Edição 187 do Brasil de Fato MG

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Tânia Rêgo / Agência Brasil

BRASIL

Divulgação

CIDADES

Assistência estudantil

Redução de danos

Para especialistas, auxílio financeiro é fundamental para permanência de jovens na Universidade. Tema será um dos assuntos do próximo Conune

Alternativa à ‘guerra às drogas’: política de saúde defende autonomia do usuário para que ele possa deixar o vício

Minas Gerais

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017 • edição 187 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita • facebook.com/brasildefatomg

trabalhadores cobram direitos do hoje em dia

Mídia NINJA

Trabalhadores demitidos permanecem acampados em antigo prédio do jornal Hoje em Dia, em Belo Horizonte, e denunciam “calote” dado em 150 ex-funcionários. O ato chama atenção também para o significado político do imóvel. Em delação, Joesley, da JBS, relaciona compra de “predinho” a pagamento milionário que seria destinado à campanha de Aécio Neves

BRASIL

CULTURA

90% dos brasileiros querem votar

Ancestralidade na Lapinha

Segundo analista, elites querem indicar um nome que consiga aprovar as reformas impopulares, via eleição indireta, e povo cobra por direito de escolher novo presidente

A partir do dia 9, Serra do Cipó será tomada por tradições afrobrasileiras e indígenas no Encontro de Culturas de Raiz


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

Editorial | Brasil

Eleições diretas contra um Congresso de ilegítimos

ESPAÇO dos Leitores

“Já comprei!!!” Magali Maria Ferreira Costa comenta a nota “Colorindo com açafrão”, que fala sobre as vantagens do uso da planta amarela originária da Ásia “Brasil do golpe: absurdos e barbaridades no horizonte...” Flavio Torre comenta a matéria “Casal quilombola sofre tortura e tentativa de homicídio no Vale do Jequitinhonha”, do programa de rádio do Brasil de Fato MG “#DiretasJá! #ForaTemer !Milhares de pessoas foram às ruas Brasília na quarta (24) e no domingo (28) em Copacabana! O Brasil quer decidir!” ONG Capina comenta a capa da edição 186

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

Em 2017 um governo – sem voto - reprovado por ampla maioria popular (menos de 9% o aprova) acelera medidas antipopulares como nunca antes vistas. A população vem percebendo que, mais do que uma guerra sobre a narrativa histórica entre “foi ou não golpe”, os resultados estão sendo nefastos para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo os mais pobres. Essa imagem de que o país segue uma rota de aprofundamento da sua crise e que somente a classe trabalhadora foi chamada a pagar a conta ficou mais evidente com as revelações sobre “caixa 2” realizadas pelos sócios proprietários da JBS-Friboi. A informação atingiu em cheio o governo Temer.

Minas está mal de senadores Apesar da confusão gerada no ninho das elites, em uma coisa a classe dominante está unida: em retirar direitos do povo através das reformas trabalhistas, da Previdência e das privatizações. Por um lado, alguns setores representados pelos jornais Estadão e Folha de São Paulo ainda apoiam a permanência de Temer na presidência; do outro, a rede Globo atua pelo desgaste e consequente renúncia para, a partir da vacância presidencial, o presidente da Câmara dos Deputados (Rodrigo Maia) convocar eleições indiretas para a presidência do País.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

Fora Temer! Fora Congresso! Por Diretas Já! Entretanto, fora das cúpulas, ganha força massiva a ideia de que todo o sistema político está corrompido, quando se vê por via de doações de campanha (declaradas ou não), que as eleições brasilei-

Congresso acelera reformas cruéis ras foram completamente sequestradas pelo poder econômico. Que o diga a representação de Minas no Senado. Minas está mal de senadores: Aécio Neves, Zezé Perrella e Anastasia estão comprometidos com o poder econômico e com o golpe. Enquanto solução, não resta outro caminho senão a mobilização social como elemento crucial para definir os rumos do país. Sem mobilização popular, o poder econômico define o jogo. Sem povo na rua, este Congresso desmoralizado escolherá via eleições indiretas um presidente para dar continuidade às reformas mais cruéis já implementadas desde o fim da ditadura militar. Fora Temer! Fora Congresso! Por Diretas Já! Para que o povo possa restabelecer um pacto democrático para reformar todo o sistema político brasileiro através de uma constituinte exclusiva e soberana. Importa agora um plano de desenvolvimento emergencial, como apresentado pela Frente Brasil Popular, que, ao invés de tolher direitos, proponha crescimento sem precarização, com investimento e soberania nacional.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Adriano Ventura, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Durval Ângelo Andrade, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Marcelo Oliveira Almeida, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Samuel da Silva, Talles Lopes, Temístocles Marcelos, Titane, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Alan Tygel, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fernanda Costa, João Paulo Cunha, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Marcelo Pereira, Nadia Daian, Pedro Rafael Vilela, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Revisão: Cristiane Verediano. Administração: Vinicius Nolasco. Distribuição: Felipe Souza. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.


? PERGUNTA DA SEMANA

O Internacional Futebol de Porto Alegre tentou reverter o rebaixamento, no ano passado, pedindo uma punição à equipe do Vitória (BA). Acontece que, para tanto, o clube falsificou provas. É o que afirma um inquérito realizado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A punição para o Inter pode ir de multa até a expulsão do Campeonato Brasileiro. O Brasil de Fato MG foi às ruas perguntar:

Você acha exagerado punir o Internacional, expulsando o time do Brasileirão?

Acho que tem que ter uma punição bem severa, mas ser banido, não. Já aconteceu coisa pior. Se fosse assim, tinha que expulsar o Fluminense também. O time já estava na série B e a CBF fez voltar para a série A.

Eu acho que deve ser punido. Se houve fraude, não é correto. A punição não é pesada, porque eles infringiram o regulamento. Quem deve tem que pagar. Isso é um exemplo que é dado para outros clubes.

Davidson Roberto, pedreiro

Antônio Rodrigues, advogado aposentado

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GERAL

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Declaração da Semana “Não faço nada de errado, eu só trafico droga” Pedro FrançaAgência Senado

disse o senador Zezé Perrella (PMDB) a Aécio Neves (PSDB) em conversa gravada pela Polícia Federal. No áudio, o senador afastado cobra solidariedade de Perrella, diante de denúncias de caixa 2 da Odebrecht.

Unimontes abre vagas para o Pronatec

Divulgação / Unimontes

O Centro de Educação Profissional e Tecnológica (CEPT) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) oferecerá novas vagas e cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Ao todo, serão 2340 vagas, distribuídas em 78 turmas em 26 cidades do Norte de Minas e Vales do Jequitinhonha e do Mucuri. De acordo com o CEPT, os cursos terão início a partir de julho ou agosto deste ano. Acesse a lista completa de cidades e cursos no link https://goo.gl/wCqVer. Reprodução de vídeo

A desigualdade vista de cima A disparidade entre regiões da capital mineira é mostrada no vídeo “BH Vista de Cima”, realizado por estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com imagens aéreas e dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), é possível ver que a cidade varia entre qualidade de vida inferior à Índia e superior à Noruega. Entre os bairros com o pior IDH está a Vila Acaba Mundo, na região centrosul. Enquanto o Mangabeiras, na mesma região supera os índices de muitos países europeus. Para ver na íntegra, acesse https://goo.gl/iaVO9z.


