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Parque da Pedreira Santa Luzia

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................. I

1.

INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1

2.

CONCEITUAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DE PARQUES URBANOS ............... 3

3.

PAISAGEM E PAISAGISMO ..................................................................... 34

4.

LEITURAS PROJETUAIS ............................................................................ 38

5.

A ÁREA DE INTERVENÇÃO E SUA CONTEXTUALIZAÇÃO ............................... 58

6.

PROPOSTA PARA O PARQUE URBANO ..................................................... 91

7.

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 100

8.

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 101

9.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 103

II


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Parque da Pedreira Santa Luzia

RESUMO Neste trabalho consta um projeto de parque urbano na área onde localiza-se a Pedreira Santa Luzia, com o intuito de revitalizar urbanisticamente o espaço e seu entorno, proporcionando lazer de qualidade e um ponto de ligação entre o campus da USP e principalmente o Museu Histórico do Café em seu interior, o Parque Ecológico Maurílio Biagi e os bairros adjacentes, Vila Monte Alegre e Jardim Santa Luzia, utilizando-se de conceitos como ciclovias e passeios inseridos em um parque linear que também será implantado neste projeto ao longo do Córrego Laureano.

Foi desenvolvido um estudo e discussões conceituais relacionadas às origens e desenvolvimento dos espaços livres urbanos, as áreas verdes, os jardins, praças e parques urbanos públicos de forma a construir uma base teoria quanto aos estilos e comportamento dos parques proporcionando um espaço de melhor qualidade para a população desta área.

Também foi abordado o tema da paisagem e paisagismo, considerados de suma importância dentro do contexto dos parques urbanos, por proporcionarem o embelezamento do espaço incentivando a população a utilizar o local, sendo utilizado destes conceitos para criar cenários paradisíacos como o visual do mirante proposto com visão panorâmica para a cidade e seu entorno rural.

I


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1.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

INTRODUÇÃO Pensando na problemática das condições ambientais frágeis

O projeto do parque urbano tem também como objetivo não

da cidade de Ribeirão Preto, e não apenas desta, mas de diversas

apenas ensinar o plantio, mas proporcionar uma experiência

outras cidades brasileiras e tantas outras pelo mundo; com o intuito

sensorial da qual o indivíduo terá uma experimentação de

de proporcionar uma melhoria na qualidade ambiental da cidade

envolvimento com a natureza, criando laços entre os cidadãos e a

com o incremento de atividades relacionadas não apenas ao lazer

fauna/flora nativa, para que o ato de conservar o meio ambiente seja

mas a educação ambiental, instruindo e incentivando o plantio e

algo instintivo e não apenas uma lição dada e cobrada.

cuidados com as árvores e outras plantas de menor porte, na

O intuito do espaço público também é de proporcionar lazer

tentativa de resgatar a cultura dos jardins residenciais e hortas

recreativo, contemplativo, cultural e descanso para a população que

caseiras como meio de reduzir os danos causados pela urbanização

luta há anos pela implantação deste equipamento na Pedreira Santa

descontrolada do capitalismo que acaba com grandes maciços

Luzia, para seu usufruto e com finalidade também de ocupar a área

verdes para a impermeabilização quase em sua totalidade do

que atualmente é utilizada como ponto de tráfico e uso de drogas.

terreno,

sem

a

consciência

das

conseqüências

que

essa

Todo o projeto do parque será desenvolvido de acordo com

impermeabilização causa a cidade, como por exemplo, os pontos de

as reivindicações da população que vive em seu entorno: a falta de

alagamento causados pela falta de área permeável para absorção

manutenção do local tornando a pedreira um espaço propício para a

da água da chuva; o aquecimento do micro clima do lugar devido a

proliferação de animais peçonhentos e mosquitos em geral

falta de árvores para proporcionar sombra, umidade e oxigênio por

causando preocupação e transtornos aos munícipes; a falta de uso

ela sintetizado (do qual ajuda a reduzir inclusive os poluentes do ar

do local, que poderia (de acordo com os representantes de bairro)

como os gases expelidos pelos automóveis); e até mesmo a

tornar-se um espaço de lazer e recreação para a população em

destruição de ecossistemas, causando a expulsão ou morte da

geral, não apenas aos estudantes e moradores do entorno, mas

fauna nativa, que perde espaço para as fortalezas de concreto.

também para todos os habitantes da cidade, podendo, inclusive

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Parque da Pedreira Santa Luzia

trazer mais movimentação para o bairro, gerando lucro ao comércio local e mais segurança para a vizinhança. O nome da antiga pedreira onde será implantado o parque será mantido com o intuito de conservar os hábitos locais dos moradores que já denominam o local como futuro Parque da Pedreira Santa Luzia e incluso utilizam o local para atividades religiosas, tendo implantada uma capela em meio a parede rochosa pelos moradores do entorno imediato. O processo de pesquisa foi realizado por meio de levantamentos bibliográficos utilizando livros, sites da internet e outros trabalhos acadêmicos científicos, buscando definições teóricas e justificativas plausíveis para o desenvolvimento do projeto no local. Também foram utilizados levantamentos em campo, entrevistas e pesquisas de processos e projetos relacionadas ao terreno em arquivo técnico da prefeitura.

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2.

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CONCEITUAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DE PARQUES

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fenômenos que comprometeram a qualidade de vida urbana no século XIX: Concentração populacional nos centros urbanos

URBANOS

levando à depleção da base dos recursos naturais e o surgimento de valores voltados á acumulação de capital juntamente com a busca

Com o crescimento desordenado das cidades cada vez mais populosas e sem planejamento urbano, surgiram e agravaram-se os

de status social e econômico contribuindo para fragilizar e tornar conflituosa as relações sociais urbanas. (SILVA, 2003, p.1)

problemas sócio-ambientais dentre outros, onde o uso e ocupação descontrolada do solo urbano acarretaram uma diversidade de problemas urbanísticos como a insalubridade das habitações bem como a falta delas causando uma queda na qualidade de vida dos munícipes, a falta de arborização causada pela ocupação total do solo e até mesmo a falta de permeabilidade do mesmo, gerando inclusive interferências no micro clima local, como o aumento das temperaturas do meio urbano e a ocorrência de enchentes, além da erosão do solo, morte de animais devido à destruição dos ecossistemas, poluição sonora e do ar gerada por uma série de fatores como a quantidade exacerbada de veículos automotivos transitando diariamente pelas vias públicas do meio urbano, expelindo poluentes no ar e proporcionando desconforto acústico, chegando a causar problemas auditivos e respiratórios à população exposta aos freqüentes e altos ruídos dos motores e escapamentos, muitas vezes em más condições de conservação. Diariamente enfrentamos essa diversidade de problemas nas

O fator capital está diretamente ligado aos problemas de uso desordenado do solo, onde muitas vezes dá-se preferência à implantação de uma edificação do que a preservação do meio ambiente local, pois a preservação das áreas verdes não proporciona o retorno financeiro desejado pelos investidores comparado à empreendimentos de grande porte como shopping centers ou edifícios residenciais bem como comerciais. As áreas municipais são planejadas pelo poder público a fim de suprir as necessidades da população de cada setor, bairro ou trecho da cidade, com a implantação ou aproveitamento dos espaços livres reservados pelo poder público para esta finalidade específica ou abandonados pela população, podendo servir para usufruto dos munícipes, com a implantação de parques, praças, centros culturais, pátios etc. Robba e Macedo explicam as áreas da cidade, e mais especificamente os espaços livres da seguinte forma:

nossas cidades assim como descreve e complementa Silva:

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A área dos municípios é dividida, segundo a Constituição

[...] imensas áreas de terra, geralmente várzeas de rios, que

Federal de 1988, em áreas urbanas, áreas de expansão urbana e

praticamente recortavam todas as cidades do país, foram, por mais

áreas rurais. Nas áreas urbanas, os espaços são divididos em

de cem anos, os verdadeiros antecessores das áreas de lazer

espaços construídos, espaços livres e espaços de integração

urbano formais, do tipo praticado em praças e parques. Somente

urbana.

com a sua diminuição e mesmo desaparecimento, a partir da

Os espaços construídos são os espaços edificados com

segunda metade do século XX, e com a escassez real de áreas para

funções residenciais, comerciais, serviços públicos entre outros. Já

lazer das massas menos privilegiadas, tal tipo de equipamento

os espaços livres ou espaços não construídos são as praças,

urbano tornou-se uma necessidade social. (MACEDO; SAKATA,

canteiros ou jardins urbanos, parques, quintais entre outros. Os

2003, p.24)

espaços de integração urbana são as áreas de canteiros ou jardins remanescentes do traçado do sistema viário, os canteiros centrais de

As áreas verdes urbanas podem ser utilizadas como espaço

avenidas, jardins junto a alças de acesso a pontes e viadutos,

de lazer da população, assim como os vazios urbanos citados

rotatórias, taludes e encostas ajardinadas. (ROBBA; MACEDO,

anteriormente, onde dotadas de boa arborização estas podem

2003, p.10 )

receber tratamento estético como paisagismo, ornamentação escultórica, equipamentos de recreação, dentre outros direcionados

De acordo com o autor os espaços livres ou não construídos são, de fato, os locais que a população pode usufruir e desfrutar como áreas de lazer públicas, excluso o caso dos quintais que apesar de contar como espaços livres urbanos, porém de uso privado. Os espaços livres podem ser considerados também como vazios urbanos dos quais são denominados, segundo Macedo e Sakata como:

para o ócio e lazer público, diferentemente de antigas definições em que o poder público exigiam que as áreas verdes fossem locais dispostos apenas à contemplação e preservação do meio ambiente local, funcionando como espécies de “pulmões” urbanos, afirmativa que, atualmente está comprovadamente incorreta, pois estudiosos já concluem que para a absorção, de gás carbônico ou outros poluentes expelidos pelos veículos automotores, ou mesmo produto da respiração de um ser humano, faz-se necessária uma grande quantidade de árvores.

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SILVA (2003, p.1) confirma a indagação anterior com os

começa a ser “manipulada” com finalidade de proporcionar um pleno

dizeres que “Os espaços verdes contidos no meio citadino tinham,

usufruto do local, como foi o caso dos famosos Jardins Suspensos

principalmente, um objetivo estético e artístico, haja vista terem sido

da Babilônia, um dos primeiros registros de área verde tratada pelo

concebidos pela classe burguesa do século XVIII, pois possuía os

homem da história, com finalidade de uso de contemplação, assim

meios

como

artísticos

e

estéticos

necessários

para

investir

no

embelezamento das cidades.” As áreas verdes, segundo Mascaro, são divididas em ‘dois grandes grupos’:

explica

ROBBA;

MACEDO

(2003,

p.23):

“Desde

a

Antiguidade, o jardim era um espaço destinado à meditação e à contemplação da natureza, ainda que essa natureza fosse uma recriação humana do ambiente selvagem. O jardim representava a metáfora do Éden, atraindo para si uma imagem de paraíso e de

- Área verde principal: formada pelos parques, clubes de esporte, as hortas e floriculturas. - Área verde secundária: formada pelas praças, largos, e ruas arborizadas. (MASCARO, 2008, p.27)

tranqüilidade celestial.”. Os jardins, de acordo com uma visão evolucionista sobre sua complexidade, são os pioneiros como áreas de lazer urbana, sejam públicos ou privados, proporcionam lazer contemplativo ao usuário

sendo as áreas verdes principais as mais utilizadas pelos munícipes no geral e não apenas do entorno imediato dos equipamentos de lazer, como é o caso das áreas verdes secundárias que tem como exemplo as praças públicas. É válido citar que existem exceções como os parques e clubes de bairro visitados apenas pela população que habita em suas imediações. As áreas verdes, desde tempos remotos, começam a passar por modificações para a utilização do homem, onde a natureza

Fonte: São Francisco, 2012

segundo o uso dos equipamentos por parte da população urbana,

FIG. 1: JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA

Os dois grupos são assim classificados e organizados

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urbano.

seguinte forma: [...] a forma mais sintética e representativa do espaço exterior construído pelo homem. Conforme o dicionário, trata-se de terrenos ajardinados, geralmente fechados por muros ou grades, localizados junto a edificações, muitas vezes em lugares semi-públicos. Geralmente tem dimensões de uma parte de uma parcela urbana, menores onde a ocupação é menos densa, como nas áreas suburbanas. (MASCARO, 2008, p.17)

Fonte: Quapá, 1999

FIG. 2: PRAÇA DA SÉ, SÃO PAULO - SP

A definição de jardim adotada por Mascaro é descrita da

De acordo com Mascaro a praça é descrita de acordo com sua Há também os jardins internos, denominados “de inverno”, que

indagação que afirma que:

não necessariamente são dotados de vasta dimensão como a descrição anterior, porém, todos de praxe são dotados de vegetação.

A praça é um “[...] espaço aberto dentro do tecido urbano, em nossos climas, geralmente ajardinado, pelo menos parcialmente.

Com a evolução das cidades e modificação dos costumes, fez-

Seu tamanho é de um ou, no máximo, dois quarteirões, (1 ou 2 há.),

se necessária também, a evolução das áreas de lazer públicas,

pelo que na maioria dos casos está rodeada de vias de circulação.

iniciando-se assim a criação de praças e parques, de acordo com a

Pode estar no centro da cidade, neste caso recebe o nome de praça

abrangência visada para satisfazer certa parcela da população,

maior ou da matriz em alusão a igreja central da cidade. Pode estar

sendo as praças de menor porte e abrangência do que os parques

nos bairros caracterizando-os. Há casos em que é menor que um

urbanos, possuindo, também menor quantidade e variedade de

quarteirão e recebe o nome de largo ou pracinha. Pode conter vários

equipamentos e usos em relação ao segundo.

jardins. (MASCARO, 2008, p.17)

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Além das formas descritas pelo autor, existe uma diversidade

Minas Gerais, em que há a disponibilidade inclusive, de veículos

de tipologias de praças, como exemplo as praças secas das quais

elétricos de pequeno porte para o trânsito interno de visitantes

não são dotadas de vegetação, servindo como ponto de encontro,

devido a sua vasta extensão.

espaço livre para comércio, lazer etc., como eram utilizadas as ágoras gregas.

Abordando uma visão mais técnica, Mascaro complementa a descrição dos parques urbanos como:

Existem outras definições para o termo praça, ROBBA; MACEDO (2003, p.15) explica que “Inúmeras são as definições referentes ao termo praça. Mesmo havendo divergências entre os autores, todos concordam em conceituá-la como um espaço público e urbano. A praça sempre foi celebrada como um espaço de convivência e lazer dos habitantes urbanos.”, ainda que, há casos

“[...] áreas de médio porte, menores que as anteriores, entre 10 e 50 ha. Devem estar envolvidas pelo tecido urbano ou, pelo menos, encostadas nele, com uma boa ligação ao sistema de transporte público e privado da cidade. (MASCARO, 2008, p.29)

público após negociações com o poder público urbano. Os parques urbanos surgem como uma área verde dotada de vegetação que objetiva proporcionar lazer e tranqüilidade, além de uma série de possibilidades culturais, físicas ou psíquicas para usufruto da população. MASCARO (2008, p.17-18) descreve o parque urbano como “[...] um espaço aberto, de vários hectares, geralmente cruzado por vias de circulação que permitem o acesso dos visitantes aos diferentes setores do parque. Nos pequenos parques as vias são para pedestres, nos de grande porte há vias veiculares para facilitar o acesso aos usuários utilizando veículos.”.

Fonte: Quapá, 1999

como parques urbanos como o da Aclimação, passando a ser

FIG. 3: PARQUE SARAH KUBITSCHEK, BRASÍLIA - DF

de praças que foram originalmente de propriedade privada, assim

Existem casos como o parque Inhotim localizado em Brumadinho,

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Ainda referente à denominação de parques urbanos, SILVA (2003, p.48) complementa com alguns significados como “[...]

