Jornal da Amvaço Informativo da Associação Médica do Vale do Aço Edição março / abril / maio 2013 - ANO III - Número 11
Estudantes de medicina fazem manifestação em Ipatinga Engajados em mobilização nacional, alunos da Univaço protestam contra vinda indiscriminada de médicos estrangeiros
Foto: Aline Meira
Usando jalecos brancos, estetoscópios, apitos, faixas e panfletos, alunos da Univaço manifestaram repúdio à proposta do governo. Pág. 05.
CFM e imprensa denunciam restrição de liberdade a médicos cubanos. Página 04. Vacinas: Importância e mitos. Página 08. Marcha contra planos de saúde destaca condições de trabalho. Página 10.
Univaço supervisiona médicos do Provab na região. Pág. 02. História de um médico cubano. Pág. 06 Artigos: “Interiorização dos médicos: A realidade do Vale do Aço”; “Médicos x Planos de Saúde”. Págs 07 e 11.
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Univaço supervisiona 40 médicos provabianos na região A cada trimestre os médicos do Provab são avaliados pelos gestores municipais e instituições formadoras O que é o Provab
Supervisões do Provab iniciaram-se em abril deste ano e vão ate março de 2014 A União Educacional do Vale do Aço (UNIVAÇO), que abriga o curso de medicina de Ipatinga, é uma das instituições supervisoras do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) em Minas Gerais. Como tal, ficou responsável pela supervisão dos médicos participantes do programa, que atuam no município de Governador Valadares e cidades adjacentes, além dos municípios da região de Manhuaçu/Manhumirim e região de Itabira. No total, a Univaço está responsável pela supervisão de aproximadamente 40 médicos provabianos, distribuídos em 20 municípios e conta, para esta atividade, com um grupo de 05 supervisores. “Ciente do seu papel
e compromisso social com o leste de Minas Gerais, a Univaço fez adesão ao programa, e se tornou, após aprovação do seu plano de trabalho pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), uma instituição supervisora”, diz o representante institucional da Univaço, Vinícius Lana, responsável por validar a apoiar administrativamente o trabalho dos médicos supervisores. Estes devem, obrigatoriamente, fazer uma visita mensal ao médico provabiano em seu local de trabalho e ficar disponível para debater dúvidas e temas acadêmicos, por meio de ferramentas como o Telessaúde Brasil Redes, possibilitando um acompanhamento sequenciado do
profissional. Ele explica que a cada trimestre os médicos do programa são avaliados pelos gestores municipais e instituições formadoras. Neste processo são considerados aspectos relativos à capacidade de trabalho em equipe, ao processo de trabalho em si, à humanização no atendimento, à vigilância, além de auto-avaliação e análise de material produzido no webportfólio. Os participantes que obtiverem nota acima de 7,0 são considerados com “conceito satisfatório” e receberão pontuação adicional de 10% em provas para ingresso em programas de residência. As supervisões do Provab iniciaram-se em abril deste ano e vão ate março de 2014.
O Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (PROVAB) 2013 oferece bolsa federal e especialização para estimular a formação do médico para a real necessidade da população brasileira, levando esse profissional para localidades com maior carência para este serviço. Com esse objetivo, o Ministério da Saúde lançou, em dezembro de 2012, o edital de abertura da segunda edição do Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica – Provab. Nos meses de Janeiro e Fevereiro deste ano municípios e médicos aderiram ao Programa e em março os médicos iniciaram as atividades práticas nas Unidades Básicas de Saúde. O médico que participa do Provab em 2013 tem a obrigatoriedade de realizar curso de pós-graduação prático-teórico em saúde da família, com 12 meses de duração. O profissional recebe bolsa federal no valor de R$ 8 mil mensais e tem suas atividades supervisionadas por uma instituição de ensino. Para os médicos bem avaliados, o Provab 2 mantém a bonificação de 10% nos exames de residência médica, seguindo a resolução nº 03/2011 da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
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Palavra do Presidente Dr. Norberto de Sá Neto
Presidente da Associação Médica do Vale do Aço
A eterna luta pela valorização do trabalho médico ganhou nova trama. Com intenção do Governo Federal, na pessoa do ministro da saúde, Sr. Antônio Padilha, de importar médicos cubanos, portugueses e espanhóis para “resolver a falta de Médicos”, foi amplamente criticada por nossa classe. Movimentos por todo o país criticaram o governo e, principalmente, cobraram a realização de prova de revalidação aos médicos estrangeiros interessados em trabalhar no nosso país, como acontece com todo brasileiro interessado em exercer a medicina na Europa, EUA ou outro país. O que nos chamou a atenção foi o movimento “REVALIDA SIM”, feito por alunos de medicina de todo o país, e que no nosso estado foi coordenado pelo aluno da FAMEVAÇO, Adauto Júnior. Estamos de olho e cobraremos das autoridades locais condições de trabalho para nossos médicos. Só assim poderemos fixar médicos em cidades menores. Mediante isto, reforço a necessidade de união de nossa classe. Temos algo em torno de 1.200 Médicos no Vale do Aço, e menos de 15% dos Médicos são associados à AMVAÇO / AMMG / AMB. Somente com órgãos de classe representativos poderemos defender nossa profissão, evitando a precarização do trabalho médico.
