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115 anos da imigração será comemorada

Porto de Santos, 18 de junho de 1908. Exatamente neste dia, 165 famílias, totalizando 781 pessoas, chegaram ao Brasil dentro do navio Kasato Maru provenientes do Japão para trabalhar nos cafezais paulistas.

A data iniciou oficialmente a vinda dos imigrantes japoneses para o País em uma época onde o país vivia em grave crise econômica. Dessa maneira, o Brasil se transformava em uma das maiores portas de entrada aos imigrantes.

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Passados quase 115 anos, estimam-se que o País tenha cerca de 2 milhões de japoneses e seus descendentes, segundo estimativas da embaixada do Japão no Brasil. E neste contexto, Santos se destaca no cenário nacional.

Aliás, durante a Segunda Guerra Mundial, japoneses e seus descendentes sofreram duros golpes por parte do governo Vargas, com expulsão de suas terras em 24 horas (temor de que os imigrantes tivessem contato com militares japoneses que supostamente estariam atracados no litoral brasileiro).

Além disso, confisco da sede da Associação Japonesa pelo Governo Federal. Aliás, somente em 2018 o imóvel foi devolvido efetivamente aos donos, após mais de sete décadas – sendo o último ainda em poder do governo brasileiro desde a 2ª Guerra Mundial. Durante anos, aliás, a sede da associação serviu como sede para o alistamento militar.

Homenagens

Presidente da Associação Japonesa de Santos, Sadao Nakai, quer fazer das comemorações dos 115 anos da chegada oficial dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil como uma forma de homenagear e reverenciar o legado dos pioneiros.

“Vamos reverenciar o passado aos que nos possibilitaram estar aqui nas condições atuais”, reforça Nakai. Ele é ex-presidente da Câmara de

Santos e atual presidente do Clube Estrela de Ouro, na Ponta da Praia, símbolo da união da cultura e do esporte japonês, fundado em 1957. Nakai participou do JornalEnfoque, onde comentou dos preparativos para a comemoração dos 115 anos da imigração japonesa.

Assim, o início das comemorações à chegada dos primeiros imigrantes ocorreram no final de março, com a inauguração da Praça das Gerações no parque Roberto Mário Santini, no Emissário Submarino. O espaço também incorporou a tecnologia por meio da realidade aumentada da embarcação Kasato Maru.

Aliás, basta apontar o QR Code do celular para acessar o conteúdo. A previsão é que o acesso – da mesma forma tecnológica – também permita às pessoas acompanharem a chegada da embarcação entrando pelo estuário do Porto de Santos. Presidente da Associação Japonesa, Sadao Nakai, promete várias atividades alusivas aos 115 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses. Reverências

A Praça das Gerações reúne aspectos da colônia japonesa e será palco das atividades culturais programadas para a data. Entre as reverências já realizadas está a do primeiro intérprete dos japoneses em Santos, Sakae Mine.

Recentemente, a associação prestou homenagem ao depositar coroa de flores em seu túmulo no Cemitério do Paquetá. O jazigo de Mine localiza-se em frente ao do pintor Benedicto Calixto e ao lado do ex-deputado e ex-prefeito paulistano, o santista Bruno Covas, falecido há dois anos de câncer. “Vamos voltar a reverenciá-lo e aos familiares de imigrantes que nos deixaram o legado”, afirma.

Aliás, o emissário contempla outros monumentos em homenagem à colônia. Destaque para a obra da artista plástica Tomie Ohtake, de forma abstrata, com 20m de comprimento, 15 de altura e dois de largura.

Aliás, a obra completa 15 anos, pois foi entregue dentro das come- morações do centenário da imigração japonesa em 2008, quando o então príncipe do Japão, Naruhito, esteve no Brasil para participar das comemorações à data. Obra de Tomie Otake completa 15 anos dentro das comemorações dos 115 anos da chegada dos primeiros imigrantes.

Resgate

Ao lado do vereador Paulo Miyasiro, Nakai, que foi vereador em Santos por três mandatos chegando à presidência da Câmara, pretende também colocar em prática um projeto de busca ativa de todos os imigrantes por meio dos seus familiares.

