Mídia NINJA
CIDADES 3
A produção de alimentos saudáveis de três acampamentos do MST colaboram com 70% da feira de cidades próximas, áreas que agora serão oficialmente dos trabalhadores
Netum Lima / Divulgação
Conquista de Solidariedade à terras e corações Pedreira Sábado (19) tem festa na sede da Odum Orixás. O objetivo é arrecadar fundos para reformar o Espaço Cidadão Pedreira Unida. Sérgio Pererê é uma das atrações. Entrada gratuita
MINAS 5 Minas Gerais
18 a 24 de setembro de 2015 • edição 104 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita
Divulgação
CULTURA 13
Direita pressiona por medidas contra o povo Wilson Dias / Agência Brasil
ENTREVISTA 11 BRASIL 8
Que horas o país vai mudar?
Empregadas domésticas comentam o filme “Que horas ela volta?”, em cartaz no cinema. O filme mostra como Reprodução a chegada de Jéssica, filha da babá Val – interpretada por Regina Casé – expõe as contradições da relação de trabalho doméstico no Brasil.
Meios de comunicação, agências de risco e banqueiros exigem do governo federal novos cortes no orçamento e redução de gastos com políticas sociais. Pedidos de impeachment ajudam a chantagear a presidenta Dilma Rousseff por ajustes que vão na contramão das promessas de campanha.
ESPORTES 15 e 16
BRASIL 9
CIDADES 3
Futebol mais cedo
Doações proibidas!
Tarifa volta a 3,10
Maioria é contra horário definido por CBF e Globo. Em todo o Brasil, campanha diz não ao jogo das dez
Empresas estão impedidas de financiar campanhas eleitorais, segundo decisão do STF. Medida começa a valer imediatamente
Em decisão judicial, aumento para R$ 3,40 foi considerado ilícito. Prefeitura deve entrar com recurso para que reajuste seja readmitido
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2015
Editorial | Brasil
O povo não deve pagar pela crise
ESPAÇO dos Leitores “Como é? Já faltam vagas e ainda vão fechar? Isso é muito complicado, e ainda a Câmara aprova perdão da dívida bilionária dos planos de saúde, grana esta que iria para o SUS. E agora, panelas irão bater?” Kaiki Matos, sobre a matéria de capa da última edição, “Cinco leitos serão fechados no Odilon Behrens”
“Estou muito satisfeita por estar assinando o jornal Brasil de Fato. Primeiro por ter acesso a noticias verdadeiras. Segundo porque o Brasil precisa democratizar inclusive as informações e este jornal é uma esperança.” Ana Maria Torquato, por email
Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br
anota aí o número do Brasil de Fato no WhatsApp: 31 8979-8859
Na segunda (14), os ministros vilégios. da Fazenda, Joaquim Levy, e do Dentre as medidas propostas, a Planejamento, Nelson Barbosa, que atinge menos os pobres e mais anunciaram, em coletiva no Palá- os ricos é a retomada da cobrança cio do Planalto, um pacote de no- da Contribuição Provisória sobre ve medidas que prometem equili- Movimentação Financeira (CPMF), brar a economia brasileira no pró- com possibilidade de aumento de ximo ano. receitas com projeção de R$ 32 biA proposlhões de arreta, que aincadação. da depende O fato é O segredo é mais direitos de aprovaque o neodeção no Cone menos arrocho senvolvimengresso, é clatismo já chera. Reduzir gou ao teto. E gastos e aumentar as receitas. Se- a classe trabalhadora, quando vai rão R$ 26 bilhões cortados do orça- dar seu ultimato ao governo Dilma? mento de 2016 que, na prática, sig- Ainda há tempo de a presidenta renificam congelamento do salário pudiar a opção neoliberal? de todo o funcionalismo público A única saída é convocar o povo federal, suspensão dos concursos brasileiro a apoiar uma política que públicos, cortes radicais na saúde, abaixe os juros e jogue o peso da díeducação e na previdência, além de vida para os mais ricos. Dilma tem sérias ameaças ao salário mínimo e que assumir o compromisso com a aos projetos sociais, como o Minha classe trabalhadora e fortalecer as Casa, Minha Vida. táticas que têm sido implementaO pacote anunciado por Levy e das pelos movimentos sociais. Barbosa aponta para mais uma guiÉ hora de se livrar de vez dos rannada à direita do governo. Ou seja, ços da ditadura militar impregnacomo forma de recuperar a credibi- dos no Congresso Nacional. Os que lidade dos investidores internacio- vivem do trabalho precisam seguir nais, são retirados direitos da clas- pressionando pela convocação de se trabalhauma Assemdora. Com esbleia Constisas medidas, tuinte ExclusiDireita quer mais fica óbvio pava e Soberana cortes no orçamento ra quem espara reconstá sendo jogatruir o sistema da a conta da político bracrise. sileiro e democratizar os meios de Os lucros ficam para os banquei- comunicação. Porque da democraros, latifundiários e rentistas. Além cia a classe trabalhadora não abre de controlarem o sistema políti- mão. co brasileiro, sobretudo via finanO povo brasileiro, presidenta, ciamentos das campanhas eleito- é quem é seu verdadeiro aliado. E rais, contam com atuação certei- tem faltado motivos para apoiá-la. ra da grande mídia. Esta tem feito o A retórica dos ganhos obtidos nos seu papel alimentando o golpismo últimos 12 anos não é suficiente e chantageando descaradamente a para garantir apoio popular. O sepresidenta. O recado é objetivo: ou gredo é mais direitos, mais políticas Dilma assume um programa de ar- sociais e menos neoliberalismo. E rocho brutal ou o fim próximo se- somente o povo ao seu lado é que rá o impeachment. A elite não mais fará com que permaneça na presitolera o discurso “crescimento com dência até 2018 sem ser um fantodistribuição de renda” e faz de tu- che descartável nas mãos da burdo para a manutenção de seus pri- guesia brasileira.
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em MG, no Rio e em SP. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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CIDADES
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Sábado tem festa no Odum Orixás SOLIDARIEDADE Objetivo é financiar a reforma do Espaço Cidadão da Pedreira Prado Lopes Rurian Valentino / Divulgação
Wallace Oliveira No sábado (19), uma festa solidária acontece na sede da Associação Cultural Odum Orixás, na Floresta, região Leste de BH. O evento conta com apresentações dos músicos Sérgio Pererê, Thalita Barreto e Coco da Gente e uma performance da artista Layla Vogue e Sete Drags. Também haverá bingos, bazar e brincadeiras para as crianças. A entrada é gratuita. O propósito da festa é arrecadar fundos para a reforma do prédio do Espaço Cidadão Pedreira Unida, antigo Centro Cultural Liberalino Alves. O evento será realizado pelo movimento Levante Popular da Juventude, com o apoio da Associação Pedreira Unida e do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD).
