Revista Comercio em Ação - Outubro de 2012

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REVISTA

Uma publicação do Sindcomércio Vale do Aço Ano 2 • Outubro de 2012

Ipatinga recebe Fórum Empresarial Fecomércio e Sindcomércio Vale do Aço vão promover palestras, workshops e debates

Construção Civil ganha fôlego com novo TAC em Ipatinga

O professor Luiz Marins é um dos destaques do evento

Contratações de fim de ano: saiba como, onde e quando fazê-las Novos prefeitos, muitos desafios: Sindcomércio apoia gestores eleitos


Comércio em Ação: 15ª edição

Lembramos que nossa publicação tem 7 mil exemplares e é distribuída em lojas de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo.

Esta é a 15ª edição da publicação COMÉRCIO EM AÇÃO, que em 2012 evolui de jornal para revista. Como não poderia ser diferente, sempre estivemos pautados em questões associadas ao interesse do comerciante varejista e atacadista de bens e serviços do Vale do Aço, de maneira a deixá-lo atualizado com os assuntos pertinentes à classe como, por exemplo, as constantes mudanças fiscais e tributárias. Nesta 15ª edição trazemos um panorama atual da Construção Civil em Ipatinga, que vive um período de transição após o Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o Ministério Público e a Prefeitura. Veja nas páginas 16, 17 e 18. Outro texto a ser saboreado pelo leitor poderá ser conferido no “Bate-papo com o comerciante”, nas páginas 20, 21 e 22. Entrevistamos um dos mais tradicionais e respeitados lojistas do Vale do Aço. A revista COMÉRCIO EM AÇÃO de outubro ainda traz uma matéria ampla com a programação do Fórum Empresarial promovido, em Ipatinga, pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais em parceria com o Sindcomércio Vale do Aço. O evento será uma oportunidade para o empresariado da região se atualizar, colher dicas preciosas e alavancar os rumos de seu negócio. Vale a pena conferir nas páginas 4, 5 e 6. Na incansável busca pela longevidade das empresas, o Sindcomércio Vale do Aço disponibiliza sem custos a seus associados, assessorias jurídica, administrativa, contábil e de informática. Nosso setor de Saúde Ocupacional e Engenharia do Trabalho tem funcionado a todo o vapor, oferecendo valores subsidiados ao comerciante varejista e atacadista de bens e serviços da região. Também temos ofertado cursos e treinamentos atendendo demandas em várias áreas. Convidamos o empresário do Vale do Aço a também participar da revista COMÉRCIO EM AÇÃO. Tem alguma dica de reportagem ou dúvidas a serem esclarecidas? Envie-nos um e-mail através do jornalismo@ sindcomerciova.com.br. Lembramos que nossa publicação tem 7 mil exemplares e é distribuída em lojas de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo e, ainda, a lideranças e autoridades. A revista pode ser uma ótima ferramenta de divulgação do seu negócio através de um investimento pontual em publicidade com valores bastante acessíveis. Fica a dica... Boa leitura! José Maria Facundes Presidente do Sindcomércio

Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços do Vale do Aço TIMÓTEO

CORONEL FABRICIANO

IPATINGA

3849.4490 3842.2040 3821.9020

• Jornalista responsável: Emmanuel Franco • Equipe de planejamento e coordenação: Camila Magalhães, Dário Barbeto, Ricássia Perdigão, Carlos Souto e Tiago Barcelos • Fotos: Emmanuel Franco • Colaborador: Paulo Sérgio de Oliveira

• Revisão: Graça Castro • Diagramação, Fotolito e Impressão: Gráfica Art Publish • Tiragem: 7.000 exemplares


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Novos prefeitos, muitos desafios Como entidade patronal de maior representatividade na região, o Sindcomércio se coloca à disposição dos futuros administradores As três principais cidades do Vale do Aço conheceram, no último 7 de outubro, seus próximos gestores. Ipatinga terá Cecília Ferramenta (PT) como prefeita, enquanto em Coronel Fabriciano Rosângela Mendes (PT) estará à frente do Poder Executivo e, em Timóteo, Keisson Drummond (PT) será o responsável por administrar a cidade a partir de 2013. O Sindcomércio é a entidade do comercio varejista e atacadista de bens e serviços de maior abrangência no Vale do Aço. Representa mais de 11 mil empresas na região

e tem lutado para que elas continuem fortes, pulsantes e renovadas. Como entidade patronal, confia na gestão dos novos prefeitos e sabe que eles vão trabalhar para o todo e não apenas atendendo a interesses partidários. O Sindcomércio dá as boas vindas e deseja sorte a Cecília, Rosângela e Keisson. Informa que, como entidade de maior representação do empresariado local, pode contribuir para o sucesso de suas administrações. As três cidades terão gestores do Partido dos Trabalhadores (PT),

o que vai facilitar um trabalho mais conjunto e em sintonia. Por isso, o Sindcomércio acredita que antigos sonhos da região poderão decolar e, enfim, serem realizados: duplicação da BR-381, pavimentação da MG-760 e construção de um Hospital Regional, por exemplo. É notória a competência e a sede política dos três novos prefeitos, que deverão optar por um mandato mais descentralizado e democrático com a participação das mais diversas esferas da sociedade. Cecília, Rosângela e Keisson terão inúmeros desafios e barreiras pela frente. Para vencê-los, poderão contar com o apoio da presidência e da diretoria do Sindcomércio Vale do Aço. É o recado que deixamos: estaremos de prontidão para ouvi-los, atendê-los e auxiliá-los no que for preciso, sempre objetivando o desenvolvimento vertiginoso do Vale do Aço. Que tenham um bom mandato, repleto de projetos realizados!

