Living Design - Edição 1

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R$ 1O,OO Ano 1 Edição O1

PELO MUNDO O LEGADO DE GAUDÍ SALUT! O VINHO IDEAL PARA CADA PRATO CAPA ESSENTIAL RESIDENCE HOMENAGEM EUGÊNIO MONTEFERRANTE NETTO BOTÂNICA OS JARDINS NÃO SERÃO MAIS OS MESMOS


Sua casa, nossa obra de arte.

Botucatu R. Dr. Costa Leite, 1068 - F. (14) 3814 7755 Jaú R. Quintino Bocaiúva, 1150 - F. (14) 3411 0350 Boituva R. Acácio Manoel da Silva Viana, 314 - F. (15) 3263 2130



DIRETOR GERAL Sandro Coltri sandro@grupotextual.com.br

PROJETO GRÁFICO Carol Cavaleiro .com/carolcavaleiro www DIAGRAMAÇÃO Joel Nogueira joelnogueira@tortagade.com.br

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COLABORADORES Ayrton Amaral Jr, Michael Mosch, Flá vio Cavaleiro, Lilian Inácio, Vera Victoria Shiroky Schubert, Armando Moraes Delmant o, Patrícia Mellilo, Pedro Paulo Pacheco e Homero Cordeiro MÍDIA ELETRÔNICA www.livingdesign.com.br CAPA Essential Residence Foto: Malu Ornelas PUBLICIDADE (14) 3815-2889 | 99798-7076 comercial@grupotextual.com.br



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TENDÊNCIAS EU, ARQUITETO ENTREVISTA CAPA BOTÂNICA CULTURA DICAS DE CONSTRUÇÃO HOMENAGEM SALUT! PELO MUNDO NÚCLEO LIVING DESIGN UNIARC VERGONHA ALHEIA VITRINE

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Bontempo, mobiliário Multi Colori

por Pedro Paulo Pacheco, arquiteto

, já dizia o escrit or irlandês Oscar Wilde. Foi-se o tempo em que o mobiliário clean era sinônimo de branco. Q ual arquiteto em sã consciência pensaria, há 40 anos, em pr ojetar uma cozinha berinjela, vermelha ou laranja ? Estantes, closets, armários azuis, roxos ou verdes? Os anos se passaram e esses paradigmas do design, da moda e da decoração, tidos como imutá veis, caíram por terra e se t

A Scavolini, uma das mais pr estigiadas fábricas de co zinhas do mundo, inovou ao con vidar estilistas como V alentino, Armani e Jean Paul Gaultier para compor sua equipe de designers, estabelecendo a relação entre moda e mobiliário.

O design italiano pode ser per cebido na pureza das linhas, na beleza das formas e na harmonia das cor es. Os tons sóbrios proporcionam a integração dos espaços int erno e externo. Literalmente, trazem o exterior para dentr o. A natureza é um elemento importante nessa tendência, além de vasos e plantas que ajudam a compor a decoração.

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Materiais com aspect o rústico, marmorizados e naturais como cobr e, cortiça e couro surgem como grandes protagonistas, aliados ao o uso de tons pastéis combinados com cor es mais fortes e dramáticas. Os detalhes podem ser em tons esverdeados ou azulados, e o grande coringa para 2014: o azul acinz entado.

A iluminação sur ge em peças agrupadas com pendentes, criando uma luz escultural, permitindo o uso de materiais como cestas, por celanas, vidro, seda, metal e madeira natural.

O Design impulsiona o art esanato, valorizando a fabricação local e em pequena escala. Empr esas buscam a exclusividade, combinando a mão de obra experient e e a robótica. Criam peças ex clusivas, mas com a sutileza dos detalhes. Esse mer cado, tão tradicional, abr e as portas para o novo sem perder a classe e experiência adquiridas com o t empo.

Fotos: Catalogue Roche Bobis 2013

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a UNIARC- União dos Arquitetos da Cuesta, apresentará a cada edição um projeto exclusivo de um de seus associados, iniciando com a arquiteta Vera Victoria Shiroky Schubert

MAQUETE ELETRÔNICA Apresentação ilustrativa da fachada

Residência Unifamiliar climatizada Este é um projeto com o qual é simples visualizar a aplicação dos meios que a natureza nos oferece para uma confortabilidade térmica adequada ao ser humano. A natureza nos dá o sol, os ventos, sem nos cobrar nada. E nós, tão acostumados à tecnologia, esquecemos das maneiras mais simples de nos sentirmos confortáveis em um ambiente. ato de se colocar um coletor solar em uma casa e chamá-la de arquitetura solar ou sustentável seria o mesmo que colocar um motor de combustão em uma carroça com cavalos e chamá-la de automóv David Wright: Arquitetura solar natural.

Como podemos proceder? É simples. Conhecer os fatores climáticos atuantes na região desejada. Conhecer o clima da região, sua insolação, sua ventilação, temperatura, localização (longitude, latitude) e principalmente as necessidades de conforto do homem. A arquitetura climatizada procura seguir algumas das exigências impostas pelas necessidades do conforto humano, tais como: As trocas de calor devem ser favorecidas, sem contudo permitir a entrada de luz em excesso. A ventilação deve ser bem distribuída pois a

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Pavimento Térreo e Mezanino

renovação do ar dos ambientes deve ser constante. Cobertura A cobertura da habitação deve ser feita de tal modo a não permitir a penetração de calor para o interior dos ambientes a não ser que isso seja desejado. O mesmo vale para as paredes. Se a estabilidade das construções está ligada a preservação da vida humana em razão da iminência de acidentes, a boa orientação dos compartimentos também está intimamente ligada à conservação da vida, pelos danos que a má orientação pode vir a causar à saúde. Pontos de referência Assim, começando a analisar a minha proposta pela insolação... Botucatu: Clima tropical com verão quente e inverno seco. Long Utilizando o g 22º50´ sul pode-se determinar as áreas ensolaradas, da residência, nos períodos de inverno e verão.

