opinião
ESPORTE
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Aécio recebe tarja preta no TSE
Audiência das Paralimpíadas bate recorde
Juiz determinou que trechos referentes ao senador mineiro em delação que denuncia caixa dois seja tarjado em processo
Destaque no vôlei, ao lado de jogador sérvio, Natália Pereira recebeu apenas metade do prêmio oferecido ao atleta
Minas Gerais
Vezar Loureiro / MPIX / CPB
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Alexandre Loureiro / Inovafoto CBV
17 a 23 de março de 2017 • edição 176 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita • facebook.com/brasildefatomg
Brasil contra mudanças na aposentadoria
CIDADES
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Projetos engavetados na Câmara Bia Menezes
Atendendo a vereadores de esquerda, Kalil retira projetos da antiga gestão, marcados pelo favorecimento a empresários e entrega do patrimônio público
CULTURA
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Cotidiano do tráfico Músico mineiro Kdu dos Anjos faz paródia de música do Chico Buarque para retratar dia a dia das drogas
Cerca de 1 milhão de pessoas saiu às ruas para lutar contra a reforma da Previdência no dia 15. Mais de 25 estados se uniram na luta, que reuniu 250 mil pessoas só em Minas Gerais. Para especialistas, manifestações pelo país marcam início de grande mobilização capaz de derrubar propostas de governo ilegítimo
Mariana Rodrigues / Divulgação
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Editorial | Brasil
Aposentadoria fica, Temer sai As ruas que recentemente ecoaram “Fora Temer”, durante o carnaval, agora entoada por mais de 1 milhão de trabalhadores em todo Brasil afirmam também que a aposentadoria fica! A proposta do presidente não eleito de desmonte da previdência pública (PEC 287/2017) consiste basicamente em adiar e excluir o acesso a aposentadoria. Além disso, reduz valores e benefícios previdenciários (como o Benefício de
ESPAÇO dos Leitores “Totalmente apoiado! Sou contra a reforma da previdência. #TotalmenteContra” Cleusa Faria comenta a matéria “Mais de um milhão de professores entram em greve contra a reforma da Previdência”
“ <3 <3 Que lindeza! Feliz por contribuir pra esse jornal maravilhoso!” Laísa Silva, autora de uma das fotos da capa da edição 175
“Sempre a negociação de cargos para a tal governabilidade... Sempre isso...” Anderson Porto escreve sobre a matéria “Prefeito de BH ainda não tem maioria na Câmara de Vereadores”
“Isso prova que o baronismo no brasil ainda não acabou...” Branca Maria Tinelli comenta o artigo “Machismo institucional”
Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br
15/3 mostra a força das ruas Prestação Continuada – BPC). As medidas não podem ser consideradas uma reforma, mas sim um desmonte da previdência, já que irão acabar com ela. Se as medidas forem aprovadas condenarão gerações trabalhadores a um futuro sem aposentadoria, atingindo sobretudo às mulheres, professores do ensino básico e trabalhadores rurais. O secretário da Previdência, Marcelo Caetano, deixou claro a quem atende o desmonte da previdência ao realizar diversas reuniões com o mercado financeiro. Banqueiros, empresas e setores rentistas querem o aumento do mercado de previdência privada (o que vai ocorrer à medida que ocorra a falência da previdência pública) e em abocanhar uma parcela maior (só em 2015 foram R$ 962 bilhões) do orçamento federal através do pagamento dos juros e amortizações da dívida pública, acompanhada da manutenção da alta taxa de juros.
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
É a volta da escravidão em três atos Primeiro, o governo através da emenda constitucional 95 (antiga PEC 55), reduzirá pela metade nos próximos 20 anos a capacidade de atuação do Estado em áreas sociais e de desenvolvimento (como educação, saúde e
Medidas jogam crise nos ombros dos trabalhadores infraestrutura). Segundo, o desmonte da previdência social, impedindo a aposentadoria. E terceiro, os ataques aos direitos trabalhistas. Essas medidas empurram o peso da crise econômica para as e os trabalhadores(as). O governo está propondo a terceirização generalizada, a abertura para que negociações entre patrão e trabalhadores sejam estabelecidas abaixo de direitos assegurados em lei (como “acordar” que o salário seja abaixo do mínimo), violando a garantia de férias remuneradas e o 13º salário. Tanto na reforma da previdência quanto na trabalhista, Temer e o Congresso não recuarão da tentativa de retirar e reduzir direitos dos trabalhadores. Essas ameaças só serão derrotadas nas ruas, avançando para um novo patamar das lutas populares no Brasil. A unidade entre as organizações e a greve geral deve merecer nossos melhores esforços.
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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Durval Ângelo Andrade, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Marcelo Oliveira Almeida, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Samuel da Silva, Talles Lopes, Temístocles Marcelos, Titane, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Larissa Costa, Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Alan Tygel, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fernanda Costa, João Paulo Cunha, Léo Calixto, Marcelo Pereira, Nadia Daian, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Revisão: Cristiame Verediane. Administração: Vinicius Nolasco. Distribuição: Amélia Gomes. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.
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Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Quando você trabalha, além de sua jornada normal, tem o direito a receber a hora extra ou o banco de horas. Na hora extra, o empregador deve pagar pelo menos 150% do valor da hora de trabalho, até o fim do mês trabalhado. No banco de horas, em vez de receber no salário, a compensação vem por meio de diminuição da jornada em outro dia. O Brasil de Fato foi às ruas perguntar:
“Habib´s apoiou o golpe; tenta se esquivar da responsabilidade na morte do menor e ainda por cima serve a pior esfiha do mundo #boicotehabibs”
O que você acha pior, o banco de horas ou a hora extra?
Nancy Silveira, vendedora
No banco de horas, você leva até 90 dias para receber. A hora extra você recebe todo mês e ajuda a complementar a renda. E a hora extra é mais segura, pois tenho certeza que vou receber. O banco de horas, passou do prazo, eu não recebo.
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Declaração da Semana
PERGUNTA DA SEMANA
Eu acho o banco de horas pior. A hora extra ajuda a fazer um complemento do salário. Na atual conjuntura em que vivemos, com crise, o salário nunca é compatível com o que a pessoa gasta. Então, ele sempre precisa de um valor a mais e a hora extra ajuda.
GERAL
Twittou a jornalista Barbara Gancia.
Reprodução
#BombouNaRede
Keila Teixeira, cuidadora de idosos
Própolis é tudo!
O própolis, uma substância formada por ceras e resinas, é produzido pelas abelhas. Na colmeia, é utilizado no preenchimento de espaços, como falhas e rachaduras; para embalsamar insetos ou outras abelhas intrusas; e também para recobrir as células que guardarão os ovos colocados pela rainha. No corpo humano, a vantagem da própolis é que ele consegue agir apenas sobre as bactérias nocivas, preservando as que são boas para a saúde, como, por exemplo, as que vivem no trato intestinal. Por ser antiviral e antifúngico, ajuda a evitar resfriados, gripes, pneumonias e bronquites, além de possuir um leve fator anestésico e aliviar os sintomas de amidalites, dores de garganta, de dentes, aftas, entre outras. Também estimula a produção de anticorpos, combate infecções, ajuda a tratar feridas, dermatites e úlceras.
