Reprodução
Noronha Rosa / Brasil de Fato MG
CIDADES
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MINAS
Motoristas sob pressão
Quem foi Tiradentes?
Falta de acompanhamento psicológico e condições precárias de trabalho são alguns dos motivos que contribuem para o abandono de veículos
O homem que virou feriado nacional ainda guarda histórias curiosas e controversas.
Minas Gerais
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20 a 27 de abril de 2017 • edição 181 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita • facebook.com/brasildefatomg Héllyda Cavalcanti / Mídia NINJA
O impeachment que piorou o Brasil Quem achava que a solução era tirar Dilma deu com os burros n’água. Há um ano, o impeachment, caracterizado como golpe por analistas e pela imprensa internacional, foi aprovado por um Congresso corrupto e completamente desmoralizado. Parlamentares agora ajudam o governo não eleito do PMDB a afundar o Brasil na pior crise das últimas décadas. A cada votação no Congresso, mais um direito dos trabalhadores é reduzido a pó, mais se entregam as riquezas nacionais. A saída, segundo movimentos, passa pela greve geral, pois não adianta mais confiar nos “de cima” i BRASIL 9,11
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Editorial | Brasil
Crise política não será solucionada por “salvador da pátria”
ESPAÇO dos Leitores “Por acaso peguei numa loja de venda e compra de revistas na rua da Bahia (BH/MG) um exemplar do Brasil de Fato. Que jornal é esse? Parabéns a todos os envolvidos. Todas as informações são ótimas e sem falar que nem toda mídia diz o que está ali ou mostra de uma forma sutil com intenção de ludibriar. De coração, não é exagero. Vocês fazem um excelente trabalho” Julio Fessô, por mensagem pelo Facebook. “Isso não é um presidente e sim um canalha impiedoso que veio de encomenda para prejudicar o povo brasileiro” Sinfronio Bastos Amorim comenta o editorial “O saco de maldades e o buraco do saco” “Parece que vai ser muito bom. Quero assistir sim” Nazare Neves Américo comenta matéria “Com muita poesia, filme nacional retrata o interior de Minas Gerais”
A sociedade é composta por vários grupos. Cada grupo tem uma determinada força, que pode ser: o número de pessoas que consegue mobilizar, a quantidade de dinheiro que se tem e o controle de determinados espaços de poder político. Na nossa sociedade, a capitalista, os grupos mais fortes são aqueles com mais dinheiro. O poder econômico garante a esses grupos a capacidade de controlar os espaços de poder político. A mídia, os poderes executivo, legislativo e judiciário são exemplos de espaços
Destruição da política prejudica a população de poder político. Na última semana, tornaram-se públicas as denúncias de corrupção feitas por executivos de certa empreiteira. Muitos políticos e muitos partidos foram citados. A sensação que se tem é a de que ninguém presta, de que todo mundo é corrupto, de que a democracia não serve para nada. A torcida, às vezes, acaba sendo para que “venha alguém e dê um jeito”. O perigo está aí!
Política é construção coletiva A política é a forma de organização das pessoas para encontrar saídas coletivas para os problemas comuns. Desacreditar nessa forma de construção coletiva e chamar um “salvador da pátria” é um grande ris-
Força do povo vem da mobilização de muitos co. “Salvadores da pátria” podem significar o autoritarismo batendo à porta de nossas casas. As perguntas que ficam são: a quem interessa uma saída autoritária? Por que certos setores, como a mídia, tentam fazer crer que ninguém presta? A principal prejudicada com a destruição da política é a própria população. É a política que garante ao povo se organizar para fazer frente ao poder econômico. A força do povo contra os poderosos está justamente na organização e na mobilização de muitos. Neste contexto, para enfrentarmos a proposta dos poderosos de retirada de direitos, como a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e a terceirização, a melhor forma de fazermos política é a greve geral dia 28 de abril. Cruzar os braços e ninguém trabalhar nesse dia é fazer política com P maiúsculo.
Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Durval Ângelo Andrade, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Marcelo Oliveira Almeida, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Samuel da Silva, Talles Lopes, Temístocles Marcelos, Titane, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Larissa Costa, Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Alan Tygel, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fernanda Costa, João Paulo Cunha, Léo Calixto, Marcelo Pereira, Nadia Daian, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Revisão: Cristiane Verediano. Administração: Vinicius Nolasco. Distribuição: Amélia Gomes. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.
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Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Mas, para você, por que o dia do índio é importante?
Para nós do povo pataxó, primeiro povo indígena do Brasil, é importante para relembrar que existimos e estamos vivos, inclusive na árvore genealógica da maioria da população. Porém, data de índio é todo dia. Fazemos de tudo para levar a cultura indígena todos os dias para a Praça Sete, para saberem que ela nunca será morta.
Eles são seres humanos como nós. Temos que lembrar do direito deles de poderem viver com dignidade igual a todo mundo. Antes de nós, eles já estavam aqui no Brasil há muito tempo, e isso precisa ser respeitado.
Fabrício Aktxawã Falcão, artesão
Isadora Renata, mensageira da alegria
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Declaração da Semana
PERGUNTA DA SEMANA
Em 19 de abril é comemorado o Dia do Índio em vários países, também no Brasil, para celebrar a identidade dos mais antigos povos que habitaram o nosso continente.
GERAL
Arquivo pessoal
“Elogios pelo fato de você cuidar do seu filho, cuidar da sua casa, dividir a tarefa com a sua esposa... Eu não aceito esse rótulo de ‘Homão da porra’ pelo simples fato de fazer isso. Eu acho que é a obrigação de todos os homens” Disse o ator Rodrigo Hilbert, reconhecendo que não faz mais do que a obrigação ao dividir o trabalho doméstico com sua companheira.
Lista de Fachin vira brincadeira Reprodução Facebook
ASCOM - DPMG
Na semana passada, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, autorizou a abertura de inquérito contra 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados de quase todos os partidos. A notícia virou brincadeira na internet, com memes que rapidamente se espalharam nas redes sociais. Em um deles, aparecem políticos tucanos que participaram de manifestações “contra a corrupção”, cujos nomes constam na lista, desafiando o juiz Sérgio Moro (PSDBPR) a investigá-los. Reprodução
Quer casar, mas não tem dinheiro? Mil casais terão a oportunidade de se casar durante o Casamento Comunitário que a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG) promoverá no dia 23 de junho deste ano. O evento, que acontecerá no Mineirinho, é voltado para casais residentes em Belo Horizonte e que não têm condições de arcar com as taxas devidas aos cartórios de registro civil. Os interessados devem se inscrever, com a maior antecedência possível, até o dia 10 de maio, na sede da DPMG na capital. O endereço é a Rua dos Guajajaras, nº 1707, Barro Preto. Para mais informações, ligue (31) 3526-0312.
Futuros ginecologistas denunciados por apologia ao estupro Estudantes de medicina da
Universidade de Vila Velha (UVV), que pretendem se especializar em ginecologia, são acusados de fazer apologia ao estupro. Os jovens postaram nas redes sociais fotos em que aparecem de jaleco, com as calças abaixadas, fazendo um gesto que simboliza a vagina. Uma das postagens tem a tag #PintosNervosos. O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) pediu ao Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) que puna os rapazes. Em nota, a Universidade disse que não compactua com a postura dos alunos e que tomará medidas cabíveis. Quem teria coragem de se consultar com esses médicos?