Cecília Ferramenta, Rosângela Mendes e Keisson Drummond: os gestores que enfrentarão o desafio de fazer o Vale do Aço se desenvolver


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A última edição do Fórum Empresarial, em 2010, teve palestras no Centro Cultural Usiminas e foi bastante prestigiada

Fórum Empresarial Palestras, workshops, debates e trocas de experiências que vão impactar a competitividade do seu negócio Ipatinga vai sediar nos dias 19, 22, 23 e 24 deste mês de outubro o Fórum Empresarial Fecomércio Minas 2012. O evento tem por objetivo estimular os empresários do comércio varejista e atacadista de bens e serviços por meio de palestras, debates e trocas de experiências, promovendo e ampliando o discurso sobre temas que poderão impactar o negócio de sua empresa, visando torná-la mais competitiva frente às transformações do mercado. O Fórum Empresarial é uma realização do Sistema Fecomércio Minas, Sesc e Senac e do Sindcomércio Vale do Aço. Tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Sebrae. A programação tem início na sexta-feira, dia 19, a partir das 21, no estacionamento do Shopping do Vale do Aço, com a apresentação do projeto “Causos

O evento tem por objetivo estimular os empresários do comércio varejista e atacadista de bens e serviços.


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e Violas das Gerais”, que busca valorizar e resgatar duas importantes manifestações da cultura mineira: o contador de causos - uma figura lendária, popular e atraente - e o tocador de viola - cancionista que encanta e emociona há muitos e muitos anos. O projeto é itinerante: percorre praças da capital e vários municípios do interior de Minas. Grandes artistas mineiros, sejam eles contadores de “causos” ou violeiros, realizam um grande espetáculo de prosa e música. Palestra magna A programação do Fórum Empresarial na terça-feira, dia 23, tem início às 19h com recepção e abertura no Centro Cultural Usiminas – Usicultura. A partir das 20h10, a economista da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo, ministra a palestra “Panorama Econômico e Oportunidades de Negócios”. Às 20h40 haverá a palestra magna com o renomado e conceituado professor Luiz Marins, que é antropólogo, licenciado em História e professor universitário. Ele vai abordar o tema “Os Grandes Desafios Empresariais do Século XXI”. As palestras de Luiz Marins apresentam dados de pesquisas de mercado conforme a realidade brasileira. A ideia é criar a motivação com base no conhecimento e na razão, e não na emoção. Isso faz com que a retenção de conhecimento seja concreta e duradoura, uma vez que os

Munido de dados atuais de pesquisas de mercado, o professor Luiz Marins vai abordar o tema “Os Grandes Desafios Empresariais do século XXI”

A economista Silvânia Araújo ministra a palestra “Panorama Econômico e Oportunidades de Negócios” participantes entendem os motivos, as razões, de ordem lógica e cognitiva, para agir ou mudar, compreendendo como diferen-

ciar a empresa para enfrentar os desafios de um atual mercado extremamente competitivo. O encerramento acontece às


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22h com sorteios. Último dia O último dia do Fórum Empresarial será na quarta-feira (24), a partir das 8h, no Hotel San Diego, situado na Rua Palmeiras, 406, Bairro Horto. Às 8h45 haverá palestra sobre Certificação Digital e, em seguida, o workshop “Cruzamento de informações e dados fiscais de vendas com cartão de crédito” com a instrutora da Fecomércio, Cacilda Xavier. As inscrições para o Fórum Empresarial já podem ser feitas nos sites www.sindcomerciova.com.br e www.fecomerciomg. org.br, sendo que a confirmação será realizada mediante o pagamento de 1 kg de alimento não perecível (exceto sal e fubá) em uma das sedes do Sindcomércio. Mais informações podem ser conseguidas através dos telefones do Sindcomércio em Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo: 3821-9020; 3842-2040; 3849-4490.

Cacilda Xavier, da Fecomércio, falará sobre informações e dados fiscais de vendas com cartão de crédito

No dia 19, o “Causos e Violas”: grandes artistas mineiros, sejam eles contadores de “causos” ou violeiros, realizam um grande espetáculo de prosa e música


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Benefícios de ser um associado/Convênios Linhas de financiamento de capital de giro.

Linhas de financiamento e empréstimo para empresários.

Hotel Senac Grogotó em Barbacena: a beleza da Serra da Mantiqueira.

Cursos de boas práticas na manipulação de alimentos.

Desconto de 15% nas mensalidades.

Desenvolvimento dos empreendimentos de micro e pequeno porte. ASSESSORIAS

Jurídica, Administrativa, Contábil e de Informática.

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Exames complementares, Gestão de Pessoas, Ergonomia do Trabalho, Cursos e Treinamentos.

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Inscrições em cursos com até 30% de desconto. CURSOS E PALESTRAS

BANCO DE EMPREGOS

Atendendo as demandas de treinamento em várias áreas.

Cadastros de currículos via www.sindcomerciova.com.br.

cursos Trabalho em Altura (NR-35) Carga horária: 8 horas Dia: 8/10 A Norma Regulamentadora de nº 35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.

Formação de Brigadistas Carga horária: 12 horas Dias: 15/10 (De 8 às 18h) e 6/10 (de 8 às 12h) A Brigada de Incêndio é completamente diferente da Profissão de Bombeiro Civil. Trata-se daquele profissional que se tem um cargo em uma determinada área da empresa e que está apto a agir no momento de princípio de incêndio e fazer o pronto-socorro até a chegada do bombeiro Civil e/ou responsável habilitado da edificação.

