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Minas Gerais
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Reprodução
ESPORTES
Comoção nacional
Mais bom senso
Morte de Eduardo Campos choca o país. Presidenta Dilma Roussef decretou luto oficial de três dias. Cenário eleitoral fica incerto
Muitos jogos para os clubes grandes, poucos jogos para os pequenos. Bom Senso critica calendário do futebol 2015, apresentado pela CBF
14 a 21 de agosto de 2014 • edição 51 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita
CIDADES
“Vão ter que derrubar com a gente dentro” Midia Ninja
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Governo desvia recurso da saúde
Reprodução
Governo do estado conseguiu aprovar no Conselho Estadual de Saúde que Comunidades de Belo Horizonte voltam a sofrer ameaça de despejo. Justiça verbas que foram para ações de saneamento sejam consideradas gastos decidiu contra os moradores e voltou a permitir a reintegração de posse com saúde. A manobra já foi questionada outras vezes na Justiça
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Guia do eleitor cidadão
Vitória: cai PEC 68
Você tem dúvidas sobre como funcionam as eleições? O “Guia” dessa semana fala sobre a matemática eleitoral e esclarece a polêmica dos votos brancos e nulos
Protestos de sindicatos e sociedade geram repercussão na ALMG. Parlamentares decidem retirar proposta que facilitaria a privatização de estatais mineiras
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MINAS
Reprodução
Taxa favorece moradia popular A Conferência Municipal de Política Urbana de BH aprovou criação de nova taxa que poderá ser destinada ao financiamento de moradias para população que ganha até 3 salários
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OPINIÃO
Belo Horizonte, de 14 a 21 de agosto de 2014
editorial | Minas Gerais
Privatizar não é a solução Privatizar: passar para o controle privado uma empresa ou bem público. Trata-se de uma prática defendida pela linha política neoliberal. No Brasil, o partido mais identificado com ela é o PSDB. Nos 8 anos de governo PSDB, com Fernando Henrique na Presidência, o Brasil viveu a maior onda de privatizações de sua história. Grandes empresas, que até então pertenciam ao Estado e deveriam servir ao povo, foram vendidas a poucos grupos de ricos empresários. É o caso da Vale do Rio Doce, maior mineradora do país; da Telebrás, que detinha o controle da telefonia; e de importantes empresas do setor elétrico. O governo tucano até criou um Conselho Nacional de Desestatização. Por pouco, a Petrobrás também não caiu em mãos privadas. Quando uma privatização ocorre, o povo perde, por ficar mais distante das decisões que ocorrem na empresa, pois a mesma passa a ser gerida por empresários e não pelo Estado. Os consumidores também perdem, por
sos, em que nem o preço justo das empresas foi pago. O que houve foi uma verdadeira entrega de setores estratégicos de nossa economia. Felizmente, o povo brasileiro não vê mais com bons olhos a privatização, e passou a negar nas urnas tal prática. Infelizmente, em Minas, ainda reina um governo neoliberal do PSDB, que segue firme na sua lógica privatizante. Nos últimos meses, Minas viveu uma disputa acirrada em relação à privatização de importantes empresas, como a GASMIG, CEMIG e COPASA. De um lado, o governo estadual quis avançar na privatização dessas empresas, por meio da aprovação da PEC 68. De outro, o povo mineiro organizado, principalmente os trabalhadores dessas empresas, agiu para evitar essa manobra governista. E, no dia 12 de agosto, todo o povo mineiro saiu vitorioso, com a derrota e desistência do governo estadual de aprovar a PEC 68. Uma importante batalha vencida, nesta guerra contra o neoliberalismo, em que o povo brasileiro deve se manter firme.
editorial | Brasil
Quando uma privatização ocorre, o povo perde, por ficar mais distante das decisões que ocorrem na empresa
A necessária reforma política
passarem a receber um serviço de pior qualidade e com preços sempre crescentes. Os trabalhadores das empresas perdem: caem os salários, a carreira é destruída, a estabilidade perdida, uma série de direitos se vai. Ou seja, a privatização só é boa para aquele grupo de ricos empresários que passa a lucrar em cima de importantes setore, que deveriam servir ao interesse do povo. Além de todos esses problemas, o que se viu no Brasil no governo FHC foram processos de privatização extremamente controver-
Os partidos fizeram as convenções e escolheram os candidatos. As alianças entre eles estão feitas. Sem nenhum critério ideológico ou qualquer compromisso com a classe trabalhadora. Tudo em nome do pragmatismo da vitoria eleitoral e de alguns segundos na televisão. A corrida eleitoral já começou. E os métodos manipuladores de sempre também. Os candidatos registraram o que pretendem gastar. Os três principais presidenciáveis vão gastar, somados, a bagatela de um bilhão de reais. E a somados, candidatos a senadores e a deputados, registra-
ram a intenção de gastar 4 bilhões de reais. Destes, 85% serão supridos por apenas 117 grandes empresas, em sua maioria empreiteiras, bancos e algumas indústrias. E, claro, sempre haverá algum doleiro generoso por perto. Tudo isso são apenas sinais da falência do modelo político brasi-
Presidenciáveis gastaram R$ 4 bilhões, destes, 85% serão supridos por apenas 117 grandes empresas, em sua maioria empreiteiras, bancos e algumas industrias leiro. Há uma clara crise de representação política. As grandes empresas sequestraram a democracia brasileira. Apenas 27% dos jovens com 16 anos fizeram o título de eleitor nesse ano. Diante de tudo isso, os movimentos sociais, desde as pastorais até o movimento sindical, estão convencidos de que somente uma reforma política profunda pode, de fato recuperar a democracia no Brasil. Por isso, já estão organizados mais de mil comitês populares
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
por todo pais, fazendo trabalho de conscientização da população sobre a necessidade de uma reforma política. E farão um plebiscito popular, para que o povo se manifeste se é a favor da convocação de uma Assembleia Constituinte Soberana e Exclusiva, que faria as mudanças políticas necessárias. Os resultados do plebiscito popular serão levados aos três poderes instalados em Brasília: Executivo, Legislativo e Judiciário. E levarão também oa jardim Botânico no Rio de Janeiro, onde está instalado o quarto poder: a mídia burguesa. A partir da pressão popular, se encaminhará a proposta de um decreto legislativo que convoque para o primeiro semestre de 2015 um plebiscito formal, legal, para que toda a população decida se é necessária ou não a convocação de uma assembleia constituinte, soberana (eleita de acordo com a vontade do povo, sem dependência econômica das empresas) e Exclusiva (independente, separada do Congresso que será eleito em outubro). O Brasil de Fato, como veiculo comprometido com os movimentos sociais, se soma nessa campanha da luta por uma reforma política ampla e na luta popular para conquistá-la.
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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Deliane Lemos de Oliveira, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Administração: Vinicius Moreno. Distribuição: Larissa Costa. Diagramação: Luiz Lagares. Revisão: Wallace Oliveira. Editora regional: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Maíra Gomes e Rafaella Dotta. Fotógrafa: Marina Lana/AgEficaz. Estagiária: Raíssa Lopes. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010.
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CIDADES
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Hospitais psiquiátricos não estão preparados para novo perfil de usuário SEGURANÇA Servidores da saúde convivem diariamente com agressões de usuários Tatiane Consuelo Com a mudança do perfil dos pacientes psiquiátricos, antes com problemas mentais, hoje presos e dependentes químicos com internação compulsória encaminhados pela Justiça, os servidores da saúde se queixam da falta de preparo e política estadual para conviver com a nova realidade. O índice de violência sofrido pela equipe de saúde aumenta a cada dia e nada é feito para reverter essa situação. O governo estadual não desenvolve nenhuma capacitação ou diferenciação para lidar com o alto número destes novos usuários, que aponta a transformação do papel dos hospitais psiquiátricos. De acordo com a Assessoria de Comunicação da Fundação Hospitalar do Es-
tado de Minas Gerais (Fhemig), os hospitais tratam estes pacientes de acordo com a necessidade de cada um, não existe estratégia para lidar com o novo perfil. Os presidiários e dependentes químicos são encaminhados para hospitais psiquiátricos da Fhemig – Instituto Raul Soares e Hospital Galba Velloso. O Raul Soares, localizado no bairro Santa Efigênia, possui 108 leitos psiquiátricos. Já o Galba Velloso, localizado no bairro Gameleira possui 130 leitos, ambos sem leitos destinados ou reservados a esse perfil de usuários. Além desses agravantes, o hospital Galba Velloso tem sérios problemas de infraestrutura e segurança. A unidade não possui câmeras de segurança e policiamento para impedir fugas, inva-
sões, agressões e ameaças de morte. Para os trabalhadores, o ideal seria a separação desses novos usuários, além de um treinamento para lidar com esse perfil. Ain-
Instituto Raul Soares e Hospital Galba Velloso não possuem leitos destinados ou reservados para novo perfil de usuários da segundo relatos, há tráfico de drogas dentro do hospital. Violência A técnica de enfermagem do setor de urgência do Hospital Galba Velloso, Cássia Simone da Silva, conta que, recentemente, passou por
“Plebiscito pela Constituinte” movimenta BH e região PRESSÃO De 1° a 7 de setembro a população responderá à seguinte pergunta: “Você é favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?” Rogerio Sarmento/AgEficaz
Redação
As equipes agradecem imensamente ao público leitor e apoiador
Em todo o Brasil, acontecem nesta semana atividades que divulgam campanha pela mudança do sistema político. Em Belo Horizonte, as ações começaram na terçafeira (12), quando a Praça Sete recebeu faixas gigantes nas quais se dizia “Reforma Política: Constituinte Já” e “1° a 7 de setembro: diga sim à Reforma Política”. As universi-
Praça Sete recebeu faixas gigantes em que se dizia “Reforma Política: Constituinte Já”
dades da região terão debates e, na sexta (15) e sábado (16), acontecerá o Encontro de Comunicadores no Sindicato dos Jornalistas de Minas
Gerais. Plebiscito cresce Há 20 dias do início da votação, que acontece de 1° a 7 de setembro, o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sis-
SindSaúde
tema Político conta com 850 comitês. “Isso demonstra um crescimento de 250% em dois meses, já que éramos 300 comitês em junho”, afirma Luís Henrique Shikasho, organizador do comitê de Belo Horizonte.