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CIDADES
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Sob estresse e más condições de trabalho, motoristas abandonam ônibus NO LIMITE A dura rotina dos condutores aumenta índice de afastamento por doenças, que só são tratadas após sintomas graves Adão de Souza
Raíssa Lopes
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ão cada vez mais comuns histórias de motoristas de ônibus que abandonam os coletivos durante o horário de trabalho. Na mais recente delas, registrada na segunda semana de abril, um trabalhador deixou o veículo, que estava com passageiros, na hora de pico do trânsito no Centro de Belo Horizonte. Uma pesquisa recente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela uma realidade crítica para a categoria, que, segundo os dados coletados, já teve 35% dos funcionários licenciados por terem sofrido algum tipo
de agressão. A Confederação Nacional de Transportes (CNT) também apresentou um levantamento que mostra que 57% dos motoristas brasileiros consideram a profissão desgastante e cansativa, e que
30% dos motoristas estão afastados para tratamento
77% dos profissionais reclamam do estado de conservação das ruas e avenidas que usam diariamente para trabalhar. Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários de BH e Região Metropolitana (STTRBH), Ronaldo Batista, nos últimos tempos o índice de trabalhadores que adoecem só aumenta: atualmente, 30% estão parados para tratamento. “Vivemos sob uma imensa pressão dos patrões e somos submetidos a xingamentos e agressões físicas. O sindicato registra cerca de seis ocorrências dessas por dia, além de enfrentarmos sempre um trânsito caótico. Tudo isso contri-
bui para casos de abandono dos postos de trabalho”, diz Ronaldo. Sem apoio psicológico Ele pontua também que, no decorrer da vida dos profissionais, não existe qualquer acompanhamento psicológico. O suporte só aparece depois dos sintomas graves das doenças, como possíveis surtos. De acordo com Ronaldo, em circunstâncias do tipo, o trabalhador é afastado e, após cumprir a licença, é quase sempre demitido pelas empresas. “E dificilmente essa pessoa irá conseguir se recolocar no mercado de trabalho. Muitas vezes é preciso pagar por um tratamento sem falar com o patrão”, continua o presidente.
Metroviários são multados por greve Reprodução/ Fenametro
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roblemas semelhantes são enfrentados pelos trabalhadores do metrô. Para o presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Romeu Neto, o principal motivo é a falta de recursos para a manutenção do serviço, o que afeta diretamente os motoristas, de diferentes formas. São estações e trens lotados, atrasos, falta de segurança, veículos desgastados e ultrapassados. “Os usuários merecem um metrô de qualidade, mas não conseguimos proporcionar isso, porque o governo não faz investimentos. As pessoas desconhecem o quão difícil é exercer nossa função nessas condições”,
ressalta. Romeu diz que com esse sistema, o estresse dos condutores cresce e faz com que eles se tornem vítimas de abusos físicos e morais. “Reflete em tudo. Até na imunidade, fazendo com que o trabalhador gripe toda hora, tenha dores de cabeça”, afirma. O departamento de saúde ocupacional da empresa também é insuficiente para contornar os ca-
sos de sofrimento, de acordo com Romeu. Multa por se manifestar Além de todos os problemas, os metroviários ainda foram multados pelo Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG), por paralisarem as atividades nos dias 15 e 31 de março, datas que não corres-
pondem a lutas particulares da categoria, mas sim a uma agenda nacional contra as reformas do governo de Michel Temer. A última penalização se soma a outras do ano passado e juntas já ultrapassam os R$ 400 mil. Por ser considerado um serviço essencial, foi exigido que, nas mobilizações, o metrô funcionasse 100% nos horários de pico e 80% nos
intervalos. Essa porcentagem, de acordo com Romeu, os trabalhadores não conseguem cumprir nem em dias comuns, já que a empresa não fornece a capacidade de colocar toda a tropa de veículos nas estações de uma só vez. A lei de greve prevista em Constituição estipula que 30% dos carros funcionem em dias de paralisação. “É uma decisão que mostra a total falta de conhecimento do sistema e que tem o objetivo de que os sindicatos percam o poder de pressão aos governantes e de mobilização dos trabalhadores. Mostra que Justiça serve aos patrões e empresários e assim, nós facilmente vamos ser atropelados pelos retrocessos que querem trazer ao país”, completa o sindicalista.
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
MINAS
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Opinião
A vida é sempre maior que a teoria João Paulo Cunha A pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, “Percepções e valores políticos nas periferias de São Paulo”, chega no momento certo. Num tempo de valorização de fatos alternativos e incapacidade para o diálogo produtivo, os pesquisadores decidiram ouvir os próprios sujeitos da história. Agora, com os resultados no papel, é hora de deixar os achismos de lado e colocar a cabeça para funcionar. Pelo visto, pares antagônicos como esquerda e direita, progressistas e conservadores, individualistas e coletivistas, liberais e estatizantes e outros inimigos de morte não são capazes de explicar a vida real. Para ficar na inspiração da canção popular, desta vez com Belchior, “a vida realmente é diferente, ao vivo é muito pior”. Na maioria das vezes, não se trata apenas de escolher entre um dos lados, mas da capacidade de
ler a realidade como formada por mil imagens fragmentadas. A defesa do empreendedorismo, por
Pesquisadores ouviram os sujeitos da história exemplo, pode ser mais um sinal de dissolução do mercado formal de trabalho do que a defesa do protagonismo individual. O novo trabalhador precisa se virar e, por isso, quer ser o próprio patrão, porque não há emprego disponível. A crítica às políticas públicas não significa um alinhamento automático com a redução do Estado, mas a constatação do fracasso na oferta de serviços de qualidade. O escape para o setor privado, mesmo em alternativas de segunda linha, é sintoma e não causa. O que se observa com o vaivém do trabalhador empurrado pelas
crises entre SUS e planos saúde, escola pública e particular etc. No campo moral, o aparente reforço de comportamentos conservadores, de modelos familiares mais tradicionais e de religiões de códigos mais estritos e repressivos convivem com a abertura social à transformação desses valores. O conservadorismo está o tempo todo contraposto com a tendência à tolerância e à afirmação de novos direitos. No caso do individualismo, a pesquisa não permite essa inferência. Se a busca por melhoria profissional se alimenta numa perspectiva de afirmação do mérito individual, ela sempre se insere num movimento mais geral marcado por valores coletivistas pela universalização dos direitos. A pesquisa abre campos para novos levantamentos e análises. A constatação é que conhecemos muito pouco o novo trabalhador brasileiro, suas motivações e visões de mundo. Há uma nova subjetividade que precisa ser captada por uma nova política.
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indigenas espalhados por Minas Gerais. E , e m ab r il , e le s s ao o centro das atencoes. Promover o diálogo entre o Governo de Minas e as 12 etnias do estado é uma das iniciativas da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac). Uma articulação que busca aprimorar as ações existentes e dar continuidade à instituição da política estadual para povos indígenas. Acesse direitoshumanos.mg.gov.br e saiba mais.