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O FATO DE SE COLOCAR UM COLETOR SOLAR EM UMA CASA E CHAMÁ-LA DE ARQUITETURA SOLAR OU SUSTENTÁVEL SERIA O MESMO QUE COLOCAR UM MOTOR DE COMBUSTÃO EM UMA CARROÇA COM CA VALOS E CHAMÁ-LA DE AUTOMÓVEL DAVID WRIGHT: ARQUITETURA SOLAR NATURAL

Orientação J , porque a insolação recebida pelos cômodos da residência é adequada, mostraremos abaixo, algumas das exigências de conforto quanto à orientação. A otimização da exposição heliotérmica das fachadas pode ser feita mediante os g es de insolação anual, sendo

observados os sentidos de maior insolação nos períodos aquecidos. De fato, a otimização da exposição é um tanto complexa e muitas vezes não há disponibilidade de tempo e de outros fatores que permitam a realização de estudos cuidadosos. Há portanto, a necessidade da apresentação das regras básicas. As considerações abaixo foram transcritas da obra do professor Roberto Starck N. to, ventilação e da Silva Zonas de comer: Deve-se evitar sua insolação prolongada para que não torne esta zona quente e desagradável, devendo ser fresca. Deve ser localizada próxima da cozinha. Zona de entrada e acessos: Podem ser orientadas livremente . Ter iluminação adequada e não ser fria no inverno e nem quente no verão. Zona de estar: Deve estar virada para o norte, na região em estudo, porém sem insolação demasiada. Deve ser clara e alegre e de preferencia


voltada para um jardim quando houver, aumentando assim o conforto. Quartos Devem ser projetados de modo a ter tanto sol matutino quanto possível. Situar-se perto das instalações sanitárias. A cama não de ser colocada encostada em duas paredes para que a pessoa adormecida não respire o seu próprio ar encurralado no canto formado pelas paredes. Cozinhas Devem ter ventilação boa, insolação controlada. Devem também estar perto da zona de comer, entrada de serviço e longe da entrada principal. O fogão deve ter luz pelo lado esquer cozinha veja o que está fazendo. É muito frequente não ligar a esse pormenor, mas ença.

Lavatórios e Sanitários Devem ser projetados para que haja recolhimento e intimidade. Localizar-se próximos à saídas e jardins. Zonas de serviço óximas às Dev cozinhas, com acesso fácil pelas portas de serviço. A orientação pode ser qualquer. Escritórios Podem ter qualquer orientação sendo, no entanto, desaconselhável a orientação às exposições muito quentes no verão e muito frias no inverno. Essas foram as dicas, mas sempre que possível devem ser feitos estudos mais apurados.

Pavimento Superior

Vera Victoria Shiroky Schubert - Arquiteta e Urbanista Presidente da UNIARC- União dos Arquitetos da Cuesta Vila No Rua Reverendo Francisco Lotufo, Fones de contato: (14) 9691.1045 / (14) 3882.1863 victoriaschubert@ig.com.br

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Vera Victoria Shiroky Schubert fala um pouco sobre sua pr

Em sua opinião, qual o maior nome da Arquitetura no mundo e por quê? Frank Lloyd Wright, por sua grande criatividade e capacidade de escolher materiais e misturá-los. Um homem muito à frente de seu tempo. O primeiro a desenvolver a Arquitetura Orgânica. Um gênio da arquitetura moderna. Para mim o maior arquiteto de todos os tempos.Vê-se pela casa da Cascata e pelo Museu Guggenheim.

necessita para viver bem, com muito ou pouco dinheiro. Um bom arquiteto consegue fazer um projeto ideal a qualquer pessoa que o procure para isso, colocando um pouco de si em cada uma de suas obras, mas visando sempre o bem estar do seu cliente, seja este bem estar o ou emocional. Projetamos o sonho de cada um que nos procura. O engenheiro civil tem a formação técnica ideal para realizar principalmente projetos estruturais, grandes ou pequenos. O ideal seria que o engenheiro fosse sempre responsável pela obra, pela construção e o arquiteto pelo projeto arquitetônico, como o próprio nome diz. Até Getúlio quiteto e Vargas, as pr engenheiro civil eram uma só. A formação era Engenheiro Arquiteto. Depois aconteceu a separação das . pr

Muitas pessoas confundem ou não conseguem distinguir claramente as funções de arquitetos e engenheiros. Fale a respeito. Arquitetos estudam por cinco anos o relacionamento do ser humano com o seu habitat, com seu meio ambiente. Estudamos o conforto térmico, a insolação ideal, a ventilação, a plástica interna e externa das habitações dos seres humanos. O arquiteto trabalha com o que o homem

Vemos muitas obras pela cidade. Quase todas têm placas de engenheiros, mas poucas têm de arquitetos. A que você atribui isso? Isso é resultado da falta de conhecimento das pessoas do que realmente é a pr de um arquiteto sobre qual é a atribuição e importância de um arquiteto. Muitos acreditam que arquitetos são artigos de luxo e que engenheiros são os que as plantas, os projetos que vem

O que idealizava para o mercado de trabalho quando estudava? Poder colocar em prática tudo o que tinha aprendido nos cinco anos de faculdade mais os anos de estágio em um escritório de engenharia em Ubatuba, onde morei por 27 anos. Trabalhar com arquitetura solar e bioclimática, sustentabilidade e paisagismo.

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O ARQUITETO É PREPARADO PARA ESCOLHER OS MELHORES MATERIAIS. MELHORES NÃO QUER DIZER DE MAIOR PRE ÇO, MAS SIM OS MAIS ADEQUADOS PARA CADA REGIÃO, PARA CADA CLIMA. ARQUITET OS SÃO FORMADOS PARA OUVIR E ENTENDER AS PESSOAS, E SÃO CAPAZES DE PROPOR UM PROJET O COMPATÍVEL COM O ORÇAMENT O DISPONÍVEL.

prontos, às vezes um em um papel qualquer. Quantas vezes ouvimos: que eu como se fosse tão simples assim. Infelizmente temos muitos falsos quitetos pr atuando na cidade. Mas eu pergunto: você entregaria sua vida nas mãos de uma pessoa leiga em medicina? Um dito que entrega um bem tão grande, que será sua moradia, nas mãos de curiosos? Exija que mostrem o diploma. Muitas pessoas se contentam com projetinhos copiados de revistas, abrindo mão de ter um projeto criado exclusivamente para elas, considerando suas necessidades, desejos, clima, topog a, etc. am num curioso, ignorando que o conhecimento técnico só se aprende na faculdade, durante cinco anos de esforço e dedicação. Considerando que muitas famílias fazem o investimento de suas vidas em uma casa, como o arquiteto pode contribuir para que esse investimento seja corretamente dimensionado? O arquiteto é preparado para escolher os melhores materiais. Melhores não quer dizer de maior preço, mas sim os mais adequados para cada região, para cada clima. Por exemplo, não há porque fazermos telhados inclinados, copiados de chalés suíços, em regiões onde não existe este tipo de cobertura é para neve, que a neve não se acumule. Arquitetos são formados para ouvir e entender as pessoas, e são capazes de propor um projeto compatível com o orçamento disponível.