Após ministro do Tribunal Superior Eleitoral Herman Benjamim determinar que nome de Aécio Neves e citações ao seu partido, o PSDB, sejam tarjados na transcrição do depoimento do ex-presidente da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, internautas foram à loucura. Diversos memes surgiram para fazer graça com o senador mineiro. No depoimento, Barbosa revelou que repassou R$9 milhões à campanha tucana via caixa 2, a pedido de Aécio, o então candidato adversário de Dilma Rousseff na corrida pelo Palácio do Planalto.
Gire a roleta do Jogo da Previdência e fique por dentro da reforma
Na quarta (15), milhares de pessoas foram às ruas em todo o Brasil denunciar a reforma da Previdência. Você ainda não entendeu o que o governo de Temer quer mudar nas regras da aposentadoria? É só jogar o Jogo da Previdência, no site do Brasil de Fato! O desafio é conseguir completar os 49 anos de contribuição para receber a aposentadoria integral. E o objetivo é que os jogadores percebam como a reforma pode impactar a vida dos brasileiros.
Para jogar acesse https://goo.gl/bHPRzs
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CIDADES
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Prefeito atende a vereadores de esquerda e retira 12 projetos que iriam privatizar a cidade BH Prefeito atende a vereadores de esquerda e retira 12 projetos que iriam privatizar a cidade Divulgação / Portal PBH
urbanos ficariam desacreditados. Considero positivo o arquivamento desse projeto de lei”, avalia.
Wallace Oliveira
A
bancada de esquerda na Câmara Municipal de Belo Horizonte conquistou uma vitória significativa. A Prefeitura retirou de tramitação 12 projetos considerados nocivos à cidade, atendendo a uma solicitação dos vereadores Arnaldo Godoy e Pedro Patrus (PT), Gilson Reis (PC do B), Áurea Carolina e Cida Falabella (PSOL) e Edmar Branco (PT do B). No geral, Ainda é cedo para dizer que houve uma ruptura com a política de Márcio Lacerda (PSB)
Há progressistas e privatistas na gestão Kalil esses projetos versam sobre entrega ou venda de áreas, concessão de benefícios fiscais e outras facilidades para grandes empresários. “No início do ano, estudamos todos os projetos que entraram em pauta no governo anterior e identificamos aqueles que continham elementos problemáticos para a cidade, com uma orientação privatista que marcou toda a gestão de Márcio Lacerda. Encaminhamos uma análise ao prefeito, ele leu e retirou 12 desses projetos, que são os mais complicados, como pautas que envolviam a PBH Ativos S/A, Operações Urbanas Consorciadas e privatizações”, conta o vereador Pedro Patrus (PT). Ele ressalta que todo o processo foi conduzido a partir do diálogo com movimentos sociais. Embora avalie positivamente esse diálogo com o
Executivo, o vereador acredita que ainda é cedo para dizer que houve uma ruptura com a política de Márcio Lacerda (PSB). “O governo Kalil está em disputa. Ele tem tomado algumas medidas avançadas, mas é precipitado afirmar que rompeu com o antigo projeto. Sabemos que há figuras progressistas na Prefeitura, mas também há representantes do privatismo em secretarias importantes”, conclui. O documento analisando as pautas encontra-se disponível no link: migre.me/wfGXU. Veja algumas delas. Operações urbanas O PL 2011/2016 instituiria Operações Urbanas Consorciadas (OUC’s) na Praça Afonso Arinos e Estação Barreiro, conferindo áreas públicas para investimentos da iniciativa privada. Já os projetos 2065/2016 e 2020/2016 criariam OUC’s na Avenida José Cândido da Silveira (região Leste) e Centro da cidade, com reforma e venda de apartamentos em dois prédios inacabados.
Para Gladstoni Otoni Anjos, membro do Comitê Municipal de Política Urbana de Belo Horizonte, a experiência pregressa inspira preocupações. “A partir do que aconteceu com a operação de Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, vejo que há um risco de expelir os mais pobres. O mercado lucra, mas aumenta o custo de vida na região, e o povo acaba indo para áreas afastadas e ruins”, comenta. Privatização de terrenos públicos O PL 1304/2014 propunha a doação de diversos terrenos públicos para a PBH Ativos S.A, e os projetos 2013/2016, 1762/2015 e 1053/2014 autorizariam a doação de trechos de ruas para faculdades privadas, incorporando-as ao patrimônio dessas empresas. “Lembramos que a extinção da PBH Ativos S/A e o fim da transferência do patrimônio público para a iniciativa privada e a especulação financeira foram um dos principais compromissos de campanha do Prefei-
to”, lembra o documento encaminhado pelos vereadores a Alexandre Kalil.
Foi solicitado a retirada da pauta da Câmara de 38 projetos Benefícios para empresas O PL 2061/2016 previa a diminuição de multas concedidas a empresários que descumpriram regras de construção de empreendimentos para a Copa do Mundo de 2014. As multas seriam aplicadas nos casos em que as obras não fossem concluídas nas datas previstas, ou quando os empreendedores não tivessem apresentado o cronograma das obras no prazo. O presidente do Movimento de Associações de Bairro (MAM), Fernando Santana, conta que as obras da Copa foram acompanhadas com apreensão pelos movimentos. “Todos os processos de planejamento e fiscalização
Direitos dos servidores Outras pautas polêmicas versavam sobre direitos de servidores públicos municipais. O PL 1763/2015 definia novas regras previdenciárias, além de prever doações dos bens da Beneficência da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (Beprem) para a empresa PBH Ativos S/A. “O Projeto pretendia alterar drasticamente o Regime Próprio de Previdência dos Servidores com mudanças nas regras”, explica o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte, Israel Arimar.
Projetos que permanecem Dos 38 projetos de lei analisados pelos vereadores, alguns ainda não foram arquivados pela Prefeitura. Um exemplo é o PL 1829/2016, que intensifica e agrava as possibilidades de despejos, ao equiparar ocupações irregulares para fins de moradia e invasões irregulares para outros fins. Isso dificultaria as negociações entre famílias que ocupam áreas que não cumprem sua função social e o Poder Executivo, contribuindo para agravar o problema do déficit habitacional no município.
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
MINAS
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Opinião
A ilegitimidade do Congresso Nacional Beatriz Cerqueira
O que estamos enfrentando, neste momento no Brasil, definirá não apenas o nosso futuro, mas também o das próximas gerações. Decidirá se nosso país voltará a combater a miséria ou aprofundará a desigualdade. A agenda de retrocessos e de retiradas de direitos, iniciada em 2016, pretende redefinir o Estado Brasileiro para as próximas décadas. Não se trata, portanto, de “mais uma luta” que precisa se encaixar nos afazeres do nosso cotidiano. Além de retomarmos a democracia em nosso país, está em disputa que modelo de Estado teremos. O Governo ilegítimo, aliado ao Congresso Nacional e ao sistema financeiro, pretende um Estado menor do que aquele conquistado com a Constituição de 1988. Na visão da elite brasileira, a Constituição garantiu direitos demais, o Estado ficou “grande demais”. Era preciso diminuí-lo. Pe-
las urnas, nenhum projeto de diminuição de direitos sairia vitorioso. O golpe parlamentar foi essencial para essa retirada de direitos.