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MINAS
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Tiradentes: por que ele virou feriado? INCONFIDÊNCIA MINEIRA Curiosidades e lendas envolvem a história do dia 21 de abril Reprodução
Rafaella Dotta
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ono de um feriado nacional em seu nome, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, possui uma história em parte desconhecida e em parte misteriosa. Você sabia, por exemplo, que sua cabeça foi roubada e nunca mais reapareceu? Ou que
a barba e o cabelo compridos são provavelmente invenções? Dúvidas como essas abrem possibilidade para se conhecer um pouco mais sobre a revolta acontecida em Minas Gerais, conhecida como “Inconfidência Mineira”. Era século XVIII, por volta de 1790, quando um grupo de intelec-
tuais, padres e detentores de patentes militares de Vila Rica (hoje Ouro Preto) começou a pensar em uma revolta contra a coroa portuguesa. O professor da UFMG, João Furtado, explica que a maioria dos inconfidentes se rebelava contra a forma agressiva com que Portugal cobrava os impostos em Mi-
quê? “Ele era o líder que mais divulgava as ideias da Inconfidência. Ao dar muita publicidade à Inconfidência, foi identificado como o principal propagandista e escolhido para ser eliminado pela coroa”, argumenta o professor. Outros dizem que ele foi o escolhido para servir de exemplo por ser o mais pobre entre seus companheiros, que eram integrantes da burguesia da época. O enforcamento de Tiradentes aconteceu no Rio de Janeiro, na praça da Lampadosa (hoje praça Tiradentes) e pedaços de seu corpo foram coloSímbolo do movimento De todos os integran- cados ao longo da estrada tes da revolta, apenas Ti- até Vila Rica, onde foi exiradentes foi morto. Por bida sua cabeça. nas Gerais. “Ricos, principais sonegadores, tinham seus bens confiscados à força”, diz. Os inconfidentes não tinham um grande projeto para o país, não tinham os mesmos pensamentos sobre a escravidão e não passaram da fase de planejamento da revolta, segundo o historiador. Em abril de 1792, os reis portugueses descobriram a conspiração e mandaram enforcar e esquartejar Tiradentes, a fim de inibir movimentos que também articulassem a liberdade do Brasil de Portugal.
Curiosas inconfidências Será careca? Historiado-
res afirmam que Tiradentes não era como as pinturas mostram. Como era um alferes (espécie de tenente do exército), precisava manter cabelo e barba raspados. A figura que conhecemos hoje teria sido inventada para se parecer com Jesus Cristo e facilitar a simpatia pelo inconfidente.
Onde ele está com a cabeça?
Nos dias seguintes à morte de Tiradentes, a corte portuguesa enviou pedaços de seu corpo a todo território nacional para amedrontar pessoas que se organizassem pela independência do país. Para Ouro Preto enviou a cabeça e a colocou em um poste na praça central. Entretanto, a cidade tomou um susto ao amanhecer. A cabeça de Tiradentes havia sido roubada. Até hoje diversas lendas rondam a história e seu crânio nunca foi encontrado.
Tiradentes, um vilão?
Por 98 anos, desde a sua morte (1792) até a proclamação da República do país (1889), Joaquim foi considerado um exemplo a não ser seguido, odiado por toda a corte portuguesa. Quando o Brasil, enfim, declarou independência, ele passou a ser reconhecido como o mais importante rebelde que lutou pela liberdade do país.
Proclame-se feriado! Tiradentes é o único personagem brasileiro que possui um feriado nacional em sua homenagem.
Movimentos A fazem entrega paralela de medalhas
s homenagens oficiais da entrega da Medalha da Inconfidência acontecem na manhã de 21 de abril, na praça Tiradentes, em Ouro Preto. Uma das figuras mais esperadas para o evento era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas sua ausência foi confirmada pela assessoria na tarde desta segunda (17). Neste ano, organizações populares decidiram não participar das atividades oficiais. Em contraposição, será realizada a entrega da “Medalha Quem
Luta Educa” a pessoas comuns, que simbolizam as principais lutas de resistência no estado. Serão homenageadas uma professora que está em greve por melhorias, um eletricitário terceirizado que sofreu acidente de trabalho, um atingido pela barragem de Mariana, uma viúva do massacre de Felisburgo e outras representações. Ao todo, cerca de 30 pessoas devem receber a honraria em um palco montado na entrada da cidade, também na sexta (21).
Acompanhando
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Foto da semana
OPINIÃO
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PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. Thiago Gomes / Agência Pará
Rosinei Coutinho / SCO - STF
Na edição 178... “Mais de um milhão de pessoas já foram às ruas contra reformas” ... E agora Temendo o povo, relator altera idade mínima O relator da proposta de desmonte da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentou mudanças na PEC 287. Na versão original, o tempo de contribuição subiria para 49 anos; agora, subiria para 40. Antes, a idade mínima para mulheres passaria de 60 para 65 anos; na versão atual, sobe para 62. Na proposta original, seriam precisos 65 anos de idade e 25 de contribuição para a aposentadoria rural; na versão atual, passam a ser necessários 60 anos de idade e 20 de contribuição. Na edição 177... “Justiça suspende processos movidos contra Samarco sobre má qualidade da água” ...E agora Além do Rio Doce, águas subterrâneas também estão contaminadas Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com o Greenpeace, mostrou que as águas subterrâneas, na região da bacia do Rio Doce, estão contaminadas com altos níveis de metais pesados. Os pequenos agricultores, que dependem dos poços artesianos, são os mais prejudicados. A contaminação se deu por causa do rompimento da Barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, em 2015.
RESISTÊNCIA Cerca de 4 mil índios participam da Semana dos Povos Indígenas em São Félix do Xingu, no Pará. O evento começou no sábado (15) e foi até quarta (19), data em que é celebrado o Dia do Índio. Ao todo, indígenas de 10 etnias - Caiapó, Tembé, Gavião, Waiwai, Kuxuyana, Xikrin, Guajajara, Parakanã, Surui e Munduruku – participam de atividades culturais, sociais e esportivas. As competições esportivas englobam arco e flecha, provas de atletismo e futsal, entre outras.
Frei Betto
Caio Clímaco
Delações premiadas ou suspeitas?
Bolívar e a democratização da comunicação
Passei pela prisão duas vezes (1964 e 1969-73). Fui submetido a inúmeros interrogatórios. O objetivo dos algozes era obter delações. Sem prêmios, exceto livrar-se de mais torturas físicas. Sob o governo Médici se prometeu liberdade imediata ao preso político que, na TV, se arrependesse de suas atividades e louvasse o “milagre brasileiro” do regime militar. Em São Paulo, apenas meia dúzia aceitou a proposta. As delações aceitas pelos juízes Moro e Fachin merecem ser acolhidas com cautela. Para empresários e altos funcionários públicos, habituados a salários astronômicos e vida nababesca, estar preso é uma tortura. E sabem que o comprimento da língua pode reduzir a extensão da pena. Por isso delatam. Nenhuma delação pode ser aceita como fato consumado, como ocorria no stalinismo. É preciso apresentar provas de que os delatados de fato transgrediram a lei. Mandaram a ética e os escrúpulos às Eleitor vota e poder favas. econômico elege Em plena Semana Santa, a lista de Fachin não merece ser encarada como a multiplicação dos Judas brasileiros, a serem sumariamente condenados e malhados. O Direito deve prevalecer sobre as nossas divergências, antipatias e ressentimentos em relação aos políticos citados. Vale frisar que visceralmente corrupta é a institucionalidade política brasileira, na qual o eleitor vota, e o poder econômico elege. A nação espera, há décadas, a profunda reforma que torne a nossa democracia verdadeiramente representativa e participativa.