EXPEDIENTE
Salários indignos, estruturas sucateadas, contratações precárias e, principalmente, gestores incompetentes, transformam o Sistema Único de Saúde um
PRESIDENTE: Dr. Norberto de Sá Neto VICE-PRESIDENTE: Dr. Divino de Barros SECRETÁRIO: Sandro do Carmo Carvalho DIRETOR FINANCEIRO: Dr. Mauro Marzem Morais DIRETOR CIENTÍFICO: Dr. José Geraldo Braga Mercante DELEGADOS: Dr. Ademir Dutra Garcia e Dr. Marco Antônio Nazaré Castro SECRETÁRIA: Maria Vieira - R. Argemiro José Ribeiro, nº42, SL 503, bairro Santa Helena - Coronel Fabriciano. Fone: (31) 3842-1088 Direção jornalismo: Honofre Campos de Souza (DRT/MG 10946) Contato: (33) 9976-3874 (Vivo) / 9154-2839 (Tim) email: hsouzajr@hotmail.com Impressão: Gráfica Nacional / Periodicidade: Bimestral Tiragem: 1000 exemplares / Distribuição gratuita Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da Associação Médica do Vale do Aço, bem como do Jornal da Amvaço.
sonho ainda inalcançável. Nós médicos temos responsabilidade e capacidade para mudar esta situação. Vamos ampliar nossa participação. Vamos discutir gestão. E vamos cobrar. Este ano teremos em nossa região o Congresso de Cirurgia Plástica, a Jornada Acadêmica e II Congresso de Atualidades Médicas e o Simpósio de Medicina de Desastres, eventos estes com apoio da Associação Médica do Vale do Aço. Contamos com a participação de todos. Por fim, aproveito o espaço para parabenizar e dar boas vindas aos novos médicos que formarão em julho pela Faculdade de Medicina. Que exerçam a Medicina com Amor, Dedicação e, principalmente, muito Respeito as pacientes. Um abraço a todos!
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Conselhos de Medicina divulgam carta aberta à presidente O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) divulgaram nesta segunda-feira (20) uma Carta Aberta à presidenta Dilma Rousseff pedindo sua mediação na construção de uma resposta que assegure a assistência nas zonas de difícil provimento. No documento, as entidades se dizem surpresas e contrárias a proposta de importar médicos estrangeiros sem a devida revalidação de diplomas, especialmente após o compromisso assumido pela presidente, em 4 de abril, de discutir possíveis soluções com
as lideranças as entidades médicas. A partir do encontro com Dilma, o CFM e CRMs argumentaram que ficou evidente o interesse da presidente em “ampliar o debate em torno da melhora da assistência nas áreas distantes, inclusive com a discussão e análise dos argumentos apresentados, por meio da constituição de Grupos de Trabalho com esta finalidade”. No entanto, completam, “a sociedade tem sido constantemente surpreendida com notícias emitidas por diferentes ministros de Estado dando conta de acordos e propostas com o intuito de facilitar a
entrada no Brasil de portadores de diplomas de Medicina emitidos em escolas no exterior”. Na carta, os Conselhos indicam novamente a disposição dos médicos brasileiros em participar da construção de propostas duradouras e que assegurem assegurar a extensão das conquistas anunciadas na esfera econômica ao campo das políticas sociais, como a criação de uma carreira de Estado para o médico do Sistema Único de saúde (SUS). Para eles, esta é a forma ideal de assegurar a interiorização da assistência à saúde com qualidade e a garantia de valorização do profissional.
CFM e imprensa denunciam restrição de liberdade a médicos cubanos exportados para outros países A agressão aos direitos individuais e coletivos sofridos pelos médicos cubanos “exportados” para outros países foi denunciada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), na representação encaminhada à Procuradoria Geral da República, e tema de matéria na imprensa. Para fazer parte dessas missões estrangeiras, o médico cubano tem de assinar um Regulamento Disciplinar, em que abre mão de vários direitos, como o de namorar com quem quiser. “É um regime próximo à escravidão, e não podemos concordar com tratamento desumano e cruel em nosso país”, afirmou o presidente do CFM, Luiz Roberto d’Avila. De acordo com o Regulamento Disciplinar, tema de reportagem publicada em 17/05, pelo jornal O Globo, os médicos cubanos enviados em 2006 para Bolívia deveriam informar imediatamente às autoridades cubanas caso tivessem uma relação amorosa com “nativas”. Além disso, para que o namoro pudesse ir adiante, a parceira do médico deveria estar de acordo com o “pensamento revolucionário” das missões cubanas. “Os profissionais também foram proibidos de falar com a imprensa sem prévia autorização, de pedir empréstimos aos nativos, e de manter amizade com outros cubanos que tenham abandonado a missão”, informa a matéria. Outra proibição era a de beber
em lugares públicos, com algumas poucas exceções, como festividades nacionais cubanas, aniversários e despedidas de outros médicos cubanos do país. Pelo regulamento, eles não poderiam sequer falar, sem prévia autorização, sobre seu estado de saúde com seus amigos e parentes que vivem em Cuba. Os médicos também eram impedidos de sair de casa depois das 18h sem autorização de seu chefe imediato. Ao pedir permissão, os médicos deveriam informar aonde iam, os motivos da saída e se estavam acompanhados de cubanos ou bolivianos. Se quisessem sair da área onde residiam e trabalhavam, também precisariam de autorização. Se fossem sair de um dos departamentos bolivianos (o equivalente aos estados brasileiros), a autorização deveria vir do chefe máximo da missão naquele departamento. Segundo o regulamento, o não cumprimento dos deveres resultariam em infração, o que poderia levar o médico a ser processado e punido pela Comissão Disciplinar. Entre as punições previstas estavam a advertência pública, a transferência para outro posto de trabalho no país e o regresso a Cuba. A matéria do jornal O Globo, publicada também no site G1, corrobora o posicionamento do Conselho Federal de Medicina, de que a vinda de médicos cubanos nos moldes defendidos pelos ministérios da Educação, Saúde e
Relações Exteriores, fere os direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal, inclusive para os estrangeiros. Na representação apresentada pelo CFM na Procuradoria Geral da República, o Conselho argumenta não ser crível que o Estado Brasileiro, signatário de diversos tratados internacionais para a tutela dos Direitos Humanos, inclusive para a erradicação do trabalho escravo, “admita a possibilidade de contratação de pessoas estrangeiras em situações precárias, inclusive de suspeita de retenção de parte dos recursos percebidos para posterior remessa para Cuba.” O CFM também buscou informações junto a Confemel, órgão similar ao Conselho Federal na Bolívia. Segundo o vice-presidente da entidade, responsável pela região Andina, Aníbal Antonio Cruz Senzano, os cubanos que foram para o país, apesar das proibições de namorar, aproveitaram a missão para casar-se com bolivianas e, assim, deixar o regime de Cuba. Também foram registradas muitas denúncias de negligência, as quais causaram danos à saúde da população. “O trabalho dos médicos cubanos tem sido tão desacreditado, ao ponto das pessoas pararem de procurá-los, retornando a buscar apenas os médicos bolivianos. Tudo não passou de uma campanha política e não um verdadeiro ato de apoio à Bolívia”, informou Senzano.