Parque da Pedreira Santa Luzia

preservada a flora natural do país em questão, evitando assim a extinção das espécies vegetais.

espaço de conservação, metáfora da natureza (fragmentos da

Os parques urbanos possuem diversas divisões classificativas

natureza no meio urbano), espaço de socialização e formação de

que variam de autor para autor. Alguns classificam de acordo com

uma consciência ambiental e espaço de conflitos (lutas sociais) e

seu programa como os parques temáticos, ecológicos etc; outros o

mercantilização (valorização de áreas urbanas devido a sua

fazem de acordo com seu raio de abrangência, como é o caso de

raridade no espaço urbano).” A idéia de que os parques urbanos

FERREIRA (2005, p.10) que divide os parques urbanos em dois

funcionam como ‘metáforas da natureza’ encaixa-se no contexto

grupos sendo “[...] parques de vizinhança ou de bairro conforme seu

preservacionista e paisagístico, do ponto de vista em que os

tamanho e raio de abrangência, sendo os de vizinhança menores e

parques surgem como espaços destinados principalmente a

os de bairro maiores, abrangendo uma porção maior da população

preservação da vegetação nativa situada no meio urbano, bem

em relação ao anteriormente citado.”. Seguindo o raciocínio do autor

como o tratamento paisagístico das cidades.

e complementando sua forma de classificação, podemos ainda criar

Em relação à descrição dos parques e principalmente aos

outras divisões como parques setoriais dos quais devem abranger

custos de sua implantação na malha urbana, MASCARO (2008,

uma parcela maior da população em relação a abrangência dos

p.29) afirma que “são espaços dominantemente verdes, com

parques de bairro. Existem também parques excepcionais que

árvores preferencialmente nativas e grama para, simultaneamente

chegam a receber pessoas vindas de toda parte da cidade, e até

ter facilidade de utilização e baixos custos.”

mesmo de outros centros urbanos próximos, como é o caso do

Apesar de correta a afirmativa anterior sobre os custos das

Parque Ibirapuera localizado na capital do Estado de São Paulo, do

em

qual recebe diariamente pessoas de todo lugar devido a sua grande

comparação com espécies exóticas, também devemos ressaltar o

capacidade e diversidade de espaços de lazer público, podendo ser

ponto de vista preservacionista em relação à escolha das espécies,

denominado como um parque regional, do qual refere-se a

priorizando não apenas as árvores nativas, mas também as

abrangência da totalidade da cidade e incluso outras da região.

espécies

arbóreas

nativas

serem

relativamente

baixos

espécies arbustivas e herbáceas, para que seja de certa forma,

Parques suburbanos também é uma forma de classificação segundo os preceitos propostos. MASCARO (2008, p.27) explica

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Parque da Pedreira Santa Luzia

que os parques suburbanos “São áreas grandes, dentre 50 e 150 ha., situadas na proximidade da cidade, servidas por transporte público e ligadas à rede de vias arteriais da cidade. [...] Sua freqüência de utilização é semanal ou eventual. A afluência se acentua significativamente nos fines de semana.”, porém nem sempre a freqüência de uso e o tamanho do parque são identificados num mesmo local, há variações. Um parque suburbano pode situar-se bem próximo à cidade a ponto de tornar-se um grande atrativo regional, muitas vezes devido a fatores como a escassez de áreas de lazer de qualidade dentro da própria cidade, ou mesmo pode haver a ocorrência de parques urbanos de pequeno porte ligados aos centros urbanos.

dependem diretamente da população para seu uso pleno. Áreas como parques, por exemplo, que não recebem uma boa utilidade parte dos cidadãos,

acabam

ajudam a prever e minimizar possíveis problemas urbanísticos na área onde o projeto será implantado. O planejamento dos espaços livres, especificamente os

Os parques, praças e outras áreas destinadas ao lazer

por

Fonte: Quapá, 1999

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FIG. 4: PARQUE IBIRAPUERA, SÃO PAULO - SP

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como fracassos urbanos

abandonadas ao descaso. A boa utilização das áreas destinadas ao lazer depende também de um bom projeto que vise atender ás necessidades da população, pois as pessoas, de acordo com JACOBS (2003, p.98) “[...] as pessoas não utilizam as áreas livres só porque elas estão lá, e os urbanistas e planejadores gostariam que utilizassem.”, por isso um planejamento realizado de acordo com estudos do entorno,

parques urbanos, não evita a degradação dos mesmos, pois parques de grande porte ou mesmo alguns menores com entorno muito diversificado, sofrem influências do exterior, havendo a possibilidade inclusive, de um mesmo parque possuir trechos mais populosos, e outros abandonados. Existe um mito de que equipamentos urbanos como os parques tem a capacidade, por si sós, de interferir nos usos e valores das edificações de seu entorno, JACOBS (2003, p.100) afirma que “Para compreender o desempenho dos parques é também necessário descartar a falsa convicção de que eles são capazes de estabilizar o valor de bens imóveis ou funcionar como

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âncoras da comunidade. Os parques, por si sós, não são nada e

Concluindo o raciocínio de JACOBS (2003, p.104), “Espera-se

menos ainda elementos efêmeros de estabilização de bens ou de

muito dos parques urbanos. Longe de transformar qualquer virtude

sua vizinhança ou distrito.”. A afirmativa da autora pode ser

inerente

considerada correta dentro do contexto na qual foi escrita (sobre os

automaticamente, os próprios parques de bairro é que são direta e

parques urbanos norte americanos) ou segundo uma série de

drasticamente afetados pela maneira como a vizinhança neles

observações.

interfere.”

ao

entorno,

longe

de

promover

as

vizinhanças

Dentro do contexto brasileiro, a citada afirmativa, pode não

Os parques de bairro são os mais afetados pela vizinhança

condizer totalmente com a realidade, pois sim, em alguns casos o

por possuírem abrangência menor, tendo como seus freqüentes

simples fato de implantar uma área de lazer pública de boa

usuários os moradores do entorno, fato que causa grandes

qualidade num terreno até então abandonado, pode proporcionar

influências e interferências dentro destes.

um incentivo à população para ocupar de forma adequada o seu

A utilização dos parques urbanos depende também do fator

entorno. Um exemplo da situação pode ser encontrado nos terrenos

quantitativo no meio urbano, além de sua qualidade, dependendo

baldios que se tornam depósitos de resíduos de todo o tipo devido à

diretamente da existência de outras áreas destinadas ao lazer para

falta de destinação e implantação de um bom projeto, causando o

seu sucesso, de acordo com a conclusão de JACOBS (2003, p.111)

repúdio da população a este local onde, inclusive, pode haver a

citando que “[...] nos bairros que dispõem de uma quantidade

proliferação de animais peçonhentos ou transmissores de doenças,

relativamente grande de parques genéricos, [...] é raro a população

tornando-se um risco à saúde pública.

concentrar-se com intensidade num deles ou ter adoração por

É correto dizer que, de fato, um parque urbano não modifica

algum [...]. Os parques de bairro apreciados levam vantagem por

completamente o entorno por si só, afinal temos exemplos de

serem raros.”, ou seja, cidades com uma quantidade de parques

parques implantados em bairros já degradados pelo tráfico e a

escassa tendem a concentrar a população num só local, até mesmo

degradação tanto espacial quanto moral, dos quais não surtiram

pela falta de opção de outros locais destinados a este tipo de uso,

efeito ao entorno, apenas tornando-se mais um ponto de tráfico,

mas a partir do momento em que existe uma quantidade suficiente

alvo de furtos e depredação pública, como é o caso do Parque Tom

de parques nas cidades, o fator proximidade e principalmente

Jobim em Ribeirão Preto.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

qualidade passa a surtir maior influência sobre a escolha de

Certos parques e certas praças pequenas são quase que

favoritismos da população.

unicamente um centro, e sua complexidade deve-se a diferenças

Voltando a abordagem do planejamento dos parques, existem posturas

das

quais

podemos

nos

apropriar

para

menores na periferia. (JACOBS, 2003, p.114)

um

desenvolvimento projetual mais fiel às necessidades da população,

O ponto de encontro é, de fato, o espaço principal de um

como informa JACOBS (2003, p.112) em relação a sua forma de

parque, onde podem ocorrer até mesmo eventos, funcionando como

estudo e divisão do projeto urbanístico de um parque, podemos

um espaço chamativo que convida as pessoas a adentrarem e

identificar quatro elementos, sendo eles “[...] complexidade,

utilizarem o local. A complexidade também influi sobre o sucesso ou

centralidade, insolação e delimitação espacial.”

fracasso de um parque, pois um local monótono de pouca

A complexidade significa a diversidade de usos de um parque,

diversidade não instiga a curiosidade das pessoas assim como

já a centralidade é a indicação de um ou vários pontos principais

afirma JACOBS (2003, p.113) dizendo que “Se o espaço puder ser

dos quais convidam a população a utilizar o espaço, inclusive, como

apreendido num relance, como um bom cartaz, e se cada um de

ponto de encontro. A delimitação espacial diz respeito ao tamanho

seus segmentos for igual aos outros e transmitir a mesma sensação

natural de luz. A centralidade, conforme citado anteriormente, é um dos fatores primordiais que devem ser considerados na concepção de um parque, assim como explica Jacobs com a seguinte frase: Talvez o elemento mais importante da complexidade seja a centralidade. Os parques pequenos e bons geralmente têm um lugar reconhecido por todos como sendo o centro – no mínimo, um cruzamento principal e ponto de parada, num local de destaque.

Fonte: Quapá, 1999

sol, convidando as pessoas a entrarem num ambiente confortável e

FIG. 5: COMPLEXIDADE DE UM ESPAÇO LIVRE

do parque e a insolação refere-se à salubridade proporcionada pelo

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Parque da Pedreira Santa Luzia

em todos os lugares, o parque será pouco estimulante para usos e

Outro fator crítico quanto à implantação de parques urbanos, é

estados de espírito diversificados. Nem haverá motivo para

a escolha de seu local de implantação, onde, de acordo com

freqüentá-lo várias vezes.”, ou seja, o parque deve conter uma série

JACOBS (2003, p.117), “Os parques mais problemáticos localizam-

de usos diversificados para agradar e estimular uma parcela maior

se exatamente nos locais onde as pessoas não passam e

da população, pois existem vários tipos de pessoas, de variadas

provavelmente nunca vão passar.”. Parques implantados com um

idades, costumes e gostos, sendo assim um bom projeto deve

certo distanciamento espacial da população, mesmo que com o

utilizar-se da idéia de que todos têm direito ao lazer.

intuito de aproveitamento e preservação de uma área verde, não

Dando continuidade ao raciocínio de Jacobs em relação aos parques, ela afirma que:

funcionam adequadamente simplesmente por não terem o retorno esperado pelo poder público, acabam tornando-se espaços livres abandonados não apenas pela população mas também pelo poder

Fica claro, no entanto, que as pessoas realmente vão a esses parques em busca de certos produtos indispensáveis especiais, embora elas simplesmente não apareçam pelo seu uso genérico ou por impulso. Em síntese, se um parque de bairro genérico não pode ser sustentado pelos usos derivados de uma diversidade natural e intensa da vizinhança, precisa ser convertido de parque genérico em parque específico. (JACOBS, 2003, p.118)

público que deixa de destinar para o mesmo, verba adequada para sua manutenção. Os parques urbanos, segundo MACEDO; SAKATA (2003, p.54) “[...] são basicamente de responsabilidade da administração pública nas instâncias municipal (a mais comum), estadual ou federal.”, sendo os parques municipais os mais bem cuidados, graças a sua proximidade com o poder público que tem maior

Essa modificação de tipo de parque faz-se necessária considerando-se que se uma área não é utilizada segundo a sua

interesse em manter seus espaços livres em boa qualidade para agradar seus contribuintes.

finalidade para a qual foi projetada, ela corre o risco de ser

A divisão dos parques urbanos, quanto a sua responsabilidade

abandonada pela população e tornar-se espaço livre sem uso

de manutenção oriunda do poder público, pode ser identificada

novamente na melhor das hipóteses, que não é o que ocorre

conforme a importância deste para o sítio onde está inserido,

obviamente.

podendo ser municipal, quando o parque é considerado de uso geral, ou seja, para uso diário da população; estadual, quando um

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parque, segundo NAMASTE (2012) “[...] tem como objetivo proteger os recursos naturais e culturais de uma área, preservando fauna, flora, sítios arqueológicos, além de proporcionar oportunidades para visitação pública, lazer, pesquisa e educação ambiental.” Há séculos os espaços livres recebem tratamento paisagístico com finalidade de proporcionar recreação e descanso dentre outras atividades para a população, e, de acordo com as épocas em que são implantados eles passam também por transformações quanto

Fonte: Serra Canastra, 2012

responsabilidade do governo do Estado; e nacional quando o

FIG. 6: PARQUE NACIONAL DA CANASTRA

parque destina-se a conservação natural de uma área, sendo de

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Via rural, 2012

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FIG. 7: PARQUE ESTADUAL DA CANTAREIRA

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ao seu estilo projetual, segundo aspectos como cita MACEDO; SAKATA (2003, p.61): “[...] o programa e a forma.”. O programa refere-se às atividades que o parque pode oferecer a população, enquanto a forma diz respeito a estrutura física do local, ou seja, as acomodações das atividades de lazer propostas para a comunidade. No tópico que segue será apresentado um resumo histórico sobre a origem mundial dos parques urbanos e sua diversidade estilística a partir do final do século XVIII com o surgimento dos parques ingleses.

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2.1.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

O SURGIMENTO DOS PARQUES URBANOS

Os parques urbanos surgem a partir do final do século XVIII,

originados, segundo KLIASS (1993, p.20) das “[...] idéias românticas de volta à natureza aliadas à influência da cultura e artes orientais. Rompe-se então com a tradição do jardim barroco, com sua linguagem geométrica e arquitetônica à qual se subordinavam não

Fonte: Acores, 2012

inspiração escolhida para a criação dos parques, jardins estes

FIG. 8: JARDIM INGLÊS CLÁSSICO

para a burguesia da época. Os jardins ingleses foram a fonte de

Fonte: Perlbal, 2012

espaço segundo ideais estéticos da época, embelezando as cidades

FIG. 9: JARDIM INGLÊS ROMÂNTICO

na Inglaterra, originários das iniciativas paisagísticas de formatar um

somente os elementos construídos, como pisos e espelhos d’água, mas também a vegetação.”. A idéia de preservação e contato com a natureza era salientada, com a utilização de vastos gramados onde as pessoas podiam pisar e até mesmo fazer piqueniques, além do uso mais livre da vegetação, onde os arbustos não são moldados com podas em formatos variados como era nos jardins franceses, mas sim mantidos sem muita intervenção do homem, mais naturais. Ainda sobre os parques urbanos, KLIASS (1993, p.19) afirma que eles vieram para responder “[...] às demandas de equipamentos para

as

atividades

de

recreação

e

lazer

decorrentes

da

intensificação da expansão urbana e do novo ritmo introduzido pelo tempo artificial [...]. Ao mesmo tempo, o parque vai atender à necessidade de criação de espaços amenizadores das estruturas

14


P a r q u e

urbanas,

compensando

as

massas

U r b a n o

edificadas.”,

ou

seja,

proporcionar lazer e descanso para a população tomada pela

Parque da Pedreira Santa Luzia

Em relação à criação dos parques urbanos ingleses Kliass, explica que:

correria das cidades modernas melhorando sua qualidade de vida. O traçado do novo modelo criado pioneiramente nas cidades

Dois processos distintos marcaram a criação dos primeiros

inglesas, de acordo com KLIASS (1993, p.20) possui “[...] uma

parques urbanos na Inglaterra. Primeiro pela absorção dos grandes

linguagem informal de linhas curvas, modelado de relevo em colinas

espaços, representados pelos jardins dos palácios da Corte, que

macias, rios e lagos, extensos gramados e grupos de árvores, tudo sugerindo, por meio de seu arranjo, as formas da natureza.”, complementando a idéia do traçado romântico utilizado nos jardins

foram abertos ao público e incorporados à estrutura urbana. Em Londres, esse processo proporcionou uma extensa área verde no coração da cidade composta por Saint James Park, Hyde Park e Kensington Gardens. (KLIASS, 1993, p.20)

ingleses e abandonando a tradição barroca até então utilizada na época. Os parque ingleses passam a representar, segundo KLIASS (1993, p.20) “[...] a expressão dos parques franceses e alimentar a fecunda leva de parques que iriam surgir nos Estados Unidos. Em sua evolução, esse modelo dá origem ao estilo “paysager” ou “gardenesque”, que exacerba a imitação da natureza, introduzindo elementos pitorescos nos jardins, como grutas e balaustradas onde as pedras e os troncos eram reproduzidos em cimento.”. A idéia de conservação, imitação da natureza e inserção de elementos como grudas, ou mesmo fontes, cascatas, lagos artificiais e outros, ainda é utilizada nos dias atuais como forma de proporcionar uma metáfora da natureza, simulando o famoso Jardim do Éden, assim como foi citado anteriormente no capítulo sobre os parques urbanos.

A abertura dos jardins dos palácios da Corte inglesa ao público instigou a população a buscar formas de recreação em espaços livres que proporcionasse o que os jardins proporcionavam: ar puro, tranqüilidade, harmonia, contato com a natureza e liberdade, dentre outros benefícios a população. Com a urbanização da cidade de Paris, realizada com o intuito de proporcionar uma melhoria no espaço urbano com a abertura de largas vias de acesso destinadas a movimentação de tropas de Napoleão III, salubridade às casas que mal recebiam iluminação natural, tornando-se habitações enclausuradas onde as doenças se proliferavam

incessantemente,

reduzindo

a

produtividade

da

população que, em sua maioria trabalhava em fábricas pela cidade; iniciou-se a criação de parques urbanos, também com objetivo de

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P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

parques urbanos constituído por áreas verdes em diferentes escalas, interligadas pelas grandes avenidas. Para isso, fez uso das florestas que haviam pertencido à Coroa (Bois de Boulogne e Bois de Vincennes) e criou uma série de outros parques, entre os quais o Monceau,

o

Monsouris

e

o

Buttes-Chaumont,

este

último

recuperando uma antiga jazida de calcáreo. Para a implantação e manutenção desses parques foi criada uma estrutura administrativa,

Fonte: Blogspot, 2012

metade do século XIX, Haussmann estabeleceu um sistema de

FIG. 10: PARIS APÓS A REFORMA DE HAUSSMANN

Ao proceder à urbanização da cidade de Paris, na segunda

Fonte: Blogspot, 2012

Kliass referente às modificações de Haussmann:

FIG.11: PARC MONTSOURIS CRIADO POR HAUSSMANN

proporcionar melhor salubridade a cidade, assim como explica

o Service dês Promenades et Plantations, que teve como primeiro diretor o engenheiro-paisagista Jean-Alphonse Alphand. (KLIASS, 1993, p.22)

Haussman causou uma série de discussões em relação ao seu plano de urbanização de Paris, muitos autores o consideram como um destruidor do patrimônio cultural da cidade parisiense, pois sua ousada intervenção na malha urbana condenou uma série de edificações, das quais foram demolidas para a implantação das grandes avenidas boulevares e para a renovação das habitações que eram insalubres e mantinham uma quantidade exacerbada de habitantes em seu interior. Existem também os autores que vêem o Barão Georges Eugene como um pioneiro no planejamento

16


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

urbanístico de grandes cidades, pela sua visão em longo prazo e

desenvolve-se nos Estados Unidos o que veio a ser conhecido como o Movimento de Parques Americanos, cuja figura mais representativa foi Frederick Law Olmsted. Olmsted teve grande influência no desenho das cidades americanas com a inserção de parques na estrutura urbana através da utilização do seu potencial paisagístico.”. Olmsted foi um grande arquiteto-paisagista da história dos parques americanos, sendo o criador do famoso Central Park

Fonte: Fique linkado, 2012

KLIASS (1993, p.22) “Concomitantemente ao processo europeu,

FIG.12: CENTRAL PARK DE LAW OLMSTED

Seguindo o desenrolar da história dos parques, de acordo com

Fonte: Central Park, 2012

cidade de tamanho considerável como era Paris na época.

