Minas Gerais
23 de dezembro a 12 de janeiro de 2016 • edição 167 • brasildefato.com.br • facebook.com/brasildefatomg • distribuição gratuita Lucas Figueiredo / CBF
Lídyane Ponciano / CUT Minas
s e p l o g s o d o n 2016: O a ) s a i c n ê t s i s e r (e das
Lula Marques / AGPT
José Eduardo Bernardes
ENTREVISTA
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CULTURA
Mídia NINJA
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“Jesus passou a ser um detalhe”, diz teólogo
BH também é lugar para aproveitar folga
Para estudioso das religiões, Natal se tornou culto ao consumo e perdeu sentido de questionar a maneira de ver a humanidade
Confira roteiro especial que o Brasil de Fato MG preparou para quem quer curtir o verão sem sair de BH
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 23 a 13 de janeiro de 2016
Editorial | Brasil
A luta é por eleições diretas já
ESPAÇO dos Leitores
“Ou o povo brasileiro acaba com a república dos ladrões ou a república dos ladrões acaba com o povo brasileiro” Sérgio Barros comenta a entrevista “Greve geral é uma necessidade”, com o dirigente sindical Júlio Turra
“Que foto linda!” Lidyane Ponciano comenta a matéria “Movimentos populares ampliam campanha por ‘Diretas Já’”
-“Que seu exemplo permaneça”
Tania Almeria comenta o artigo de João Paulo Cunha “Duro com o opressor, amoroso com o oprimido”
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O governo não eleito de Temer acelerou os golpes contra os direitos dos trabalhadores e contra os direitos sociais. As medidas deixam claro: Temer quer mostrar força aos ricos e poderosos que o sustentam. Primeiro aprovaram a PEC 55 – a PEC do teto dos gastos, conhecida popularmente como PEC da Morte. Depois golpearam a previdência do trabalhador e dos servidores públicos estaduais. Com a proposta de Reforma da Previdência de Temer, o trabalhador terá que pagar por 49 anos ao INSS para se aposentar com a média das suas
Próximo passo é fim do 13º salário contribuições. E Temer já anunciou que logo no início do ano, “provavelmente em janeiro”, vai apresentar a reforma trabalhista. E, por fim, a menina dos olhos da burguesia brasileira: permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais. Ou seja, todos os direitos garantidos na CLT, como as férias, 13º salário e descanso semanal remunerado estão em risco. Temer em xeque Mas Michel Temer está na berlinda. As diversas denúncias de corrupção contra o próprio presidente e seus ministros mais próximos balançam seu governo. Corrupções que vão desde o mais mesquinho interesse para com-
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
prar um apartamento do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, até delações de vários executivos da Odebrecht de que Temer recebeu R$ 10 milhões em propina de Marcelo Odebrecht
Direita quer eleições indiretas, sem o povo no próprio Palácio do Jaburu. Por isso, os grandes empresários e os partidos conservadores da direita brasileira que organizaram o golpe começam a questionar a capacidade de Temer. O golpe teve um objetivo estratégico: aprovar medidas de retiradas de direitos dos trabalhadores e diminuir os gastos públicos com as políticas sociais (saúde, educação, assistência social e previdência social). A corrupção foi apenas uma desculpa para convencer o povo brasileiro a apoiar o golpe. Ou ninguém sabia que Temer era um dos mais sujos políticos brasileiros? A nova estratégia é Temer renunciar e o Congresso Nacional eleger, de maneira indireta, um novo presidente. Estão cotados o velho Fernando Henrique Cardoso e o velho Nelson Jobim. E não querem nem saber de eleições diretas para ouvir a opinião da maioria sobre o que deve ser feito para tirar o país da crise. Para os trabalhadores e para o povo brasileiro, o momento é de resistir à perda de direitos e lutar pela democracia: queremos eleições Diretas Já!
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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Adriano Ventura, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Durval Ângelo Andrade, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Milton Bicalho, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Samuel da Silva, Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Larissa Costa, Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Alan Tygel, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, João Paulo Cunha, Léo Calixto, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração: Vinicius Nolasco. Distribuição: Amélia Gomes. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.
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Belo Horizonte, 23 a 13 de janeiro de 2016
“Este ano foi muito difícil pra mim. Meus pais ficaram desempregados e a gente não tinha o que comer. Desejo que em 2017 sejamos mais felizes, que seja uma época boa pra todo mundo”.
Ana Luísa, 15 anos, estudante
“Foi um ano com muitas dificuldades pra mim, principalmente em relação a emprego. Mas consegui um trabalho agora, na minha área, e deu tudo certo. Espero que fique ainda melhor”.
Brenda da Silveira, 24 anos, farmacêutica
Medidas para ajudar seu cão a se sentir melhor com os fogos do Ano Novo
Por conta da audição mais aguçada, os cães sofrem muito com os barulhos dos fogos de artifício. Pensando nisso, selecionamos cinco dicas para protegê-lo: 1. Deixe as janelas e portas fechadas para evitar a fuga do animal. Torne o ambiente mais seguro, retire objetos que possam cair no cão.
Reprodução
“Desfazer o normal há de ser uma norma”. Manoel de Barros, o “poeta das miudezas”, que completaria 100 anos em 19 de dezembro, se estivesse vivo
BOMBOU NA REDE
O que você espera para 2017?
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Declaração da Semana
PERGUNTA DA SEMANA
O ano que se despede não foi fácil para o país. Mas, como povo forte que é, o brasileiro sempre tem esperança e se reinventa. O Brasil de Fato MG perguntou:
GERAL
Michel Temer até tenta se fazer de bonzinho, mas não cola. Na sexta (16), ele e sua esposa, Marcela, realizaram a entrega de presentes para crianças no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Os pequenos não pareciam muito animados nas fotos oficiais e, claro, o público não perdoou. “Eu tô só essas crianças ganhando presente de Natal do Temer”, brincou a twitteira @barstarwski. Um meme (foto acima) muito compartilhado zombou, inclusive, da Reforma da Previdência. Quem sabe essas crianças conseguem se aposentar, né?
Menos calor nesse verão
Reprodução
2. Se for sair, deixe-o em ambientes conhecidos e que tenham cheiros familiares. Facilite o acesso aos locais onde ele dorme, se alimenta, etc. 3. Coloque uma plaquinha de identificação no seu cachorro. Caso ele fuja, há mais chances de ele voltar para casa a salvo. 4. Abrace seu cãozinho. O contato corporal ajuda a aliviar a tensão. 5. Se for possível, treine seu cachorro de forma preventiva para que ele saiba como agir quando se sentir em perigo por causa dos barulhos.