Como o arquiteto pode contribuir para a qualidade de vida de uma família, de uma comunidade, de uma cidade? O arquiteto estuda o desenvolvimento das cidades. Está preparado para visualizar o crescimento urbano anos à frente. Sabe como projetar os volumes de um jardim, como brincar com a paisagem para amenizar o calor ou o frio, como conter encostas, como adequar um projeto para interferir o mínimo com o meio ambiente, como resolver onde esta interferência já existe, como amenizar o choque. A minha paixão é projetar estudando materiais que evitam o uso excessivo de condicionadores de ar. Adoro misturar materiais, formas e texturas, e observar o resultado fantástico que essa mistura proporciona. Gosto de brincar com cores e o resultado são sensações maravilhosas. O que é a arquitetura para sua vida? Arquitetura é a minha vida. Sinto frustração por minha pr pouco conhecida e tão pouco procurada. Arquitetos podem realmente melhorar, e muito, a relação entre as pessoas e suas casas. Me sinto triste quando vejo charlatães trabalhando como arquitetos, . Ser exercendo ilegalmente a pr arquiteto não é para qualquer um, tem que ter a arte da arquitetura correndo nas quitetura é atribuição de veias. Ar do Kneese de Mello (meu grande mestre na FAU/BC).

Vera Victoria Shiroky Schubert é formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo gi das Cruzes/SP, com pós-graduação em Engenharia de da Univer Produção Industr itiba/PR.

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ESSENTIAL RESIDENCE

LIVING NÃO EXISTEM BARREIRAS VISU AIS ENTRE AS SALAS DE ESTAR, DE JANTAR, COZINHA, COZINHA GOURMET E O PÁTIO.

Arquitetura: Arq. Patrícia Mellilo Responsável Técnico: Eng. Renato Antônio Gallo Local: Parque das Cascatas Ano do projeto: 2009 Malu Ornelas Fot

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No ano de 2009 recebi o convite para elaborar um projeto diferente. Os clientes, um casal de jovens e dinâmicos, recém casados e cheios de sonhos. Buscavam o essencial, o moderno, a praticidade, sem . abr Propus um conceito abstrato, com linhas retas e limpas. Eles, muito dinâmicos e antenados, toparam na hora. Desta forma, nasceu esta residência, cuja planta, em formato de "L", traduz bem esse conceito. O hall de entrada é amplo, com pé direito duplo, jogos de volumes e uma enorme porta pivotante de madeira. Dá as boas vindas, conduzindo ao living, o principal (e maior) ambiente da casa. Ao lado do living, criei um amplo jardim de inverno, como um elemento divisor entre a área social e a área íntima. Atrás dele, o os home-theater, o escritório e, dormitórios, constituídos por três suítes, voltadas à varanda e ao pátio, com amplas portas de correr. O living se abre totalmente para o interior, e não há barreiras visuais entre as salas de estar, de jantar, cozinha, cozinha gourmet e pátio. Painéis de vidro, com estrutura em alumínio,

As portas de correr e os painéis são de alumínio, com acabamento em padrão madeirado que conferem unidade visual.

Fachada com conceito abstrato, com linhas retas e limpas.

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CONVIDEI A EQUIPE DA DELL ANNO, COMANDADA PELO DESIGNER FLÁVIO CAVALEIRO, PARA, JUNTOS, DEFINIRMOS O DESIGN DAS CO ZINHAS.

deslizantes, podem ser abertos ou fechados, controlando a circulação entre esses ambientes. Convidei a equipe da Dell Anno, comandada pelo designer Flávio Cavaleiro, mos o design das para, juntos, cozinhas. Optamos pelo acabamento em laca brilhante e tampos em Corian® DuPont. No pátio estão a piscina, o spa, a brinquedoteca, uma área para descanso e o jardim. O acesso de serviço, a lavanderia e o canil situam-se atrás da garagem e estão ligados à cozinha, porém, devido à concepção do projeto, são quase imperceptíveis. As portas de correr e os painéis são de alumínio, com acabamento num padrão madeirado, recobrem toda a parede externa, conferindo unidade visual. É um dos pontos altos do projeto. O projeto luminotécnico, cuidadosamente elaborado, com belos efeitos cenog videnciam ainda mais o conceito minimalista e a sóbria volumetria. Chamo a atenção para a aplicação de azulejos retrô na fachada e na cozinha um pedido da proprietária - que aceitei prontamente. Como resultado, obtivemos um toque humanista contrapondo-se a uma estrutura clean. V uito felizes com o resultado que, acredito, se deveu à grande integração entre todos os envolvidos na obra.

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por Ayrton Amaral J r., botânico taxonomista, paisagista, professor aposentado da UNESP

Os jardins não serão os mesmos...

Como tudo na vida, a repetição e a falta de opções leva-nos sempre a um lugar comum e isso acaba por nos deixar insatisfeitos. Isso acontece com a moda, casas, carros, cores, alimentos etc. Com jardins acontece o mesmo, vez por outra temos um estilo predominante que com a repetição acaba por tornar-se cansativo. Atualmente vemos muito por aí jardins com buxinhos podados, uma massiva utilização de moréias, estrelícias, pedras brancas etc. Durante boa parte de minha vida venho observado as variações que aconteceram no desenvolvimento de jardins e já passamos por várias fases. Houve uma época onde predominava o estilo "tropical ", havia uma variedade grande de espécies vegetais de folhagem multicolores, palmeiras, árvores, trepadeiras e todas essas plantas eram deixadas em crescimento livre, como que um arremedo estas tropicais. Nesse período muitas plantas foram introduzidas no Brasil e quase todas oriundas de regiões tropicais do globo. Assim chegaram as estrelícias, fícus, mussaendas,yucas, cordilines, pleomeles, dracenas e uma grande variedade de palmeiras. Neste último grupo de plantas destaca-se a introdução da palmeira-azul (Bismarckia nobilis) e a rabo-de-raposa(Wodyetia bifurcata), importadas de Madagascar e Austrália respectivamente. Muitas outras palmeiras, algumas ainda pouco difundidas, chegaram

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até nós e em breve muitas outras virão. A Cuesta Jardins e a P desenvolvendo um projeto de multiplicação das espécies mais nobres dessas plantas, com ênfase especial nas espécies mais raras no mercado. Paralelamente vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa sobre a introdução de outras espécies de plantas ornamentais ainda desconhecidas no Brasil. Neste grupo destacam-se as proteas representadas pelos gêneros Protea, Leucadendron e Leucospermum. Essa família de plantas possui 2 centros principais de a Austrália e a África do Sul. diver escendo entre nós como a Protea cynaroides, a "King Protea", África do Sul e alguns Leucospermu. undante e suas P es são de longa duração. Nesse sentido, ou seja, o de aumentar a oferta de plantas pouco usuais nos jardins brasileiros e oferecer novas opções aos paisagistas estamos propagando uma variedade grande que aos poucos iremos apresentar nesta revista. É um trabalho longo, onde muitas pesquisas estão e serão feitas unicamente com o objetivo de dominar a técnica de seus cultivos e multiplicação para poder oferecer a todos plantas diferenciadas e com isso mudar um pouco a estética dos jardins brasileiros.