FIG.13: VISTA DO CENTRAL PARK

coragem de implantar uma reforma de tamanho porte em uma

em Nova York. O Central Park, assim como uma série de parques de menor porte, foi implantado na intenção de preservar seu sítio, pois de acordo com Olmsted, pouco restaria de vegetação, fauna ou relevo natural da cidade quando os grandes arranha-céus tomassem conta de todo o cenário, somente nesses locais a população poderia desfrutar de um ambiente natural e relembrar de como foi a cidade antes de sua implantação. Procedendo com a história dos parques Kliass informa que:

17


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

Depois da Segunda Guerra Mundial, as experiências das

Alguns pontos são realçados para um bom planejamento dos

cidades novas na Inglaterra, na frança e nos Estados Unidos

parques como o incentivo à criação de um bom programa de

introduziram uma nova concepção urbanística e, conseqüentemente,

entretenimento como quadras de esporte ou passeios para a prática

em relação às áreas verdes, incorporando os conceitos da Carta de Atenas e do arquiteto-urbanista Le Corbusier. Nas duas últimas décadas, a crescente importância das questões ambientais e de preservação dos patrimônios culturais e paisagísticos em todo o mundo contribuiu para revigorar as propostas de valorização das áreas verdes nos centros urbanos e de conservação dos seus

de corrida ou caminhada, além da preservação dos elementos naturais locais, que, de certa forma do ponto de vista ambiental tem ligação com os conceitos referentes ao planejamento urbano de Le Corbusier, do qual propõe a criação de habitações cercadas por parques, incentivando uma maior arborização das cidades. Os parques urbanos dos tempos atuais ainda utilizam-se dos

espaços naturais. (KLIASS, 1993, p.24)

preceitos da Carta de Atenas e de Le Corbusier para o A Carta de Atenas, redigida a partir

do Congresso

planejamento das cidades, ainda que quase nunca os projetos

uma

saiam do papel devido a conflitos de interesses econômicos ou

discussão sobre os problemas atuais nas grandes cidades,

políticos, a princípio os urbanistas ou os planejadores visam cidades

propondo alternativas que possam solucioná-los ou amenizá-los,

onde

considerando que cada cidade difere em muitos aspectos físicos,

descongestionadas e seguras, as áreas de lazer e habitações sejam

políticos e sociais de outras semelhantes em questão de porte.

suficientes e de qualidade e haja empregos disponíveis para todos.

Internacional

de

Arquitetura

Moderna

(CIAM),

propõe

Os espaços destinados ao lazer público nas cidades, como é

o

meio

ambiente

é

preservado,

as

ruas

sejam

A seguir será apresentado um panorama da criação dos

o caso dos parques urbanos, são discutidos na Carta de Atenas

parques urbanos no Brasil,

abordando o surgimento e a

segundo sua problemática como o fato de existirem em quantidades

conceituação de seus estilos projetuais.

insuficientes para atender à população ou mesmo quando existentes e de porte suficientemente grande para acolher um grande número de visitantes, estão mal destinados e por isso são pouco utilizáveis pela população geral das cidades.

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P a r q u e

HISTÓRICO

2.2.

U r b a n o

DA ARQUITETURA PAISAGÍSTICA NO

BRASIL

E

SEUS ESTILOS

Parque da Pedreira Santa Luzia

força no Brasil republicano, não acontecem mais nos largos e campos, deslocando-se para as grandes avenidas. Assim, a praçajardim deixa de ser – como eram, no período colonial, o largo, o terreiro e o adro da igreja – o palco da vida mundana e religiosa, civil

No Brasil o quadro paisagístico a que se refere a criação dos

e militar da cidade. A praça agora é belo cenário ajardinado

parques urbanos inicia-se com a chegada da família real portuguesa

destinado às atividades de recreação e voltado para o lazer

ao território brasileiro em busca de riquezas da terra inexplorada e

contemplativo, a convivência da população e o passeio. (ROBBA;

trazendo consigo da Europa seus costumes e cultura, que geraram

MACEDO, 2003, p.28-29)

uma mistura com a cultura indígena local, proporcionando a geração da grande diversidade que temos hoje, tanto cultural, quanto de

Devido a essa mudança cultural brasileira, as praças passam a ser de uso público para fins de passeio e encontro, para ver e ser

fenótipos. Com a fixação de residência do Rei de Portugal no Brasil,

visto, sendo desenhadas a partir de modelos europeus para o

inicia-se a criação de espaços destinados ao embelezamento dos

usufruto da realeza, e posteriormente, também da burguesia que se

espaços livres urbanos, que, antes mesmo da elevação das vilas à

fixou ou emergiu de classes mais baixas oriundas de imigração no

cidades, já começam a receber tratamento estético para abrigar

Brasil.

confortavelmente a realeza segundo os preceitos da arquitetura

O modelo paisagístico de praças brasileiro, segundo ROBBA;

paisagística de sua terra natal, como forma de proporcionar uma

MACEDO (2003, p.29) “[...] teve influência cultural inglesa e

paisagem européia nos centros urbanos brasileiros.

francesa, denominadas de linha eclética caracterizada pela

De acordo com Robba e Macedo sobre a criação das primeiras áreas verdes no Brasil:

apropriação de vários estilos e influências.”. A mistura desses elementos gerou uma diversidade de praças no cenário paisagístico brasileiro, pois, este novo estilo abarca duas correntes distintas,

O surgimento da praça ajardinada é um marco na história dos

sendo a primeira romântica, que parte do conceito da delineação de

espaços livres urbanos brasileiros, pois altera a função da praça na

caminhos sinuosos, floridos como nos parques franceses e dotados

cidade. O mercado foi transferido para edificações destinadas a

de ornamentações como passarelas e fontes originárias dos

atividades comerciais; as demonstrações militares de poder perdem

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P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

parques ingleses; enquanto a corrente clássica marca uma

A corrente romântica, de acordo com MACEDO (1999, p.23)

preocupação com a geometria e linearidade, onde todos os

possui uma grande cenarização que, “[...] constitui-se um forte apelo

passeios convergem para um ponto principal e são interligados,

do projeto. Grandes gramados e arvoredos em maciços são

dotados de vegetação com função apenas decorativa e elementos

introduzidos e dialogam com lagos românticos, edifícios pseudo-

esculturais.

gregos, estátuas e outros elementos. Os caminhos são sempre

MACEDO; SAKATA (2003, p.62) afirmam que “[...] O Ecletismo

orgânicos e os eixos geométricos não são permitidos.”. Esta

abarca todo o conjunto de obras dos séculos XIX e XX, tanto

corrente por um grande período temporal agradou as massas

românticas quanto clássicas e outras mais, já que nenhum padrão

burguesas da época, pois proporcionava espaços interessantes

de concepção foi transportado em sua essência para o país.”. A

para caminhar, devido a sua sinuosidade que levava os visitantes a

explicação dos autores refere-se, segundo teorias propostas, ao

descobrirem cenários diferentes a cada curva do passeio, e não

distanciamento

monótonos como era o caso do desenho clássico com linhas retas

presente

entre

os

países

originários

deste

paisagismo eclético importado, do ponto de vista espacial e até

convergindo ao centro funcionando como eixos nas praças.

mesmo cultural, pois afinal, utilizando a Europa como exemplo,

Ainda sobre as correntes estilísticas, Macedo explica:

situada em outro hemisfério do globo terrestre, regrada por uma cultura ambiental diferente da nossa e dotada de um clima mais

Cada corrente, isto é, cada linha é característica de uma etapa

moderado, as espécies vegetais sofrerão bastante por conta da

da arquitetura paisagística brasileira. A linha clássica, por exemplo,

diferença de temperaturas, sendo difícil a adaptação ao país tropical

predomina do início ao meio do século XIX, sendo derivada dos

com um clima quente do qual dispomos. A distância que deve ser percorrida desde a Europa até nosso continente também é um ponto crítico quando da implantação do paisagismo nas praças públicas, porque até mesmo as espécies vegetais para plantio nos espaços

ensinamentos da Missão Francesa, que implanta o neoclassicismo arquitetônico no país, e de uma forte tradição portuguesa de tratamento de jardins, que já desde o século anterior constrói os parques palacianos de uma forma bastante rígida e geometrizada. (MACEDO, 1999, p.23)

livres são originárias de países do exterior, transportadas de navio até nosso continente, podendo sofrer, inclusive, com uma diversidade de ações de intempéries ou acidentes de percurso.

20


Parque da Pedreira Santa Luzia

A corrente clássica como informa o autor, é originária da Missão Francesa e tem por isso motivos paisagísticos retilíneos visivelmente encontrados nos projetos, como no desenho de seus passeios internos. Inicialmente os espaços públicos no Brasil foram desenhados de acordo com a corrente clássica do ecletismo, criando-se uma série de espaços públicos segundo ideais estéticos europeus. De acordo com MACEDO (1999, p.26), “Durante os anos de 1779 a 1783, na gestão do vice-rei Dom Luís de Vasconcelos, é construído na capital carioca o primeiro espaço público moderno e tratado do país – o Passeio Público [...] colaborou na melhoria das condições locais de habitabilidade da região, que nas décadas seguintes seria intensamente urbanizada.”. Tal acontecimento tornou-se um marco histórico na concepção dos parques urbanos no Brasil, pois o Passeio Público do Rio de Janeiro tornou-se um exemplo

para

os

parques

que

viriam

a

ser

concebidos

posteriormente para uso da população, pois ainda que fosse esta a finalidade do passeio carioca, por algum tempo foi utilizado, e, segundo crônicas da época descritas por MACEDO; SAKATA (2003, p.18), “[...] somente em seus primeiros momentos atraiu os representantes das elites como usuários, sendo relegado a um abandono relativo em anos posteriores. De qualquer modo, subsistiu como espaço público até a grande reforma em 1862, já no Segundo

Fonte: Passeio Público, 2012

U r b a n o

FIG.14: PLANTA ECLÉTICA CLÁSSICA DO PASSEIO PÚBLICO

P a r q u e

A falta de utilização do Passeio Público do Rio de Janeiro foi ocasionada devido à discordância entre o planejamento do mesmo e a realidade sócio-política do país, sendo projetado para a população segundo preceitos trazidos dos parques europeus, como a geometria rígida da corrente clássica e os usos referentes a atividades de contemplação destinadas ao público no geral, enquanto a realidade do nosso país era que os únicos usuários possíveis eram pessoas da elite que, inclusive tinham residência distante da orla na qual o passeio foi implantado, dificultando o acesso diário para quem quisesse utilizá-lo. Em relação aos problemas gerados nos espaços públicos brasileiros concebidos de acordo com os já citados projetos

Império, que modificou totalmente sua estrutura paisagística.”.

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P a r q u e

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europeus, e em concordância com as informações já descritas anteriormente, Macedo e Sakata explicam:

Parque da Pedreira Santa Luzia

A segunda metade do século XIX marca uma mudança bastante significativa na arquitetura paisagística brasileira, com a introdução do viés romântico inspirado na tradição inglesa, então

O parque urbano brasileiro, ao contrário do seu congênere europeu, não surge da urgência social de atender às necessidades das massas urbanas da metrópole do século XIX. O Brasil do século passado não possuía uma rede urbana expressiva, e nenhuma cidade, inclusive a capital, o Rio de Janeiro, tinha o porte de qualquer grande cidade européia da época, sobretudo no que diz respeito a população e área. O parque é criado, então, como uma figura complementar ao cenário das elites emergentes, que controlavam a nova nação em formação e que procuravam construir uma figuração urbana compatível com a de seus interlocutores internacionais, especialmente ingleses e franceses. (MACEDO;

recentemente adotada em Paris nos grandes trabalhos de reforma urbana executados pelo Barão Georges Eugene Haussmann. Ao lado da transformação da velha Paris em uma cidade moderna, cortada por grandes boulevards e pontuada por uma arquitetura de vanguarda, constrói-se um grande conjunto de parques públicos. Criados por Jean Claude Adolph Alphand e equipe, esses parques constituem-se em um marco na criação do parque urbano ocidental, pois pela primeira vez, em uma grande cidade européia, tantas obras de espaços livres públicos são executadas e concebidas, de modo a atender a uma exigência da população urbana como um todo e não exclusivamente das elites. (MACEDO, 1999, p.28)

SAKATA, 2003, p.16)

Com a introdução da corrente romântica no Brasil, uma série Além do Passeio Público, foram criados ainda outros dois

de projetos de espaços públicos são criados e muitos dos existentes

parques urbanos que foram também pioneiros e referências no

são reformulados, pois o romantismo revê os conceitos dos projetos

Brasil: o Campo de Santana e o Jardim Botânico carioca.

paisagísticos e urbanos dos quais na corrente clássica eram

De acordo com a seqüência cronológica do desenvolvimento

destinados ao uso geral, porém planejados apenas para a elite

do paisagismo no Brasil, na primeira metade do século XIX

ficando a população excluída destas áreas públicas, até mesmo

predomina a corrente clássica do ecletismo, sendo modificado o

pela falta de interesse, pois na época as áreas de várzea e terreiros

panorama paisagístico brasileiro na segunda metade deste século

eram os espaços públicos dos quais a população utilizavam para

com a introdução de características românticas, assim como explica

recreação, pelos seus possíveis usos que eram criados pela própria

Macedo a seguir:

população, sendo incorporados a nova corrente como forma de, de

22


P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

fato, instigar a população ao usos dos espaços públicos e torná-los

Glaziou era um grande arquiteto-paisagista da época que

sucessos urbanos e não áreas abandonadas como foi o caso do

trabalhava para a elite local, autor de uma série de projetos urbanos

passeio carioca.

criados no Rio de Janeiro e em outros centros urbanos, sendo seu

Segundo MACEDO (1999, p.23), “A corrente romântica é típica

projeto de reforma do Passeio Público carioca um de seus maiores

da segunda metade do século, e tem como primeiro projeto de porte

trabalhos, do qual passou a ser cartão postal da cidade, e um

a reforma do Passeio Público do Rio de Janeiro em 1862, que

espaço de lazer muito procurado pela população que passa a residir

paradoxalmente foi, também, o primeiro espaço público significativo,

próxima ao mesmo, com a criação dos bairros adjacentes ao

em uma cidade brasileira, configurado dentro da linha clássica.”

passeio.

inclusive seu traçado, passando de linhas retas típicas da corrente clássica para sinuosas segundo preceitos românticos, além da modificação dos usos que passam a abranger a população, com a inserção de uma série de elementos, como explica Macedo e Sakata na frase que segue:

O Passeio Público foi totalmente reformado por Glaziou, perdendo o traçado neoclássico, geométrico e acadêmico, que deu lugar a um projeto moderno para a época, com água serpenteante, caminhos orgânicos conectados em nós entre si. Foi mantida do projeto original apenas a antiga terrazza para o mar. (MACEDO; SAKATA, 2003, p.19)

Fonte: Quapá, 1999

seus antigos usuários passou por uma reforma drástica, mudando

FIG.15: PLANTA ECLÉTICA ROMÂNTICA DO PASSEIO PÚBLICO

O passeio após um grande período de abandono por parte de

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P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Com o crescimento das cidades influenciado pela revolução

imigrantes para o país em busca de oportunidades nas indústrias locais, com a criação de uma diversidade de espaços públicos, como foi o caso de Campo de Santana, do qual, segundo MACEDO; SAKATA (2003, p.19), “Foi construído de acordo com as mais modernas tendências por Auguste François Marie Glaziou, segundo o padrão de projeto anglo-francês, de teor nitidamente romântico, a

Fonte: Quapá, 1999

cidades brasileiras, com a chegada de um maior montante de

FIG.16: PLANTA DE CAMPO DE SANTANA

ou mesmo na automotora, iniciou-se uma modernização nas

Fonte: Quapá, 1999

as linhas de produção da indústria mundial, seja na construção civil

FIG.17: VISTA DE CAMPO DE SANTANA

industrial, da qual proporcionava inovações tecnológicas em todas

partir do qual foram concebidos todos os parques e jardins modernos de Paris, capital cultural e mundial da época.”. O parque utiliza-se ainda de características ecléticas, sendo a partir deste, criados uma série de parques e clubes dos quais já englobam algumas atividades de lazer para a população. A partir daí inicia-se uma nova fase na arquitetura paisagística brasileira, com mudanças propostas por alguns dos grandes arquitetos-paisagistas da época, conforme explica, a seguir, Robba e Macedo: A partir da década de 1940, sob forte influência de arquitetos paisagistas modernos, como Roberto Burle Marx, Thomas Church e Garret Eckbo, começam a aparecer os primeiros sinais de mudança na concepção dos espaços livres da cidade brasileira, com a

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Parque da Pedreira Santa Luzia

alteração de seu programa de uso. Parques e praças passaram a englobar, em seus programas, o lazer ativo – principalmente as atividades esportivas e a recreação infantil – seguindo o exemplo dos jardins particulares, que deixaram de ser projetados como uma moldura da edificação principal, onde o morador contemplava a natureza, para serem planejados como uma área de lazer ativo,

posteriormente nas áreas públicas, equipamentos como quadras para prática esportiva, brinquedos para recreação das crianças e churrasqueiras. (ROBBA; MACEDO, 2003, p.35-36)

Os parques urbanos passam a englobar os conceitos modernos propostos por estes arquitetos e vários outros dos quais

Fonte: Blogspot, 2012

FIG.18: JARDINS DO MES

integrada à casa. Surgem, então, nos jardins particulares e

pouco se sabem, mas que ajudaram a modificar o panorama

incentivaram segundo MACEDO; SAKATA (2003, p.65) “[...] o

paisagístico brasileiro, com a criação dos jardins da Praça de Casa

aparecimento de equipamentos adequados à sua prática: surgem os

e Forte, projeto pioneiro no estilo modernista criado por Roberto

playgrounds, as áreas de convívio familiar equipadas para

Burle Marx em Recife, e também os jardins do MES (Ministério da

piqueniques e as quadras esportivas.”.