Ao que tudo indica, o verão deste ano será menos quente do que o do ano passado. A informação é do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), que explica que em 2015 o clima ficou mais aquecido por conta do fenômeno El Niño. Na região sudeste, a temperatura não deve ultrapassar a média histórica, que vai de 30 a 32º. O verão começou na manhã no dia 21 de dezembro e termina no dia 20 de março de 2017.
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MINAS
Belo Horizonte, 23 a 13 de janeiro de 2016
Fatos que marcaram 2016 em Minas Samuel Mendes
ABRIL
FEVEREIRO Um dos melhores carnavais do país Belo Horizonte realizou um dos maiores carnavais de sua história e movimentou 1,6 milhão de foliões. 36% das pessoas que participaram do evento consideraram os blocos de rua a melhor atração do carnaval, segundo pesquisa da Belotur.
Rui Muniz (PSB) é preso O prefeito atualmente afastado de Montes Claros foi preso em 18 de abril pela operação da Polícia Federal “Sabotadores da Saúde”. Ruy Muniz é acusado de desviar dinheiro da saúde do município com intuito de privilegiar seus hospitais particulares.
JUNHO Nárcio Rodrigues (PSDB) é preso O ex-presidente do PSDB de Minas Gerais, Nárcio Rodrigues, foi preso acusado de lavagem de dinheiro e fraude enquanto exercia o cargo de secretário de Ciência e Tecnologia do governo Anastasia (PSDB). A suspeita é que Nárcio tenha desviado R$ 14 milhões.
MARÇO JANEIRO
Lei 100 cai e demite 60 mil Nos primeiros dias de janeiro, cerca de 60 mil servidores públicos estaduais, a maioria trabalhadores da educação, foram demitidos. A Lei Complementar número 100, aprovada no governo de Aécio Neves em 2002, tinha admitido milhares de servidores sem concurso. Ela foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Mídia NINJA
MG contra o Zika vírus Ameaçada por uma onda dos vírus Chikungunya, Zika e dengue, Minas Gerais se mobilizou contra o mosquito transmissor Aedes Aegypti. Março foi o mês de maior alastramento dos vírus em MG, que atingiu os recordes de 102 casos prováveis de Chikungunya, 5 mil casos prováveis de Zika e 160 mil casos prováveis de dengue. Protesto gigante em BH Cerca de 60 mil pessoas ocuparam as ruas de BH na noite de 18 de março contra o impeachment de Dilma Rousseff. Este foi o maior protesto da capital mineira depois de junho de 2013. Manifestantes realizaram também as ocupações da Funarte, do Centro de Referência da Juventude e do Ministério da Saúde.
MAIO Acampamento contra
o impeachment Durante dez dias, movimentos populares montaram um acampamento na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, contra o impeachment de Dilma Rousseff. De 1º a 11 de maio foram realizadas manifestações, debates e shows que receberam cerca de 20 mil pessoas, segundo organizadores, integrantes da Frente Brasil Popular.
Belo Horizonte, 23 a 13 de janeiro de 2016
MINAS
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Mídia NINJA
DEZEMBRO
OUTUBRO
AGOSTO
Brancos e nulos surpreendem O número de votos brancos, nulos e ausentes bateram recorde nas eleições municipais no país. Em BH, Alexandre Kalil foi eleito por 628 mil votos, enquanto a somatória de brancos, nulos e ausentes chegou a 742 mil. Em Montes Claros 34% não votaram em ninguém, em Contagem foram 41%, em Juiz de Fora
Morre o cantor Vander Lee Aos 50 anos, o cantor e compositor mineiro Vander Lee faleceu por problemas cardíacos. Ele completaria 20 anos de carreira em 2017.
Vereador de BH é afastado O presidente da Câmara dos Vereadores, Wellington Magalhães (PTN), foi proibido de exercer a função de presidente da casa. O Ministério Público investiga contratos de publicidade com supostas fraudes da ordem de R$ 2,5 milhões. MG decreta estado de Calamidade O governador Fernando Pimentel (PT), decretou em 5 de dezembro que o estado de Minas Gerais está em calamidade financeira. O ato suspende o pagamento de algumas dívidas, para que o governo possa manter os serviços públicos e os salários dos servidores ativos e aposentados.
SETEMBRO 195 escolas ocupadas em MG Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, o estado chegou a ter 195 instituições de ensino ocupadas pelos alunos contra a PEC 55, que diminuirá a verba da educação, e contra a MP 746, a “Reforma do Ensino Médio”. Uberlândia (MG) teve 73% das suas escolas ocupadas, a maior proporção de ocupações do estado.
JULHO
Feira da Reforma Agrária em BH O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizou em BH uma feira de alimentos saudáveis durante quatro dias. Os produtores venderam cerca de 200 toneladas e receberam 30 mil pessoas. O MST trabalha com a produção de alimentos sem agrotóxico.
7 mil jovens tremem o Mineirinho O 3º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude reuniu pessoas de todo o Brasil em Belo Horizonte para discutir um programa para a juventude brasileira.
Greenpeace
43%.
NOVEMBRO 1 ano do crime de Mariana Para marcar o um ano do rompimento da barragem da Samarco, em 5 de novembro, as famílias atingidas e o MAB realizaram uma marcha que saiu de Regência (ES) e chegou a Mariana (MG). Eles denunciaram diversas doenças adquiridas depois da tragédia e relembraram que as mineradoras ainda não atenderam os direitos dos atingidos.
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MINAS
Belo Horizonte, 23 a 13 de janeiro de 2016
Sem tempo para recesso João Paulo Cunha
O ano do golpe. O título de 2016, que envergonha o país, deixa marcas de sangue na história brasileira. O impedimento da presidenta eleita sem fundamento legal, em processo conduzido por pessoas sem o menor patrimônio moral, atendendo a uma demanda personalista irresponsável do senador Aécio Neves, inverteu os sinais da ética e pôs os canalhas no poder. As consequências não tardaram. Objetivo maior de todo o processo, o assalto ao Estado democrático chegou amparado pelo aparato judiciário-policial e pela imprensa hegemônica. Logo se viu instaurar um projeto antipopular, que fez do falso mantra da austeridade o álibi para a retirada de direitos e submissão ao capital financeiro. O Brasil retrocedeu nas conquistas democráticas e na luta contra as desigualdades. Jogou bombas em estudantes, atacou com força policial e tiros a escola do MST, encurralou passeatas com táticas fascistas, discriminou manifestantes pela cor de suas roupas.
A força da Agricultura Familiar em Minas Gerais.