O termo “bolivarianismo” tornou-se conhecido mundialmente por conta do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez que realizou o resgate dos ideais do libertador Simon Bolívar. Desde então a expressão é utilizada pela grande mídia brasileira com um caráter pejorativo. Quando se trata de bolivarianismo, estamos falando de um processo de transformações políticas, sociais e culturais, da identidade do povo latino-americano, de democracia direta e poder popular. O termo vem de Simon Bolívar, que é um personagem importantíssimo na história da luta pela independência de pelo menos 6 países na América Latina: Bolívia, Equador, Colômbia, Panamá, Peru e Venezuela. Seu lema era “Pátria ou Morte”. No entanto, sua importância é pouco conhecida no Brasil. Bolívar, mesmo sendo de origem aristocrata, não se vendeu a uma possível vida de privilégios. Em 1813 liderou a luta pela independência na Venezuela, senCompreender o passado do proclamado El Lipara mudar o país bertador, após vencer duras batalhas contra os espanhóis colonizadores. A partir daí, participou da fundação e foi governador da Grande Colômbia (Bolívia, Equador, Venezuela e Panamá), governou ainda o Peru e a Bolívia. Ainda no século XIX, Bolívar compreendeu a importância da comunicação, criando o jornal Correo del Orinoco, com o lema: “Somos libres, escribimos en un país libre y no nos proponemos engañar al público”. Não é à toa que a grande mídia brasileira esconde esse importante símbolo mundial. É hora de democratizarmos a comunicação, um direito que não nos será dado, pois não é do interesse dessas organizações que o povo brasileiro compreenda a sua história
Frei Betto é escritor autor de “Calendário do Poder” (Rocco), entre outros livros.
Caio Clímaco é estudante de ciência do estado e militante da Consulta Popular.
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BRASIL
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Jornada de lutas do MST marca 21 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás MANIFESTAÇÕES Movimento critica governo golpista e cobra reforma agrária Divulgação / MST
Da redação
C
om ocupações de latifúndios, órgãos públicos, bloqueios de rodovias e marchas, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) realizou, na última semana, a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. As ações marcaram os 21 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, em que 21 sem-terra foram assassinados pela Polícia Militar no Pará, em 17 de abril de 1996. Em Minas Gerais, o MST ocupou a Fazenda Ara-
Ocupações, bloqueios de rodovias e marchas aconteceram em mais de 15 estados
Na terça (18), cerca de 1500 sem-terra ocuparam a sede do Incra, em Belo Horizonte
puim, no município de Maria da Cruz, no Norte de Minas. A área, de acordo com o movimento, possui 10 mil hectares e, atualmente, está abandonada e penhorada pelo BNDES. Na manhã de terça (18), cerca de 1500 pessoas ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para de-
nunciar medidas do governo golpista de Michel Temer, que retiram direitos dos trabalhadores. O movimento reivindica também a retomada de políticas de reforma agrária, que buscam a regularização fundiária, a estruturação dos assentamentos, investimentos para a produção e assistência técnica.
Conflitos no campo aumentam 26% e batem recorde, segundo CPT O
s conflitos no campo registrados no Brasil aumentaram de 1.217, em 2015, para 1.536, em 2016, o que representa um aumento de 26%, segundo relatório anual apresentado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) na segunda (17), em Brasília. Desse total, 1.079 resultaram em violência. De acordo com a entidade, é a estatísti-
ca mais elevada, desde quando a pesquisa começou a ser feita, em 1985. Do total de conflitos, 1.295 estão relacionados à luta pela terra, incluindo, desde situações de despejo e ameaça, até os casos de morte. Outros 172 são disputas por água, maior número, desde quando a CPT começou a catalogar esses
casos específicos, em 2002. Além disso, houve 69 conflitos referentes a questões trabalhistas, sendo 68 deles somente ocorrências de trabalho escravo. O número de assassinatos no campo foi outro destaque, tendo saltado de 50 para 61, no mesmo período, o que configura um aumento de 22%.
“O governo financia o agronegócio para envenenar os trabalhadores, agora quer acabar com o Incra. Primeiros eles transformam num balcão de negócios, depois legalizam a venda de terras a estrangeiros. Por isso vamos continuar lutando até derrubar o Temer”, afirma Ênio Bohnenberger, da direção nacional do MST.
Para o dirigente, a superintendência do Incra de Minas Gerais é uma das mais ineficientes do Brasil. Nos últimos anos, assentou menos de 200 famílias. Mesmo assim, o movimento afirma que é fundamental a manutenção da instituição. “A última vistoria de terra realizada aqui tem anos, o número de famílias assentadas é vergonhoso, nenhuma casa foi construída, e vários assentamentos continuam sem água encanada e energia. Mas não é por isso que vamos deixar o golpe destruir as políticas que conquistamos com tanta luta”, explica. Pelo país O MST também realizou manifestações em Pernambuco, Alagoas, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Greve de 28 de abril pode ser uma das maiores da história Depois que o governo não eleito de Michel Temer anunciou medidas polêmicas como as reformas da Previdência e trabalhista, sindicatos iniciaram paralisações por todo o país. O dia 28 de abril, chamado de Greve Geral, promete ser a data em que mais trabalhadores cruzarão os braços em protesto contra as mudanças na aposentadoria, na pensão, nas leis da CLT e contra a lei que libera a terceirização sem limites. Participam deste dia as nove principais centrais sindicais brasileiras. Setores como ônibus, metrô, educação e outros serviços públicos já confirmaram que estarão paralisados em Belo Horizonte. Um protesto acontece às 9h, na Praça da Estação.
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
BRASIL
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Depois de doze meses você vê o resultado GOLPE Um ano depois do afastamento de Dilma Rousseff, população sofre com crise econômica e retirada de direitos Marcelo Camargo / Agência Brasil
Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)*
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ssa semana o país relembra um ano da votação que deu início ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. No dia 17 de abril de 2016, um domingo, uma sessão extraordinária da Câmara dos Deputados, que durou quase 10 horas, parou o Brasil neste que já é considerado o acontecimento mais trágico da história recente do país. O Observatório Político da América Latina e do Caribe (OPALC), em seu relatório anual publicado em janeiro, classificou o afastamento de Dilma como “uma grave deterioração da democracia brasileira”. A percepção de que houve um golpe parlamentar para tirar do poder uma presidente democraticamente eleita foi majoritária na mídia internacional e até entre governos – que mantiveram distanciamento de Temer desde então. O linguista e ensaísta norte-americano Noam Chomsky, professor do Massaschussets Institute of Technology (MIT), ainda no ano passado, cravou: “Uma líder política que não roubou para enriquecer a si mesma sendo acusada por uma gangue de corruptos, que fizeram isso (roubaram para enriquecer) é uma espécie de golpe brando”. Dia da vergonha Chomsky se referia ao perfil dos algozes de Dilma no Congresso. No dia 17 de abril do ano passado, dos 367 deputados que votaram a favor do prosseguimento do impeachment, 119 respondem por crimes na Justiça comum ou eleitoral ou estão envolvidos em suspeitas.