Precisamos rapidamente construir mais dias “15” Quando a população foi às urnas em 2014, elegendo deputados e senadores, ela não elegeu uma assembleia constituinte. Não elegeu um Congresso Nacional para revisar a Constituição de 1988. As reformas em curso para votação em Brasília são ilegítimas, porque sua origem é de um governo sem votos e um Congresso sem o poder de uma Constituinte. Mas, o dia 15 de março nos mostrou que a conjuntura está em disputa. Apesar da forte unidade entre governo ilegítimo, judiciário, mídia, Congresso Nacional e elite é pos-
sível derrotar a Reforma da Previdência. A tomada das ruas no último dia 15 demonstrou isso. A vida está mais difícil, trabalhadores enfrentam o desemprego. O milagre anunciado ao som das panelas não aconteceu! O início da greve nacional da educação será determinante para derrotar essa reforma. Como ficar em sala de aula no momento em que este Congresso ilegítimo tenta nos tirar o direito de aposentadoria? A expressiva movimentação de Norte a Sul do país contra a Reforma da Previdência, no dia 15 de março, mostrou que conseguimos construir resistência. O protagonismo da educação articulada em rede com diversos movimentos pode desencadear um processo de lutas de massa! Em 2011, a educação da rede estadual de Minas Gerais não foi massacrada, porque fomos pra sociedade e ela nos amparou por meio de vários movimentos, mais tarde intitulados “Quem luta, educa”! Precisamos rapidamente construir mais dias “15”.
Atingidos por barragens se mobilizam e cobram justiça para Mariana Maxwell Vilela
Da Redação
O
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou na última semana uma jornada nacional de manifestações que marcou o 14 de março, Dia Internacional de Luta Contra as Barragens. Em 13 estados do país, milhares de atingidos por barragens realizaram atos e ocupações contra o desmonte da Previdência, as tentativas de privatizações do setor energético e as violações de direitos. Em BH, as ações começaram com a ocupação da sede da Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig), na segunda (13). Com a participação de cerca de 300 pessoas, o objetivo do protesto foi pressio-
nar a gestão do governador Fernando Pimentel (PT) a atender à pauta da população afetada pela construção das usinas hidrelétricas da companhia. “A postura do estado em relação aos atingidos por barragens é de distanciamento, de um diálogo falso e sem resultado. A nossa pauta está parada no governo”, disse Thiago Alves, do MAB.
Negociações Após reunião com o movimento, o presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, se comprometeu em analisar as denúncias. “Um grupo de trabalho está sendo criado para avaliar os pedidos com brevidade e buscar as soluções “, informou a estatal. Na quinta (16), Pimentel também recebeu o MAB, que cobrou do governador, entre
outras reivindicações, agilidade na aprovação do projeto de Lei que cria a Política Estadual de Atingidos por Barragens (PEABE), em tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). “Estamos dispostos a encaminhar o mais rápido possível”, afirmou o governador. Justiça para Mariana Na quarta (14), o MAB realizou uma manifestação na 12ª Vara da Justiça Federal pela participação dos atin-
Empresas criminosas tem feito o que querem”
gidos pelo crime da Samarco nos debates e acordos que visam a reparação dos danos. “Não aguentamos mais ser ignorados, vendo as empresas criminosas tendo plena liberdade de fazer o que quiserem”, afirma Antônio Marcos, atingido do município de Belo Oriente (MG). Ao juiz substituto, Mário de Paula Franco Junior, o MAB entregou denúncias. “O juiz se comprometeu em ir nas comunidades atingidas”, conta Letícia Oliveira, do MAB. Escracho na Vale Para denunciar mais um rompimento de um duto de rejeitos da Vale, dia 12, em Congonhas (MG), o MAB realizou uma intervenção em frente à sede da empresa, em BH. A Vale e a BHP Billiton são proprietárias da Samarco.
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MINAS
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Em BH, maior maternidade do país vive com déficit e salários atrasados SAÚDE Hospital Sofia Feldman, referência em atendimento humanizado, sofre com subfinanciamento SMSA
Rafaella Dotta
hospital Sofia FeldO man já conseguiu quebrar vários tabus com o
seu estímulo aos partos naturais. A instituição é referência no Brasil quanto ao atendimento humanizado e traz à vida 11 mil crianças por ano, sendo a maior maternidade do país. Mesmo assim, o hospital precisa se equilibrar na corda bamba da falta de verba. As contas mensais não fecham. Segundo explica o diretor do hospital, Ivo de Oliveira Lopes, o Sofia recebe R$ 4,5 milhões ao mês, enquanto gasta R$ 5,5 milhões. “Recebemos para um parto normal R$ 700. Ele custa R$ 1.500. Essa defasagem de custeio é o subfinanciamento”, diz. Como consequência, os enfermeiros ficaram sem o pagamento do 13º salário de 2016, do FGTS dos últi-
mos 12 meses, de 30% do salário de dezembro e do salário de janeiro. A situação foi exposta pelo Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais, que deu entrada em processo no Ministério Público e até o momento não conseguiu solução, de acordo com Anderson Rodrigues, presidente da entidade. Além de afetar profissionais, a falta de verba já é sentida nos atendimentos. A empresa Famap informou ao hospital, em 8 de fevereiro, que cortaria o fornecimento de nutrição parenteral, tipo de líquido que substitui a ali-
do com o governo federal, de acordo com o diretor. A maior preocupação agora é com o financiamento mensal. Da verba do Sofia Feldman, 80 % é repassado pelo governo federal e 20 % pelo estadual, e nenhum dos dois apresenta disposição para aumentar o valor. Em 8 de março, o prefeiDívidas x futuro O dinheiro para qui- to de Belo Horizonte, Aletar medicamentos e salá- xandre Kalil (PHS), anunrios já está sendo negocia- ciou uma verba de R$ 5 mi-
mentação para pacientes internados. A inadimplência do Sofia com a Famap estava em R$ 217 milhões, segundo a empresa. A dívida foi renegociada e o fornecimento permaneceu, mas não se sabe por quanto tempo. Subfinanciamento
leva a dívida de R$ 1 milhão por mês
“O Sofia é como se fosse uma mãe”
lhões para “apagar o fogo” das dívidas da maternidade. A verba está em fase de liberação final na Procuradoria Geral do Município e será devolvida pelo hospital em forma de prestação de serviços, segundo a Prefeitura. O poder municipal não respondeu sobre a possibilidade de repasses contínuos. A falta de R$ 1 milhão ao mês continua a ameaçar o funcionamento.
Como funciona? Mini-entrevista com a médica-residente Krysley de Castro Almeida do Sofia Feldman:
O que é atendimento humanizado?
