoas têm que crescer junto com a cidade, para que a gente possa ter a melhora na qualidade de vida, melhores indicadores sociais, para que a gente tenha uma Cidade melhor para se viver. Esse é o grande objetivo. Reverter tudo isso em benefício à população santista. Se o sr pudesse dar um presente de aniversário para Santos, qual seria?
Um sonho é que as pessoas tenham oportunidades. Essa é uma questão importante. Todos buscam oportunidades em uma educação melhor para os seus filhos, oportunidades de emprego, de realizar os seus sonhos e o administrador público tem que trabalhar para que as pessoas consigam ser felizes e realizar os seus sonhos. E esse é o meu objetivo aqui à frente da prefeitura: quero que Santos seja uma cidade melhor para se viver, recheada de oportunidades para os santistas. No seu discurso de posse, o sr. destacou que a palavra oportunidade seria a tônica do seu governo e que isso se daria por meio da educação. O que o sr. já começa a pensareplanejarnaáreadaeducaçãopara que isso se torne realidade?
Na educação, nós vamos fazer um grande esforço desde a creche até a universidade para que a gente possa dar oportunidade desde cedo para as crianças. Nós temos algumas regiões da Cidade onde precisamos ampliar o atendimento em creches e isso será feito. Principalmente na Zona Noroeste e nos morros, que são as regiões que concentram a maior demanda. E o grande desafio hoje da educação, do ponto de vista quantitativo, foi vencido nos últimos anos, que é a questão do acesso ao ensino. O grande desafio para os próximos anos - que não é de um governo, mas de uma geração - é o da qualidade da educação. Precisamos oferecer isso às nossas crianças e aos nossos jovens. Mas isso passa pela qualificação dos professores, melhoria do ambiente da escola, condições de infraestrutura e nós vamos cuidar para que isso possa acontecer no Município, também nos níveis técnico e tecnológico, dentro da perspectiva do pré-sal e do porto. E incluir também as universidades públicas. Nos primeiros dias de governo, recebi o reitor da USP para tratar justamente da ampliação dos cursos e aumento do número de vagas. Essa questão é uma das nossas prioridades. Santostemmudadoesseperfilnaárea educacional: com o número de vagas nas universidadesemascensão,tornou-seum poloeducacional,atraindojovensdeoutras regiões. Como fazer a cidade aproveitar o atual momento?
Quando os grandes investidores decidem um local onde vão se instalar, um dos primeiros pontos levados em consideração é a questão da qualificação naquela re-
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Esse é o grande desafio: transformar esse momento em oportunidade para cada um dos santistas. Santos vai passar por um ciclo de desenvolvimento e as pessoas têm que crescer junto com a Cidade
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gião, de mão-de-obra qualificada para o desenvolvimento das atividades econômicas. Certamente a ampliação da USP em Santos vai atrair novos investimentos e colocará a Cidade em um outro patamar. Então, ela será estratégica. Por isso, fiz todo o esforço quando fui secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado e agora tenho a possibilidade de, como prefeito, efetivar a instalação da USP na Cidade. Estamos trabalhando para ampliar a oferta de cursos, que tenham relação com a vocação econômica da região. E quando falamos da qualidade da educação nos ensinos básico, fundamental e no médio, esforçando-se em busca dessa melhoria, isso acabará impactando no ensino superior, pois, com isso, você consegue ampliar a presença de jovens santistas em universidades pública de São Paulo, como a USP, por exemplo. Esse é um dos nossos objetivos e será o que vamos fazer. Dar ao santista a possibilidade de estudar naquela que é a melhor universidade da América Latina. E o que a gente começou a fazer, já neste início de mandato, é exatamente colocar em prática os conceitos que defendemos durante a campanha: um governo de parceria. Já recebi na Prefeitura o reitor da USP, o secretário de Estado de Turismo, o ministro dos Portos, uma parceria importante com os governos do estado e federal para que a cidade possa avançar. Esse é o nosso objetivo (N.da Redação - O prefeito também já teve audiências com os secretários de Estado da Habitação e Segurança Pública, além do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, CBF). Estamos colocando em prática os conceitos que acredito serem imprescindíveis para a administração da Cidade. Santos é uma das cidades que tem grandepotencialparasersubsededaCopa do Mundo. Os grandes eventos estão se aproximando e o perfil do turista também temmudado.DequeformaaCidadeestáse preparando?