Quase nenhum, ao justificar seu voto pelo impeachment, citou o suposto crime de res-
Temer tem 15 ministros entre afastados e investigados por corrupção ponsabilidade cometido por Dilma. A maioria resolveu homenagear filhos, esposas, maridos, Deus e até figuras da ditadura militar. Um dos casos mais constrangedores foi a declaração de voto da deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG). Ela dedicou em seu voto o marido e ex-prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PSB). Ele foi preso algumas horas depois da votação, em Brasília, em uma operação da Polícia Federal, acusado de ter deixado de investir verbas federais para saúde e ter reduzido o número de leitos no SUS para favorecer hospital privado de propriedade da família. Ele acabou
sendo afastado de forma definitiva da prefeitura. “Foi um patético episódio ter deputados votando ‘contra a corrupção’ e, passado um tempo, o governo atual está atolado em processos, ministros caíram e alguns dos parlamentares hoje estão presos”, lamenta Raimundo Bonfim, um dos coordenadores da Frente Brasil Popular (FBP). O presidente da Câmara na época, Eduardo Cunha (PMDB), depois do impeachment acabou tendo o mandato cassado e sendo preso pela Operação Lava Jato. Atualmente, já está condenado a mais de 19 anos de prisão e ainda responde a vários outros processos judiciais. Cunha foi o grande responsável e articulador do impeachment, ao aceitar o pedido de afastamento de Dilma baseado nas chamadas pedaladas fiscais, manobras contábeis de orçamento, praticadas por todos os governos anteriores, mas que serviu de justificativa para tirar a primeira mulher eleita presidente do Brasil. O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) também ficou
marcado na votação do impeachment, ao homenagear o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Bolsonaro também já respondeu a processo por incitação ao estupro, após proferir ofensas contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Crise sem fim Vendido como a tábua de salvação do Brasil, o impeachment de Dilma não tirou o Brasil da crise econômica. Além disso, esse processo tumultuou ainda mais o ambiente político, contaminado pelas delações premiadas de empreiteiras como a Odebrecht e o surgimento de denúncias graves envolvendo políticos da base do governo Temer. O próprio Michel Temer, que assumiu o governo sem ser eleito para o cargo de presidente, ostenta níveis de aprovação ainda piores do que o de Dilma. Segundo
Afastamento de Dilma deteriorou economia a recente pesquisa Vox Populi/CUT, apenas 5% da população apoia o governo. A delação de executivos na Odebrecht também colocou a mira sob mais nove ministros de Temer. No ano passado, outros seis ministros já haviam pedido demissão por conta de escân-
Maioria da lista da Odebrecht é da base de apoio do governo
dalos de corrupção. Entre os 29 senadores e 42 deputados federais citados pela Odebrecht, a maioria pertence a base do governo, principalmente políticos do PMDB e do PSDB. Os números da economia pioraram em um ano. A taxa de desemprego atinge 13,2% da população, segundo IBGE. Esse percentual representa 13,5 milhões de pessoas que não conseguiram trabalho. O crescimento da economia também foi descartado, e as contas públicas fecharão em déficit por pelo menos mais dois anos.
Direitos ameaçados Em meio às crises política e econômica, o governo Temer tenta impor uma reforma da Previdência que cria regras extremamente rígidas para a aposentadoria da maioria da população, com o estabelecimento de idades mínimas de 65 e 62 anos para homens e mulheres, respectivamente, combinada com uma exigência de tempo de contribuição de 49 anos. Enquanto isso, a sonegação de impostos no setor previdenciário ultrapassa os R$ 400 bilhões, e o governo não tem feito esforço para cobrar dos devedores. Outra tentativa de mudança em andamento é a reforma trabalhista. A medida mexe em direitos básicos da CLT e pretende flexibilizar salários, jornada diária e férias dos trabalhadores. *Com informações da Rede Brasil Atual (RBA).
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MUNDO
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Oposição turca pede anulação de referendo CONFLITO Mudanças ampliam poderes do presidente Erdogan Reprodução
Da redação
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Partido Popular Republicano (CHP), principal força de oposição ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, solicitou a anulação do referendo realizado no domingo (16). Oficialmente, a maioria aprovou uma profunda mudança constitucional, que daria amplos poderes a Erdogan. Porém, a oposição acusa irregularidades no processo.
Referendo No referendo realizado na Turquia, os cidadãos tiverem que se posicionar sobre 18 mudanças na Constituição do país, que entrariam em vigor em 2019. A mais importante determina a passagem do parlamentarismo para o presidencia-
Kemal Kilicdaroglu, chefe do Partido Popular Republicano (CHP)
lismo. Além disso, seriam dados amplos poderes ao presidente, como promulgar leis por decreto e dissolver o parlamento. Erdogan poderia governar o país até 2029. Para o governo, as mudanças darão segurança e estabilidade ao país. A oposição afirma que, com re-
sultado positivo para o referendo, a Turquia é submetida a um estrito controle do presidente, sem qualquer contrapeso institucional. Na terça-feira (18), o CHP pediu ao Supremo Conselho Eleitoral que anule o resultado, a fim de que nova votação seja realizada. Se-
gundo o partido, muitas pessoas não puderam votar em privacidade e as cédulas foram contadas em segredo, o que invalidaria o pleito. O “sim” venceu o “não” por 51,4% a 48,6%. Golpe Recep Tayyip Erdogan, do Partido Justiça e Desenvol-
vimento (AKP), foi primeiro-ministro da Turquia no período de 2002 a 2013, período no qual venceu três eleições para o parlamento. A base eleitoral do partido é composta por uma maioria conservadora mulçumana, que durante décadas esteve sob o domínio de militares. Em 2013, Erdogan comandou uma violenta repressão contra um protesto em Istambul. Em 2014, após 11 anos como primeiro ministro, ele venceu as eleições presidenciais. Em 2016, Erdogan sofreu uma tentativa de golpe militar, que terminou com centenas de mortos e feridos. Com a apoio da Rússia, a tentativa foi duramente rechaçada. Há anos, grupos oposicionistas têm acusado o aumento de perseguições políticas por parte do governo.
Francisco recusa visitar Brasil de Temer CRÍTICA Em carta, pontífice diz que não se pode confiar na “mão invisível do mercado” Reprodução
Do Brasil 247
O
Papa Francisco enviou uma carta a Michel Temer, em que recusa seu convite para visitar o Brasil para as celebrações dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida. O convite foi feito formalmente pelo presidente no fim de 2016. Na carta, o pontífice cobra para que o governo evite medidas que agravem a situação da população mais carente no Brasil. “Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sócio-político
-econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao Papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo”, consta trecho da carta. “Porém não posso deixar
de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dila-
cerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira”, acrescentou. O papa, que já visitou o país em 2013, atribui a re-
cusa do convite de Temer à sua intensa agenda e afirmou que acompanha “com atenção” os acontecimentos na maior nação da América Latina. Por último, Francisco lembrou a Temer que não se pode “confiar nas forças cegas e na mão invisível do mercado”, em um momento em que o governo tenta aprovar reformas que agradem os investidores. Em agosto do ano passado, Francisco enviou uma carta em apoio a Dilma Rousseff, quando ela ainda não havia sofrido o impeachment, apesar de já estar afastada da presidência.
