Edição 206 do Brasil de Fato MG

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Maxwell Vilela

Gustavo Marinho / MSTAL

MINAS

CULTURA

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Mês da alimentação saudável

Roteirinho especial

Em outubro, Região Metropolitana de BH ganha diversas atividades que estimulam agricultura familiar e consumo de comida sem veneno

Minas Gerais

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O feriado de Dia das Crianças pode se transformar em muita diversão! Confira a agenda que o Brasil de Fato MG selecionou para os pequenos

Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017 • edição 206 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

O que a Lava Jato tem a ver com as privatizações da energia? Ao investigar contratos da Petrobras, operação legitimou um processo de ataque às empresas estatais e à soberania nacional. Conheça os riscos da privatização do setor energético e entenda por que investidores estrangeiros estão de olho no patrimônio público brasileiro i brasil 8, 9 Mídia NINJA

Divulgação

MINAS

Caretismo e maucaratismo contra artes As acusações contra a exposição “Faça sua própria Capela Sistina”, em cartaz no Palácio das Artes até 19 de novembro, passaram dos limites. Na tentativa de criticar a obra, vereador fez acusação falsa a professoras e pode ser investigado. O colunista João Paulo Cunha comenta quais podem ser os resultados de uma sociedade que reprime e censura impulsos criativos

ENTREVISTA

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Semana pela democratização da comunicação Coordenadora do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação em Minas comenta as reivindicações para o setor no estado


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

Editorial | Brasil

Moralistas sem moral desviam foco da quadrilha de Temer A segunda denúncia contra Michel Temer é ainda mais grave que a primeira. O ilegítimo que se acha no papel de presidente é acusado de formação de quadrilha, organização criminosa e obstrução da Justiça. Além de Temer, receberam a mesma acusação seus com-

ESPAÇO dos Leitores

“Ao manter o compromisso com suas convicções da realidade do país, o Brasil de Fato corresponde idealmente como um dos melhores periódicos de Minas: informativo e contestador” Ives Teixeira “O Brasil de Fato buscar retratar de maneira séria e objetiva uma realidade que é dura e muita das vezes cruel com a classe trabalhadora. São 4 anos de jornalismo comprometido e dedicado ao povo mineiro” Felipy Lima “Que beleza revolucionária a existência do Jornal Brasil de Fato, em Minas Gerais, também, celebrando 4 anos de história fortalecendo a luta popular por ‘reforma agrária’ no ar. Basta de oligopólio do poder midiático! Democratizar a comunicação a partir das classes trabalhadora e camponesa é imprescindível para superarmos as imensas injustiças sociais. Abraço terno na luta” Frei Gilvander Luís Moreia, da CPT e do CEBI. Mensagens que chegaram pelo site www.brasildefatomg.com Acesse e deixe seu recado também!

Cada dia a mais como presidente é um dia a menos na cadeia parsas, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). São fartas as provas documentais, além de inúmeras delações contra a quadrilha que conduziu um processo que culminou no golpe do impeachment sem provas. As pesquisas mostram que a sociedade clama por apuração e justiça. Diante de denúncias tão graves contra um presidente da República, não há melhor defesa que inventar outros assuntos para desviar o foco. É o que temos assistido com tentativas de censura a obras de arte, exposições, intervenções artísticas, quadros e aos próprios artistas. Falsas alegações e associações mentirosas entre arte e pedofilia. Não há pedofilia nas exposições que estão sendo perseguidas. É sabido que a grandíssima maioria dos casos de pedofilia ocorrem em casa, e são praticados por conhecidos e familiares das vítimas. Não ocorrem em museus ou galerias.