OUTRAS INFORMAÇÕES: 31.3842.2040 – 3821.9020 ocupacional@sindcomerciova.com.br


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O melhor vendedor do ano Senac e Sindcomércio promovem concurso para profissionais que atuam em Ipatinga, Fabriciano e Timóteo Capacitação, conhecimento e informação. Reunindo esses atributos, um vendedor se destaca em sua atividade e contribui para o desenvolvimento do comércio de bens e serviços. Para incentivar e valorizar esses profissionais, o Senac – em parceria com o Sindcomércio Vale do Aço – realiza o Concurso Vendedor do Ano de 2012 para comerciários de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo. As inscrições vão até o próximo dia 22 de outubro e podem ser feitas, de 8h30 às 17h30, na unidade do Senac em Ipatinga, situada na Rua Itajubá, 250, Centro. O concurso é uma iniciativa do Senac (Serviço Nacional de Aprendi-

zagem Comercial) e tem por objetivo premiar os profissionais que se destacarem por sua formação e busca contínua de aprimoramento. “Poderão participar do concurso aqueles profissionais que estiverem em situação regular e que sejam indicados pela empresa na qual trabalham através de ficha de inscrição própria, podendo concorrer o empresário individual que também atue como vendedor na empresa”, informa Sérgio Kilesse, diretor das unidades do Senac em Ipatinga e Fabriciano. “Aos 18 anos comecei a minha carreira profissional como vendedor sem treinamento nenhum, mas busquei qualificação e consegui o meu espaço no comércio. Sabemos da carência por vendedores qualificados no Vale do Aço e o concurso é uma maneira de incentivar novos profissionais a ingressar na profissão”, comenta José Maria Facundes, presidente do Sindcomércio.

Sérgio Kilesse, diretor das unidades do Senac em Ipatinga e Fabriciano

Regulamento Os concorrentes serão avaliados em duas etapas: “Habilitação” e “Classificação”. O profissional acumulará pontos conforme sua qualificação e participação em cursos, palestras, workshops e eventos. Será considerado o melhor vendedor do ano aquele que, após a apuração, obtiver a maior pontuação final. O 1º colocado ganhará um notebook, o 2º um tablet e, o terceiro, um smartphone. Os prêmios serão retirados na sede do Senac em Ipatinga após a cerimônia de premiação que vai acontecer no Ipaminas Esporte Clube, no Bairro Cidade Nobre, às 19h do dia 21 de novembro, quando haverá o sorteio de 10 bolsas para o curso de capacitação “Técnicas de Vendas”. Ainda no dia da premiação, fechando com chave de ouro o Encontro e Concurso de Vendedores do Vale do Aço, acontecerá a palestra de Willian Caldas “As Atitude de um Vendedor de Sucesso”, tema este de grande importância para o profissional de vendas. Para se inscrever o vendedor terá que apresentar cópia da Carteira de Identidade, comprovante de residência, documentação comprobatória da condição de vendedor e os certificados e outros documentos que comprovem a sua qualificação. Todos os detalhes e o edital do Concurso Vendedor do Ano de 2012 estão disponíveis no site do Senac: www.mg.senac.com.br.


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Dia das Crianças

Sondagem de Opinião do Lojista realizada pelo Sindcomércio aponta otimismo dos empresários do Vale do Aço Primeira data comemorativa do comércio no 2º semestre, o Dia das Crianças em 2012 promete ser um dos melhores dos últimos anos. É o que aponta a Sondagem de Opinião do Lojista realizada pelo Sindcomércio Vale do Aço junto a 44 comerciantes de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo. 64,1% dos empresários entrevistados acreditam que as vendas serão melhores do que no ano passado, enquanto 30,8% creem que serão iguais e apenas 5,1% vislumbram um desempenho pior. “O Dia das Crianças caracteriza-se pelo forte apelo emocio-

nal e comercial junto ao público infantil, sendo uma data crucial para o lançamento dos produtos que serão comercializados no Natal”, observa José Maria Facundes, presidente do Sindcomércio. Para o dirigente sindical, o fato de em 2012 o Dia das Crianças ser comemorado numa sexta-feira ajudará a impulsionar as vendas. “Haverá o chamado ‘final de semana prolongado’ e as antecipações de compras deverão acontecer estimuladas pelo recesso escolar”, complementa Facundes. Ainda conforme o presidente do Sindcomércio, a data vai

José Maria Facundes destaca que o Dia das Crianças é uma data crucial para o lançamento dos produtos que serão comercializados no Natal


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aquecer o movimento no comércio de bens e serviços do Vale do Aço. “A pesquisa que realizamos com os lojistas, que responderam a um detalhado questionário, contribui para reforçar a leitura desse ambiente de negócios, sendo possível ter – pela ótica empresarial – as percepções e ações promocionais que vão servir de espelho para o mercado”, conclui o dirigente sindical. Medidas Quando questionados sobre as medidas para alavancar as vendas, 20,4% dos comerciantes disseram que vão priorizar a visibilidade da loja, com investimentos, sobretudo, nas vitrines. Já 19,4% dos entrevistados apostariam nas promoções, enquanto 17,5% investiriam em um atendimento diferenciado e 9,7% em crédito facilitado. Ticket médio Acerca do ticket médio, ou seja, quanto cada consumidor deverá gastar ao ir às compras, 35,7% dos empresários acreditam que o valor deverá variar entre R$ 30 e R$ 50. Para 21,4% dos lojistas, o gasto deverá ficar entre R$ 70 e R$ 100, enquanto 17,9% vislumbram que será de R$ 50 a R$ 70. Forma de pagamento Sobre a forma de pagamento mais usada no Dia das Crianças, 61,3% dos comerciantes creem que será o cartão de crédito parcelado. Já para 22,6% dos que responderam ao questionário os

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Vestuário 34,7%

Celular 2,0% Artigos eletrônicos 12,2%

clientes pagarão suas compras à vista no dinheiro. Já o pagamento à vista no cartão de débito deverá ser a opção de 9,7% dos clientes, enquanto as vendas no cartão de crédito em uma parcela só e no crediário ou carnê não deverão passar de 7%. Contratações Ao serem indagados se contratariam trabalho temporário já no Dia das Crianças visando também o aumento do movimento nas lo-

Brinquedos 34,7% Calçados 16,3%

jas no Natal, 73,8% dos empresários entrevistados responderam que ainda não o fariam, enquanto o restante já admitiria novos empregados. 60% dos lojistas que vão antecipar as contratações responderam que o número de funcionários admitidos em 2012 seria maior que em 2011. A Sondagem de Opinião do Lojista ainda revelou que 67,6% dos empresários antecipariam ações para estimular as vendas para o Natal a partir de outubro.