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
ENTREVISTA
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“Não é possível mais fazer apenas a luta de categoria, é preciso travar a luta de classes” Luta No centenário da primeira greve geral do país, trabalhadores/as vão às ruas contra o golpe e a retirada de direitos Wallace Oliveira
Lidyane Ponciano
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o centenário da primeira greve geral do país, trabalhadoras/es organizam novas mobilizações contra o golpe e o programa antipopular do governo não eleito de Temer (PMDB). De costas para o povo, os golpistas atuam sistematicamente para destruir os direitos conquistados no último século, colocando o Estado a serviço do sistema financeiro. Para barrar esse retrocesso, é fundamental dialogar com a população, politizar o debate e pressionar os parlamentares junto a suas bases eleitorais. Esse é o ponto de vista da educadora Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT Minas e coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação de Minas Gerais. Brasil de Fato MG – A greve geral do dia 28 de abril ocorre no ano do centenário da primeira greve geral no Brasil. Qual o significado dessa nova greve? BEATRIZ CERQUERIA - O
momento que o Brasil vive hoje é gravíssimo. Estamos diante da tentativa de imposição de um novo modelo de Estado Brasileiro por um governo e um Congresso Nacional que não têm legitimidade para isso. Este governo, com este programa, não foi eleito nas urnas. Este Congresso não foi eleito para ser uma Constituinte e fazer a revi-
Querem um Estado menor, que não garanta educação, saúde, previdência”
“O ciclo ´todos ganham´ acabou. Capitalistas querem retrocessos para o trabalhador”
são da Constituição de 1988, como iniciou em 2016 com a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241. Querem um Estado menor, no qual não caiba mais educação, saúde, previdência, segurança pública, geração de empregos e combate à desigualdade social e pobreza como políticas públicas para a maioria da população. Querem um Estado que atenda ao sistema financeiro internacional. Por isso, o pagamento da dívida pública e seus juros foi o único ponto que não foi congelado por 20 anos. Querem vender todo o patrimônio do país e privatizar os serviços públicos. Por isso, sofremos o golpe parlamentar em 2016. Nas últimas mobilizações contra as reformas de Temer, a Justiça do Trabalho puniu alguns sindicatos com multas. Essas ações são uma tentativa de criminalizar e intimidar o movimento sindical?
A criminalização das lutas sociais faz parte do capitalismo e é essencial para a sobrevivência de um governo sem votos. Mas, na CUT Minas, já decidimos que essas multas não são da categoria e não
Terceirização significa salários 24% menores, jornada maior e rotatividade” serão responsabilidade apenas do sindicato. Foram multas por luta de classe. Então, devem ser assumidas por todos nós. A CUT iniciará uma campanha de arrecadação de recursos para o pagamento das multas já existentes e para aqueles que ainda virão. No dia 31 de março, durante a realização de grandes protestos em todo o país, Temer sancionou a lei da terceirização. O que mais é preciso fazer para enfrentar esse governo que atua de costas para o povo, mostrando-se completamente fechado às reivindicações dos trabalhadores?
A primeira tarefa é sairmos das nossas bolhas, dos nossos grupos de Whatsapp e de Facebook. Conversar com quem pensa diferente da gente e só tem a Rede Globo como referência de informação. Também é preciso entendermos que o
ciclo “todos ganham” da última década no Brasil, com o neodesenvolvimentismo, acabou. O trabalhador via o salário mínimo ser valorizado como nunca antes, e os banqueiros lucraram como nunca tinham lucrado antes. Esse momento se encerrou. Agora, diante de uma crise mundial, o capital não vai querer dividir o seu lucro com o trabalhador. Não se trata mais de avançar em conquistas, mas impedir retrocessos. As reformas da previdência e trabalhistas precisam ser derrotadas. Além do diálogo com o povo, outra ferramenta eficaz é mexer com a base do deputado federal, contar para quem votou nele o que ele anda fazendo em Brasília, e como isso vai afetar as pessoas. Envolver câmara municipais e prefeitos nessa briga também. Todo vereador e todo prefeito é vinculado a um deputado. Portanto, também é responsável politicamente pela retirada de direitos. Quem ganha com a terceirização e o desmonte da Previdência?
O sistema financeiro e os grandes empresários. Na prática, a terceirização significa:
salários menores, trabalhadores terceirizados recebendo cerca de 24% a menos, com jornada semanal de 3 horas a mais; maior rotatividade, aumento dos acidentes de trabalho e doenças laborais; substituição de concursos públicos por empresas ou cooperativas, acabando com políticas de planos de carreira, negociações e pisos salariais. A terceirização irrestrita foi aprovada por uma manobra do governo e Câmara para dar segurança jurídica aos empresários que já desrespeitam direitos básicos dos trabalhadores poderem continuar e aumentar essa prática com a garantia de lei. Não vai gerar mais empregos, vai acabar com empregos diretos e viveremos um fenômeno da “pejotização”, com trabalhadores sendo demitidos e obrigados a criarem pessoas jurídicas para prestarem serviços que antes eram prestados por eles mesmos diretamente à empresa. Mas, agora, sem a proteção da legislação trabalhista, sem Previdência ou FGTS. Ao sistema financeiro, é essencial que o Estado brasileiro pare de fazer investimentos sociais para: 1. garantir a transferência dos recursos do orçamento para o pagamento da dívida pública e seus juros; 2. oferecer como mercadoria aquilo que havíamos conquistado como direitos: planos de saúde; planos privados de previdência; escolas e universidades privadas.
Pretendem vender o patrimônio e privatizar o país”
12 12 VARIEDADES
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Nossos direitos
Amiga da Saúde
Salário-maternidade O salário-maternidade garante a remuneração da mulher por 120 dias, podendo começar até 28 dias antes do parto. Se a empresa empregadora aderir ao programa Empresa Cidadã, a licença pode aumentar por mais 60 dias. Possui esse direito a mulher empregada, avulsa, doméstica, segurada especial, contribuinte individual e facultativa. As seguradas empregadas, domésticas e as trabalhadoras avulsas são dispensadas do cumprimento de
carência para obtenção do benefício. À contribuinte individual, especial e à facultativa a carência é de 10 contribuições mensais. Em regra, o benefício é pago com base na remuneração integral da trabalhadora. Mesmo estando a segurada da previdência social desempregada, mas mantida a qualidade de segurada, ela faz jus ao recebimento do benefício previdenciário de salário-maternidade. Em caso de dúvida, disque 135 para a Previdência Social.
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP.
Amiga da saúde, é normal a mulher ter pouco desejo sexual depois que tem filhos? Juliana Miranda, 28 anos, técnica de enfermagem. Essa é uma queixa bastante comum, Juliana. Mas é importante entender por que isso acontece. Nosso corpo passa por transformações durante a gestação e depois do parto, e é necessário um tempo de recuperação, que varia entre as mulheres. Os hormônios alterados podem afetar os sentimentos e desejos por muitos meses. Muitas mudanças ocorrem na vida após a chegada do bebê, e esses fatores externos geralmen-
te são os mais determinantes para a baixa libido. Talvez o mais importante seja o cansaço físico e emocional de cuidar de um bebê em tempo integral. Também contribui o fato de boa parte dos profissionais negligenciarem essas questões no acompanhamento pós-parto da família, perdendo oportunidades de intervir com orientações importantes para a retomada da sexualidade e do prazer.