Prefeitura fechou o centro cultural em 2009 e comunidade o reativou por conta própria
“Pensamos juntos nessa ideia da festa para arrecadar, mas também como uma forma de envolver a comunidade na revitalização do espaço”, diz Aline Bentes, do Levante Popular da Juventude. Prédio estava fechado desde 2009 O prédio do antigo Centro Cultural Liberalino Alves, na rua Araribá, na Pe-
dreira Prado Lopes, foi desativado em 2009 pela Prefeitura, que nunca mais o reabriu. “O prédio foi fechado para reforma e melhoria das condições estruturais, contando com recursos de mais de R$ 100 mil do Governo Federal. Entretanto, a Prefeitura não realizou a reforma, alegando que o prédio tinha risco na estrutura. Ora, se havia risco, por que não
Reajuste da passagem de ônibus é suspenso na capital TRANSPORTE Decisão judicial é cumprida pela Prefeitura, mas movimentos cobram CPI do aumento Larissa Costa Na quinta-feira (17), o reajuste das tarifas do serviço público de transporte municipal foi suspenso em Belo Horizonte. A decisão foi tomada pelo juiz da 4ª Vara da Fazenda Municipal, Rinaldo Kennedy Silva, na segunda (14), mas os concessionários e permissionários cumpriram a ordem judicial apenas na quinta (17). Além da suspensão, a Justiça proibiu qualquer revisão do contrato entre a Prefeitura e empresas de transporte antes da realização de uma perícia que investigue a necessidade real do aumento das passagens. Para a decisão, o magistrado considerou que o estudo técnico, realizado pela Ernst & Young, empresa de consultoria contratada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros
de Belo Horizonte (SETRABH), foi realizado de forma unilateral pela parte interes-
Descumprimento da decisão da Justiça rende R$ 500 mil por dia para empresas sada direta e indiretamente no aumento. Em nota do Fórum Lafayette, o juiz afirma que esse estudo deve ser confirmado e, enquanto isso, a população não pode ser penalizada com o aumento das passagens. E ainda diz que o governo municipal deve agir com transparência, de forma que os cidadãos entendam suas ações. Clessio Mendes, integrante do movimento Tarifa Zero, avalia que a decisão é também um reflexo de
mobilizações sociais, como a ocupação da Câmara Municipal. O próximo passo é abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o aumento. “Estamos procurando os vereadores para que assinem a favor da abertura da CPI. Com ela, poderemos ter acesso aos dados e levantar mais informações, afirma. Em nota, a BHTRANS, afirma que a Procuradoria Geral do Município irá tomar as medidas jurídicas cabíveis após estudo dos fundamentos da decisão. “Até que me provem o contrário, o aumento foi absolutamente justo”, comentou o prefeito Marcio Lacerda (PSB) em evento público no dia 15. O Tarifa Zero calcula que, por dia, 1,5 milhão de passageiros pagou R$ 3,40. Com isso, as concressionárias teriam lucrado R$ 500 mil a mais que o normal.
apontaram nenhuma solução para as 40 famílias que moram em cima do edifício, no Conjunto Araribá?”, questiona Vinícius Moreno, do MTD. Em 2014, moradores da
comunidade e o MTD reativaram por conta própria o espaço, promovendo atividades culturais e de socialização. “Esse equipamento está sendo usado pela comunidade. Um espaço para que as pessoas possam se confraternizar, se reunir e discutir algumas coisas em prol da própria comunidade”, conta André Pedro, morador da Pedreira Prado Lopes. Ele reforça que faltam recursos para que mais eventos possam acontecer no local.
Local da festa: Rua Pouso Alegre, 854. Floresta, BH. Quando: Sábado (19), a partir das 16h. Informações: migre.me/rwYSV
PERGUNTA DA SEMANA
Cerca de 40 movimentos e alguns partidos políticos estão organizando processos para impedir o mandato da presidenta Dilma Rousseff. E você, acha que esses pedidos de impeachment são um golpe?
“Eu vejo uma vaidade, uma guerra de egos. Porque crises são fases, vem uma, vem outra. E sempre teve corrupção, aí aproveitaram que essa crise mundial caiu no momento que é uma mulher no poder. Querem arrumar um jeitinho de tirar aquele pra colocar outro, isso é um tipo de golpe”. Vanusa Teixeira, estudante de pedagogia
“Não sei se hoje o melhor seria o impeachment, mesmo sendo contra o governo Dilma, na atual conjuntura que vai a política dela. Não seria mais interessante os políticos se conscientizaram e pararam com essas guerrinhas de poder? Sou a favor de um impeachment, mas legítimo. E não de um golpe. Saulo Lemos, conferente
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CIDADES
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Preço de combustível tem grande variação
Rede Minas lança Acesso Público para fins culturais
PECHINCHA Site de pesquisa de preços permite consumidor buscar alternativas mais baratas Simone Vieira CULTURA Projeto prevê inserções gratuitas na grade de programação para cultura popular Da Redação Quem anda atrás de gasolina com preço mais baixo pode procurar, que vai encontrar. A variação do preço da gasolina nos postos de combustíveis de Belo Horizonte pode chegar a um real por litro, conforme demonstra o site de pesquisa Mercado Mineiro. O site mostra as variações por toda a capital e região metropolitana. Os menores preços encontrados ficam nas regiões centro sul, nordeste e Barreiro, que variam entre R$3,03 a R$3,18. Já o maior preço é encontrado na região sul, que chega a R$3,98 o litro. A variação é de 21%. Já o etanol tem uma variação de 39%, onde o menor preço é encontrado na
Da redação
Diferença no preço da gasolina pode chegar a R$ 1 por litro em BH
região nordeste, a R$1,88, e o maior, na região sul por R$2,59. O site também permite a pesquisa de preços de dezenas de outros produtos e em várias cidades.
Serviço Acesse:
www.mercadomineiro.com.br
te a grade da programação. Terão prioridades as A televisão pública Re- ações culturais gratuitas de Minas lançou no dia 17 ou com preços populares. o Acesso Público, projeto O presidente da TV de apoio cultural e social Rede Minas, Israel do para dar mais espaço para Vale, acredita que esos artistas misa nova proneiros. O proposta vai jeto consiste Mais espaço para ajudar a TV em criar regras artistas mineiros a dar espaigualitárias paço para parra divulgação ticipação da de eventos e ações cultu- população. “Oferecer rais populares para profis- esta cota de mídia sem sionais de cultura, educa- ônus é uma maneira que ção e de movimentos so- a gente tem de chegar ciais. mais perto da populaA ideia é que uma co- ção, de mostrar que esmissão selecione os proje- tamos abertos para a tos para oferecer uma co- cultura local. Temos que ta de até 20 inserções de ocupar a TV com inseraté 30 segundos duran- ção cultural”, afirma.
Pré-inscrição para meio passe estudantil Breno Pataro / PBH
No dia 30 de setembro, termina a pré-inscrição para o meio passe estudantil em BH. Podem se inscrever estudantes do ensino médio ou Educação de Jovens e Adultos, matriculados e frequentes em estabelecimentos de ensino de Belo Horizonte, que residam a mais de 1Km da escola e utilizem ônibus gerenciado pela BHTRANS ou metrô. Informações pelo link: meiopasse.pbh.gov.br.
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Trabalhadores rurais perto de conquistar a terra LEGALIZAÇÃO Áreas que contribuem com alimentos sem agrotóxicos e educação na zona rural recebem promessa de desapropriação Rafaella Dotta Três terrenos ocupados por trabalhadores sem-terra estão prestes a serem desapropriados. Isso significa que os moradores terão o direito de morar e plantar na terra que moram há anos. “Nesses últimos dias parece que estamos aguardando o nascimento de um filho”, emociona-se a agricultora Ricarda Gonçalves. As áreas estão em três municípios mineiros: o acampamento Nova Vida, em Novo Cruzeiro, o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, e um conjunto de 11 acampamentos, em Campo do Meio. Juntos, eles abrigam cerca de 420 famílias e colaboram com pelo menos 70% de todas as verduras, frutas, legumes e grãos vendidos nessas cidades.
“Juntos, os acampamentos abrigam 420 famílias” Alimentos de qualidade “Aqui nunca usou nenhum tipo de veneno. É uma produção saudável,
Mídia NINJA
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Trabalhadores poderão morar e plantar em terreno onde vivem há anos.
ensino básico e fundamental em 2016. “Você não imagina a quantidade de crianças e de adultos que vão se beneficiar dessa escola”, diz Ricarda.