Banheiro do Hospital Galba Velloso sem utilização, com teto em situação precária.
uma situação assustadora. “Bandidos invadiram o hospital para resgatar um preso. Agressivos, eles fizeram pessoas de refém com arma na cabeça. Temos pedido segurança, mas o governo não se importa. Os colegas estão ficando aterrorizados e os usuários traumatizados. É
impossível continuar trabalhando aqui, pois não tem a mínima segurança. Todos os dias chegam presos e mais presos com ordem compulsória do juiz. Não tem um posto de policiamento. Aqui é um hospital psiquiátrico e não uma cadeia”, desabafa.
PERGUNTA DA SEMANA Há mais de um ano, parte da Mata do Isidoro se tornou morada de mais de oito mil famílias. Hoje, comunidade já consolidada, as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança correm o risco de viver um despejo forçado. Movimentos denunciam risco de violência, já que Polícia Militar será usada na desocupação.
O que você acha de o governo mineiro fazer uma desocupação forçada com o uso da polícia em local onde vivem 8 mil famílias?
Antes de tirar uma multidão de um local, o governo tinha que criar condições para não deixar o pessoal sem abrigo. É ruim usar a polícia, que tem o dever de manter a ordem pública e não provocar conflitos. Lino Paulo Sumano, 25 anos
O governo deve oferecer um lugar onde essas famílias possam viver. Não é porque elas ocuparam que devem sair do local, porque as pessoas não têm pra onde ir. Temos que criar políticas para que as famílias possam viver da melhor forma possível. Josimar Gil, 27 anos
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CIDADES
Belo Horizonte, de 14 a 21 de agosto de 2014
“Não temos para onde ir”, afirmam moradores ameaçados de despejo OCUPAÇÕES Moradores da região do Isidoro serão expulsos sem alternativa de moradia Reprodução
Rafaella Dotta Moradores de três comunidades situadas na Mata do Isidoro, região norte de Belo Horizonte, estão há aproximadamente 10 dias sob ameaça de despejo. Eles estão sendo pressionados por um “terrorismo policial”, que conta com helicópteros e rojões por todo o dia e madrugada. Mesmo assim, afirmam que a única alternativa é permanecer em suas casas. “Como você pega 8 mil famílias e põe debaixo da ponte?”, pergunta Danúbia Custódio da Silva, uma jovem mãe de três crianças e moradora da comunidade Rosa Leão. Assim como ela, a maioria dos seus parentes mora no local. “Aqui tem gente de todo lugar de Belo Horizonte, porque em todos os bairros pagar aluguel está ficando mais difícil”, diz. Morar na Esperança, Vi-
tória ou Rosa Leão, as ocupações urbanas ameaçadas de despejo, também não está fácil. No dia dos pais, todos passaram a noite acordados e “teve gente que não
No dia dos pais todos passaram a noite acordados e “teve gente que não teve nem o que comer” teve nem o que comer”, conta Danúbia. Apesar disso, a união é forte. “Se eles tirarem a gente daqui, nós vamos continuar juntos”, diz. Defendendo um lugar para morar Pedreiros, seguranças, atendentes, lojistas, empregadas domésticas. Nas ocupações urbanas encontramos as mais variadas e necessárias profissões, mas também as mais desvalorizadas. “Aqui todo mundo
“Aqui tem gente de todo lugar de Belo Horizonte, porque em todos os bairros pagar aluguel está ficando mais difícil”
trabalha, mas o salário mínimo não dá pra pagar as contas e ainda por cima o aluguel”, garante Riziomar Monteiro da Silva, empregada doméstica e moradora da Rosa Leão. A tensão causada pela Polícia Militar chega a atingir a saúde dos moradores. Crianças com disenteria, idosos com problema
de pressão e até mesmo o parto de um bebê, que foi adiantado pelo nervosismo da mãe, estão acontecendo. Os rojões lançados pela polícia são ouvidos durante todo o tempo e, nos últimos dias, as comunidades receberam a visita da Cemig, que pretendia fazer o corte da energia. “Vamos ficar em casa e,
se a polícia chegar, vou dizer que podem derrubar com a gente lá dentro. Não posso deixar o meu barraco”, declara Riziomar. Os demais moradores continuam afirmando que irão resistir pacificamente. Os organizadores das ocupações pedem que mais pessoas manifestem apoio em redes sociais ou presencialmente.
Despejos voltam a ser autorizados INJUSTIÇA Desembargadora derrubou liminar que previa mais atenção a crianças e adolescentes Rafaella Dotta O despejo de três ocupações urbanas de Belo Horizonte foi novamente reativado. A reintegração de posse havia sido suspendida por uma liminar do Ministério Público (MP) de Minas Gerais nesta terça-feira (12), que chamava a atenção para os direitos de crianças e de adolescentes. A desembargadora Selma Marques derrubou a liminar no final desta quarta-feira (13). O autor da liminar que havia suspendido o despejo, juiz Marcos Padula, da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, a expediu na noite de terça-
feira (12). De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), a Prefeitura teria 10 dias para apresentar um planejamento escolar à justiça e o não cumprimento resultaria em multa de R$ 5 mil por dia. Os moradores das ocupações já esperavam que a liminar pudesse ser derrubada a qualquer momento, como afirmou Luis Fernando Vasconcelos, advogado popular e membro do Brigadas Populares. O processo jurídico continua. “Nós vamos entrar com um mandado de segurança contra a ação da polícia, que está preparando um despejo sem atender normas internas, como avisar o dia da desocupação”,
Midia Ninja
“Nós vamos entrar com um mandado de segurança a polícia está preparando um despejo sem atender normas como avisar o dia da desocupação”
disse o advogado. Resistência Na quarta-feira (13), moradores de 12 ocupações urbanas de Belo Horizonte compareceram a uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com o objetivo de apresentar depoimentos sobre a realidade das ocupações e denunciar violações de direitos humanos que serão cometidas. Também foi realizado o trancamento da Avenida Antônio Carlos e de parte do anel rodoviário, organizados pelas ocupações urbanas Dandara e Guarani Kaiowá.
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Outorga onerosa muda construção em BH HABITAÇÃO Aprovado na Conferência de Políticas Urbanas, taxa assusta construtoras e beneficia moradia popular
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Seus Tributos
Nós pagamos muito imposto? Maria Aparecida Meloni*
Maíra Gomes Após seis meses de debates, a IV Conferencia Municipal de Política Urbana de Belo Horizonte chegou ao fim. Foram 647 propostas aprovadas, que agora devem ser compiladas em um único projeto de lei, de responsabilidade da Prefeitura de BH. Dentre as propostas aprovadas, uma das mais polêmicas é o início da cobrança da Outorga Onerosa do potencial construtivo. O potencial construtivo é o tamanho (em m²) com que se pode construir em um terreno, definido por legislação específica de cada área. Em alguns pontos, o potencial construtivo é equivalente ao tamanho do terreno, em outros pode ser de 1,5 (o tamanho do terreno mais 0,5), e em alguns locais pode chegar a cinco vezes o tamanho do terreno. Com a mudança aprovada na conferência, fica permitida a construção gratuita, sem taxa adicional, para o potencial construtivo equivalente a 1 (tamanho do terreno). Caso a construtora deseje e a legislação da área permita construir acima de 1, será obrigatório o pagamento da Outorga Onerosa. O estudioso de Reforma Ur-
“A grande mobilização da sociedade civil garantiu uma série de pautas populares. Temos que continuar mobilizados”
Os valores da outorga deverão ir para o Fundo Municipal de Habitação, gerando mais recursos para empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida bana Fernando Soares explica que a proposta assusta as construtoras, uma vez que diminui a especulação imobiliária. “Quando se aumenta o potencial construtivo de uma região, ela toda é valoriza-
Dois pontos de fundamental importância para a população de BH aprovados na Conferência - As Ocupações Eliana Silva, Irmã Dorothy, Camilo Torres, Dandara foram decretadas como Área de Interesse Social 2 (AIS 2), reconhecendo que no local há a formação de uma vila. “Isso auxilia os movimentos a avançarem na consolidação das comunidades e não ter despejos forçados nos locais”, acredita Fernando. - A partir da próxima eleição do Conselho Municipal de Política Urbana, em 2016, a PBH já não mais será maioria no Conselho. “Estamos com uma composição melhor, em que a sociedade civil como um todo terá maior influência e a PBH, menor. Essa proposta é o marco da Conferência”, aponta.