Está claro que esse programa jamais teria aprovação nas urnas, o que aponta para a necessidade de se retomar as eleições diretas como único caminho possível de restauração da institucionalidade. Há um conjunto de prejuízos impressionante para tão poucos meses de governo não eleito. O
Golpe não era o fim, mas a estratégia contra direitos golpe não era o fim, mas a estratégia para a reversão da direção do Estado brasileiro, anulando nada menos que o próprio espírito da Constituição Federal de 1988. O congelamento dos gastos em saúde e educação, a cruel proposta de reforma previdenciária, o retrocesso na condução da política de exploração do petróleo, a liberalidade em se desfazer do patrimônio das
teles em favor de empresas privadas e estrangeiras, a ameaça de desregulamentação das relações trabalhistas, a destruição do potencial estratégico do BNDES. O desmantelamento das políticas sociais, o aparelhamento da Justiça tocado a troca de favores e benesses salariais, o recrudescimento policialesco do Estado. O arbítrio chancelado pela Justiça. A impunidade seletiva. A resistência, sobretudo das esquerdas, precisa se alimentar do espírito de ocupação de todos os campos. Reacendendo a chama dos movimentos populares, ocupando as raias da sociedade e da cultura, com criatividade, ousadia e alianças ampliadas com todos os setores. Por fim, no campo mais estrito do confronto, preparar mobilizações, protestos e ocupações, chegando, se necessário, às estratégias de desobediência civil. O ano do golpe termina com seu rastro de destruição e ameaças. O ano da recuperação da resistência popular está apenas começando. Não vai ter recesso, vai ter luta.
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Somos uma grande família. Liza Mendes
A 2ª maior população rural do país está em Minas Gerais.
80% dos 550 mil
estabelecimentos agropecuários de Minas Gerais são da Agricultura Familiar. Censo Agropecuário IBGE/2006.
Opinião
Belo Horizonte, 23 a 13 de janeiro de 2016
PLP 247 é aprovado sem corte de benefícios dos trabalhadores O projeto de renegociação da dívida dos estados com a União (Projeto de Lei Complementar - PLP 257/2016) foi aprovado pela Câmara dos Deputados na segunda (20). O PLP, no entanto, foi admitido sem as regras antes estabelecidas pelo Senado, que concediam moratória aos estados em dívida, mas também estipulavam condições pesadas, como privatização, demissão de servidores, não pagamento de reajuste e não progressão de carreira. A aprovação foi considerada uma vitória para os trabalhadores do setor público, que se manifestavam contra os cortes de benefícios. Em Minas Gerais, as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros haviam realizado um grande dia de protestos, que reuniu mais de 15 mil pessoas. Eles também anunciaram greve geral caso as medidas avançassem. Com a validação do PLP 257, a categoria afastou o risco de paralisação e comemorou a conquista. “Não vão mais colocar o custo da dívida dos estados nas costas dos servidores”, disse o vice-presidente da Associação Nacional de Praças (Anaspra), Heder Martins Oliveira.
Foto da semana
OPINIÃO
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PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. NASA
INFINITO A Nasa divulgou, em dezembro, imagem de uma constelação que foi batizada de “país das maravilhas cósmico”. A foto é de uma região chamada NGC 6357, onde a radiação de estrelas quentes e jovens está energizando o gás mais frio na nuvem que os rodeia. Uma beleza, né?
Marcos Verlaine
Reforma da Previdência A reforma da Previdência (PEC 287/16) já foi admitida pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A reforma, tal como está formulada, implode a Seguridade Social. A Seguridade Social, em seu conjunto, visa garantir que o cidadão se sinta seguro e protegido ao longo de sua existência, provendo-lhe a assistência e recursos necessários para os momentos de infortúnios. Ao definir idade mínima de 65 anos - para homens e mulheres - para acessar o benefício da aposentadoria, e no mínimo 49 anos de contribuição para ter direito ao teto do Regime Geral, hoje em R$ R$ 5.189,82, o governo impõe regras jamais imaginadas. Os especialistas afirmam que esta proposta pode acabar com a Previdência. As consequências poderão ser: 1) mais desemprego, já que sem aposentadoria não serão abertas vagas no mercado de trabalho; 2) aumento de doenças e acidentes, especialmente do trabalho; 3) empobrecimento das pessoas, pela redução do valor dos benefícios; 4) diminuição do volume de dinheiro nas economias locais, Reforma levará a pela redução do valor e da massa de beneficiá- desemprego e doença rios. A reforma proposta é perversa, porque prorroga o tempo para recebimento do benefício, que será bastante inferior e por tempo ínfimo. O governo prevê uma economia fabulosa em dez anos. Estima que deixará de gastar cerca de R$ 740 bilhões, entre 2018 e 2027, com as mudanças. E para onde vai essa economia toda? Para fazer superávit primário para pagar os juros e rolagem da dívida pública, cujos beneficiários são os banqueiros, os rentistas, as multinacionais e os endinheirados daqui e de fora, que ganharão rios de dinheiro como credores da dívida pública. Leia íntegra em: www.vermelho.com.br Marcos Verlaine é jornalista e analista político.
Lindolfo Fernandes de Castro
É cedo para comemorar a derrota do PLP 257/2016 A dívida de Minas Gerais com a União, que no final de 2015 somou R$ 77 bilhões, volta a ser debatida com a aprovação do PLP 257/2016 no Congresso. Na época da renegociação, em 1998, essa dívida era de R$ 14,58 bilhões, sendo que o estado já pagou várias vezes esse valor. Apenas em 2015, foram pagos R$ 6,81 bilhões em juros e amortizações da dívida. Além disso, do valor inicial de R$ 14,58 bilhões, R$ 10,23 bilhões eram de dívida imobiliária e R$ 4,34 bilhões foram utilizados para saneamento e a privatização de bancos estaduais e outros ativos, que depois foram vendidos por R$ 1,33 bilhão. Na época da renegociação de 1998, a União impôs aos estados um ajuste fiscal com superávit primário, reforma administrativa, privatizações e concessões, que penalizaram os serviços públicos e os servidores. Neste ano, de novo, o governo colocou na versão inicial do PLP 257 várias condicionantes, como aumento de contribuição previdenciária, impedimento de reajuste, conPrecisamos de cursos e plano de carauditoria da dívida reira. Esses condicionantes foram posteriormente retirados devido à mobilização dos servidores. A imprensa e os parlamentares têm alegado que houve derrota do governo, pois a versão aprovada não é a mesma que ele esperava emplacar. Entretanto, o governo federal poderá impor tais condicionantes a governadores no momento da renegociação dos planos de recuperação. As condicionantes são tão absurdas que se espera que o governo de Minas Gerais não aceite e não assine. O que realmente precisamos é de uma auditoria da dívida, pois, como mostramos, ela já foi paga várias vezes. Lindolfo Fernandes de Castro é presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas (Sindifisco-MG).