por Dr. Arq. Michael Mosch

A criação na arquitetura: uma possível forma de metodologia Cada vez mais arquitetos estão à procura da capacidade artística que leva à conscientização do processo criativo e concomitantemente ao esclarecimento e à elações existentes entre o usuário e a obra que o mam, mesmo habita. Estudos recentes, por exemplo, existir um vínculo direto da qualidade do ambiente arquitetônico escolar com o desenvolvimento intelectual de crianças. Em sua primeira palestra pública intitulada Goethe e a nova estética (Goethe als Vater einer neuen Ästethik), Rudolf Steiner aos 28 anos de idade apresenta uma abordagem até hoje pouco considerada, que inverte a compr respeito à beleza inerente as obras artísticas. importância da beleza para o ser humano? A tístico do próprio objeto de arte, diferentemente de objetos de uso ou utilitários, está impregnada e vinculada diretamente à utilização. , quando contemplado, relaciona os elementos intrínsecos de tal forma que proporcionam alegria e satisfação ao observador. É por meio da vivência que a obra de arte ao ser vel, observ satisfaz a razão e a compreensão. Assim sendo, o conteúdo da razão artística da obra de arte é sua própria existência física sensível. A obra vincula-se à beleza quando reproduz a ideia do belo na forma de qualidades aparentes. Na arte não se trata de incorporar o que é suprassensível e sim, propiciar transformação do sensível real, elevando-o ao nível de ideia. O belo é algo sensível real que se apresenta tal qual fosse ideia. Não sendo a beleza a incorporação da ideia ela é uma realidade sensível na roupagem divina. Pode-se perceber nesta abordagem de Rudolf Steiner sobre a arte não o que se expressa e sim, a importância maior da maneira, da forma de se expressar

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artisticamente. A forma de expressão se sobrepõe ao conteúdo que tem papel secundário no contexto geral da obra de arte. Impreterivelmente isso pode conduzir a processos criativos que consideram esse elevar da expressão na matéria ao nível de ideia para novas formas de conceber a arte e em especial, a arquitetura. Aos seus clientes a MEM-Arquitetura apresenta inicialmente sua ferramenta de trabalho denominada ocesso de Esse trajeto consiste for em desencadear um processo de conversão das diferenças de referências individuais em metas aliadas, em objetivos comuns. A MEM-Arquitetura objetiva nesse processo, extrair a maneira de observar os fatos e as ocorrências não a partir do espírito do observador, mas sim das características e das qualidades inerentes ao objeto observado. Qualidades e potencialidades anímicas determinam a criação humana. O ocesso de for na arquitetura tem como intuito ampliar a gama de subsídios e informações necessárias para a criação arquitetônica. Ele contempla os elementos necessários artístico, em especial, para a para o geração de ideias. O processo caracteriza engrandecer o imaginário ao nível do perceptível e determina e delineia a substância necessária para a geração de

ideias. A metodologia de projeto desenvolvida pela MEM-Arquitetura considera duas vertentes: primeiramente é uma metodologia de trabalho que visa aproximar o futuro usuário da prática arquitetônica. Para o usuário, desenvolvimento de projeto e obra são oportunidades de conhecer a arquitetura. Em segundo lugar, oferece aos arquitetos e projetistas a possibilidade de vislumbrar de forma mais contundente e envolvente, questões práticas e de vivências vinculadas ao contexto da futura obra. Desse ponto de vista trata-se de uma ação de aproximação real entre arquiteto e usuário. A arquitetura não é somente destinada aos arquitetos tampouco aos críticos da arte. Ela também não só visa questões de estruturação e organização de espaços de trabalho e de vida. As pessoas que buscam a arquitetura têm necessidade de que o espaço construído contemple qualidades adicionais e de apoio ao desenvolvimento individual e social. As pessoas em geral estão dispostas e querem se manifestar, querem participar do evento projeto. A partir desse engajamento as qualidades elaboradas na arquitetura relacionam-se com as vivências no sentido sensível. É essencial a análise de questões práticas e de


e tenta compreender-se na beleza e na harmonia dos ambient es.

utilização quanto às necessidades materiais, porém a arquitetura também deve abarcar qualidades que se referem ao ambiente: o volume do entorno, . No ocesso de for a MEM-Arquitetura visa o levantamento desses conteúdos, que fomentam o projeto arquitetônico abordando quatro temas de trabalho com seus clientes: a qualidade do ,a ambiente, biog a do morar e a fenomenologia do entorno. A qualidade do ambiente arquitetônico pode ser determinada na forma de como o usuário sente os espaços arquitetônicos na vida e no trabalho. É a qualidade sentida e vivenciada do ambiente arquitetônico. Relacionada às formas do espaço, a dos elementos qualidade se revela no que constituem o ambiente, incentivando o ser sensível e o ânimo de suas emoções. O

objetivo básico dessa primeira etapa no ocesso de for consiste em caracterizar conjuntamente, sempre com orientação do arquiteto, os ambientes ainda não materializados ou ojeto. A busca de imagens que caracterizam e descrevem qualidades de ambientes que apoiem o bem-estar individual e o coletivo, levando-se em consideração as atividades exercidas nesses ambientes devem nortear a evolução do tema. Na b participante tenta compreender-se na beleza e na harmonia dos ambientes. O tema, ambientes em relação às atividades desembocam no conteúdo do programa de necessidades, fruto do trabalho entre cliente e arquiteto. São abordadas questões que tratam das atividades do ponto de vista prático e do sequenciamento de atividades no dia-a-dia do usuário,

denando os fatores mensuráveis do contexto da futura obra. A descrição das atividades, do ponto de vista do usuário, determina as áreas que necessitam e as relações para o desempenho desejado. Trata-se, portanto da caracterização da futura obra do ponto de vista prático de utilização. No decorrer do tempo na biog a do morar, a pessoa estabelece uma relação com a arquitetura. Essa relação é individual e sempr formas no momento presente.Vista a tipologia da obra a ser projetada, as exper vas podem contribuir e complementar a imagem do futuro projeto. São as experiências in , muitas vezes, caracterizam a relação que a pessoa por natureza tem com a arquitetura. Não os conteúdos vivenciados são de interesse dessa etapa do ocesso de formação de

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mas sim a forma, a maneira como se dá a relação do usuário com a arquitetura por meio das emoções e quitetura sentimentos. para o indivíduo e sua convivência com ela é de interesse para que se possa delinear parâmetros de qualidade do projeto arquitetônico. Cada sítio tem sua característica intrínseca. A etapa que aborda a fenomenologia do entorno e caracterização do lugar está vinculada à paisagem que se caracteriza na elevo e composição mineral e vegetal do solo. A arquitetura pode estar em concordância com essas características ou se opor frente a elas. Trata-se do entre o lugar e o volume arquitetônico. Nenhum projeto de qualidade pode ser indiferente ao seu entorno. Se, por um lado, a arquitetura é sempre construída em um lugar, por outro lado, ela constrói esse lugar, isto é, modi ca a situação existente em maior ou menor grau. O trajeto aqui apresentado é uma tentativa de se aproximar da essência envolvida com o projeto arquitetônico no sentido de um crescimento interior por parte do usuário e do arquiteto projetista. Todo crescimento interior e a correspondente nova realidade é uma experiência vital de abertura.