Estratégias de manutenção no poder Criam assuntos para fugir do que realmente interessa e garantem, por meio de acordos, cargos e dinheiro que, mais uma vez, a Câmara dos Deputados não autorize a abertura de investigação contra Temer. Desde a primeira acusação, em junho, os partidos da base aliada já fizeram 59 trocas na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), responsável pelo parecer a ser apreciado pelo plenário da Câmara. A dança das cadeiras é estratégia do Palácio do Planalto para se manter no poder. Cada dia a mais como presidente é um dia a menos na cadeia. Para isso, vale tudo. O orçamento de 2018 é a prova cabal disso. O governo irá aumentar os gastos com o Supremo Tribunal Federal, com a Câmara dos Deputados, com o pagamento de juros para os rentistas, e reduzir com o investimento no Minha Casa Minha Vida, no Mais Médicos, no Bolsa Família e nas políticas sociais em geral. Tudo leva a crer que Temer terá ampla maioria na votação na CCJ. O Planalto espera ter novamente 41 votos

Não podemos desviar do que realmente importa contra a abertura da investigação, e apenas 22 a favor da abertura do inquérito pelo STF. Os moralistas sem moral vão seguir levantando falsas polêmicas para desviar a atenção dos brasileiros. Não nos deixemos desviar da luta que realmente importa.

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Adriano Ventura, Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Marcelo Oliveira Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Samuel da Silva, Talles Lopes, Temístocles Marcelos, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Alan Tygel, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fernanda Costa, João Paulo Cunha, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Marcelo Pereira, Nadia Daian, Pedro Rafael Vilela, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração: Vinicius Nolasco. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.


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Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

O próximo dia 12 é dedicado às crianças. Muitas famílias dão presentes, deixam os pequenos brincarem até mais tarde e há também aquelas pessoas que não sentem necessidade de tornar a data especial.

“Temos que tomar cuidado para o Brasil não ficar de vez nessa posição de ser um elevador que só desce. Eu acredito que é possível, mas a gente precisa se mobilizar, se comunicar”

E você, qual era a sua tradição de Dia das Crianças na infância? Do que sente mais falta?

“Ah, sinto falta da união. A gente podia ter colo, estar no braço dos pais. Hoje, mais velho, a gente é jogado pro mundo, tem que lidar com a vida, com as escolhas. Gostava do carinho, dos gestos de afeto, de valorizar esse momento de ser criança”.

Rafael Alves Ferreira, vendedor de bala

Filipe Ribeiro, operador de telemarketing

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Declaração da Semana

PERGUNTA DA SEMANA

“Eu lembro muito da minha avó... Ela fazia a maior correria pra fazer um almoço. E aí chamava as crianças tudo, até quem não era da família. Era uma comunhão, juntava a família toda. Ela faleceu tem dois anos e eu sinto saudade”.

GERAL

Divulgação

O rapper Emicida falou sobre a situação do país durante seminário a respeito dos 100 anos da Revolução Russa, realizado pela editora Boitempo

#BOMBOUNAREDE

DOVE RACISTA

“Como isso chegou a ser aprovado?” foi a pergunta que pipocou na internet sobre uma das mais recentes campanhas publicitárias da Dove. Com o objetivo de vender um sabonete líquido, a propaganda mostra uma mulher negra que tira uma camiseta marrom e, depois de se limpar, se transforma em uma mulher branca, ruiva, de cabelos lisos, que veste uma camisete bege. Internautas se indignaram com o teor racista da peça e a hashtag #BoicoteDove tomou as redes sociais. “Antes - negro e sujo; depois - caucasiano e limpo”, ironizou um usuário do Twitter. Outros, inclusive, chamaram a atenção para a semelhança da imagem com outras que eram veiculadas nos séculos passados. Após os protestos, a marca retirou o anúncio do ar e afirmou que “errou ao representar mulheres negras de forma desrespeitosa”.

Rostos do Cerrado: histórias de luta e resistência no campo

Um especial do Brasil de Fato mostra a dura realidade de pessoas que travam disputa territorial com as frentes do agronegócio. São inúmeros casos de violência, grilagem e desrespeito aos direitos, contados por meio de relatos de camponeses, indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e muitos outros povos que batalham para manter sua cultura tradicional. Não perca, é só acessar www.brasildefato.com.br.