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BRASIL
Belo Horizonte, 23 a 13 de janeiro de 2016
Movimentos populares criticam proposta de Constituinte congressista POLÍTICA A PEC 298 tornaria o atual Congresso Nacional responsável por substituir a Carta Magna de 1988 Arquivo EBC
Cristiane Sampaio De Brasília (DF)
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Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 298, apresentada na Câmara Federal em 15 de dezembro, vem sendo repelida por segmentos populares. A medida sugere a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para tratar da reforma política e eleitoral, o que tornaria o atual Congresso Nacional responsável por mudar leis da Constituição de 1988. Apresentada pelo deputado Rogério Rosso (PSD-DF), a PEC já conta com assinaturas de 172 parlamentares favoráveis. A matéria está na mesa diretora da Câmara e deve ser encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça para avaliação de admis-
Câmara dos Deputados durante elaboração da Constituição Federal de 1988
sibilidade. Segundo a proposta, a assembleia seria instalada a partir de fevereiro de 2017 e funcionaria conforme o modelo unicameral, ou seja, com uma casa legislativa única formada por membros da Câmara e do Senado. A revisão constitucional ve-
daria alterações em seis pontos específicos: o Estado democrático de direito; a separação dos Poderes; o voto direto, secreto, universal e periódico; a forma federativa de Estado; os direitos e garantias individuais; e o pluralismo político.
Críticas Para o advogado Ricardo Gebrim, do partido Consulta Popular, a proposta desenhada na PEC 287 tende a produzir vícios que comprometeriam a nova Constituição. “Se eu escolho alguém como o senador, por exemplo, para elaborar o sistema político, é claro que ele vai querer preservar as vantagens do Senado. Então, você já predetermina como será o novo sistema. Isso vicia e demarca, tirando a liberdade e a autonomia soberana de uma Constituição”, defende. Gebrim classifica a PEC 287 como um “golpe” das elites diretamente relacionado ao atual cenário de crise. “Mais uma vez estamos vendo o que o professor Florestan Fernandes nos alertava: há uma capacidade an-
tecipatória muito forte na classe dominante brasileira. Percebendo que a crise se aprofunda, que a proposta de uma Constituinte vai acabar se tornando uma necessidade para romper todo esse processo, eles já tentam se antecipar e transformar o Congresso em Constituinte. Isso é golpe, não representa a soberania popular”, declara o militante. Organizações da sociedade civil reivindicam uma Constituinte, porém exclusiva. Esta assembleia consistiria na eleição direta de representantes somente para elaborar uma nova constituição. Em setembro de 2014, essas organizações realizaram um plebiscito popular no qual angariaram 7,4 milhões de assinaturas em apoio à proposta.
Empresas de telefone ganham presente de R$ 100 bilhões do governo Da redação
C
ampeãs no desrespeito ao consumidor, vide lista de reclamações do Procon, empresas de telefonia receberão do governo de Michel Temer uma doação no valor de R$ 100 bilhões. De autoria do deputado federal Daniel Vilela (PMDB), o Projeto de Lei Complementar 79 perdoa multas de R$ 20 bilhões, aplicadas às teles, e repassa para as empresas todo patrimônio físico que elas teriam que devolver à União em 2025. A lei já passou pela Câmara dos Deputados e Senado, porém sem votação, e deve ser sancionada nos próxi-
mos dias pela presidência da República. O patrimônio físico usado pelas teles (imóveis, antenas, torres, cabos, redes) foi emprestado às empresas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso com o acordo de que seriam devolvidos ao final do contrato. Os bens foram avaliados pelo Tribunal de Contas da União em R$ 100 bilhões. O benefício se estenderá às empresas Oi, Vivo, Claro, Algar (CTBC) e Sercomtel (do Paraná). A contrapartida seria que as teles investiriam valor semelhante em seus negócios para, supostamente, melhorar o serviço prestado ao consumidor.
Oposição tenta impedir Senadores entregaram ao Supremo Tribunal Federal pedido para que a lei das te-
les seja votada pelo conjunto dos senadores, assim como acontece à maioria dos projetos de lei. A decisão está nas
mãos da ministra Carmen Lúcia, que poderá aceitar ou não o mandado de segurança.
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Belo Horizonte, 23 a 29 de dezembro de 2016
BRASIL
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Do golpe ao caos RETROSPECTIVA 2016 ficará marcado na história do país pela ruptura da democracia e pela imposição de uma agenda de retrocessos sociais e econômicos Pedro Rafael Vilela De Brasília (DF)
A
no de tragédias, traições, perdas, da propagação do ódio e de golpes. Difícil encontrar um aspecto positivo para se ressaltar em 2016. Na vida política do país, terminamos o ano em um ambiente caótico, fruto da grave desestabilização causada pela deposição de Dilma Rousseff, em um processo de impeachment que ficará marcado como um golpe parlamentar sem precedentes na história do país.
O afastamento de Dilma levou ao poder os grupos mais reacionários da política brasileira, que agora tentam a todo custo conter o avanço de denúncias de corrupção que os atingem diretamente. Quem imaginou que o impeachment traria estabilidade institucional e política, já deve ter se arrependido. Os últimos meses do ano foram marcados por fortes atritos entre o Legislativo e o Judiciário. De um lado, a tentativa de bloquear ao máximo as denúncias e investigações. Do outro, um poder não eleito que-
rendo evitar a responsabilização por sucessivos abusos de autoridade. Em meio a essa guerra de poderosos, a principal vítima tem sido o povo brasileiro, até agora o único que está pagando o pato da crise e da falência do sistema político do país. O Brasil de Fato enumerou alguns dos principais acontecimentos da política brasileira em 2016. Do golpe ao caos, relembre os retrocessos:
Fábio Rodrigues Pozzebem / Agência Brasil Marcos Oliveira / Agência Senado
Impeachment de Dilma O fato mais marcante da política brasileira em 2016 foi o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). Apesar da inexistência de crime de responsabilidade, os partidos de oposição, que haviam sido derrotados nas eleições de 2014, se uniram ao PMDB de Michel Temer e levaram adiante um golpe que contou com a participação imprescindível de Eduardo Cunha, um dos principais políticos envolvidos na Lava Jato, atualmente preso por corrupção e lavagem de dinheiro. Temer chegou a admitir, numa reunião com empresários em Nova York, que Dilma foi deposta por não aceitar o programa “Ponte para o Futuro”, do PMDB, que previa uma série de medidas para a economia, como a retomada de privatizações, reforma da previdência e redução dos gastos sociais.