da no mercado. Com a cobrança, essa valorização tende a baixar”, declara. Para o estudante de Arquitetura e Urbanismo, o que torna a proposta positiva para a população de Belo Horizonte é a garantia de que o recurso arrecadado com a cobrança seja integralmente dedicada à construção de habitação com interesse social. Os valores da outorga deverão ir para o Fundo Municipal de Habitação, gerando mais recursos para empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida. O dinheiro deve ser usado apenas para a construção de moradias populares, para quem recebe de zero a três salários mínimos. Essa faixa salarial é a menos atendida até o momento pelas construtoras, via programa Minha Casa, Minha Vida. A PBH encaminhará o projeto de lei à Câmara dos Vereadores, que pode modificá-lo e aprovar ou não as propostas da conferência. “A grande mobilização da sociedade civil garantiu uma série de pautas populares. Temos que continuar mobilizados”, convida.
A primeira resposta que vem à cabeça pode ser o “sim”, mas, se compreendermos melhor a questão tributária, vamos ver que a realidade é outra! No Brasil, o Sistema Tributário é composto portributos diretos (IPVA, IPTU, Imposto de Renda, entre outros) e indiretos, cujo valor vem incluído no preço das mercadorias e serviços (ICMS, ISS, IPI, etc). Em geral, os tributos indiretos estão camuflados, as pessoas pagam e nem sabem quanto e como estão pagando. É por meio dos tributos que são financiadas as políticas públicas voltadas para a saúde, educação, segurança pública etc. Ou seja, um sistema tributário deve ser suficiente para dar ao Estado os recursos necessários para a realização das atividades prioritárias à população. Essa capacidade do Sistema Tributário, conhecida como o princípio da suficiência, combinada com as necessidades de recursos, determina o tamanho da carga tributária. Mas essa carga deve ser distribuída conforme a capacidade contributiva de cada pessoa. Na prática, isso significa dizer que quem tem mais deve pagar mais e, quem tem menos, pagar menos. Em uma sociedade com tantas desigualdades sociais e econômicas como a nossa, a capacidade contributiva exige uma tributação orientada pelos critérios da seletividade e progressividade. Mas o que seria isso? Vejamos o caso de Minas. No estado, quem compra um medicamento paga 18% de ICMS e quem compra uma jóia paga 5%. Isso não é seletivo, porque o medicamento é um bem mais necessário que a jóia e não é progressivo, porque quem tem mais dinheiro para comprar jóia deveria pagar mais imposto. Observa-se, assim, uma tributação injusta, pois grande parte da renda dos cidadãos, principalmente a dos trabalhadores assalariados, é direcionada para o pagamento de tributos. A transformação desta realidade só será possível se a questão tributária mudar. Preste atenção no que os candidatos estão falando sobre esse tema, ou porque não estão falando. A quem interessa esse silêncio? * Diretora–presidente da Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de Minas Gerais - AFFEMG
Após mobilização, PEC 68 é retirada de tramitação Redação Após grande mobilização e pressão da população, os deputados da base aliada do governo decidiram retirar de tramitação a Proposta de Emenda à Constituição 68, que autoriza a venda de subsidiárias de estatais do Governo de Minas para empresas privadas sem a necessidade de lei específica e sem participação popular. Um acordo foi feito entre os parlamentares e eles entenderam que era necessário ampliar a discussão antes de colocar a proposta em votação. Segundo o advogado Carlos Eduardo Morato, as-
sessor do grupo de minoria na Assembleia Legislativa de MG, o requerimento de retirada da PEC 68 deve ser assinado por todos os propositores da ação e deferido pelo presidente em uma reunião ordinária. O documento já está na casa com as assinaturas necessárias, e o deferimento deve ocorrer na primeira oportunidade. “A retirada da emenda é fato, não creio que haja retrocesso. Mas é claro que a segurança virá após o cumprimento da burocracia”, declara. Se fosse aprovada, a proposta abriria uma brecha para a privatização da Gasmig e de outras subsidiárias da Cemig.
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GUIA DO ELEITOR CIDADÃO
O jornal Brasil de Fato MG trás segunda parte da série “Guia do Eleitor Cidadão”. Durante estas semanas, o leitor vai encontrar explicações sobre cada poder e cargos presentes na atual eleição, como funciona a matemática eleitoral e outras dúvidas e informações importantes.
Como se elegem os políticos? São duas as formas de se eleger um candidato: a votação majoritária e a proporcional. A votação majoritária é realizada para eleger o presidente, o governador, os senadores e o prefeito. A votação proporcional define os Deputados federais e estaduais, e vereadores. Nesta edição trataremos apenas do voto majoritário. Neste formato, o Presidente e Governador se elegem por maioria dos votos válidos, ou seja, 50% + 1. Se esse percentual não for alcançado no primeiro turno das eleições, é realizado o segundo turno entre os dois candidatos mais votados. No segundo turno, a eleição é por maioria simples, independente da diferença entre os candidatos. A lei determina que
o segundo turno só ocorra nos estados e municípios acima de 200 mil eleitores, apenas para cargos executivos (presidente, governador e prefeito). O senador é o único cargo legislativo que também se elege por maioria simples de votos, ou seja, ganham os três mais votados em cada estado. Votos nulos, brancos e abstenções Votar nulo ou em branco são opções que os cidadãos encontram para demonstrar sua insatisfação com o processo eleitoral ou com os candidatos aos cargos nas eleições. Mas, na matemática eleitoral, essa atitude tem pouca eficácia em sua proposta. Como estes votos não são contabilizados como váli-
dos, acabam por favorecer indiretamente o candidato que está mais bem colocado nas eleições. Bom exemplo foi a eleição de 2012 para Prefeito de Belo Horizonte. O número de eleitores aptos a votar era de 1.860.072. Desse total, 5,79% votaram em branco, 9,15% votaram nulos e 18,88% não foram votar. Isso significa que 613.856 mil votos (33%) não foram considerados válidos na eleição. Dos votos restantes (1.246.316), Márcio Lacerda recebeu 52% (676.215) enquanto os outros candidatos, juntos, receberam 48% (607.284). Considerando todo o eleitorado de Belo Horizonte, o atual prefeito recebeu apenas 36% dos votos.
Se maioria do eleitorado votar nulo, toda a eleição é anulada? Não. Se mais de 50% dos eleitores aptos escolherem o voto nulo, a eleição ocorre normalmente, considerando apenas os votos válidos.
Voto Válido é considerado como válido apenas o voto dado diretamente a um determinado candidato ou a um partido (voto de legenda)
Voto nulo é quando o eleitor anula o voto digitando na urna eletrônica um número de candidato que não existe
Voto branco é quando o eleitor digita a opção BRANCO na urna eletrônica
Abstenção é quando o eleitor não comparece à votação, ainda que justifique a ausência
Municípios poderão ter canais de televisão próprios DIVERSIDADE Ministério da Comunicação abriu distribuição de quatro canais digitais por cidade Rafaella Dotta A partir de dezembro de 2012, iniciou-se o prazo para prefeituras solicitarem canais de TV, que poderão chegar a quatro por cidade. A iniciativa é do Ministério da Comunicação e visão ocupar os novos canais digitais com programação regional. Associações comunitárias e governo estadual também poderão ser beneficiados O projeto Canal da Cidadania aproveita a entrada da TV digital para aumentar o número de canais. Enquanto na transmissão analógica é possível ter apenas uma grade de programação, a transmissão
digital permite quatro programações diferentes em um mesmo canal. Essas programações serão ocupadas pela Prefeitura, pelo Governo Estadual e por duas Associações Comunitárias. As Prefeituras receberam exclusividade na solicitação do canal até 18 de junho. Agora, o governo e demais órgãos estaduais também podem realizar o pedido. Já as associações comunitárias necessitam que a Prefeitura dê a primeira entrada, afirma Arthur William, analista de Novos Negócios do projeto. “Depois que a prefeitura pede, o Ministério avalia
Ag Eficaz
O projeto Canal da Cidadania do Ministério da Comunicação visa ocupar os novos canais digitais com programação regional
e libera o canal. Só quando for liberado é que começam as solicitações para associações comunitárias”, explica Arthur. Ele diz que apenas Salvador, na Bahia, realizou o processo completo e já inaugurou a primeira autorização educativa do Canal da Cidadania. PBH não solicitou canais De acordo com a Prodabel, empresa de informática e informação de Belo Horizonte, a Prefeitura da capital mineira não solicitou os canais até o momento. Um posicionamento oficial ainda está em debate e a PBH não confirma se irá solicitar os canais a que tem direito.