Educação e Saúde) no Rio de Janeiro, inicia-se uma série de projetos modernistas por todo o país, dos quais marcam o abandono

O modernismo é definido de duas formas, de acordo com Macedo, assim como descreve o texto abaixo de sua autoria:

das linhas tradicionais do Ecletismo. As atividades de recreação surgidas com o modernismo, passam a instigar o convívio entre a população, influenciando as famílias a utilizarem dos espaços públicos para entretenimento das crianças enquanto os pais podem descansar e relaxar tranqüilos sabendo que os filhos estão seguros. As atividades recreativas

“O

Modernismo

significa,

na

arquitetura

paisagística

brasileira, ruptura e construção. Ruptura, pois abandonam-se definitivamente os modos de projetar do Ecletismo, do qual só se conserva a prática de lidar com a vegetação nativa, já bastante desenvolvida, e o uso de certos materiais para pavimentos, como o

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Parque da Pedreira Santa Luzia

FIG.19: VISTA DO PARQUE IBIRAPUERA

encarar o espaço possibilita a formação de uma identidade própria da arquitetura paisagística nacional, objetivando a criação de novos espaços que se identifiquem com a paisagem local, da qual se extraem elementos para a sua construção a partir dos novos hábitos sociais que se delineiam no período de sua gestação. (MACEDO, 1999, p.57)

O novo modelo paisagístico tem como característica principal a reformulação dos programas de uso, inserindo atividades de lazer

Fonte: Quapá, 1999

mosaico português e arenitos. Construção, pois a nova forma de

ativo para o usufruto da população, além de novas tendências

população, este importante parque urbano não teve sua execução

arquitetônicas originárias do estilo moderno, onde Oscar Niemeyer

completa, permanecendo partes do projeto inicial apenas no papel,

torna-se ícone no estilo arquitetônico moderno brasileiro, que possui

como por exemplo, o paisagismo desenhado por Burle Marx, que

inclusive um acervo de obras em espaços públicos e até mesmo

acabou por ser implantado apenas em um trecho do parque.

autorias dos mesmos, como sua participação na concepção do

Burle Marx foi um grande nome na história paisagística

projeto do parque Ibirapuera e o desenho de suas edificações, em

moderna. Macedo propõe um perfil das obras paisagísticas

São Paulo e o conjunto arquitetônico da Pampulha em Belo

brasileiras especificamente das obras deste importante arquiteto-

Horizonte.

paisagista:

O parque Ibirapuera é demarcado como o primeiro parque moderno do país, que segundo MACEDO (1999, p.85), foi “[...]

Apesar da forte influência externa a que foi submetida durante

erguido para as comemorações do IV Centenário da capital paulista

o século XIX e nas quatro primeiras décadas do século XX, a

em 1954. Pelo seu porte, localização e significado sociocultural

arquitetura paisagística brasileira tem, em especial, a partir da obra

transforma-se em referencial paisagístico tanto para a cidade como para o país.”. Apesar de ser totalmente projetado e planejado para a

de Roberto Burle Marx, o mais renomado arquiteto paisagista nacional de todos os tempos, um desenvolvimento expressivo e bastante peculiar. Esse desenvolvimento corresponde a uma

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Parque da Pedreira Santa Luzia

caracterizam-se por um uso bastante intenso da vegetação tropical, nativa ou não, pelo uso e abuso dos pisos de cores diversas e com desenhos ora geométricos ora bamboleantes e mesmo por programas de uso diferenciados daqueles observados na Europa ou Estados

Unidos,

pontos

de

origem

das

nossas

influências

paisagísticas. (MACEDO, 1999, p.16)

Fonte: Quapá, 1999

física, do país tropical que é o Brasil. As obras de Burle Marx

FIG. 20: PROJETO DA AV. ATLÂNTICA DE BURLE MARX

espaços livres criados de acordo com a realidade, tanto social como

Fonte: Quapá, 1999

que nos anos 50 e 60, pela primeira vez, possibilita a existência de

FIG.21: ATERRO DO FLAMENGO DE BURLE MARX

atividade de projeto calcada em um forte sentimento nacionalista, e

Além de grande arquiteto-paisagista, Burle Marx é um grande conhecedor de botânica, buscando em suas famosas expedições à Amazônia, novas espécies de vegetação nativa brasileira, tendo consigo uma equipe de profissionais como botânicos e fotógrafos dos quais o ajudaram a catalogar uma vasta quantidade de plantas até então desconhecidas, das quais muitas receberam inclusive seu nome ou mesmos espécies dadas como sem importância e que muitas vezes eram ainda, denominadas como mato pela população, porém que tem uma certa importância paisagística, por sua rusticidade e beleza, sendo empregadas posteriormente em seus projetos por todo o país. Os projetos de Burle Marx são marcados pela sua diversidade, tanto botânica quanto de desenho, onde apesar de sua organicidade

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Parque da Pedreira Santa Luzia

de traçado, muitas vezes eram utilizados desenhos retilíneos,

cenário natural é ainda exacerbada, o pitoresco do passado não tem

dependendo da contextualização e da escolha pessoal do arquiteto-

lugar e desaparecem pontes rústicas, grutas artificiais, estátuas de

paisagista, dialogando sempre com as edificações inseridas no

deuses, gazebos e fontes românticas, que são substituídos por

espaço e com seu entorno, o que torna seus projetos ícones do paisagismo nacional, pela sua qualidade e preocupação com a

quiosques toscos, arquiteturas de concreto e, eventualmente, algum monumento moderno. (MACEDO, 1999, p.59)

preservação das espécies nativas brasileiras e com a paisagem natural do território em si, conforme palavras de MACEDO (1999, p.57), “A arquitetura paisagística moderna brasileira caracteriza-se por

uma

forte

identidade

nacional,

que

vem

atrelada

ao

nacionalismo cultural típico do período de sua formação nos anos 40, 50 e 60 e tem como símbolo a valorização exacerbada da vegetação tropical no tratamento e formalização dos seus projetos.” O uso dos parques urbanos e sua quantidade passam a se multiplicar com o desenvolvimento das cidades e aumento da população urbana, permanecendo restritos aos parques alguns usos como a atividade de flanar, que se refere ao ato de passear ociosamente por um local, com intenção apenas de lazer ou relaxamento, da qual descreve Macedo:

Além da implantação das atividades de lazer esportivas, começam a surgir, também, atividades culturais como a criação de teatros de arena para apresentações culturais públicas diversas, sejam peças de teatro, shows ou mesmo apresentações populares, além de funções específicas, como a preservação natural, originando os ditos “parques ecológicos”, dos quais, segundo MACEDO; SAKATA (2003, p.13) objetivam “[...] prioritariamente a conservação desse ou daquele recurso ambiental, como um banhado ou um bosque. E, paralelamente, possui áreas muito concentradas, voltadas para atividades de lazer ativo – como jogos e recreação infantil -, ao lado de áreas voltadas para o lazer passivo – como caminhadas por trilhas bucólicas e esparsas. Esse tipo de parque torna-se popular na década de 1980, podendo ser

O flanar é confinado aos grandes parques públicos, que se abrem generosamente por todas as grandes cidades, com gramados

encontrado em muitos lugares pelo país afora.”. Os parques ecológicos são assim definidos apenas por esse

e lagos tranqüilos, temas dos parques do passado, disputando lugar

viés preservativo de algum recurso natural do local, ainda que essa

com matas nativas percorridas por trilhas rústicas, núcleos culturais

denotação não seja totalmente correta, muitos são os parques

e áreas esportivas. Mesmo nesses espaços, onde a fruição de um

implantados hoje com essa denominação. A real descrição de um

28


sendo apenas projetado a fim de manter intacta a paisagem natural do local, como espécies de reservas florestais. Outro tipo de parque urbano específico é o parque temático, que tem como novas funções, conforme descreve MACEDO; SAKATA (2003, p.13) “[...] as do lazer sinestésico dos brinquedos eletrônicos, mecânicos e dos espaços cenográficos [...]”, dos quais são concebidos apenas nestes parques urbanos específicos, dos quais necessitam de supervisão e manutenção técnica especial para seu pleno funcionamento.

Fonte: Ecotietê, 2012

sem a implantação de atividades recreativas voltadas a população,

FIG.22: PARQUE ECOLÓGICO DO TIETÊ (ECOTIETÊ)

parque ecológico, é a de um parque restrito a preservação natural,

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Disney World, 2012

U r b a n o

FIG.23: PARQUE TEMÁTICO DO WALT DISNEY

P a r q u e

Ainda sobre os parques temáticos, concluindo o raciocínio de MACEDO; SAKATA (2003, p.13), “O parque temático, cujos ancestrais são os velhos parques de diversões e as feiras de exposição do início do século, surge em 1955, com a inauguração da Disneylândia, em Anahein, na Califórnia.”. O citado parque é um ícone do estilo de parques urbanos modernos de concepção temática, tendo como partido o universo da Disney, com suas simulações de castelos existentes nos famosos desenhos animados deste criador, idealizados como um espaço de lazer onde adultos e crianças poderiam brincar em conjunto. Além do planejamento dos parques urbanos, o novo cenário urbanístico moderno é calcado também, segundo MACEDO; SAKATA (2003, p.36) “[...] nos princípios modernistas da Carta de

29


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

Atenas, no uso do automóvel e do caminhão como meios de

vida dos habitantes, assim como foi projetada a cidade de Brasília,

transporte, no consumo e lazer de massas e num vasto processo de

segundo MACEDO (1999, p.84) como “[...] nova capital, concebida

investimento imobiliário, que produziram alterações radicais na

nos anos 50 e inaugurada em 1961, é o exemplo mais significativo

configuração urbana das áreas mais antigas e nos centros

da introdução do parque no contexto urbano brasileiro, já que foi

expandidos e mais precárias nas suas periferias.”

idealizada como uma cidade-parque.”.

O crescente volume de tráfego gerado pela indústria

Com a implantação de uma grande quantidade de espaços

automotiva em rápida ascensão e expansão e o grande montante de

livres destinados ao lazer público, alguns antigos conceitos voltam a

pessoas nas cidades, gerou uma série de problemas urbanos nas

ser repensados para o uso da população, de acordo com os usos

cidades modernas, como o aumento na violência e rápida

por exemplo da ágora grega ou ainda, o largo colonial, assim como

degradação do meio ambiente urbano, causando uma depreciação

descreve ROBBA; MACEDO (2003, p.41): “O espaço público volta a

da qualidade de vida urbana da população e a grande dificuldade de

ser palco de atividades como comércio e serviços, lembrando a

gerenciamento de grandes espaços urbanos, como por exemplo

tradição do largo colonial [...] Em alguns casos, o projeto oficializará

São Paulo, que em pouco tempo teve uma explosão populacional da

a apropriação informal do espaço público, isto é, praças ocupadas

qual ainda hoje sofre por problemas urbanos difíceis de resolver, como as enchentes, trânsito congestionado e redução do tempo livre da população, também causada por esses fatores citados

exaustivo, estresse no trânsito e a falta de atividades esportivas, de descanso e de lazer. Algumas cidades utilizam-se como solução para os problemas urbanos a implantação de bairros-jardins, com a destinação de uma área maior para parques e espaços públicos urbanos, como forma de reduzir o impacto que a correria da cidade moderna tem sobre a

Fonte: Edu Valdoski, 2012

isso acarretando uma série de doenças ligadas ao trabalho

FIG.24: VISTA DE BRASÍLIA - DF

anteriormente, causando um aumento no estresse citadino e com

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P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

por feiras livres ou camelôs.”

populares. Essa transformação do espaço público adicionada a outros elementos do ecletismo que voltam a vigorar nos projetos urbanísticos e paisagísticos marcam uma nova ruptura projetual no Brasil, conforme Macedo explica: Os anos 90 marcam definitivamente o surgimento de uma nova ruptura na arquitetura paisagística brasileira, diretamente interligada com a nova realidade sócio-econômica que se anuncia no

Fonte: Quapá, 1999

equipamentos, como as feiras livres, e até mesmo eventos

FIG.25: PRAÇA ITÁLIA EM PORTO ALEGRE - RS

praças os espaços que recebem uma maior diversidade de

Fonte: Quapá, 1999

lanchonetes, banheiros públicos, lojas de artesanato etc, sendo as

FIG.26: VISTA DA PRAÇA ITÁLIA

Os parques urbanos passam a conter equipamentos como

país. A Praça Itália (1990) em Porto Alegre, o Parque das Pedreiras (1989) e o Jardim Botânico (1991), ambos em Curitiba, são três marcos dessa quebra, que se apresenta como uma característica pós-moderna, na qual os velhos princípios e formas do Ecletismo não são mais renegados, passando a ser reincorporados e revistos. (MACEDO, 1999, p.103)

Essa nova fase, denominada como contemporânea marca a volta de conceitos ecléticos, atrelados aos conceitos modernos em voga, devido a uma necessidade da população das cidades contemporâneas, que tem cada vez mais seu tempo livre reduzido, modificando as formas de viver, onde as pessoas já não almoçam

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Parque da Pedreira Santa Luzia

suma importância, pois raros são os resquícios de remanescentes de vegetação existentes nas cidades onde os altos edifícios dominam a paisagem urbana, sendo preservados in natura nos novos projetos de parques urbanos contemporâneos. Segundo MACEDO; SAKATA (2003, p.68), “Os anos 80 marcam o início de um processo de liberdade na concepção do espaço livre urbano, resultado do questionamento cultural ocorrido

Fonte: Quapá, 1999

A conservação dos ecossistemas passa a ser considerada de

FIG.27: JARDIM BOTÂNICO DE CURITIBA - PR

trabalho para reduzir o tempo, que se torna cada vez mais valioso.

Fonte: Quapá, 1999

alguma lanchonete ou restaurante próximo de seus postos de

FIG.28: VISTA DO JARDIM BOTÂNICO

com suas famílias em suas casas, mas apenas se alimentam em

nos anos de 60 e 70, que colocou em xeque os já tradicionais princípios modernistas, tanto na arquitetura quanto no urbanismo e paisagismo.” Essa liberdade está atrelada a utilização de uma diversidade de elementos e equipamentos urbanos dos estilos ecléticos e modernos, sendo escolhidos conforme a necessidade da população, conforme estudos desenvolvidos para cada espaço público a fim de mapear e tentar minimizar as problemáticas urbanas causadas pela rápida urbanização e o êxodo rural da população que cada vez mais busca a vida moderna das cidades. Além do estudo da necessidade de implantação deste ou daquele equipamento para usufruto da população, de acordo com MACEDO (1999, p.113) “A liberdade de criação ou de composição

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P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

fica vinculada de novo ao “espírito desejado para o lugar” que

paisagística, então, passa a ser regrada apenas pela sua qualidade

de certo modo acompanha a linha de composição do projeto

estética e funcional, sendo libertada de regras de desenho como

arquitetônico

de

existia na corrente clássica ou romântica do ecletismo, ou a

Ecletismo.”. Tal liberdade refere-se ao tipo de paisagem que se

imposição da utilização de elementos como fontes ou esculturas

deseja ao local, sejam espaços abertos gramados para uso de

homenageando um ou outro indivíduo da elite, tudo é flexível

recreação como eram criados os parques ingleses, como podem ser

podendo ser modificado conforme as necessidades da massa à qual

também espaços com equipamentos esportivos como quadras ou

são planejados e construídos esses espaços públicos, visando

campos de futebol, cada espaço público pode ser projetado como

melhorar progressivamente a qualidade de vida de cada cidadão.

ou

urbanístico,

como

nos

velhos

tempos

sendo único, sem relação com outros implantados num mesmo bairro ou cidade, apenas considerando-se sentido estético e os usos desejados pela população. A linha contemporânea de concepção de espaços públicos, segundo MACEDO (1999, p.120) “[...] é marcada por um forte pluralismo, tanto formal como funcional, caracterizando-se pelo apelo à cenarização, à diversidade e à pesquisa de novas formas.”, ou seja, pela utilização de recursos estéticos como o planejamento paisagístico e arquitetônico para transformar o local em um cenário natural, onde o espaço é projetado para agradar aos olhos dos usuários. Concluindo o raciocínio sobre a linha projetual contemporânea, podemos afirmar que, de acordo com MACEDO; SAKATA (2003, p.68) “A linha contemporânea de projeto paisagístico caracteriza-se, assim, por uma postura experimental, de busca, não chegando a apresentar padrões rígidos como suas antecessoras.”. A linguagem

33


P a r q u e

3.

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

PAISAGEM E PAISAGISMO Todo ambiente externo, seja natural ou construído, forma uma

de paisagens.

Os termos paisagem e paisagismo são bastante abrangentes, sendo a paisagem formada por diversos fatores naturais e elementos produzidos pela natureza no tempo e no espaço social. A paisagem

Fonte: Flickr, 2012

mínima ou máxima definidas, proporcionando uma vasta diversidade

FIG. 29: GRAND CANYON – E.U.A.

modificar quanto ao seu início e término, pois esta não possui área

Fonte: viagenstour, 2012

de acordo com sua posição geográfica a paisagem pode se

FIG. 30: VISTA AÉREA DE DUBAI

paisagem de acordo com o ponto de visão do observador, ou seja,

é marcada por um conjunto de elementos e técnicas produzidos pelo homem e moldados para satisfazer às necessidades da sociedade. O paisagismo é a representação da paisagem através de um processo de transformação. Assim, ser paisagista é conseguir representar. (FERREIRA, 2005, p.10)

A paisagem sofre influência direta da natureza e do homem, seja por ação natural de intempéries que, juntamente com o fator tempo, formam a paisagem dos grandes cânions que podemos apreciar nos Estados Unidos, ou a vista da luxuosa Dubai construída pelo homem.

34


Parque da Pedreira Santa Luzia

Ainda na questão, MASCARO (2008, p.15) concorda e complementa a definição do termo paisagem descrito anteriormente, como sendo “[...] um espaço aberto que se abrange com um só olhar. A paisagem é entendida como uma realidade ecológica, materializada fisicamente num espaço que se poderia chamar natural (se considerado antes de qualquer intervenção humana), no qual se inscrevem os elementos e as estruturas construídas pelos homens, com determinada cultura, designada também como “paisagem cultural”. A paisagem cultural descreve a paisagem natural de um determinado local modificada pela ação do homem com o intuito de adequar o espaço para satisfazer suas necessidades, sejam físicas ou psíquicas. Alguns exemplos são as praças e parques urbanos criados não apenas com finalidade de preservação natural local, mas para o desenvolvimento de atividades específicas para o homem, como o lazer e ócio dentre outras. Outras abordagens, como a de MACEDO (1999, p.11) descreve paisagem como “[...] um produto e como um sistema. Como um produto porque resulta de um processo social de ocupação e gestão de determinado território. Como um sistema, na medida em que, a partir de qualquer ação sobre ela impressa, com certeza haverá uma reação correspondente, que equivale ao surgimento de uma alteração morfológica parcial ou total.”.