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CIDADES

Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

Circuito da Reforma Agrária vende 70 toneladas em BH CULTURA Com participação de mais de 15 mil pessoas, feira teve apresentação de mais de 200 artistas Fotos: Maxwell Vilela

Em novembro, será inagurado em BH uma loja de produtos do MST

De 6 a 8 de outubro a Serraria Souza Pinto sediou o evento

Larissa Costa

M

ais de 15 mil pessoas e 70 toneladas de alimentos orgânicos e agroecológicos vendidos. O saldo da edição belo-horizontina do Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária é positivo, conforme balanço realizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No

palco, que homenageou o cantor Vander Lee, se apresentaram 213 artistas de 50 grupos diferentes, que alegraram os três dias de feira com muita música e cultura popular. Bruno Diogo, do MST, avalia que o evento é fundamental no diálogo com a sociedade sobre a importância de se consumir alimentos saudáveis, agroeco-

depois volta para a Região Metropolitana. De acordo com Guê Oliveira, também do MST, há a possibilidade de o evento se tornar algo permanente que faça parte do calendário oficial da ci-

dade, principalmente devido à boa adesão do público. “Foi impressionante! Todo mundo que passava ficou muito encantado. E o nosso discurso estava ali, na prática”, ressalta. Em 25 de novembro, o MST inaugura em BH, o Armazém do Campo, que será um ponto fixo de comercialização de produtos beneficiados e frescos produzidos pelas cooperativas do movimento. A loja será na Avenida do Contorno com a Augusto de Lima, no Barro Preto.

lógicos e orgânicos, e também sobre a necessidade de fortalecer a cultura popular. “A gente conseguiu cumprir com essa história de juntar a feira com as intervenções artísticas e mística”, afirma. Antes de Belo Horizonte, o evento aconteceu em Governador Valadares, Alfenas e Montes Claros e, agora, segue para Almenara, Juiz de Fora, Uberlândia e

Outubro é o mês da alimentação saudável FAO Neste ano, o tema escolhido pelas Nações Unidas envolve segurança alimentar, migração e desenvolvimento rural

N

o ritmo do Circuito do MST, diversas organizações, junto com o Governo Estadual e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), realizam em outubro o Mês da Alimentação Saudável. Entre os objetivos, o estímulo do consumo de alimentos que fazem bem à saúde, da produção agroecológica e do desenvolvimento local. As atividades acontecem na Região Metropolitana até o dia 28. Beatriz Carvalho, assessora da Subsecretaria de Segurança Alimentar da PBH,

explica que o mês se relaciona com o 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Para este ano,

Atividades estimulam produção agroecológica e desenvolvimento local

a entidade escolheu o tema “Mude o futuro da migração. Investir na segurança alimentar e no desenvolvimento rural”. Para Beatriz, enfrentar os desafios da migração no mundo, envolve investir em segurança alimentar, na agricultura familiar e no desenvolvimento sustentável. “Essa é uma forma de minimizar o impacto sobre as populações que migram e sofrem com a exploração capitalista da alimentação, da produção e comercialização de alimentos”, afirma. (LC)


Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

MINAS

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Opinião

Censura é falta de tesão João Paulo Cunha Os seguidos episódios de censura e ameaças violentas às manifestações artísticas no país são um sinal de nossa crise de civilização. Não se trata apenas de impedir a livre expressão, o que já seria grave, mas de criar as bases de um ambiente fascista, capaz de fechar o horizonte democrático. A situação se torna ainda mais preocupante pela forte ligação desse movimento com igrejas e grupos fundamentalistas, fazendo da religião um campo de manobra ideológico. Como outro ingrediente desse coquetel regressivo, a repressão à sexualidade ganha destaque, numa estratégia de moralização da política. Em pouco tempo, o Brasil periga ficar menos interessante, pouco inteligente e mais alienado. E, para completar, desviando a energia sexual criativa para a repressão. Sem graça, tris-

Brasil periga ficar burro e broxa te, burro e broxa. A saudável revolta dos artistas, movimentos populares e do público tem criado um terreno de recuperação do poder de mobilização, com uma onda crescente de rejeição à censura em vários pontos do país. Está ficando cada vez mais clara a pretensão oportunista de políticos conservadores em se aproveitar dessa histeria demagógica. Os principais opositores das mostras de artes visuais, peças de teatro, filmes e canções vítimas de tentativa de censura vêm do campo das igrejas e do conservadorismo moral. No que diz respeito às crenças, desvia-se dos objetivos da arte para afirmar os interesses da doutrinação. As religiões existem para promover a redenção, a

