Jornal Amvaço - Junho 2012

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Edição maio / junho 2012 - ANO II - Número 07

Médicos repudiam situação da saúde no Vale do Aço Em manifesto enviado a autoridades e entidades médicas profissionais relatam crise resultante de fechamento do Hospital Siderúrgica Médicos do Hospital Vital Brazil denunciam através de um manifesto enviado a autoridades e entidades médicas a situação da saúde na região do Vale do Aço. Os profissionais relatam existência de uma crise no setor, causada pelo fechamento do Hospital Siderúrgica. “Queremos mostrar, à sociedade, o quanto nós estamos de mãos atadas diante da superlotação que o sistema de saúde vem sofrendo, nos colocando sob risco de um atendimento inadequado e inseguro à nossa comunidade”, declara Dr. Alysson da Silveira Campos, do Vital Brazil. Confira a reportagem completa nas página 04 e 05. Hospital Vital Brazil sofre com o grande aumento no número de pacientes desde o fechamento do Siderúrgica

Artigos: Você vai ser médico. Pág.07; Hospital Público? Onde?; Pág.04

Amvaço destaca homenagem a Dr. Pedro Guerra e também o homenageia com nome em medalha de honra ao mérito. Pág. 08

Amvaço e Univaço: Juntas pela ciência Amvaço e Univaço realizam pela primeira vez juntas nos dias 24 e 25 de setembro, no Centro Cultural Usiminas (Shopping do Vale), a X edição da Jornada Acadêmica do curso de Medicina da Univaço e o I Congresso Médico do Vale do Aço. “A participação e envolvimento da Associação Médica do Vale do Aço foi fundamen-

tal para a concepção do I Congresso de Atualidades Médicas. Este congresso oportunizará a realização de debates de temas que estão em voga no contexto das políticas de saúde”, diz o professor e coordenador de extensão do curso de Medicina da Univaço Vinícius Lana Ferreira. Leia a reportagem completa sobre os eventos página 02.


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Univaço e Amvaço preparam grande evento científico Entidades realizam 24 e 25 de setembro a X Jornada Acadêmica do curso de Medicina e 1º Congresso Médico do Vale do Aço

Público lota auditório em edições anteriores da Jornada Acadêmica Médicos, professores e estudantes de medicina terão um importante encontro neste segundo semestre de 2012, no Vale do Aço. Nos dias 24 e 25 de setembro serão realizados no Centro Cultural Usiminas (Shopping do Vale), a X edição da Jornada Acadêmica do curso de Medicina da Univaço e o I Congresso Médico do Vale do Aço. “A Jornada Acadêmica do curso de medicina da Univaço é um evento anual, de cunho acadêmico-científico oferecido aos docentes e discentes do curso de medicina da Univaço, extensivo aos profissionais de saúde da região. Objetiva ainda a criação de um ambiente favorável à participação dos discentes na apresentação de trabalhos sob a forma de temas

orientados e dos docentes, mediante apresentações de teses artigos publicados”, explica o professor e coordenador de extensão do curso de Medicina da Univaço Vinícius Lana Ferreira. Com o crescimento da Jornada Acadêmica no contexto institucional, conforme o professor, houve a necessidade de ampliação do escopo do evento, viabilizando a inserção do Congresso de Atualidades Médicas, através de uma parceria com a Associação Médica do Vale do Aço (Amvaço), com apoio de outras entidades. “A participação e envolvimento da Associação Médica do Vale do Aço foi fundamental para a concepção do I Congresso de Atualidades Médicas”, ressalta Lana. “No ano em que nossa instituição comemora 10