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Contratações de fim de ano Qual é a hora certa para admitir funcionários? Quando, onde e como fazer? A movimentação intensa no comércio nos fins de ano, sobretudo por conta das compras no Dia das Crianças e no Natal – que serão impulsionadas pela injeção do 13º salário na economia –, exige que o lojista tome medidas pontuais para alavancar o consumo e não perder as inúmeras oportunidades de vendas. Além de promoções e prazos elásticos, uma boa incrementada nas vitrines, investimentos em marketing e no chamado “mix” de produtos, por exemplo, o comerciante varejista e atacadista de bens e serviços do Vale do Aço precisa contratar. E qual é a hora certa para admitir funcionários? Quando, onde e como fazer as contratações? Com o objetivo de esclarecer algumas destas questões, a revista COMÉRCIO EM AÇÃO entrevistou o empresário e contador Renato Nério Paviône, que também é presidente do Sindicato dos Contabilistas do Vale do Aço

(Sincovale). “As contratações de final de ano têm início no mês de setembro e há essa conotação de contratação temporária, mas – na verdade – não existe o status de funcionário temporário. As empresas contratam com objetivo de atender a uma demanda e, posteriormente, o funcionário poderá continuar no cargo. Tudo vai depender do desempenho dele”, afirma Renato Paviône, que é contabilista há 22 anos. Para o presidente do Sincovale a região tem um problema grave com qualificação de mão de obra, uma vez que dificilmente é possível admitir um empregado pronto para o cargo em aberto. “O comerciante contrata um profissional e tem que treiná-lo, colocá-lo no perfil de sua empresa. Achar um funcionário já preparado é o maior desafio para as empresas. Seja em qualquer segmento, a mão de obra qualificada está escassa. No comércio, por

Centenas de vagas de empregos serão abertas no comércio nos últimos meses de 2012: a efetivação após o final do contrato vai depender do desempenho individual de cada funcionário

exemplo, é complicado encontrar disponível um vendedor experiente, que já sabe fazer a ‘abordagem’ ao cliente da forma correta”, analisa Renato Paviône.

Data Dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário dão conta que cerca de 30% das pessoas que forem contratadas temporariamente para o final do ano deverão ser efetivadas depois do término do contrato. “Após o fim do ano os comerciantes esperam janeiro e março para ver se ainda vai haver a necessidade de continuar com o profissional, se vai existir demanda ou não. A contratação deve ser sempre realizada com antecedência: se o empregado vai começar a trabalhar em setembro, toda a parte burocrática já tem que ser feita antecipadamente. Temos o exame admissional


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e a assinatura da Carteira de Trabalho para que a empresa atenda as necessidades internas conforme a lei”, explica Renato Paviône. Ele acrescenta: “Admita o funcionário sempre com um mês de antecedência para que ele se adapte ao perfil da empresa, conheça o segmento e os objetivos”. A forma como vai acontecer o treinamento do empregado, esclarece Renato Paviône, vai depender do tipo profissional que está sendo contratado. “Se você está admitindo um estagiário, aquele que vai cobrir ou somente auxiliar alguém, ele tem que saber e entender que tipo de serviço deve ser feito e conhecer o processo. Nós sabemos que a qualidade do serviço prestado está sempre no processo, na agilidade, e não apenas na beleza do produto ou somente na forma do atendimento. Tudo é um conjunto: não vai adiantar se o cliente for bem atendido dentro de uma loja, mas, no entanto, o produto não ter qualidade”, avalia o empresário.

Onde contratar Alguns comerciantes também enfrentam dificuldade quando tentam recrutar funcionários, pois não sabem onde buscá-los. “Não existe um local específico que seja uma fonte, embora eu também veja, falando na condição de presidente do Sindicato dos Contabilistas, que isso deveria ser uma atividade dos sindicatos, que devem criar um banco de currículos para que possa ofertá-lo a seus associados”, comenta o presidente do Sincovale. O Sindcomércio Vale do Aço já recebe diariamente,

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Achar um funcionário já preparado é o maior desafio para as empresas. Seja em qualquer segmento, a mão de obra qualificada está escassa. através do site www.sindcomerciova.com.br, currículos de trabalhadores de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo. Empresas à procura de funcionários podem procurar a entidade patronal, que tem um banco de dados com os mais variados perfis profissionais. “Nós também estamos criando esse banco de dados no Sindicato dos Contabilistas, de maneira que as empresas de contabilidade passem a tê-lo como uma referência”, revela Renato Paviône, que ainda emenda: “Alguns comer-

Renato Paviône afirmou que é “o comércio que move a economia” do Vale do Aço, destacando o setor como um dos principais responsáveis por movimentar outros segmentos

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ciantes ainda usam aquele critério antigo de colocar uma plaquinha na frente da loja, o que também funciona. Outra coisa que é muito comum e vem de costumes anteriores é a indicação. Você tem um funcionário que indica um conhecido, seja parente ou um colega”.

Contrato Renato Paviône lembra que a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) determina as normas que todas as empresas devem seguir na hora de contratar funcionários. “A CLT permite um contrato de experiência de até 90 dias. Isso significa que, dentro deste prazo, o funcionário pode ser demitido sem a necessidade de a empresa pagar a multa do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o aviso prévio. Então se a


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contratação é realmente temporária e a empresa tem a certeza que posteriormente não vai mais precisar deste funcionário, que ela trabalhe dentro deste prazo de três meses”, aconselha o presidente do Sincovale, que ainda reforçou: “A CLT não fala nada sobre contratação temporária para fim de ano. Todo mundo tem que seguir as regras que são determinadas pela lei. O que vai fazer que o funcionário fique 120, 180 ou 300 dias na empresa, é justamente o mercado junto à capacidade dele”. Oportunidade Por último, Renato Paviône afir-

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A CLT permite um contrato de experiência de até 90 dias. mou que é “o comércio que move a economia” do Vale do Aço, destacando o setor como um dos principais responsáveis por movimentar outros segmentos. “As empresas, bem como as pessoas, precisam de uma renovação. O comerciante acaba descobrindo que o fato de colocar pessoas novas com ideias novas em suas lojas acaba surtindo

efeito. São profissionais que entram motivados e dão uma renovação ao comércio”, diz o presidente do Sincovale, para concluir: “É importante deixar uma mensagem para aquele trabalhador que entra com a conotação de temporário: o mercado está aberto. Enxergue o novo emprego como uma oportunidade pra se firmar. Busque um potencial e se identifique na profissão. As pessoas se enganam quando pensam que trabalham para os outros. Todo mundo trabalha para si mesmo. Que essa contratação que nasce no segundo semestre do ano sirva como uma oportunidade para crescimento pessoal”.