Mídia NINJA
Oligopólio da mídia
Corruptos no poder
O oligopólio midiático também foi decisivo para construir o ambiente do impeachment. Além de “convocar” os protestos favoráveis à derrubada de Dilma, a mídia brasileira, concentrada nas mãos de poucas famílias, deu ampla cobertura aos eventos, ao passo que buscava ignorar ou mesmo subestimar as manifestações contrárias ao processo. Foi um contraste em relação à imprensa internacional, que repercutiu negativamente a articulação de setores fisiológicos da política nacional contra a presidenta eleita.
A previsão de que o impeachment não resolveria o problema da corrupção se confirmou logo nos primeiros dias de Temer na presidência. Além de nomear apenas homens brancos para o seu time de ministros, o presidente não eleito ainda viu seis de seus ministros saírem do governo em apenas seis meses de governo. Agora, com as delações de ex-executivos da empreiteira Odebrecht, o próprio nome de Temer está envolvido numa acusação de recebimento de R$ 10 milhões em dinheiro ilegal de campanha. Trata-se de um explosivo escândalo de corrupção, que poderá abreviar a permanência do peemedebista na cadeira de presidente da República.
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MUNDO
Belo Horizonte, 23 a 13 de janeiro de 2016
Explosão de fábrica de fogos de artifício deixa 36 mortos e 72 feridos no México
Estado Islâmico reivindica autoria de atentado em Berlim Reprodução
méxico Acidente aconteceu na cidade de Tultepec, a 50 quilômetros da Cidade do México Ronaldo Schemidt / AFP
U
ma explosão em um mercado de fogos de artifício provocou a morte de 36 pessoas. De acordo com o governador do Estado do México, Eruviel Avila, a maioria das vítimas faleceu no local. Três pessoas foram levadas a hospitais, mas não resistiram. Segundo o último balanço de vítimas, divulgado na quarta (21), há 72 pessoas feridas. O mercado conta com 300 lojas e tem uma legislação restrita de medidas de segurança, justamente por comercializar material pirotécnico. Aproximada-
mente 80% da população de Tultepec vive da fabricação de fogos de artifício, usados em festas nacionais e celebrações religiosas.
Para este fim de ano, a cidade planejava vender 100 toneladas desse material. (Agência Brasil)
O grupo terrorista Estado Islâmico divulgou na terça (20), por meio de sua agência de notícias, um texto em que reivindica a autoria do atentado de segunda (19) em Berlim, Alemanha. Na ocasião, um caminhão atropelou frequentadores de uma feira de natal na Breitscheiplatz, ao oeste da cidade, deixando ao menos 12 mortos e 48 feridos. Segundo o texto, o motorista era um “soldado” do grupo. A partir disso, o governo alemão passou a tratar o caso oficialmente como um “atentado terrorista”, segundo o ministro do Interior, Thomas de Mazière. “Nós não temos mais nenhuma dúvida de que se tratam de um atentado os horríveis eventos da noite de ontem”, disse. (Opera Mundi)
América: fatos marcantes de 2016
Até sempre, Comandante!
Aos 95 anos, morreu aquele que, desde 1959, a mídia empresarial anunciava que iria cair em questão de horas. Sem Fidel Castro, o mundo perde seu último grande líder político. Na cerimônia de despedida, suas cinzas cruzaram o país, de Havana a Santiago de Cuba, berço da Revolução. Milhões de pessoas foram às ruas despedir-se do Comandante, reconhecendo seu legado.
Fim do bloqueio?
Após dois anos e meio e sete encontros, acordo bilateral entre União Europeia e Cuba, no dia 12 de dezembro, anuncia o fim das restrições comerciais ao país latino-americano, que imperavam há duas décadas.
Trump eleito nos EUA
Na maioria dos estados do país, o republicano Donald Trump derrotou a democrata Hillary Clinton, candidata de Wall Street que contou com um imenso aparato midiático a seu favor. Para muitos, o novo presidente representa a vitória do conservadorismo, do racismo, da xenofobia e de uma política interna agressiva, contrária aos direitos humanos, que coloca na ordem do dia a ameaça do fascismo em uma potência econômica, política e militar. Para outros, o fracasso eleitoral de Clinton é a derrota provisória do grupo político mais beligerante dos Estados Unidos na atualidade. O certo é que, de uma maneira ou de outra, os Estados Unidos e o mundo terão tempos muito difíceis pela frente.
Colômbia em busca da paz
Após décadas de impasse armado, o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) assinaram um acordo de paz. O texto original foi rejeitado pela maioria dos eleitores em um referendo, mas o Congresso colombiano acabou por consolidar o processo, aprovando um documento modificado. O processo rendeu o Prêmio Nobel da Paz ao presidente Juan Manuel Santos, mas o país ainda está longe de uma trégua. Desde o referendo, centenas de camponeses e líderes sociais já foram assassinados no país, que é um dos mais violentos da América Latina.
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ENTREVISTA
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“Se o Natal não questiona a maneira de ver a humanidade, ele não tem sentido nenhum” ESPIRITUALIDADE Para o teólogo Jaldemir Vitório, celebração foi transformada em comércio pelo capitalismo neoliberal Reprodução / UNICAP
Wallace Oliveira
O
Brasil é o segundo maior país cristão do mundo, com 175 milhões de pessoas que se declaram católicas ou protestantes. Ao fim de cada ano, cristãos e não cristãos congratulam-se e trocam presentes em lembrança do nascimento de Jesus. Mas, contraditoriamente, o Natal se torna cada vez mais um evento do consumo. Qual será, afinal, o sentido do Natal, do cristianismo e das religiões cristãs? Para discutir essas questões, o Brasil de Fato MG conversou com o Pe. Jaldemir Vitório, teólogo e professor do Departamento de Teologia da Faculdade Jesuíta (FAJE), em Belo Horizonte. Brasil de Fato MG - A celebração do Natal tenta trazer para o presente a memória e a mensagem de um homem que, há dois mil anos, nasceu pobre, perseguido e sem teto, refugiado em uma manjedoura miserável. O que mudou de lá para cá? Pe. Jaldemir Vitório - Houve uma grande modificação na mensagem cristã ao longo destes dois milênios. É preciso ler com atenção a experiência de Jesus em seu contexto religioso e político. Na época, ele encontrou uma religião extremamente legalista, na qual as pessoas achavam que estava tudo bem pelo fato de viverem aquelas normas religiosas impostas, às vezes
“Jesus tentou formar comunidades fundadas na partilha”
“O foco do Natal deveria ser a reconstituição da dignidade de todo ser humano” de maneira fanática. Por outro lado, havia a dominação de Roma, quando o império havia calado os mais fracos pela força. Jesus tentou formar comunidades alternativas a esse sistema, fundadas na partilha, na fraternidade, na solidariedade. É o que está no livro dos Atos dos Apóstolos: “entre eles, não havia necessitados”, “um só coração e uma só alma”, “repartiam entre si o que tinham”. Com o passar do tempo, o Cristianismo foi se transformando em uma grande instituição. Um momento dramático foi quando o imperador Constantino [século IV] tornou-se cristão e o Cristianismo passou a ser a religião oficial do império. Então, aquilo que era perseguição, mas também humildade e solidariedade, virou grandeza, basílicas, cardeais. Desde então, os líderes das igrejas são, em sua maioria, cópias dos poderosos. Começa aí a derrocada do projeto de Jesus, embora, nesse meio tempo, também tenham surgido pequenos grupos que expressaram aquela espiritualidade original. O caso mais conhecido é o de São Francisco de Assis. Na modernidade, houve uma ruptura entre religião e sociedade, entre fé e cultura, razão e fé. A Igreja passou a estar na contramão da cultu-
ra moderna, até que, durante o Concílio Vaticano II (entre 1962 e 1965), fez-se uma tentativa de reconciliação com a história, trazendo novamente a fé cristã com peso social.