Palestrantes durante evento em edições anteriores anos de realização da Jornada Acadêmica, ofereceremos para a comunidade médica, demais profissionais de saúde, alunos e professores de nossa instituição e para a sociedade civil um evento que constituir-se-a em um marco para o desenvolvimento das políticas de saúde do Vale do Aço”, acrescenta o professor. Além de Vinícius Lana, a coordenação do evento é conduzida por um colegiado composto pelos seguintes membros: professora Vera Lúcia Venâncio Gaspar, diretora acadêmcia da Univaço; professor Eric Bassetti Soares, coordenador do curso de Medicina da Univaço; professor José Márcio Ribeiro, coordenador de pesquisa da Univaço; professor Norberto de Sá Neto, professor do curso de me-

dicina da Univaço e presidente da Amvaço; professor José Geraldo Braga Mercante, professor do curso de medicina da Univaço e membro da Amvaço. Finalizando, Lana enfatiza que este congresso oportunizará a realização de debates de temas que estão em voga no contexto das políticas de saúde. “Entedemos que será um importante espaço para reflexão e discussão, mas sobretudo de aprofundamento técnico. Busca-se a construção de uma agenda positiva entre o movimento médico e a sociedade do vale do aço de forma a enfrentar questões como a valorização do trabalho médico, a qualificação das condições de trabalho e da assistência a saúde, a formação médica e a política de gestão dos serviços de saúde”.

Confira a prévia da programação oficial do evento: Palestrantes: • Consultor em Saúde Pública - Dr. Eugênio Vilaça Mendes; • Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade - Dr. Nulvio Lermen; • Presidente da Associação Médica de Minas Gerais Dr. Lincoln Ferreira; • Diretor do departamento de promoçaõ da saú-

de da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Dr. Carlos Alberto Machado; • Presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia Dra. Maria da Consolação. Atividades: • Conferência Magma: “Os desafios dos sistemas de saúde do século XXI” - Eugênio Vilaça Mendes • Mesa Redonda:

“Emergências Clínico-Cirúrgicas”: Ressuscitação Volêmica na Sala de Emergência; Cuidados pós-Ressuscitação na PCR; Dengue Hemorrágica e Síndrome do Choque; Abordagem do TCE •Mesa Redonda: “Gestão de Serviços de Saúde”: Redes de Atenção à Saúde; Política Nacional de Atenção Básica: PNAB; Redes de Urgência e Emergência

•Mesa Redonda: “A Carreira Médica e as Necessidades do SUS: Expectativas, Motivações e Realidades”: Perspectivas do trabalho médico; Remuneração médica; Carreira do médico na APS/SUS; Mesa Redonda (1h): Síndrome Metabólica; Abordagem não farmacológica: ? Via AMMG; Abordagem Farmacológica: Dr. Levimar Rocha Araújo; Tratamento cirúrgico da Obesidade Mórbida


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Palavra do Presidente Dr. Norberto de Sá Neto

Presidente da Associação Médica do Vale do Aço

Caros colegas, é com imen-

Acho que não. A classe médica

so prazer que abro esta nova edi-

deve dar uma demonstração à

ção do Jornal da AMVAÇO anun-

sociedade de sua insatisfação. Tra-

ciando nosso primeiro Congresso

dicionalmente nossa classe pouco

Regional. Em parceria com a Fa-

se envolve em política, o que nos

culdade de Medicina do Vale do

dá credibilidade para cobrarmos

Aço, realizaremos em Setembro

mesmo em ano eleitoral. Outro

próximo o I Congresso de Atuali-

assunto

aborda-

dades Médicas juntamente com a

do nesta edição, e que deve ser

Jornada Acadêmica da Faculdade

incentivado pela AMVAÇO, é a

de Medicina, evento este já conso-

criação da Regional da Sociedade

lidado e consagrado pela qualida-

de Cardiologia. As Sociedades de

de científica e organizacional.

Especialidades Médicas são vin-

Mas, mantendo nossa pos-

culadas à Associação Médica Bra-

tura de entidade de classe, não

sileira, concedendo seus Títulos

podemos deixar de nos posicio-

de Especialistas, de acordo com

nar sobre a preocupante situação

critérios próprios. A maior partici-

da saúde no Vale do Aço. Péssi-

pação dos Médicos na AMMG /

mas condições de trabalho, baixo

AMVAÇO só aumenta nossa força

investimento em capacitação e

e legitimidade como entidade re-

ausência de uma política pública

presentativa de classe. Estamos abertos para apoio

séria, com planejamento. O “Macolegas Médicos do hospital Vital Brazil é a tradução simples e clara de nossa saúde pública. Apoiamos o movimento e levantamos a discussão sobre a saúde macrorregional. Porquê somente em anos políticos

conseguimos

avançar

em reformas e estruturações de hospitais, rodovias e outros? Ausência de representação local?