Não é pelo direito dos outros. É pelo direito de TODOS. O seu também. A Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) foi criada pelo Governo do Estado para garantir e ampliar os direitos de toda a população de Minas Gerais. Uma importante iniciativa para a construção da justiça social, do respeito à diversidade e de uma cultura de paz. Afinal, fazer do mundo um lugar de todos é a melhor forma de fazer dele o lugar de cada um.

direitoshumanos.mg.gov.br

partir de elementos fundados na fé e na revelação, por meio de ações codificadas historicamente. A arte vai no sentido inverso: seu papel é criar estranhamento, permitir ir além das regras e ampliar o espectro do humano. Por isso, julgar a criação artística a partir do dogma é uma atitude obscurantista, que confunde propósitos, instrumentos e linguagens. Como habitante do espaço público, a arte dialoga com todos, crentes e não crentes, sem intenção proselitista. Vai a uma exposição, teatro ou cinema quem quer, sabendo de antemão o que pode encontrar. Se há, na verdade, uma invasão de espaços, ela tem que ser creditada às religiões, que agora foram autorizadas a frequentar, em sua versão confessional, os bancos laicos das escolas pública. A imposição de medo do sexo é uma das mais hipócritas ações de nosso tempo. Geralmente quem reprime os outros não usa a própria receita em sua vida.

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SEDPAC

Feita pra você. E para cada um de nós. direitoshumanos.mg.gov.br (31) 3270-3616

Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania


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MINAS

Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

Censura no Palácio das Artes: vereador faz acusação falsa contra professora VÍDEO Jair Di Gregorio manipula filmagem e cria falsa denúncia sobre estudantes em exposição. Secretaria de Educação pede investigação e punição Mídia Ninja

Rafaella Dotta

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exposição “Faça você mesmo sua Capela Sistina”, no Palácio das Artes, foi novamente alvo de polêmica por pessoas que defendem a censura das obras. No dia 4 de outubro, professoras de escolas públicas de Belo Horizonte foram acusadas equivocadamente de levarem estudantes à exposição, que tem classificação para maiores de 18 anos. A acusação falsa foi feita pelo vereador Jair Di Gregorio (PP). O vereador filma estudantes menores de idade e questiona uma das professoras que os acompanha: “As crianças estão indo para algum evento?”. A professora responde “elas estão voltando de um festival de curtas no Palácio das Artes”. Ele

Protesto em frente ao Palácio das Artes na segunda (7) conta a censura

conclui: “ah, no Palácio das Artes...” e corta o vídeo, voltando a criticar os quadros de Pedro Moraleida. A professora questionada, Raquel Santos, explica que informou ao vereador que as crianças voltavam de um festival de filmes infantis, mas o vereador insistiu na acusação. “Primeiramente não cedi o uso da minha imagem e nem dos meus

alunos - e nem poderia, pois só os responsáveis legais têm tal direito - e, além disso não estava na exposição alvo dos protestos dele”, comenta Raquel, em rede social. “Esse vídeo está viralizando e eu estou em uma situação extremamente desconfortável por causa da irresponsabilidade de alguém. Na internet há muitos juízes mas poucos investigadores,

cuidado com o que vocês compartilham”, alerta professora. Investigação A Secretaria Municipal de Educação enviou à Câmara de Vereadores um pedido para investigar Jair Di Gregorio, afirmando que tanto a professora, quanto a escola e a secretaria foram prejudicadas pela acusação equivocada. O vídeo na internet, que foi editado, viralizou e resultou em centenas de comentários contra as instituições de educação de BH. Na segunda (9), o vereador publicou uma nota reconhecendo o constrangimento causado e pedindo desculpas à professora e alunos. Prefeito e Caetano Veloso visitam exposição No dia 8, a exposição rece-

beu a visita do cantor Caetano Veloso, que estava em BH para apresentação de shows. O artista criticou as tentativas de cancelarem a exposição. “Em nenhuma dessas exposições que estão sendo discutidas não há nada que não seja tradição das artes, sobretudo das artes mais recentes”, disse. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), compareceu ao Palácio das Artes no mesmo dia e também apoiou a permanência da exposição. Para ele, o local é o lugar adequado para receber obras artísticas como esta. “Isso aqui é uma galeria de arte. Você pode não gostar ou não vir”, disse. “Absolutamente normal e não acredito que nenhum homem do século 21 se choque de verdade com o que viu”, completa.