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Recursos do SUS continuam sendo desviados para saneamento COPANOR 100 milhões de reais foram repassados para programa que ainda não foi concluído e mais verba está em jogo Hugo Cordeiro
Mariana Arêas Mais uma vez o governo do estado de Minas Gerais justifica os recursos que deveriam ser aplicados na saúde em programas de saneamento básico. O destino de R$100 milhões foi a Copanor, empresa subsidiária da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). O repasse do orçamento do SUS aconteceu em 2013 e foi aprovado na última semana pelo Conselho Estadual de Minas Gerais (CES-MG). No documento apresentado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES/MG) o programa “Saneamento para todos” está descrito com apenas 42% de execução. O superintendente executivo da Copanor, Marco Aurélio Senna Prates, responsável pela operação do sistema, afirma que os recursos não foram destinados para o
programa Saneamento para Todos e sim para o Vida no Vale que atende as bacias do Mucuri e região. Segundo ele, existe uma confusão no
Conselho Estadual de Saúde já havia tomado a decisão de impedir a destinação dos recursos para COPANOR mas governo pretende manter a permissão entendimento destes projetos pelo próprio governo. Marco Aurélio diz ainda que mais R$ 140 milhões do orçamento da saúde estavam previstos para serem repassados este ano. Este acréscimo seria destinado para iniciar a segunda parte do projeto que irá atender o Norte
de Minas. A empresa tem sede em Teófilo Otoni, Vale do Mucuri, e foi criada em 2007 para gerir o programa Vida no Vale. Segundo o conselheiro estadual de saúde, Eni Carajá Filho, que contesta o repasse, o CES-MG já havia tomado a decisão de impedir a destinação dos recursos para a empresa a partir de dezembro de 2014, mas uma nova manobra do governo pretende manter a permissão. Apenas três conselheiros se mostraram contra a destinação de recursos da saúde para fins que não sejam o SUS. Entre eles, Renato Barros, que acredita que a destinação do recurso é um descumprimento a Lei Complementar Federal 141/2013 que dispõe sobre o orçamento do SUS. “Este governo com viés privatizante e com o afã de terceirizar não
O governo estadual já sofreu outras acusações de maquiagem e desvio de recursos da saúde
pode manobrar o controle social e maquiar o investimento em saúde”. O governo estadual já sofreu outras acusações de maquiagem e desvio de recursos da saúde. A Constituição Federal obriga aos Estados a aplicação de 12%
do orçamento em saúde, mas Minas nunca atingiu este percentual mínimo. Uma ação arquivada do Ministério Público Estadual acusava a gestão estadual de desvio R$ 4,3 bilhões da saúde para a Copasa entre 2003 e 2009.
Paralisação na Copasa SALÁRIO Distribuição de água não é afetada, mas paralisação aponta problemas na empresa Reprodução
Rafaella Dotta Pela primeira vez na história da empresa, a sede da Copasa também entrou na greve. Todos os setores ficaram parados por 4 horas durante a realização do ato, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado de Minas Gerais (Sindágua-MG). Negociando há 110 dias com a Copasa, os trabalhadores da empresa entraram em greve a partir de terçafeira (12) em todo o estado. E, na manhã de quarta-feira (13), cerca de 30 caravanas chegaram a Belo Horizonte para participar da manifestação em prol da campa-
nha salarial. De acordo com Wagner Xavier, vieram trabalhadores de Montes Claros, São Francisco, Teófilo Otoni, Pouso Alegre, Paracatu, Conselheiro Lafaiete,
30 caravanas chegaram a Belo Horizonte para participar da manifestação em prol da campanha salarial Congonhas, Ubá, Diamantina, Curvelo, Divinópolis, Salinas, Caratinga e outras. Em assembleia realizada também na quarta-feira (13) os funcionários decidiram voltar ao trabalho, aguardando que a empresa
apresente uma proposta melhor. Até o momento, a Copasa ofereceu reajustar salário e benefícios com o índice do INPC, mais 10% no vale alimentação. Os trabalhadores não aceitam a proposta e denunciam que a empresa distribuiu R$ 139 milhões em lucro para acionistas em 2013. Copasa e Sindágua-MG terão mais um encontro na quinta-feira (14), no Ministério Público do Trabalho. “A paralisação desses dias mostrou que os trabalhadores estão firmes. Em muitos lugares apenas 30% trabalhou, porque é preciso cumprir escala mínima, e foi o próprio Sindágua que organizou”, afirmou Wagner com otimismo.
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Acompanhando
Reprodução
Cerca de 30 mil pessoas participaram da Parada Gay de BH A 17ª Parada do Orgulho LGBT reuniu quase 30 mil pessoas neste domingo (10), em Belo Horizonte. Com enfoque nas eleições, o tema deste ano foi “Vote contra a violência. Eleja quem te representa”, dando ênfase a candidatos que apoiem as causas do grupo. O público se reuniu na Praça da Estação para lutar pelos direitos e o fim do preconceito. O secretário geral do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (CellosMG) e um dos organizadores da ação, Azilton Viana, aponta que a corrente de suporte à comunidade LGBT no Legislativo está enfraquecida e “diversas pautas são barradas graças ao avanço do fundamentalismo religioso”.
Eni Carajá Filho
Frei Betto
Copanor: manobra desvia recurso da saúde em Minas
Plebiscito à vista!
Sob argumento de que saneamento básico é saúde, vários conselheiros estaduais de saúde em Minas Gerais têm aprovado a utilização de significativo bolo orçamentário estadual da Saúde para financiar ações da subsidiária da COPASA, a COPANOR. Essa subsidiária, utilizando o argumento de estar atuando em municípios pobres do Vale de Jequitinhonha e Mucuri, tem causado aos moradores transtornos. Ocorre que os conselheiros defensores da política neoliberal do Governo do Estado não estão atentos a que o recurso era desviado para a COPASA, que tem serviços de água e esgotamento sanitário muito caros e passou, então, a COPANOR a ser subsidiada com o dinheiro do SUS. O próprio conselho havia definido fechar a torneira de recursos para a COPANOR a partir de dezembro de 2014, e pasmem, o assunto voltou na reunião de 14 de Julho de 2014 e foi feita uma manobra de ouvir um prefeito choramingar e convencer que os recursos para a Atenção Primária possam ter até 2% de investimentos em ações de saneamento em “pequenas comunidades”. O tal investimento, lógico, será via COPANOR. Destes municípios do Jequitinhonha, figuram nos contemplados: Almenara, Araçuaí, Capelinha, Carlos Chagas, Itamarandiba, Jacinto, Jequitinhonha, Poté, Salinas, dentre outros. Essas cidades são estruturadas e não “pequenas comunidades”. Enfim, fica registrado para a sociedade e o povo mineiro que enquanto os municípios vêm penando para assegurar a consolidação do SUS, o governo de Minas Gerais, com pleno apoio do Conselho Estadual de Saúde, com raras exceções vem direcionando os recursos que deveriam ser da saúde para ações alheias à finalidade do SUS e que já são pagos pelas altas taxas e impostos à COPASA.
A maioria da população brasileira (89%) é favorável à reforma política, constatou pesquisa da Fundação Perseu Abramo. Como atingir esse objetivo? A CNBB convocou uma centena de entidades da sociedade civil para propor o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política. O projeto inclui a proibição do financiamento de campanha eleitoral por empresas. Hoje, nós votamos e o poder econômico elege! Em política, empresário não faz doação. Faz investimento. Essa promiscuidade entre interesses políticos e negócios privados estimula a corrupção. A OAB levou ao STF esta contradição. A 2 de abri, o STF julgou a ação. Transcrevo trecho do voto do ministro Marco Aurélio Mello: “Segundo dados oficiais do TSE, nas eleições de 2010, um deputado federal gastou, em média, R$ 1,1 milhão; um senador, R$ 4,5 milhões; e um governador, R$ 23,1 milhões. A campanha presidencial custou mais de R$ 336 milhões. Nas eleições municipais de 2012, segundo recente contabilização do Tribunal, teriam sido gastos incríveis 6 bilhões de reais. E os maiores financiadores são empresas que possuem contratos com órgãos públicos. O setor líder é o da construção civil, tendo contribuído com R$ 638,5 milhões.” O ministro Gilmar Mendes pediu vistas e suspendeuse a votação. Porém, o resultado já está definido: seis dos onze ministros votaram contra o financiamento de campanhas por pessoas jurídicas! Vitória? Ainda não. Parlamentares querem mudar a Constituição e tornar legal a prática de empresas financiarem campanhas eleitorais. Daí a importância de participarmos do Plebiscito por uma Constituinte Exclusiva e Soberana na Semana da Pátria.