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Mão de obra qualificada Parceria entre Sindcomércio e Senac forma novos vendedores em Timóteo

Consciente da falta de mão de obra qualificada no mercado da região, o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) promoveu, em parceria com o Sindcomércio Vale do Aço, um curso gratuito que formou novos vendedores em Timóteo. Com carga horária de 160 horas, as aulas – que terminaram neste mês de setembro – aconteceram na sede do sindicato patronal, na Av. Almir de Souza Ameno, no Bairro Funcionários. Após o término do curso, o Sindcomércio recebeu os currículos dos formandos e encaminhou a comerciantes e empresas com o objetivo de facilitar a entrada dos alunos no mercado de trabalho A iniciativa de formar vendedores gratuitamente faz parte do Programa Senac Gratuidade (PSG) e partiu de uma carência por profissionais da área em Timóteo. O PSG é desenvolvido há três anos e tem como objetivo levar qualificação profissional e aperfeiçoamento àquelas pessoas que normalmente não teriam condições de chegar ao Senac e pagar por um curso. Os alunos que participam têm até dois salários mínimos de renda per capita familiar e atendem a outros pré-requisitos. Durante as aulas alunos realizaram uma exposição na qual mostraram a visitantes alguns produtos que produziram como porta-objetos, arranjos de flores, chaveiros e bolsas recicláveis e retornáveis. O objetivo foi o de já acostumá-los no ambiente de vendas e negociação. A exposição teve o tema “Encantando com Criatividade”. Um dos alunos, Lucas Carlos Soares, de 17 anos, fez caixas em MDF (material derivado da madeira). “O curso foi muito bom e nos deixou preparados para enfrentar o mercado de trabalho. O que posso garantir é que estou qualificado para exercer muito bem a profissão”, comemorou.

Heiry Kettiny Rogers Souza Ferreira recebe o certificado de conclusão do curso das mãos de Larissa Mafra, do Senac, e Fernanda Duarte, do Sindcomércio

Larissa Mafra e o diretor-administrativo do Sindcomércio, Jair Zanela, entregam o diploma a Diogo Machado Aguiar

Os alunos e os representantes das duas entidades: carga horária do curso foi de 160 horas


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Construção Civil em Ipatinga Após impasse, obras voltam a acontecer com a assinatura Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) Complementar. Leis complementares do Plano Diretor devem ficar prontas ainda em 2012 A Construção Civil em Ipatinga vive um período de transição. Após algumas obras terem sido embargadas e a emissão de alvarás para construções ter sido suspensa na cidade, o Ministério Público (MP) e o município firmaram, no último mês de agosto, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) Complementar. MP e prefeitura de Ipatinga infor-

mam que “o novo Termo de Ajustamento complementa e flexibiliza algumas cláusulas do antigo TAC firmado em 27 de abril de 2010”. O impasse com a Construção Civil em Ipatinga teve início quando a emissão de novos alvarás foi suspensa em dezembro de 2009, após o MP ter verificado que Ipatinga estava crescendo de maneira desor-

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denada. Segundo entendeu o Ministério Público, entre outras coisas, as edificações não garantiam a necessária circulação de ar, faltava espaço para incidência de raios solares e a salubridade dos imóveis estava comprometida. Já em abril de 2010, em busca de soluções para o problema, prefeitura e MP firmaram o chamado “TAC da Construção Civil”. Para o empresário Wallace Barreto, presidente da Associação de Construtores do Vale do Aço, Ipatinga passou e ainda passa por um momento complicado. “Do mesmo jeito que uma cidade fica próspera quando tudo funciona e todo mundo é beneficiado, quando algum segmento adoece, que é o caso da Construção Civil em Ipatinga, a cadeia começa a funcionar ao inverso e todos são negativamente afetados”, afirma. “Ficamos com


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as obras paralisadas e sem emissão de novos alvarás em dezembro de 2009, janeiro, fevereiro, março e abril de 2010, quando foi assinado o TAC com parâmetros que não atendiam a nossa cidade. A promessa era de que em 14 meses se faria o Plano Diretor. Inclusive havia uma multa, especificada no TAC, de 500 mil reais para a prefeitura se dentro deste prazo não fosse cumprida a elaboração e votação do Plano Diretor”, complementa Wallace Barreto. Segundo o empresário, através do Plano Diretor seria possível definir leis complementares de ocupação e uso do solo em Ipatinga e, assim, chegar a um denominador comum que permitisse o retorno das construções na cidade. Antes da assinatura do TAC Complementar, informa Wallace Barreto, alguns empresários da Construção Civil resolveram deixar o setor. “Eu tenho vários colegas de profissão que saíram da cidade ou do segmento. Eu ainda não sai do ramo, graças a Deus, mas sai de Ipatinga. Fui erguer edificações em Fabriciano, Santana do Paraíso e Timóteo”, afirma.