Ocupação reivindica mais espaços de arte e cultura na UFU RESISTÊNCIA Antigo Restaurante Universitário está ocupado há mais um mês por núcleo de cultura e arte Diego Leão

Beatriz Ortiz, Carolina Santos e Roberto Vicente

P

reocupados com a recentes manifestações de intolerância em relação à arte e à cultura, integrantes do Núcleo de Cultura e Arte Maria Carolina de Jesus (NuCA) encaram os ataques sofridos pelo QueerMuseu e pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) como exemplos dos avanços do moralismo conservador. Tal conservadorismo, para o grupo, tem coibido as formas de expressão do corpo,

Projeto ganhou letimidade e será trasnformado em núcleo de cultura

de gênero e de religiões não cristãs em favor de supostos ‘bons costumes dos cidadãos de bem’. O grupo de resistência, que nasceu na Universidade Fe-

deral de Uberlândia (UFU) – campus Santa Mônica -, reivindica mais espaços destinados à valorização da arte. Desde 12 de setembro, discentes e não discentes ocupam o anti-

go Restaurante Universitário (RU), negligenciado pela comunidade acadêmica desde 2016 por falta de verbas para reestruturá-lo como espaço de alimentação. Palestras, oficinas, atividades culturais e festas temáticas, valorizando a dança, a música e a apreciação dos sentidos são atividades promovidas pelo núcleo. Diariamente, são realizadas reuniões que estabelecem a programação da semana, as demandas da ocupação e os encaminhamentos da reitoria. Os ocupantes dormem, cozinham e se encarregam da lim-

peza do espaço, organizando as atividades de resistência de forma política e colaborativa. “O NuCA vem como forma de revitalização da área e combate à retirada de direitos vivenciadas no governo Temer”, conta a ocupante Renata Cardoso, estudante de história. O projeto ganhou a legitimidade da comunidade acadêmica e, por meio de referendo do conselho universitário, o espaço será transformado, oficialmente, no NuCA. Os manifestantes pretendem realizar a desocupação assim que os papeis forem assinados pela reitoria.


Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017 Daniel Camargos

OPINIão

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Juliane Furno

Conversando sobre a reforma trabalhista com o meu pai

Greve na Rede Minas e Rádio Inconfidência: por quê?

Os servidores da Rádio Inconfidência e TV Minas decidiram, em assembleia conjunta, entrar em greve por melhores salários e condições dignas de trabalho. Nas duas emissoras, os salários são super baixos. No caso da Rede Minas, os vencimentos são inferiores ao piso dos servidores públicos, jornalistas e radialistas. Cerca de 80% dos servidores da TV ganham cerca de R$ 1.200 para os radialistas e R$ 2.100 para jornalistas de salário bruto para uma jornada de 40 horas semanais. No caso da rádio, houve ameaça de corte da recomposição salarial de 4,57% concedidos em agosto, e o não cumprimento de todas as cláusulas da Convenção de Trabalho, já que o abono no valor de R$2000,00 não foi pago ao trabalhador, mas graças a pressão conjunta dos sindicatos houve recuo do governo e o reajuste foi mantido. Há tempos os sindicatos das duas categorias tentam resolver a situação do trabalhador que ainda pena com as péssimas condições de trabalho no prédio Greve na comunicação suntuoso, inaugurado em junho deste pública mineira ano, mas sem condições dignas de trabalho, com ar condicionado congelante ou então desligado, cobrança de 200 reais mensais para estacionar no prédio, cuja garagem vive vazia. Um prédio em que o forro despenca em cima de uma câmara recém comprada para a Rede Minas. Do que adianta um belo prédio se quem trabalha lá dentro não tem salário digno, sofre com uma jornada extenuante e os equipamentos são sucateados? Servidores da Rede Minas pedem adequação da carga horária de 40 para 30 horas semanais, sem redução salarial. Os trabalhadores da Rádio Inconfidência querem a aplicação da convenção de trabalho, com o pagamento do Abono Salarial. Entre outras pautas. Alessandra Mello é presidenta do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais (SJPMG), Brenda Marques é diretora do SJPMG e da ASPREM (Associação dos Servidores Públicos da Rede Minas) e Lina Rocha é diretora do SJPMG e servidora da Rádio Inconfidência.