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CIDADES

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

Redução de danos é a melhor opção para diminuir abuso de drogas, defendem profissionais da saúde APOIO Política defende apoio psicológico para entender motivos do vício Juarez Santos / Fotos Públicas

Raíssa Lopes

É

só pensar em uma escola, quando a instituição quebra o paradigma de que o profissional sabe tudo e o aluno não sabe de nada. O aluno sabe metade, assim como o professor. Esse é um dos fundamentos da Redução de Danos”, relaciona Domiciano Siqueira, um dos fundadores da Associação Brasileira de Redução de Danos (Aborda), para exemplificar o que significa a política para os usuários de drogas. Criada no final dos anos 1980, a fim de diminuir a transmissão da Hepatite e do vírus da AIDS, a iniciativa é

Essa ‘guerra às drogas’, combate os usuários e não as drogas”, diz psicóloga

Um dos preceitos da política é entender os motivos que levam ao vício

uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde para minimizar os prejuízos na vida das pessoas que não conseguem deixar o vício de drogas, lícitas ou ilícitas. São várias as ações para tal: distribuir seringas para evitar doenças, conversar sobre os riscos de se consumir determinada substância, escutar a experiência individual de cada um, oferecer apoio psicológico, entre outras.

A ideia é que, a partir do suporte do Estado, o usuário compreenda o porquê de seu uso, sua autonomia e a diferença entre a utilização e o abuso de entorpecentes, para que decida se deve parar com o consumo ou adequá-lo às suas atividades cotidianas, sem machucar a si mesmo ou aos seus familiares. Diversos fatores “Não é retirando alguém da droga à força que acaba-

remos com o vício. A lógica de proibição, essa ‘guerra às drogas’, combate os usuários e não as drogas. É uma higienização que retira quem usa de um lugar onde a presença dele incomoda, mas que não lida com o problema diretamente”, analisa a psicóloga Laísa Silva, da Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais, instituição que trabalha em defesa dos Direitos Humanos. Quem reafirma a opinião é a também psicóloga Valéria Pacheco, que atua com a Redução de Danos na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Para a profissional, atitudes como a do prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), na Cracolândia, ignoram os motivos que levaram as pessoas até o vício, como o racismo, a opressão de gênero, o abuso sexual e a desigualdade. “São fatores da subjetividade de cada pessoa, numa sociedade na qual os direitos humanos são desrespeitados,

que não democratiza o acesso à saúde física e mental”, diz. Legalização Além disso, Vanessa esclarece que a Redução de Danos tem o objetivo da legalização das drogas. “Historicamente, a humanidade utilizou substâncias que produzem algum tipo de alteração do humor. A partir da regulação, de acordo com a terapeuta, é possível falar sobre as drogas em escolas, discutir sob o ponto de vista jurídico e cobrar políticas públicas de assistência. Tratamento humanizado em BH A capital mineira é, desde a década de 1990, uma das referências em tratamentos que utilizam a Redução de Danos. A política é desenvolvida em Centros de Atenção Psicosocial e em Centros de Referência da Saúde Mental. A lista completa das instituições pode ser encontrada no site do Observatório Mineiro de Informações sobre Drogas: www.omid.mg.gov.br.

Conferências regionais de saúde terminaram na última semana BETIM Participantes elegeram delegados para a próxima conferência municipal Divulgação

Wallace Oliveira

T

Movimentos criticam o modo como foi realizada a conferência

erminaram, no último sábado (27), as Conferências Regionais de Saúde de Betim. Trabalhadores, usuários e gestores do SUS debateram a situação da área no município. As conferências também elegeram delegados para a conferência municipal. Movimentos fazem críticas ao modo como foi realizada a conferência, bem como à política de saúde da nova

gestão. Eleito no primeiro turno para prefeito de Betim, o empresário Vittorio Medioli (PHS) assumiu no dia 1º de janeiro, prometendo priorizar a área em seu governo. No entanto, de acordo com movimentos ligados à área, a população foi surpreendida com o anúncio das conferências a somente dois dias do início do evento. Trabalhadores apontam também uma orientação privatista na nova ges-

tão. “Temos percebido uma tendência às privatizações e terceirizações da saúde. Esse processo vem da última gestão e continua, com o repasse de terrenos a empresas, pela entrega de serviços para Organizações Sociais e pela possível privatização do serviço da hemodiálise”, avalia Eni Carajá, diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde MG).


Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

MINAS

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Opinião

Ocupa Predinho: pauta ótima João Paulo Cunha A ocupação do prédio onde funcionou o jornal Hoje em Dia, em Belo Horizonte, revela a superfície de um crime contra os trabalhadores. Cerca de 150 funcionários demitidos da empresa não receberam seus salários e acertos, enquanto o edifício era negociado, com superfaturamento, para drenar dinheiro para Aécio Neves. O “predinho”, como ficou conhecido jocosamente nos depoimentos de executivos da JBS à Polícia Federal, é um símbolo do jornalismo praticado sob os auspícios dos Neves: vale menos que seu preço e é menor do que parece. O antigo dono da empresa, Flávio Carneiro, serviu de laranja na operação, o que é pouco perto dos outros serviços prestados ao senador afastado durante a campanha presidencial. Inclusive com a publicação de pesquisas que contrariavam todos os institutos sérios e o bom senso, abrindo uma fatura promissora que seria cobrada com a vitória que não se confirmou. Além de laranja, ele deveria ficar roxo de vergonha. O jornal perdeu a credibilidade, foi vendido na bacia das almas para o ex-prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, político com problemas recorrentes com a Justiça. Nessa lambança, os trabalhadores pagaram a conta. Se há um crime contra os jornalistas, gráficos e funcionários administrativos da empresa, há outro ilícito ainda maior que afeta a própria concepção de democracia. Quando um jornal deixa de ser um espaço de informação para ser um instrumento de poder, de

Nome Social agora é direito Escolas estaduais de Minas Gerais devem reconhecer e garantir, em todos os níveis e modalidades, a adoção do nome social para pessoas trans. A determinação foi divulgada no Diário Oficial do Estado no último dia 27. De acordo com o regulamento, o uso do nome social do estudante será permitido no diário de classe, listas de presença, boletins, carteirinhas e outros documentos de uso externo. Já o usodo nome civil (aquele da certidão de nascimento) será mantido apenas em documentos como histórico escolar, declarações, certificado e diplomas. A solicitação da inclusão do nome social deve ser feita pelo próprio aluno.