“É uma produção saudável, que não gera câncer”
que não gera doença, não gera câncer”, diz Paulo Sérgio Barbosa, morador do acampamento Nova Vida. Os alimentos são vendidos na feira de Novo Cruzeiro, cidade onde o acampamento está localizado. Além da qualidade, Paulo tem orgulho de dizer que “os semterra já estão produzindo mais do que a cidade consegue consumir”. E foi mostrando trabalho que o acampamento Nova Vida conquistou as pessoas
da cidade, conta Paulo Sérgio. Hoje os moradores reconhecem que os trabalhadores usam melhor a terra que o antigo fazendeiro, e fazem coro em audiências públicas, passeatas e abaixo-assinados para que a ocupação seja legalizada. Educação do campo A boa relação também acontece na cidade de Campo do Meio, onde existem 11 acampamentos do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST). Ricarda Gonçalves, integrante do MST, conta que a última área ocupada pelo movimento foi uma escola abandonada. Ela explica que a educação na zona rural é importante para não afastar as crianças do dia a dia da roça e para protegê -las do preconceito. Em Campo do Meio, a escola ocupada já recebe cursos de vaqueiro, de inseminação animal e pretende abrir turmas para
Justiça para Felisburgo A terceira área a ser desapropriada é o acampamento Terra Prometida, na cidade de Felisburgo. Desde 2004, os ocupantes recebem promessas de que serão legalizados, desde que um fazendeiro entrou na ocupação, junto com 17 pistoleiros, e realizou um massacre a tiros. Foram cinco pessoas mortas, uma criança atingida no olho e 20 feridos. O fazendeiro Adriano Chafik já foi condenado a 115 anos de prisão, mas continua solto. “O massacre deixou uma marca que não acaba. Medo, depressão, pressão alta, desilusão”, relata Maria Gomes, conhecida como Eni. Apesar de terem a promessa de desapropriação, o acampamento recebeu o contrário: várias ordens de despejo e ameaças de fazendeiros.
Acordo deve ser assinado em 25 de setembro O governo de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda), garante que o prazo para a assinatura da desapropriação das áreas é dia 25 de setembro. O processo é feito através da portaria nº 6, de janeiro de 2013, por decreto federal. O acordo foi feito depois da manifestação de 2 mil trabalhadores sem-terra em 18 de agosto, recebida na Cidade Administrativa por dez secretários estaduais.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) apresentou ao governo uma série de reivindicações, entre elas a desapropriação de terras, o combate à pobreza e fortalecimento da agricultura familiar. Segundo Silvio Netto, da coordenação do MST, existem ainda 5 mil famílias em Minas Gerais aguardando a legalização de terras. “Essas famílias estão em 42 acampamentos e é responsabilidade do governo federal fazer o assentamento”, expõe.
O movimento aguarda também o anúncio de programas para geração de renda e assistência técnica dos futuros assentados. Na sexta (25), o governo estadual promete um ato que anunciará a assinatura dos decretos de desapropriação e dos programas. O movimento deve comparecer com cerca de mil pessoas. “Vamos participar para deixar bem claro que esses compromissos só foram possíveis por causa da mobilização do MST”, completa.
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MINAS
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Artigo
Mergulho no vazio João Paulo Cunha “A natureza tem horror ao vácuo.” A afirmação do filósofo grego Aristóteles para o campo da física pode ser adaptada para o contexto brasileiro atual: a política tem horror ao vazio. Não é por outro motivo que, numa quadra vazia de pensamento e ação, a política tenha se desmanchado no ar e aberto o campo para o abismo dos interesses particulares, mesmo que contra o país. Hoje, parece haver um consenso que aponta que toda crise é sempre uma crise econômica. A política perdeu o protagonismo e está sendo esquecida. A construção desse cenário ganha a cada dia novos elementos. Em primeiro lugar, o fortalecimento do pensamento único, que elege os atropelos da economia como objeto privilegiado da ação humana. Com isso, em vez de se criticar a situação de desigualdade que sustenta o atual modelo, passa-se a propor alternativas viáveis para sua continuidade. A ideia de ajuste, pela própria natureza da palavra, é um projeto que impede a mudança em nome da recorrência de um modelo que expressa exatamente suas limitações. É preciso mudar um pouco para voltar a ser como an-
tes. É preciso retomar a mecânica de concentração de renda, de defesa do setor financeiro, de interrupção das conquistas sociais. Primeiro a economia, depois a economia e por fim a economia. Ultraliberal, bem entendido. A disputa é pra valer. Nem mesmo a eleição garantiu à presidenta Dilma Rousseff capacidade de ação ancorada em sua sustentação eleitoral. Capitaneada pela imprensa – que
Talvez o governo agora tenha a única ação digna pela frente: honrar o campo de onde veio deu provas extremas de sua arrogância e capacidade de chantagem no editorial publicado pela Folha de S. Paulo, domingo passado, na capa do jornal – a sociedade cassou a inspiração do projeto vitorioso, deixando como estratégia de sobrevivência o triste encargo de governar com as ideias do adversário. Não bastasse a ação deletéria dos meios de comunicação, as agências internacionais de risco, braços declarados do setor financeiro, se articularam para aumentar o sentimento de incerteza, usando de elementos mais morais
que econômicos. Caloteiro e mau pagador foi o mínimo que se ouviu falar do país em torno de um cenário futuro, que sequer se apresenta no horizonte. A tempestade perfeita se completa com outras ações: o esgotamento da democracia de coalizão em nome do puro achaque; a partidarização da justiça; a perda de laços com os movimentos sociais; a ameaça de golpe branco; o ataque aos princípios constitucionais pétreos; a dissolução das políticas públicas; a perda da solidariedade social; a entrega do patrimônio público. Emparedado em torno de tiroteios de toda ordem, talvez o governo agora tenha a única ação digna pela frente: honrar o campo de onde veio. Em outras palavras, recuperar o gosto pela política. Todo enfrentamento tem riscos. Mas é melhor combater a aceitar a derrota de antemão. Se a carne de um governo são suas ações sociais, cortar na carne não é atitude heroica, é suicídio. Sob o risco de mergulhar de vez no vazio, fica definido um princípio político inegociável: nenhuma política social e direitos trabalhistas podem ser tocados pelo ajuste. Tirem suas patas do caminho. Se é para cortar na carne, que se corte a carne gordurosa dos mais ricos.
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OPINIÃO
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PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. Stefano Figalo
Na edição 103... Cinco fechados Behrens
leitos serão no Odilon
...E agora A Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou uma visita, na sexta (11), à unidade de pronto atendimento Noroeste II. A superintendência do hospital afirmou que a UPA pretende ampliar a área física, o número de atendimentos, a qualidade e a segurança na assistência à população. Os profissionais de saúde e o Sindibel temem que com as mudanças o número de leitos seja reduzido. No próximo dia 22, será realizada uma audiência pública, às 19h30, no Plenário Camil Caram, que dará continuidade à discussão do tema. Na edição 0... Terceirizados da Cemig sofrem mais acidentes de trabalho ...E agora No sábado (12), Adilson Marques de Brito, terceirizado da Cemig via Eletrocamp, foi fazer uma substituição de poste em Córregos Dantas e sofreu um choque elétrico. Devido à gravidade das queimaduras, foi transferido para o Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, onde se submeteu a cirurgia de amputação o antebraço direito e da perna direita. O sindicato dos eletricitários diz que está apurando as causas do ocorrido.
FUTEBOL DE LUTA - Na última segunda-feira (14), em um campinho do bairro Recreio, na capital carioca, foi realizado um clássico de futebol. De um lado, um time formado por alguns membros do MST. Do outro, a equipe do cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, o Politeama. Ninguém saiu perdendo: 7 gols para cada lado. Ainda sem data, a próxima partida será na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP), no campo que logo será batizado de Sócrates Brasileiro.