Eni Carajá Filho é diretor do Sind-Saúde/MG e Conselheiro Estadual de Saúde
Frei Betto é escritor e autor do livro infantil “Começo, meio e fim” (Rocco)
Na edição 48... Defesa Civil vai remover famílias no entorno do viaduto que caiu ...E agora O juiz da 4ª Vara da Fazenda Municipal de BH, Renato Luís Dresch, concedeu liminar ao Ministério Público de MG e determinou que a alça norte do viaduto Batalha dos Guararapes não seja demolida ou se faça qualquer outra movimentação de terras decorrentes da queda da alça sul do viaduto até que se discuta com a população imediatamente atingida a forma do enfrentamento do problema. A decisão foi proferida na segunda (11). Moradores dos edifícios no entorno foram retirados de suas casas, mas algumas famílias ainda ocupam seus apartamentos. Na edição 01... Crime de ódio, racismo e até fascismo: outro caso na UFMG ...E agora O Conselho Universitário da UFMG decidiu pela expulsão do aluno Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista e pela suspensão por um semestre dos alunos Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva, pelo envolvimento em um trote racista, em março do ano passado. Fotos do trote mostram caloura com o corpo pintado de preto, algemada e segurando uma placa com a inscrição “Caloura Xica da Silva”. Em outras imagens, um aluno com um bigode como o de Hitler aparece fazendo a mesma saudação nazista do ditador, próximo a um estudante amarrado.
ENTREVISTA
Belo Horizonte, 14 a 21 de agosto de 2014
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“Setor farmacêutico dificulta o acesso da população aos medicamentos genéricos” REMÉDIOS Industria farmacêutica tem forte influência sobre a legislação no país, impondo viés mercantil à saúde Arquivo Pessoal
Rafaella Dotta Rilke Novato Públio, vice -presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), faz um histórico do setor farmacêutico no Brasil, explicando os motivos da venda indiscriminada de remédios e os motivos de tão altos preços. Em 1988, nós aprovamos uma nova Constituição implantando o Sistema Único de Saúde (SUS). A partir daí, o que tem acontecido com o setor farmacêutico? Apesar de termos aprovado a Constituição de 88, a década de 90 teve um grande retrocesso. Houve um crescimento alarmante do viés mercantil da saúde, com planos privados e venda de medicamentos. Os balcões das drogarias vendiam comercialmente o medicamento. Por exemplo, os antibióticos sempre tiveram uma tarja vermelha escrita “venda sob prescrição médica”. Isso nunca foi obedecido. Uma grande parte dos medicamentos, anti-inflamatórios, hormônios, etc, mesmo em função dos seus riscos à saúde e danos colaterais eram vendidos largamente sem orientação de nenhum farmacêutico. Qual a diferença entre farmácia e drogaria? A Farmácia está autorizada a manipular o medicamento. Então ela tem lá um laboratório de manipulação e um farmacêutico que recebe a receita pra ser feita a fórmula. A drogaria não manipula, ela vende os medicamentos já prontos, industrializados. Até a década de 60 no Brasil, o campo dos medicamentos era marcado principalmente por farmácias de manipulação, cujos farmacêuticos proprietários atuavam nesses estabele-
cimentos e tinham até um status na sociedade. A partir da chegada das indústrias multinacionais, como a Johnson & Johnson, no início da década de 70, houve uma mudança na legislação, criando aí a figura da drogaria.
A década de 90 teve um grande retrocesso, com crescimento alarmante do viés mercantil da saúde, planos privados e venda de medicamentos Drogarias já eram consideradas um problema de saúde pública precisamente por isso? Sim. Os balcões das drogarias vendiam comercialmente o medicamento. Por exemplo, os antibióticos sempre tiveram uma tarja vermelha escrito “venda sob prescrição médica”. Isso nunca foi obedecido. Uma grande parte de medicamentos, anti-inflamatórios, hormônios, etc. mesmo em função dos seus riscos à saúde e danos colaterais, eram vendidos largamente sem orientação de nenhum farmacêutico. Porque uma marca importante da década de 90 é a chegada as multinacionais. É a chegada da “indústria farmacêutica”? Sim. O que aconteceu na década de 90 foi o desmantelamento das farmácias enquanto estabelecimentos da saúde. A lógica se voltou ao viés mercantilista dos medicamentos, com medidas que reduziram o poder do estado. A própria aprovação da lei de patentes é exemplo disso. Aconteceu a primeira discussão ainda no governo Collor e, na sequência, o governo de
Fernando Henrique Cardoso aprovou essa lei que beneficiava as empresas farmacêuticas norte-americanas. Nós tivemos longos debates com o governo nacional pra tentar resguardar alguns avanços. Mas, infelizmente, essa lei e o grau de interesse da indústria farmacêutica norte-americana foram muito pesado e até hoje nós sofremos em função dessa legislação.
“Brasil está entre os seis países que têm o maior mercado de remédios do mundo, movimentando bilhões por ano”
O que essa lei de patente gerou? Ela aumentou a dependência do país em relação a medicamentos novos no mercado. Não considerou o que havia de pesquisa no Brasil na época e também manteve um prazo camentos no mercado, via de regra com 5 anos ela já tem um retorno de faturaO mercado mento. Por exemplo, medicamentos genéricos só pofarmacêutico dem ser produzidos a parmundial é um tir de um medicamento que perdeu a patente. mercado que só
perde para o bélico. Mais de um trilhão de dólares por ano.
que nós consideramos absurdo: o monopólio de novos medicamentos dura 20 anos. Você imagina que as empresas lançam os medi-
E, depois da nova lei de patentes, os medicamentos começaram a ficar mais caros? Sim. Esse é o grande problema do setor farmacêutico. Nós tivemos o início dos genéricos há 15 anos, que foi um grande avanço, permitindo o acesso da po-
pulação aos medicamentos de qualidade. Mas o setor farmacêutico, com as chamadas inovações – não são inovações claramente falando, são produtos que dão uma nova roupagem aos medicamentos no mercado – dificulta o acesso da população. O mercado farmacêutico mundial é um mercado que só perde para o bélico. Mais de um trilhão de dólares por ano. O Brasil está entre os seis países que têm o maior mercado do mundo, movimentando bilhões por ano.
e
É hora d
o CONES ASSEMBLEIA ASSEMBLEIA GERAL GERAL DA SAÚDE
O governo estadual empurrou a negociação da pauta de reivindicações dos trabalhadores da saúde para o CONES. Foram 18 dias de greve dos servidores estaduais neste ano e o governo mais uma vez negou apresentar algum avanço para os servidores. O Sind-Saúde/MG convoca a categoria para Assembleia Geral no dia 26, mesmo dia da reunião do governo com o funcionalismo.
Vamos unidos mostrar a indignação dos servidores estaduais!
26 de agosto
terça-feira
10 horas • Cidade Administrativa
Sind-Saúde, fazendo na luta a força dos trabalhadores.
Sind-Saúde
Saúde: vamos combater o choque de gestão com mobilização!