Jornalistas agora precisam lutar pela liberdade de informação manipulação das informações e silenciamento, algo de muito importante se perde no caminho. A imprensa é uma garantia da democracia, desde que siga seus preceitos fundamentais: publicar sempre a verdade, ouvir todas as vozes, ampliar o debate público. São imperativos técnicos, éticos e políticos. O jornalismo brasileiro anda capenga nos três. E, o que é mais grave, tem mostrado dificuldade em avançar para um novo contexto informativo. O atual ambiente da comunicação hegemônica é tóxico, marcado por interesses privados. Em vez de se considerar o direito à informação, defende-se o privilégio concedido às empresas de comunicação. Uma pergunta para Andrea Quando a irmã de Aécio chegava à Polícia Federal em Belo Horizonte, no dia 18 de maio, presa por determinação da Justiça, ouviu de uma jornalista que cobria o fato uma pergunta: “A pauta é boa, Andrea?”. Alguns analistas da imprensa interpretaram a questão como provocação e exercício covarde de poder contra uma pessoa em desvantagem. Discordo. A pergunta é boa e relevante. Não pela carga de crítica que trazia, mas pelo que apontava

acerca do contexto que levou à prisão. O que a jornalista evidenciava com seu questionamento era um comportamento que se repetiu durante mais de uma década em Minas Gerais, quando o jornalismo era manietado e censurado pelo Palácio da Liberdade, sob o comando da primeira-irmã. Ela ameaçava jornalistas, censurava notícias, impunha conteúdos e definia a distribuição de verbas publicitárias. Por isso a pergunta da jornalista é pertinente. A pauta da prisão de Andrea Neves é uma oportunidade de debater a liberdade de imprensa, o uso do dinheiro público para publicidade oficial em troca de apoio ou silêncio, a relação sempre sombria entre corrupção, meios de comunicação e agências de pu-

Ambiente da comunicação hegemônica é tóxico blicidade. A pergunta foi feita em palavras firmes, como deve ser, mas nem por isso arrogantes ou indignas, como as flagradas nas conversas pouco republicanas dos Neves agora reveladas diariamente. A ocupação do Hoje em Dia marca um novo patamar de afirmação dos jornalistas como categoria profissional no campo das relações de trabalho em Minas Gerais. Agora é ocupar o terreno ainda mais poluído da liberdade de informação. A democracia só tem a ganhar com essa pauta.

Por direito e democracia, a luta é todo dia! Foi lançado na segunda-feira (29) o 23° Grito dos Excluídos. O ato, que acontece em todo o país, tem como objetivo dar voz às populações marginalizadas. Neste ano, a manifestação será construída em torno de três eixos: democracia, direito e luta. De maio até setembro, serão realizadas reuniões de preparação para o Grito, que acontece tradicionalmente todo dia 07 de setembro.


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MINAS

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

Trabalhadores ocupam prédio da JBS em Belo Horizonte, ex-sede do jornal Hoje em Dia MOBILIZAÇÃO Falta de pagamentos de salários e acertos trabalhistas motivam o ato Ìsisi Medeiros

Rafaella Dotta e Wallace Oliveira

C

erca de 150 trabalhadores da comunicação, entre jornalistas e gráficos, ocuparam o antigo prédio do jornal Hoje em Dia, de propriedade da empresa JBS, na manhã de quinta (1). Parte desses profissionais foi demitida há mais de um ano e não recebeu o último salário e direitos quando foram desligados da empresa. Em manifesto, os ex-funcionários afirmam que o objetivo é denunciar o calote a toda a sociedade. A funcionária gráfica Eliane Lacerda trabalhou 27 anos no jornal e afirma que a empresa Ediminas, que responde pelo Hoje em Dia, deixou de pagar seu INSS por mais de um

rio e ex-prefeito de Montes Claros, que já foi preso por corrupção. A ocupação conta com o apoio de movimentos populares e sindicatos de Minas. O “predinho”

ano e não quitou nenhum dos seus direitos de rescisão. “Além de a empresa fazer uma coisa ilegal, que é fechar o parque gráfico e terceirizar a impressão do jornal, a sua atividadefim,

Segundo delação de Joesley Batista, da JBS, o prédio que os manifestantes ocupam foi comprado por um valor muito superior ao de mercado. O empresário teria pago R$ 17 milhões que seriam destinados à Aécio como pagamento de campanha. Na ocasião, o senador afastado chamou o imóvel de avisaram os funcionários “predinho”, como passou duas semanas antes”, diz. a ser conhecido. Além dos gráficos, 38 Denunciados respondem jornalistas foram demitiO ex-presidente da Edidos no início de 2016, após minas, Flávio Carneiro, o jornal ter sido comprado declara que a empresa foi por Ruy Muniz, empresá- vendida junto com suas

Predinho é investigado por suposto “esquema do Aécio” O imóvel ocupado pelos trabalhadores tem sido investigado pelo Ministério Público Federal. Em depoimento, o empresário Joesley Batista revelou que a J&F Investimentos, controladora da JBS, pagou cerca de R$ 17 milhões superfaturados pela aquisição do “predinho” e por mais um terreno ao lado da construção, pertencentes à Ediminas S/A - Editora Gráfica Industrial de Minas Gerais, dona do jornal Hoje em Dia. “Em 2015, ele [Aécio] seguiu precisando de dinheiro e eu acabei, através da compra de um prédio, não

Valter Campanato / Agência Brasil

sei como, lá em Belo Horizonte, por 17 milhões... Esse dinheiro chegou às mãos dele. E, depois, no ano seguinte, em 2016... ele dizendo que esses 17 milhões eram para pagar restos de campanha, e tal”, de-

clarou o empresário, em delação premiada. Em 2014, meses antes da compra do edifício, Aécio Neves (PSDB) foi candidato a presidente da República e a JBS foi a principal doadora da campanha do

tucano. Joesley disse às investigações que repassou à Ediminas S/A, antecipadamente, R$ 2,5 milhões pela compra de publicidade no jornal. Se a Justiça comprovar o repasse a Aécio, o caso pode ser considerado como “Caixa 2”, ou seja, recebimento de doações sem declaração, o que é ilegal.

Grupo editorial

Na época, o Hoje em Dia manteve uma linha editorial favorável ao candidato e chegou a divulgar levantamento que, contrariando as demais pesquisas eleitorais, indicava o favoritismo de Aécio. A notícia foi usa-

dívidas e que, portanto, o pagamento dos demitidos é responsabilidade do novo proprietário. Sobre a demissão dos gráficos, ocorrida na gestão de Flávio Carneiro, ele alega que foram feitas em momento de crise e que a situação tramita em processo na Justiça. Já a atual gestão do jornal Hoje em Dia, do grupo de Ruy Muniz, afirma que está cumprindo a legislação trabalhista, e que trata os processos das rescisões no Ministério Público, Justiça do Trabalho e com sindicatos.

38 jornalistas foram demitidos em 2016

da na propaganda de TV do candidato. Desde 2013, a Ediminas S/A pertencia ao Grupo Bel Ltda, que também controla a rádio 98 FM e outros veículos de comunicação. Em 2016, o grupo vendeu a empresa ao ex -prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB). Nas eleições de 2014, ele apoiou Aécio Neves, embora seu antigo partido, o PRB, estivesse na coligação adversária. Ruy é o mesmo político que foi preso preventivamente, acusado de prejudicar hospitais públicos da cidade para beneficiar um hospital privado que pertence a sua família.