EXPEDIENTE

nifesto Médico”, realizado pelos

PRESIDENTE: Dr. Norberto de Sá Neto VICE-PRESIDENTE: Dr. Divino de Barros SECRETÁRIO: Sandro do Carmo Carvalho DIRETOR FINANCEIRO: Dr. Mauro Marzem Morais DIRETOR CIENTÍFICO: Dr. José Geraldo Braga Mercante DELEGADOS: Dr. Ademir Dutra Garcia e Dr. Marco Antônio Nazaré Castro SECRETÁRIA DA AMVAÇO: Maria Vieira Endereço: Rua Argemiro José Ribeiro, nº42, SL 503, bairro Santa Helena - Coronel Fabriciano. Fone: (31) 3842-1088

logístico, operacional e adminis-

Direção: Honofre Campos de Souza (DRT/MG 10946) Contato: (33) 9976-3874 (Vivo) / 9154-2839 (Tim) email: hsouzajr@hotmail.com Impressão: Gráfica Modelo Periodicidade: Bimestral Tiragem: 1000 exemplares Distribuição gratuita

realizando a Semana do Médico,

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da Associação Médica do Vale do Aço, bem como do Jornal da Amvaço.

trativo a todas as Especialidades Médicas do Vale do Aço que quiserem criar sua regional. E por último, mas não menos importante, adianto que este ano estaremos com eventos em homenagem ao dia do Médico. O Congresso de Atualidades Médicas, o Baile de Gala e um evento esportivo farão parte desta semana.


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Médicos protestam por condições de saúde no Vale do Aço Profissionais do Vital Brazil lançam manifesto relatando crise como consequência do fechamento do hospital Siderúrgica

Hospital Público? Onde? Toda a população do Vale do Aço, principalmente a de Coronel Fabriciano, convive frequentemente com problemas graves no atendimento às urgências e emergências. Isto é fato. O sucateamento financeiro e posterior falência do Hospital Siderúrgica trouxe uma situação de instabilidade, que se propagou para todos os serviços que atendem SUS em nossa região. Todos nós, médicos e entidades médicas, observamos este processo com muito receio e desconfiança, mas sempre notícias de reabertura, re-estruturação e construção de novas unidades, fez com que a classe desse um crédito aos gestores públicos pois havia esperança de dias melhores. Mas estes dias não vieram. A forma como foi conduzida a reabertura do Hospital é um desrespeito ao cidadão comum. O que será este Hospital São Camilo? Público? Privado? Atenderá somente SUS? Parcialmente? Quem vai definir isto? Esta “privatização”da saúde pública feita pelo Estado de Minas, em nossa região é uma maneira clara do Estado transferir responsabilidades e se afastar de suas atribuições constitucionais. Imaginemos uma situação simples. Passa-se o ano eleitoral e o prefeito “do governador” ou o deputado “do governador” não são reeleitos. Os investimentos serão mantidos no Hospital? O Estado vai arcar com toda a manutenção da unidade, mesmo que ela supere a capacidade de atendimento, o que é perfeitamente esperado imaginando que se trata de atendimento à população em geral? E se faltar custeio? A população vai reclamar de quem? Da Fundação São Camilo? Do prefeito de Coronel Fabriciano? Do governador? Claro que vai ser da administração do hospital, pois não haverá na frente do hospital uma placa com o nome de HOSPITAL ESTADUAL SÃO CAMILO. Queremos Hospital Público, Estadual, Regional, 100% SUS, com Médicos, Enfermeiros e demais profissionais concursados, devidamente capacitados e bem remunerados. De quem é mesmo a responsabilidade? Com exceção de Ipatinga, os demais Municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço não são de Gestão Plena, portanto, estão isentos da obrigatoriedade do investimento em Urgência e Emergência, pois têm de enfatizar a atenção básica. Na verdade o que está acontecendo no Vale do Aço, é uma irresponsabilidade e omissão política. No anseio de ”inaugurar” um Hospital às vésperas de uma eleição Municipal, todos os preceitos básicos de Regionalização, Estruturação da Rede de Urgência, Contratação criteriosa, Capacitação e outros, foram deixados de lado. A população necessita urgente da abertura da Urgência? Sim. Mas ela precisa que esta Urgência abra com qualidade, equipamentos e, principalmente, equipe Médica Mista, com Clínicos, Pediatras, Ortopedistas e Cirurgiões, além de Obstetras. Os partos serão realizados em Timóteo? A ortopedia também? Quem vai transportar estes pacientes? Ainda não temos um SAMU regional, nem possibilidade de tê-lo a curto prazo. Resumo; Precisamos de uma ampla estruturação de nossa Rede de Urgências do SUS, com envolvimento de todos os gestores locais, equipe técnica e Governo do Estado. Nós, Associação Médica do Vale do Aço, afiliada à Associação Médica de Minas Gerais e AMB, estamos cumprindo nossa função de fiscalização e preservação da qualidade assistencial praticada por médicos. Estaremos acompanhando o desenrolar desta situação e cobrando das autoridades medidas sérias e responsáveis para a criação de uma saúde pública de qualidade, com o cumprimento das diretrizes do SUS.