Campanha Salarial 2014
www.sindsaudemg.org.br
Minas Gerais
CUT/CNTSS
Av. Afonso Pena, 578 - 17º andar / Centro / Belo Horizonte-MG / (31)3207-4800
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BRASIL
Belo Horizonte, de 14 a 21 de agosto de 2014
Morte de Eduardo Campos causa comoção e cria incertezas na corrida eleitoral LUTO Em choque, classe política repercute tragédia. PSB tem 10 dias para indicar candidato substituto à presidente Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)
Uma tragédia encerrou a trajetória de uma liderança em ascensão no país. O jato particular que levava o ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente, Eduardo Campos (PSB), e sua equipe, caiu na região central de Santos (SP), às 10 horas da manhã desta quartafeira (13), após uma tentativa frustrada de aterrissagem na base aérea da cidade. Chovia no momento do acidente. Todos os sete ocupantes da aeronave morreram. Além de Campos, estão entre as vítimas fatais quatro assessores e dois pilotos. Eles participariam de uma atividade de campanha na cidade do litoral paulista. As causas do acidente estão sendo investigadas pela Aeronáutica. A caixa preta do avião, que guarda os dados do voo, bem como os últimos minutos de conversa entre os tripulantes, já foram recuperadas no local do acidente. A Polícia Federal também informou que abriu investigação. O jato se chocou sobre casas em uma rua comercial, após ter arreme-
PSB
tido do aeroporto local, devido à pouca visibilidade na pista. A aeronave, um Cessna 560 XL, bimotor, é considerado um aparelho moderno e seguro. O vôo era procedente do Rio de Janeiro onde, na noite anterior, Eduardo Campos havia concedido uma entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
A presidenta Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias
Todos os sete ocupantes da aeronave morreram. Eduardo Campos deixou esposa, e seis filhos Campos, que completou 49 anos no último domingo, deixou esposa, e seis filhos. Repercussão na política
A notícia da morte de Eduardo Campos balançou toda a classe política nacional. A presidenta Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e fez um pronunciamento no Palácio do Planalto para prestar solidariedade às famílias dos mortos. Dilma destacou que Campos era um “político promissor” e ressaltou sua trajetória como
governador de Pernambuco e ministro do governo Lula. As atividades de campanha de Dilma também foram suspensas. A vice candidata na chapa de Eduardo Campos, ex-senadora Marina Silva, também emitiu um pronunciamento breve na prefeitura de Santos. “Eduardo estava empenhado com esses ideais até os últimos segundos de sua vida”. O candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, também cancelou suas atividades
na corrida eleitoral. No Congresso Nacional, todas as atividades foram interrompidas. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), convocou uma sessão solene em homenagem a Eduardo Campos para a próxima terça-feira.(19) No Senado Federal, o presidente Renan Calheiros (PMDB/AL) vai propor a homenagem póstuma com a concessão da medalha da Ordem do Mérito.
A Coligação “Unidos pelo Brasil”, encabeçada por Eduardo Campos, tem até 10 dias para indicar um substituto na chapa. Além do PSB, a coligação ainda é composta por PPS, PPL, PRP e PHS, além da Rede, partido de Marina Silva ainda em processo de criação. Por ora, é justamente Marina Silva a candidata mais provável para substituir o ex-governador. A coligação pode indicar representante de qualquer um dos partidos da coligação.
Novo cenário eleitoral à vista A ausência de Eduardo Campos deve causar grandes impactos na corrida presidencial. Em meio à tragédia, ninguém trata publicamente sobre o assunto. Fontes ouvidas pelo Brasil de Fato não se arriscam a prever consequências, mas avaliaram que o impacto será significativo nas eleições. O deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP), acredita que a grande questão é saber se o PSB vai assumir Marina Silva. “Ela não é uma pessoa do PSB. Se o partido assumi-la, as
eleições tem mais chance de ir para o segundo turno”, ressaltou.
“O PSB é um partido mais complicado do que parece, com gente muito próxima ao PSDB, por um lado. E gente, de fato de esquerda, do outro”
O jornalista Renato Rovai pôs em dúvida, em artigo no site da revista Fórum,
que Marina será automaticamente elevada à condição de candidata na chapa. “O PSB é um partido mais complicado do que parece, com gente muito próxima ao PSDB por um lado. E gente, de fato, de esquerda, do outro. Os de esquerda não teriam dificuldade em caminhar com a Marina. Mas os quase-tucano não a engolem”, pontuou. Para Leonardo Avritzer, presidente da Associação Brasileira de Ciência Política e professor da Universidade Federal de Minas Ge-
rais (UFMG), as chances de Marina Silva seriam muito maiores a partir de agora. “A associação entre a consternação com a morte de Cam-
pos e o maior “recall” provavelmente irá alavancá-la nas pesquisas de intenção de voto, caso o PSB decida por sua candidatura”.
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MUNDO
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Fidel completa 88 anos; conheça oito frases marcantes de sua trajetória Reprodução
Fidel Castro completou 88 anos no dia 13 de agosto. Selecionamos frases ditas pelo histórico líder cubano, desde antes da revolução, em 1959, até seu mais recente artigo, publicado há uma semana. 1) 1953: “Me condenem, não importa. A história me absolverá.” Em 16 de outubro de 1953, o jovem advogado Fidel Castro pronunciava ele mesmo sua própria defesa, após ser preso pelo assalto ao quartel Moncada; quando tentou derrubar o então presidente e ditador Fulgêncio Batista.
2) 1961: “Uma revolução não é um mar de rosas. É uma luta de morte entre o futuro e o passado.” Discurso pronunciado por Fidel Castro em 2 de janeiro de 1961, por ocasião do segundo aniversário da Revolução Cubana 3) 1979: “Chega já dessa ilusão de que os problemas do mundo podem ser resolvidos com armas nucleares! As bombas poderão até matar os famintos, os enfermos e os ignorantes, mas não podem matar a fome, as enfermidades e a ignorância.” Discurso pronunciado por Fidel na ONU (Orga-
nização das Nações Unidas) em 1979, como líder do Movimento dos Países Não-Alinhados
Fidel em visita ao Brasil em 1959
4) 1985: “As ideias não precisam de armas, na medida em que sejam capazes de conquistar as grandes massas”. Discurso pronunciado por Fidel Castro em 3 de agosto de 1985, na sessão de encerramento do encontro sobre a dívida externa da América Latina e do Caribe. 5) 2014: “Penso que uma nova e repugnante forma de fascismo está surgindo com notável força neste momento da his-
tória humana.” Trecho de artigo publicado por Fidel Castro em 5
de agosto de 2014, intitulado “Holocausto palestino em Gaza”. Opera Mundi
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CULTURA
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AGENDA DO FIM DE SEMANA TV
MÚSICA
Show do cantor, compositor e multi-instrumentista Léo Brasil, apresentando o CD Canção Visionária. Sábado (16), às 16h, no Memorial Minas (Praça da Liberdade, Funcionários).
“Cineclube” exibe a série “Perdidos no Espaço”, sucesso da televisão norte-americana nos anos 60. Todos os sábados de agosto (dias 16, 23 e 30), às 16h, no Teatro Oi Futuro (Rua Pirapetinga, 4001, Serra).
DANÇA
Grupo Contemporâneo de Dança Livre apresenta o espetáculo “A Corda”. Sábado (16), às 17h, na Casa do Baile (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 751, Pampulha).
ESPORTE
Aula de Yoga para população. Domingo (17), a partir das 9h, no Parque Municipal (Av. Afonso Pena, Centro).
Segunda a quinta-feira CINEMA
Cineclube “Curta Degustação” exibe o filme “Dizem que os cães sabem das coisas”, do cineasta cearense Guto Parente. Terça (19), às 13h, na Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais (Avenida Augusto de Lima, 270, Centro).
A boa da semana
LITERATURA
FOTOGRAFIA
Bate papo com a escritora e filósofa Márcia Tiburi, que lança o seu mais novo livro “Filosofia Prática – Ética, Vida Cotidiana, Vida Virtual”. Segunda (18), às 19h30 no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537, Centro).
O fotógrafo Gustavo Lacerda apresenta a série “Albinos”, ensaio em que registrou durante 5 anos o cotidiano de pessoas com albinismo. Terça (19), às 19h30, no Teatro Oi Futuro (Rua Pirapetinga, 4001, Serra).
MÚSICA
O recital “Retrato da Canção Brasileira”, dos músicos Valquíria Gomes e Anderson Reis, revisita as origens da MPB apresentando clássicos de Tom Jobim, Villa-Lobos, entre outros. Quinta (21), às 15h, no Centro Cultural Alto Vera Cruz (Rua Padre Júlio Maria, 1577, Alto Vera Cruz).
Musical conta a história da cantora Cássia Eller Divulgação
Fica em cartaz até 1º de setembro o espetáculo “Cássia Eller - O Musical”. A peça acontece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e retrata a trajetória de uma das intérpretes mais talentosas da música popular brasileira, Cássia Rejane Eller, falecida em dezembro de 2001, aos 39 anos de idade. O musical narra passagens marcantes da vida da
cantora desde o início da sua carreira até sua morte. A atriz escolhida para interpretar a artista é a curitibana Tacy de Campos, eleita entre mais de 1000 candidatas. A direção é de João Fonseca e Vinicius Arneiro, direção musical de Lan Lan, dramartugia de Patrícia Andrade e idealização de Gustavo Nunes.
SERVIÇO “Cássia Eller - O Musical” fica em cartaz até 1º de setembro, no Centro Cultural Banco do Brasil CCBB (Praça da Liberdade, 1127). Sessões às sextas-feiras (20h), sábados (19h), domingos (19h) e segundas-feiras (20h). Ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada).
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ZAP 18 apresenta o espetáculo “O Urro!”