Acompanhando

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

Foto da semana

OPINIÃO

PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br.

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Tiago de Macedo Rodrigues

Na edição 182... Alunos do Palácio das Artes pedem mais investimentos ...E agora Artistas se unem para salvar Cefart A situação dos alunos do Centro de Formação Artística (Cefart) do Palácio das Artes segue complicada. Os cursos ainda não possuem um quadro completo de professores, assim como as aulas e salas continuam insuficientes. Representantes do Menos Palácio Mais Artes, Fica Arena, Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais, da Cia Luna Lunera e do gabinete da vereadora Áurea Carolina (PSOL) se reuniram com o objetivo de definir uma pauta comum e discutir os próximos passos para a luta por uma maior valorização da arte em Minas Gerais. No site do Brasil de Fato... Base do governo aprova MP sobre regularização de terras ...E agora Medida também é aprovada no Senado A medida provisória (MP) 759/16 que trata de imóveis rurais e urbanos em todo o país e havia sido aprovada às escondidas pela Câmara dos Deputados no dia 24 de maio, seguiu para o Senado e também foi aprovada na Casa na quarta (31). De acordo com o projeto, será possível regularizar áreas contínuas de até 2,5 mil hectares - a legislação anterior previa um limite de 1,5 mil. O texto aguarda a sansão de Michel Temer.

QUILOMBO EM FESTA - Foto mostra uma mulher e um homem tocando na Festa dos Pretos Velhos, que aconteceu em Belo Horizonte no domingo (28). O Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango realiza a festa há 40 anos como homenagem ao seu patrono “Pai Benedito” e pela defesa da cultura negra.

Fernando Morais

Kerison Lopes

Está sendo armado novo golpe dentro do golpe

Defender o jornalismo para defender a democracia

Os golpistas querem salvar a pele (não o cargo) de Michel Temer, formar um governo de maioria tucana e jogar por terra a campanha por eleições diretas já. Um grande acordo da Casa Grande começou a ser costurado no último sábado em uma reunião “social” ocorrida no Palácio do Jaburu. Participaram do encontro, além de Temer, o general Sérgio Etchegoyen (ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e o governador de São Paulo, Geraldo Alkmin. Por meio de mídia eletrônica, o encontro foi acompanhado à distância pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os principais termos do acordão são os seguintes: Temer deve sair logo, para evitar a cassação pelo TSE e a eventual convocação de eleições diretas já para presidente da República. Esvaziar a Operação Lava Jato. Formar um governo de maioria tucana, no qual Henrique Meirelles seria substituído no Ministério da Fazenda por Armínio Fraga. Garantir o silêncio de Eduardo Cunha com a preservação da liberdaTemer perde cargo, de de sua mulher e filha. não a pele Há dúvidas sobre como solucionar algumas questões-chave: oferta de anistia aos crimes de Caixa 2, com o que livrariam a pele, entre outros, de Moreira Franco, Eliseu Padilha e demais congressistas que fazem parte da “lista de Fachin”. Não há consenso a respeito do nome que seria eleito indiretamente com a saída de Temer. O mais cotado parece ser mesmo o ex-ministro Nelson Jobim. Ainda não se conseguiu solucionar o “problema Rodrigo Maia” e a fórmula legal para oferecer garantias a Temer após sua saída – seja ela indulto, perdão ou salvo-conduto.

A ocupação da antiga sede do jornal Hoje em Dia por jornalistas, gráficos e empregados na administração dispensados há um ano e três meses ultrapassa a simples luta por direitos. Embora tenha sido esse o motivo central da ocupação, em torno do qual se uniram sindicatos e movimentos sociais solidários aos trabalhadores, ela tem inevitavelmente um componente político que a transforma num símbolo da defesa da democracia. Cada vez mais, no Brasil, defender o jornalismo significa defender a democracia. É impossível separar o que fazem os patrões da mídia com seus empregados do que fizeram e fazem com o país. É impossível separar o ataque aos direitos dos trabalhadores do golpe que rasgou a Constituição de 1988 e depôs a presidenta Dilma Rousseff. O caso Hoje em Dia escancara aos brasileiros as relações íntimas entre o golpe, os barões da mídia, os políticos e os empresários corruptos. O golpe foi contra os trabalhadores. O desrespeito dos antigos e dos atuais donos Caso do Hoje em Dia é do Hoje em Dia com exemplo do golpe seus empregados é apenas uma faceta do desrespeito que eles têm com seus leitores, com o jornalismo e com a sociedade. O Brasil tem hoje uma casta de empresários da mídia que não gosta de jornalismo e nem de jornalistas. Não podemos mais, jornalistas e brasileiros, ficar à mercê dos interesses políticos e pessoais de empresários e políticos inescrupulosos, que, para manter privilégios custeados com o dinheiro público, falsificam notícias, manipulam informações e arrasam o jornalismo. Não haverá democracia verdadeira no Brasil, enquanto não houver imprensa democrática capaz de vigiar os três poderes e o gigantesco poder do capital, na defesa dos interesses da maioria.

Fernando Morais é jornalista e escritor e mantém o blog nocaute.blog.br

Kerison Lopes é presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais


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BRASIL

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

Como as bolsas mudaram as universidades federais EDUCAÇÃO Aliados às cotas, auxílios financeiros já contribuíram para formar milhares de profissionais Rafaella Dotta

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assagem: R$ 4,05 para ir, R$ 4,05 para voltar. Almoço R$ 5,60. Xerox R$ 0,15 cada página. Aluguel, comida, roupas, remédios. Essas são as contas básicas de um estudante que ingressa na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conta Ana Carolina Vasconcelos, que está no 5º semestre de Ciências Sociais. Desde os primeiros meses da graduação, ela recebe auxílios para estudantes considerados carentes financeiramente. “Recebo R$ 160 para transporte e pago R$ 1 por refeição. Não dá para pagar tudo, mas, se não tivesse isso, não teria nenhuma condição de estudar”, diz. Os principais auxílios da assistência estudantil são o pagamento de transporte, alimentação, material didático, oferecimento de moradia e, para os mais carentes, bolsas

Lula Marques / AGPT

MÉDIA DE RENDA DE ESTUDANTES (em reais, por mês) HOMEM BRANCO:

1.200,17

MULHER BRANCA:

999,17

HOMEM PARDO:

848,95

MULHER PARDA: MULHER INDÍGENA ALDEADA:

695,34 463,04

FONTE: IV PESQUISA DE PERFIL DOS GRADUANDOS DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS

em dinheiro. Segundo a professora Márcia Cristina Feres, do CEFET-MG, a Assistência Estudantil busca garantir que o aluno consiga não só entrar na universidade, mas permanecer nela até o final do curso. “Os estudantes que recebem assistência, em geral, estão na média das notas ou acima. Mas o mais importan-

te são os impactos positivos que eles geram. O estudante universitário é tido como um exemplo para a sua comunidade”, defende. Para a professora, que é também vice-coordenadora do Fórum Nacional de Pró -reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis, a entrada de jovens de classe média baixa ou baixa melhora

o próprio conhecimento universitário. “O Brasil precisa ser pensado por brasileiros. Ter ainda mais a nossa população pensando o país a partir das nossas experiências”, acredita. O povo na universidade Segundo a IV Pesquisa de Perfil dos Graduandos das Instituições Federais, 66% dos universitários eram de famílias com renda abaixo de 1,5 salário mínimo por pessoa em 2014, um ano depois da implantação da lei de cotas para egressos de escola pública e para negros. O único grupo