Dr. Norberto de Sá Neto Presidente da Associação Médica do Vale do Aço

Médicos do Hospital e Maternidade Vital Brazil, em Timóteo, lançaram um manifesto no final de junho contra as condições de trabalho proporcionadas pela instituição em razão da alta demanda de pacientes da região. Direcionado à comunidade do Vale do Aço e cidades circunvizinhas, além de autoridades públicas, privadas e entidades médicas, o documento expressa “profunda tristeza e indignação para com as mazelas do Sistema de Saúde no Vale do Aço”. Os profissionais alegam que vivem um momento difícil desde o fechamento do Hospital Siderúrgica, uma vez o Vital Brazil passou a ser a principal referência para os pacientes da região, resultando em uma demanda maior do que a capacidade de atendimento, colocando-os em situação de risco. O manifesto que teve apoio de mais de 100 médicos diz ainda que apesar da instituição ter tomando algumas medidas como a contratação de mais profissionais e ter mantido baixos os índices de mortalidade, elas não são suficientes para solucionar o que chamam de crise na no sistema de saúde no Vale do Aço. Com salários atrasados e dívidas acumuladas, os profissionais do Vital Brazil alertam no documento para um eventual risco de fechamento do hospital caso medidas urgentes não sejam tomadas. Após discussão inicial com a imprensa do Vale do Aço e repercussão nas mídias sociais, os médicos elaboraram uma segunda parte do manifesto médico, trazendo à comunidade “informações e propostas reais que objetivam adequada evolução e progresso de nosso Sistema de Saúde e melhor atendimento à população”. De acordo com Alysson da Silveira Campos, médico da gestão de qualidade do Vital Brazil, a decisão de lançar o manifesto foi tomada após uma reunião realizada no dia 27 de junho entre o corpo clínico,