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Compreende-se na criação, que a ulterior azer seja poder ampliar a experiência de vitalidade, a experiência de signi cado. Criar representa uma intensi cação do viver, um vivenciar-se no fazer; e, em vez de substituir a realidade, é a realidade, uma realidade nova que adquire dimensões novas pelo fato de articular no usuário e perante ele mesmo, níveis de consciência mais elevados e mais complexos. Daí o sentimento do essencial e necessário no criar, o sentimento de um crescimento interior, um ampliar-se na abertura para a vida. O ocesso de for determina e conscientiza um caminho de desenvolvimento de sensibilidade. Assim o tema da sensibilidade e do ser humano entrelaçando-se sensível é na problemática de expressão e comunicação, de motivações e valores, de estilos e critérios apoiando pr que na arte e na arquitetura buscam um trabalho ético e mais e ciente e e caz. O processo de formação de imagem é uma heurística, ele conduz a descobertas e resolução de problemas. É um procedimento pedagógico que leva à realidade de situações e acontecimentos do expressar-se humanamente.

Dr. Arq. Michael Mosch, graduado pela Universidade Técnica Delf, Holanda com mestrado pela Universidade Delft Holanda e doutorado pela UNICAMP memarq@uol.com.br | F: 14 98114 4488


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ersianas

Av. Jo達o Batista Carnieto, 81 - Jardim Eldorado, Botucatu (14) 3882-0003 / (14) 3815-6766


da Redação Fonte: http://www.forumdaconstrucao.com.br

Detalhes que podem fazer do seu projeto um sucesso

De posse do terreno, e legalmente registrado, é hora de pensar no projeto. É hora de por no papel os seus planos, mas ... Por onde começar? Não é necessário gastar dinheiro com arquitetos e é tão fácil traçar as engenheiros, paredes num papel e dar para um empreiteiro construir. Nem pense nisso! Como diz a sabedoria popular e em construção esse ditado se aplica literalmente. Fazer economia no projeto é a maior ingenuidade que você poderia cometer. O preço do projeto representa, aproximadamente, 5% do custo total da obra. Construir sem projeto pode econstruir algumas partes da casa ou refazer alguns serviços podendo chegar a prejuízos de cifras totalmente imprevisíveis, além da perda da qualidade da sua construção. Resultado: custos altos, tempo perdido, aborrecimentos, etc. O Projeto de Arquitetura Quando se fala no projeto da casa ou do

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prédio, na verdade está-se falando num conjunto de projetos que incluem o Projeto Arquitetônico, o Projeto Estrutural, o Projeto Elétrico, o Projeto Hidrosanitário, o Projeto de Telefonia, de Ar condicionado, e outros que devam complementar esse conjunto em função do que se deseja construir. Nos casos comuns de residências e pequenas construções residenciais e comerciais os cinco primeiros projetos, acima relacionados, atendem perfeitamente. O primeiro projeto, que vai servir de base para a feitura dos demais, é o Projeto Arquitetônico. Deve ser realizado por um arquiteto, e é a materialização de uma ideia, aliada a aspectos técnicos tais como funcionalidade, conforto, estética, salubridade e segurança, além de outros aspectos legais. É a interface entre a ideia e a realidade do que se deseja construir. Nele estão representados os cômodos com suas divisões, dimensões e áreas, as peças sanitárias dos banheiros e áreas de serviço, a disposição do mobiliário, tudo isso em planta (horizontal) e em cortes


(vertical). Inclui-se também nesse projeto a locação do terreno, o detalhamento do telhado e as fachadas. O Projeto Arquitetônico deve ser aprovado no órgão competente da Prefeitura Municipal, podendo o custo dessa aprovação estar ou não incluído nos serviços do arquiteto, devendo ser combinado antes. Projetos Complementares Aprovado o Projeto de Arquitetura passa-se à feitura dos demais projetos complementares, que devem ser elaborados por engenheiros civis e eletricistas. Estes deverão, ainda, atender rigorosamente ao Projeto Arquitetônico em todos os seus detalhes e especi cações. O Projeto Estrutural, também chamado de Cálculo Estrutural é o dimensionamento das estruturas, geralmente de concreto armado, que vão sustentar a edi cação, transmitindo as suas cargas ao terreno. Elaborado por um engenheiro civil, esse projeto é de fundamental importância, pois é o responsável pela segurança do prédio contra rachaduras (trincas) e desabamentos. Uma estrutura com lajes, vigas, pilares e fundações superdimensionados representa custos altos e não igatoriamente segurança. É preciso que haja um perfeito equilíbrio entre o concreto e o aço dentro dos elementos estruturais para que as peças sejam consideradas seguras e, consequentemente, toda a obra. Uma estrutural mal dimensionada pode, até, não cair, mas trazer problemas como trincas que são, na maioria das vezes, de solução muito difícil e cara.

É PRECISO QUE HAJA UM PERFEITO EQUILÍBRIO ENTRE O CONCRETO E O AÇO DENTRO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS PARA QUE AS PEÇAS SEJAM CONSIDERADAS SE GURAS E, CONSEQUENTEMENTE, TODA A OBRA.

Para elaboração do Projeto Estrutural será necessário, além do Projeto Arquitetônico, o Laudo de Sondagem. Esse documento, detalhadamente confeccionado por empresas especialistas em sondagens, nível apr zero, ou seja, com todos os tipos de camadas de solos e suas respectivas resistências à compressão. Este laudo é necessário para o dimensionamento adequado das fundações. Sem ele o engenheiro projetista de estruturas deverá prever, por medida de segurança, resistências do solo inferiores, aumentando consequentemente as bases das fundações. Em construções de mais de dois pavimentos o Laudo de Sondagem é indispensável. O Projeto de Instalações Elétricas deve ser elaborado por um engenheiro eletricista e vem a ser o dimensionamento das cargas elétricas, os, eletrodutos, disjuntores e vários outros elementos com seus respectivos detalhamentos. É um projeto muito importante, pois uma instalação mal dimensionada e mal executada, apesar do emprego de material de 1ª qualidade, pode acabar gerando grandes despesas futuras e até acidentes de grandes proporções como incêndios. O Projeto de Instalações Hidrosanitárias pode ser feito por um engenheiro civil ou por um arquiteto e é o responsável pelo bom dimensionamento das tubulações de águas e esgotos sanitários e pluviais. Promove economia, conforto e higiene. Casos comuns de pouca pressão de água em chuveiros e mal cheiro em ralos são oriundos da falta de um bom Projeto Hidrosanitário.