Assistência estudantil deveria ser parte do direito à educação

Pró-reitores fazem campanha para que Assistência Estudantil vire lei A

verba transferida às instituições federais de ensino para os auxílios chega por meio do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), em vigor desde 2009, do governo federal. O Fórum de Pró-Reitores defende, junto ao deputado mineiro Reginaldo Lopes (PT), a transformação do PNAES em lei. O Projeto de Lei 3474 é considerado pelos defensores da assistência o mais completo em tramitação. Na opinião do deputado autor da proposta, os parlamentares não se mostram favoráveis à aprovação do PL, porém, a disputa é ne-

que diminuiu - em 10% - sua presença na universidade, entre 2010 e 2014, foram os estudantes com renda acima de 7 salários mínimos. Segundo Leonardo Barbosa, da Universidade Federal de Uberlândia, que coordenou a pesquisa, a diferença de renda define quem consegue estudar mais e quem precisa trabalhar, por exemplo. Para ele, a assistência não deve ser considerada “ajuda”, mas sim parte do direito à educação. Ele dá como exemplo o direito de ir e vir: todos temos essa oportunidade, porém nem todos possuem veículos para se locomover. “As desigualdades sociais privam várias pessoas de terem acesso a seu direito. A assistência garante que o estudante, independente da sua condição econômica, possa aproveitar as oportunidades que a universidade fornece”, argumenta.

Congresso de Estudantes Vito Vogel

Divulgação

cessária. “É fundamental para garantir a democratização da universidade”, afirma. Universidades estaduais Em Minas, a assistência promete avançar na Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) e na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Em 24 de maio, os deputados estaduais aprovaram em turno único o Projeto de Lei 4.092, de autoria do governador Fernando Pimentel, que institui auxílios estudantis nas duas universidades. Os valores e critérios dos benefícios serão decididos em decreto.

Em BH, acontece, dos dias 14 a 18 de junho, o Congresso Nacional da UNE (Conune). O tema da assistência será debatido no dia 16 de junho, às 9h30. O evento tem expectativa de receber 10 mil pessoas.


Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

BRASIL

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Quem tem medo do povo? POLÍTICA Cresce movimento por eleições diretas no país enquanto elite política e econômica busca substituto de Temer sem passar pelo voto popular Mídia Ninja

Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)

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agravamento da crise política com a explosão das delações dos donos da JBS, envolvendo o presidente não eleito Michel Temer, reforçou a luta por eleições diretas no país. Em um intervalo de uma semana, cresceram as mobilizações que pedem a saída imediata do presidente seguida de processo eleitoral para que povo decida os rumos Na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, evento pelas Diretas Já reuniu mais de 150 mil pessoas no domingo (28)

90% da população quer escolher novo presidente do país. A mais recente, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no último domingo (28), reuniu mais de 150 mil pessoas, embaladas por shows de artistas consagrados, como Caetano Veloso, Milton Nascimento, Mano Brown (Racionais) e Criolo. Outros atos políticos com shows e apresentações artísticas em defesa das diretas já estão confirmados em capitais, como São Paulo, Belo Horizonte e Recife. O apoio da classe artística tende a expandir a mobilização. Segundo o instituo Paraná Pesquisas, que realizou uma pesquisa de opinião de abrangência nacional ao longo dos últimos dias, mais de 90% da população brasileira deseja que, em caso de renúncia ou impeachment de Temer, o povo seja convocado a escolher o presidente para o tempo restante de mandato.

PEC das Diretas Essa expectativa impulsionou o avanço de uma proposta de emenda constitucional que permite a convocação de eleições presidenciais, em caso de vacância do cargo, nos três primeiros anos de mandato, o que se aplicaria no caso de Michel Temer, que ainda dispõe de mais de um ano e meio de mandato. A medida foi aprovada por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na última terça (30). Um grupo de seis partidos (PT, PSOL, PDT, PSB, Rede e PCdoB) também criou uma Frente Parlamentar em apoio às Diretas Já. Para entrar em vigor, no entanto, a proposta de alteração constitucional precisa ser aprovada na Câmara e no Senado em dois turnos por uma ampla maioria. Para isso, ain-

Elites querem escolher candidato único

da precisa enfrentar poderosos interesses políticos e econômicos, que não querem abrir mão de decidir os rumos do país por meio de conchavos de bastidores. Estratégia das elites Os setores políticos econômicos que apoiaram o golpe parlamentar que destituiu a presidente Dilma Rousseff, no ano passado, já falam abertamente sobre a sucessão de Michel Temer na presidência. A estratégia é garantir a saída breve de Temer, via renúncia ou cassação no Tribunal Superior Eleitoral – que retoma o julgamento da chapa DilmaTemer a partir do dia 6 de junho. Com a vacância do cargo, o Congresso Nacional seria convocado a eleger presidente e vice por via indireta, ou seja, só valeria a escolha feita por deputados e senadores. “O fechamento das forças que deram o golpe em torno das eleições indiretas é porque eles sabem que, numa eleição direta, o debate é outro, e a pos-

sibilidade da conciliação das elites fica muito mais difícil. Eles deram o gol-

pe com uma expectativa e que não se concretizou, que era passar facilmente as reformas tendo pouca resistência popular, o que não vem ocorrendo”, avalia José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e integrante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político. Para Moroni, Temer só segue se sustentando no cargo, após as denúncias da JBS, porque as elites ainda não conseguiram se unificar em torno de um nome de consenso para o colégio eleitoral do Congresso.

Por que Diretas Já? Mídia NINJA

A

discussão em torno da constitucionalidade ou não da convocação de eleições diretas para eventual substituição de Michel Temer é apenas uma cortina de fumaça, explica Moroni, do Inesc, e reflete o avançado estado de decomposição do atual sistema político brasileiro. “O atual sistema não está mais alicerçado na soberania popular. Existe uma desconstrução do pouco que tínhamos conquistado como democracia, que era o respeito ao voto”, critica. “A elite política e econômica sabe que no parlamento tem a maioria, ou pelo menos tem os instrumentos pra comprar essa maioria, por isso preferem as eleições indiretas. Fora que entrar num processo eleitoral neste momento, nessa conjuntura em que estão queimados na população, seria um risco enorme”, acrescenta Moroni.