o conselho de ética e vários outros profissionais. “Queremos mostrar, à sociedade, o quanto nós estamos de mãos atadas diante da superlotação que o sistema de saúde vem sofrendo, nos colocando sob risco de um atendimento inadequado e inseguro à nossa comunidade”, declarou. Campos reforça que os médicos não estão mais dispostos a continuar calados diante da caótica situação do atendimento hospitalar, por entenderem que a população merece uma explicação sobre o que vem ocorrendo. “Nós profissionais nos sentimos tão vítimas do sistema de saúde quanto a própria comunidade e pacientes que nos procuram”, lamentou. Na opinião do corpo clínico, a crise do Vital Brazil teve seu ápice na semana passada, quando a administração municipal de Timóteo decidiu reduzir o contrato em mais de 50% do valor repassado para atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). O prefeito Sérgio Mendes justificou a decisão de reduzir o repasse informando que o município passa por sérias dificuldades e, portanto, não seria justo que a prefeitura seja a única a pagar pelo atendimento feito à população de outros sete municípios. Já o prefeito de Fabriciano, Francisco Simões (PT), concordou com a posição dos médicos. Ele adiantou que a sua administração não vai repassar nenhum recurso para o Vital Brazil já que essa é uma obrigação acertada pelo Governo do Estado em audiência realizada na Justiça Federal. “Ficou definido que o Estado de Minas Gerais pagaria ao Vital Brazil por todos os atendimentos realizados ao povo de Fabriciano”. Simões garante que o Estado vem recebendo, do fundo federal de saúde, cerca de R$ 300 mil por mês pelo atendimento do hospital do município, mesmo com a unidade fechada há quase um ano.


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Saiba o que reivindicam os médicos em II Manifesto 1- Presença de um Cirurgião Geral compondo a equipe de plantonistas nos Plantões Noturnos, inclusive nos finais de semana, pois essa ausência é grave e compromete a segurança de nossa comunidade. 2- Presença de um Ortopedista compondo a equipe de plantonistas nos Plantões de Fim de Semana, pois essa ausência é grave e compromete a segurança de nossa comunidade. 3- Presença de mais um Pediatra em tempo integral, de segunda a segunda, dia e noite, compondo a equipe de plantonistas (02 pediatras de plantão), pois a ausência desse segundo plantonista pediátrico é grave e compromete a segurança das crianças de nossa comunidade. 4- Presença de mais um Clínico Emergencista (Médico Hospitalista) na equipe, de segunda a sexta-feita, de 13h00 às 19h00, para dar melhor atendimento e maior segurança aos pacientes internados nas enfermarias, corredores e sala de urgência. 5- Adequada estruturação de um serviço básico de Ortopedia na rede pública de Timóteo e igual conduta por parte da Prefeitura de Coronel Fabriciano, pois esse vazio assistencial na rede básica tem sobrecarregado os Hospitais, prejudicando profundamente a qualidade da assistência, e desperdiçando recursos preciosos que deveriam ser usados no atendimento aos pacientes gravemente enfermos. 6- O antigo Hospital Si-

derúrgica precisa ser reaberto o mais rápido possível e ele deve, obrigatoriamente, ter seu Próprio Serviço de Ortopedia, pois o Hospital Vital Brazil não dá, nunca deu, e não dará conta sozinho da demanda ortopédica de nossa microrregião. A ortopedia no Vale do Aço está um caos e sabemos que o número de acidentes está em progressão, com uma necessidade crescente de atendimentos ortopédicos. 7- Necessitamos adequar em número nossa equipe de Enfermagem e de Nutrição, pois esses profissionais estão exauridos e consumidos pela sobrecarga de trabalho, o que compromete a qualidade e a segurança do trabalho e, consequentemente, das pessoas por elas atendidas. 8- Solicitamos ao Governo do Estado que nos permita fazer, e que pague ao Hospital Vital Brazil os procedimentos de Alta Complexidade Vascular e Neurológico de URGÊNCIA, pois as tentativas de transferência dos pacientes não saem em tempo hábil e o burocrático SUS nos impede de salvar a vida das pessoas. Não concordamos e não pactuamos com essa lesiva falta de flexibilidade do sistema, e nesse sentido, argumentação puramente técnica não convence, pois a questão aqui é moral e ética – preceitos básicos da boa prática médica (justiça, beneficência, não-maleficência). 9- Solicitamos às Autoridades Públicas de Timóteo que mantenham o repasse previa-