Sofia Barbosa I Coren MG 159621-Enf. Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br
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Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
13 VARIEDADES 13 por Alan Tygel
Dicas Mastigadas Risoto de ervilha www.malvados.com.br
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br Prato típico da culinária maranhense, à base de vinagreira Erva Escritor de "Iracema" e "O Guarani" amarga tida como digestiva Estrutura afetada pela osteomielite (Anat.)
© Revistas COQUETEL
Imateriais Unidade Astronômica (sigla)
Cubo para o qual os muçulmanos se voltam quando oram Ouvido, em inglês
Planta da qual se obtém a tequila
Mau, em inglês Picles de gengibre
Problema vivido pelo Brasil em 2015, devido à infestação do Aedes aegypti
Religião difundida por Bob Marley
Setor no qual joga Thiago Silva (fut.)
"Expedicionária", em FEB
Ingredientes: • • • • • •
Bandagem usada em curativos Fator associado à sextafeira 13
Prática relacionada ao ensino (?) Ciata, pioneira no samba carioca
Revolução (?): marco da transição do Homo sapiens para a vida doméstica (Ant.)
O maior pontuador da partida (basquete)
Alto-(?), tipo de impressão no carimbo
O talento como o Honradas; ouvido honestas absoluto Azul, em francês (?)-92, evento ambiental do qual resultou a Agenda 21
Incógnita matemática Antologia (abrev.) Objeto lançado pelo míssil
• • • •
Dead (?): beco sem saída, em inglês Som do ñ espanhol (?) e E: as classes pobres (Econ.) Caneta, em inglês
Naná Vasconcelos, percussionista Sufixo de "etanol" União Latina (sigla) Acessório usado junto com a grinalda
(?)-branco: sua florada dura só 48 horas
Modo de fazer
"Algoz" do celíaco Sim, em francês
Toma uma atitude
Dinastia chinesa de célebre porcelana Marca da pessoa esmerada Ctrl+(?), atalho para colar (Inform.)
Arte de Anna Pavlova 17
Solução A A U R U B E R A ST A S O R R Z AG A I D A T IC L E V O C E S T E U I IN A X A N T O V E U G E G L I M O R V U A I P A R I S
J O O S E D R E A B L E N E C A P R
C B A F A R B A G A Z A A R I N H E N T O O L I P U T E M I N C B A L
E P I D E M I A D E D E N G U E
BANCO
Vitamina (?) e cama: conselho ao gripado
3/bad — ear — end — oui — pen. 4/bleu. 5/agave. 6/primor. 9/rastafári. 11/arroz de cuxá.
A cidade da Torre Eiffel
O filme barato e de má qualidade
Interjeição mineira
250g de arroz para risoto 300g de ervilha fresca ou congelada 1 caixa de creme de leite 2 alhos-porós médios, picados 2 dentes de alho, picados 3 colheres de queijo parmesão e/ou queijo provolone ralado Caldo de legumes, de preferência caseiro Cebolinha picada Azeite Sal e pimenta do reino à gosto
Frite o alho-poró e o alho em um fio de azeite até ficar levemente dourado. Enquanto isso, ferva um litro de água junto com o caldo de legumes. Acrescente ao alho-poró/alho o arroz e refogue até os grãos ficarem ligeiramente transparentes. Junte as ervilhas (se estiver usando ervilha congelada, não precisa descongelar antes) e metade do caldo de legumes fervente. Deixe em fogo baixo, mexa de vez em quando. Quando secar todo o líquido, acrescente aos poucos mais caldo quente até que o arroz fique macio. É importante que o arroz não fique totalmente seco, pois o risoto não ficará cremoso. Acrescente sal, o creme de leite e mexa. Desligue o fogo, misture o queijo e tampe por alguns minutos. Regue com azeite. Sirva polvilhado com a pimenta e a cebolinha picada.
Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.
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CULTURA
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Projeto em Lavras incentiva leitura e cria bibliotecas em pontos de ônibus
Divulgação
CONHECIMENTO Livros disponibilizados são doados pela população Divulgação
Larissa Costa
I
magina um ponto de ônibus onde tem uma estante com diversos livros disponíveis, gratuitamente, que você pode levar para casa, ler e devolver no dia em que quiser. Essa ideia já é concretizada pelo projeto Ponto do Livro, existente em Lavras e em outras cidades do Brasil, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Criado na capital paulista, o projeto foi desenvolvido para incentivar a leitura, a partir de um tipo de biblioteca pú-
blica, em que as pessoas podem pegar livros e também doar aqueles títulos que estão parados em casa. Weber Souza, um dos organizadores do Ponto do Livro em Lavras, no Sul de Minas Gerais, conta que, em menos de seis meses de existência, já são mais de 350 livros circulando na cidade. “Disponibilizamos materiais diversos, seja didático, religioso, acadêmico, literário e até revistas”, enumera. Weber afirma que ainda há um déficit contando os livros que saem e entram nas pra-
teleiras. “Todos os livros são doados e, para suprir a demanda, a gente coloca pontos de doação em bibliotecas, comércios, papelarias e farmácias, onde a pessoas podem colocar os livros que não usam mais. O projeto só existe porque a população participa. Estante não é sinônimo de ser culto”, destaca.
É hora de abrir as portas do Luiz Estrela A campanha de reforma para o Espaço Comum Luiz Estrela começou. O prédio, que havia passado quase 20 anos abandonado, foi ocupado por artistas, produtores e educadores em outubro de 2013, com o objetivo de transformá-lo em um lugar aberto à comunidade e capaz de oferecer atividades culturais e políticas. Agora, o financiamento coletivo para começar com as mudanças no local foi lançado, com arrecadação feita pela internet. São aceitas doações que vão de R$ 5 a R$ 2.000, que serão direcionadas a reparos na estrutura, como novo telhado e instalação elétrica, e também para o pagamento da equipe da obra. O nome do casarão é em homenagem a Luiz Otávio da Silva, morador de rua, homossexual e poeta conhecido como Estrela, que participava das mobilizações na cidade e foi encontrado morto no centro de Belo Horizonte. Até hoje, sua morte não foi investigada. Para conhecer mais sobre o projeto e apoiar, acesse: www.evoecultural.com/luizestrela. Divulgação
Para mais informações sobre o projeto em Lavras acesse https://goo.gl/X8cLrS
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Detalhes de Contagem na Praça da Liberdade Começou na Fachada Digital do Espaço do Conhecimento UFMG (que fica na Praça da Liberdade, em BH), a exposição “Confisco pelo Confisco”, que apresenta fotografias tiradas por jovens de 12 a 15 anos que moram no bairro Confisco, em Contagem, região metropolitana de BH. A mostra é composta por 50 imagens de locais da região, que denunciam a violência e o descaso pelo olhar dos meninos, além de evidenciar a solidariedade e a resistência da vizinhança. O público pode conferir o resultado até o dia 30 de abril, das 18h às 22h.
Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
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Curta e Grossa
Acabou o cheiro na geral de hexa: Leão é campeão
A dívida dos clubes com a Previdência Reprodução
A polêmica sobre o autêntico campeão brasileiro de 1987 foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) e, na terça (18), o recurso do Flamengo foi negado pela maioria dos ministros. Com isso, o Sport fica com o título brasileiro e o outro rubro-negro não pode dizer que é hexacampeão. “Nos gramados, venceu contra quem jogou” e nos tribunais, mais uma vez, deu em quem fugiu. O Sport permanece campeão brasileiro de 1987, como há 30 anos”, festejou o Leão da Ilha, em seu site oficial.