Esse é um grande desafio, pois o turismo tem um papel relevante
o
no desenvolvimento da Cidade e da região e vem crescendo. Vamos prepará-la não só para este momento da Copa, mas para que esses benefícios não sejam de passagem, mas permanentes. Que os equipamentos aos quais ela vai obter possam qualificar a cidade para o santista depois da Copa. Que estes benefícios possam se consolidar para depois desse evento esportivo, não só durante ele. Nós já estamos trabalhando. O governador liberou R$ 32 milhões do Dade, principalmente para as estâncias balneárias, justamente para que a gente possa fazer melhorias nos nossos equipamentos turísticos, construir novos. Vamos aplicar esses recursos com responsabilidade e eficiência para termos ganhos importantes para o turismo. Nós temos programas importantes que a Secretaria de Turismo vai desenvolver para a qualificação, inclusive o de preparar a população e não só a mão-deobra para receber o turista. Como, por exemplo, curso de línguas para os taxistas e pessoas que atendem nos restaurantes. De nossa parte, vamos fazer todo o esforço para trazer uma seleção para ficar sediada aqui. Esse é o objetivo principal deste encontro com a CBF, que tem a possibilidade de estreitar o contato com as confederações internacionais. Essa é uma meta colocada e que será perseguida diariamente com a
minha participação direta. Vamos fazer uma grande mobilização na Cidade junto com o Comitê PróCopa. O futebol é a grande paixão nacional e Santos tem uma imensa tradição. Envolveremos o SantosFC, que tem um equipamento importante, que é o CT Rei Pelé, o (Santos e Região Convention & Visitors) Bureau e todos os atores envolvidos. É o trabalho da prefeitura em parceria com todos para conseguirmos atrair uma seleção para cá. A questão do trânsito é um desafio. Com uma malha viária limitada e o número deveículoscadavezmaiornaCidade,o que já começou a ser planejado, em conjunto com a CET, para melhorar essa questão?
Esse é um desafio muito importante. Nós temos algumas medidas que já estão sendo tomadas no que diz respeito à melhoria do trânsito. O fim da dupla função (nos ônibus municipais), que é uma decisão já tomada. (N. da Redação - na última quarta (23), o prefeito anunciou o fim da dupla função do motorista. A empresa concessionária deverá implantar mais postos de vendas de cartões, entre outras medidas, no prazo de 90 dias). Nós vamos acabar com o dinheiro no ônibus e melhorar o trânsito, pois à medida que o motorista é obrigado a fazer a cobrança o coletivo fica parado e os carros ficam parados logo atrás. Isso vai acabar.
Ofimdaduplafunçãoimplicanavoltados cobradoresouserátrabalhadaumaampliação no acesso das pessoas ao cartão transporte?
Hoje, a questão do retorno dos cobradores tem um impacto bastante significativo na tarifa. Isso é indesejável para a Prefeitura e para a população, porque já temos uma tarifa bastante significativa. Nosso conceito é reduzir custos e minimizar o impacto no bolso da população. Então, isso vai na contramão daquilo que adotamos como filosofia. Do ponto de vista do fim da dupla função, a ideia discutida é sistematizar processos, promover a informatização e aumentar o número de pessoas. Discutimos essa proposta tecnicamente com a Viação (Piracicabana, concessionária responsável pelo transporte público em Santos). Do outro lado, na questão do trânsito, o que vai mudar o padrão do transporte público na Cidade será o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Nós estamos discutindo com o Governo do Estado, acompanhando esse processo, para agilizar a sua implantação. Nós já temos uma licitação que foi concluída, com contrato assinado e ordem de serviço dada. Conversei com o secretário (de Transportes Metropolitanos) sobre isso, o material rodante do VLT que já está sendo produzido. Nós temos a licitação da obra física, que já está em andamento e uma terceira licitação, que é a dos sistemas, também está em fase conclusiva. Então, o VLT é um projeto que vai proporcionar um transporte público mais eficiente e econômico, com muita qua-
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NARA ASSUNÇÃO
ENTREVISTA COM...
Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos
Cidade com mais
oportunidades Menos de um mês após assumir o cargo de prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa já começa a encarar os desafios de gerir uma das principais cidades do País. Nesta entrevista, ele destaca as metas que seu governo pretende perseguir para superar os desafios da década, além de demonstrar o amor pelo Município DOUGLAS L UAN DA REDAÇÃO
lidade para a população. Com redução no tempo da viagem e ar condicionado. Será um outro padrão que a população santista merece, além de melhorar sensivelmente a questão do trânsito na Cidade. O senhor participou do processo de implantaçãodoVLTsejacomodeputadoestadual ou como secretário. Pelo que tem acompanhado,acreditaqueomodalestarárodando?A população tem até certo descrédito em relação a isso...
E com razão. Eu estou me apropriando das informações e dos projetos técnicos que existem na Prefeitura, mas o que posso garantir é que vamos trabalhar muito por isso. Fui eleito para governar a cidade nos próximos quatro anos e, durante este período, nós não vamos poupar esforços para que o VLT esteja em pleno funcionamento. É um desejo, um sonho que nós temos e que vamos lutar para colocar em prática. OcontratocomaPiracicabanaterminano próximoanoeaempresa,contratualmente,tem a preferência para negociar a renovação. NestecurtoperíodoqueestáàfrentedaPrefeitura, aempresajásemanifestousobrealgo,comoo reajuste da tarifa?
No nosso governo quem tem preferência é a população. Vamos ver aquilo que for melhor em termos de transporte. Então, a empresa será, por meio dos termos da lei, cobrada para oferecer um serviço de qualidade à população. Vamos fazer todo o esforço neste sentido. E não existe possibilidade de discussão de
qualqauer questão. Obviamente existe um contrato que tem que ser cumprido mas, antes de mudança na tarifa, vamos discutir a questão da melhoria da qualidade do transporte público. Então, essa é uma questão que antecede a discussão tarifária. Não se discute tarifa enquanto não se discutir o fim da dupla função e melhorias efetivas no transporte público. Uma das bandeiras que osr.defendeu em campanha foi a redução da desigualdade social. Santos tem algumas áreas de extrema pobreza, como oscortiços,naVila Nova/Paquetá, e as palafitas. Que estratégias pretende tomar para solucionar essa questão?
O prefeito é o prefeito de toda a cidade, mas existem algumas regiões de Santos que concentram os santistas que têm maior necessidade. Eu não tenho dúvida ao afirmar que estes santistas se encontram, principalmente, em quatro regiões da cidade: Zona Noroeste, Morros, Área Continental e a região central, que engloba a Bacia do Mercado. Vamos fazer um grande esforço, principalmente naquela região. Nosso intuito é promover uma grande revitalização, requalificação daquele espaço. Temos ali próximo a futura sede da nova Fatec, na Hospedaria dos Imigrantes, e isso vai contribuir para revitalizar aquele espaço e a prefeitura terá um projeto neste sentido. Vamos ampliar o escopo
do projeto Porto-Valongo para que ele possa atender também o Paquetá e a região central como um todo. É um projeto importante, mas que pode ser aperfeiçoado e ampliado e é isso que vamos fazer, para que a gente tenha um resgate nesta região como um todo. Existe a questão da população de rua também, que acaba sendo encontrada naquela região. No primeiro dia de governo, nós criamos uma Coordenação para a População de Rua e essa coordenadoria vai ter o objetivo de criar um Plano Municipal para a população de rua para que a gente possa ter uma política pública muito bem definida em relação ao que se pretende. Não só de tirar a população da rua, mas de dar oportunidade para que eles não retornem às ruas. Isso passa pela definição destas novas políticas e de equipamentos que iremos construir. E isso já está sendo feito. Foi uma das primeiras medidas que tomamos à frente da prefeitura. A Enfoque/Jornal Boqnews fez um levantamento em dezembro com 1.200 santistas que apontou que a área que o senhordevepriorizaremseumandatoéasaúde.Encaraessecomoumdosprincipaisdesafiosdoseugoverno?