Aprimoramento do TAC Wallace Barreto acredita que o TAC Complementar não foi suficiente e ainda precisa mudar muito. “O Plano Diretor é a ferramenta que precisamos para poder trabalhar. Nosso segmento depende muito desta ferramenta. Foi assinado em agosto o que temos chamado de aprimoramento do TAC. Esse aprimoramento atenuou o problema, mas não resolveu”, diz o empresário, falando sobre algumas das mudanças: “De 2,5 metros de recuo nas divisas dos prédios, a exigência caiu

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para dois metros em cada lateral para prédios de até 3 andares. Se antes em um lote de 12 metros você só podia fazer um prédio magrinho de 7 metros ali no meio, agora você pode fazer um de 8. Não resolveu, mas melhorou. Foram mudanças muito sutis apenas para ‘lubrificar’ o TAC. Também favoreceu um pouco as vagas de garagem, por exemplo. O que acontece é que se tem uma preocupação muito grande com o entorno do prédio e acabam prejudicando o interior, o que resulta em apartamentos pequenos e apertados”.

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Wallace Barreto, presidente da Associação de Construtores do Vale do Aço

Potencial Wallace Barreto avalia que tem se menosprezado o potencial de Ipatinga, que poderia estar se desenvolvendo de maneira mais vertiginosa. “Em um primeiro momento, todas as cidades do Brasil e do mundo construíram prédios nas divisas. É a coisa mais normal do mundo. Nova Iorque é uma cidade bastante antiga e em Manhattan (EUA), por exemplo, até 10, 15 anos atrás, era possível se construir nas divisas. Ipatinga só tem 50 anos e é desnecessária essa carga de exigências que a gente está tendo com o TAC. A cidade ainda precisa crescer”, analisa, para indagar: “Goiânia foi projetada para 50 mil pessoas, hoje tem um milhão de

habitantes e é uma cidade que funciona. Será que os nossos dirigentes não vão ter competência para poder pensar Ipatinga para 700 mil, 1 milhão de pessoas?”

O Plano Diretor é a ferramenta que precisamos para poder trabalhar. Nosso segmento depende muito desta ferramenta.


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A Prefeitura e o Ministério Público A Assessoria de Comunicação Social da prefeitura de Ipatinga respondeu a alguns questionamentos da reportagem da revista COMÉRCIO EM AÇÃO e a outras questões indagadas pelo empresário Wallace Barreto. Porque o Plano Diretor não ficou pronto nos 14 meses, a contar a partir de abril 2010, como era previsto? O período de 14 meses estabelecido inicialmente não foi suficiente, tendo em vista que durante o processo verificouse a necessidade da ampliação da participação popular na elaboração dos trabalhos. Por esse motivo, a Prefeitura, em comum acordo com o Ministério Público, decidiu ampliar o prazo. Além disso, o Plano Diretor precisa ser amplamente discutido com a Sociedade, uma vez que constitui-se num pacto de responsabilidades e compromissos para o desenvolvimento da cidade. A que passo anda o Plano Diretor? Há previsão para que fique pronto? Será concluído ainda nesta administração? Os trabalhos de revisão e atualização do Plano Diretor, bem como da Legislação Complementar, já estão em fase final. Sendo concluídos, os projetos de Lei deverão ser entregues na Câmara Municipal ainda esse ano. A prefeitura seria multada em R$ 500 mil caso não concluísse o Plano Diretor no tempo estabelecido. Essa multa já foi aplicada? O prazo para entrega de Minutas, das Leis do Plano Diretor e da Legislação Complementar foi ampliado em conjunto com o Ministério Público, que tem acompanhado todo procedimento dos trabalhos. Vale ressaltar que em momento nenhum os trabalhos foram paralisados. Como está acontecendo a fiscalização nas obras? Os alvarás continuam sendo emitidos normalmente? O trabalho de avaliação e análise de projetos arquitetônicos de edificações solicitados por terceiros na PMI e a liberação dos alvarás correspondentes continuam normalmente, seguindo as diretrizes do TAC firmado entre a PMI e o Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Meio Ambiente da Comarca de Ipatinga. Se firmou em agosto Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) Complementar com a Prefeitura de Ipatinga, considerando a Lei 10.257/2001– Estatuto da Cidade. O novo Termo de Ajustamento complementa e flexibi-

Conforme a prefeitura de Ipatinga, “o trabalho de avaliação e análise de projetos arquitetônicos de edificações solicitados por terceiros e a liberação dos alvarás correspondentes continuam normalmente”

liza algumas cláusulas do antigo TAC firmado em 27 de abril de 2010. Também exclui cláusulas do documento de 2010 com o intuito de beneficiar munícipes e agilizar a Construção Civil. O documento possui indicações de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos moradores do município, além do equilíbrio ambiental. O TAC é utilizado pela Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, por meio do Departamento de Controle e Uso do Solo, como ferramenta útil e necessária a preencher eventuais lacunas legislativas no momento de conceder alvará de obras, o que tem contribuído para um crescimento mais ordenado e sustentável da cidade.

MP

Para o promotor Walter Freitas de Moraes Júnior, da Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Meio Ambiente de Ipatinga, atualmente a Construção Civil no município vive um clima de tranquilidade. “A realidade se modificou após um processo de negociação com todas as entidades envolvidas. Não há mais problemas e há uma grande procura por novos projetos”, afirma Walter Freitas, que acompanha de perto a finalização das leis complementares do Plano Diretor. O promotor destaca que o novo TAC da Construção Civil foi firmado em agosto com a participação de todas as entidades indicadas, como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Ipatinga, Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) e Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), bem como pelos profissionais de referência técnica, indicados pelas entidades representativas dos construtores. Conforme Walter Freitas, algumas reclamações ainda existentes são referentes a interesses individuais, pontuais de alguns construtores.


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Controle eletrônico de jornada de trabalho Obrigatoriedade é para os estabelecimentos com mais de dez trabalhadores Desde 3 de setembro de 2012, as microempresas e empresas de pequeno porte que optarem pelo controle eletrônico de jornada de trabalho de seus empregados são obrigadas a utilizar o Registrador Eletrônico de Ponto (REP), equipamento destinado ao controle de entrada e saída do empregado, conforme previsto na Portaria 2.686/2011. De acordo com o parágrafo 3º do art. 74 da CLT, apenas para os estabelecimentos com mais de dez trabalhadores é obrigatório o controle de jornada de trabalho, em registro manual, mecânico ou eletrônico. Portanto, as empresas obrigadas ao controle de jornada, inclusive microempresas e empresas de pequeno porte, podem optar pelo sistema manual, mecânico ou eletrônico. Se adotarem o controle eletrônico, deverão seguir as normas previstas na Portaria 1.510/2009.