Dar à mulher e a sua família uma assistência personalizada, evitando as interferências desnecessárias. Usa as evidências científicas a favor da mulher.
ireção, funcionários, D usuárias e usuários do Sofia Feldman realizaram uma campanha de apoio e valorização do hospital, simbolizado pelo ato “Abrace o Sofia”, em 8 de março. “O Sofia é uma institui-
ção que trabalha a atenção ao usuário de uma forma integral, uma assistência de qualidade, como se fosse uma mãe”, emociona-se Simone Gaia, funcionária do hospital e integrante do Conselho Local de Saúde.
A maternidade é a maior do Brasil em número de partos. Foram 10.783 em 2016, com atendimento a gestantes de 290 cidades de Minas. É o segundo hospital do Brasil em atendimento a crianças de até 29 dias.
O Sofia é contra usar anestesia e fazer cesárea? Não. Toda mulher que deseja anestesia ou não se adapta com a forma mais natural tem acesso à anestesia. Vemos a cesárea como aliada, ela pode salvar vidas. 26% dos partos no Sofia são cesáreas. Por que vocês estimulam o parto normal? O bebê que nasce de parto normal tem menos problemas respiratórios e tem menos necessidade de internação no CTI. A mulher que faz vaginal tem menos complicações no pós-parto e se recupera mais rápido.
Acompanhando
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Foto da semana
OPINIÃO
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PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. Circuito fora do Eixo
Coutinho / SCO - STF Na ediçãoRosinei 175...
Machismo institucional ...E agora Discurso machista de Temer é criticado por imprensa internacional O pronunciamento de Michel Temer no Dia Internacional de Luta das Mulheres, 8 de março, não repercutiu bem na imprensa internacional. O jornal espanhol El País afirmou que Temer “reduz o papel da mulher à casa e ao supermercado”. Já o periódico norte -americano The Washington Post publicou que a declaração do “líder impopular” irritou as mulheres, que responderam com fúria nas redes sociais. A rede de TV CNN declarou que Temer ficou “sob fogo”, após o discurso, desencadeando uma onda de críticas contra ele. Na edição 162... Rejeitos da Vale contaminam água de Itabira ...E agora Duto de rejeitos da mineradora rompe em Ouro Preto Um duto de rejeitos da Vale rompeu, na segunda-feira (13), em Ouro Preto, contaminando rios e córregos da cidade e também de Itabirito e Congonhas, na Região Central de Minas. Na quarta (15), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou que a empresa será multada pelos danos causados ao meio ambiente, mas ainda não revelou valores. A mineradora terá sete dias para apresentar um cronograma de ações de limpeza e remediação total da área.
NATUREZA A Floresta Amazônica é uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A maior parte de sua fauna é composta por animais que habitam as copas das árvores. Entre as aves, papagaios, tucanos e pica-paus.
Daiane Machado
14 de março: dia internacional de luta contra as barragens A data de 14 de março representa, para os atingidos de todo o mundo, o dia internacional de luta contra as barragens, pelos rios, pela água e pela vida. Foi também nesta data, em 1991, que o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) foi fundado nacionalmente, durante o 1º Encontro Nacional dos Atingidos por Barragens, em Brasília. Em 26 anos de história, o MAB atua na defesa das populações atingidas por barragem em todas as regiões, denunciando o atual modelo energético, sua sistemática violação de direitos, os abusivos preços pagos nas tarifas de energia e também a privatização de recursos naturais, como a água e o petróleo. Este mês, milhares de atingidos saíram às ruas, exigindo a criação de uma Política Nacional de Direito das Populações Atingidas por Barragens (PNAB), além de planos de recuperação das regiões São 40 mil atingidos por atingidas e da criabarragens no Brasil ção de um fundo nacional e um órgão responsável para garantir os direitos. A população atingida por barragens no Brasil está estimada em 40 mil. Além de existirem milhares de pessoas que serão obrigadas a deixar suas casas nos próximos anos para construção de usinas hidrelétricas. É para atuar na transformação dessa realidade que o MAB realizará, em outubro deste ano, o 8º Encontro Nacional, no Rio de Janeiro, com o tema: “Água e energia, com soberania, distribuição da riqueza e controle popular”. Estão todos e todas convidados a se somar. Daiane Machado é integrante do Movimento dos Atingidos dos Barragens (MAB) do Paraná.
Fernando Brito
A tarja do ridículo Hoje, completam-se três anos que a Lava Jato instituiu o vazamento como regra no Judiciário brasileiro. Talvez para comemorar, pelo ridículo, essa temporada de promiscuidade entre juízes, promotores e advogados, com a imprensa, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, mandou tarjar o nome do senador Aécio Neves nos depoimentos dos delatores da Odebrecht, conforme registra o jornal Estadão: “O ministro considerou ‘lamentável’ o vazamento de depoimentos de delatores da Odebrecht no âmbito da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014”. A “oitiva” de Benedito Júnior é a que diz que Aécio pediu e recebeu, como caixa 2, através de um auxiliar. A esta altura, o cuidado de Sua Excelência – que ninguém teve quando os alvos das delações eram outros – é inócuo. O país está vendo o cuidado e o vagar que se tem quando não se trata de enxovalhar Lula com gravações sem nenhum conteúdo ilegal que são transformadas em “obstrução da Justi- Aécio teria pedido e recebido caixa 2 ça” e, mesmo reconhecidas como ilegais, não geram nenhuma consequência para quem as vaza criminosamente. Não apenas é tarde para isso como, também, é mais uma prova de que a Justiça não é igual para todos. A começar pelo escândalo de Gilmar Mendes andar se reunindo seguidamente com Michel Temer, seu réu no TSE, para “discutir financiamento de campanha”. E dizer que a maioria do TSE está preocupada com “a manutenção da estabilidade política do País”, entre eles os que permitiram que um criminoso como Eduardo Cunha gozasse de liberdade e poder, enquanto era útil para derrubar um governo eleito. Fernando Brito é jornalista e mantém o blog Tijolaço.
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BRASIL
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Manobra acelera projeto que enfraquece leis trabalhistas Lula Marques / AGPT
Da Redação
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m despacho assinado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM -RJ), um dos políticos citados nas delações da Odebrecht, deve acelerar a tramitação do Projeto de Lei nº 6787/2016, que altera direitos básicos da CLT, como
Trabalhadores poderão ficar sem garantias da CLT
salários, jornada de trabalho, intervalo de descanso e férias. A medida, considerada uma das prioridades do governo Temer, vai permitir que acordos entre empre-
gados e empresários se sobreponham à própria legislação trabalhista. Com isso, aumento da jornada diária de trabalho, maior parcelamento das férias e redu-
ção do intervalo de descanso poderão ser aprovados livremente. Pela decisão de Rodrigo Maia, o PL só terá trâmite na comissão especial cria-
da para analisá-lo, composta por apenas 37 deputados. Se for aprovada neste colegiado, a medida poderá ser encaminhada diretamente para o Senado, sem a necessidade de análise do plenário da Câmara, formado por 513 parlamentares. Maia chegou a indeferir um requerimento do PDT que questionava a decisão, mas afirmou que vai submeter o projeto ao plenário, atendendo a um acordo político. A oposição, no entanto, desconfia da promessa. Liderados pelo PT, deputados vão recolher assinaturas para reverter a decisão do presidente da Câmara.