Gilvan de Souza / Flamengo
Fernanda Costa
Paratletas uberlandenses representam Brasil Arquivo Pessoal
ESPORTES
Medalhistas paralímpicos na Rio 2016, Ruiter Silva e Rodrigo Parreira, da equipe FUTEL/CDDU, representarão o Brasil no Open Internacional Loterias Caixa de Atletismo e Natação, que ocorrerá entre os dias 21 e 23 de abril na cidade de São Paulo. A competição anual integra o calendário do Comitê Paralímpico internacional e contará com cerca de 310 atletas do mundo inteiro.
Inscrições para Copa Centenário de BH
Arquivo Smel
A Previdência tem sido assunto de grande importância nos últimos meses. O governo golpista estima um grande rombo, questionado por muitos especialistas. Os grandes devedores não têm sido devidamente responsabilizados pela sonegação e inadimplência. Os clubes de futebol brasileiro são maus pagadores, mesmo recebendo tratamento diferenciado. Segundo a Procuradoria Geral da Fazenda, eles acumulam débitos de quase R$ 800 milhões. Flamengo e Atlético-MG são os maiores devedores. O Cruzeiro ocupa o 14º lugar. A justificativa para tal situação é a de que as dívidas foram se acumulando, ao longo do tempo, pelos diferentes dirigentes. Em 2015, os clubes aderiram ao Programa de Modernização da Gestão de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, o Profut, que parcela suas dívidas. Caso a lei não seja cumprida, eles podem ser rebaixados. Com a data para pagar as parcelas se aproximando, alguns já mostraram querer renegociar os prazos. Fica claro que não são corretamente administrados e, muitas vezes, os dirigentes abusam da “paixão” do torcedor para tomar decisões que não cabem no orçamento. Depois, são tratados de maneira privilegiada diante dos demais contribuintes da Previdência.
Você sabia? Estão abertas as inscrições para a Copa Centenário de Futebol Wadson Lima. O torneio, que é organizado há 19 anos pela Prefeitura de Belo Horizonte, é considerado um dos mais tradicionais do futebol amador em todo o Brasil. Em 2017, a previsão é de que participem mais de 4 mil atletas, entre 13 e 70 anos, masculino e feminino, em 190 equipes. Eles disputarão 270 jogos em 30 campos do município. A Copa, segundo os organizadores, fortalece a história das Associações Esportivas amadoras da cidade. Quando: Inscrições até o dia 15 de maio; início dos jogos no dia 11 de junho. Informações pelo site: migre.me/wsxmi
O nome da Copa Centenário é uma homenagem ao professor de educação física, treinador e ex-vereador Wadson Lima, falecido em 2005. Foi ele quem comandou a Seleção Brasileira feminina de voleibol nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona (ESP), onde conquistou a quarta colocação. Em 1991, foi eleito o melhor técnico de vôlei da América do Sul. Wadson também foi vereador em BH e secretário municipal de esportes, durante a gestão do prefeito Célio de Castro (PSB).
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Belo Horizonte, 20 a 27 de abril de 2017
Sorteio define confrontos da Copa do Brasil
ESPORTES
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Renato Carvalho / EFFTTO
Reprodução
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CBF sorteia, nesta quinta (20), a partir do meio-dia, os confrontos das oitavas de final da Copa do Brasil 2017, bem como os mandos de campo. Nessa fase, além dos cinco classificados nos últimos jogos, entram os times que disputam a Libertadores 2017: Atlético-MG, Atlético-PR, Botafogo, Chapecoense, Flamengo, Grêmio, Palmeiras e Santos. Também
entram os campeões da Série B (AtléticoGO), da Copa do Nordeste (Santa Cruz) e da Copa Verde (Paysandu). Até o fechamento desta edição, ainda não haviam terminado os jogos entre Libertad e Atlético, pela Libertadores, e Cruzeiro e São Paulo, pela Copa do Brasil.
Sempre falei abertamente que eles eram corruptos e todos me chamavam de louca, “cricri”, causadora de problema (...) Semana passada, eles foram presos, desviaram mais de 40 milhões. Joanna Maranhão, medalhista pan-americana da natação, sobre denúncias que fez contra a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, em entrevista à Rede Brasil Atual.
Gol de placa O ex-goleiro da Chapecoense, Jakson Follmann, e a árbitra assistente Nadine Bastos agora são comentaristas esportivos da Fox. Nadine, que é considerada uma das melhores assistentes do Brasil no quadro Fifa, trabalhará no programa Bom dia FOX. Follmann atuará no Expediente Futebol.
Gol contra Jogo entre Porto e Benfica, pelo torneio de handebol de Portugal. A torcida do Porto entoou um cântico que dizia: “Quem me dera o avião da Chapecoense fosse do Benfica”, referindo-se ao acidente do ano passado, que matou dezenas de pessoas. A atitude foi criticada por jogadores da Chape.
Decacampeão
É Galo doido
La Bestia Negra
Bráulio Siffer
Rogério Hilário
Leo Calixto
O América merecia melhor sorte no jogo de ida da semifinal do Campeonato Mineiro. Foi melhor que o Cruzeiro por quase todo o jogo, finalizou o triplo de vezes e desperdiçou pelo menos duas chances claríssimas de gol. Com organização, coDecacampeão ragem e ofensividade, encurralou esse time que dizem ser uns dos melhores do Brasil na atualidade e demonstrou que é possível encarar qualquer equipe do país de igual para igual. Para o jogo da volta, o Coelho precisa repetir a atuação e caprichar mais nas finalizações para reverter essa injusta vantagem da Raposa de dois resultados iguais – que, aliás, só existe no Campeonato Mineiro, provavelmente para beneficiar Atlético e Cruzeiro.
O maior pesar, na última semana, não foi o empate com a URT. Foi perder Luan, novamente lesionado, contra o Sport Boys. O polivalente vai fazer falta, tanto pela sua versatilidade, quanto por sua capacidade de luta pelo time. O elenco do Galo é caÉ Galo doido! rente de jogadores como o “Menino Maluquinho”. Enquanto não esteve disponível, o técnico penou para armar a equipe num esquema ao mesmo tempo ofensivo e bem posicionado defensivamente pelo lado direito. Além disso, sempre foi opção para os contra-ataques. Por enquanto, vamos nos virando com Otero e Cazares, ou mesmo com Danilo. Sem atropelo, é possível chegar à final do Mineiro e garantir a classificação do torneio continental.
O Conselho deliberativo do Cruzeiro aprovou na última segunda feira (17), o Balanço Financeiro referente ao ano de 2016. Segundo o portal esportivo “Superesportes”, o documento, que ainda não foi divulgado oficialmente, mostra que a equipe celeste Bestia Negra fechou 2016La com o déficit de R$ 29,3 milhões. É o terceiro ano seguido que o déficit nas contas do Cruzeiro só aumenta. O fato de os clubes brasileiros operarem em sua maioria no vermelho não é surpresa, mas o que salta aos olhos é a inoperância das direções em relação à negociação para diminuição das dívidas. Até quando vamos aceitar as más administrações e a falta de transparência nas decisões tomadas pelos dirigentes?