mente pactuado há anos, pois a súbita retirada ou redução desse aporte financeiro é o suficiente para agravar ainda mais a atual crise, pois essa atitude que julgamos imprudente já culminou em varias demissões, piorando ainda mais o atendimento. Acreditamos que tal redução ou retirada deve ser construída ao longo de alguns meses ou anos, não podendo ser algo tão rápido e imediatista. Em momento algum o Corpo Clínico do Hospital Vital Brazil aponta culpados – nosso foco é a solução dos problemas e não as pessoas envolvidas nos problemas. Precisamos de ajuda honesta – a comunidade anseia por isso. 10- Solicitamos ao Governo do Estado que pague fielmente o extra-teto de produção do Hospital Vital Brazil e que nos ajude a providenciar real aporte financeiro para executarmos as mudanças acima descritas, pois acreditamos ser do Estado o dever legal. Aos demais municípios recai o dever moral em ajudar, devendo também, e obrigatoriamente, estruturar suas redes básicas e nelas incluir atendimentos de ortopedia – caso contrário, devem sim pagar pelo que não são capazes de ofertar sem suas cidades. 11- Solicitamos à Promotoria Pública que atue como moderador nessa discussão, nos ajudando a cobrar as solicitações feitas, pois entendemos tratar-se de órgão dotado do dever legal de proteger a comunidade tanto da má prática médica quanto da má prática

política. 12- À comunidade e cidadãos de bem agradecemos pelo apoio e compreensão, e solicitamos que continuem nos ajudando. Não mais aceitem ou se submetam a atendimentos medíocres. Apurem os motivos do caos e lembre-se que reclamar na porta do Hospital não resolve nada. Por fim, objetivamos também, desvincular a Prática Médica da Prática Político-Partidária. O corpo clínico do Hospital Vital Brazil deseja única e exclusivamente praticar uma medicina de qualidade e bem atender à comunidade. Acreditamos que parte dessa histórica crise na Saúde do Vale do Aço deve-se ao equivocado envolvimento médico em questões político-partidárias e não mais pactuamos com tal prática – não apoiamos nenhum político ou partido, mas queremos e aceitamos a ajuda de todos. Julgamos como nosso dever primário e prioritário cuidar das pessoas em seus leitos de enfermidades, sendo nossa obrigação cobrar as condições necessárias para a boa prática médica, beneficiando assim nossa comunidade. Estamos dispostos a discutir com qualquer liderança política de forma unicamente técnica, ética e moral – totalmente embasados por princípios bioéticos. Não agiremos de forma imprudente e temos a paralisação dos serviços médicos como a última via de resolução, e acreditamos que chegar a esse ponto significa incompetência de todas as partes envolvidas.

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VOCÊ VAI SER MÉDICO O futuro médico nasceu. Quer tomar leitinho, nenê? Pode tomar, mas só um pouco. Não se acostume com muito. Você vai ser médico. Está aprendendo a andar. Ande com cuidado. Olhe bem onde pisa para não cometer erros. Você vai ser médico. Primeiro ano na escola. Prepare-se para ser vigiado, cobrado, avaliado e provavelmente repreendido se não corresponder às expectativas. Você vai ser médico. Já está crescidinho. Trate bem os pais, os professores, os coleguinhas, os animais. Aprenda a ter respeito por todos. E não espere recompensas por isso. Não está fazendo nada além de sua obrigação. Você vai ser médico. Adolescência. Tempos difíceis. Estude muito e se divirta pouco. Gaste sua juventude nas bibliotecas e cursinhos. O vestibular se aproxima. No final, talvez valha a pena. E nem pense em escolher outro curso. Nada de Engenharia ou Direito. Já decidimos. Você vai ser médico. Sucesso. Cabelo raspado, nome estampado nas páginas do jornal, internet, corredores. Agora é oficial. Você vai ser médico. Faculdade de Medicina. Agora ninguém te segura. E quando eu digo ninguém, em se tratando de Brasil, quero dizer ninguém mesmo. Nem a polícia. Você só não vai receber seu diploma se fizer algo mais que esfaquear uma colega, sequestrar um ônibus, roubar a comissão de formatura ou se filiar a um grupo de degoladores. No Brasil é assim. Entrou, só sai morto ou médico. Preso, nunca (o que é um absurdo, mas na prática é mais ou menos isso que estamos vivendo). Mas não pense que essa regalia te dá o direito de relaxar e esquecer os seus compromissos. É o momento de estudar e se dedicar. Corpo e alma voltados para o cumprimento do dever hipocrático. Absorva todo o conhecimento, pois você precisará dele. Você vai ser médico. Formatura. Juramentos. Ago-