Com parceria da Aliança Cultural Brasil-Japão será possível usar informações da província e nome do imigrante para identificar em qual navio e quando o (a) pesquisado (a) chegou ao Brasil. “Com isso, queremos diplomar os descendentes com os registros dos nomes das famílias que estão em Santos ou fazem parte da história da imigração”, enfatiza.

Assim, ele calcula que entre 15 a 20 mil japoneses e descendentes vivam no Município, sem contar aqueles que não carregam o sobrenome japonês nem sabem a história dos seus antepassados. Não bastasse, Nakai já conversou com a jornalista Wânia Seixas, da FAMS – Fundação Arquivo e Memória de Santos.

Dessa forma, o objetivo é que japoneses e descendentes contem suas histórias e relatos dentro do projeto Memória Oral. Além disso, ele quer realizar uma ampla sessão pública de um documentário que narra a saída dos imigrantes japoneses (o mesmo ocorreu com italianos e alemães) durante a Segunda Guerra Mundial, a mando do governo Getúlio Vargas. Trata-se do doc. OkinawaSantos (muitos dos imigrantes estabelecidos em Santos eram de Okinawa, cidade do sul do Japão). O triste episódio completa exatamente 80 anos em 8 de julho. A obra integrou festivais como Tokyo Filme X (2020) e É tudo Verdade-Festival Internacional de Documentários (2021).

A fundação da nova e moderna UME Azevedo Júnior está 90% executada: das 124 estacas, faltam apenas 13 para a conclusão dos trabalhos. O próximo serviço será o quebra-cabeça de montagem da superestrutura pré-moldada. A escola integra o maior complexo educacional público de Santos, em construção na Praça Nicolau Geraigire, no bairro São Manoel, na Zona Noroeste.

“Os pilares, as vigas e as lajes foram confeccionados em fábrica e devem chegar ao canteiro de obras em até 15 dias. Com todas as estacas prontas começa a montagem da estrutura”, informa o arquiteto Roger Guerra, da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi), que fiscaliza a obra a cargo da Ecovias.

Com recursos no valor de R$ 12,5 milhões, trata-se de uma contrapartida pelas obras na Entrada da Cidade e deverá estar pronta em fevereiro de 2023.

A nova Azevedo Júnior terá 2.832m² de área construída, distribuídos por três pavimentos. Contará com 14 salas de aula, salas pedagógicas (artes, estudioteca, leitura, informática, brinquedoteca), salas administrativas, cozinha, refeitório com 120 lugares, pátio externo e interno (coberto), playground e quadra poliesportiva. Tudo climatizado e com acessibilidade.

Inovador

Moderno e inovador, o complexo educacional da Zona Noroeste integrará as unidades municipais de ensino Dr. José Carlos de Azevedo Júnior e Flávio Cipriano Barbosa, atualmente localizadas respectivamente nas ruas Nicolau Moran, 21, e Coronel Feliciano Narciso Bicudo, 598, ambas no São Manoel, somando área total de 4,6 mil m².

Atenderá mais de mil alunos, sendo 305 da UME Flávio Cipriano Barbosa e 915 da Azevedo Júnior, desde o berçário, com crianças a partir de 4 meses de idade, ao EJA, com alunos com mais de 70 anos. No entanto, a obra da outra escola que integra o complexo escolar do São Manoel, a nova UME Flávio Cipriano, está na fase inicial.

Terá 1.819,70m² de área construída, distribuídos pelo andar térreo e primeiro pavimento, será 100% acessível, climatizada, moderna e também com estrutura pré-moldada.

Contará com 15 salas de aula, brinquedoteca, pátio coberto, cozinha e refeitório, salas de amamentação, lactário e espaço para atendimento educacional especializado, entre outros espaços. A obra tem custo de R$ 7,5 milhões, recursos do Município por meio da Secretaria de Educação. A construção das duas escolas que formam o complexo educacional soma um investimento de mais de R$ 20 milhões na educação do Município.

Em andamento Com obras em andamento, a unidade (acima), no bairro São Manoel, será o maior complexo educacional público de Santos

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