Fonte: Ecotietê, 2012

U r b a n o

FIG. 31: PAISAGEM CULTURAL - PARQUE ECOTIETÊ

P a r q u e

As duas posturas definidas por Macedo se misturam, pois dependem da visão do observador que presencia o resultado de uma diversidade de fenômenos naturais e sociais que ocorrem por ações naturais ou influencia do homem, como na abordagem anterior onde a natureza é, de certa forma, manipulada pelo bem comum dos homens. Os seres vivos em geral dependem diretamente da natureza para sua sobrevivência, seja para sua alimentação, abrigo ou procriação. A destruição de ecossistemas com desmatamentos, mudanças do curso das águas e conseqüentemente extinção de espécies seja da fauna ou da flora local, causam um grande transtorno para todo um espaço, pois não apenas há a destruição das paisagens naturais, mas também a expulsão de animais de seu

35


P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

FIG. 32: QUALIDADE ESTÉTICA - PARQUE INHOTIM

mesmo de outros diretamente dependentes destes considerando a importância de cada espécie na cadeia alimentar, assim como afirma MACEDO (1999, p.15) que “As idéias sobre paisagem são diretamente vinculadas aos conceitos de habitat e principalmente de espaço.”. Concluindo o raciocínio, o autor diz que:

A paisagem é constituída não somente por espaços livres mas também pelo relevo, pelas águas, construções, estradas, formas de propriedade do solo, ações humanas decorrentes (como plantios e edificações) e, finalmente, pelo comportamento (individual e coletivo) dos seres humanos. São esses elementos e agentes que organizam a paisagem em um espaço de tempo qualquer. (MACEDO, 1999, p.15)

Fonte: Borsatto, 2011

habitat, causando distúrbios como a morte dos mesmos, e até

podem variar do simples procedimento de plantio de um jardim até o processo de concepção de projetos completos de arquitetura paisagística como parques e praças.”.

A partir do período renascentista, surge o termo “paisagista”

A paisagem, de qualquer lugar, pode conter três tipos de

como sendo o profissional responsável pela pintura de paisagens,

atributos qualitativos: ambiental, estética e funcional. A qualidade

sendo

profissional

ambiental de uma paisagem é descrita como a possibilidade de vida

especialista no planejamento de paisagens manipuladas conforme

e sobrevivência de seres vivos, ou seja, a verificação de

as vontades do homem. Juntamente com esta denominação surge o

ecossistemas que sejam capazes de manter por si só a vida local.

mais

tarde

modificado,

denominando

o

termo paisagismo, que, segundo MACEDO (1999, p.13) “[...] é um

A qualidade estética leva em consideração os valores sociais

termo genérico no Brasil, e costuma ser utilizado para designar as

do ser humano, segundo uma determinada época em que é

diversas escalas e formas de ação de estudo sobre a paisagem, que

avaliada, como por exemplo, podemos avaliar esteticamente um jardim de estilo francês no contexto contemporâneo, onde o

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Parque da Pedreira Santa Luzia

conceito de jardins é, em boa parte, diferente da época em avaliação, pois a cultura do homem era diferente; e, finalizando, a paisagem pode ser avaliada também sobre sua qualidade funcional, avaliando-se a eficiência do lugar, sob o ponto de vista de usos implantados para suprir as necessidades do ser humano. No meio urbano, existem várias formas de paisagismo implantado pelo homem e para o homem, não necessariamente tendo como foco a utilização da vegetação, podendo ser jardins, praças, parques, largos ou até mesmo pátios desprovidos de vegetação, o que não deixa de ser considerado como um bom projeto paisagístico, pois o termo abrange não apenas a paisagem natural simulada, mas, inclusive, a paisagem urbana das ruas de asfalto e concreto, onde as qualidades estéticas estão exatamente na amplitude e ausência de elementos naturais.

37


P a r q u e

Parque da Pedreira Santa Luzia

LEITURAS PROJETUAIS urbanos

brasileiros

foram

selecionados como referências projetuais para a concepção de um novo projeto de parque, ao qual se refere este trabalho, de acordo com uma série de elementos dos quais foram julgados de suma importância para a plena implantação e utilização deste novo espaço público. Alguns preceitos foram buscados na pesquisa por referências como o respeito ao terreno e vegetação nativa e o diálogo entre as edificações e os espaços naturais, como forma de proporcionar uma integração entre ser humano e meio ambiente, criando uma maior

Fonte: Wikipédia, 2012

parques

FIG. 33: JARDIM BOTÂNICO DE ATLANTA

alguns

Fonte: Ecotietê, 2012

Inicialmente,

FIG. 34: PARQUE ECOTIETÊ

4.

U r b a n o

conscientização ambiental na população em geral. A beleza paisagística também será considerada como artigo de grande importância, pois instiga as pessoas a utilizarem os espaços públicos diariamente como forma de amenizar o estresse do dia-adia e aumentar a qualidade de vida da população. Vários parques, jardins e institutos botânicos, públicos ou privados, brasileiros ou de origem internacional foram pesquisados na busca por elementos que se encaixassem na proposta do novo parque urbano, sendo alguns parques brasileiros escolhidos exatamente por possuírem elementos da cultura nacional, como por exemplo, seu programa de uso, sendo diferentes em parques do

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Parque da Pedreira Santa Luzia

exterior, além da grande qualidade arquitetônica e paisagística encontrada no Brasil, exaltando a importância da preservação da vegetação nativa brasileira. Alguns parques internacionais de fato contêm uma série de elementos dos quais são significativos e foram pesquisados para o

recreação, além da sua estufa e obras de arte que dialogam com o terreno de sua implantação. Outros parques urbanos pesquisados que chamam a atenção pela sua qualidade estética e funcional, são os parques Barigui e Tanguá em Curitiba, Paraná; Ecotietê,

Fonte: Panorâmio, 2012

cores, proporcionando um lindo cenário noturno para passeio e

FIG. 35: PARQUE BURLE MARX

seu paisagismo que recebe ênfase com luzes noturnas de diversas

Fonte: Toca da Raposa, 2012

de Atlanta, pela qualidade estética e funcional de sua arquitetura,

FIG. 36: TOCA DA RAPOSA

desenvolvimento deste trabalho, como é o caso do Jardim Botânico

Anhanguera, Burle Marx, Aclimação, Villa Lobos e Trianon em São Paulo capital, além do Parque Zooológico da mesma cidade e o Jardim Botânico de Barcelona, Espanha. Além dos parques e outras entidades citadas anteriormente, outra chamou a atenção pelo seu programa de uso: o acampamento Toca da Raposa, do qual mantém uma tribo indígena, resguardando seus costumes e cultura, além da preservação da mata nativa local, proporcionando educação ambiental de qualidade para adultos e crianças, além de uma série de atividades corporativas de recreação e entretenimento, sempre respeitando os moradores locais, inclusive sua fauna e flora.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Parque das Pedreiras localizado em Curitiba, Paraná e o Parque Inhotim, também chamado de Instituto, localizado em Brumadinho, Minas Gerais. Outro parque do qual seria interessante utilizar como referência é o parque da Pedreira do Chapadão em Campinas, São

Fonte: Décio Tozzi, 2012

proposto: o Parque Ibirapuera situado em São Paulo capital; o

FIG. 37: PROPOSTA DE DÉCIO TOZZI

quais seriam as referências projetuais para o projeto que será

Fonte: Décio Tozzi, 2012

brasileiros e muitos outros pelo mundo, chegou-se a conclusão de

FIG. 38: IMPLANTAÇÃO DO PARQUE DE TOZZI

Após uma série de estudos sobre os diversos parques

Paulo, pela sua qualidade paisagística natural e seu projeto arquitetônico

de

Décio

o

grande

Tozzi

autoria qual

de

possui

qualidade,

tendo

conceitos semelhantes aos da Ópera de Arame implantada no Parque

das

Pedreiras

em

Curitiba: o diálogo e respeito entre a edificação e o ambiente natural, propondo uma mínima intervenção no terreno. Apesar da qualidade arquitetônica do projeto de Tozzi que juntamente com o cenário paisagístico do

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P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

parque, tem grandes qualidades estéticas, este ainda não foi executado, sendo inviável a tomada de referência para a concepção de um novo projeto exatamente pela incerteza de como será utilizado após sua execução. A

seguir

serão

apresentadas

leituras

dos

parques

selecionados como referenciais, sendo apresentado um resumo sobre os projetos que terão maior ênfase apenas nas suas qualidades que se encaixam com a proposta que será apresentada posteriormente.

41


P a r q u e

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Google Earth, 2012

PARQUE DAS PEDREIRAS

FIG. 39: FOTO AÉREA DO PARQUE DAS PEDREIRAS

4.1.

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42


Fonte: Quapá, 1999

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FIG. 40: IMPLANTAÇÃO DO PARQUE DAS PEDREIRAS

P a r q u e Parque da Pedreira Santa Luzia

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Localizado no bairro Abranches na antiga pedreira municipal João Gava, atualmente desativada e a qual veio a receber o nome de Pedreira Paulo Leminski em homenagem ao grande poeta e escritor curitibano, o parque de autoria do arquiteto Domingos Bongestabs, professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é cercado por um paredão de rochas de 30 metros de altura dotado de uma cascata com cerca de 10 metros originária de uma das nascentes do local

Fonte: Parques e praças de Curitiba, 2012

integração com a paisagem natural local.

FIG. 41: ENTRADA DO PARQUE DAS PEDREIRAS

escolhido para referenciar este projeto pelo seu respeito e

Fonte: Parques e praças de Curitiba, 2012

Paraná, possui beleza natural e arquitetônica deslumbrante sendo

FIG. 42: ESPAÇO CULTURAL PAULO LEMINSKI

O Parque das Pedreiras situado em Curutiba, Estado do

que deságua num lago artificial de 7500 metros quadrados cheio de carpas cercado por mata nativa de araucárias que abriga várias espécies de aves. O espaço da pedreira, inaugurado em 1990, possui cerca de 103.500

metros

quadrados

com

capacidade

para

receber

aproximadamente 25 mil pessoas, contendo alguns espaços destinados a realização de eventos, sendo eles um palco ao ar livre, o Espaço Cultural Paulo Leminski e a famosa Ópera de Arame, atualmente um dos cartões postais de Curitiba. O palco ao ar livre construído em estrutura metálica e piso de concreto, com camarins subterrâneos dos quais tem acesso direto ao palco por rampas e uma concha acústica natural formada pelo

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Parque da Pedreira Santa Luzia

paredão de 30 metros ao fundo, é destinado a apresentações

FIG. 43: PALCO AO AR LIVRE

Fonte: Parques e praças de Curitiba, 2012

FIG. 44: INTEGRAÇÃO ENTRE NATUREZA E

EDIFICAÇÃO

musicais de grande porte como shows e apresentações de todo o tipo, devido ao seu amplo espaço livre para abrigar uma grande platéia, sendo o espaço de shows mais procurado de Curitiba, por onde já se apresentaram vários ícones da música nacional e internacional e até mesmo bandas iniciantes que buscam espaços onde possam mostrar seu trabalho. O Espaço Cultural Paulo Leminski, situado próximo a entrada do parque, é constituído por uma edificação na qual são expostas diversas obras, fotos e histórias do poeta homenageado Paulo Leminski. Situada em outra grande cratera onde se situa o lago formado pela cascata natural, está implantada a Ópera de Arame, um espaço para espetáculos de diversas naturezas, construído em vidro, telas aramadas, tubos de aço e cobertura de policarbonato não interferindo na paisagem, pois apenas seus blocos de fundação são apoiados diretamente na rocha, permanecendo toda a estrutura elevada, inclusive sua passarela de acesso que transpõe o lago. A Ópera de Arame, apesar de sua complexidade estrutural, foi construída em apenas 75 dias, com cerca de 240 toneladas de aço em uma área total de 4.165 metros quadrados a 19,20 metros do nível do lago, com uma capacidade de público total de 1.648 lugares distribuidores entre os camarotes e a platéia, da qual já recebeu

45


O parque possui um acesso especial para portadores de necessidades especiais, tanto internamente as edificações quanto externamente para o uso geral do parque, com rampas, elevadores e espaços definidos para estadia dentro da Ópera de Arame durante os shows, além dos banheiros equipados com corrimãos e todos os aparatos necessários para o usuário. Existe também uma área de estacionamento gratuita com 100 vagas para o público em geral que venha a visitar o parque, sede da Guarda Municipal e possui um programa interno de coleta seletiva

Fonte: Estranho caminho, 2012

Carlos, Milton Nascimento e Paul McCartney.

FIG. 45: VISTA NOTURNA DA ÓPERA DE ARAME

grandes públicos em espetáculos de grandes artistas como Roberto

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Parques e praças de Curitiba, 2012

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FIG. 46: VISTA INTERNA DA ÓPERA DE ARAME

P a r q u e

do lixo, sendo dotado de lixeiras espalhadas pelo parque para uso da população. O Parque das Pedreiras por sua beleza e amplitude, tornou-se um ponto turístico musical muito forte, colocando Curitiba na rota de grandes shows.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Google Earth, 2012

PARQUE IBIRAPUERA

FIG. 47: FOTO AÉREA DO PARQUE IBIRAPUERA

4.2.

U r b a n o

47


Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Quapรก, 1999

U r b a n o

FIG. 48: MAPA DO PARQUE IBIRAPUERA

P a r q u e

48


P a r q u e

O

Parque

Ibirapuera

recebeu

esse

U r b a n o

nome,

Parque da Pedreira Santa Luzia

segundo

era utilizado antigamente como espaço de pastagens de animais, sendo posteriormente abandonado. Com o abandono do local pelos criadores de gado que já não mantinham seus animais pastando por ali, iniciou-se uma briga entre o poder público e particulares que queriam uma parcela da área da várzea do Ibirapuera para a construção de seus empreendimentos,

Fonte: Paronâmio, 2012

tribos no local da várzea do Ibirapuera onde foi implantado. O local

FIG. 49: VISTA EXTERNA DO AUDITÓRIO

madeira que foi e agora quase nada resta dela.”, pela existência de

Fonte: Paronâmio, 2012

pau podre, ex-madeira, árvore velha, extinta, apodrecida; o pau ou

FIG. 50: VISTA INTERNA DO AUDITÓRIO

LOUREIRO (1979, p.116) de “[...] uma palavra tupi, que significa

sendo finalmente suspensa pelo poder judiciário a venda de terras da várzea para que o local fosse reservado ao povo como um espaço livre, sendo implantado por Manequinho Lopes o viveiro que recebeu seu nome em sua homenagem. A implantação do viveiro foi o passo inicial para a execução do parque, pois até então existia a idéia de que ali fosse transferido o Jóquei Clube da cidade, sendo deslocado para outro local após o início das obras do parque com a execução dos plantios arbóreos e de plantas ornamentais. O parque situado em São Paulo capital, ao lado do bairro de Santo Amaro, foi inaugurado em 21 de agosto de 1954. Com aproximadamente 1.800.000 metros, segundo LOUREIRO (1979, p.123) “A concepção urbanística do Parque Ibirapuera coube a um grupo de arquitetos do mais alto gabarito: Oscar Niemeyer, Ulhôa

49


Mendes.”. Estes importantes arquitetos não apenas projetaram o desenho do parque, mas também diversas obras arquitetônicas sendo de autoria de Oscar Niemeyer o conjunto de cinco edifícios desenhados para comemorações do IV Centenário, denominados de Palácio das Indústrias, Palácio das Exposições (conhecido como a Oca), Palácio das Nações, Palácio dos Estados e Palácio da Agricultura, todos interligados por uma marquise, além de outras edificações como restaurantes, uma danceteria e um píer com

Fonte: Paronâmio, 2012

Melo. O traçado das ruas foi feito pelo paisagista Augusto Teixeira

FIG. 51: VISTA EXTERNA DO PRÉDIO DA BIENAL

Cavalcanti, Zenon Lotufo, Eduardo Kneese de Melo, Ícaro de Castro

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Paronâmio, 2012

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FIG. 52: VISTA INTERNA DO PRÉDIO DA BIENAL

P a r q u e

finalidade de abrigar pedalinhos e barcos. O parque possui uma grande diversidade de usos, com equipamentos de recreação destinados desde crianças até pessoas idosas, proporcionando uma maior variedade de lazer para a população que freqüenta este local diariamente, havendo inclusive a possibilidade de se alugar bicicletas no local como forma de aproveitar melhor o passeio, pela vastidão do espaço, e também para incentivar a atividade física, que é fortemente desenvolvida no Parque Ibirapuera. O fato de o parque proporcionar recuperação do espaço urbano sem interferir nos ecossistemas locais da Várzea do Ibirapuera, além da preservação natural de uma vasta variedade de espécies inclusive raras constantes no viveiro Manequinho Lopes, foram os pontos principais que chamaram a atenção deste espaço

50


P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

FIG. 53: MARQUISE DE LIGAÇÃO DOS EDIFÍCIOS

Fonte: Paronâmio, 2012

que será proposto neste trabalho.

Fonte: Paronâmio, 2012

fauna e flora nativas, conceito principal que será utilizado no projeto

FIG. 54: VISTA EXTERNA DA OCA

como referência projetual, devido ao seu respeito ao terreno e a

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P a r q u e

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Google Earth, 2012

PARQUE INHOTIM

FIG. 55: FOTO AÉREA DO PARQUE INHOTIM

4.3.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

FIG. 56: MAPA DO PARQUE INHOTIM Fonte: Inhotim, 2012

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Parque da Pedreira Santa Luzia

FIG. 57: LEGENDAS DO MAPA DO PARQUE INHOTIM Fonte: Inhotim, 2012

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Parque da Pedreira Santa Luzia

O Parque Inhotim, também denominado Instituto Inhotim pela sua vasta coleção de espécies vegetais bem como pesquisas relacionadas a essa área ambiental além de programas de educação ambiental e de cidadania voltados a comunidade e aos

com a criação do Instituto Inhotim. O parque situado em Minas Gerais, na cidade de Brumadinho, é composto por uma área de 97 hectares com 5 lagos e cercado de mata nativa, o parque possui diversas coleções botânicas das quais

Fonte: Borsatto, 2011

popularmente era denominado de nhô Tim, sendo homenageado

FIG. 58: GALERIA TRUE ROUGE

de senhor Tim (alguns dizem que o nome original era Timothy), que

Fonte: Borsatto, 2011

um conhecido senhor inglês originalmente dono das terras chamado

FIG. 59: OBRA A CÉU ABERTO

visitantes, recebeu esse nome, segundo habitantes locais, devido a

se destacam a de palmeiras sendo uma das maiores do mundo. Além da grande diversidade vegetal existente no Inhotim, da qual é disposta paisagisticamente de modo a exaltar sua beleza, há também um viveiro no qual são realizadas pesquisas na área ambiental e o desenvolvimento de projetos botânicos, incluso são reproduzidas mudas de diversas espécies para implantação no próprio parque, inclusive espécies raras que dificilmente são encontradas em seu habitat natural, tornando o Inhotim um espaço auto-sustentável, que conta apenas com a colaboração de amigos e parceiros do parque, dos quais recebem incentivos fiscais para que possam contribuir com a melhoria e manutenção de um dos espaços de maior qualidade paisagística do Brasil.