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MUNDO

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

Venezuelanos enfrentam desafio de pacificar o país por meio de uma Constituinte DEMOCRACIA Governo convoca o povo a eleger deputados que escreverão nova Constituição Jônatas Campos

Da redação

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m profunda crise atingiu um dos principais produtores e exportadores de petróleo no mundo, a Venezuela. Desde 2013, a oposição tenta depor o presidente Nicolas Maduro (PSUV). As tentativas se intensificaram depois que, em 2015, grupos oposicionistas conquistaram maioria parlamentar. Para pacificar o país, Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte, que será realizada no próximo mês. Oposição Membros do governo e apoiadores afirmam que, desde que Maduro foi eleito para suceder Hugo Chávez,

em 2013, a oposição trabalha para criar instabilidade. A Venezuela importa aproximadamente 70% dos bens consumidos pela população. Entre 2003 e 2013, as importações aumentaram em mais

de 500%. Mas, desde 2014, têm faltado itens básicos nos supermercados e farmácias do país, o que prejudica a população mais pobre. Para o economista Luis Salas, isso se deve ao contraban-

do de alimentos. “Muitos remédios são contrabandeados da Venezuela para a Colômbia, até para o Brasil, assim como os alimentos”, afirma. A oposição também é acusada de promover protestos chamados de “guarimbas”. Desde abril, 55 pessoas morreram nesses protestos, sendo 14 relacionadas a confrontos violentos, oito por conta de acidentes de trânsito com barricadas, seis com disparos de armas policiais, 14 ao transitarem próximo aos protestos, além de três policiais. Em geral, os protestos têm como alvo algum órgão público, como sedes de governo, bibliotecas e hospitais, entre outros. Na capital, as marchas

partem de bairros de classe média e média alta. Constituinte exclusiva O governo de Nicolás Maduro anunciou a implantação do processo de eleição de uma Assembleia Nacional Constituinte. Para escrever a nova Constituição, 540 representantes serão eleitos pela população. Eles não poderão acumular outra tarefa.

Leia a matéria completa no www.brasildefato.com.br

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de assassinatos e Os crescentes índices s mentir. A vida de muita suicídios não deixam is ais, mulheres transexua lésbicas, gays, bissexu sido fácil. E o motivo é e homens trans não tem al com a diversidade sexu simples: a intolerância Vemos reflexo da e identidade de gênero. lho, na família, na discriminação no traba o ng nas escolas, em tod comunidade, no bullyi Governo do Estado lugar e a toda hora. O promovendo o respeito combate a LGBTfobia, s LGBT. Afinal, viver aos direitos das pessoa s. é um direito de todx sem medo e ser feliz nuncie / Disque 100 e depr econceito o e cia / a violên BT. LG s oa ss / contra pe

TodxtrsanaaLGluBta Tfobia. con


Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

ENTREVISTA

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“Precisamos de eleições gerais para eleger novo Congresso e novo presidente da República” DEMOCRACIA Temer implementa agenda que é o contrário das propostas que o elegeram como vice Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Wallace Oliveira

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Brasil de Fato MG conversou com a deputada federal Margarida Salomão (PT), que também é linguista e foi reitora, por dois mandatos, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Ela comenta sobre o satélite geoestacionário lançado em maio, visando levar internet banda larga para os rincões do Brasil, e sob risco de ser privatizado por Temer. Margarida Salomão fala ainda sobre a impopularidade do governo Temer, as reformas em curso e a necessidade de eleições diretas. Brasil de Fato MG – O primeiro satélite geoestacionário do Brasil foi lançado em maio com investimentos federais de R$ 2 bilhões. Agora, Temer (PMDB) pretende vender a capacidade do satélite, qual sua análise?

O satélite, que foi idealizado pelos governos Lula e Dilma, é essencial para o Brasil. Seu objetivo era massificar o acesso à banda larga, promover a inclusão digital, levar banda larga às escolas, postos de saúde, hospitais, postos de fronteira, especialmente na região amazônica e em outras regiões de baixa densidade demográfica, promovendo um preço mais acessível, por meio da mediação de pequenos provedores. Porém, a proposta de venda do governo de Michel Temer abandona o

A base parlamentar de Michel Temer já foi”

“PEC das eleições diretas é a forma de resolver de vez toda essa pauta negativa e impopular”

Só com a luta popular vamos ter eleições gerais” caráter público do satélite e beneficia grandes operadas de telecomunicação, sem exigência de qualquer meta de universalização ou preço mínimo de venda, trazendo profundas alterações no caráter público do projeto. Entregamos uma representação no Ministério Público Federal (MPF) e no Tribunal de Contas da União (TCU) contra essa privatização. Você foi reitora da UFJF por dois mandatos. Qual o papel das universidades na defesa da democracia no Brasil?

Considero que a universidade ainda é um espaço altamente elitizado, em que você precisa construir uma sintonia mais forte com o Brasil real. A adoção de cotas, as políticas de democratização do acesso à universi-

dade, naturalmente, tornaram-nas espaços menos privados e mais públicos. Mas essa é uma luta a travar contra a nossa tradição elitista, que é muito forte e acaba excluindo os mais pobres, os mais frágeis, os mais desafortunados. Eu acho que,

Entrega do satélite brasileiro beneficia grandes da telecomunicação” hoje, ela está se transformando, mas ela corre risco nesse momento da história brasileira. O golpe desestimula a abertura e o acesso da população brasileira à universidade, e os reitores mostram preocupação com iniciativas do MEC, como dizer que, se o curso está com poucos alunos, então fecha. Começamos a voltar aos velhos tempos, em que você tinha um pequeno número de vagas, proporcionalmente à população brasileira.

A popularidade de Temer (PMDB) é a pior da história. Que opções restam, então, a quem se opõe a esse governo que surgiu de um golpe?

O governo não tem o menor interesse em algo que ajude a população. Isso está claro. Seja pelas manifestações do Temer ou pelos pensamentos que ele professa. Trata-se de um governo ilegítimo, oportunista, que se aproveitou de uma situação de excepcionalidade para instalar uma agenda que é o contrário, inclusive, da legenda que elegeu a chapa. Essas antirreformas que estão sendo propostas poderiam ser o programa da candidatura derrotada. O atual governo brasileiro manifesta um absoluto desinteresse pela opinião pública. O dinheiro que se gasta com propaganda oficial atende mais aos interesses dos empresários. Eu não vejo como pôr fim a este golpe sem que a população brasileira volte a votar. E não apenas votar para presidente da República. Entendo que deveria haver eleições gerais, para o Con-

gresso, inclusive, porque foi o Congresso que desferiu o golpe. Seria, a meu ver, inconsistente apenas cobrar uma eleição para presidente e deixar as outras coisas como estão. Só com a luta popular vamos alcançar as eleições gerais. Temos aí essa PEC das eleições diretas que foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Se aprovada na Câmara e no Senado, é possível antecipar as eleições, que é a forma de resolver de vez toda essa pauta negativa e impopular. Como ficam as reformas do governo não eleito após os áudios vazados pela Globo?

Eu diria que a base parlamentar de Michel Temer já foi. Existem esforços desesperados, por exemplo, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, com os poderes imperiais que tem a Presidência da Câmara, impondo uma agenda de normalidade quando, na verdade, todos nós sabemos que estamos atravessando um período extraordinário, com um morto vivo na Presidência da República. As reformas do governo, ao meu ver, já eram. Dentro da Câmara, partidos que o apoiavam já o deixaram e outros estão esperando para ver de que lado do muro eles vão descer. Seu principal algoz hoje é quem sempre o sustentou: o sistema Globo. Por razões que não conhecemos, que podem ser desde ciúme profissional até interesses não expressos, a Folha, O Estadão, o SBT, estão fazendo uma espécie de tensionamento com a Globo.