AMMG, CRMMG e Sinmed-MG emitem Nota Oficial Médicos, estudantes de medicina e população do Estado de Minas Gerais. O Governo Federal, usando de artifícios e estatísticas não verídicas, impõe a importação de seis mil médicos estrangeiros, desrespeitando as leis do país. As entidades, em nome dos médicos, dos estudantes de medicina do Estado e da população, não aceitarão a entrada ilegal e desnecessária de médicos estrangeiros e repudia, veementemente, a atitude do Governo Federal. O CRMMG não registrará médicos no Estado que não cumpram a lei vigente no país. Exercer a profissão sem registro no CRMMG fere a Lei nº 3.268/1957. Além disso, ainda configura o exercício ilegal da profissão nos termos do art. 282, do Código Penal vigente. Sem a devida avaliação da competência desses profissionais, estaremos expondo a saúde do povo brasileiro. O Governo Federal, ao invés de importar médicos, deveria prover soluções para subfinanciamento do Sistema Único de Saúde e para fixação do médico nos municípios do interior com um plano de carreira de estado compatível com a profissão. As entidades médicas buscarão todos os meios legais ao nosso alcance para impedir a iniciativa do governo. Associação Médica de Minas Gerais • Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais • Sindicato dos Médicos de Minas Gerais
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Alunos da Univaço se engajam em manifestação nacional contra vinda de médicos estrangeiros para o Brasil Estudantes de medicina e entidades médicas de todo o país foram às ruas no dia 25 de maio para manifestações contra a intenção do Governo Federal de importar 6 mil médicos estrangeiros para atuar em áreas de difícil provimento no interior e nas periferias dos grandes centros sem revalidação do diploma. Em Ipatinga, alunos da Univaço se reuniram na faculdade pela manhã e partiu em direção à Praça dos Três Poderes, no Centro. Usando jalecos brancos, estetoscópios, apitos, faixas e panfletos, eles manifestaram repúdio à proposta. “Penso que se o movimento conseguir causar uma boa repercussão na mídia e reunir muitas assinaturas no abaixo assinado que esta circulando, o governo será obrigado a rever sua proposta, percebendo o nosso grande descontentamento. Estamos tentando expor bem o motivo que leva os médicos a “fugirem” do interior, que não oferece a infra-estrutura necessária para o trabalho”, explica a estudante do nono período Aline Meira, uma das coordenadoras do movimento. Em Minas Gerais ocorreram protestos também em outras cidades, tais como: Belo Horizonte; Monte Claros; Juiz de Fora; Barbacena; Patos de Minas; Araguari; Alfenas; Itajubá e Caratinga. Nas várias capitais do país ocorreram manifestações contrárias. Em São Paulo, na sede da Associação Paulista de
Foto: Aline Meira
Alunos da Univaço em protesto contra proposta do Governo Federal de importar médicos dicina de três faculdades da o protesto ocorreu em frenMedicina, ocorreu uma enGrande Vitória organizam uma te ao Hospital Getulio Vargas trevista coletiva à imprensa, caminhada pela Orla de Came no Rio de Janeiro em frente quando lideranças locais expliburi e no Maranhão a mobiliao Copacabana Palace. A sede caram as consequências de tal zação aconteceu em frente ao da Associação Médica do Rio medida se adotada pelo goverConselho Regional, no Jardim Grande do Norte foi o ponto de no. Em seguida, uma passeata Renascença. Em Curitiba, méencontro movimento em Natal com cerca de 2 mil estudantes dicos e estudantes de medicie em Sergipe e a concentração ganhou as ruas do centro da na fizeram uma manifestação aconteceu no calçadão da Rua capital paulista, terminando no na Boca Maldita; em Teresina Laranjeiras. largo São Francisco, onde foram soltos 10 mil balões verde-amarelos. No Distrito Federal, a concentração do movimento Atualmente, o ingresso de profissionais de ocorreu em frente à Escola Susaúde estrangeiros no país perior de Ciências da Saúde, depende da aprovação no com caminhada em direção à “Revalida”, que atesta os rodoviária de Brasília. Em Salvaconhecimentos e habilidador, a concentração estava mardes na prática da medicicada para a praça em frente ao na. No entanto, alegando Shopping Iguatemi. Nas cidaque faltam médicos em des do interior onde há cursos áreas afastadas do país, o de medicina - Feira de Santana, Governo Federal pretenIlhéus, Vitória da Conquista e der flexibilizar a Lei e faJequié - também estavam precilitar a contratação médivistos manifestos. cos estrangeiros ignorando as leis que estabelecem a Já no Espírito Santo os avaliação obrigatória. acadêmicos dos cursos de me-
Entenda a conjuntura e o problema