CULTURA
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#ficaadica
Evento estimula a troca espontânea de LPs
TEATRO Peça marca o retorno de Carlos Rocha à direção teatral e retomada da parceria com Gil Amâncio Reprodução
Redação Nesse final de semana, a companhia de teatro Zona de Arte da Periferia (ZAP 18) apresenta o espetáculo “O Urro!”. A exibição acontece na sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h, na sede do grupo, no bairro Serrano. A peça marca o retorno de Carlos Rocha à direção teatral e a retomada da parceria com Gil Amâncio, que também assina a trilha sonora do ato. “O Urro!” se apropria de metáforas para explorar o universo do ser humano em seu limite. O texto faz parte de uma trilogia denominada “Fábulas de Dylan” e “O Lixão”. A entrada é gratuita, com Urbanas”, que engloba os títulos “O Desaparecimento retirada dos ingressos uma
hora antes do evento. A Zap 18 fica na Rua João Donada, nº 18, no bairro Serrano.
Nessa sexta-feira (15), acontece pela primeira vez em Belo Horizonte o “Disco Crossing”, ação inédita de troca de LPs. O evento é promovido pelo Café e Livraria da Praça - localizado no bairro Coração Eucarístico - e semelhante ao conhecido “Book Crossing”, onde as pessoas trocam livros livre e espontaneamente. Dessa vez, ao invés de obras literárias, a ideia é que os participantes compartilhem músicas. Quem deseja fazer parte da diversão pode simplesmente deixar ou trocar seus discos na loja, sem qualquer obrigatoriedade, contrapartida ou burocra-
cia. A participação é gratuita e, para aqueles que se interessarem em ouvir os vinis, a livraria deixará uma vitrola à disposição do público durante o expediente. SERVIÇO Sexta, 15 de agosto, no Café e Livraria da Praça (Rua Dom Joaquim Silvério, 656, Coração Eucarístico). Das 11h às 19h. Para mais informações, ligue para 2535.0599. Como chegar
Você pode pegar as linhas 4111 ou 9202 mais 5401.
Belo Horizonte, de 14 a 21 de agosto de 2014
Festa, crimes e suspense: novelas e curiosidade
Por que tramas com a de O Rebu, novela da faixa das 23h, são sempre estimulantes? Eu me perguntei essa semana quando via um dos capítulos. Já na cama, demorei a dormir a pensar na “festa, rebu, rebuliço, crime. A vida de cada um! A
culpa de todos”. Era isso que o narrador falava durante as cenas dos próximos capítulos na primeira versão da novela, exibida entre o fim de 1974 e o início de 1975. Dizem que a internet desfaleceu a palhinha do capítulo seguinte porque a curiosidade com o porvir é presa fácil dos portais de teledramaturgia na web. Sem contar com as diversas revistas de R$1,99 que antecipam quase duas semanas das tramas. Eu sempre as compro no sinal ou nos caixas de padaria. Voltando à questão de por-
Novela
Amiga da Saúde
CAÇA-PALAVRAS
© Revistas COQUETEL
Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.
Liliana, 35 anos, do lar
cure participar de atividades em grupos. Conhecer pessoas novas, distrair a cabeça com boas prosas é ótimo para esquecer os problemas que geram ansiedade. Hoje existem opções de grupos nos centros de saúde, que você pode procurar perto da sua casa.
Oi amiga! Sempre tive essa dúvida. Por quê umas pessoas comem muito e são magras e outras comem pouco, engordam fácil e têm dificuldade de emagrecer? Ariádne Barbosa, 28 anos, operadora de telemarketing
Signo de Touro São de TOURO as pessoas nascidas entre 19 de abril e 19 de maio. Os taurinos são PACIENTES, persistentes e DECIDIDOS. Quando iniciam algo, vão até o fim. São amigos FIÉIS e carinhosos, porém POSSESSIVOS e, às vezes, tornam-se INFLEXÍVEIS e ressentidos. Mas não gostam de DESA VENÇAS e procuram manter o bom HUMOR. Costumam ser ESTÁVEIS e conservadores, resistindo a MUDANÇAS de planos repentinas e a contrair dívidas. Admiram as coisas BELAS, sobretudo as ARTES plásticas e a MÚSICA. No trabalho, são CRIATIVOS e empreendedores e não temem DESAFIOS; por isso, muitas vezes, ocupam cargos de CHEFIA.
D O I Y I C R D C B I S H L D
Y N S I E V A T S E C O D C E
A T C N Y T S N E L S D Y N S
L R T S F N A T R A F I Y I A
I A T D S T M F F S F D D T F
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Solução S I E V A T S B E
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S O D D
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ções e mastigar devagar. Se a pessoa passa muitas horas sem comer o organismo tende a estocar e por isso torna mais lentas as transformações. Fazer exercícios regulares é excelente para quem quer emagrecer, pois acelera bastante o gasto de energia, aumentando em até 25% o metabolismo.
D E S A F
Olá, Ariádne! Isso depende do metabolismo, que é o conjunto de transformações que acontecem no nosso corpo o tempo todo. Quanto mais lento for, mais dificuldade de perder peso. Muitos fatores interferem nisso. A constituição genética é o principal. Por isso algumas pessoas tendem pra um lado ou outro. Mas tem muitas outras coisas que interferem. Quanto mais músculos no corpo, mais rápido o metabolismo. Tomar muita água também acelera, assim como reduzir o tempo entre as refei-
gente especule, imagine, aposte no assassino. Assim, qualquer diálogo, caras e bocas e cenas dão pega, dão curiosidade. O Rebu vai ser pequena e, mesmo com boa crítica, é melhor que seja assim. Talvez a fórmula de novelas mais curtas estimule mais. Como dão mais pega também as tramas de suspense e realismo fantástico (Meu Pedacinho do Chão e Saramandaia não me deixam mentir). O que você acha? Sigo esperando você entrar em contato pelo quimvela@brasildefato. com.br
www.coquetel.com.br
Boa noite amiga da saúde! Levo uma vida normal, mas sou muito ansiosa. Toda vez que queixo isso para um médico ele me passa um remédio, só que eu não quero usar essas drogas. O que posso fazer para me controlar? Oi Liliana! Em primeiro lugar, é importante que você pense no quanto a ansiedade é infrutífera e tente se livrar de preocupações com problemas que não cabem a você resolver. Ajuda muito você liberar as tensões do dia-a-dia praticando exercícios físicos regulares e conversando com pessoas da sua confiança sobre as questões que lhe afligem. Ouvir músicas de que você goste e fazer trabalhos manuais, como artesanatos, pinturas, bordados, também ajuda. Se, contudo, não houver melhora, pro-
nitos e as gatas, os excessos e chatices, a comida e a música das festas. Sobre a vida do outro. E a gente sempre adora tentar descobrir quem matou alguém e acaba culpando a todos. E não confundamos fofoca com curiosidade. O suspense, gênero de O Rebu, mais comum em séries do que em novelas, aguça a curiosidade em tempos de fácil acesso às cenas das próximas semanas. A narrativa não linear dos bafos da festa e dos depoimentos para a investigação, costurados com o passado de cada suspeito, permite que a
que O Rebu dá pega, eu pensei naquela noite na curiosidade muito humana com o rebuliço (dizem que rebu vem daí), com a confusão, com os barracos e com os pós-festa. A novela se passa justamente em dois dias, num vaivém entre a farra chique e o seu dia seguinte, quando não apenas as fofocas e vexames são comentados, mas também começa a investigação sobre quem matou o homem encontrado na piscina durante a festa. A gente adora comentar sobre as roupas e adereços, os bo-
S O V I T A I R C
Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf.
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S E T N E I C A P
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde
ilustração: acervo ediouro
14 VARIEDADES
Belo Horizonte, de 14 a 21 de agosto de 2014
na geral Cheque sem fundos A vez das mulheres
A Seleção Brasileirafeminina sub-20 foi eliminada do mundial disputado no Canadá. Mesmo saindo à frente, a Seleção perdeu por 5 a 1 para a Alemanha. Antes de o resultado nos remeter ao fatídico 7 a 1 da seleção masculina, ele evidencia a precária estrutura do futebol feminino brasileiro, deixado de lado pela CBF e pelos clubes. Sem as mulheres não há futebol popular.
Se na Série A os clubes enfrentam sérias dificuldades financeiras, com atrasos de salários e dívidas milionárias, imaginem o que acontece na Série C. O Guarani de Campinas, que chegou a ser campeão brasileiro em 78, enfrenta uma situação curiosa: aparentemente, os cheques que a diretoria depositou para pagamento dos salários foram bloqueados por falta de fundos. Parece anedota, mas a diretoria usou o artifício do “cheque voador”. O resultado não poderia ser outro: o Bugre não vence um jogo há mais de dois meses e, no último dia 8, completou um ano sem ganhar em sua casa, o outrora glorioso estádio do Brinco de Ouro. Está com 11 pontos, em 8º lugar do Grupo B, a três pontos da zona da degola.
Lutador covarde
Dívida dos clubes
Está foragido o lutador de MMA Jonathan Koppenhaver, conhecido como War Machine. Ele espancou a ex-namorada Christy Mack, que teve várias fraturas pelo corpo, dentes quebrados e cabelos cortados. O agressor também tentou estuprar a vítima. Além desse crime, Koppenhaver é acusado por atos de estrangulamento, violência doméstica com ferimentos graves e agressão com uso de arma letal.