Sem dúvida. Nós temos a questão da melhoria do atendimento à saúde. Isso passa pela valorização dos servidores que trabalham nesta área e da melhoria da infraestrutura dos equipamentos de saúde. Nós
Santos é a cidade mais linda do mundo. Mas um lugar que eu gosto muito é o Monte Serrat, porque você tem a possibilidade, do alto do morro, de contemplar todas as belezas da nossa Cidade
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temos muito a avançar nesta área. O desafio é enorme, mas nós vamos fazer essas intervenções nos prontos-socorros, nas Unidades Básicas de Saúde, para que o santista possa ter um lugar melhor e mais humanizado para ser atendido. Esse vai ser nosso objetivo central. Em relação ao Hospital dos Estivadores, nós estamos fazendo uma avaliação do projeto tecnicamente, principalmente porque o processo licitatório foi dividido e isso pode influenciar na questão do atendimento. Por isso, estamos fazendo uma análise com as secretarias de Saúde e de Obras para que a gente possa, com muita responsabilidade, tomar uma decisão sobre quando e como vamos entregar esse hospital para a população santista. Duranteacampanha,osr.assinouum compromisso com a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. Neste sentido, precisa apresentar o Diagnóstico e o Plano de Metas em até 90 dias após a data da posse. Como está este processo?
Já está em andamento. Nosso governo está focado em algumas premissas que são importantes. A questão da eficiência, das metas e dos resultados. Tanto que criamos um espaço neste governo especificamente para isso, que é a Secretaria de Comunicação e Resultados, que terá o objetivo de monitorar os resultados de todo o governo. Acho que esta é uma medida importante que vai melhorar a eficiência da máquina e também para que nós consigamos colocar nossas ideias em prática e analisar os resultados. Tivemos logo no segundo dia de governo a primeira reunião com os secretários e a determinação foi exatamente essa: elaboração deste plano de metas do governo em todas as áreas. Em qual situção financeira o sr. recebeuaPrefeitura.Osnúmerososurpreenderam?
O desafio da gestão dos municípios é enorme, até porque os municípios acabam ficando com
uma parcela enorme dos financiamentos, em áreas como saúde e educação, tem o seu orçamento comprometido, na maior parte, com a folha de pagamento e o custeio da máquina, tendo pouco recurso para realizar os investimentos necessários. Santos não foge a esta regra. A cidade tem uma capacidade de investimento de pouco mais de 5% do seu orçamento, o que é pouco. Nós queremos ampliar a capacidade de investimento e honrar os compromissos assumidos. Para isso, fomos obrigados a tomar uma série de medidas para diminuir o custeio, enxugar a máquina. Nós não criamos cargos, buscamos reduzir despesas com decretos que foram colocados. A questão das despesas com pessoal, que impacta direto na questão do orçamento, subiu, neste ano, 22.5% . E isso nos obriga a tomar algumas medidas de contenção, até para que possamos cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Tomamos medidas de austeridade para que o município possa honrar seus compromissos. Estamos reavaliando as questões dos contratos e serviços terceirizados da prefeitura, a locação de imóveis, fazendo uma análise de otimização de ocupação dos mesmos para que a gente possa devolver alguns que estão locados para reduzir os custos. O nosso princípio básico é gastar menos com a máquina e mais com o cidadão. O objetivo destas ações e do programa Eficiência Total, implantado na sua gestão, é aumentar a capacidade de investimentodo Município?
Sim e dar respostas mais rápidas ao munícipe. Cada secretaria, dentro do programa de Eficiência Total, tem um gestor de redução de despesas, indicado pelo próprio secretário da pasta. Esse gestor será responsável por reduzir as despesas: água, luz, telefone, materiais, despesas do dia a dia. Para que a gente possa dar exemplo, reduzindo custos e aumentando a capacidade de investimento. Nasuaopinião,qualolugarmaisrepresentativodaCidade?
É difícil escolher um ponto, porque Santos é a cidade mais linda do mundo. Mas um lugar que eu gosto muito é o Monte Serrat, pois você tem a possibilidade, do alto do morro, de contemplar todas as belezas da nossa Cidade. É um lugar onde eu me sinto muito feliz em estar. Qual mensagem o sr .deixa para a populaçãodeSantosnesteaniversáriode467 anos ?