Juliane Furno é doutoranda em Desenvolvimento Econômico na Unicamp.

acompanhando

Alessandra Mello, Brenda Marques e Lina Rocha

Dias atrás meu pai me ligou e me pediu um material que explicasse a tal da reforma trabalhista. A primeira coisa que meu pai perguntou foi: mas, CLT não é meio velha e essa reforma não geraria mais empregos? Vamos lá. A CLT - embora de 1943 - já sofreu mais de 500 alterações e foi se “adaptando”, não esteve imutável. Se “modernizar” fosse “flexibilizar” as relações trabalhistas, Bangladesh seria o país mais moderno do mundo e a França um dos mais “atrasados”. A OIT fez recentemente um estudo e comprovou que não existe correlação estatística nenhuma, entre flexibilização e aumento do emprego. No Brasil, com a mesma legislação tivemos 13% de desemprego em 1998 e 4,5% em 2014. O que eles queriam mesmo era reduzir mais os salários. A reforma trabalhista, simplesmente, modifica os 4 elementos centrais das relações trabalhistas. 1. A forma de contratação: não precisa mais ser o “típico” CLT por tempo indeterminado, direitos adquiridos e cobertura sindical. Agora, o empregador terá um cardápio com várias opções (trabalho intermitente, tempo parcial, terceirizado, “autônomo” com vínculo etc). 2. Depois de já contratado o empregador poderá decidir como vai ser a dinâmica de trabalho desde a compensação das horas, o parce- Reforma foi para lamento das férias, o tempo reduzir salários de almoço, a jornada de trabalho – podendo trabalhar 12h diárias por 36 de descanso. 3. Depois disso, se o empregador quiser demitir também será mais fácil. 4. Depois disso tudo, se o trabalhador tiver sido demitido e notar que as verbas rescisórias não foram devidamente pagas, a reforma também muda a forma de acesso à Justiça do Trabalho. Se você assinar sua rescisão por conta e risco você não poderá mais recorrer na justiça. Em síntese, essa reforma visa uma submissão total do trabalhador ao patrão.

Na edição 203... Terceiro maior reservatório de água da RMBH pode secar ... E agora Ameaça à Vargem das Flores continua O Ministério Público de Minas Gerais interviu na situação de Vargem das Flores e recomendou que o Conselho Deliberativo da Região Metropolitana de Belo Horizonte rejeite a proposta da Prefeitura de Contagem que extingue a área rural próxima ao reservatório. No entanto, a administração da cidade insiste na continuidade ao projeto. Moradores seguem mobilizados e recolhem assinaturas para barrar a mudança. A próxima reunião dos grupos que agem pela defesa da lagoa está marcada para o dia 19, às 19h, na Escola Dona Babita Camargos (Av. João de Deus Costa, 47, Centro, Contagem).


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BRASIL

Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

O que a Lava Jato tem a ver com a POlítica Investigação sobre contratos da Petrobras abriu caminho para entrega do patrimônio público a grandes corporações Gil Leonardi / Imprensa MG

Daniel Giovanaz De Curitiba (PR)

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Lava Jato, sem mudanças mais profundas, é enxugar gelo”, disse Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da operação, em 26 de agosto de 2017. A plateia do 8º Congresso de Mercados Financeiros e de Capitais, formada por investidores e diretores de empresas multinacionais, aplaudiu o procurador com entusiasmo. Depois de um almoço farto, no Campos do Jordão Convention Center – que pertence ao prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) –, subiu ao palco o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Naquela tarde, ele anunciaria pela primeira vez o prazo para execução do pacote de privatizações do governo Michel Temer (PMDB), previsto para o final de 2018. Ao final da palestra, os mesmos que ovacionaram Dallagnol bateram palmas para Meirelles. O evento realizado em Campos do Jordão, interior paulista, é uma metáfora do efeito político e econômico das ações do Judiciário no Brasil desde 2014. Ao investigar ilegalidades nos contratos da Petrobras, a Lava Jato clamou por “mudanças profundas” e abriu margem para a venda do patrimônio público.