55


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

exaltar a diversidade como fato importante em projetos paisagísticos deste porte. Além da preocupação paisagística e ambiental, o parque também busca a integração da arte com a paisagem e o incentivo do contato artístico dos visitantes, bem como o incentivo para os artistas contemporâneos utilizarem o local para o desenvolvimento e implantação de suas obras o que torna o Parque Inhotim diferencial de

outros

museus,

pelo

seu

apoio

ao

artista

inclusive

Fonte: Borsatto, 2011

preocupação ambiental de preservar a vegetação nativa brasileira e

FIG. 60: ESPELHO D’ÁGUA E PAISAGEM NATURAL

tempo, porém mantendo-se a intenção inicial da qual está atrelada a

Fonte: Inhotim, 2012

projeto de Roberto Burle Marx, vindo a sofrer modificações com o

FIG. 61: OBRA A CÉU ABERTO

A grande diversidade vegetal do parque se dá inicialmente por

proporcionando a manutenção necessária para cada obra, o que raramente é encontrado em outros espaços para exposição artística. O parque conta com 4 galerias onde são expostas obras temporárias de longa duração, sendo elas a galeria Fonte, Lago, Praça

e

Lago,

especialmente

além

para

de

obras

galerias

e

específicas

pavilhões e

construídos

também

diversas

instalações de obras permanentes a céu aberto, contendo atualmente cerca de 70 obras em exposição de diversos artistas nacionais e internacionais como Hélio Oiticica, Cildo Meireles e Adriana Varejão. Em geral o Parque Inhotim não pode ser caracterizado como um estilo único de paisagismo, pois sua mistura existente da

56


P a r q u e

implantação

de

obras

e

elementos

em

meio

U r b a n o

aos

Parque da Pedreira Santa Luzia

jardins

proporcionam uma variedade de correntes paisagísticas, que são modificadas de acordo com a intenção artística dos profissionais

espaços de serviços destinados aos visitantes, como restaurantes, lanchonetes, pizzarias, lojas de artesanato e banheiros dos quais são distribuídos ao longo do parque, do qual dispõe também de carrinhos elétricos para o deslocamento das pessoas pelos seus

Fonte: Inhotim, 2012

O espaço físico do parque possui também uma série de

FIG. 62: JARDIM DE BOCÁRNIAS

diversidade vegetal local

Fonte: Inhotim, 2012

escultura, edificação ou um espelho d’água, sempre respeitando a

FIG. 63: RESTAURANTE DO PARQUE

que ali executam suas obras, seja pela implantação de uma

longínquos caminhos internos, além de um centro educacional que contém uma série de espaços como o teatro Inhotim, a semi arena, o café do teatro e dois ateliês além de vários espaços abertos que propõem a educação para a arte e o meio ambiente focando adultos e crianças. A preocupação ambiental, seja pela educação ou pela integração e respeito das obras de arte bem como dos espaços construídos com a paisagem natural, foram os elementos que levaram a escolha deste parque para a tomada de referência para este trabalho.

57


P a r q u e

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Borsatto, 2012

A ÁREA DE INTERVENÇÃO E SUA CONTEXTUALIZAÇÃO

FIG. 64: MAPA CADASTRAL DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

5.

U r b a n o

58


P a r q u e

U r b a n o

A área escolhida para a implantação do projeto de um parque

Parque da Pedreira Santa Luzia

FIG. 65: FOTO PANORÂMICA DO LAGO DA PEDREIRA Fonte: Borsatto, 2012

urbano situa-se na cidade de Ribeirão Preto interior do Estado de São Paulo, tendo localização próxima a Universidade de São Paulo

extração de basalto, tornando o terreno uma grande área com paisagem típica de pedreira, com altos paredões de rocha maciça e um lago artificial formado em uma cratera pelas intempéries, chamada Pedreira Santa Luzia. O local com cerca de 222.000 metros quadrados localizado na Zona

Preferencial

de

Urbanização,

segundo

mapa

de

Macrozoneamento, possui vários proprietários conforme mostra a Fig.64 sendo cerca de 65.210 metros quadrados de propriedade da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (PMRP) de acordo com o

Fonte: Borsatto, 2012

rua Albert Einstein onde há alguns anos funcionou uma empresa de

FIG. 66: VISTA DA PARTE ALTA DA PEDREIRA

(USP) no espaço livre entre as avenidas do Café, Luigi Rosiello e a

cadastro municipal de áreas urbanas e 81.383 metros quadrados de

59


Há alguns anos a população do entorno busca meios de implantar um parque no local, porém a relação entre os proprietários majoritários, USP (Estado) e PMRP possui suas divergências e conflitos de interesse, dificultando a implantação do projeto no local, pois a primeira prevê em seu Plano Diretor a construção de um estacionamento para a farmácia em sua parcela da pedreira, enquanto para a PMRP há o interesse de englobar todas as áreas não edificadas no projeto de um parque urbano, do qual já teve vários projetos como o Condomínium Cultural que consistia em um projeto da POLTEC (Fundação Pólo de Alta Tecnologia de Ribeirão

Fonte: Borsatto, 2012

pertencentes a particulares conforme é demonstrado no mapa.

FIG. 67: EDIFÍCIO DE PARTICULARES ABANDONADO

área cuja propriedade pertence a USP, além de outras áreas

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Borsatto, 2012

U r b a n o

FIG. 68: MARCAÇÃO DE TERRITÓRIO DA USP

P a r q u e

Preto) para a implantação do parque na Pedreira Santa Luzia; outro projeto desenvolvido por arquitetos da Secretaria Municipal de Planejamento em parceria entre a USP e a Prefeitura Municipal e um último entregue recentemente por esta mesma secretaria, porém abrangendo apenas a área de propriedade da PMRP na parte alta da pedreira com o intuito de implantação de uma praça apenas. O

projeto

do

Condomínium

Cultural

foi

idealizado

e

coordenado Pólo de Alta Tecnologia de Ribeirão Preto da qual, através de Declaração de Intenções com a PMRP propôs um projeto desenvolvido em seu concurso de idéias em 1995 para o espaço da pedreira com uma série de equipamentos de recreação, lazer, serviços e até mesmo hotelaria sendo cerca de sete quadras

60


centro cultural contendo centro de reuniões, administração e ateliês; três hotéis e um teleporto além de diversas áreas para estacionamento e um mini terminal de ônibus. Este projeto diante do alto custo e inviabilidade de execução pelo fato que a grande declividade da pedreira foi praticamente ignorada nos diversos estacionamentos e equipamentos implantados em projeto no local onde hoje existe um grande barranco no final da avenida do Café, causou o abandono da idéia de implantar o parque no local, por algum

tempo,

surgindo

novas

manifestações

populares

posteriormente na tentativa de implantação do parque no espaço

Fonte: Borsatto, 2012

de exposições, área para churrasco, palco para shows, lanchonetes,

FIG. 69: VISTA DE UMA ENTRADA ENTRE AS ROCHAS

esportivas, playground, praça de atividades, praça de bares, praça

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Borsatto, 2012

U r b a n o

FIG. 70: VISTA SUPERIOR DA PEDREIRA

P a r q u e

abandonado, originando o projeto da Secretaria de Planejamento. A Secretaria de Planejamento de Ribeirão Preto propôs neste projeto criado em 2004 agradar aos outros proprietários da área de implantação do parque e a Promotoria Ambiental, introduzindo edifícios que poderiam ser utilizados por estes como espaços didáticos para seus alunos e um edifício destinado a nova localidade desta promotoria, sendo a USP o maior obstáculo para a execução do projeto, pelo fato de ali já existir a previsão de implantação de espaços destinados a USP, além do fato que após anos de atraso e não execução do projeto proposto para o parque na pedreira ocasionaram um processo no Ministério Público Estadual iniciado por moradores do entorno na tentativa de impulsionar a implantação

61


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

centro de convenções, escola livre, área de esportes com quadras, vestiários e sanitários, área de descanso, área destinada a terceira idade, área para prática de skate, mirante e uma trilha ecológica, além de dois grandes estacionamentos e uma lagoa de contenção, passando a dar prioridade à promotoria do Ministério Público em questão,

da

qual

pode

ser

explicada

pela

briga

judicial

provavelmente, enquanto a USP permaneceu apenas com o edifício da escola livre e possivelmente com o centro de convenções.

Fonte: Borsatto, 2012

O projeto previa um edifício para a promotoria ambiental, um

FIG. 71: REPORTAGEM RECORTADA DE JORNAL

interno à pedreira.

Fonte: Borsatto, 2012

anos ocorre no local, proporcionando risco de contaminação do lago

FIG. 72: REPORTAGEM RECORTADA DE JORNAL

do parque e também denunciando o vazamento de esgoto que há

Este segundo projeto, assim como o primeiro, não foi executado, pela falta de verba pública e apoio dos outros proprietários da área, apesar de a USP assinar um acordo para a construção do parque há alguns anos atrás, permanecendo um cenário de abandono da pedreira, que atualmente é utilizada como local de funcionamento de uma usina de asfalto da Secretaria de Obras Públicas, fechada para o público que costumava utilizar a área do lago para pesca e lazer, aguardando a execução do projeto de praça proposto para a parte superior da pedreira que tem frente para a rua Albert Einstein. A pedreira já recebeu uma série de eventos de iniciativa popular na tentativa de impulsionar a implantação do parque

62


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

instigando a população a conhecer o local e ver suas belezas naturais, como o evento da pesca na sexta-feira santa e a feira de rua que vem acontecendo semanalmente na rua Albert Einstein com

considerando as necessidades da população do entorno bem como os estudantes e corpo docente da USP. O terreno rochoso da pedreira possui particularidades das quais devem ser consideradas, como os cuidados necessários com a vegetação, não apenas relacionados à sua implantação de novas

Fonte: Borsatto, 2012

firme na luta em prol deste projeto, o qual proporei uma implantação

FIG. 73: FEIRA DE RUA DA PEDREIRA

a associação de moradores do bairro do qual há anos permanece

Fonte: Borsatto, 2012

diretamente de um assentamento do MST que firmou parceria com

FIG. 74: BARRACA DE VERDURAS DO MST

a venda de produtos orgânicos sem uso de agrotóxicos vindos

mudas no local, mas também a manutenção das árvores existentes e o risco de quedas de algumas dispostas diretamente sobre a pedra, o que as torna relativamente instáveis, bem como qualquer paisagismo que seja proposto em locais onde há afloramento de basalto muito próximo a superfície, sendo necessária a escolha de espécies apropriadas para este tipo de terreno, com enraizamento apenas superficial. As edificações também necessitarão de uma fundação adequada considerando o terreno local. Quanto à vegetação existente na pedreira, existem muitas árvores de grande porte, sendo muitas delas origem de sementes de espécies denominadas como invasoras, das quais foram trazidas pelo ventos ou por animais e ali prosperaram, como é o caso das

63


P a r q u e

U r b a n o

albízias disseminadas inclusive ao longo da avenida do Café. De

Parque da Pedreira Santa Luzia

FIG. 75: FOTO PANORÂMICA DE POSSÍVEL PLANTIO Fonte: Borsatto, 2012

acordo com levantamentos realizados no local, faz-se visível que foi

estão atualmente mortas, permanecendo apenas o espaço livre com galhos secos dispostos em desenho quadriculado. O lago é um grande atrativo do local, localizado imediatamente ao lado do paredão rochoso, possui de acordo com estudos da UNAERP boa qualidade da água que abriga várias espécies de peixes, sendo antigamente, muito freqüentado pela população da região e pelos próprios funcionários da usina de asfalto, que pescavam no local. No local existem muitos cachorros abandonados, seja pela população ou trazidos de outros locais pelos funcionários da usina

Fonte: Borsatto, 2012

disposição de mudas em um amplo espaço da pedreira, das quais

FIG. 76: VISTA DO LAGO COM PAREDÃO ROCHOSO

realizado um plantio de reflorestamento, de acordo com a

para maiores cuidados, além de haver histórias em que capivaras já invadiram o local oriundas do Córrego Laureano próximo a pedreira,

64


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

causando problemas como o ataque aos cachorros que ali habitam

como o Parque Ecológico Maurílio Biagi localizado na ponta inversa da avenida do Café, o Terminal Rodoviário próximo também ao parque, o Córrego Laureano que praticamente liga a USP

e a

pedreira ao parque anteriormente citado e a própria USP onde está localizado também o Museu do Café. Estes espaços serão caracterizados nos subitens seguintes, além da própria cidade e bairro onde está implantada a área de intervenção como forma de

Fonte: Borsatto, 2012

A área situa-se próxima a uma série de espaços públicos,

FIG. 77: CACHORRO HABITANTE DA PEDREIRA

são celebradas missas campais periodicamente.

Fonte: Borsatto, 2012

uma capela construída pelos próprios moradores do entorno, onde

FIG. 78: CAPELA DA PEDREIRA

atualmente. Também existe no terreno da pedreira próximo ao lago

estudar sua relação com o entorno e suas possíveis interferências, além de uma análise dos parques existentes na cidade, buscando proporcionar um projeto de boa qualidade suprindo as necessidades locais.

65


P a r q u e

5.1.

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

A CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

Localizada no Estado de São Paulo com cerca de 600.000 habitantes numa área total de 651 quilômetros quadrados, conforme dados do IBGE, a cidade de Ribeirão Preto é conhecida nacionalmente como a capital do chopp por conter a famosa Chopperia do Pingüim no centro da cidade, ao lado do renomado Teatro Pedro II. A cidade de Ribeirão Preto é cortada por três córregos principais, o Córrego dos Campos, o Córrego Laureano e o Ribeirão Preto que deu nome a cidade, fundada com nome de Vila de São Sebastião, nome do padroeiro da cidade, em 19 de junho de 1856.

barões do café, do qual sustentou sua economia tornando Ribeirão um centro regional, além de uma centena de imigrantes que trabalhavam na lavoura proporcionando progresso a cidade renomada inclusive internacionalmente como a terra do café, onde o que se planta dá. O espaço físico da cidade é composto em grande parte por

Fonte: Ribeirão Preto, 2012

povoado, Ribeirão Preto tinha como principais habitantes grandes

FIG. 79: CHOPPERIA PINGÜIM

Originada de doações de terras para a implantação de um novo

solo argiloso com afloramentos de basalto em diversos locais como

subterraneamente o aqüífero guarani, sendo necessária sua

é

atenção em relação às zonas de recarga no setor Leste da cidade.

o

caso

da

pedreira

Santa

Luzia,

e

possui

também

66


Fonte: Borsatto, 2012

U r b a n o

FIG. 80: MAPA DOS PARQUES URBANOS NA CIDADE

Fonte: Borsatto, 2012

5.2.

FIG. 80: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PARQUES NA MALHA URBANA

P a r q u e Parque da Pedreira Santa Luzia

PARQUES EXISTENTES NA CIDADE

67


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

Ribeirão Preto possui seis parques urbanos conforme Fig. 80:

O Parque Luiz Roberto Jábali já foi muito visitado, perdendo

o Parque Ecológico Maurílio Biagi, Parque Municipal Dr. Luis Carlos

qualidade pelo fato de atualmente estar com problemas graves de

Raya, Parque Luiz Roberto Jábali, conhecido como Parque

infiltração das águas dos lagos artificiais, tornando a área mais

Curupira, Parque Morro do São Bento englobando o Zoológico

baixa do parque uma várzea artificial. Outros parques problemáticos

Municipal Fábio Barreto, Parque Roberto Genaro e Parque Tom

são o Tom Jobim, que apensar de boa qualidade estética, está

Jobim, além do Horto Municipal Florestal do qual é denominado

inserido em um setor da cidade onde a criminalidade é alta, sendo

Parque Ecológico Ângelo Rinaldi porém não possui implantação de

repugnado pela população principalmente à noite onde o espaço

um parque urbano para utilização da população, sendo apenas um

torna-se mais perigoso, e o Parque Roberto Genaro, do qual não

espaço com vegetação nativa preservada, utilizado pela prefeitura

possui acessibilidade, sendo dotado de gigantescas escadarias que

para a multiplicação de mudas que são distribuídas para a

dão acesso as ruas adjacentes superiores a pedreira onde está

população. Atualmente estão em projeto outros espaços como o

implantado, e também pelo fato de não haver equipamentos de

Parque Rubem Cione e o Parque Cidade da Criança, dos quais

apoio como lanchonetes, fazendo com que a população dê

estão previstos para serem executados em 2013, segundo

preferência ao Parque Maurílio Biagi, por exemplo, que está

informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

localizado próximo a este e possui além da lanchonete mais espaço

Os parques urbanos de Ribeirão Preto são bastante visitados

e variedade de equipamentos de recreação e atividades físicas.

exatamente pela sua raridade, sendo apenas seis para uma

A seguir será abordado cada parque urbano de Ribeirão Preto

população de mais de 600.000 habitantes como já foi citado, o que

a fim de avaliar quanto aos seus pontos fortes e fracos, dos quais

difere da sua atratividade por questões de qualidade dos espaços,

serão considerados para a proposta do novo parque na pedreira

sendo apenas alguns parques visitados pela sua qualidade estética

Santa Luzia.

e de usos, sendo eles o Parque Ecológico Maurílio Biagi, o Parque Municipal Dr. Luis Carlos Raya e o Morro do São Bento, pela variedade de equipamentos de recreação e espaços bem elaborados.