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História de um médico cubano por Sandro Vaia O Dr. Gilberto Velazco nasceu em 1980 em Havana e recebeu seu diploma de médico em 15 de julho de 2005. No depoimento que me deu por e-mail e por telefone, disse que a sua graduação foi antecipada em um ano depois de uma “formação crítica e gravemente ruim”, excessivamente teórica, feita através de livros desatualizados, velhos, rasgados, faltando páginas, além de “uma forte doutrinação política”. No hospital onde fez residência havia apenas dois aparelhos de raio X para atender todas as ocorrências noturnas de Havana e não dispunha sequer de reagentes para exames de glicemia. Pouco adiantava prescrever remédios para os pacientes porque a maioria deles não estava disponível nas farmácias. A situação médica no país é tão precária que Cuba está vivendo atualmente uma epidemia inédita de cólera e dengue. Em 2 de fevereiro de 2006 foi enviado à Bolívia numa Brigada Médica de 140 integrantes - 14 grupos de 10 médicos cada que iria socorrer vítimas de inundações que nunca chegou a ver. No voo entre Cuba e a Bolívia conversou sobre assuntos médicos com o vizinho de poltrona e descobriu que ele não era médico, mas provavelmente oficial de inteligência cubana. Calcula que em cada 140 médicos 10 eram paramilitares. Na Bolívia, onde lhe disseram que iria permanecer por 3 meses, ficou sabendo que deveria ficar no mínimo por 2 anos, recebendo 100 dólares de sa-
lário por mês e que a família receberia 50 dólares em Cuba - quantia que, segundo ele, nunca foi paga. Viveu e trabalhou em Santa Cruz de la Sierra e em Porto Suarez, na fronteira com o Brasil. Todos os componentes da Brigada recebiam um draconiano regulamento disciplinar de 12 páginas, dividido em 11 capítulos, que fixava desde horários e requisitos para permissões de saída até regras para relações amorosas com nativos e punia contatos com eventuais desertores. Os médicos verdadeiros eram vigiados pelos falsos médicos que, segundo Gilberto, andavam com muito dinheiro e armas. Ainda assim, o Dr. Gilberto, em 29 de março de 2006, conseguiu pedir formalmente asilo político à Polícia Federal em Corumbá e foi enviado a São Paulo, onde ficou 11 meses. Pediu à Polícia Federal a regularização de sua situação para poder fazer os Testes de Revalidação Médica exigidos pelo Conselho Federal de Medicina, mas o pedido de asilo foi negado. Como o prazo de refúgio concedido pelo Conare - Comitê Nacional para os Refugiados - terminava em fevereiro de 2007, pe-
diu asilo aos EUA no consulado de São Paulo, e em 2 de janeiro de 2007 viajou para Miami, Flórida, onde vive agora. A família do Dr. Gilberto foi penalizada por sua deserção com 3 anos de proibição de viagem ao exterior, mas atualmente vive com ele na Flórida. Ele trabalhou para uma empresa internacional de seguros de saúde, onde chegou a receber 50 mil dólares anuais, e atualmente está estudando para concluir os exames de revalidação de seu diploma médico nos EUA.
Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br
março / abril / maio 2013 Ipaba - A Prefeitura Municipal de Ipaba, sob o comando do prefeito Marquinhos do Odilon e do secretário de saúde Nilson Teixeira Franco, realiza concurso público para a área de saúde. Existem vagas para Médico Clínico, Cardiologista, Pediatra, Ginecologista e Cirurgião. Salário: R$ 1.400,00. Carga horária: 20 horas / semana. Fazendo as contas: R$ 1.400,00 / 120 horas (num mês de 5 semanas) = R$ 11,66 / hora. O que é possível fazer com R$ 11,66 por hora? Pesquisa – Dr. Guilherme Camara avisa via Facebook (grupo da Amvaço) sobre divulgação de projetos de pesquisa para os cardiologistas da região. “A Sociedade Brasileira de Cardiologia está desenvolvendo o registro de algumas doenças cardiovasculares. É aberto para profissionais de consultórios ou de hospital que queiram registrar seus dados para constituir um banco de dados nacional. Aqueles que quiserem participar podem entrar em contato que oriento como proceder e participar”, diz o colega. Saúde Pública - Em defesa da saúde pública, a Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina , A Academia Nacional de Medicina e a Ordem dos Advogados do Brasil encabeçam o movimento ASSINE MAIS SAÚDE, que pleiteia o repasse de 10% da verba da União para a Saúde. Em Minas já existem cerca de 400 mil assinaturas, mas para protocolar o pedido no Congresso Nacional é preciso mobilização para colher 1,5 milhão de assinaturas. Interessados em participar podem imprimir o formulário no site AMMG e enviar para sede da entidade (Avenida João Pinheiro 161 – Centro – BH/MG), para encaminhamento ao Congresso. Para saber mais acesse: BH Assine + Saúde , Projeto Popular, Jornal AMMG.
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“Interiorização dos médicos”: A realidade do Vale do Aço Neste momento em que tanto se fala sobre “importação” de médicos cubanos, espanhóis e portugueses, e do desinteresse da classe em trabalhar nas pequenas cidades, devemos refletir sobre a nossa realidade. O Vale do Aço, incluindo aqui os 33 municípios do PDR (Plano de Desenvolvimento Regional) do Governo do Estado, possui aproximadamente 752.000
habitantes. Possuimos hoje, algo em torno de 1.200 médicos na região, o que dá uma media de 1 médico para cada 626 habitantes (razão de 1,59). A OMS preconiza o mínimo de 1 médico para cada 1000 habitantes. Segundo a pesquisa DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL, de Fevereiro de 2013, já possuímos hoje 2 médicos para cada grupo de 1000 habitantes.