Tarso Genro
Frederico Santana Rick
Hora da reflexão
Contra a saída conservadora
O Brasil vive uma situação inusitada. A falta de uma condução política coerente do Governo, de um lado, e, de outro, o fato de que ele tenta promover um ajuste contraditório com o discurso de campanha – adotando medidas que a oposição iria aplicar se vencesse o pleito – tem proporcionado a formação de uma ampla aliança política, que agora já se propõe explicitamente a retirar Dilma da Presidência. Se as direções políticas mais responsáveis dos partidos – de todos os âmbitos – parassem um pouco para pensar e não se seduzissem com a radicalização do confronto, promovida pela maior parte da grande mídia, veriam que o melhor para o país e para quem preza o sistema democrático conquistado em 88, seria deixar Dilma governar até o fim. Enganam-se os que pensam que a mídia iria simplesmente serenar, com outro governo. A grande mídia não mudará o seu comportamento porque a notícia, o crime, o escândalo constituem uma mercadoria atraente. E ela, a mídia, pode continuar Falta condução fazendo o que faz sem quaispolítica coerente quer considerações de natureza moral ou política, pois não precisa de deputados e senadores para apoiá-la, pois são eles que precisam dela para sobreviver. A unidade oposicionista está pautada pela vontade de “tirar o PT do poder”. A unidade pela negação é sempre uma unidade limitada. Ela permanece até que a dialética do confronto “amigo-inimigo” se resolva. Um governo que sucederia Dilma, pelo seu impedimento, iria radicalizar o ajuste e aumentar a concentração do sacrifício nos “de baixo”. E as consequências disso, num país que melhorou muito a vida de 50 milhões de pessoas, nos últimos dez anos, seriam imprevisíveis até para a estabilidade democrática do país. Tarso Genro foi governador do Estado do Rio Grande do Sul e Ministro da Justiça. Leia íntegra em www.sul21. com.br
A conjugação de crise econômica, política e social, facilmente percebida por qualquer cidadão mais atento, denuncia uma crise mais séria e mais profunda, uma crise das esquerdas. Como é comum nos momentos de crise na história do país, nossas elites sempre encontram uma saída conservadora. É o que assistimos nesse momento. Teríamos outras saídas possíveis. Uma delas seria que as forças populares forçassem o governo à esquerda, o que exigiria romper a lógica da conciliação que perdura desde 2003. Outra possibilidade seria a direita golpista, tal qual fez no Paraguai, em Honduras e na Venezuela, já no século XXI, conseguir interromper o mandato presidencial. Segue sendo um cenário possível, mas não é o desejado pela burguesia interna, como demonstram as notas da FIRJAN, FIESP, das confederações da indústria e do Crise é oportunidade transporte, os editoriais de superação da Globo, as declarações do presidente do Banco Itaú, e até editorial do Financial Times. Se podem forçar o governo a assumir o seu programa, para que a interrupção democrática, que traria mais uma crise, a crise institucional, e colocaria em risco os lucros da burguesia? Outro cenário terrível e o mais provável é o que já estamos assistindo. Tal qual ocorreu em vários momentos de nossa história, a saída é conservadora e pesa sobre os trabalhadores. Já vinha com a composição conservadora dos ministérios, com o ajuste fiscal e com as medidas conservadoras do Congresso Nacional. Agora novos cortes. Toda crise é oportunidade de superação. O que não podemos é titubear no caminho a seguir. É preciso afirmar a necessidade de um projeto popular para o Brasil, tirar lições da crise e construir o novo sem medo de dizermos a que viemos. Frederico Santana Rick é sociólogo e militante das causas populares. Leia íntegra em www.brasildefato.com.br
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BRASIL
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2015
Mídia empresarial chantageia para cortes em políticas sociais POLÍTICA Novo corte afeta programas e atinge em cheio os servidores públicos. Movimentos sociais criticam impacto sobre os mais pobres Valter Campanato / Agência Brasil
Pedro Rafael Vilela de Brasília (DF) Por meio de cortes de gastos e investimentos, aumento de impostos e redução de ministérios, o governo federal pretende economizar um total de R$ 65 bilhões em 2016, segundo anunciaram os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), na última segunda-feira (14). Esse total vai servir para cobrir o déficit de R$ 30,5 bilhões no orçamento e ainda gerar um superávit nas contas de mais R$ 34 bilhões – que corresponde a 0,7% do PIB – para pagamento dos juros da dívida pública. No entanto, apenas R$ 2,9 bilhões virão do bolso dos segmentos mais ricos
Principal aposta do governo para fechar o orçamento de 2016 é recriar a CPMF
Empresários e trabalhadores estão insatisfeitos
da sociedade. Essa pequena fatia vai resultar do aumento no imposto de renda sobre o lucro obtido na venda de imóveis. Segundo cálculos de pesquisadores do Ipea, se hou-
vesse imposto de renda sobre lucros e dividendos dos empresários, numa taxa de 15%, o problema do orçamento já estaria resolvido sem a necessidade da criação de novos impostos e
Pressão por mais cortes O único apoio explícito que o governo recebeu após anúncio dos cortes foi da Febraban, federação que representa os bancos no país. Analistas da agência de classificação de risco Moody’s, que defendem interesses do capital financeiro, também elogiaram o pacote. Já parte do setor empresarial, movimentos sociais e até a base governista no Congresso Nacional criticaram as propostas. No caso da CPMF, a reação dos partidos de oposição esta semana foi tentar dar início ao processo de impeachment da presidenta Dilma. A mídia empresarial é a mais estridente. Num editorial publicado na capa do jornal, algo raro, a Folha de S. Paulo defendeu que o governo diminua gastos com programas sociais e acabe com a obrigação de percentuais mínimos para a saúde e educação. Em tom ameaçador, parecido com o período pré-golpe de 1964, o
corte de gastos.
editorial avalia que se Dilma não adotar medidas amargas, perderá as “responsabilidades presidenciais” e terá de abandonar o cargo. “Se a intenção do governo com o pacote era tentar aliviar a pressão da grande mídia, ela continua contrária ao pacote do mesmo jeito, chamando-o de ‘inci-
Direita pressiona por medidas anti populares piente’. Ou seja, não dialoga nem com o empresariado, nem com os trabalhadores que são aqueles para quem o governo deveria governar”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT. Movimentos criticam Em nota, o Movimento dos Trabalhares Sem Terra
(MST) afirma que reconhece a crise econômica mundial que atinge o Brasil, mas garante que não vai “admitir” que os trabalhadores paguem a conta. “Somos contra o ajuste fiscal e consideramos que o governo Dilma está implementando medidas de ajuste neoliberal, que ferem direitos dos trabalhadores e cortam investimentos sociais”. Durante ato em São Paulo, na terça-feira (15), o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, bateu duro na proposta do governo: “É lamentável. É um pacote recessivo, que joga a crise para os trabalhadores”. Diversas organizações de esquerda, reunidas na Frente Brasil Popular, organizam um ato nacional para o dia 3 de outubro, com o tema: “Defesa da democracia, de uma nova política econômica e dos direitos do povo brasileiro sobre o petróleo”.
CPMF e servidores públicos Já a conta que os servidores públicos federais vão ter que pagar para garantir a economia das contas públicas será de R$ 7 bilhões. O governo anunciou que vai adiar, de janeiro para agosto, o pagamento do reajuste salarial dos servidores e suspender novos concursos que estavam previstos para 2016. Mas a principal aposta do
governo para fechar o orçamento de 2016 é recriar a CPMF com uma alíquota de 0,20% sobre as movimentações financeiras, o que poderia render R$ 32 bilhões por ano, a metade dos R$ 65 bilhões que se pretende economizar. Para o economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Sicsú, o governo poupa “bilionários e milionários” ao criar a CPMF que atinge todo mundo. “Precisamos mesmo é voltar com a tributação sobre lucros e dividendos, que sob o governo do FHC se tornou isenta. Temos que fazer uma distribuição de carga tributária de acordo com o que cada um pode pagar”, afirmou em entrevista ao site da revista Brasileiros.
Pedidos de impeachment pressionam Dilma José Cruz / Agência Brasil
Nos próximos dias, pedidos de impedimento do mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT) devem ser enviados à Câmara dos Deputados, para apreciação. O presidente da casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB), deu prazo até 24 de setembro para que os 12 processos de impeachment já entregues sejam regularizados pelos autores. O político Hélio Bicudo e o jurista Miguel Reale Júnior organiza-
ram uma segunda versão do pedido, que apresenta suspeitas de ilegalidade sobre a presidência da República. O pedido é assinado também por 40 movimentos de oposição, dentre eles o Movimento Brasil Livre (MBL). Em resposta, a presidenta Dilma Rousseff (PT) declarou nesta quarta (16) que a atitude da oposição é uma “versão moderna do golpe”, que utiliza a situação econômica “como um mecanismo para chegar ao poder”.