68


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

5.2.1. PARQUE MUNICIPAL DR. LUIS CARLOS RAYA

FIG. 81: FOTO PANORÂMICA DO PARQUE Fonte: Borsatto, 2012

imediações na zona sul da cidade de Ribeirão Preto, pela sua qualidade estética, de equipamentos e espaço disponível para eventos. O local onde funcionava uma empresa de extração de basalto possui cerca de 40.000 metros quadrados dotados de um vasto gramado de aproximadamente 1.400 metros quadrados com um grande palco de estrutura metálica em sua lateral próximo ao paredão rochoso, dois grandes lagos artificiais profundos, dos quais encontram-se cercados e devidamente sinalizados para evitar acidentes,

além

de

outros

equipamentos

como

sanitários,

Fonte: Borsatto, 2012

dezembro de 2004 é um grande atrativo para a população de suas

FIG. 82: LAGO ARTIFICIAL E CASCATA AO FUNDO

O Parque Municipal Dr. Luis Carlos Raya inaugurado em

69


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

lanchonete e playground para as crianças, além de edificações

Todo o parque é tratado paisagisticamente, tanto interno quanto externamente de forma a proporcionar um espaço agradável para o convívio da população que usufruem do local trazendo suas famílias para um passeio de fim de semana ou mesmo para recreação e atividade física durante a semana. O parque possui estacionamento externo para veículos automotores dos visitantes, localizado no espaço imediato dos dois

Fonte: Borsatto, 2012

bicicleta.

FIG. 83: PÓRTICO DE ENTRADA DO PARQUE

1.100 metros de passeios asfaltados para corrida ou passeios de

Fonte: Borsatto, 2012

uma guarita de segurança. O parque possui também, cerca de

FIG. 84: EDIFICAÇÃO DE SANITÁRIOS

onde estão instaladas a administração do parque, almoxarifado e

lados de seu pórtico de entrada, proporcionando um acesso mais rápido e seguro ao parque, possuindo inclusive cobertura arbórea para que os veículos permaneçam estacionados na sombra de forma a preservá-los. O

espaço

é

freqüentemente

utilizado

por

usuários

acompanhados de sua família, pois o parque possui boa segurança interna e espaços livres para as crianças brincarem, como o grande gramado onde as pessoas passam o dia lendo ou fazendo piqueniques ou mesmo a área de playground onde as crianças passam o dia brincando, logo em frente ao gramado. Existem também alguns espaços para relaxamento e leitura como bancos sob um pergolado dotado de trepadeiras floríferas, e

70


dispostos no paredão rochoso natural que envolve o espaço.

Fonte: Borsatto, 2012

relaxamento pela sua bela paisagem de cascatas e lagos artificiais

FIG. 85: ESPAÇO DE RELAXAMENTO COM PERGOLADO

bancos dispostos ao longo do parque, que por si só proporciona

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Borsatto, 2012

U r b a n o

FIG. 86: PLAYGROUND

P a r q u e

71


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

5.2.2. PARQUE ECOLÓGICO MAURÍLIO BIAGI

O parque ecológico, onde antigamente era apenas um espaço livre público dotado de boa arborização e local de implantação das

FIG. 87: FOTO PANORÂMICA DO PARQUE ECOLÓGICO Fonte: Borsatto, 2012

famosas obras de arte em concreto armado de Bassano Vacarini, há

popularmente

como

“parque

da

Prefeita”,

recebendo

esta

denominação devido ao apreço que a Prefeita responsável por sua implantação tem por este espaço situado ao lado da Câmara Municipal. O terreno é cortado pelo Córrego Ribeirão Preto e Laureano, fato que atualmente é tomado como problemático para o local, pois estes córregos possuem uma fauna peculiar de capivaras que por razões de sobrevivência permanecem ali, causando distúrbios dentro do parque como a ocorrência de infestações por carrapatos

Fonte: Borsatto, 2012

espaço livre em um parque urbano, do qual é conhecido

FIG. 88: PÓRTICO DE ENTRADA DO PARQUE

alguns anos passou por uma revitalização transformando o grande

72


parasitas. Apesar deste problema, o parque recebe um montante relativamente alto de pessoas, pela sua localização privilegiada, estando próximo ao terminal rodoviário principal da cidade, ao centro urbano e também próximo a uma série de bairros como Vila Tibério,

Vila

Amélia,

Vila

Virgínia

e

Jardim

República,

proporcionando lazer acessível a população do entorno, e não apenas esta mas diversos usuários de bairros mais longínquos dão preferência a utilização deste parque pela sua variedade de usos, como equipamentos para alongamento, plaground, lanchonete,

Fonte: Borsatto, 2012

constatados casos de morte de pessoas contaminadas por estes

FIG. 89: BUSTO EM HOMENAGEM A MAURÍLIO BIAGI

originários destes animais que causam doenças, sendo inclusive

Parque da Pedreira Santa Luzia

Fonte: Borsatto, 2012

U r b a n o

FIG. 90: PLAYGROUND

P a r q u e

sanitários, rampa de skate, duas quadras de concreto e uma de areia para a prática de vôlei de praia, ciclovias internas e passeios asfaltados e concretados, além de outros espaços como um lago artificial que foi concebido inicialmente para este fim e atualmente é utilizado como circuito de skate. Além destes equipamentos há também a ocorrência periódica de eventos como a Feira do Livro que atualmente acontece parcialmente na Praça XV de Novembro e outra parte no Parque Ecológico Maurílio Biagi, existindo a intenção de deslocamento da feira por completo para o parque que dispõe de muito espaço livre para a implantação de grandes eventos como este. Outros eventos acontecem no parque, como shows e eventos particulares

73


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

participação ativa na história desta cidade, sendo implantado um busto de bronze de Maurílio Biagi no parque, próximo ao pórtico de entrada situado na Alameda Botafogo. O espaço possui ótimo tratamento paisagístico, chamando a atenção pelas grandes espécies arbóreas como ipês, paineiras e seringueiras,

das

quais

foram

plantadas

em

conjuntos,

proporcionando um cenário típico de bosque próximo a lanchonete do parque, além da grande variedade de arbustos como primaveras,

Fonte: Borsatto, 2012

homenagem ao empresário do setor sucro-alcooleiro, do qual teve

FIG. 91: LAGO UTILIZADO COMO RAMPA DE SKATE

O Parque Ecológico Maurílio Biagi, recebeu este nome em

Fonte: Borsatto, 2012

Coordenadoria de Limpeza Urbana.

FIG. 92: RAMPA DE SKATE

previamente autorizados pela Secretaria de Meio Ambiente e

calatéias e mini ixoras, dos quais recebem manutenções periódicas da Coordenadoria de Limpeza urbana de forma a permanecer sempre bem comportados como nos jardins ingleses antigos. Devido a sua grande utilização diária, o parque recebe várias iniciativas populares para implantação de mais equipamentos, como é o caso de um grupo de incentivo a leitura que freqüenta o parque trazendo livros para a população e no qual atualmente está propondo um espaço para esta atividade, tendo apoio de particulares que estão dispostos a doar um contêiner para o armazenamento dos livros adequadamente, para que permaneçam seguros enquanto a população não está utilizando, de forma a

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P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

amenizar custos de transporte destes exemplares e manter sua integridade. Outro projeto proposto pela população é a implantação de uma pista de skate para a prática de rua, com a execução de

Fonte: Borsatto, 2012

atualmente já existe um paisagismo.

FIG. 93: QUADRAS ESPORTIVAS

propor uma grande impermeabilização do espaço verde no qual

Fonte: Borsatto, 2012

iniciativa popular ainda está sendo analisada pelo fato do projeto

FIG. 94: ÁREA DE ALONGAMENTO

rampas e obstáculos como corrimões fixados no contrapiso. Esta

75


P a r q u e

U r b a n o

Parque da Pedreira Santa Luzia

5.2.3. PARQUE LUIZ ROBERTO JÁBALI

FIG. 95: FOTO PANORÂMICA DO PARQUE VISTO DO ALTO

O parque com cerca de 152.000 metros quadrados, foi

Fonte: Borsatto, 2012

inaugurado em 18 de novembro de 2000 em um espaço urbano onde antigamente era ocupado por uma empresa de extração de basalto, assim como é o caso do parque Roberto Genaro e Luiz Carlos Raya, recebendo diversos lagos artificiais e cascatas, dos

para lazer. Devido ao seu terreno rochoso, as espécies arbóreas se restringem a angicos, farinhas secas e aroeiras por necessitarem de pouca água para sobreviver, além do pouco substrato disponível para enraizamento, sendo por isso conhecidas como espécies invasoras pela sua facilidade de proliferação em terrenos adversos.

Fonte: Borsatto, 2012

Curupira), um espaço de belíssima paisagem e amplos espaços

FIG. 96: PÓRTICO DO PARQUE

quais fazem do parque Luiz Roberto Jábali (mais conhecido como

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Foram também implantadas espécies arbóreas nativas como ipês, palmeiras e paineiras para composição paisagística, proporcionando um espaço de boa arborização tornando o micro clima local mais

parque, um palco para eventos de frente pra grande área gramada central com capacidade para cerca de 20.000 pessoas, e outros espaços de apoio como lanchonetes, sanitários e estacionamento interno com capacidade para 200 carros. O espaço é bastante visitado por pessoas para caminhadas e

Fonte: Borsatto, 2012

lagos para contemplação, dois mirantes na parte superior do

FIG. 97: ESCULTURA DO CURUPIRA

ciclovias internas, além de diversos espaços para alongamento,

Fonte: Borsatto, 2012

O local possui diversas trilhas para caminhada, bem como

FIG. 98: PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

fresco.

relaxamento, sendo de uso de crianças apenas por causa das ciclovias, pois não existem equipamentos recreativos no parque, tornando o espaço pouco atrativo apesar de sua beleza natural. Há alguns anos este parque vem passando por problemas de ordem estrutural devido a infiltrações por toda a parte baixa do parque tornando quase todo o espaço permeável áreas de várzea, pois a água dos lagos artificiais mal executados está infiltrando por baixo das rochas basálticas e causando uma transferência da água dos lagos para outros trechos gramados do parte mantendo vários espaços alagados constantemente, de acordo com explicações técnicas do geólogo Maurício de Melo Figueiredo Jr. da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o que é uma lástima pois o parque já

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P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Apesar do problema, o Parque Curupira recebe diversos eventos particulares previamente agendados, assim como outros pela cidade, muito procurados para tais atividades como é o caso do Parque Ecológico Maurílio Biagi anteriormente citado. Nas fotos inseridas ao longo deste texto mostra um evento do colégio COC envolvendo atividades de recreação infantil ligadas ao mundo do circo, reunindo um grande montante de pessoas apesar de várias áreas gramadas estarem isoladas com faixas zebradas devido à

Fonte: Borsatto, 2012

playground para as crianças.

FIG. 99: EQUIPAMENTOS PARA ALONGAMENTO

Raya pela proximidade e qualidade do espaço, além de possuir

Fonte: Borsatto, 2012

que atualmente vem utilizando outros parques como o Luis Carlos

FIG. 100: VISTA SUPERIOR DO PARQUE

foi ícone da cidade sendo muito procurado pela população em geral

infiltração de água oriunda dos lagos.

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P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

5.2.4. PARQUE MUNICIPAL MORRO DO SÃO BENTO

FIG. 101: FOTO PANORÂMICA DO MIRANTE DO BOSQUE

O Parque Morro do São Bento é formado por uma série de

Fonte: Borsatto, 2012

espaços públicos, sendo o Zoológico Fábio Barreto e suas áreas

Palocci que contém o Teatro Municipal e o Teatro de Arena, além da praça Alto do São Bento à frente desta grande área de vegetação preservada e vários equipamentos públicos de lazer, esportivos, culturais e de contemplação. O Bosque Municipal Fábio Barreto foi o primeiro espaço a ser implantado em 1937 para fins de preservação da fauna e flora nacional, sendo inauguradas posteriormente a esta data as dependências

do

Jardim

Zoológico,

museus

Zoológico

Mineralógico, Orquidário e o Parque Botânico em 1942.

e

Fonte: Borsatto, 2012

conhecido como a Cava do Bosque e o Complexo Cultural Antônio

FIG. 102: PÓRTICO DE ENTRADA DO BOSQUE

verdes bem como o famoso jardim japonês, o Complexo Esportivo

79


P a r q u e

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Visitado diariamente por centenas de pessoas, dentre elas a maioria crianças com suas famílias ou em excursões com suas escolas, o Bosque Municipal atrai olhares devido a sua grande diversidade de fauna e flora no local, sendo preservadas várias

abandono. Além da grande biodiversidade do Bosque Fábio Barreto, o local é muito visitado por conter um jardim japonês que é conhecido como um dos cartões postais da cidade, pela beleza estética do seu

Fonte: Borsatto, 2012

circo, assim como vários animais vítimas de maus tratos e

FIG. 103: FAUNA DO BOSQUE

mamíferos como a nova elefanta recebida a alguns meses de um

Fonte: Borsatto, 2012

Leões-Dourados, além de várias espécies de répteis, aves e

FIG. 104: JARDIM JAPONÊS

espécies raras como alguns exemplares de Tucanos Tocos e Mico-

lago de carpas transposto por uma passarela de pedras, além de seu paisagismo típico de jardins deste estilo, sendo um marco no interior do bosque, localizado bem próximo ao mirante que tem vista privilegiada para a amplitude da cidade de Ribeirão Preto. Existem também várias espécies vegetais, inclusive históricas mantidas no local, como a gigantesca peroba rosa que atualmente encontra-se amarrada com cabos de aço devido ao risco de queda por estar inclinada por causa da competição natural das árvores de grande porte por luz do sol, sendo de grande avaria sua extração preventiva, por isso foi estudada profundamente por uma equipe técnica e há anos permanece escorada para manter seu exemplar rígido.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

O bosque é ligado aos outros equipamentos, como é o caso

periodicamente por uma centena de pessoas em procissão com destino as capelas onde são realizados grupos de orações e missas em datas festivas da igreja Católica. O Complexo Esportivo do Morro do São Bento é dotado de vários espaços livres para a prática de atividades esportivas e recreativas e o Ginásio de Esportes que foi inaugurado em 1952 e

Fonte: Ribeirão Preto, 2012

qual é conhecido como Via São Bento, pelo qual é freqüentado

FIG. 105: SANTUÁRIO DAS SETE CAPELAS

percurso interno que leva até este espaço anteriormente citado do

Fonte: Ribeirão Preto, 2012

morro antigamente conhecido como Morro do Cipó, tendo um

FIG. 106: GINÁSIO DE ESPORTES

das Sete Capelas, situada próxima a Cava do Bosque no topo do

construído com o que havia de mais alta tecnologia na época, concreto armado formando uma trama em forma de oca. Outro local do parque é o Teatro de Arena, um espaço ao ar livre localizado quase no topo do morro, foi construído considerando seu melhor local de implantação para que a acústica fosse de boa qualidade sem a necessidade do uso de equipamentos de som, sendo projetado com sua arquibancada circular nas curvas de nível do terreno íngreme, com o palco disposto abaixo com costas para o abismo do morro, sendo introduzido um muro curvo para evitar a dispersão do som do palco, além de dois banheiros localizados um de cada lado do palco. O local recebe uma série de eventos como o denominado Arena Rock, que é um festival de bandas alternativas da cidade sem

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Parque da Pedreira Santa Luzia

fins lucrativos e o festival Tanabata que acontece por parte da extensão do morro com a colocação de tendas para venda de artigos e comidas típicas e montagem de palco para shows culturais

sendo uma edificação fechada para eventos mais restritos como espetáculos e shows, sendo regulada a entrada de populares para conservar as acomodações do prédio que dispõe de sanitários dos quais são abertos exclusivamente ao público para o evento do

Fonte: Ribeirão Preto, 2012

Logo ao lado do Teatro de Arena está o Teatro Municipal,

FIG. 107: TEATRO DE ARENA

jogos virtuais ou desenhos animados, os chamados animes.

Fonte: Borsatto, 2012

disputa de Cosplays que são fantasias de motivos japoneses como

FIG. 108: PRAÇA ALTO DO SÃO BENTO

japoneses, sendo o Teatro de Arena ocupado pela apresentação e

festival Tanabata como forma de melhor atender a população, porém sempre vigiado por oficiais para evitar depredações. Em frente ao Teatro de Arena no ponto mais alto da cidade com cerca de 518 metros de altitude localiza-se a Praça Alto do São Bento da qual possui vegetação de grande porte e alguns bancos esparsos com uma estátua com 20 metros de altura ao centro em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus voltada para o centro da cidade, simbolizando sua benção sobre os habitantes de Ribeirão Preto.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

5.2.5. PARQUE ROBERTO DE MELLO GENARO

FIG. 109: FOTO PANORÂMICA DO PAREDÃO DA PEDREIRA

O Parque Roberto de Mello Genaro foi implantado num

Fonte: Borsatto, 2012

terreno onde havia extração de basalto, localizado na avenida Caramuru com acesso aos fundos para a avenida Santa Luzia, sendo muito utilizado apenas para passagem de pedestres que adentram o parque para utilizar suas gigantescas escadarias que

de Mello Genaro, autor de uma série de espaços público de grande qualidade estética e funcional, o parque foi inicialmente desenhado por ele, porém executado com uma série de modificações, das quais não agradariam o finado arquiteto, segundo profissionais da Secretaria de Meio Ambiente que conheceram o próprio, talvez pela quantidade exacerbada de passeios e ciclovias num local de apenas

Fonte: Borsatto, 2012

Construído em homenagem ao arquiteto paisagista Roberto

FIG. 110: PÓRTICO DO PARQUE

dão acesso a avenida citada anteriormente.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

10.219 metros quadrados ou pelo desenho nada estético de sua edificação central onde estão os sanitários públicos do qual

O parque possui um playground para crianças e uma área com equipamentos de alongamento, além dos sanitários já citados, não

possuindo

local

para

alimentação

e

tampouco

muita

arborização, pois devido a sua implantação recente ou talvez pelo próprio terreno rochoso da pedreira, as árvores encontram-se relativamente pequenas não fornecendo sombra ao local, podendo

Fonte: Borsatto, 2012

pequeno porte.

FIG. 111: EDIFICAÇÃO DOS SANITÁRIOS

um grande lago povoado por patos, peixes e outros animais de

Fonte: Borsatto, 2012

sua cascata de água natural oriunda de uma mina local que forma

FIG. 112: PLAYGROUND

proporciona uma perturbação visual perante a beleza da pedreira e

ser um dos problemas que causam o abandono do parque por parte da população, sendo pouco freqüentado pelos moradores locais, inclusive pela sua localização se dar em uma avenida de muito movimento por existir em sua maioria espaços comerciais. Como todo terreno de pedreira, o Parque Roberto de Mello Genaro possui também alguns riscos como o deslocamento de rochas de basalto dos paredões muito íngremes como já aconteceu há algum tempo, estando parte do paredão próximo a avenida Santa Luzia em risco iminente de desmoronamento, porém aparentemente estabilizado pela escassez de chuvas na cidade de Ribeirão Preto. O local apesar de não conter estacionamento de veículos para os visitantes possui boas qualidades paisagísticas e, apesar do

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Parque da Pedreira Santa Luzia

pouco espaço, possui equipamentos conservados feitos de madeira

Fonte: Borsatto, 2012

do parque e a utilização do mesmo por pessoas mal intencionadas.