Nas regiões metropolitanas do país, este número chega às vezes até 4/1000, como é o caso do Distrito Federal, onde sabemos que a saúde não é melhor que na média do País. A evolução da população de médicos é maior que da população brasileira. Quando trazemos estes números para nossa região, nos deparamos exatamente com o que ocorre em âmbito
nacional. Alta concentração de médicos em Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo, com dificuldade das prefeituras menores em atrair médicos para suas Unidades de Saúde. Existe uma disseminação na mídia de altos valores de salários de pequenas cidades, o que coloca o médico numa situação de mercenário. A realidade é diferente, como mostramos a seguir:
São João do Oriente: Cidade de 8.600 habitantes, localizada próximo a Ipatinga, realizou concurso público em 2012 para contratação de Médicos para PSF, Médico Clínico e Ginecologista. ME� DICO DO PSF
ME� DICO ESPECIALISTA (Clın ́ ico Geral) ME� DICO ESPECIALISTA (Ginecologista)
5.500,00
1.490,00
1.490,00
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01 01
40h
20h 20h
Antônio Dias: Cidade com cerca de 10.000 habitantes, abriu concurso público em 2010, oferecendo vagas para médico Clínico, Cardiologista, Ginecologista, Pediatra e Urologista. Detalhe: O edital exigia especialização dos Cardiologistas, Pediatras, Ginecologistas e Urologistas, porém, oferecia o mesmo salario do Clínico Geral, com a mesma carga horaria. ME� DICO CARDIOLOGISTA
ME� DICO CLI�NICO GERAL
ME� DICO GINECOLOGISTA
ME� DICO PEDIATRA
2.030,45
2.030,45 2.030,45
2.030,45
01
20h
01
20h
01
20h
01
20h
ME� DICO UROLOGISTA
2.030,45
01
20h
ME� DICO CARDIOLOGISTA
1.400,00
01
20h
Ipaba: Cidade próxima a Ipatinga, com aproximadamente 16.000 habitantes. Realizou concurso público em 2011, oferecendo diversas vagas para Médico, com salários ainda piores que os acima citados. ME� DICO CIRURGIA� O
ME� DICO CLI�NICO GERAL
ME� DICO GINECOLOGISTA ME� DICO PEDIATRA
1.400,00
1.400,00 1.400,00
1.400,00
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Na maioria esmagadora dos municípios da região metropolitana do Vale do Aço não existe qualquer estrutura para atendimentos básicos. Aparelhos de RX, Ultrassonografia, Exames complementares são ilusões. Até mesmo medicamentos básicos faltam regularmente. A “política da Ambulância” ainda é fato, e pode ser facilmente observada em frente aos hospitais Márcio Cunha, Municipal de Ipatinga e Coronel Fabriciano. Pacientes são trazidos para consultas de rotina, atendimentos básicos e até mesmo troca de receitas. Embora nunca tenhamos tido tantos médicos no Brasil, a distribuição desigual é fato. Mas estamos longe de corrigirmos este problema, visto que os gestores municipais, estaduais e federais nada fazem a respeito. Como saída para a situação, o CFM e AMB propõe: 1.Criação da Carreira de Estado para os Médicos; 2.Acesso a insumos e equipamentos de diagnóstico para terapia; 3.Apoio da Equipe Multiprofissional. A contratação de Enfermeiros, Psicólogos, Fisioterapêutas, Assistentes Sociais, Nutricionistas e Fonoaudiólogos; 4.Apoio da rede de referencia e contra-referência; 5.Incentivo a capacitação e educação continuada.
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Vacinas: importância e mitos Oito de junho (sábado), médicos falam sobre a importância das vacinas no combate às doenças e alertam para os mitos que envolvem o tema A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a vacinação, após a disponibilização da água, é a principal estratégia para prevenção de doenças. Devido a sua importância para o calendário médico e para a população, as vacinas serão tema da Reunião Multidisciplinar que acontece dia oito de junho, sábado, 8h, na sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG). O encontro reúne especialistas da geriatria, infectologia, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia. Aberto a estudantes e profissionais das áreas de medicina, enfermagem, farmácia e biologia. Segundo o pediatra, epidemiologista e mestre em Medicina Tropical, José Geraldo Leite Ribeiro, atualmente as vacinas existentes são capazes de prevenir inúmeras doenças infecciosas causadas por vírus e bactérias, impactando na mortalidade infantil e qualidade de vida das crianças, adultos e idosos. Ribeiro afirma que elas são muito seguras. “Todas causam eventos adversos, na maioria febre e dor local, mas as doenças oferecem muito mais riscos. Portanto, evitar a vacinação, não faz sentido. Outro equí-
voco é considerar que algumas doenças não existem mais. Elas estão controladas em razão das boas coberturas vacinais e se a população deixar de recorrer às vacinas, em pouco tempo retornarão”, avalia. De acordo com o especialista, o Calendário
do Sistema Único de Saúde (SUS) para o menor de um ano é o mais completo do mundo. Em outras idades poderia ser melhor, mas a maior dificuldade diz respeito à produção internacional de vacinas que é escassa. A definição dos grupos prioritários a serem vacinados é feita por professores, sociedades médicas e profissionais de saúde que compõem o Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Quanto à faixa etá-
ria, o epidemiologista alerta que adolescentes e adultos também precisam de vacinas, como hepatite B, A, HPV e meningocócica conjugada, por exemplo. “Outras, mesmo aplicadas quando crianças precisam de reforços, como tétano, difteria e coqueluche. Cada adolescente ou adulto precisa ter seu passado vacinal avaliado para receber uma prescrição individualizada”, orienta. O Brasil encontra-se em epidemia de coqueluche, desde 2011, e a única possibilidade de controle é a utilização da vacina tríplice acelular do adulto, ainda não bem conhecida por todos os médicos. Outro fator a ser considerado, conforme explica Ribeiro, é a preparação para viagem, que deve ser completa (avaliação clínica, aconselhamento e vacinação, se necessário). Já os médicos devem estar atualizados em relação ás normas dos SUS e aos calendários recomendados pelas sociedades médicas para orientarem seus pacientes. A entrada para a Reunião Multidisciplinar é gratuita. Confira a programação completa e faça a sua inscrição no site: www. ammg.org.br. Mais informações: (31) 3247 1619.