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por Armando Moraes Delmanto, advogado e escrit or

Eugênio Monteferrante, o arquiteto que idealizou a nova Botucatu

Formado em 1957, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, o jovem arquiteto trouxe para Botucatu ideias ousadas que iriam marcar a arquitetura local. Atuando pr , Eugênio passou a exercer a sua cidadania, participando com entusiasmo na estrutura do Poder Público Municipal, em diversas comissões técnicas: foi vice-presidente da Comissão do Plano Diretor do Município de Botucatu, representando a Associação de Engenharia de Botucatu (1965/1968); presidente executivo da Comissão do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município de Botucatu (1970/1972); vice-prefeito (1977/1983); assessor de planejamento da prefeitura (1977); vereador (1977/2000); assessor de planejamento da prefeitura (2000/2004). Fiz questão de apoiar sua candidatura para o cargo de Prefeito de Botucatu, em 1992. Apesar de sem recursos, a campanha foi vá l i d a , p o i s E u g ê n i o, s a b e d o r d a inviabilidade de uma campanha sem a mínima estrutura, dizia: Estamos fazendo a da campanha. Esse pessoal (os outros

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candidatos) terão, pelo menos, que ouvir assuntos importantes para Botucatu e, nos debates, terão que se posicionar C o m o a rq u i t e t o e u rb a n i s t a , m a rc o u de itivamente a sua passagem pelo poder público municipal. Quer como técnico em planejamento urbano, quer como viceprefeito ou como vereador, soube deixar a sua marca de qualidade nos grandes projetos de urbanização, muitos deles ainda não realizados, como a inclusão no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de grandes e largas avenidas. Exemplo disso é a avenida recém-inaugurada que liga a Castelinho ao novo Fórum. O projeto de Monteferrante prevê, ainda, a continuação desta avenida até o distr ito de Rubião Jr. e o campus da UNESP. Determinou que o planejamento urbano asse regras para aprovação de novos loteamentos, como a que reserva áreas verdes e a que exige o traçado de grandes avenidas. Tais diretr izes proporcionam grande melhoria na qualidade de vida, sem custos para a prefeitura. O Jardim Paraíso, com ruas largas, quarteirões arredondados e área verde adequada, é um dos seus projetos.


Fotos da esquerda, fachada em 1972. Foto da direita, dias atuais.

A Arquitetura Revolucionária e Modernista dos anos 50 Eugênio Monteferrante Netto trouxe para Botucatu o conceito moder nista na arquitetura (a chamada Escola Paulista), caracterizado pela coerência na utilização do concreto aparente, do fer ro e do vidro mater iais necessár ios para a cr iação de espaços amplos, grandes vãos, com com design simples e elegante. O espaço se enche de luz natural, e torna-se mais humanizado. O arquiteto era conhecido por um rígido c o n t ro l e d e s e u s p ro j e t o s . N ã o f a z i a concessões. Cuidava pessoalmente de cada detalhe da construção. Mandava derrubar e refazer, se fosse necessário. Entre as residências projetadas pelo arquiteto destaca-se, pela ousadia do projeto (do início dos anos 70), a casa do sr.Arymar Ferreira de Barros, localizada na Avenida Dom Lúcio,

pouco antes do Largo São José. Uma casa moderna e bonita até hoje. Com grandes vãos, utilizando concreto, aço e vidro, possibilitou a amplitude interior com uma incrível luminosidade natural. É um exemplo perfeito da arquitetura moder nista da chamada P em Botucatu. Outro exemplo, para que se compreenda essa concepção moder nista na utilização do concreto para a criação escultural nas mais simples construções, é o muro lateral do Colégio Santa Marcelina. Recebendo carta branca da administradora, Eugênio Monteferrante projetou um monolito sólido e bonito, que mantém a sua beleza (e a sua leveza!) em harmonia com as construções históricas daquele educandário.

O Centro Cívico Nos anos 90, tive a honra de participar de um grupo que batalhava por um planejamento urbanístico moder no para Botucatu, a m p a r a d o p e l o s e s t u d o s d o a rq u i t e t o Eugênio Montefer rante. O objetivo era preparar a cidade para o novo século que chegava. Monteferrante já tivera participação expressiva na localização da fábrica da CAIO, na construção de modernas avenidas (Vital Brasil e Rafael Laurindo), no traçado da atual Castelinho, no plano diretor do Lageado (com seu moder no traçado viár io), e no plano diretor de Botucatu, com a implantação de moder nos bair ros residenciais, como o Jardim Paraíso. Assim, a luta pela construção das Avenidas Marginais e a localização do Centro Cívico

(Fórum, Câmara Municipal e Prefeitura), foram as grandes bandeiras dos anos 90. Já a luta pela construção do Anel Viário e das avenidas marginais continua... Mas a grande vitór ia foi a implantação Centro Cívico, às margens da Castelinho, em uma área doada pela Usina São Manuel. O Fórum já está instalado no local, e a Câmara Municipal pretende construir sua n ova s e d e. N o f u t u ro, s e r á a ve z d a Prefeitura.A UNIMED já tem um terreno próximo, para a construção de seu Hospital. A OAB deverá construir lá a sua nova sede. Um shopping está em construção, e será inaugurado em abril/2014. É para aquela r e g i ã o q u e s e d e s e nvo l ve r á a N ova Botucatu.

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por Homero Cordeiro, Adega Paratodos

O VINHO É A MELHOR COMPANHIA PARA QUALQUER PRATO, BASTA SEGUIR ALGUMAS REGRAS BÁSICAS

Quando o assunto é vinho, nada é de itivo. Tem sempre um prato, um momento, uma safra, uma região, um método, uma vinícola, um país... São tantas as possibilidades, que a melhor maneira de conhecer é provar. Sempre que tenho a oportunidade de tomar uma boa taça de vinho proveniente de um novo lugar ou de um novo produtor, faço com muito gosto. O vinho é a melhor companhia para qualquer prato. Temos apenas que seguir algumas regrinhas básicas: O vinho branco deve ser servido numa temperatura entre 9 e 12 graus, somente para acompanhar carnes brancas, como peixe, frango e frutos do mar. Para o vinho rosê, a temperatura ideal é 12 g r a u s , e d eve a c o m p a n h a r e m bu t i d o s (presunto cru, salames, linguiça etc.), paella de frutos do mar e frango. O vinho tinto pode ser dividido em dois grupos: os mais leves acompanham és, massas, molhos vermelhos e pizzas; os mais

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encor pados, chur rascos. A faixa de temperatura é entre 14 e 18 graus. Vinhos doces, a 13 graus, para sobremesas, como tortas e sorvetes. Servir em taças com hastes. Não encha a taça - ocupe, no máximo, 1/3 do volume total. Vamos imaginar uma harmonização com churrasco: a linguiça de porco vai bem com um branco; a picanha e o carneiro com um tinto leve; a costela de boi com um tinto mais encorpado. Para cada bocado da carne, s o r va u m p e q u e n o g o l e d o v i n h o e mastigue muitas vezes, para que o suco da car ne e o vinho se misturem. Se você acertar (o vinho não matar o sabor da carne ou a carne matar o vinho), o resultado será maravilhoso. Reúna sua família e seus amigos ao redor de uma boa mesa, com muitos vinhos e muitos p r a t o s n ã o t e n h a m e d o d e e r r a r. Compartilhe. Da experimentação vem o aprendizado e o prazer da descoberta.