Quero parabenizar Santos por seus 467 anos de uma linda e rica história, construída com muito esforço e dedicação pelos santistas que aqui vivem e por aqueles que estão espalhados pelo mundo inteiro. É um orgulho enorme poder governá-la neste período e vou me esforçar para oferecer uma Cidade bem melhor para todos os santistas. Esse é o nosso objetivo, é o que vamos fazer por todos os santistas.
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Importância
DIVULGAÇÃO/CODESP
reconhecida O coração eonômico de Santos é o Porto. É por conta dele que o município pode celebrar o bom momento econômico. Mas, junto com os benefícios, surgem os problemas Otimizar a relação Porto-cidade, fazendo com que o impacto das atividades portuárias seja menor na vida dos santistas é o grande desafio das administrações públicas, tanto da Codesp, estatal responsável por administrar o complexo portuário santista, quanto para as empresas e a Prefeitura nos próximos anos. A expectativa do diretor presidente da Codesp, Renato Barco, é que o Porto de Santos atinja, em 2012, um total de 103 milhões de toneladas de cargas movimentadas, um crescimento da ordem de 6% em relação ao registrado em 2011 (97.170.308 t). Quanto ao resultado financeiro, Barco projeta fechar o ano com um lucro líquido de R$ 83 milhões - os números do ano passado ainda não foram fechados. A companhia gerou 162 postos de trabalho no último ano. Os desafios caminham em paralelo com o crescimento constante do complexo. Em razão disto, em 2005 o governo municipal criou uma pasta para gerir a relação Porto-Cidade: a Secretaria de Assuntos Portuários e Marítimos. Nos primeiros oito anos, o comando do órgão foi de Sérgio Aquino. Agora, a responsabilidade é de José Eduardo Lopes. "Às vezes, é difícil distinguir se Santos tem um Porto ou se o Porto tem uma cidade", diz o secretário, fazendo uma alusão ao tamanho da complexidade da questão. "Os dois fatores são complexos e, numa ilha, reunimos
duas questões importantes", completa. Assim, o secretário destaca que, às vezes, a cidade não se apercebe da importância que o Porto tem para o município. "Estamos vivendo um momento intenso, com a chegada de grandes empreendimentos, como a BTP, o terminal da Embraport, as obras no Outeirinhos e o fim da dragagem. Temos que estar preparados para isso", reforça. A polêmica MP 595 - que altera a relação de trabalho nos portos - traz intranquilidade para os portuários na visão de Lopes. "Talvez ela não foi adequada da melhor forma. Se fosse, não receberia mais de 600 emendas. A própria edição da medida pode prejudicar a Cidade, causar a perda de cargas. Somos sensíveis a tudo que cerca a cidade". A relação com os trabalhadores vem sendo intensificada. "Estou fazendo várias visitas in loco para entender as operações, procurando fomentar soluções boas para a cidade e o complexo portuário". O grande desafio dos próximos anos, na visão do secretário, é melhorar a questão dos acessos. "Implementar totalmente a perimetral é um desafio para o ordenamento e a segurança do tráfego". A conclusão do projeto Porto-Valongo, ampliando-o para outras regiões, como a Vila Nova e o Paquetá também estão entre as metas. Enfim, muito trabalho para que o gigante portuário continue trabalhando e impulsionando a economia da Cidade.