Novo curso oferece conhecimentos em Finanças e Investimentos Pessoais A AMMG em parceria com o Mentoring by extensus está promovendo um curso de Finanças e Investimentos Pessoais voltado para a realidade do médico. O objetivo é oferecer, em condições especiais para os associados, uma oportunidade de adquirir conhecimentos teóricos e informações práticas que melhorem o entendimento do profissional em relação à administração dos próprios recursos financeiros. Nosso sistema de ensino convencional ainda não nos prepara para a administração de nossa situação econômico-financeira e é preciso preencher esta lacuna de conhecimentos. O médico precisa garantir suas conquistas pessoais e não pode deixar em segundo plano a geração de renda por investimentos. Precisa ter critérios objetivos para avaliar dentre as diversas oportunidades de investimentos existentes, a mais adequada a seu perfil e objetivos. O curso tem aulas uma vez por semana na própria AMMG. É direcionado aos médicos que não possuem formação prévia na área e que desejam ampliar seus conhecimentos. E por tratar-se de um curso livre, não há o compromisso rígido com avaliações e trabalhos extraclasse, favorecendo encaixá-lo na concorrida agenda dos médicos.
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ÔMEGA-3 NA PROTEÇÃO DO SNC
Estudos recentes apontam este ácido graxo como opção nutricional para a prevenção de transtornos neurológicos, especialmente a epilepsia. Foi demonstrado em estudos com camundongos que o ômega-3 pode ter lugar de destaque neste cenário, por ter propriedades anti-convulsivante. O tratamento crônico promoveu neuroproteção e alterações plásticas positivas na formação do hipocampo dos animais com epilepsia induzida experimentalmente.
A dose de 2 g / dia diminuiu a frequência das crises epilépticas após 50 dias de terapia de combinação com fenobarbital. Durante o período de 18 meses subsequentes, a frequência de crises diminuiu cerca de 85%. (Fonte: Scorza, Fulvio Alexandre et al. The promise of omega-3 against sudden unexpected death in epilepsy: until further notice, it remains innocent, until proven guilty. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 71, p. 51-54, 2013 ).
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ÔMEGA -3 NO DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO FETAL
Na gravidez, dados experimentais sugerem que o ômega-3 parece ser importante para o desenvolvimento neurológico fetal: o ácido graxo aparenta ser transportado de modo seletivo através da placenta humana para o feto. A baixa ingestão pode afetar o equilíbrio dos eicosanóides produzidos. Tal condição pode favorecer doenças como a adrenoleucodistrofia; entretanto, o consumo excessivo pode promover efeitos indesejáveis, tais como trabalho de parto prematuro e pré-eclampsia. Uma dieta rica em ôme-
ga-3 pode aumentar a produção de prostaglandinas de tromboxano (TX) A2. Ambos estão intimamente associados com a iniciação do trabalho de parto e parto prematuro, além da pré-eclampsia. Portanto, deve ser proporcionar uma dieta equilíbriada de ômega-3 para gestantes ou pela alimentação ou pela suplementação. (Fonte: Innis SM, Friesen RW. Essential n-3 fatty acids in pregnant women and early visual acuity maturation in term infants. Am J Clin Nutr. 2008;87:548–557)
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março / abril / maio 2013
Marcha contra planos de saúde destaca condições de trabalho Centenas de médicos e profissionais de diversas áreas da saúde se reuniram em um protesto no dia 25 de abril na Avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação teve como objetivo "fazer um alerta às operadoras de planos de saúde sobre as condições de trabalho que são impostas aos médicos; ressaltamos ainda que as remunerações repassadas pelos convênios não são compatíveis com a atividade atual do profissional", disse o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto d´Avila. Vestidos de jalecos, com faixas e cartazes, a marcha teve duração de 30 minutos. No final do protesto, simbolizando um luto contra os abusos das operadoras de todo o país foram soltos cerca de 10 mil balões pretos. O ato faz parte das mobilizações do Dia Nacional de Alerta na Saúde Suplementar, que gerou manifestações em todo
o país e, em alguns estados, suspensão dos atendimentos – exceto para casos de emergências e urgências. Após a manifestação, uma coletiva com a imprensa foi realizada na Associação Médica Brasileira (AMB). A Federação Nacional dos Médicos (FENAM) foi representada pelo seu presidente, Geraldo Ferreira Filho. Para ele existe uma mercantilização dos planos de saúde, "a relação entre as operadoras e os médicos é hoje a mais precária que existe, os planos de saúde estão caminhando sem regras trabalhistas e sem o devido respeito com a classe médica, e hoje estamos aqui para dá um basta". Ainda na coletiva o 1º vice-presidente da AMB, Jorge Curi, afirmou que a população está desassistida e não consegue acesso fácil na saúde. "Precisamos de decisões, agilidade, conectividade. Tem que haver respeito entre os