R. Dr. Júlio de Farias, 428 | São Manuel SP | (14) 3841 2304


por Lilian Inácio, arquiteta

CASA BATLLÓ A liberdade das formas manifestada por todo seu interior.

Casa Batlló, uma peça-chave na arquitetura da Barcelona modernista Que grande obra ou grande mestre da arquitetura mereceria estar na edição número 1 da Revista de Arquitetura Living Design? Não me restou nem uma dúvida em escolher o melhor, o grande gênio, o homem que mudou o mundo da arquitetura, o preferido de todos os tempos: Antoni Gaudí i Cornet. Nascido em 1852, não podia brincar com os outros de sua idade. Então, o pequeno Gaudí passava todo dia caminhando e observando tudo ao seu redor, principalmente a natureza, a maior fonte inspiradora de todas as suas obras, caracterizando a chamada Ao longo de sua vida projetou com

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maestria inúmeras obras que deixaram marcas na Espanha, principalmente em Barcelona. Entre seus 52 e 54 anos de idade idealizou a reforma da belíssima casa da família Batlló, pertencente à burguesia que se dedicava a indústria têxtil. Os proprietários queriam derrubar todo o edifício neoclássico de 1875 já existente, porém Gaudí foi contra e em 1904 começou a trabalhar nesta obra tão impressionante. O arquiteto projetou as duas fachadas, a pr amoso Paseo de Gracia (avenida mais nobre de Barcelona) e a posterior, com desenhos totalmente diferentes da frontal, além de todo o mobiliário da residência e a remodelação


Ausência de linhas r etas como características da obra. Os sinuosos e retorcidos elementos internos como portas, janelas, escadas, molduras, nichos são o resultado das formas naturais e orgânicas que inspiram o ar quiteto.

Janelas maiores nos pisos inferiores e menores nos superiores.

do pátio interno, priorizando uma grande entrada de luz e ventilação, o que não era comum nesta época. Nesta obra, a liberdade das formas se manifesta por toda sua extensão e Gaudí usou de técnicas unicamente plásticas, sem recorrer a nenhum estilo histórico, impondo assim sua originalidade em projetar. A Casa Batlló se caracteriza pela ausência de linhas retas, fantasia e detalhes que remetem a natureza. Há várias interpretações para o simbolismo de sua fachada principal. Uns dizem que é a visão poética do mar, para outros a representação do Carnaval (com confetes, máscaras e chapéu de arlequim) e a mais provável é que toda ela seria um imenso dragão, tema preferido de Gaudí. Cada detalhe da obra é importante, como por exemplo, o pátio interno, que compõe um interessante jogo de luz com as cerâmicas brancas, azuis claras e azuis escuras, à medida que v intensidade de luz natural recebida, assim como as janelas, que são maiores nos pisos

inferiores e menores nos superiores, devido à quantidade de luz que chega a cada piso. Já o teto da sala principal com seu lustre especialmente desenhado para a residência, mostra todo o movimento natural e orgânico da construção, as ondas do mar em perfeita sintonia, o redemoinho do universo. Cada porta e janela, mesa e cadeira, lustres e demais elementos arquitetônicos foi concebido por Gaudí enquanto o mesmo ainda estava com as obras da Catedral de Mallorca e do Park Güel em andamento, o que não o impossibilitou de deixar suas marcas impressionantes, vindas de uma mente criativa e atemporal, de uma genialidade ímpar, de um arquiteto simplesmente imortal. mar que Isso só nos leva a crer e a r toda obra necessita de um bom arquiteto e quando o mesmo consegue idealizar um excelente projeto, ambas as partes saem ganhando com essa relação entre cliente / pr

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O Nú cl eo de Dec or ação L iving Des ign é um agrupamento de empresas que tem por objetivo: Patrocinar o desenvolvimento da arquitetura, premiando os arquitetos mais atuantes; Estreitar o relacionamento entre lojistas, pro sionais e clientes; Se autorregulamentar, assegurando que todas as empresas participantes se comprometam com o bom atendimento e respeito aos prazos; Editar e distribuir a revista de arquitetura Living Design. A revista Livin Design é um projeto ambicioso, destinado a valorizar o trabalho do arquiteto. Publicará três projetos em cada edição, sendo um de cada categoria: Um projeto realizado recentemente, que contenha características como funcionalidade, beleza estética, de ição conceitual; Um projeto histórico; e um projeto conceitual, com tema e autor designado pela UNIARC. O Núcleo Living Design acredita que pode incentivar a criação de projetos belos e funcionais, através do reconhecimento pr Ao sucesso! Veja as empresas participantes e mais informações em: www.livingdesign.com.br

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Av. Santana 120 Centro Botucatu SP 14. 3813 8575 14. 3813 2372


da Redação

Living Design UNIARC aprova essa ideia!

Sou arquiteta urbanista e faço parte da diretoria da UNIARC (União dos Arquitetos da Cuesta) desde que a mesma foi criada, no início de 2012. Mensalmente fazemos reuniões na sede do CREA/AEB para discutirmos sobre as atividades de nossa pr , honorários, ética pr cursos, palestras, concursos e demais assuntos de interesse para cada um de nós, ea e de interesse do pr município de Botucatu. A ideia de propaganda da UNIARC começou com o convite da Revista Especial Botucatu para escrevermos em uma coluna bimestral sobre nossa instituição e sobre arquitetura. Com matérias explicativas, a diretoria colaborou com textos sobre o CAU, sobre o património histórico arquitetônico, sobre estilos arquitetônicos, entre outros. Em meados de 2013 surgiu a ideia do Programa de Relacionamento entre arquitetos e lojistas da cidade, chamado Living Design e junto ao Programa, veio a ideia de uma revista própria para o setor. O que seria um encarte da Especial Botucatu se tornou uma revista de conteúdo muito interessante, onde a diretoria e membros da UNIARC fornecerão conteúdo para a mesma. Apoiamos a ideia porque acreditamos que a Arquiteto tem que ser mais pr reconhecida pelos cidadãos botucatuenses. Cremos que muitas pessoas ainda não contratam arquitetos para projetar, administrar a obra pelo fato de não conhecerem nossas aptidões. Precisamos divulgar o modo como um arquiteto trabalha, o porquê da necessidade de um