O REP deve apresentar os seguintes requisitos:

I - relógio interno de tempo real com precisão mínima de um minuto por ano com capacidade de funcionamento ininterrupto por um período mínimo de mil quatrocentos e quarenta horas na ausência de energia elétrica de alimentação; II - mostrador do relógio de tempo real contendo hora, minutos e segundos; III - dispor de mecanismo impressor em bobina de papel, integrado e de uso exclusivo do equipamento, que permita impressões com durabilidade mínima de cinco anos; IV - meio de armazenamento permanente, denominado Memória de Registro de Ponto - MRP, onde os dados armazenados não possam ser apagados ou alterados, direta ou indiretamente; V - meio de armazenamento, denomi-

nado Memória de Trabalho - MT, onde ficarão armazenados os dados necessários à operação do REP; VI - porta padrão USB externa, denominada Porta Fiscal, para pronta captura dos dados armazenados na MRP pelo Auditor-Fiscal do Trabalho; VII - para a função de marcação de ponto, o REP não deverá depender de qualquer conexão com outro equipamento externo; e VIII - a marcação de ponto ficará interrompida quando for feita qualquer operação que exija a comunicação do REP com qualquer outro equipamento, seja para carga ou leitura de dados. O Comprovante de Registro de Ponto do Trabalhador é um documento impresso para o empregado acompanhar, a cada marcação, o controle de sua jornada de trabalho, contendo cabeçalho contendo o título “Comprovante de Registro de Ponto do Trabalhador”, identificação do empregador contendo nome, CNPJ/CPF e CEI, local da prestação do serviço, número de fabricação do REP; identificação do trabalhador contendo nome e número do PIS, data e horário do respectivo registro. De acordo com a Portaria 1.510/2009, o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto(SREP) deve registrar fielmente as marcações efetuadas, não sendo permitida qualquer ação que desvirtue os fins legais a que se destina, tais como: I - restrições de horário à marcação do ponto; II - marcação automática do ponto, utilizando-se horários predeterminados ou o horário contratual; III - exigência, por parte do sistema, de autorização prévia para marcação de sobrejornada; e

O fabricante do REP deverá se cadastrar junto ao Ministério do Trabalho e Emprego

IV - existência de qualquer dispositivo que permita a alteração dos dados registrados pelo empregado. O fabricante do REP deverá se cadastrar junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, e fornecer ao empregador usuário do Ponto Eletrônico um documento denominado “Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade”, afirmando expressamente que o equipamento e os programas nele embutidos atendem às determinações da Portaria 1.510/2009. A Portaria 373, de 25 de fevereiro de 2011 do Ministério do Trabalho e Emprego faculta às empresas a adoção de sistemas alternativos eletrônicos de controle de jornada de trabalho, mediante autorização em acordo coletivo de trabalho. O controle alternativo de controle de jornada deve estar disponível no local de trabalho, deve permitir a identificação de empregador e empregado, e possibilitar, através da central de dados, a extração eletrônica e impressa do registro das marcações realizadas pelo empregado. Além disso, o sistema alternativo eletrônico de controle de jornada de trabalho não deve admitir: I - restrições à marcação do ponto; II - marcação automática do ponto; III - exigência de autorização previa para marcação de sobrejornada; IV - a alteração ou eliminação dos dados registrados pelo empregado.


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O que é mais gostoso de ser empresário é o relacionamento que você tem com os funcionários, clientes e fornecedores.

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Dedicação, luta e sucesso no comércio Conheça a trajetória e as opiniões de José Assenir Bourguignon, proprietário da Usimicro e um dos empresários mais respeitados da região José Assenir Bourguignon começou a trabalhar com 12 anos em uma fábrica de telhas. Pouco depois, ainda adolescente, teve a primeira experiência no comércio cuidando da mercearia que pertencia ao pai. Chegou a Ipatinga em 1962 e foi metalúrgico na Usiminas, mas logo voltou a ser comerciante e atualmente é proprietário da Usimicro – uma das mais tradicionais lojas de informática de Ipatinga. José Assenir é o empresário entrevistado deste mês da coluna “Bate-papo com o Comerciante”. Bem humorado e solícito, ele recebeu a reportagem da revista COMÉRCIO EM AÇÃO em uma de suas lojas, no Bairro Bom Retiro. COMÉRCIO EM AÇÃO – Fale um pouco sobre como foi a trajetória do Sr. até se tornar proprietário da Usimicro. José Assenir – Eu nasci na cidade de Castelo (na região Sul do Espírito


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roz e feijão a bacias, lavatórios e sacos de cimento. Era uma venda daquelas tradicionais, mais antigas. Já em 1961 meu pai ficou sabendo que estava surgindo a Usiminas. Ele veio para Ipatinga primeiro e arrumou um lugar para que morássemos. No dia 2 de fevereiro de 1962 toda a família veio e nós montamos uma mercearia no Bairro Bom Jardim. Mas a usina estava começando, fiquei apaixonado com a empresa e comecei a trabalhar lá ainda em 1962, com 17 anos. Fiquei até 1969, quando me aposenA Usimicro do Bom Retiro: ainda há lojas no Centro e nos tei. Já em 1977 nós bairros Cidade Nobre e Veneza abrimos a Comercial Santo) no dia 5 de maio de 1945. Lá Bourguignon LTDA, uma empremorei com a minha família até os 10 sa cujo nome fantasia era Pedal anos, quando mudamos para perto de Ouro. Começamos vendendo de Linhares, para um local chamado peças de bicicleta, mas fui introduRio Bananal, que hoje é uma cidade, zindo materiais de construção na mas na época não era. Completei 12 loja, porque na região não havia anos e meu pai montou uma fábrica ninguém que vendia este tipo de de telhas, onde eu era o responsável produto. Um ano depois eu já não por lubrificar 500 formas por dia e quis mais vender parafusos de bicitomar conta dos operários. Meu pai cleta e resolvi comercializar tintas, trabalhava em outra atividade e no conexões, cimento e tijolo. Mas, em final da tarde eu ainda tinha que 1992, foi que eu resolvi abrir uma passar as informações do que acon- seção de informática dentro da loja teceu na fábrica a ele. No entanto, de material de construção. Foi encomecei a me sentir mal naquele tão que verificamos o “ninho da gaambiente muito agressivo à saúde. linha dos ovos de ouro”. Levamos as Foi então que o papai resolveu abrir duas lojas, a seção de informática e uma mercearia para que eu tomasse a venda de material de construção, conta. Vendíamos de tudo: de fumo até 2000, quando ficamos só com a de rolo, carne, lingüiça, cachaça, ar- informática. Hoje temos quatro lo-