SBEM apoia decisão da ANVISA em liberar a sibutramina A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) manifesta a sua satisfação diante da decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autorizou, ontem, 27 de maio, manter no Brasil o comércio de medicamentos emagrecedores à base de sibutramina. “É com satisfação que recebemos a nota de que a Anvisa deverá manter a sibutramina no Brasil. Embora sob restrição rigorosa de prescrição, sujeita ao consentimento informado em três vias, e monitoramento com comunicação de efeitos adversos obrigatória, a notícia ainda é positiva no sentido de se manter mais este auxílio no tratamento da obesidade no Brasil”, declara a presidente da SBEM Nacional – Dra. Nina de Castro Musolino. A sibutramina estava
proibida após estudos científicos, chamados Scout, apontarem que o medicamento aumentaria em 16% a chance de doenças cardiovasculares. A validade da receita médica foi reduzida de 60 dias para 30 dias e a autorização de venda tem o prazo estipulado para dois anos. O presidente da SBEM-SP – Dr. Evandro Souza Portes - parabeniza a decisão da Anvisa de manter a Sibutramina disponível no Brasil. “Esta medicação, sem dúvida nenhuma, é eficaz no tratamento de pacientes com obesidade. Quando bem indicada, tem auxiliado médicos e pacientes a tratarem esta doença, que é crescente no país e que causa graves problemas de saúde”, conclui. Fonte: Assessoria de Imprensa da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
Simbolizando um luto contra os abusos das operadoras de todo o País foram soltos cerca de 10 mil balões pretos profissionais da saúde para ruim é no lixo. Sua saúde mese oferecer um atendimento rece respeito". digno de consultas, exames e "Superamos todas as cirurgias". expectativas, a manifestação O sindicato dos méfoi muito bem sucedida, agora dicos de São Paulo, Simesp, e vamos esperar as repercussões as entidades estaduais locais, e analisar os resultados; avanalém de fazerem o protesto na çamos mais um passo e garanAv. paulista também distribuíto que não vamos parar por ram uma carta aberta e saquiai", concluiu o presidente do nhos de lixo para carros com a Simesp, Cid Carvalhaes. seguinte frase: "Lugar de plano Fonte : Imprensa Fenam
PROFISSIONAL MÉDICO: CONHEÇA AS VANTAGENS E BENEFÍCIOS DAS PALMILHAS POSTURAIS BIOMECÂNICAS PARA SEUS PACIENTES As Palmilhas Posturais (biomecânicas) são órteses fabricadas com material termomoldável (E.V.A.), confeccionadas por fisioterapeuta e são utilizadas no interior de calçados de indivíduos com alterações estruturais nos pés. Essas alterações podem originar compensações durante atividades funcionais como marcha, corrida e práticas esportivas, levando a disfunções e patologias. O uso das palmilhas visa acomodar tais alterações, controlando assim o movimento excessivo de pronação e/ou supinação, contribuindo para reduzir a dor, evitar a progressão ou desenvolvimento de morbidades e melhorar a capacidade funcional do paciente. PRINCIPAIS INDICAÇÕES: Escolioses; Espondilolisteses; Alivio de dores lombares, Torácicas, Cervicais e Planta dos pés; Pés planos e cavos, joanetes; Esporão de calcâneo, Neuroma de Morton e Periostite; Condromalácia, Tendinites patelar, pata de ganso e calcâneo; Pés diabéticos; Discrepância de MMII: Melhora do equilíbrio (idoso); Aumento de rendimento nos esportes e prevenção de lesões.
CONTATO: Timóteo: Kinesis (31) 3848-4820 / Clínica Funcional (31) 3849-9122 (Metasita) (31) 3848-3749 (AAPT) | Cel. Fabriciano: Clínica Funcional (31) 3841-9512 (Unidade de Saúde do Sintrocel) | Governador Valadares: (33) 3271-6788
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Médicos x Planos de Saúde
Médicos que vivem da clínica particular são aves raríssimas. Mais de 97% prestam serviços aos planos de saúde e recebem de R$ 8 a R$ 32 por consulta. Em média, R$ 20. Os responsáveis pelos planos de saúde alegam que os avanços tecnológicos encarecem a assistência médica de tal forma que fica impossível aumentar a remuneração sem repassar os custos para os usuários já sobrecarregados. Os sindicatos e os conselhos de medicina desconfiam seriamente de tal justificativa, uma vez que as empresas não lhes permitem acesso às planilhas de custos. Tempos atrás, a Fipe realizou um levantamento do custo de um consultório-padrão, alugado por R$ 750 num prédio cujo condomínio custasse apenas R$ 150 e que pagasse os seguintes salários: R$ 650 à atendente, R$ 600 a uma auxiliar de enfermagem, R$ 275 à faxineira e R$ 224 ao contador. Somados os encargos sociais (correspondentes a 65% dos salários), os benefícios, as contas de luz, água, gás e telefone, impostos e taxas da prefeitura, gastos com a conservação do imóvel, material de consumo, custos operacionais e aqueles necessários para a realização da atividade profissional, esse consultório-padrão exigiria R$ 5.179,62 por mês para sua manutenção. Voltemos às consultas, razão de existirem os consultórios médicos. Em princípio, cada consulta pode gerar de zero a um ou mais retornos para trazer os resultados dos exames pedidos. Os técnicos calculam que 50% a 60% das consultas médicas geram retornos pelos quais os convênios e planos de saúde não desembolsam um centavo sequer. Façamos a conta: a R$ 20 em média por consulta, para cobrir
Dr. Drauzio Varella
os R$ 5.179,62 é preciso atender 258 pessoas por mês. Como cerca de metade delas retorna com os resultados, serão necessários: 258 + 129 = 387 atendimentos mensais unicamente para cobrir as despesas obrigatórias. Como o número médio de dias úteis é de 21,5 por mês, entre consultas e retornos deverão ser atendidas 18 pessoas por dia!