Terceirização mais perto de ser aprovada Marcelo Camargo / Agência Brasil
Da Redação
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m acordo entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM -RJ), com aval de Michel Temer, colocou em ordem de prioridade um projeto de 1998, que ainda tramita na Câmara, e autoriza a terceirização de funcionários para qualquer atividade em qualquer empresa, inclusive as públicas. Como já foi aprovado pelo Senado, o projeto só depende de votação no plenário da Câmara, dominado por governistas, para que entre em vigor. Atualmente, a terceirização já existe para atividades como limpeza e segurança, mas uma empresa não pode subcontratar funcionários que exercem atividade-fim. É o caso de uma escola particular, por exemplo, cuja atividadefim é o ensino. Neste caso,
ta. Os acidentes de trabalho também devem aumentar, se o projeto se transformar em lei. “A cada quatro trabalhadores acidentados no Brasil, três são terceirizados, o que aliás vai criar um
passivo para a própria Previdência Social. O que os maus empregadores querem é pagar menos e ter menos responsabilidade”, afirma Ronaldo Fleury, procurador-geral do Trabalho.
Aécio, Serra, Moreira Franco e Padilha aparecem na segunda lista de Janot a lei proíbe a terceirização dos professores, que devem ser contratados diretamente pela escola. Na opinião de críticos da proposta, a terceirização é uma forma de as empresas se desvencilharem das responsabilidades trabalhistas e pagar salários menores, já que um terceirizado recebe, em média, 30% menos que um empregado direto. “É negativo que haja remuneração diferente para o mesmo trabalho exerci-
do. Haverá no Brasil, como já houve em outros países, uma alta do subemprego e um rebaixamento sistêmico do salário”, afirma Germano Siqueira, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho. O projeto também prevê que, caso a empresa terceirizada venha à falência e deixe de pagar o empregado, a empresa que terceirizou os serviços não será responsabilizada de forma dire-
Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na terçafeira (14), a segunda lista de Janot, nome popular para os pedidos de inquéritos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base nas delações da Odebrecht. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, estão na lista cinco ministros de Temer, os parlamentares Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ao todo, foram 83 pedidos de investigação. Além dos políticos, Janot também pediu outras 211 investigações a instâncias inferiores. Para conferir os demais nomes, acesse: www.brasildefato.com.br.
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
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BRASIL
Cerca de 1 milhão foram às ruas contra a reforma da Previdência em todo Brasil MARÇO Mais de 25 estados se uniram na luta. Só em Minas 250 mil pessoas participaram de mobilizações Maxwell Vilela
Redação
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Dia Nacional de Paralisações contra a reforma da Previdência, 15 de março, foi um marco para a história do país. A data reuniu mais de um milhão de pessoas nas ruas de todo o Brasil. Os protestos, que aconteceram em 25 estados e no Distrito Federal, envolveram trabalhadores e trabalhadoras do setor público e privado, movimentos sociais, associações de aposentados e centrais sindicais. A avaliação de especialistas é de que as manifestações marcam o início de uma grande mobilização capaz de derrubar propostas conservadoras do governo Temer.
Protestos aconteceram em 25 estados e no Distrito Federal Em Minas Gerais, 150 mil pessoas foram às ruas só em Belo Horizonte. Em todo o estado as atividades contabilizaram cerca de 250 mil participantes e mais de 70 cidades envolvidas. Na capital do Rio de Janeiro, também houve uma marcha com cerca de 100 mil manifestantes. Na cidade de São Paulo, o ato da Avenida Paulista contou com mais de 200 mil pessoas. O ex-presidente Lula esteve presente e afirmou que estão cada vez mais claros os motivos do golpe que, entre outras razões, desejaria “acabar com os direitos trabalhistas”. Por fim, ele saudou as manifestações pelo país. “Eu continuo convicto de que só com o povo na rua, utilizando
Em Mnas Gerais o protesto foi realizado em mais de 70 cidades. Acima foto da manifestação em Belo Horizonte
seus instrumentos de luta e quando a gente tiver um presidente legítimo, a gente vai conseguir fazer o país crescer e gerar emprego”, declarou. As próximas ações contra o governo ilegítimo de Temer e a reforma da Previdência acontecem nos dias 28 de março, quando o projeto será
votado pela primeira vez, e 31 de março, aniversário de 53 anos do golpe de 1964. Justiça suspende propaganda do governo sobre reforma da Previdência A Justiça Federal do Rio Grande do Sul determinou a suspensão de todos os anúncios do governo de Michel Te-
Próximas mobilizações acontecem nos dias 28 e 31 de março Pablo Vergara / MST -RJ
Na foto acima marcha no Rio de Jaeniro com cerca de 100 mil manifestantes
mer sobre a reforma da Previdência. De acordo com a decisão, as peças não possuem caráter educativo, informativo ou social, como prevê a Constituição. A liminar responde a uma ação judicial movida por nove entidades sindicais. Reforma da Previdência deve encontrar resistência na Câmara O projeto de reforma da Previdência de Michel Temer (PMDB) pode não passar pelo crivo dos deputados. Ainda no início do mês, 18 dos 36 integrantes da comissão especial da Câmara que analisa a mudança se mostraram contra exigências presentes no texto. Recentemente e com as ondas constantes de manifestações, líderes políticos conservadores também rechaçaram o tema, levando o relator da matéria Artur Maia (PPS/BA) a avisar que a reforma “não deve ser aprovada da maneira que foi enviada pelo Executivo”.
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MUNDO
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Movimentos criam manifesto contra candidatura de Lasso no Equador Reprodução
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om a chegada do segundo turno das eleições presidenciais no Equador, que acontece dia 2 de abril, movimentos populares, advogados, professores e estudiosos da América Latina assinaram um manifesto que visa alertar a população equatoriana sobre os riscos do resultado da votação. A presidência do país é disputada entre o candidato do governo Lenín Moreno, da Aliança País, que teve 39,3% dos votos, e o conservador Guillermo Lasso, do Criando Oportunidades, que teve 28,1%. A iniciativa do manifesto é do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que, no documento, expôs
como Peru, Colômbia, Brasil e Argentina, para reconstruir a hegemonia da ordem capitalista contra os povos. Depois da derrota, não ha-
verá tempo para arrependimentos, pagarão o erro político com seu trabalho e maior exploração”, diz trecho da carta.