ra a história é outra. Agora o carimbo é seu. Agora é a sua cara na frente do tapa. E é melhor dar a outra face. É o mínimo que esperam de você. Cobranças. Atenda bem, atenda rápido, atenda todos, atenda no hospital, no posto de saúde, no corredor, na lanchonete, na rua, no telefone, de manhã, de tarde, à noite, de madrugada, nos intervalos, nos feriados e finais de semana, no natal, durante as férias. E não reclame. Agora você é médico. Seja paciente, seja cortês, seja humilde e, acima de tudo, seja cauteloso. Cometeu um erro? Erro médico! O paciente não melhorou? Erro médico! Não escreveu direito? Erro médico! Chegou atrasado? Erro médico! Não tem vaga no CTI? Erro médico! Os anjos levaram pelas mãos aquela senhora de 98 anos que sofria de 115 doenças diferentes? Erro médico! Você nem imaginava que iria errar tanto, não é mesmo? Se existem médicos envolvidos, provavelmente pensarão que o erro partiu deles. Não se envolva em acidentes de trânsito. Mesmo se baterem na sua traseira, por praticar medicina você já estará errado. De acordo com a nova reforma ortográfica, “erro” se tornou termo composto, sempre acompanhado pelo “médico”, separados ou não por um hífen. Não existe médico que não esteja errado, nem erro que não tenha relação com um médico. Não demora muito e a qualidade de médico irá se tornar agravante ou qualificador de todos os crimes. “Soltar balão = 3 meses

de detenção, salvo quando praticado por médico, quando a pena deverá ser triplicada”. Muita cobrança e muitos erros. Lembra quando você estava na faculdade e nem a polícia te parava? Acabou. Agora você está sendo vigiado. Errou? Cadeia! Mesmo que por pouco tempo. Não pegou cadeia? Então vai perder a carteira de médico! Escapou d e s s a também? Então passa a grana! Todo mundo quer processar um cara rico, e rezam as lendas que o médico é um indivíduo abastado, que passa as noites contando moedas de ouro em sua cobertura quadruplex. Mas será isso a verdade? Os médicos estão nadando em dinheiro? E esse dinheiro todo saiu de onde? Herança? Loteria federal? Votação secreta na câmara, de madrugada, para triplicar seus próprios salários? Será que estão recebendo propina e escondendo nas cuecas e meias? Parece que não. Pesquisadores acreditam que a maioria dos médicos recebe dinheiro em troca do seu trabalho. E o trabalho deles é valorizado? Claro! O governo paga verdadeiras fortunas para os médicos (na Inglaterra). No Brasil, exige-se muito e paga-se pouco. E o médico que não se atreva a entrar de greve. Se o fizer, sua foto sairá em todos os jornais ao lado de uma nota que provavelmente o tratará como mercenário, desumano, sem ética, ou coisa pior. O salário até poderia ser maior, mas nesse caso algum político não teria o que colocar nas meias

durante as noites frias de inverno. E além do mais, as leis de responsabilidade fiscal não permitem aumentos para o funcionalismo público em ano par, ano eleitoral, ano de copa do mundo, meses quentes, meses mornos, meses frios, dias nublados ou no carnaval. Por sorte, o médico ainda pode contar com seu consultório particular, apesar de paciente particular ser artigo raro e disputado hoje em dia, desses que se você consegue pegar tem que mandar empalhar e exibir na parede da sala. Hoje, quem tem dinheiro paga plano de saúde. E paga caro. E fica achando que a maior parte daquele dinheiro vai para o médico, que deve estar acendendo cigarro com nota de cem reais. Na verdade, o paciente atendido hoje através do plano de saúde ainda passará pelo faturamento, serão abatidos os descontos e impostos devidos e, depois de dois ou três meses, o pagamento vai bater na conta do médico, que precisará completar o valor para poder cortar o cabelo (o pior é saber que nem estou exagerando). A remuneração realmente é baixa. Claro, não tem nenhum médico passando fome por aí (ainda), mas é absurdo que se pague mais pela filmagem do parto do seu filho do que pelo serviço do médico de trazer o pequeno artista ao mundo. E se você parar de atender este ou aquele plano que paga menos pela consulta, os pacientes guardarão mágoa eterna, pois acharão que você ficou rico e se esqueceu deles. A culpa é sempre sua. Sobra sempre para o médico, esse ser injustiçado, condenado a vagar por um mundo de deveres, privado de qualquer direito, exceto o de permanecer trabalhando calado. Errado por natureza, desvalorizado economicamente, cobrado por todos e ainda estampado no jornal como mercenário. Agora você é médico (indignado, mas ainda médico).