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BRASIL
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Senado aprova aumento de imposto para bancos AJUSTE Medida foi votada na quarta (15) e aumenta contribuição em 5% Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr
Da redação Em sessão na quarta-feira (15), senadores aprovaram o aumento da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), um imposto voltado a bancos. Para instituições financeiras, o aumento é de 15% para 20% e para cooperativas de crédito, é de 15% para 17%. A medida vale até o final de 2018. A senadora que relatou a medida, Gleisi Hoffman (PT), afirmou que o ideal seria uma tributação de 25% a 30%. “A mesma Casa [Senado] que fez alterações em benefícios como pensão por morte não teve coragem de aumentar a taxação sobre a lucratividade dos ban-
Pessoa física paga 27,5%, bancos pagarão 20%
“O Brasil não tributa a renda de quem mais ganha no país” , aponta senadora
cos”, declarou, “O Brasil não tributa a renda de quem mais ganha no país”.
O senador Reguffe (PDTDF) criticou o encerramento da taxação da nova alí-
quota em 2018. Ele lamentou ainda que pessoa física tenha que pagar 27,5%
de imposto de renda, enquanto dos bancos é cobrada uma alíquota de apenas 20%. O aumento do lucro dos bancos foi de 40% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2014. Segundo estimativa do Palácio do Planalto, a medida deve gerar R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões para o governo federal por ano. A medida provisória segue para sanção da presidência da República.
MEC orienta que instituições aceitem nomes trans
Empresas estão proibidas de doar dinheiro a campanhas eleitorais
EDUCAÇÃO Desconsiderar a identidade de gênero estimula preconceitos dentro de escolas e universidades, afirma Ministério
POLÍTICA Depois de dois anos, STF decide por proibição imediata
Danielle Reis / GERJ
O Ministério da Educação enviou comunicado às Secretarias Estaduais de Educação e às instituições de Educação Superior com orientações para a garantia das condições de acesso e permanência de pessoas travestis e transexuais nos sistema e instituições de ensino. A nota reconhece que existem barreiras às pessoas travestis e transexuais que impedem a efetivação do direito à educação. Identifica que há um conjunto de discriminações que se manifestam no não reconhecimento da identidade de gênero e do nome social na realização da matrícula, nos processos seletivos e no cotidiano escolar e acadêmico. Conclui que as barreiras citadas alimentam situações de violência e oca-
O Ministério reconhece barreiras que impedem pessoas trans efetivar o direito à educação
sionam evasão escolar. Diante desse quadro, o MEC orienta que, para que se efetive o direito à educação de pessoas travestis e transexuais, faz-se necessário que os sistemas de ensino sejam capazes de reconhecer institucionalmen-
te sua identidade de gênero. Para isso, orienta que sejam feitas reformulações nos procedimentos técnicos e administrativos, além de buscar uma nova postura dos profissionais destes órgãos. (Com informações de Brasil247)
Rafaella Dotta O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou quinta (17) a votação sobre o financiamento de campanhas eleitorais, que julgou se a doação de empresas a políticos e partidos é constitucional ou não. Dos 11 ministros do Supremo, oito concordaram que a doação é inconstitucional, tornando o trâmite oficialmente ilegal. A ação questionava os dispositivos da Lei Eleitoral (9.504) e da Lei dos Partidos Políticos (9.096), que regulam a forma e limites para doações a partidos. A ação, proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), alega que pessoas jurídicas (empresas) não tem o exercício da cidadania e que isso abre portas
para casos de corrupção. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4650 sugeria que o Congresso Nacional implantasse a proibição em 24 meses, através de modulação dos efeitos. Porém, o STF julgou pela proibição imediata, sem modulação. Uma longa votação O tema estava em votação há dois anos no STF, quando o ministro Gilmar Mendes pediu vistas ao processo. Movimentos como a Campanha pela Constituinte do Sistema Político denunciaram o atraso da matéria inúmeras vezes, alegando que Gilmar pretendia segurar a votação até que o Congresso Nacional conseguisse incluir a medida na Constituição Federal.
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MUNDO
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Militares de Burkina Fasso proclamam golpe e dissolvem governo provisório INSTABILIDADE POLÍTICA No fim de 2014, revolta popular havia derrubado ex-presidente, que ficou 27 anos no poder Evan Schneider / Arquivo UN
Opera Mundi Militares de Burkina Fasso anunciaram nesta quinta-feira (17) que destituíram o presidente interino, Michel Kafando, e dissolveram o governo a poucas semanas da realização de eleições. “As forças patrióticas e democráticas, compostas por todos os setores do país e reunidas no seio do CND (Conselho Nacional da Democracia), decidiram terminar com o regime de transição”, afirmou um militar, em pronunciamento da TV estatal, RTB. O líder do golpe é o general Gilbert Diendéré, que foi proclamado hoje presidente da instituição mili-
Michel Michel Kafando, Kafando, eleito eleito presidente presidente interino interino atéaté as eleições as eleições de de novembro de 2015, foi deposto pelos militares
tar CND. Além disso, ele foi chefe do Estado-Maior no antigo governo do ex-presidente Blaise Campaoré, derrubado por uma revol-
ta popular no fim de 2014, após 27 anos no poder. A primeira medida adotada por Diendéré foi o fechamento das fronteiras
terrestres e aéreas até novo aviso, assim como um toque de recolher a partir das 19h até as 6h, horário local, reportou o portal Burkina 24. Na quarta (16), Kafando e o primeiro-ministro, Isaac Zida, foram tomados “como reféns” pela guarda presidencial durante o Conselho de Ministros. Ambos foram levados para um acampamento militar na capital, Ouagadogou, onde permanecem em prisão domiciliar. Segundo Diendéré, o governo interino de Kafando gerou uma “grave situação de insegurança pré-eleitoral”. No país do oeste africano está prevista uma votação no dia 11 de outubro,
que pretende colocar fim ao período de transição.
O general Gilbert Diendéré, líder do golpe, ordenou fechamento das fronteiras Em comunicado, o presidente da França, François Hollande, condenou “firmemente” o golpe e pediu a libertação imediata de todos os detidos, bem como o retorno ao processo eleitoral. Ex-colônia francesa, Burkina Fasso se tornou independente em 1960 e, desde então, passou por diversos momentos de turbulência política.
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ENTREVISTA 11
“Ajuste cede a pressões para jogar desemprego para cima e salários para baixo” CÍRCULO VICIOSO Economista explica que a atual crise política ajuda a piorar crise econômica Reprodução
Helder Lima da Rede Brasil Atual
ajuste não era fazer o Brasil crescer, não era manter a taxa de juros, mas o que está por trás é realinhar alguns parâmetros da economia brasileira, em particular, jogar o desemprego para cima e os salários para baixo.
Ainda que as eleições de 2014 tenham resultado na vitória de Dilma Roussef, o que se vê, desde então, é o governo cedendo a pressões para implantar um programa semelhante ao de seus adversários. Abaixo, fragmentos de entrevista de Pedro Rossi, professor da UNICAMP. Ele denuncia a contradição em que o ajuste fiscal colocou o Brasil. RBA – Dá para estabelecer uma proporção de quanto a crise é política e quanto é econômica? Pedro Rossi - Não dá para estabelecer uma proporção, mas o que podemos falar é que a crise política tem agravado a crise econômica. Não é que sem o cenário político a economia iria bem, ela está sendo afetada por vários fatores, alguns estruturais e outros conjunturais. E a crise política é mais um fator que afeta negativamente a economia, e com grande força. Vamos pensar nos fatores estruturais. No caso brasileiro, houve crescimento assentado no mercado interno, com base em distribuição de renda e crédito. Todo o ciclo de consumo e crédito tem seus limites. Por isso, há um ciclo, você não fica infinitamente crescendo a taxas de 20%, como foi o caso do crédito no país no final da década passada.