Segundo matéria da ESPN, o Galo é o maior devedor aos cofres da União, com uma dívida de R$ 272 milhões - R$ 45 milhões a mais do que o faturamento do clube em 2013. O Cruzeiro deve cerca de R$ 14 milhões de reais. Internacional (R$ 8 milhões) e São Paulo (R$ 7,8 milhões) são os clubes com as menores dívidas, correspondentes a 2% do faturamento das agremiações no ano passado. Mas os números podem ser ainda maiores, pois neles não estão incluídos os débitos com o Imposto de Renda. De acordo com Anelize Almeida, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, o governo tem bloqueado o dinheiro das transações de jogadores e cotas de televisão, a fim de obrigar os clubes a renegociarem suas dívidas.
Bom Senso FC critica o calendário da CBF
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ESPORTE
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Você Sabia
Segundo levantamento do Bom Senso FC, no ano de 2015, o Brasil novamente terá um dos calendários mais extensos do futebol mundial. Os clubes brasileiros de grande expressão poderão disputar até 85 partidas. Esse número será bem menor em outros países. Por time, no máximo, 69 jogos na Inglaterra, 66 na Itália, 63 na Espanha e 59 na Alemanha.
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Ciclismo
Pipa e papagaio
OMISSÃO De acordo com jogadores, documento não aborda problemas importantes do futebol nacional Wallace Oliveira No dia 6 de agosto, a Diretoria de Competições da CBF divulgou o calendário do futebol masculino brasileiro de 2015. O período de 7 a 31 de janeiro foi destinado à pré-temporada. Para os campeonatos estaduais, que deverão acontecer entre fevereiro e maio, foram reservadas 19 datas nas regiões Sul e Sudeste, 15 datas no Norte e Centro-Oeste e 12 datas no Nordeste. Outra medida anunciada como novidade é a paralisação da série A quando a Seleção disputar as eliminatórias da Copa 2018. Um dia após a publicação do documento, o Bom Senso Futebol Clube criticou a proposta da CBF numa nota intitulada “Marin e Del Nero 7 x 1 Futebol Brasileiro”. O
texto reafirma ideias propagandeadas há meses pelos jogadores. De acordo com eles, o calendário não foi reorganizado em prol das necessidades dos clubes e torcedores, mas espremido. “Com os campeonatos ini-
CBF ignorou: escassez de jogos dos clubes pequenos e o excesso de jogos dos grandes clubes ciando em 1º de fevereiro e terminando em 6 de dezembro, os clubes jogarão praticamente as mesmas datas em menos dias”, afirmam os autores da nota. Para o movimento, a CBF ignorou dois grandes problemas: a escassez de jogos dos clubes pequenos e o excesso de jogos dos grandes clubes.
Por jogarem poucos jogos oficiais, os pequenos têm receita muito baixa, o que resulta em salários ínfimos e desemprego para milhares de jogadores. Por jogarem muitas partidas, as equipes grandes estão sujeitas a um enorme desgaste físico, o que interfere negativamente na qualidade técnica dos jogos e é ruim para o torcedor. Outro ponto omitido pela CBF é o horário dos jogos. Se, no domingo, há confrontos que acontecem sob o sol das quatro da tarde, por outro lado, torcedores que frequentam os estádios no meio da semana são obrigados a assistir partidas que terminam à meia noite. O Bom Senso ironizou essa situação: “Conforme a audiência diminui, em breve veremos nossos campeonatos na sessão Corujão”.
Data: 19 de agosto Horário: 20h Local: Viaduto ao lado do Via Shopping, próximo à Estação Barreiro Informações:mtbbarreiro. com.br Contato: contato@mtbbarreiro.com.br Todas as terças e quintasfeiras, o grupo MTB Barreiro organiza o “Pedal Urbano”, treinamento por corredores de Belo Horizonte, com a participação de ciclistas de todas as idades. O grupo também participa de competições e passeios fora da cidade e realiza fóruns de discussão sobre ciclismo.
Data: 17 de agosto Horário: 9h Local: Parque Linear da Ressaca. Av. Severino Ballesteros, altura do nº 850, em frente ao Shopping Contagem Informações: contagem.mg. gov.br Telefone: (31) 3353-4222 O Festival de Pipas de Contagem promove a prática da brincadeira sem cerol. Haverá premiações, apresentações culturais e campanha de conscientização. Inscrições no Shopping Contagem, até o dia 16/8, ou no local do evento, no dia 17/8. Para inscrição, leve um quilo de alimento.
O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que liguem nos telefones indicados para confirmar horário e local.
16 ESPORTES
Belo Horizonte, de 14 a 21 de agosto de 2014
OPINIÃO Atlético
Superação não é tudo Bruno Cantini
Rogério Hilário Admiro Levir Culpi. Embora integridade seja uma obrigação, tal qualidade anda escassa em todos os meios, em especial no futebol. Nem é preciso falar no retorno de Dunga à Seleção, muito menos nos erros de arbitragem que prejudicam o Atlético há décadas. O treinador do Galo aos poucos impõe sua estratégia. E, embora deixe claro que há deficiência no elenco, prefere que o clube cumpra suas obrigações trabalhistas: pague em dia os salários, contribuição previdenciária, fundo de garantia, direito de arena e imagem, gratificações. De que adianta reforçar o grupo, como aconteceu com Vasco, Flamengo, Botafogo e outros mais, se as contas estão no vermelho? Diretorias irresponsáveis, que fracassam na administração financeira, ainda cul-
pam o governo federal pela retenção de parcelas de vendas de jogadores. As renegociações das dívidas, que são parceladas a perder de vista, não passam de um embuste. Na prática, não pagam nada e deixam os clubes sujeitos a vexames como penhoras, comprometimento do patrimônio e até extinção. Incertezas abalam quaisquer estruturas. Afetam a confiança e o desempenho.
Por isso, a diretoria alvinegra precisa encontrar soluções rápidas, pois o time, aos trancos e barrancos, vem correspondendo à paixão da massa. Mesmo diante da queda de produção de alguns atletas e da saída de outros, conquista pontos importantes e está próximo do G4. A superação tem sido a alternativa viável. Mas não pode ser a única força no futebol.
OPINIÃO América
Constante inconstância Reprodução
OPINIÃO Cruzeiro
Menos jogos, mais futebol Washinton Alves
Wallace Oliveira O Cruzeiro está prestes a entrar no período mais crítico da luta pelo Tetra. Depois da partida contra o Santos, no próximo domingo (17), o time passa a disputar dois jogos semanais pelo Brasileirão, até o final de setembro. A partir de então, se avançar na Copa do Brasil, continuará jogando duas vezes por semana. Muitos jogadores se queixam das partidas no meio e no fim da semana. Falta tempo para fazer bons treinos e sobra desgaste físico, o que gera perda da qualidade técnica. Ao mesmo tempo, aumentam as contusões e os times não entram em campo com o que têm de melhor. Quem mais perde é o torcedor, que assiste a jogos cada vez mais fracos, com muitos passes errados e poucos gols. No Campeonato Brasileiro 2013, o Cruzeiro
Bráulio Siffert se beneficiou por ter sido precocemente eliminado da Copa do Brasil. Enquanto os concorrentes ao Brasileirão se desgastavam jogando as duas competições, a equipe de Marcelo Oliveira ganhava uma semana de folgas e treinos. Ao voltar a campo, a Raposa entrava voando. Em pouco tempo, disparou na liderança. O time era, de fato, o melhor da competição, mas não seria campeão com a mesma facilidade sem a vantagem no
calendário. Agora, o maior de Minas, que continua entre os melhores do Brasil, não terá a mesma comodidade por um bom tempo. O treinador deu sinais de que pretende jogar para vencer a Copa do Brasil. A salvação pode estar no banco. Nenhuma outra equipe tem um plantel tão completo e diversificado quanto o Cruzeiro. Os reservas terão a oportunidade de mostrar a que vieram.
Depois da parada da Copa, o América vem pecando pela falta de consistência, de padrão de jogo e de precisão nas finalizações. Antes do jogo contra o Luverdense, o América acumulava três derrotas e três vitórias, mas em duas dessas vitórias - contra Paraná e ABC -, não convenceu e acabou ganhando apenas nos acréscimos. O nível da Série B é baixo e não exige muito para que um time mediano co-
mo o América tenha boas chances de subir. Mas, ainda assim, precisa manter certa qualidade e conseguir ser efetivamente um time, não um amontoado de jogadores. O técnico Moacir Júnior começa a mostrar suas deficiências ao não conseguir montar uma equipe consistente. E a falta de alternativas de jogadores começa a mostrar a deficiência da diretoria, que tem contratado barcas de atletas de baixo nível e não tem dado muitas chances a garotos da base.