Grandiosidade Centenas de navios atracam por mês no Porto de Santos, trazendo e levando as riquezas que impulsionam o País
40 mil
Portuários buscam
valorização
Na segunda, dia 28, é
pessoas trabalham hoje no celebrado o Dia do Portuário. A data foi instituída há Porto de Santos, direta ou 204 anos, quando Dom indiretamente, número que João VI editou uma carta inclui os trabalhadores avulsos régia abrindo os portos brasileiros para o comércio ligados ao OGMO e os que têm exterior. Assim, caia por tercarteira assinada. O complexo ra o pacto colonial assinado portuário santista, o maior da entre Brasil e Portugal. Passados mais de dois séculos América Latina, possui 14 deste marco no setor portuquilômetros de extensão e foi ário, os estivadores, que viresponsável por 26,1% do vem o dia a dia dos portos e movimento da balança comercial são as formiguinhas que comandam a movimentação debrasileira em outubro do ano fendem mais valorização, mesmo passado com a chegada da tecnologia e da edição da Medida Provisória 595. Álvaro de Souza Neto tem 41 anos e trabalha no cais há 21 anos. Pertence a uma família tradicional-
mente portuária: o avô e o pai sempre desempenharam a função de estivador. "É um trabalho muito interessante, diferente. Ter acesso aos navios, algo que muita gente tem curiosidade", afirma. Mas o trabalho não é composto somente por momentos felizes. "Há o sacrifício. É sofrido por não ser tão reconhecido como deveria. Somos nós quem movimentamos as cargas". Na visão dele, do alto da propriedade de quem tem uma vida ligada ao Porto, é preciso valorizar o trabalhador. "Há gente que trabalha com medo do que pode acontecer, mas temos carteira assinada, há leis que nos protegem. Com a chegada da tecnologia, muita coisa mudou, temos perdido cada vez mais espaços. Mas pedimos valorização, pois trabalhamos para empresas que não têm lucros pequenos", ressalta, revelando todo o carinho que tem pelo local onde trabalha. "Admiro o Porto porque sei tudo o que ele representa para a Cidade. Ele é um ícone, com certeza. Os próprios moradores deveriam valorizar mais, pois a comida que ele tem na mesa passa por lá, o eletrodoméstico que o vendedor comercializará também chega pelo cais", aponta, em tom de desabafo. Hoje, mais de 40 mil pessoas trabalham na área do portuária, de forma direta ou não.
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Rua do Comércio
Ícones
Bike Santos Programa que faz sucesso em diversas cidades do Brasil e no mundo, o Bike Santos consiste no aluguel de bicicletas públicas, desde que o usuário esteja previamente cadastrado. Ao chegar no local, basta ligar para um número ou acessar um aplicativo com um smartphone ou tablet e solicitar a liberação da magrela. Em pouco tempo, o serviço fez sucesso e caiu no gosto de moradores e turistas, que tem aproveitado para passear pela cidade e aproveitar os mais de 30 quilômetros de ciclovias - que se tornaram outro ícone do Município -, principalmente as que estão na orla da praia.
santistas
Quando começou? Novembro de 2011
Santos apresenta diversos pontos importantes, com atrações que vão desde o Centro Histórico até a orla da praia. Confira alguns dos marcos e ações que simbolizam o novo momento vivido pela Cidade
Orquidário e Aquário Emissário O Orquidário está localizado em uma área de mais de 24 mil metros quadrados e ainda possui coleção com mais de 2 mil plantas. Quem visita o parque pode conhecer cerca de 400 animais, de 100 diferentes espécies entre répteis, aves e mamíferos que vivem em um ambiente semelhante à da Mata Atlântica. Passou por ampla reforma recentemente, que durou mais de dois anos. Já o Aquário conta com 31 tanques de água doce e salgada, onde vivem cerca de 250 espécies diferentes da fauna aquática, com mais de 2 mil animais. Modernizado recentemente, o equipamento é o segundo parque público do Estado que mais recebe visitantes.
O Emissário Submarino foi inaugurado em 21 de julho de 1978. Sua construção passou a ser necessária para melhorar as condições sanitárias e a balneabilidade das praias. Depois de uma intensa batalha jurídica, a Prefeitura conseguiu autorização da Justiça para reformar o local e instalar diversos equipamentos públicos no local. É lá onde esta´instalada, desde 2010, a escultura de Tomie Ohtake, referência na cidade.