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pr quitetura na obra. Nossa cidade ainda se depara com incontáveis obras sem placas, sem regularização e aprovação na Prefeitura, sem um arquiteto para acompanhar desde a fundação até o projeto de mobiliário. Cremos que com o Programa e a Revista Living Design, o leigo, o cidadão que tem interesse em começar um novo projeto de construção ou reforma mado e poderá tirar suas dúvidas através da UNIARC ou do Living Design, que um arquiteto é algo intangível, de que um arquiteto só trabalha para a classe mais alta, de que arquiteto só faz decoração. Nós concebemos cada projeto como único, de acordo com a realidade de cada família, de cada cliente da área comercial ou institucional. A r cada um é respeitada. Trabalhamos com casas de valores menores até projetos de loteamentos, de urbanismo e paisagismo. T com design de interiores. A UNIARC irá contribuir bimestralmente com a Revista Living Design com textos e projetos de arquitetos de nossa cidade, na esperança de levar a cada um dos leitores que os desejos de uma boa obra, um bom projeto, uma boa reforma se realizem. Queremos que todos os nossos novos clientes sintam-se mais seguros em contratar um arquiteto para realizar todas as etapas de um projeto e construção e principalmente que consumam em nossa cidade, estimulando assim o mercado e a economia de Botucatu.


por Flávio Cavaleiro, Bachar rojeto do Produto, pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP

Projetinho by SketchUp Arquitetura Recebo muitos e-mails solicitando uma proposta para o mobiliário. A imagem acima veio anexado num deles. Claro que não levo à sér oposta de mobiliário por e-mail não precisa do meu trabalho. Mas como gosto de ler as entrelinhas e de imaginar situações, vejam o que penso a respeito do remetente: edita que pode desenhar a própria casa. Talvez por ignorância, acha injusto pagar por ideias, já que as ideias não tem a principal característica de qualquer produto: a mensuração. Desconhece as ciências humanas e acha que o acesso a um produto do intelecto é direito divino; Aprendeu a (gratuito, claro!) e... v amor?; Agora que a obra, provavelmente, está na laje, começam a surgir dúvidas, questionamentos e a percepção de que

precisa de ajuda;

A ARQUITETURA COMO ATIVIDADE HUMANA EXISTE DESDE QUE O HOMEM PASSOU A SE ABRIGAR DAS INTEMPÉRIES. ENVOLVE TODO O DESIGN DO AMBIENTE CONSTRUÍDO PEL O HOMEM, DESDE O DESENHO DE MOBILIÁRIO (DESENHO INDUSTRIAL) A TÉ O DESENHO DA PAISAGEM (PAISAGISMO) E DA CIDADE (URBANISMO). O TRABALHO DO ARQUITET O ENVOLVE, PORTANTO, TODA A ESCALA DA VIDA DO HOMEM.

já que investiu uns... quanto? R$ 300 mil? numa coisa que não passa de uma pilha de tijolos e cimento; eu recorrer às lojas de móveis e de acabamentos em busca de projetinhos gratuitos, numa tentativa fail de compensar a falta de um projeto arquitetônico; etende usufruir de horas e horas de meu trabalho gratuitamente, vai pedir as imagens dos projetos do mobiliário por e-mail. E quer saber? Vou sentir tanta vergonha alheia, constrangido, que vou acabar mandando. É claro que tudo isso é hipotético, é minha imaginação. Mas andando pela cidade, posso identi car com facilidade quais casas tiveram e quais não tiveram um projeto arquitetônico, e me pergunto: por quê?

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da Redação

AEB - Associação de Engenharia de Botucatu Quanto custa contratar um engenheiro? Esta é a pergunta que a maioria das pessoas fazem quando começam a pensar em construir (uma casa, um prédio ou qualquer outra coisa). Mas esta não é a pergunta correta. O certo é perguntar NÃO CONTRATAR um engenheiro? Engenheiros não devem ser considerados vestimentos. Se você é daqueles que acham que podem fazer tudo sozinhos ou que construção civil é uma coisa simples, e que os problemas que quase todo mundo têm quando está construindo só acontecem com os outros, você está enganado. Quando as coisas começarem a dar errado (e começarão logo) guarde suas reclamações só pra você. A culpa é sua! Antes de começar a construir, r pouco. Aceite o fato de que esse é um trabalho que exige especialização e conhecimento técnico. E que existem pessoas que se prepararam, estudaram, e têm experiência nisso. Construção Civil é uma coisa muito fácil de fazer mal feito! Qualquer um consegue. Mas, e o correto dimensionamento de vigas e fundações? E as planilhas de orçamento e o cronograma? Quanto vai custar a obra pronta? Quando vai terminar? Muita gente ainda acha que engenheiros são

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pr ia pura, sem conexão com a realidade. Que, ia é e que pode resolver tudo com o construtor/mestre de obras/empreiteiro. a principal motivação para contratar um engenheiro acaba sendo mesmo a necessidade legal de ter um responsável técnico pela construção. Tudo errado! E não é por acaso que a maioria das obras de construção civil (principalmente residências e pequenos prédios de até 500 m2) tem tantos erros técnicos, falhas estruturais, e tanto desperdício de dinheiro. Ah, mas você conhece muita gente que contratou um engenheiro e, mesmo assim, se incomodou muito com atrasos e estouro há de orçamento. Pode acontecer, pr uins em qualquer atividade. Mas saiba que há normas técnicas para todas ve para os projetos. E há etapas que tem que ser seguidas para que sua obra não se transforme em fonte de preocupação e prejuízo. Saiba mais. Procure a AEB - Associação de Engenharia de Botucatu. Endereço: R. Prefeito Tonico de Barros, 612, SP Telefone:(14) 3882-1688 Atendimento: às quarta-feiras, das 8:30 às 16:30h.


da Redação

PELA ELEGÂNCIA DA CONCEPÇÃO, PUREZA DA EXECUÇÃO E EFICÁCIA DA UTILIZAÇÃO, NADA MELHOR FOI FEITO ATÉ HOJE. LE CORBUSIER

a partir de R$ 558,00 na Star Garden

O processo de vergar a madeira foi inventado pelo mar ceneiro alemão Michel Thonet, no início do século XIX. Ele descobriu diversas maneiras de curvar a madeira através da água, da cola quent e e, mais tarde, do vapor. Quem poderia imaginar , no século passado, que os móveis Thonet ainda seriam um clássico 150 anos depois ?

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