“A grande novidade de Jesus foi não apresentar como caminho de salvação alguém forte, poderoso” Por que o Natal se transformou em grande culto ao consumo? O capitalismo neoliberal transforma tudo em comércio. O Natal foi descristianizado e Jesus passou a ser um detalhe. Em qualquer shopping, há decoração natalina com Papai Noel, mas não há Jesus. O Natal foi assumido pela sociedade como tempo de gastar, festejar, dar presentes. É um tempo que vai alavancar a economia. Os jornais dirão se o Natal foi bom pelo volume das vendas nos dias anteriores. Trata-se de uma festa pagã que nada tem a ver com Jesus. Tem a ver com isso o fato de que, num país onde se fala tanto em Jesus, haja tanta corrupção, pobreza, desrespeito pela dignidade humana.
Quais as semelhanças entre a Palestina do tempo de Jesus e o mundo em que vivemos? A grande novidade de Jesus foi não apresentar como caminho de salvação alguém forte, poderoso, sábio aos olhos do mundo, mas alguém extremamente frágil. Os magos do oriente procuravam o rei dos judeus. Quando disseram isso ao rei Herodes, ele ficou apavorado, sentindo-se ameaçado por esse novo rei. Os magos seguiram a estrela no céu e, chegando a Belém, encontraram um menino pobre deitado na manjedoura, no meio dos pastores – um grupo social que vivia na periferia das cidades
“Às vezes, quem rouba são membros de igrejas em nome de Cristo” por serem odiados pelos agricultores. Ao se defrontarem com aquele menino, os magos lhe oferecem presentes, reconhecendo nele a presença de Deus. Porém, foi posto na cabeça das pessoas que a salvação vem dos grandes, dos pode-
rosos, dos ricos. Certas Igrejas propõem a salvação pela ação mágica das lideranças religiosas, desde que você pague o dízimo ou coisa parecida. Isso é uma embromação religiosa e não tem nada a ver com o projeto de Jesus. Na medida em que o Natal parece reunir, numa mesma festividade, cristãos e não cristãos, qual é o foco dessa celebração? Para ambos, o foco deveria ser a reconstituição da dignidade de todo ser humano. No nosso mundo, as pessoas são classificadas entre ricos e pobres, bonitos e feios, saradões e deficientes, cultos e incultos, patrões e empregados. Por outro lado, experimentamos uma banalização da vida. Outro fato marcante é que se rouba, da forma mais descarada, dinheiro que deveria ir para hospitais, obras de saneamento, educação. Às vezes, quem rouba são membros de igrejas que se apresentam em nome de Cristo. Ora, se o Natal não questiona nossa maneira de ver a humanidade, ele não tem sentido nenhum. Quando conseguimos apresentá-lo assim, é possível que as pessoas de boa vontade se tornem parceiras da mesma luta. A humanidade está ferida e precisamos resgatá-la. Eu falo aqui da humanidade de todas as pessoas e não de um grupinho privilegiado.
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Amiga da Saúde
Nossos direitos
Amiga da saúde, existe alguma forma de controlar os níveis de glicose sem ter que furar os dedos muitas vezes ao dia? Além de chato, as fitas são muito caras.
Direito a proteção contra violência às mulheres Na sociedade machista em que vivemos, infelizmente é muito comum a violência contra as mulheres. A Lei Maria da Penha garante a proteção às mulheres que sofreram violência física, mas também às que sofrem violência patrimonial, moral, psicológica e sexual. A lei define a violência psicológica como qualquer conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher. É considerada violência psicoló-
gica toda ação que vise degradar ou controlar comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. Por isso, mulher, ao sinal de qualquer ameaça de violência, ligue para o número 180 - Central de Atendimento à Mulher, e busque mais informações.
Esther Luíza, 12 anos, estudante. Querida Esther, pessoas diabéticas que tratam com insulina necessitam de uma monitorização frequente dos níveis de glicemia. Como os níveis de glicose do sangue variam muito ao longo do dia, é necessária a monitorização para garantir que ela não suba muito e para evitar a hipoglicemia. Mas já existem novas tecnologias que utilizam sensores para medir a glicemia sem ter que furar o dedo. A for-
ma mais acessível é um sensor que fica aderido à pele e fornece os valores. Para as pessoas que pagam pelas fitas e medem acima de seis vezes ao dia, o custo mensal do sensor fica equivalente. Os pacientes usuários de insulina têm direito ao fornecimento de fitas pelo SUS. Infelizmente esses aparelhos mais modernos que dispensam o furinho no dedo ainda não são fornecidos pelo SUS.
Sofia Barbosa I Coren MG 159621-Enf. Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP.
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP.
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REFORMA DA PREVIDÊNCIA: NÃO SE DEIXE ENGANAR A principal justificativa utilizada pelo governo Michel Temer para sustentar sua proposta de reforma da Previdência Social, debatida atualmente no Congresso Nacional, não corresponde à verdade. Isso porque o suposto déficit apontado pelo governo federal, que tornaria a reforma imprescindível para equilibrar as contas da Previdência e manter o pagamento das aposentadorias e pensões nos próximos anos, simplesmente não existe. Antes de mais nada, é preciso saber que a Previdência é parte de um sistema criado pela Constituição Federal de 1988, chamado de Seguridade Social, que também abriga a Saúde e a Assistência Social. Esse modelo de proteção conta com recursos próprios, oriundos da contribuição de trabalhadores, empresas e do próprio governo. Ocorre, porém, que, em 1994, foi aprovado um mecanismo para possibilitar que parte das receitas da Seguridade Social possa ser utilizada para pagar outras despesas, da maneira como o governo julgar mais conveniente. Inicialmente chamado de Fundo Social de Emergência, esse mecanismo tem hoje o nome de Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite ao governo desviar 20% do caixa da Seguridade Social para outras finalidades. É por isso que a conta não fecha.