12 12 VARIEDADES

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

Nossos direitos

Amiga da Saúde

Direitos do Micro Empreendedor Individual No ano de 2008, por meio de lei, foi criada a figura do Microempreendedor Individual, com objetivo de regularizar a situação dos pequenos empresários individuais. Para cadastrar como MEI, é necessário que o faturamento anual não ultrapasse os 60 mil reais, que a pessoa não participe de outras empresas, que contrate, no máximo, um empregado e que exerça alguma das atividades contidas na Resolução do Simples nacional. Além da regularização da atividade, o cadastro traz direitos e vantagens ao MEI, como emissão de nota fiscal pelos serviços prestados e con-

tribuição ao INSS de R$ 46,85 mensais que garante direito à aposentadoria, auxílio-doença, auxílio maternidade e pensão por morte. Mas a criação do MEI também traz algumas responsabilidades, como a de realizar a Declaração Anual do Simples Nacional. O prazo de 2017 se encerrou dia 31.05 e, se você perdeu o prazo, não se desespere, basta entrar no site www.portaldoempreendedor.gov.br e realizar a declaração. Existe uma multa de, no mínimo, 50 reais, mas até dia 30 de junho você receberá um desconto de 50% no valor do boleto gerado.

Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP.

Bom dia, Amiga da Saúde! A pela fica mais oleosa se lavamos o rosto toda hora? É melhor passar só água ou água com sabão? Vilma Lúcia, 32 anos, professora. Cara Vilma, a pele do rosto deve ser lavada somente duas vezes ao dia, pela manhã e à noite. Se você lava toda hora, sobrecarrega as glândulas sebáceas, que irão trabalhar mais, deixando a pele oleosa. O ideal é usar água e sabonete. Ele fará o trabalho de limpeza, por isso não faz sentido usar somente água. Enxágue bem para que não fique resíduo do sabão na pe-

le. A temperatura da água deve ser fria ou gelada. A água quente agride a pele, retirando sua proteção natural. Além disso, ela abre os poros, deixando o rosto oleoso ao longo do dia e facilitando o aparecimento de acne. Procure usar protetor solar todos os dias, pois, além dos raios solares diretos, as lâmpadas fluorescentes também danificam a pele, podendo causar câncer.

Sofia Barbosa I Coren MG 159621-Enf. Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br

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Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

13 VARIEDADES 13

www.malvados.com.br

Dicas Mastigadas

por Alan Tygel*

Farofa de Pinhão

Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

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Ingredientes • • • • •

5 xícaras de pinhões 1/2 xícara de farinha de mandioca 2 colheres (sopa) de manteiga 1 cebola picadinha Sal a gosto

Modo de fazer Cozinhe os pinhões na panela de pressão com água e sal por cerca de 40 minutos. Deixe esfriar e descasque os pinhões. Passe-os pelo processador ou moa, aos poucos, no liquidificador, até formar uma farofa grossa. Em uma tigela, junte com a farinha e misture bem. Em uma frigideira, derreta a manteiga, doure a cebola e depois coloque a farofa para fritar.

A preservação das florestas de araucária O pinhão é a semente da araucária, uma árvore típica do Paraná. Também é encontrada em outros estados da região Sul e em regiões mais frias do Sudeste, como São Paulo e Sul de Minas Gerais. Pesquisas históricas e arqueológicas sobre as populações indígenas que viveram no planalto sul-brasileiro, de 6000 anos até os nossos dias, registram a importância do pinhão no cotidiano desses grupos. Restos de cascas de pinhões aparecem em meio aos carvões das fogueiras acesas pelos antigos habitantes das florestas de araucária. Hoje em dia, o pinhão é uma fonte de renda muito importante para diversas comunidades, que contribuem na preservação das florestas de araucárias. * Alan Tygel é da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.

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14 CULTURA 14

Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

Encontro de culturas celebra ancestralidade na Lapinha RAIZ De 9 a 11 de junho, vivências de capoeira, Tambor de Crioula e danças animam a Serra do Cipó Divulgação

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e sexta-feira (9) a domingo (11), acontece o Encontro de Culturas de Raiz na Lapinha da Serra. Serão três dias de programação intensa, com muita cultura africana, indígena e popular. Os visitantes poderão conferir as vivências da Capoeira Angola, Tambor de Crioula, dança africana e afro-brasileira, ensinamen-

tos sobre o Candomblé, guardas de Congo, apresentações de samba de raiz com grandes artistas mineiros e cubanos, tendas de medicina popular, feira de artesanato e muito mais. O evento, que está com inscrições abertas, oferece área para acampamento com café da manhã, almoço e jantar inclusos. Cada ingresso custa R$ 80 ante-

cipado e R$ 120 nos dias do encontro, valores que serão recebidos por depósito bancário. Os pagantes poderão realizar qualquer tipo de atividade que desejarem. No dia 9, um ônibus sairá do Centro de Belo Horizonte em direção ao camping. Confira mais informações no endereço: www.facebook.com/lapinhamuseuvivo.

Galpão completa 35 anos com apresentações por BH TEATRO De 8 a 29 de junho, grupo percorre diversas cidades com peças de rua e em casas de show Guto Muniz/ Divulgação

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a próxima quinta-feira (8), o Grupo Galpão, uma das companhias de teatro mais importantes do país, começa uma turnê para comemorar seus 35 anos de vida e arte. Uma temporada de apresentações especiais está sendo preparada, com espetáculos em Belo Horizonte e em outras ci-

Carnaval fora de época pelo meio ambiente

Lucas Hallel​/ Divulgação

Em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, o bloco de carnaval Pena de Pavão de Krishna (PPK) realiza, no domingo (4), um cortejo pelas ruas de Belo Horizonte. O evento começa às 9h e tem concentração da bateria marcada para 12h, na Praça da Liberdade. O grupo seguirá andando até o Parque Municipal a partir das 13h. A iniciativa é realizada também para chamar a atenção para a preservação das águas e da Serra do Gandarela, na região sudeste da capital mineira. A entrada é franca.

dades brasileiras até o dia 29 de junho. Quem está na capital mineira poderá conferir peças de rua, com entrada gratuita, e também em algumas casas de show, que terão ingressos vendidos a preços populares. Toda a programação já pode ser vista no site www.grupogalpao.com.br.

Evento incentiva apoio a produtores locais

O Grupo Galpão nasceu em BH, em 1982, e hoje já coleciona mais de 40 prêmios nacionais e internacionais. É uma das companhias brasileiras que mais viaja, realizando espetáculos em toda a América Latina, na América do Norte e na Europa. Atualmente, é formado por 12 atores e trabalha com diretores convidados.