Holanda rejeita ultradireita a preocupação de uma possível vitória de Lasso e classificou o candidato como o “representante do capital financeiro nacional e internacional, que conduz seu próprio movimento e, apesar do discurso fantasioso, é muito similar às outras direitas do continente”. O abaixo-assinado chama atenção, ainda, para as recentes ofensivas do neolibe-
ralismo na América Latina, como a eleição do empresário Mauricio Macri na Argentina e o golpe institucional sofrido pela presidenta Dilma Rousseff no Brasil. “Querido povo do Equador, não caiam nessa armadilha de eleger uma direita dura, que já anunciou que se unirá aos demais governos de direita do continente,
O primeiro ministro da Holanda e candidato da direita Mark Rutte, do Partido Popular para a Liberdade e Democracia, foi o vencedor das eleições presidenciais do país, que tiveram resultado na tarde de quinta-feira (16). Ele derrotou o adversário da extrema direita Geert Wilders, do Partido da Liberdade, que assim como Donald Trump realizou uma campanha baseada em ideias contra a imigração, propondo o fechamento das fronteiras para asilados, prisão de “muçulmanos radicais” e fechamento de todas as mesquitas e escolas islâmicas. Outra de suas promessas consistia em deixar a União Europeia.
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Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
ENTREVISTA
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“A missão da justiça criminal é conter as classes desfavorecidas e as lutas” DIREITO Advogada popular reflete sobre violência e papel do Judiciário no Brasil Arquivo pessoal
Joana Tavares
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uem lê, ouve ou assiste aos noticiários tem a impressão de que as notícias de crime e violência ganharam mais espaço. Comentaristas e telespectadores ficam a torcer contra o “bandido” e a pedir mais “punição”. Temos visto mais assassinatos violentos, normalmente de jovens, mulheres, homossexuais, pretos e pobres. A repercussão quando alguém branco e rico é assassinado é uma, quando é preto e pobre, é outra. Para conversar sobre essas coisas e sobre o papel do sistema judiciário brasileiro nesse contexto, o Brasil de Fato MG entrevistou Giane Ambrósio Alvares que é advogada, mestre em Processo Penal pela PUC/ SP e da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares.
Brasil de Fato - A morte do jovem João Victor, em São Paulo, infelizmente não parece ter sido uma exceção. Como os sistemas policial e judiciário costumam funcionar nessas situações?
Giane Alvares - A morte do menino João Victor Souza de Carvalho, agredido e arrastado pela rua por funcionários da rede Habib’s de fastfood, como afirmado por testemunhas e atestado por imagens divulgadas pela imprensa, realmente não é uma exceção. A vida dos jovens negros e pobres no Brasil parece não valer nada. Nas periferias do país, é comum o assassinato da juventude por parte das forças de segurança e, agora, também já se tornou bastante comuns episódios de linchamento de meninos negros e pobres acusados da prática de delitos.
ta o Estado mínimo, restringindo direitos sociais, trabalhistas, previdenciários, etc, como vem acontecendo no Brasil, maior e mais violento é o projeto de encarceramento de pobres. Quais são os riscos para a Justiça brasileira dessa atuação parcial de setores do Judiciário?
“Procura-se trasnferir para a vítima a responsabilidade pelas agressões”
O caso de João Victor revela-se particularmente assustador. Como sempre, procura-se rapidamente transferir para a vítima a responsabilidade pelas agressões sofridas e, neste caso, pela própria morte. Alguém consegue imaginar o desfecho que teria um caso em que a vítima, no lugar de um menino negro, pobre da periferia, como no caso de João Victor, fosse um menino branco, rico ou de classe média? Depois do golpe no Brasil, na sua avaliação, aumentou a violência contra pobres, negros e mulheres??
Os governos anteriores, de Dilma Rousseff e Lula, eram mais sensíveis às causas e reivindicações dos grupos mais vulneráveis, como LGBT e mulheres, mas não se mostrou muito atento ou eficaz no combate à violência e ao encarce-
Para elites a vida dos jovens, negros e pobres não vale nada”
Programas televisivos disseminam sentimentos vingativos” ramento em massa da população negra e pobre no país. O governo atual, marcado por um perfil conservador e atrasado, tem como única preocupação dilapidar o patrimônio nacional e atender aos anseios das elites nacionais e estrangeiras, retirando direitos dos trabalhadores. As demandas dos pobres, negros, mulheres, LGBT, etc, não são uma pauta para este governo. O caso do assassinato brutal da transexual Dandara Kataryne, em 15 de fevereiro, no Ceará, é um exemplo emblemático de como a violência é uma constante no Brasil contra lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros. Estudos mostram que quanto mais se implemen-
Nos últimos anos, mudanças de entendimento jurisprudencial a respeito de direitos fundamentais relacionados à atividade punitiva estatal e a aprovação de novas leis penais e processuais pelo Congresso Nacional abriram um ciclo mais grave de autoritarismo penal no país, direcionado aos pobres, aos movimentos populares e, também, a determinados partidos políticos. A criminalização da pobreza e dos movimentos populares são fenômenos cuja existência nem mesmo um observador menos atento pode deixar de notar como marca de nossa realidade nessa quadra da história. A aterrorizante situação das prisões brasileiras, a prisão de trabalhadores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Goiás, Paraná, Bahia e Tocantins, são fatos representativos desta realidade e demonstram que, no país, a missão essencial do sistema de justiça criminal é a de
Menos direitos sociais e trabalhistas gera mais violência”
servir como instrumento de contenção das classes desfavorecidas e das lutas sociais. Se é verdade que nenhum direito fundamental foi reconhecido ou efetivado sem a luta, o sacrifício e o sofrimento dos povos, também se pode afirmar que a resposta estatal para as lutas protagonizadas por movimentos populares restringe-se à repressão penal. Parece haver um sentimento de ‘justiçamento’ e ‘vingança’ aguçado na sociedade. Muitas vezes, comemora-se a prisão de políticos corruptos, mesmo que não sejam cumpridos os ritos da lei. Essas prisões são a solução para o problema da corrupção e mesmo da impunidade no Brasil?
O alardeado problema da impunidade no Brasil é uma grande falácia. Com mais de 600 mil pessoas presas, não se pode afirmar que exista impunidade no país. No máximo, o que pode haver é o encarceramento seletivo de determinada classe social. Já faz bastante tempo que, no Brasil, programas televisivos disseminam na sociedade os sentimentos de necessidade de combater a prática de qualquer crime, a qualquer custo. Assassinatos cometidos por policiais e outras tantas ilegalidades são comemorados nestes programas. Ocorre que, a partir do julgamento da Ação Penal 470 (vulgo mensalão) pelo Supremo Tribunal Federal, a seletividade do sistema penal, que antes apontava sua mira apenas para pobres e negros, passou a direcionarse, também, contra membros de determinados partidos políticos.
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Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Amiga da Saúde
Nossos direitos Direito de Greve Diante dos atuais ataques aos direitos do povo brasileiro, em que o governo se nega a atender a voz da sociedade, uma importante alternativa dos trabalhadores para serem ouvidos é a realização de greve e de paralisação do trabalho. A greve é a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, da prestação de serviços ao empregador. Esse direito é garantido pela Constituição Federal, em seu artigo 9º: “É assegura-
do o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Nesses casos, a empresa não poderá adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento. Se você está percebendo a necessidade de se manifestar, procure seu sindicato e lute pelos seus direitos.
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP.