Quando começou? Orquidário: 11/11/1945 Aquário: 02/02/1945
Quando começou? Reforma entregue em janeiro de 2009
Por meio do programa Alegra Centro, criado pela Prefeitura de Santos e que visa o desenvolvimento socioeconômico com isenções fiscais, vias do Centro Histórico, como a XV de Novembro e a Rua do Comércio, passaram por uma verdadeira transformação. Hoje, são conhecidas como polos com várias opções gastronômicas, além das famosas baladas, que reúnem milhares de pessoas todos os finais de semana. Quando começou? 2003
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ANDERSO N BIANCHI/S ECOM-PM S
ESPORTES A Arena Santos é um dos mais modernos espaços para a prática esportiva. Localizada na Vila Mathias, está apta a sediar competições de nível internacional e nacional. No primeiro ano foi a casa do time de Futsal do Santos FC. Partidas em competições estaduais e nacionais puderam ser acompanhadas de perto pelo público santista, que lotava a arquibancada. Atualmente, funciona principalmente como base de treinamento para as equipes que representam a Cidade em diversos campeonatos de diferentes modalidades, como judô, basquete e vôlei. O estacionamento do local é - há dois anos - palco para a tradicional Festa Inverno, ao longo do mês de julho. Quando começou? Inaugurada em 27 de outubro de 2010 FOTOS NARA ASSUNÇÃ O
EDUCAÇÃO Centro de Atividades Integradas de Santos - Milton Teixeira (localizado na Vila Mathias) passou a ser o maior núcleo do Escola Total, atendendo a 800 alunos, com oficinas de artes, esportes, fotografia, manutenção de skate e culinária, entre outras. O prédio da cultura, que vai entrar em funcionamento em fevereiro, situa-se no antigo galpão restaurado, e sediará as atividades do projeto Fábrica Cultural, que abrange os cursos gratuitos oferecidos pela Secult (Secretaria de Cultura) nas áreas de artes integradas, musicais, visuais e cênicas (teatro e dança). Importante passo para a formação dos alunos da rede municipal da Cidade. Quando começou? Setembro de 2012
CULTURA Em 2012, a cidade foi palco pela primeira vez do Santos Jazz Festival (foto ao lado), que teve como patrono Hermeto Paschoal e trouxe grandes nomes da música, com programação inteiramente gratuita. A Rua XV foi um dos palcos. Inserido no Calendário Oficial, festival volta este ano e promete agitar a programação musical novamente. No mesmo ano, a Cidade abrigou pela segunda vez o MIRADA - Festival IberoAmericano de Artes Cênicas. Um presente do Sesc para a Cidade. O evento é bienal e trouxe grupos teatrais e musicais brasileiros e estrangeiros. Outros eventos, com mais tempo na atividade e que também impulsionam a cultura santista, são o Curta Santos, Festa Festival Santista de Teatro Amador, Bienal de Dança, Bienal de Artes Visuais e a Tarrafa Literária, além do tradicional Festival de Música Nova, que pode retornar à Cidade neste ano.
INFORME
Colégio Borba Gato
Ensino com tradição e modernidade Formar pessoas atuantes, críticas, responsáveis, capazes de formular conceitos e elaborar conhecimentos. Cidadãos conscientes e participantes da sociedade. Este é o objetivo do Colégio Borba Gato, que completará 56 anos de ensino de qualidade em Santos. Atualmente, o colégio oferece Ensino Fundamental e Médio, utilizando os métodos Piaget e o tradicional.Aeducação se diferencia pelo número reduzido de alunos por sala de aula. No máximo, são 25 estudantes. "Isto faz com que os professores conheçam mais seus alunos e a interação e respeito seja maior", ressalta a diretora Lúcia Maria Casali Moura.Afamília, segundo Lúcia, também está inserida em todo o processo. Outro ponto forte da escola são as atividades extracurriculares, como o xadrez - atividade que mostra resultados pela quantidade de troféus conquistados por alunos em campeonatos da Cidade -, Artes, Teatro e Informática. Ganham destaque também as campanhas solidárias com a participação dos alunos e pais. "É importante envolver os alunos desde cedo com estas questões, para desenvolver neles a solidariedade e o respeito com o meio ambiente ", diz. Na cantina, a preocupação é com uma alimentação saudável. "Desenvolvemos o dia do sorvete, da sopa, da Salada de Frutas. Todos da escola participam na elaboração e adoram", comenta Lúcia. Endereço: Avenida Ana Costa, 242, Gonzaga Telefones: (13) 3323-3693 - 3323-3694 - 7816-7110
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Ser santista é...
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... já ter subido o Monte Serrat, ter passeado de bondinho, namorado à beira do canal durante a noite, falar tu ao invés de você sem conjugar o verbo corretamente... Os santistas possuem seus hábitos, locais preferidos e culturas próprias que - muitas vezes passam de geração para geração. E são os moradores que dão vida à Cidade, formam a cada dia - com seus costumes e cultura - a sua história. Com seu jeito de viver, constroem características únicas e dão ritmo ao cotidiano das ruas. Confira neste teste se você é um santista da gema e se sabe aproveitar, de verdade, a Cidade onde vive.
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