Relembrando o passado com brincadeiras Marcos Hermes - Divulgação

O Dia Mundial do Meio Ambiente também terá homenagem no bairro Cidade Jardim. No domingo (4), o evento Cluster, que reúne pequenos produtores de alimentos orgânicos, agroecológicos e artesanais de Belo Horizonte e região, acontece na Casa Bernardi (Conde de Linhares, 308, Cidade Jardim). Haverá ainda exposição e comercialização de produtos de moda, arte e design, com uma oficina de reutilização de roupas e resíduos têxteis. As atividades têm entrada gratuita e acontecem das 14h às 21h.

No sábado (3), vai rolar um encontro para voltar um pouquinho no tempo e reviver as brincadeiras antigas. O evento conta com apresentações musicais de cantigas de roda, exposição de brinquedos e uma oficina para aprender a construí-los. Para a mostra, cada participante está convidado a levar um objeto que fez parte de sua infância. Tudo isso acontece de 18h às 21h30, no Centro Cultural Pampulha (Rua Expedicionário Paulo de Souza, 185, Urca) e é de graça.


Belo Horizonte, 2 a 8 de junho de 2017

na geral

Jogos Escolares têm recorde de inscrições

Tiago Ciccarini

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erminaram as inscrições para os Jogos Escolares de Minas Gerais. Participam da competição 830 cidades, representadas por cerca de 35 mil alunos-atletas, entre 12 e 17 anos, vindos de mais de 2 mil escolas públicas e privadas de Minas Gerais. A marca é recorde na história do torneio, organizado pelas secretarias estaduais de Esportes e Educação há 25 anos. A etapa microrregional está em andamento. Mais informações: jogosescolares.esportes.mg.gov.br

ESPORTE

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Curto e Grosso Juventus e Real: clássico imperdível na final da Champions Fabrício Farias Alô, alô, pessoal! Para quem gosta de futebol, sábado (3) é dia de gala. Real Madrid e Juventus decidem, às 15h45, o título de campeão europeu desta temporada. A final promete ser equilibrada, ainda que o time merengue conte com estrelas como Ronaldo, Bale e Benzema. A Juventus tem se mostrado uma equipe bastante solidária em campo, apresentando interessantes variações táticas, com muita marcação na saída de bola do adversário e variações nas linhas defensivas, já tendo deixado para trás o Barcelona e seu poderoso ataque. Como se não bastasse a qualidade das duas equipes, esse clássico tem alguns temperos a mais: Zidane foi um grande jogador da Juventus e, agora, enfrenta o time italiano como técnico do “onze” espanhol. Nas laterais temos dois monstros representando muito bem o futebol brasileiro: Marcelo, jogando o fino da bola pelo Real, e o campeoníssimo Daniel Alves, pela equipe italiana, prestes a se tornar o jogador mais vitorioso da história do futebol. Particularmente, minha torcida vai para a Juventus, não só pelo belo futebol, mas por ser, no momento, a única força italiana capaz de brilhar na Europa, lembrando o período em que o futebol italiano era o mais forte do planeta. Se você leu esta coluna, é porque gosta de futebol. Se você gosta de futebol, desmarque todos os compromissos para acompanhar esse jogão!

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Caso do Inter nas mãos do Ministério Público

s investigações sobre o Internacional A foram encaminhadas ao Ministério Público do Rio de Janeiro na quinta-feira

(1º). Em 2016, o Colorado tentou reverter seu rebaixamento no Brasileirão, acusando o Vitória de escalar irregularmente o zagueiro Victor Ramos. Uma perícia mostrou que o clube gaúcho tentou forjar provas. Segundo o regulamento, esse tipo de conduta pode ser punido com multas ou

ESPORTES

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Lucas Figueiredo / CBF Ricardo Duarte

até mesmo a expulsão do campeonato. O auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva, responsável pela perícia, sugeriu as suspensões do ex-presidente do Internacional, Vitorio Piffero, e de outros dirigentes.

“Eu fico chateado de ver pessoas cogitando que uma ditadura possa solucionar algo. O que teve de gente morta, de incapacidade de dar opiniões, de corrupção que não era investigada naquele período...”

Até o fechamento desta edição, não havia terminado o jogo entre Chapecoense e Cruzeiro, pela Copa do Brasil.

Tite, técnico da seleção masculina de futebol, em entrevista ao jornal El País.

Gol de placa Jogadores da seleção uruguaia de futebol doarão seus direitos de imagem, pagos pela Associação Uruguaia de Futebol, para a segunda divisão do futebol do país. Segundo o zagueiro Diego Godín, isso aproximará atletas e Associação e profissionalizará o futebol do país.

Gol contra “Jogadores substitutos, substituídos e membros da comissão técnica podem comemorar o gol, porém as comemorações não podem ser excessivas e os mesmos não estão autorizados entrar no campo de jogo”. Isso é o que diz a CBF. Quem criou essa aberração? Um coronel reformado, que tem aos montes por lá?

Decacampeão

É Galo doido

La Bestia Negra

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Giovanna Fantoni

Na vitória sobre o Criciúma por 3 a 1, fora de casa, o América mostrou poder de reação, vontade de vencer, boas peças de reposição no banco e tranquilidade para transformar a superioridade em gols. Essas qualidades, que já se desenhavam nos Decacampeão jogos anteriores, começam a deixar claro que o América é uma das melhores equipes da Série B e tem grande chance de brigar pelo título. Pela vontade de mostrar serviço, Luan e Bill agradaram na primeira partida juntos, como titulares. Pelos passes, visão de jogo e finalizações, Ruy vem conseguindo cumprir as funções de um autêntico camisa 10. O jovem da base Zé Ricardo demonstrou muita confiança em seu primeiro jogo como titular.

Estatísticas, retrospecto, tabus e números só são levados em conta quando favoráveis. Para definir o resultado de uma competição, têm pouca serventia. Ainda mais num campeonato tão longo quanto o Brasileiro. A Chapacoense ocupa hoje a lideÉ Galo doido! rança. No ano passado, era o Santa Cruz. E, vejam, o tricolor pernambucano caiu para a Série B. Mesmo assim, o Atlético precisa melhorar seu desempenho. Com o elenco atual, não basta se contentar com outra vaga na Libertadores. Roger Machado precisa encontrar as soluções para os problemas logo, pois seu cargo depende disso. Se faltam competência, disciplina tática ou há deficiência no grupo, a responsabilidade é dele e da diretoria.

Anúncio Os últimos dois anos não foram bons para o Cruzeiro, com muitas trapalhadas do Dr. Gilvan e o sentimento de que, após ganhar dois Brasileiros, teríamos uma longa seca pela frente. Nessa hora, tem gente que abraça a opção mais fácil. A boLa Bestia Negra la da vez era Zezé Perrella, que ameaçava retornar à presidência do clube. O esquema com o Aécio jogou um balde de água fria nas pretensões do senador que, quando presidente, quase levou o time ao rebaixamento, em 2011. Não permitamos que ele novamente faça do Cruzeiro um palanque eleitoral. Por isso, a torcida Resistência Azul Popular marcou um ato para o dia 5 de junho, na Sede Administrativa, Barro Preto. Mais informações: migre.me/wJ9xk.


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