Anônimo (extraído da internet)

Fonte: Revista Médico Residente

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Associação Médica destaca homenagem a Dr. Pedro Guerra Médico teve Unidade de Saúde batizada com seu nome e nomeará medalha de honra entregue pela entidade a profissionais de destaque A Associação Médica do Vale do Aço (Amvaço) parabeniza a Prefeitura de Coronel Fabriciano pela homenagem ao Dr. Pedro Guerra, realizada em junho, por indicação do vereador Marcos da Luz. Pioneiro na medicina no Vale do Aço, Dr. Pedro que faleceu recentemente, teve Unidade de Saúde recém inaugurada batizada com seu nome e terá também em seu nome uma medalha de honra concedida pela Amvaço, que será concedida a profissionais médicos e outros profissionais de saúde de destaque na região. “Ele foi responsável pela criação do Hospital Nossa Senhora do Carmo (hoje Unimed), pela criação do Metasita, foi Presidente da Associação Médica do Vale do Aço e vice-presidente da AMMG. Exerceu a Medicina com coragem, dedicação e amor”, destacou o presidente da Amvaço, Dr. Norberto de Sá Neto. Médico tradicional, pioneiro

no município de Coronel Fabriciano e do Vale do Aço, fundador de importantes instituições do Vale do Aço, Pedro Sampaio Guerra deixou saudades entre familiares, amigos e uma legião de admiradores. A família lembra com orgulho de importantes iniciativas do clínico que trabalhou até os 80 anos de idade e viveu com lucidez até os últimos dias de vida. Dr. Pedro Guerra faleceu no último dia 25 de dezembro, em Fabriciano, onde vivia com a filha, Terezinha Pinheiro Guerra Cotta. Mineiro de Itabira, Pedro Sampaio Guerra iniciou seus primeiros passos na Medicina ainda na década de 1930, ao ingressar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pioneirismo Por seus inúmeros trabalhos prestados à população, Dr. Pedro recebeu títulos e honrarias ao longo de toda a sua carreira. Recebeu o título de “Cidadão Honorário” de Coronel

Fabriciano, foi presidente da Regional da Associação Médica do município e ocupou também a vice-presidência da Associação Médica de Minas Gerais. Pedro deixou três filhos: Terezinha, Beatriz e Eduardo. A esposa, Jeny Pinheiro Guerra, também faleceu no ano passado. Pedro Guerra completaria 98 anos no dia 27 de junho. A filha Terezinha Pinheiro Guerra Cota foi quem cuidou do pai até os últimos dias de vida. Ela conta com emoção o orgulho que sente pela trajetória vivida pelo pai. “Nos reuníamos à noite e ele contava várias histórias sobre a formação de Coronel Fabriciano e da região, me sinto muito orgulhosa por tudo o que ele fez”, recorda. O genro e também médico,

Dr. Pedro Guerra Cantídio Cotta de Figueiredo, lembra que Pedro Guerra foi um dos pioneiros na área da saúde na região e sempre se empenhou muito pelo desenvolvimento da Fabriciano e outros municípios. “Ele tinha muito prazer naquilo que fazia, trabalhou até os 80 anos e, sem dúvida, deixou uma grande história no Vale do Aço”, avalia.


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