Amiga da saúde, fui diagnosticada com condiloma e o médico disse que peguei HPV numa relação sexual. Tem como eu saber se peguei do meu parceiro atual? Anônima Cara leitora, o HPV (Papilomavírus humano) é um vírus que causa verrugas. Existem mais de 120 tipos de HPV. Alguns deles gostam da região genital e provocam essa doença conhecida como condiloma (verrugas genitais). Grande parte da população possui o HPV e não sabe. Uma vez que a pessoa é infectada, o vírus pode se manifestar rapidamente ou ficar latente no corpo sem provocar nenhum sintoma por até 20 anos. Quando o sistema de defesa da pessoa se enfraquece, podem aparecer
as lesões. Além da transmissão pelo contato sexual, também é possível contrair o vírus por meio do uso compartilhado de toalhas ou objetos íntimos, além de vasos sanitários. Assim, é muito difícil determinar como você contraiu o HPV. Pode ser recente ou de muitos anos atrás. A prevenção com uso de camisinha, além do não compartilhamento de roupas e objetos íntimos, é orientação que vale para todos. As meninas a partir de 9 anos devem também receber a vacina fornecida pelo SUS.
Sofia Barbosa I Coren MG 159621-Enf. Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br
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Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
13 VARIEDADES 13 por Alan Tygel
Dicas Mastigadas Broa da Vovó CAÇA-PALAVRAS
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Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.
Os raios Os raios são descargas elétricas de ALTA intensidade que ocorrem entre nuvens carregadas e a TERRA. A luz que eles apresentam é devida à IONIZAÇÃO do ar em seu TRAJETO. De modo geral, o ponto onde cairá o RAIO será aquele em que a NUVEM estiver mais PRÓXIMA do CHÃO.
Na semana de lutas contra a reforma da Previdência, vamos homenagear as vovós do Brasil. E nada mais típicos dessas grandes mulheres do que a broa de milho. Se perdermos nossa aposentadoria, como vamos cuidar dos nossos netos e proporcionar todas as gostosuras que experimentamos em família?
O para-raios é um DISPOSITIVO que protege uma ZONA ao atrair a descarga ELÉTRICA e abortando a FORMAÇÃO de um raio, e, se houver, o EFEITO será apenas o da passagem de uma forte CORRENTE elétrica para a terra.
Se não dispuser de uma CASA ou CARRO para se abrigar, sente-se e coloque a CABEÇA entre as pernas. O H H D H H F C D O A E E L
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Solução
Ingredientes: ilustração: aCerVo ediouro
Se você estiver em local descampado, durante uma TEMPESTADE, não se coloque junto a pontos altos, como uma ÁRVORE, por exemplo. Estes, como o para-raios, terão preferência para as descargas e é bem PROVÁVEL que sejam destruídos, causando acidentes sérios.
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3 ovos inteiros 1/2 copo (americano) de óleo 1/2 copo de açúcar 3 copos de fubá 1 e 1/2 copo de leite 1 colher de sopa de fermento em pó 1 pitada de sal Queijo, coco ralado e erva doce a gosto
Modo de fazer Ponha a água para esquentar e, um pouco antes de ferver, desligue o fogo e coloque o capim santo. Deixe tampado em infusão por 10 minutos. Espere esfriar e bata no liquidificador com 2 limões. Beba bem gelado!
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Bata todos os ingredientes no liquidificador. Leve ao forno préaquecido por 30 a 40 minutos, em forma untada e enfarinhada. Sirva com café, e chame a companheirada para animar a luta contra a reforma da previdência!
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* Alan Tygel é da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
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CULTURA
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
Novo clipe de Kdu dos Anjos retrata dia a dia do tráfico MÚSICA Com paródia de Chico Buarque e fotografia inspirada em “Cidade de Deus”, obra busca mostrar realidade de jovens do mundo das drogas Mariana Rodrigues / Divulgação
Raíssa Lopes
“ odo dia ele faz tudo sem-
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pre igual / Sete horas da noite vai pegar plantão / E sorri um sorriso pontual / Pois um dia na boca tá patrão”. Esses trechos podem até lembrar uma das composições mais famosas da música popular brasileira, mas só lembrar. A letra é parte do novo trabalho do cantor mineiro Kdu dos Anjos, o clipe “Tá Rolando”, lançado nas redes sociais no mês de março. Assim como em “Cotidiano”, de Chico Buarque, a música narra o dia a dia, mas com uma diferença principal: ele nada tem de romântico. No vídeo, as batidas de funk conduzem por uma viagem pelo Aglomerado da Serra, uma das maiores comunidades de Belo Horizonte. E é lá que Kdu encontra o cenário para narrar o cotidiano cruel dos jovens do tráfico de drogas. “A música original do
Chico fala de boca de hortelã, de café, de feijão. No tráfico não existe esse sentimentalismo, existe é muita treta para quem exerce a função”, reflete o músico, que mora na Favelinha, vila que aju-
Duelo: dez anos de resistência Com saudade do Duelo de MCs? Em 2017, o projeto completa 10 anos e realiza edição especial no domingo (19). A programação começa às 14h, no Viaduto Santa Tereza, com a presença dos artistas Harley, Ik47, Kamikaze e Lancaster. Além das batalhas, o evento conta com participação de DJs, grafite ao vivo e um pocket show da dupla Abu e Cizco, que apresenta o EP “Cru”, lançado em janeiro deste ano.
da a compor o conglomerado e cenário das filmagens. Segundo o artista, na região a canção já estava decorada antes mesmo de ser gravada. “Todo mundo se identifica”, declara.
Fotografia inspirada Com cores que dialogam com “Cidade de Deus”, filme do diretor brasileiro Fernando Meirelles, “Tá Rolando” une arte à realidade, fazendo com que todos os trabalhadores do tráfico conduzam as vendas com passos de dança - tem passinho, break, contemporânea e muitos outros. A escolha também não foi por acaso. “Foi uma brincadeira com o ditado ‘quem tá na pista, dança’. Ainda teve a maquiagem pra mostrar que todo mundo - policiais, usuários, moradores - sabe quem tá vendendo a droga. São jovens que passam como invisíveis, mas na verdade chamam bastante atenção”, diz Kdu, que destaca o fato de que qualquer dançarino do clipe poderia ter seguido o caminho do tráfico. Um deles, o jovem Augusto Guerra, que leva os pas-
Projeto leva quadrinhos para sala de aula O QUATI - Quadrinhos, Educação, Traços e Imaginação é uma iniciativa que utiliza os quadrinhos em sala de aula como forma de educação e incentivo à leitura. Neste ano, o programa oferece oficinas gratuitas, ministradas por artistas mulheres do Coletivo Lady’s Comics, para crianças e educadores dos centros culturais de BH. O QUATI acontece em março no Centro Cultural Bairro das Indústrias.
sos de Hip Hop para as imagens, conta que inclusive já perdeu amigos próximos para esse mundo. Sobre a iniciativa de levar a dança para o ambiente das drogas, ele afirma que o intuito é também mostrar como a atividade pode salvar vidas. “Na minha performance, procurei evidenciar a felicidade que dançar proporciona. Levei pro lado bom de curtir com os amigos, estar animado”, revela. Sobre a sua carreira, Kdu não sente a necessidade de um novo CD, mas diz que pretende, cada vez mais, se aproximar das vertentes do funk e ter o rap como mensagem. Para conferir o clipe, acesse: www.youtube. com/watch?v=-ynxGw8DN0A
Cinema que debate cultura LGBT O coletivo mineiro Rede Afro LGBT convida para a primeira edição do projeto Cine Afro, que exibe no dia 22 de março o documentário “Paris is Burning”, filme que discute a cultura gay de Nova York. A sessão faz parte da programação do Dia de Combate à Discriminação Racial (21/3), e acontece a partir das 19h, na Casa de Direitos Humanos de Belo Horizonte (Av. Amazonas, 558). Além disso, o evento apresenta performance da artista Cristal Lopes. A entrada é franca.
Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
ESPORTES
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Recorde de audiência na Paralimpíada
na geral
Marcelo Regua / MPIX/ CPB
Time do RS pode retomar troféu de futsal O time Carlos Barbosa (RS) será o próximo representante do futsal brasileiro masculino no principal campeonato da América do Sul, a Libertadores. A expectativa dos torcedores do time gaúcho, apelidado de “Laranja Mecânica”, é que o Carlos Barbosa traga a taça, tornando-se, assim, pentacampeão do torneio. De um total de 17 campeonatos já realizados, o Brasil venceu 16. Leo Borges / NaJogada
O
s Jogos Paralímpicos de 2016, realizados no Rio de Janeiro, foram os mais assistidos da história. O estudo foi feito pela empresa Nielsen Sports, que apontou um aumento de 7% de audiência em relação aos jogos de 2012, em Londres, crescendo de 3,8 para 4,1 bilhões de espectadores. O aumento do número de países que transmitiram os jogos também é significativo. Em Pequim 2008, foram 80; em Londres 2012, foram 115; no Rio 2016, foram 154.
Time rejeita torcedor homofóbico CTE UFMG seleciona jovens atletas
José Carlos Paiva/Imprensa MG
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a última semana, o clube inglês de futebol Manchester United anunciou o início de uma parceria com uma organização de direitos LGBT, o Team Pride. Em reação, um torcedor escreveu no Twitter que “Preferiria dar apoio ao Bolton Wanderers (clube de terceira divisão) do que um clube que endossa imoralidade”. O Bolton, por sua vez, foi enfático ao rejeitar o torcedor. “Nós preferimos que não”, respondeu o time junto a uma bandeira LGBT.
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No sábado (18), o Centro de Treinamento Esportivo da UFMG (CTE UFMG) realiza uma peneira para formação de equipe de atletismo de alto rendimento. Podem participar jovens de ambos os sexos, entre 12 e 18 anos, com ou sem experiência no esporte. Os escolhidos treinarão gratuitamente no CTE. O processo seletivo terá avaliações de corrida de velocidade, salto em distância, lançamento de pelota e corrida de resistência. Para participar, é preciso comparecer ao CTE. (Com informações da UFMG) Onde: Av. Alfredo Camarate, 617 - São Luiz, BH Quando: 18 de março, das 9h às 12h Informações: (31) 3409-3340
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Belo Horizonte, 17 a 23 de março de 2017
CBF cobra R$ 200 por ingresso “mais barato”
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução / Gazeta Virtual
Rovena Rosa / Agência Brasil
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Seleção Brasileira masculina de futebol enfrentará o Paraguai no dia 28, na Arena Corinthians. O jogo é válido pela 14ª rodada das Eliminatórias para a Copa de 2018. Até a quinta-feira (16), segundo a CBF, havia cerca de 12 mil ingressos à venda. Os preços das
entradas variam de R$ 200, no setor mais barato, a R$ 1000, no Camarote. O último jogo da Seleção foi um amistoso com a Colômbia, no dia 25 de janeiro, no estádio Nilton Santos. Na ocasião, os preços das entradas variaram de R$ 70 a R$ 150.
Nossos jogos são às 15h durante a semana, sem público, sem espaço na televisão. Nem mesmo a mídia divulga a tabela dos jogos femininos” Cristiane Gambaré, diretora de futebol do Corinthians/ Audax, comentando as dificuldades que os times femininos de futebol enfrentam no país.
Gol de placa Os jogadores das quatro divisões do futebol argentino encerraram a greve que paralisou o campeonato local. Os atletas reivindicavam o pagamento de salários atrasados, em especial nos pequenos clubes das divisões inferiores. Para ganhar no campo e fora dele, só com luta!
Gol contra O Boa Esporte contratou o goleiro Bruno, que deve estar bem enferrujado. A decisão mostra como pensa o clube de empresários, que não tem compromisso com os valores do esporte, mas com o lucro. Os patrocinadores abandonaram o time e não aceitaram, como diz o jornalista Menon, o “marketing da morte”.
Decacampeão
É Galo doido
La Bestia Negra
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Léo Calixto
Do jogo contra o Cruzeiro, o América pode tirar importantes aprendizados. Primeiro: não se deve entrar em uma partida tão acuado. Com essa postura, cedo ou tarde, o gol é inevitável. Segundo: nos clássicos, o juiz sempre vai marcar os lances capiDecacampeão tais duvidosos para o Cruzeiro ou Atlético, nunca para o América. Terceiro: embora com a temporada já avançada e bom tempo para treinar, o técnico ainda não montou um time organizado. A indefinição do esquema – se dois ou três zagueiros – está deixando os jogadores confusos. Quarto: Pará, Renato Justi, Auro, Juninho e Renan Oliveira não podem ser titulares. Talvez nem reservas. Quinto: precisamos de boas contratações para a Série B.
Diante da perspectiva de enfrentar o Xará Tricordiano, sábado (18), no Farião, tenho pouco a declarar sobre o confronto. Apenas um desestímulo a mais neste Estadual: ingressos a R$ 100 na arquibancada, mais R$ 70 na geral. Para mim, o imGalo doido! portante é oÉretorno de Luan, depois de meses em recuperação. O meia-atacante, com sua versatilidade, vai ser útil neste período de turbulências e desafios. Louva-se, na imprensa, os 100% de aproveitamento no Campeonato Mineiro, mas, na minha opinião, isso não passa de obrigação. Vamos aguardar o momento de decisão, seja no regional, nas competições nacionais ou na Libertadores. Aí, sim, teremos como avaliar se valeu a pena tanto sacrifício.
Orgulho. É este o sentimento com o qual escrevo a coluna desta semana. Orgulho pelo posicionamento de alguns membros dos comandos da maior torcida organizada celeste, a Máfia Azul, contra a Reforma da Previdência. Existem pessoas que deLa Bestia Negra fendem o não envolvimento de instituições futebolísticas com a política. Elas se esquecem de que a política vai além de partido “x” e “y”, mas é caracterizada principalmente pelo diálogo e pela prática cidadã. O posicionamento de um (a) torcedor (a), contra ou a favor determinado jogador e/ou técnico, já é um posicionamento político. É preciso nos posicionarmos cada dia mais para que não haja retrocessos, tanto na política quanto no futebol.