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jas na cidade: a matriz aqui no Bom Retiro, uma Centro, outra no Veneza e mais uma na Cidade Nobre. Em meio a isso tudo, eu ainda me casei em 1974 e tive três filhas. Em 1998, me separei da minha primeira esposa e, em 2002, me casei de novo. C.A. – Atualmente qual é o carro-chefe da Usimicro? J.A. – Começamos com revenda de produtos de informática. Mas paralelamente temos a manutenção de computadores, notebooks e impressoras, além da recarga de cartuchos e toners. Também temos a locação de equipamentos de informática e de som para eventos. Então estamos mantendo juntas as quatro atividades: manutenção, venda, locação e recarga. Mas hoje a manutenção está respondendo por quase 35% do faturamento da empresa. C.A. – E quais as maiores vantagens em ser comerciante? J.A. – A profissão tem muitas coisas boas. Sendo você uma pessoa controlada economicamente falando, não trocar os pés pelas mãos, dar um passo de cada vez, poderá ter uma fase na sua vida na qual vai ganhar muito dinheiro e poder adquirir imóveis ou aquilo que sempre sonhou. Graças a Deus, eu consegui coisas boas na minha vida e, apesar de ter sacrificado muitas férias, trabalhado 14,15 horas por dia ao invés de oito e também ficado ser dormir algumas noites, não tenho nada a reclamar. O que é mais gostoso de ser empresário é o relacionamento que você tem com os funcionários, clientes e fornecedores. Há uma máxima que diz: “O funcionário é maior patrimônio da empresa”. E tem gente pensa que não, que é demagogia, mas


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na realidade é a mais pura verdade. Como que eu poderia estar aqui conversando com você se eu não tivesse um monte de gente trabalhando pra mim? Meus empregados são os nossos maiores parceiros e eu tenho muita consideração por todos eles. Nunca fui acionado na justiça por nenhum funcionário, pois sempre fiz aquilo que prometo e ainda dou algo mais. Atualmente tenho 32 funcionários, sou amigo de todos e sempre me levam a casamentos, aniversários e outras festas. Também fiz amizades com clientes e consegui criar fortes vínculos com muitos deles. Já a relação com os fornecedores lhe propicia muitas oportunidades e chances que fazem com que sua empresa não tenha limites. A Usimicro do Bom Retiro, por exemplo, está ex-

pandindo e vai expandir mais. C.A – Por último, gostaria que o Sr. desse dicas para as pessoas que pretendem montar um comércio. J.A. – Tem muita coisa... Volto a dizer: a pessoa tem que ter um controle financeiro muito bom, uma vez que o empresário muitas vezes se engana. Você monta um comércio e vamos supor que, no primeiro mês, consegue vender R$ 40 mil. Você vai achar que está ganhando muito dinheiro, mas o negócio não é bem assim. Erroneamente, muitos começam a comprar e fazer dívidas, quando o grande segredo, na verdade, é ter os pés no chão. Verifique a reação da economia e como o comércio vai se comportar. Espere

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dois, três anos para depois começar a usufruir. Inicialmente é gastar só o que seja extremamente necessário, ser econômico e não ficar devendo. Se você acha que pode comprar uma caminhonete cabine dupla, ande de fusquinha. Calma lá, pois depois – ao longo dos anos – a medida que vai folgando, você vai poder comprar o que quiser. Eu reforço: o grande segredo é você ter uma situação financeira controlada. Nós, da Usimicro, nunca pagamos uma duplicata atrasada em todos esses anos.

José Assenir Bourguignon trabalhou na mercearia do pai, vendeu peças de bicicleta e materiais de construção até entrar para o ramo da informática


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Shopping completa 14 anos e promove o “Projeto Cidadania” Sindcomércio Vale do Aço é parceiro da iniciativa Inaugurado em 24 de setembro de 1998, o Shopping do Vale do Aço celebrou 14 anos em 2012 promovendo ações culturais e filantrópicas. No domingo, dia 23 de setembro, a nova edição do “Projeto Cidadania” foi realizada no mall e na área externa do centro de compras, de 10h às 18h. A população teve acesso gratuito a vários serviços como emissão de Carteira de Identidade, exames médicos e corte de cabelo. Parceiro do Shopping do Vale do Aço na iniciativa, o Sindcomércio Vale do Aço deslocou toda a sua equipe de Saúde Ocupacional e Engenharia do Trabalho e ofereceu aferição de pressão, ginástica laboral, meatoscopia e cadastros de currículos. Há 11 anos o Shopping do Vale do Aço lançou, em comemoração ao seu aniversário, o Projeto Cidadania. Tratase de um evento criado em parceria com empresas privadas, instituições e órgãos públicos, proporcionando um leque de prestações de serviços gratuitos à população do Vale do Aço com o objetivo de atender, orientar e encaminhar, sem custos, os mais variados serviços, além de promover muita diversão e lazer de um público estimado em 20 mil pessoas. Aferição de pressão, ginástica laboral, meatoscopia e cadastros de currículos: exames e serviços oferecidos pelo Sindcomércio no centro de compras

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