“A crise política é mais um fator que afeta negativamente a economia” Qual a importância do rebaixamento do país pela Standard and Poor’s? É extremamente questionável a atuação dessas agências porque elas são privadas, financiadas pe-
O objetivo do ajuste é jogar o desemprego para cima e os salários para baixo
Pedro Rossi diz que agências de classificação de risco, como a Standard and Poor’s, são alvos de inquéritos por fraude e têm critérios questionáveis
lo setor privado, elas são alvos de inquéritos em vários lugares do mundo, elas pagaram multa por manipulação, por fraude, e ranquearam os ativos pobres norte -americanos como excelentes, às vésperas da crise nos Estados Unidos. Então, seus critérios são extremamente questionáveis.
“O que é bom para o credor não é necessariamente bom para a população” Mas vamos pensar que não há nenhum tipo de incompetência, de fraude ou manipulação política. Vamos supor que as agências fossem extremamente técnicas e eficientes. Mesmo assim, seria problemático, porque, no fundo, eles estão avaliando uma coisa específica que é a saúde do país diante do credor. E o que é bom para o credor não é necessariamente bom
para a população ou para a estratégia a ser seguida pelo país. Com o ajuste fiscal, o governo faz o que o mercado quer, mas o mercado pune o governo por ter feito o ajuste, uma contradição... O credor quer que o Estado se reduza, que corte gasto social, reforme o sistema de aposentadoria, mas isso não é bom para a nação. A meu ver, o objetivo do
Você é a favor de mudanças nos impostos sobre consumo, como o ICMS, que são extremamente injustos, já que são pagos pelo rico e pelo pobre indistintamente nos mesmos valores? Temos de entender o desafio dessa reforma, porque ela passa pelo federalismo brasileiro, que é muito complicado. De que forma vamos conseguir mediar as relações entre os entes da federação? O ICMS é uma receita que vai principalmente para os estados, é sua maior fonte de financiamento. O que poderia substituir o ICMS? Eu acho que é um debate que tem de ser feito com calma, a longo prazo. Esse debate não pode acontecer às pressas e sob a sombra do ajuste fiscal conjuntural, que é o que está sendo feito. E o que es-
tá acontecendo também é uma discussão muito mais em torno do gasto público e do gasto social do que sobre a tributação. Os economistas querem cortar o gasto social, o que é extremamente complicado e antidemocrático, a meu ver, porque fere a Constituição de 1988.
“Os economistas querem cortar o gasto social, o que é extremamente complicado e antidemocrático” O Bolsa Família é uma parte muito pequena do gasto público, o gasto com juros é muito maior, entre 7% e 8% do PIB, muito maior do que o Bolsa Família (R$ 27 bilhões este ano), que é pouco representativo no orçamento total. E o que temos de mais expressivo em termos orçamentários é a Previdência Social. Os gastos com saúde e educação são bem maiores do que os do Bolsa Família. A frente de ataque da direita, dos economistas ortodoxos, é a vinculação do gasto social, eles querem poder cortar os 15% da saúde, os 15% da educação. Leia a íntegra da entrevista no link: migre.me/rxKUc
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CULTURA
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Novela
Até quando as verdades serão secretas?
Joaquim Vela
Verdades Secretas é mesmo uma história de tirar o fôlego. Há tanta tensão nas cenas, no texto, nas tramas dos personagens, que o sono vai embora depois de assistir a um capítulo da novela. O romance escondido de Alex (Rodrigo Lombardi) e Angel (Camila Queiroz) é realmente excitante. Os dois atores são bonitos e sensuais e estão muito bem nos papéis. Mas a menina é menor de idade e o rapaz, padrasto dela. O que causa certa estranheza, por um lado, mas desperta curiosidade, por outro. Nesta semana ele humilhou a esposa e mãe da amante, Carolina (Drica Mo-
também no email: quimvela@brasildefato.com.br Divulgação
Evento recebe artistas LGBTI
rais), mas Angel não deixou por menos: colocou o homenzarrão no chinelo defendendo a mãe. Fácil para ela, que tem Alex em suas mãos. A cena foi pesada, as ofensas foram fortes, deu gastura de ver esse triângulo amoroso e incestuoso numa situação tão limite. E as humilhações vão continuar, conforme apurei por aí. A filha de Alex, Giovanna (Agatha Moreira), conhecedora do romance secreto do pai, quer logo jogar a verdade no ventilador. Não porque tem pena de Carolina, mas porque está de olho na herança de seu pai, sempre muito rígido com ela. Nos
próximos capítulos, ela vai se esforçar em cumprir o seu plano. Parece que as relações pais e filhos no folhetim é isenta de qualquer compromisso moral e afetivo. A pobre Carolina, sem saber de nada, é a única que ainda acredita na candura de sua menina, que de anjo, parece ter só o nome. A novela chega ao fim na próxima semana. Será que todas as verdades dos personagens serão reveladas? Só conferindo para saber, né? Você vai perder? Eu não! Até semana que vem! Joaquim Vela
Agenda Grátis do Final de Semana
DIREITOS Convite a artistas que trabalham relações mais igualitárias entre gêneros Divulgação
O Fantástico Circo de Papel
O Grupo Girino de teatro traz o circo ao pequeno picadeiro por meio de personagens de papel. Em certo momento, personagens humanos também entram em cena, criando uma atmosfera mágica entre realidade e fantasia. Sexta (18), às 17h30, no Centro Cultural São Bernardo (Rua Edna Quintel, 320) O PODE SIM! é uma roda de conversa que vai durar dois dias, 21 e 22 de setembro, em que cada participante terá 15 minutos para falar sobre suas experiências. A ideia é que pessoas LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais) levem seus trabalhos artísticos, acadêmicos, profissionais, incentivando mais pessoas a produzir conteúdos com temáticas reflexivas e igualitárias. No primeiro dia (21), a roda recebe Francine Oliveira, que apresenta uma análise
de tirinhas de Laerte, a atriz Gabriela Dominguez, o professor do Centro universitário UNA Roberto Reis, o coletivo TODA DESEO, de artistas mineiros voltados às questões de pessoas trans e o fotógrafo Diego Moreira.
No segundo dia (22), participam os proponentes do evento “Trans Residência”. O debate faz parte do 16º Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto e é organizado pelo coletivo Nada Errado.