Integrantes da operação defenderam que investigação poderia ajudar a atrair investimentos ao país

“As críticas da Lava Jato, reproduzida pela grande mídia, são muito rasas. Os corruptos e corruptores devem ser punidos, mas isso não acontece hoje. Os delatores são perdoados e desfrutam de suas mansões, enquanto o trabalhador brasileiro é punido”, afirma Gerson Castellano, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Petroquímica do Estado do Paraná (Sindiquímica). “Associar empresa estatal à corrupção é típico de quem quer se apropriar desses bens. A tecnologia que a Petrobras desenvolveu, nenhuma empresa privada nunca conseguiu fazer”. Roteiro conhecido Dallagnol não foi o único jurista ou integrante da Lava Jato que aproveitou os holofotes para fazer discursos convenientes ao mercado de capitais. O então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, participou este ano do Fórum Econômico Mundial, na Suíça, e disse que a operação pode ajudar a atrair investimentos para o Brasil porque oferece “segurança jurídica” aos empresários. O juiz Sérgio Moro assumiu a mes-

ma linha argumentativa em eventos do grupo empresarial Lide, que também pertence ao tucano João Doria. O partido do prefeito de São Paulo, PSDB, apoia o plano de privatização de Meirelles, conforme expresso pelo presidente de honra Fernando Henrique Cardoso: “O que puder privatizar, privatiza, porque não tem outro jeito”, disse FHC, em evento recente para debater a venda da Eletrobras. O roteiro é semelhante ao da operação Mãos Limpas, na Itália – uma das inspirações da Lava Jato. As investigações não reduziram os índices de corrupção, mas

Lava Jato abriu margem para venda do patrimônio público deram origem a um governo autoritário que apostou na privatização como saída para a crise. A diferença é que, no Brasil, o assédio do capital estrangeiro é ainda maior, dado o potencial energético do país. “O Afeganistão, por exemplo, tem um sítio mineral muito grande, mas não tem

energia. Não é o nosso caso. Nossas reservas minerais e nossa capacidade energética são fantásticas”, explica o engenheiro Antonio Goulart, que trabalhou 40 anos no setor elétrico federal. “Nossas usinas são fruto de um investimento colossal do Estado brasileiro, e isso desgraçadamente está passando para as mãos do capital internacional”, conclui. Talvez fosse melhor enxugar gelo. De mão beijada Desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), Temer anunciou a desestatização de 91 ativos de controle estatal – entre eles, 18 aeroportos, duas rodovias, quatro empresas e 16 concessões de energia. No final de setembro, foram leiloadas quatro usinas da energia da Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig): São Simão, Miranda, Jaguara e Volta Grande. Gerson Castellano argumenta que o setor energético não pode ser tratado como mercadoria: “A energia é um direito básico da população. As famílias brasileiras precisam de energia para ter uma geladeiMarcelo Camargo / Agência Brasil


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a privatização do setor energético? grande, e o Estado tem que mitigar esse risco”, finaliza.