exercer a profissão com competência nessa velocidade? Com a experiência de quem atende doentes há quase 40 anos, posso garantir-lhes que não é. O bom exercício da medicina exige, além do exame físico cuidadoso, observação acurada, atenção à história da moléstia, à descrição dos sintomas, aos fatores de melhora e piora, uma análise, ainda
O usuário, ao contratar um plano de saúde, deve sempre perguntar quanto receberão por consulta os profissionais cujos nomes constam da lista de conveniados. Longe de mim desmerecer qualquer tipo de trabalho, mas eu teria medo de ser atendido por um médico que vai receber bem menos do que um encanador cobra para desentupir o banheiro da minha casa. Se ele pretender ganhar R$ 5.000 por mês (dos quais serão descontados R$ 1.402 de impostos) para compensar os seis anos de curso universitário em tempo integral pago pela maioria que não tem acesso às universidades públicas, os quatro anos de residência e a necessidade de atualização permanente, precisará atender 36 clientes todos os dias, de segunda a sexta-feira. Ou seja, a média de 4,5 por hora, num dia de oito horas ininterruptas. Por isso, os usuários dos planos de saúde se queixam: “Os médicos não examinam mais a gente”; “O médico nem olhou a minha cara, ficou de cabeça baixa preenchendo o pedido de exames enquanto eu falava”; “Minha consulta durou cinco minutos”. É possível
que sumária, das condições de vida e da personalidade do paciente. Levando em conta, ainda, que os seres humanos costumam ser pouco objetivos ao relatar seus males, cabe ao profissional orientá-los a fazê-lo com mais precisão para não omitir detalhes fundamentais. A probabilidade de cometer erros graves aumenta perigosamente quando avaliamos quadros clínicos complexos entre dez e 15 minutos. O que os empresários dos planos de saúde parecem não enxergar é que, embora consigam mão-de-obra barata – graças à proliferação de faculdades de medicina que privilegiou números em detrimento da qualidade -, acabam perdendo dinheiro ao pagar honorários tão insignificantes: médicos que não dis-
põem de tempo a “perder” com as queixas e o exame físico dos pacientes, pedem exames desnecessários. Tossiu? Raios X de tórax. O resultado veio normal? Tomografia computadorizada. É mais rápido do que considerar as características do quadro, dar explicações detalhadas e observar a evolução. E tem boa chance de deixar o doente com a impressão de que está sendo cuidado. A economia no preço da consulta resulta em contas astronômicas pagas aos hospitais, onde vão parar os pacientes por falta de diagnóstico precoce, aos laboratórios e serviços de radiologia, cujas redes se expandem a olhos vistos pelas cidades brasileiras. Por essa razão, os concursos para residência de especialidades que realizam procedimentos e exames subsidiários estão cada vez mais concorridos, enquanto os de clínica e cirurgia são desprestigiados. Aos médicos, que atendem a troco de tão pouco, só resta a alternativa de explicar à população que é tarefa impossível trabalhar nessas condições e pedir descredenciamento em massa dos planos que oferecem remuneração vil. É mais respeitoso com a medicina procurar outros meios de ganhar a vida do que universalizar o cinismo injustificável do “eles fingem que pagam, a gente finge que atende”. O usuário, ao contratar um plano de saúde, deve sempre perguntar quanto receberão por consulta os profissionais cujos nomes constam da lista de conveniados. Longe de mim desmerecer qualquer tipo de trabalho, mas eu teria medo de ser atendido por um médico que vai receber bem menos do que um encanador cobra para desentupir o banheiro da minha casa. Sinceramente.
Fonte: Revista Médico Resident
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Medicina Nuclear A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que utiliza materiais radioativos para a realização de imagens e tratamento de pacientes. Apesar de utilizar materiais radioativos, os procedimentos são seguros, indolores e empregam quantidades mínimas de radiação. A informação obtida com os exames nucleares é peculiar, porque a imagem mostra como está a função no organismo, e não a sua estrutura. Por isso, a Medicina Nuclear consegue identificar anormalidades muito antes que sejam detectadas por outros métodos diagnósticos. Para realização dos exames são utilizados radiofármacos (substâncias radioativas) e câmaras especiais, conhecidas como gama-câmaras (SPECT), que detectam a radiação emitida por essas substâncias. Além de seu uso no diagnóstico, o método permite avaliar recidivas, acompanhar a evolução, a remissão ou a progressão de certas doenças. Os procedi-
mentos utilizados em Medicina Nuclear têm a vantagem de substituir outros testes que submetem o paciente a maior risco iatrogênico, à maior exposição às radiações ou que lhes causam maior desconforto. Os exames têm aplicação nas diversas áreas, com maior destaque cardiologia, oncologia e neurologia. Como recurso usado
na terapia, a Medicina Nuclear também é um meio seguro, eficiente e de baixo custo para tratar certas afecções benignas e malignas curáveis com radiação. O tratamento com radioisótopos realizados pela Medicina Nuclear é um procedimento indolor e não invasivo que pode ser aplicado quando as condições do paciente não permitem cirurgias ou outra forma de tratamento. Estes procedimentos incluem tratamento de câncer de tireóide, linfoma, tumores neuroendócrinos, artrite reumatóide e dor decorrente de metastases ósseas de cancer de
Imagem 1- Cintilografia óssea
Imagem 2 – SPECT cerebral
mama e próstata. A Climag, destaque em Radiologia na região, inaugurou recentemente seu serviço de Medicina Nuclear. Com isso, firma seu objetivo de proporcionar a seus clientes (médicos e pacientes) crescimento e avanços no campo diagnóstico. O novo serviço de Medicina Nuclear da Climag levará ao crescimento da medicina e melhor assistência aos pacientes da nossa região. A equipe médica é composta pelas Dras. Karina Mosci (CRMMG-33065) e Camila Mosci (CRMMG-44192), ambas membras titulares da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e com título de especialista. A Dra Karina Mosci é médica nuclear no Institudo de Medicina Nuclear e Endocrinologia de Brasília (IMEB) e no Hospital das Forças Armadas (HFA), e a Dra Camila Mosci é médica nuclear no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).