A prova é dada pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), que publica anualmente a Análise Seguridade Social. Confira abaixo quanto o governo desviou da Seguridade Social entre os anos de 2012 e 2014: Ano
Total desviado por meio da DRU
2012 2013 2014
R$ 58 Bilhões R$ 63 Bilhões R$ 63 Bilhões
Fonte: Anfip
Se a DRU não existisse, não haveria, portanto, o proclamado déficit da Previdência. Observe a seguir que o caixa da Seguridade seria, ao contrário, superavitário: Ano
Montante arrecadado a mais
2012 2013 2014 2015
R$ 82,7 Bilhões R$ 76,2 Bilhões R$ 53,9 Bilhões R$ 24 Bilhões
Fonte: Anfip
Vale lembrar que a queda observada em 2015 resultou da crise vivida pelo país, uma vez que se o desemprego cresce, menos pessoas contribuem. Ainda assim, as receitas
superaram as despesas em R$ 24 bilhões, o que mostra o quão sólido é o sistema. Para agravar o quadro, tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que não apenas prorroga a DRU até 2023 como amplia para 30% o percentual que o governo poderia retirar do orçamento da Seguridade. A Anfip estima que, se a medida for aprovada, R$ 120 bilhões deixarão de ser contabilizados anualmente. O que o governo não diz aos brasileiros é que, com a pretendida reforma, o que se quer é abrir espaço para a comercialização de planos de previdência privada – em sua maior parte controlados por bancos – e garantir que a dívida pública brasileira – que transfere bilhões todos os anos ao sistema financeiro – será paga. Em resumo, o governo quer dificultar o acesso dos trabalhadores à aposentadoria e achatar o ganho de idosos e deficientes que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e continuar transferindo estes recursos aos banqueiros. Vamos deixar?
sindifiscomg.org.br
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13 VARIEDADES 13 por Alan Tygel*
www.malvados.com.br
Dicas Mastigadas Farofa Natalina
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br Substância que evita a detecção de anabolizantes no exame antidoping Cortesia Aquele que fala no documentário
© Revistas COQUETEL
Tingir, em inglês A origem da lhama
Minha e (?): nossa
(?) um, jogo de raciocínio lógico André Ampère, físico francês Material para próteses mamárias Cada orifício posterior da fossa nasal Mamífero roedor similar à cobaia
Preparado (livro) para a publicação
Ar, em Antigos navios de inglês casco Acordo enredondo tre partes
Amigo da (?): indivíduo falso
Nascimento do bebê antes do tempo previsto Bagunça (pop.)
Semelhante Conceito de Lao-tse (Filos.)
(?) dos Reis: tem 365 ilhas (RJ)
Ceder Móvel do quarto de motel
Escudeiro Resina de secagem rápida
A cultura natalina no Brasil é bastante influenciada pela Europa e Estados Unidos. Não é incomum vermos Papai Noel com suas renas em meio a uma neve falsa em pleno verão brasileiro. Na ceia, acontece o mesmo: cereja, nozes e bacalhau são comidas em grande parte importadas. A receita de hoje é uma sugestão para uma ceia mais brasileira. Além disso, não leva carne e é ideal para quem quer celebrar a vida nesta data!
Ingredientes: • • • • • • • • • • • • • • •
Gregório de Matos, poeta Ânsia
(?) Alta: o Senado Lago dos EUA Anatomia (abrev.)
Cobrir (algo) com o metal de símbolo "Ni" Herege; dissidente
"Unidas" em ONU Machado, em inglês
(?) Mort, detetive das HQs
2/ax. 3/air — quo — tao. 4/erie — tint. 5/anelo — coana. 6/andina. 10/heterodoxo.
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Solução H
ET
A A GE N T I L A R R A U A T S T A O N Ç A D I L I C O A N A C A M E A A R Q I Q U E E R O D
N T R E M A S C A P R A N
A N E L O E D I T A D O
P Z A O R N T A O P A R N E G M R A A T U A R X O
BANCO
Status (?): combate do grevista (latim)
6 colheres de sopa de farinha de mandioca 5 colheres de sopa de farinha de milho (flocos) 3 colheres de sopa de cenoura ralada 3 colheres de sopa de beterraba ralada 6 ameixas pretas picadas 3 colheres de sopa de manga cortada em cubos 20 azeitonas verdes em rodelas 100g de castanha de caju 100g de castanha do Pará 2 colheres de chá de gergelim preto 10 pimentas biquinho 10g de uva passa branca ou preta 3 dentes de alho batidos 1 colher de sopa de manteiga 1 colher de sopa de sal marinho
Modo de fazer Antes de começar, hidrate as passas em água morna por cinco minutos. Torre as castanhas por cerca de dez minutos em forno a 180ºC. Depois, pique uma parte delas e deixe uma parte inteira para enfeitar. Refogue na manteiga as farinhas de mandioca e milho, a cenoura e o alho. Depois misture e refogue todos os ingredientes. E pronto! * Alan Tygel é da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.
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CULTURA
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Roteiro especial fim de ano ENTRADA FRANCA Mostras, música e fogos são opção para quem fica em BH Já é verão e tempo de curtir as férias. O Brasil de Fato MG selecionou algumas atividades para aproveitar o tempo longe da rotina e fazer valer o recesso, mesmo para quem não vai viajar. Tem programa para fazer sozinho, com os amigos e com a criançada. Confira:
Forró na Praça
No dia 7 de janeiro, o Projeto Forró Luar do Sertão realiza o primeiro “Encontro de Forrozeiros” de 2017. O evento acontece na Praça do Papa, das 16h às 20h, e tem o objetivo de reunir a comunidade e os amantes do ritmo para se divertir e aprender técnicas da dança. Na data, também serão recolhidas doação de roupas, alimentos e brinquedos destinados a adultos e crianças carentes.
Pianista Glória Salgado é tema de mostra
No dia 9 de janeiro começa a mostra “Glória”, que narra, a partir de fotografias, música e poemas a vida da pianista Glória Salgado. A exposição é organizada pelo filho da musicista, Rogério Salgado, que nasceu no Rio de Janeiro, mas se consagrou na literatura produzida em Minas Gerais, sua casa há 36 anos. Glória é considerada uma importante parte da música clássica brasileira, e terá sua história contada no Centro Cultural da Pampulha (Rua Expedicionário Paulo de Souza, 185 - Urca) até 27 de janeiro.