FIG. 113: EQUIPAMENTOS DE ALONGAMENTO

usufruir do local adequadamente como forma de evitar o abandono

Fonte: Borsatto, 2012

realização de eventos para instigar a população a conhecer e

FIG. 114: ESCADARIA DE ACESSO A AV. SANTA LUZIA

para o uso da população, necessitando talvez de incentivo com a

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Parque da Pedreira Santa Luzia

5.2.6. PARQUE TOM JOBIM

FIG. 115: FOTO PANORÂMICA DO LAGO Fonte: Borsatto, 2012

O Parque Tom Jobim inaugurado no ano de 1997 com terreno de cerca de 63.500 metros quadrados de espaço livre, dotado de um grande lago onde a prática da pescaria é autorizada para o público geral, possui uma série de equipamentos recreativos construídos de madeira, além de quiosques e quadras esportivas,

funcionários do parque como vestiários e cozinha. O espaço é considerado pela população local como sendo problemático, exatamente pela falta de segurança da qual sofre todo o bairro em que está inserido, proporcionando uma utilização inadequada do local, como ponto de tráfico, local de prática de

Fonte: Borsatto, 2012

da Guarda Civil Municipal, administração e espaços de apoio aos

FIG. 116: PLAYGROUND

passando atualmente por reformas para a implantação de um posto

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Parque da Pedreira Santa Luzia

assaltos e até mesmo esconderijo noturno de pessoas mal

Além dos equipamentos já citados, a proposta de revitalização do Parque Tom Jobim inclui a construção de um pórtico de entrada para o espaço que atualmente não possui entrada definida, existindo apenas aberturas no alambrado que cerca o parque para que a população possa adentrá-lo e utilizá-lo, não havendo nenhuma forma de fiscalização quanto ao usufruto do espaço que permanece aberto dia e noite para quem queira adentrar.

Fonte: Borsatto, 2012

um possível palco sob o lago.

FIG. 117: QUIOSQUE COM LAGO AO FUNDO

da beleza de seu lago, no qual existe a intenção de construção de

Fonte: Borsatto, 2012

público, do qual possui um amplo espaço e boa arborização, além

FIG. 118: PASSEIOS

intencionadas, causando um repugno da população pelo parque

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5.3.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

O ENTORNO DA ÁREA E SUAS RELAÇÕES

A área de intervenção está inserida nos bairros Jardim Santa Luzia e Vila Monte Alegre onde antigamente na época de fundação

do Museu Histórico do Café. A avenida onde está inserida a área da pedreira onde será a intervenção é denominada de Avenida ou Via do Café exatamente por essa raiz história onde o café predominava

Fonte: Borsatto, 2012

Sede da fazenda da família Schmidt como o local de funcionamento

FIG. 119: AVENIDA DO CAFÉ

está implantado o campus da USP, sendo atualmente utilizada a

Fonte: Borsatto, 2012

plantio de café que abrangia inclusive o terreno onde atualmente

FIG. 120: PRAÇA EM FRENTE A PEDREIRA

da cidade funcionava a Fazenda Monte Alegre, uma grande área de

na cidade alavancando sua economia e proporcionando evolução para a região. A Avenida do Café inicialmente possuía perfil comercial predominante, passando a receber empreendimentos imobiliários residenciais timidamente iniciados a partir da metade da referida via até seu final próximo ao campus da USP. Os bairros Jardim Santa Luzia e Vila Monte Alegre atualmente possuem perfil predominantemente residencial, com baixo gabarito e pequenos terrenos no caso do Jardim Santa Luzia, passando a residências de áreas maiores, ou sobradas com prédios de gabarito máximo de quatro andares dispersos entre eles na Vila Monte Alegre, existindo alguns terrenos de uso comercial, como padarias, bares e quitandas, porém em pequena quantidade. É de suma

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Parque da Pedreira Santa Luzia

importância a informação de que na rua Maracajú, em frente ao terreno da pedreira atualmente já existe uma praça pública, sendo

Ainda na antiga Fazenda Monte Alegre, está implantada a USP, da qual buscou a preservação dos elementos naturais e edificados como forma de manter viva a memória da fazenda e conseqüentemente da cidade de Ribeirão Preto, além da inserção de arborização para reflorestamento do local, que por ter sido utilizado como área de grande plantio, teve sua vegetação nativa

Fonte: Borsatto, 2012

ligação entre esta e o parque que ali será projetado.

FIG. 121: PÓRTICO DO CAMPUS DA USP

más condições de manutenção e até mesmo a realização de uma

Fonte: Borsatto, 2012

espaço para melhoria da praça em questão que encontra-se em

FIG. 122: MUSEU HISTÓRICO DO CAFÉ

interessante observar um diálogo entre a área de intervenção e este

devastada para uma melhor utilização das terras disponíveis. Existem no interior do campus da USP algumas edificações antigas preservadas como, por exemplo, as casas dos antigos colonos da fazenda, o Museu Histórico do Café e a atual sede da Administração do campus, além de outras edificações mantidas como patrimônio histórico, sendo abertas ao público para visitação e utilização. O Museu do Café terá relação direta com o parque que será proposto, pois é de suma importância que a história local seja relembrada e enfatizada, de forma a instigar os munícipes a freqüentarem o local com maior freqüência, pois saber da história de sua cidade é viver a história e orgulhar-se de suas raízes culturais.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Próximo a Pedreira Santa Luzia oriundo do campus da USP e desaguando no córrego Ribeirão Preto dentro do Parque Ecológico

planejamento da cidade, pois liga a área central da cidade que começa no terminal rodoviário próximo ao parque anteriormente citado ao campus da USP, muito utilizado por ciclistas e pessoas que buscam atividade física como caminhadas. A seguir serão propostas novas idéias, alternativas e soluções para a ocupação e utilização com qualidade do espaço físico da

Fonte: Borsatto, 2012

características interessantes de serem utilizadas para o bom

FIG. 123: APP DO CÓRREGO LAUREANO

área de preservação permanente mal conservada, este possui

Fonte: Borsatto, 2012

grande relevância para o projeto em questão, apesar de ser uma

FIG. 124: CÓRREGO LAUREANO DENTRO DO PARQUE

Maurílio Biagi, está inserido o Córrego Laureano do qual possui

cidade onde está inserida na área de intervenção, além de propostas para seu entorno imediato abordado neste item, de forma a manter um diálogo e respeito para com os equipamentos e espaços próximos a pedreira prevendo e solucionando seus possíveis impactos.

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6.

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PROPOSTA PARA O PARQUE URBANO

Parque da Pedreira Santa Luzia

livre para acolher milhares de pessoas para shows de grane porte, assim como funciona atualmente o palco ao ar livre do parque

O projeto tem como principal abordagem, o respeito e relação sustentável entre meio ambiente e o ser humano, sendo proposto um traçado paisagístico de forma a respeitar o terreno bem como as características físicas do mesmo, conservando a vegetação nativa e ocupação existente, como a capela construída no paredão de rocha basáltica. O parque proporcionará espaços recreativos, culturais e de descanso para suprir as necessidades da população de seu entorno imediato composta pelos moradores dos bairros Vila Monte Alegre e Jardim Santa Luzia além do corpo docente e discente do campus da USP, de forma a atender uma variedade de usuários com um programa de acordo com seu perfil de utilização, sendo estudantes, profissionais da educação, donas de casa com ou sem crianças, idosos e pais de família. Pelo fato de a área de intervenção ser um terreno rochoso de pedreira, com lago artificial e uma declividade característica, a proposta prevê um palco ao ar livre no paredão rochoso ao lado do lago de forma a utilizar do conceito do Parque das Pedreiras de Curitiba criando uma concha acústica natural pelas rochas basálticas, proporcionando economia com equipamentos acústicos, porém sem perder qualidade de som, além de seu amplo espaço

curitibano citado anteriormente. O palco também terá a possibilidade de ser utilizado para manifestações populares, sejam apresentações artísticas, palestras, ou mesmo aulas de artes marciais das quais aconteciam regularmente no local, sendo mentidas as atividades em que a população se identifica como as missas campais na capela da pedreira e eventos de apresentações musicais, tendo inclusive surgido no local uma banda formada de moradores locais. Além do palco será proposta uma edificação que englobará uma série de espaços para uso público juntamente com a administração e apoio ao parque (depósito, sanitários públicos e vestiários), sendo espaços culturais como biblioteca virtual da qual terá um acervo bibliográfico mundial em seu sistema disponível para a população, um espaço culinário envolvendo lanchonete e uma cozinha experimental, onde a população possa comprar um lanche para a tarde ou mesmo participar das aulas culinárias e aprender a criar seus próprios pratos que serão degustados no próprio parque, com auxílio de um estoque natural de vegetais que serão plantados em um viveiro também proposto no parque, com manutenção diária de funcionários especialistas em horticultura e também aberto a voluntários que queiram cuidar deste espaço para uso da população.

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O viveiro tem como proposta instigar a população a ter um

Parque da Pedreira Santa Luzia

desconheço a existência em cidades como Ribeirão Preto, e por

contato maior com a natureza, ensinando os usuários do parque a

isso

um

grande

espaço

gramado

será

proposto

para

o

plantar e colher seu próprio alimento incentivando a implantação de

desenvolvimento desta atividade, sendo muito praticada pelos

hortas residenciais, bem como instruir a população em relação ao

espaços livre entre as edificações da USP e nas ruas dos bairros

plantio de árvores no meio urbano, com explicações relacionadas ao

adjacentes.

melhor porte e espécies para plantios de calçadas, a posturas

Ainda em relação aos equipamentos de lazer, será implantado

ilegais de podas drásticas que muitas pessoas desconhecem e até

um espaço com equipamentos para alongamento, conhecido como

mesmo conscientizar a população quanto à importância da

academia para terceira idade, e um playground para as crianças, de

arborização urbana e de manter a área mínima permeável indicada

acordo com solicitações feitas através de entrevistas realizadas no

na legislação para as residências de forma a amenizar os problemas

bairro Jardim Santa Luzia e Vila Monte Alegre.

urbanos como as enchentes.

No parque existirá um posto da Guarda Civil Municipal de

Serão propostas ainda, quadras esportivas de forma a

forma a proporcionar maior segurança aos usuários e também evitar

proporcionar lazer principalmente aos usuários do campus da USP e

possíveis depredações do local, conservando sua integridade física

jovens do bairro, de forma a incentivar a prática de esportes e

de ambientes e instalações, sendo proposta a disposição de obras

propor um maior convívio da população do entorno com os

escultóricas ao longo dos passeios e ciclovias internas ao parque de

moradores e usuários da USP, dos quais ano após anos

forma que os deficientes visuais possam também usufruir do local

permanecem confinados no campus sem relacionar-se com a

com esculturas táteis para tal atividade.

população de seu entorno, até mesmo por falta de um espaço

Todo o espaço do parque terá uma preocupação com a

público que possa proporcionar este contato, pois existem algumas

acessibilidade, sendo propostos acessos por rampas dotadas de

restrições de uso das dependências desportivas do campus quanto

corrimões e também elevadores para pessoas portadoras de

ao uso da população citadina.

necessidades especiais ou com mobilidade reduzida, de forma

O espaço visa também implantar uma quadra para a prática do Bets, sendo um esporte de rua semelhante ao baseball que

incluir estas pessoas nas atividades do parque para que possam usufruir também do espaço com qualidade.

necessita de um amplo espaço para sua prática, do qual

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Parque da Pedreira Santa Luzia

Uma passarela elevada será implantada sobre a avenida Luigi

A proposta do parque em geral visa atender a maior

Rosiello de modo a aproveitar o desnível do terreno amenizando

quantidade e diversidade de usuários possível sendo aberto

sua inclinação de modo a evitar escadarias ou rampas íngremes

diariamente desde cedo até o horário limite de dez horas da noite,

para acesso ao outro lado da avenida, do qual será ligado ao Museu

proporcionando maior flexibilidade de horários para a população, de

Histórico do Café de forma a incorporar o espaço ao parque,

modo a usufruir do espaço de forma responsável, mantendo a maior

aproveitando

eficiente,

área permeável possível, considerando-se o terreno rochoso, e

incentivando a população a usufruir mais do espaço, tendo acesso

preservar a paisagem local, da qual poderá ser desfrutada pela vista

direto ao espaço do Parque da Pedreira Santa Luzia.

do Mirante que será implantado na parte superior do parque sobre o

o

ambiente

cultural

de forma

mais

Quanto aos acessos do parque, este terá quatro entradas, sendo a principal inserida na avenida Luigi Rosiello onde atualmente

espaço do palco ao ar livre com vista para o pôr do sol, uma visão privilegiada da cidade de Ribeirão Preto com toda sua beleza.

está antiga guarita da pedreira. As outras entradas, dispostas uma

A seguir será apresentado o programa de necessidades com

em frente à praça na parte superior da pedreira, outra pela rua

atividades propostas para diversas finalidades, sendo divididas em

Coronel Camisão, atualmente sem saída encerrando seu espaço no

áreas específicas para uma melhor organização e facilitando a

alambrado da pedreira, juntamente com a entrada principal, terá

localização do usuário no espaço físico da pedreira.

acesso restrito a pedestres e ciclistas, sendo implantada uma ciclovia ao longo do parque linear do Córrego Laureano, ligando o Parque Ecológico Maurílio Biagi às dependências do campus da USP e ao Parque da Pedreira Santa Luzia sendo ele o foco da proposta. Outro acesso será aberto na avenida do Café para a entrada e estacionamento de veículos automotores inclusive de grande porte como ônibus de viagem, sendo permitido apenas nesta entrada sua entrada e permanência segura, pois ali será implantada uma guarita de vigia para proporcionar maior segurança aos usuários do parque.

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6.1.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades foi desenvolvido de acordo com resultados de entrevistas realizadas em campo, abrangendo necessidades e sugestões de uso da população dos bairros Vila Monte Alegre e Jardim Santa Luzia, além de funcionários e estudantes do campus da USP. Foram abordados moradores do entorno de diversas faixas etárias e ocupações, sendo maioria a favor da implantação do parque, com raras exceções de moradores contrários a implantação deste equipamento devido a possível agitação local de pessoas que venham a pedreira usufruir do espaço ocasionando um medo relativo a violência e depredação que estes usuários possam vir a se utilizar no local onde residem várias famílias. Porém como já foi dito, uma grande minoria é contrária a implantação do projeto do Parque da Pedreira Santa Luzia, sendo proposto um programa de necessidades para o espaço de acordo com a área disponível, considerando-se locais onde o desnível fazse difícil a ocupação espacial, e as idéias, sugestões e necessidades dos futuros usuários.

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Programa de Necessidades para o Parque da Pedreira Santa Luzia

Parque da Pedreira Santa Luzia

III. Área de Descanso a)

I. Espaço Cultural a)

Arena de shows (palco ao ar livre) •

Espaços livres com bancos Descanso, encontro, ócio

b) Espaços gramados •

Eventos, aulas de artes marciais, apresentações diversas

Piqueniques, leitura, ócio

b) Biblioteca virtual • c)

Pesquisa, leitura e estudos

Capela (existente, à manter) •

IV. Área esportiva a)

Quadras •

Missas campais, grupos de orações, preces

Poliesportivas

d) Auditório • e)

Oficina •

f)

Palestras, reuniões, apresentações, discussões

• c)

a)

Playground •

Utilização pública

Administração do parque •

Organização dos cursos, depósito de materiais

d) Vestiários para funcionários •

II. Espaço Lúdico

Alimentação

b) Sanitários

Plantio de mudas para calçadas e horticultura (educação ambiental)

Lanchonete •

Curso de culinária local

g) Viveiro •

a)

Cursos e aulas diversas como música e artesanato

Cozinha experimental (possui relação com a Lanchonete) •

V. Equipamentos de apoio

e)

Espaço de utilização restrita

Guarita da Guarda Civil Municipal •

Segurança interna do parque

Recreação infantil

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P a r q u e

6.2.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

ESTUDOS DE PLANO DE MASSA

A seguir serão apresentados três estudos preliminares desenvolvidos de acordo com a descrição da proposta, mostrando os acessos e usos do parque em fase de planejamento a fim de proporcionar uma implantação e execução adequadas, de forma a criar um espaço de lazer de qualidade para a população.

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Fonte: Borsatto, 2012

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FIG. 124: ESTUDO DOS ACESSOS DESDE O CÓRREGO LAUREANO ATÉ O PARQUE

P a r q u e Parque da Pedreira Santa Luzia

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Fonte: Borsatto, 2012

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FIG. 125: SEGUNDO ESTUDO DOS ACESSOS DESDE O CÓRREGO LAUREANO ATÉ O PARQUE

P a r q u e Parque da Pedreira Santa Luzia

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Fonte: Borsatto, 2012

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FIG. 126: TERCEIRO ESTUDO DOS ACESSOS E USOS DO PARQUE CONSIDERANDO A TOPOGRAFIA EXISTENTE

P a r q u e Parque da Pedreira Santa Luzia

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7.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto proposto foi desenvolvido plenamente focando a população que utilizará o local para lazer, atividade física e relaxamento, de forma a proporcionar um espaço planejado de boa qualidade paisagística e arquitetônica, a fim de instigar os usuários a freqüentar o parque assiduamente, mantendo-o sempre vivo em boas condições de conservação para gerações futuras que venham a usufruir também deste espaço. De acordo com a proposta desenvolvida, ilustrada por planos de

massa

e

explicações

textuais,

o

parque

ainda

em

desenvolvimento conterá uma variedade de usos dos quais abrangerão uma porção maior da população comparando-se com outros parques da cidade.

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8.

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Parque da Pedreira Santa Luzia

BIBLIOGRAFIA

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Parque da Pedreira Santa Luzia

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Parque da Pedreira Santa Luzia

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