PODE SIM! Quando:
21 e 22 de setembro, às 19h Onde:
Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3613, bairro Horto) Quanto: Gratuito
Lélia Gonzalez: O feminismo negro no palco da história
A exibição de 16 painéis homenageia a historiadora, filósofa, antropóloga e ativista do movimento negro Lélia Gonzalez, intelectual baiana que se dedicou a estudar gênero e etnia em plena ditadura militar. Até domingo (20), das 9h às 21h, no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade)
CULTURA
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Verdade na área de serviço CINEMA Três empregadas domésticas relatam suas impressões sobre o filme “Que horas ela volta?” Larissa Costa / BFMG
Joana Tavares O filme “Que horas ela volta?” vem dando o que falar. Escolhido pelo Ministério da Cultura para disputar uma vaga no Oscar na categoria de melhor filme em língua estrangeira, já foi visto por quase 150 mil pessoas no Brasil. As atrizes Regina Casé – que interpreta a doméstica Val - e Camila Márdila – que faz sua filha, Jéssica – foram premiadas por suas atuações. O filme chamou a atenção de críticos e público por tratar de um tema tão presente na realidade brasileira: a relação entre empregada doméstica, especialmente aquela que cuida das crianças, e seus patrões. O Brasil de Fato MG convidou três domésticas para dar suas impressões sobre o filme. Confira abaixo o que elas acharam. (A íntegra dos depoimentos está no site www.brasildefato.com.br). Que horas ela volta? Onde está em cartaz: Cine 104, Ponteio Lar Shopping, Belas Artes, BH Shopping “A sociedade tem de mudar” Vera Lúcia Barbosa, 51 anos
As domésticas Eva, Angela e Vera (da esq. para dir.) deram suas impressões sobre o filme
“Adorei esse filme, porque ele busca a realidade da gente. Eu fui babá, fui empregada doméstica, eu sempre trabalhei e dormi nas casas das patroas. Eu sou um pouco a Regina [Casé]. Eu gosto dos meus patrões, respeito, tenho carinho por eles, mas sempre sei meu cantinho, meu lugar. Não me considero diferente, nem menor que eles, mas sinto aquele respeito. Desde o primeiro dia que eu entrei na casa das pessoas
para trabalhar, me indicaram que teria que ser assim. ‘Você vai comer aqui na cozinha. O seu prato é esse. O seu talher, o seu copo é esse’. Então, não tinha essa de sentar na mesa com patrão. Essa situação está mudando muito. Teve essa política que nos ajudou muito, nos valorizou. As pessoas precisam enxergar a empregada doméstica de um modo diferente. No filme aparece o preconceito, e ele ainda existe. Isso tem que mu-
dar. A sociedade precisa superar esse preconceito.” “Hoje a pessoa reivindica” Eva Guilherme, 58 anos “Achei o filme legal. É como a vida mesmo. Nós começamos a trabalhar muito cedo. Hoje muita coisa mudou. A Val não tinha a filha dela, então ela cuidava do menino como se fosse dela, enquanto ela pagava alguém pra cuidar da filha dela. E cuidou muito bem. Estudou, igual a mãe
mandava. Ela mandava o dinheiro e falava: ‘minha filha tem que estudar’. Emocionei mais porque quando a menina chegou, o patrão queria a menina. Ele gostava muito da empregada, mas a filha ele queria levar pra cama. A menina podia ficar lá, desde que ela fosse deitar com ele. Antigamente empregado tinha mesmo que conhecer o lugar dele, não tinha direito nenhum. Hoje a pessoa reivindica. Os patrões não tratam a gente do mesmo jeito mais não. De dez anos pra cá, mudou bastante. Por exemplo, acho que ninguém mais dorme em emprego. Vocês conhecem alguém que ainda dorme em emprego? Eu não.” “Temos mais valor” Angela Maria Ferreira Pereira, 66 anos “O filme me fez lembrar muitas coisas, dos lugares onde a gente trabalha. Mas, nos lugares que eu passei, acho que quando me ofereciam era pra aceitar. Mas, acho que a gente tem também que reconhecer nosso lugar. Tem que ter um pouco de educação. A menina também estava muito exaltada, muito agitada, acho que cada um tem que reconhecer seu lugar. Acho que as patroas estão valorizando mais os empregados. Está tendo mais valor.”
Arquitetura da exclusão Divulgação
Sílvia Alvarez* De patroas megeras e de empregadas heroínas nós brasileiros entendemos. No filme de Anna Muylaert, “Que horas ela volta?”, essas personagens voltam à cena. Bárbara (Karine Teles) é a patroa, mulher bem-sucedida, moradora do Morumbi, bairro rico de São Paulo, com marido e filho. Val (Regina Casé) é a empregada-faz-tudo, que desempenha funções de babá a cozinheira. Os enquadramentos iniciais nos fazem mergulhar
no universo de Val. A Val e a nós, espectadores, é negado o acesso à casa. Quando saímos da cozinha, é para transitar por um corredor que leva aos quartos da família, sempre com as portas fechadas. Até que chega Jéssica (Camila Márdila), filha que Val deixou no Nordeste para trabalhar em São Paulo. Quando questionada sobre para qual curso pretende prestar o vestibular, surpresa: arquitetura. Jéssica chega não só para questionar os papeis impostos às empregadas, ela também
questiona os espaços a elas designados. Ao expor a persistência do passado de casa grande e senzala no Brasil neodesenvolvimentista, o filme mostra um país moderno, mas arcaico. A mensagem de esperança, personificada em Jéssica é: continuamos com os mesmo problemas estruturais de sempre, mas o sempre muda. Os papeis são ressignificados, os espaços ocupados. Algo mudou. Algo ainda pode mudar. (*Jornalista e mestranda em Ciências Sociais)
14 VARIEDADES
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2015 www.malvados.com.br
Panqueca Americana Brasileira por Patrícia Ditolvo E você, tem alguma receita que queira compartilhar? Envie para nós:
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F Y E T E R M C I N S L N I
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Solução
INGREDIENTES • • • • • •
MODO DE PREPARO
1 ovo 1/2 xícara de leite ou iogurte (eu gosto mais com iogurte) 2 colheres de sopa de açúcar mascavo 1 xícara de farinha 1 colher de sopa de fermento químico Leite de coco, leite condensado ou mel
Bater tudo menos o fermento no liquidificador até ficar bem homogêneo. Colocar o fermento e bater só mais um pouquinho. A consistência da massa é bem mais pesada que a de panqueca normal, quase como uma massa de bolo. Esquentar uma frigideira antiaderente com um pouquinho de manteiga. Despejar a massa formando discos do tamanho que quiser e abaixar o fogo. As panquecas estão prontas para virar quando der para ver as bolhinhas e a massa ficar menos brilhante. Virar com a ajuda de uma espátula. Quando dourar, pronto!
Amiga da Saúde Amiga da saúde, como é possível identificar se uma mulher está com depressão pós-parto? Josimar Ferreira, 35 anos operador de máquinas
A R R O A T B A E D F I I V Y P O K R C H E C B I S T A O S I G L
N C H A R L O L S C U S H R B A B I R E M O S G O S C S K A M W K S L O P A C I V A G C E L S E A N C E R N I E A M T A R N O L G O H S A H K I
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O período pós-parto é difícil para todas as mulheres. A gestação e o parto envolvem uma explosão de sentimentos, bons e ruins. As mudanças no corpo, os hormônios e o cansaço físico também mexem com a emotividade. Cuidar bem de um bebê com muitas pessoas opinando sobre o que é certo ou errado é um grande desafio. Dessa forma, chorar é normal. Certa tristeza alguns dias após o parto, que desaparece logo, também é normal. Mas atenção para as situações nas quais a tristeza toma conta aos poucos e vai aumentando. Isso pode ser depressão. A mulher costuma perder o interesse por tudo o que gosta e pode não mais conseguir cuidar de si e do bebê. Mulheres no pós-parto precisam de carinho e cuidado. Precisam que alguém cuide das tarefas da casa para que ela possa se dedicar ao bebê sem ficar esgotada. Se desconfiar de depressão, é preciso procurar ajuda profissional o quanto antes. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Coren MG 159621-Enf.
ESPORTES
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2015
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Vôlei de praia em Contagem
15 15
na geral
Três Toques Wallace Oliveira
Paratletas depois do esporte
Prefeitura de Uberlândia
Divulgação / cbbvp
Se Marin recebeu propina, quem pagou?
Entre 17 e 20 de setembro, Contagem recebe a etapa mineira do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, masculino e feminino. O circuito tem nove etapas e garante pontos no ranking para participação nos torneios internacionais pelas seleções brasileiras. Os jogos são disputados no Parque Linear do Sarandi, com entrada gratuita. As tabelas dos jogos foram publicadas na última quarta-feira (16). Informações: cbbvp.cbv. com.br/
Estacionamento no Mineirão Breno Pataró / Portal PBH
De acordo com Loretta Lynch, secretária de Justiça dos Estados Unidos, o FBI prosseguirá com os indiciamentos contra dirigentes da FIFA envolvidos em escândalos de corrupção. Desde o dia 27 de maio, seis deles estão presos na Suíça. Um dos detentos é o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, acusado de receber propina para favorecer empresas na definição dos direitos de transmissão da Copa do Brasil e Copa América. Quem transmitiu essas competições para o Brasil foi a Globo. Reprodução
Brasileiros querem jogo mais cedo
A CBF encomendou uma pesquisa ao IBOPE, cujos resultados foram divulgados esta semana. Foram entrevistadas 1200 pessoas por telefone. O objetivo era medir a aceitação do público sobre novos horários de jogos do Brasileirão e avaliar o campeonato. Em dias de semana, 32% dos entrevistados preferem os jogos às 20h30, 24% às 22h, 23% às 21h, 14% dos entrevistados querem ver os jogos às 21h30 e 7% disseram que tanto faz ou que não assistem futebol. Nos fins de semana, 25% preferem os jogos do sábado às 16h e 33% disseram que querem as partidas do domingo também às 16h. Do total de pessoas consultadas, 47% são contra os jogos do domingo às 11h; 59% dizem que frequentariam os estádios no meio da semana, caso os jogos fossem mais cedo.