Imagens de um viajante Que tal conhecer várias regiões do mundo sem sair de BH? Essa é a proposta da exposição “Panorama El Viajero”, do artista recifense Bruno Faria, que acontece na galeria dotART (Rua Bernardo Guimarães, 911 – Funcionários) até março de 2017. Bruno trabalha com desenho, colagem, pintura, escultura e sons recolhidos em viagens realizadas por diversos continentes. Ele procura retratar as diferentes linguagens e particularidades de cada lugar.
Rock e aquarela
Para quem gosta de arte e rock’n’roll, a exposição “Aquarela Musical” é um prato cheio. A partir do dia 6 de janeiro, serão disponibilizadas ao público obras da artista plástica Gilda Lima, que retratou em pinturas as bandas de rock que mudaram a história da música ocidental. O evento acontece no Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira (Avenida Antônio Carlos, 821 - São Cristóvão, BH) até 30 de janeiro.
Fogos na Pampulha
O show de fogos da Lagoa da Pampulha é uma das atrações de fim de ano mais tradicionais de Belo Horizonte. Este ano, a noite será ainda mais especial, pois comemora também o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. O local conta com estrutura de segurança e comercialização de bebidas e comidas. São esperadas cerca de 200 mil pessoas, que podem ver o espetáculo de vários pontos da lagoa. Os fogos duram em média 15 minutos, e começam no dia 31 a partir das 20h.
Para curtir com as crianças
A mostra “Cartografias Sonoras”, que acontece no Espaço do Conhecimento da UFMG (Praça da Liberdade), propõe ao público que preste atenção nos diversos sons que são apresentados pelo ambientes e muitas vezes passam despercebidos. Ela contém trabalhos dos artistas Frederico Pessoa, Henrique Lwao, Marco Scarassatti, Pedro Aspahan e Pedro Durães. Uma das obras, chamada “Deriva”, convida os visitantes a usarem capacetes que alteram a percepção da escuta. O evento é ideal para quem quer apresentar às crianças novas formas de entender o mundo. A mostra acontece até o dia 17 de fevereiro.
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na geral
ESPORTES
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Retrospectiva dos esportes 2016 RECORDAR É VIVER Brasil de Fato comenta os acontecimentos mais marcantes do meio esportivo Reprodução
Beto Barata / PR
Rafael Ribeiro/ CBF
Fora Temer nos esportes
O Supremo Tribunal Federal, os organizadores da Rio 2016 e a polícia tentaram impedir faixas e cartazes nos estádios. As administradoras das modernas arenas de futebol também tentam censurar torcedores, mas nada pode parar as manifestações contra o presidente não eleito Michel Temer (PMDB). Mesmo sabendo que não é bem-vindo em nenhum lugar no país, ele compareceu à abertura das Olimpíadas e Paralimpíadas. No Maracanã lotado, chegou mais calado que um monge e ouviu sonoras chuvas de vaias da multidão. Nem voltou para o encerramento. Nos jogos do Brasileirão e Copa do Brasil, o protesto não ficou por menos: ninguém quer o governo que nomeou Gustavo Perrella, aquele do helicóptero, para a secretaria Nacional do Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. Fernando Frazão / Agência Brasil
Rio 2016
As primeiras olimpíadas e paralimpíadas da América do Sul foram luz e sombra. Repetindo algo já visto na Copa de 2014, houve violações de direitos humanos, com famílias violentamente removidas de suas casas para a execução das obras preparatórias e, durante as Olimpíadas, a violência policial atingindo moradores das favelas do Rio e manifestantes nas ruas das grandes cidades brasileiras. O legado da Rio 2016 ainda é discutido, mas há tempos se diz que o fundamental, no esporte, é investir na base. Todavia, enquanto comemorava seu melhor desempenho, com 19 medalhas olímpicas e 72 paralímpicas, o país via o presidente não eleito acabar, via medida provisória, com a obrigatoriedade da educação física no ensino médio. Nas competições, brilharam os recordistas, como a estadunidense Simone Billes, o também ianque Michael Phelps, o velocista jamaicano Usain Bolt. Outra lenda viva, o nadador Daniel Dias, reina absoluto como maior paratleta brasileiro de todos os tempos.
Sob nova direção Força, Chape
Ninguém esperava que a Chapecoense, time pequeno de Santa Catarina, chegaria tão rápido à elite do futebol brasileiro. Ninguém esperava que a Chape pudesse permanecer na primeira divisão. Ninguém esperava que a equipe pudesse ir às semifinais da Copa Sulamericana já em sua primeira participação no torneio. E quem esperava que, na segunda oportunidade, a Chape já fosse finalista? Essa ascensão meteórica rendeu ao verdão a simpatia dos amantes do futebol zoeiro: era a “namoradinha do Brasil”, “Chapeterror”, “maior verdão das Américas”, “segundo time do coração da galera”. Faltava muito pouco para essa saga ser coroada com um título, faltavam poucos minutos para o avião pousar em Medellín, mas, no dia seguinte, o país acordou com a notícia do maior acidente envolvendo uma equipe esportiva na história. Não faltou comoção, não faltou solidariedade vinda de todos os cantos do mundo, mas também não faltou oportunismo da mídia empresarial, que explorou até os detalhes da tragédia, em nome da audiência a qualquer custo.
Pela corrupção na CBF, pelo 7 a 1 e outras decepções, quase ninguém ligava mais para a seleção masculina de futebol. Por machismo, falta de investimento e visibilidade na mídia, menos gente ainda dá bola para a seleção feminina, embora esta geração seja privilegiada por poder ver Marta jogar. Em 2016, todavia, a camisa amarela parece recuperar o prestígio nos gramados, enquanto se mostra mais e mais como símbolo da ignorância, da corrupção e da hipocrisia nas ruas. As mulheres, comandadas pela competentíssima Emily Lima, pela primeira vez deixam de ser um amontoado de jogadoras talentosas para se tornarem um time competitivo, sem chutões, com organização tática e jogadas ensaiadas. Por que foi preciso esperar tanto tempo para ter uma mulher treinando a seleção feminina?
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DESEJAMOS A TODOS E TODAS QUE 2017 SEJA UM ANO DE VITÓRIAS!
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Fim de ano tem tudo a ver com renovação. É tempo de comemorar a vida, espalhar amor e semear esperança, para seguirmos lutando no ano novo que se aproxima! O Brasil de Fato MG entra em recesso neste fim de ano e volta às ruas a partir de 13 de janeiro. Com forças renovadas e com a qualidade de informação de sempre. Toda a equipe do jornal deseja boas festas a nossos leitores e leitoras!
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