Condições para ir ao estádio A maioria (49%) vai ao estádio de carro particular, seguida pelos que vão de ônibus (34%). Perguntados/as sobre a qualidade do transporte público para ir aos jogos, 50% disseram que é ruim ou péssima e 29% afirmam que é regular. Apenas 17% consideram o transporte bom ou ótimo. De acordo com a pesquisa, os principais motivos que levariam as pessoas a frequentarem mais os estádios são a segurança, apontada por 76% dos entrevistados, e o preço do ingresso, apontado por 55%. A íntegra da pesquisa está disponível no link: migre.me/rxDgW.
Representantes dos clubes mineiros, da Minas Arena e vereadores discutiram, em audiência na Câmara Municipal de BH, alternativas para ampliar dos estacionamentos no entorno do Mineirão. A expectativa é que se regularizem as vagas que funcionam sem fiscalização e sejam liberadas as ruas para estacionar no entorno do Gigante da Pampulha. A BHTrans realizará testes, mas ainda não tem data marcada.
VocêSabia?
Pratique esportes
Ginástica
Onde:
praças e quadras da cidade de Contagem
Quando:
de segunda a quinta-feira, manhã e noite
Nos últimos anos, tem crescido o investimento nos esportes paralímpicos no Brasil. O país se tornou uma potência paraolímpica, conquistando várias medalhas e recordes. A maioria dos competidores brasileiros de alto rendimento recebe algum incentivo do governo, como o benefício da Bolsa-Atleta. Em geral, as carreiras esportivas são curtas e, ao concluí-las, atletas e paratletas são muito jovens para se aposentar e nada jovens para ingressar numa nova profissão. Alguns não conseguem se inserir no mercado de trabalho e passam a sofrer dificuldades financeiras. Para enfrentar esse problema, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) lançou um programa de Transição de Carreira. A intenção é capacitar o atleta paralímpico para que, ao abandonar o esporte, tenha opções de atuação profissional. O CPB espera iniciar as primeiras atividades em janeiro de 2016.
O programa Exercita Contagem oferece aulas gratuitas de ginástica em 14 diferentes locais da cidade. Os interessados devem se cadastrar.
Informações: (31) 3352-5469
O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que entrem em contato com os organizadores das atividades para confirmar data, horário e local.
A primeira competição de ginástica rítmica em olimpíadas foi realizada em 1984, em Los Angeles. A atleta que deixasse as alças do sutiã aparecerem poderia ser punida com perda de pontos. Essa regra só foi abolida em 1988, nos jogos de Seul, Coreia do Sul.
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ESPORTES
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2015
DECLARAÇÃO DA SEMANA
CURTO E GROSSO
Segundo dados de uma pesquisa do IBOPE (ver página 15), a maioria dos torcedores brasileiros reprova os horários dos jogos do Brasileirão. Oficialmente, a CBF define quando a partida começa, mas nunca sem antes pedir bênção à Globo, detentora do monopólio da transmissão do campeonato. Há anos, o torcedor brasileiro tem que assistir o futebol às dez da noite no meio da semana, “depois do último beijo da novela”, como bem definiu o craque Alex. Dado o apito final, quem frequenta o estádio vai pegar ônibus demorado, caro e lotado. Chega em casa tarde e vai traba-
lhar cedo no dia seguinte. Recentemente, alguns jogos dos domingos passaram a ser disputados às 11h da manhã. O sol escaldante do meio do dia fulmina atletas, árbitros e torcedores, mas a medida ajuda a segurar a audiência da TV no horário. Em protesto contra essa situação, o Coletivo Futebol, Mídia e Democracia lançou a campanha “Jogo dez da noite, não!”. Rapidamente, a proposta ganhou a adesão de várias torcidas em todo o Brasil, que se manifestaram nos estádios contra os horários dos jogos, usando as cores de seus clubes. Para participar, basta escrever para a página da campanha no Facebook.
Rubens Chiri/saopaulofc.net
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Jogo dez da noite, não! Wallace Oliveira
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Divulgação
Eu tenho muito potencial para estar na Seleção. Não vejo ninguém melhor do que eu no momento.
”
Alexandre Pato, atacante dos dentes brancos , se convocando à seleção que tem Neymar, Hulk, Rafinha, Firmino e Douglas Costa no ataque.
Torcidas de todo o país protestam contra jogo às 22h
Gol de placa
Politeama 7 x 7 MST. O jogo entre o time de Chico Buarque e os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, na segunda-feira (14), foi um evento entre amigos. Chico é apoiador das causas populares e adorou ouvir, da boca de João Pedro Stédile, que o campo de futebol da Escola Nacional Florestan Fernandes se chamará “Sócrates Brasileiro”.
Gol contra
Palmeiras e Grêmio jogam sábado (19) no Pacaembu, mas o ingresso é tão caro quanto o do moderno Allianz Parque. A diretoria alviverde insistirá que o preço é alto porque a manutenção do estádio é cara?
OPINIÃO Bráulio Siffert A derrota contra o CRB foi o pior jogo do América na Série B, elevando ao máximo os problemas pelos quais o time vem passando desde o início do campeonato, como desorganização em campo, muitos erros de passe, excesso de medo fora de casa, falta de ofensividade, contratações equivocadas e falta de oportunidades aos garotos da base. Se quer
de fato subir para a primeira divisão, o América não pode jogar recuado em nenhum jogo, não pode insistir com jogadores que não contribuem em nada, não pode deixar de treinar as peças de reposição para os casos de desfalques e, no limite, não pode continuar com um técnico medroso, confuso e teimoso. Felizmente, temos o time feminino para nos alegrar com muitas vitórias.
OPINIÃO Rogério Hilário Como avisei na semana passada, mais fácil seria os outros times se aproximarem do que o Corinthians se afastar. Dito e feito: o Grêmio encostou. Na briga entre o mar e o rochedo, quem sofre é o marisco. O Galo está no meio e tem que se preocupar com os três lados. O primeiro, seu próprio desempenho. Os outros dois são óbvios. Preocupa mais a perfor-
mance alvinegra, visivelmente instável. Diante do Santos, faltaram os argumentos de praxe: desfalques, retrospecto fora de casa, erros de arbitragem, azar, inferno astral. Para a crônica esportiva em geral, o Atlético nunca é inferior ao adversário nos confrontos. Ou joga mal ou é prejudicado. Para manter a esperança, é melhor tomar cuidado com o Flamengo neste domingo.
OPINIÃO Léo Calixto Cruzeiro, “O time do POVO”. Assim está sendo chamado o maior clube de futebol das Minas Gerais. E o colunista que vos escreve não poderia deixar de dar sua opinião sobre esta nova alcunha do clube celeste. Não irei me prender no debate se é ou não o time do povo. Nossa história mostra que de fato sempre fomos o time do povo. O fato é que a direção ce-
leste agiu rápido e colocou o departamento de marketing para funcionar. Mas, mais importantes do que campanhas de marketing com camisas e músicas, são necessários mecanismos que façam do Cruzeiro um time realmente popular. Preços mais populares dos ingressos (de sócios e não sócios) e maior transparência e democracia nas gestões são algumas medidas a serem adotadas.