Privatização também foi uma das consequências negativas da operação Mãos Limpas, na Itália

Valor social A venda da Eletrobras, maior grupo do setor elétrico na América Latina, é considerada uma das mais graves do plano de privatizações de Temer. Hoje, a União detém 63,2% das ações, e a Lula Marques / AGPT

ra em casa, para usar aparelhos hospitalares... Quem vive nos rincões do Brasil sabe o quanto isso é importante”, ressalta. “O Estado investiu para que nós tivéssemos energia, e o que querem agora é entregar de mão beijada para a iniciativa privada, que vai se apropriar de um patrimônio da população para lucrar”. Segundo o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, as carências em infraestrutura só serão resolvidas com investimento estatal. “Não se pode esperar, a não ser através da iniciativa clara do setor público, que haja investimentos em tecnologia e inovação para desenvolver o país”, analisa. “O sistema de inovação exige um aporte muito grande de recursos, tanto humanos quanto financeiros. Porque a inovação tem um risco muito

receita líquida anual da empresa é equivalente a R$ 60,7 bilhões. O engenheiro Antonio Goulart alerta para a consequência mais imediata da privatização da energia, que afetará todos os brasileiros: “O custo, que poderia ser muito mais barato sob controle popular, vai explo-

dir”, explica. “Porque o valor social da energia é muito maior que o valor de venda. Quando falta energia, param as fábricas, para a cidade, para a vida. É por isso que um empresário pode chegar e colocar o preço que quiser, porque todo mundo vai ter que pagar”. Petróleo na mira No mesmo dia em que foram leiloadas as usinas da Cemig na bolsa de São Paulo, aconteceu a 14ª Rodada de Licitações de blocos para exploração de petróleo, totalizando uma área de quase 123 mil quilômetros quadrados. Diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cibele Vieira afirma que a entrega da camada pré-sal ao capital estrangeiro é um símbolo das atrocidades do governo Temer. “O pré-sal coloca o Brasil entre os três maiores países do mundo em reservas de petróleo. São 170 bilhões de barris, e cada novo poço que se fura, as surpresas sempre são maiores. Então, a tendência é que esse número possa crescer”, descreve. “Essas riquezas deveriam servir para prover os direitos sociais da população, e não para gerar lucro para poucos”.

Para Gerson Cervinski, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), “o Brasil está perdendo todas as riquezas do seu controle”. Um dos principais argumentos dele, além da precarização da mão de obra, é o resultado desastroso da privatização da Vale do Rio Doce pelo governo FHC. A empresa foi vendida por R$ 3,3 bilhões em 1997, quando

suas reservas minerais eram estimadas em mais de R$ 100 bilhões.

Venda da Vale do Rio Doce, em 1997, teve resultado desastroso para o Brasil, segundo sindicalista

Parente e Meirelles: quem são?

José Cruz / Agência Brasil

A privatização do setor energético brasileiro é resultado de uma atuação conjunta do presidente da Petrobras, Pedro Parente, e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles – dois profissionais com inserção no mercado financeiro, em grandes corporações, e no setor público. É o que o filósofo italiano Antonio Gramsci chamaria de “intelectuais orgânicos”: especialistas em seus ofícios, eles exercem funções organizativas dentro e fora do Estado, e isso lhes permite interferir no arranjo da sociedade civil para defender a classe social que representam. O conceito é complexo, mas a capacidade de transitar entre os interesse público e privado fica mais clara quando se conhece o currículo de cada um deles. Pedro Parente foi chefe da Casa Civil durante o governo FHC, vice-presidente executivo da RBS, afiliada da Rede Globo, presidente da empresa de alimentos Bunge Brasil, e chefia o conselho de administração da Bolsa de Valores de São Paulo. Henrique Meirelles foi presidente internacional do banco estadunidense BankBoston e presidente do Banco Central do Brasil (BCB). Até o ano passado, era presidente do Conselho de Administração da J&F Investimentos, grupo que controla a JBS – cujos executivos delataram o próprio presidente Michel Temer por corrupção na Lava Jato.


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MUNDO

Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

EUA e Alemanha anunciam novos Che Guevara recebe limites à entrada de imigrantes homenagens aos 50 anos grupo, prevendo o adiamento da deportação e dando o direito de trabalhar no país. A medida foi anulada por Trump no mês passado.

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governo dos Estados Unidos apresentou, no dia 8, uma lista de exigências severas para a política de imigração. A lista é a condição imposta pelo presidente americano, Donald Trump, para negociações sobre a regularização de 700 mil jovens imigrantes sem documentos que foram levados aos EUA quando crianças.

Os itens da lista de Trump incluem o financiamento e construção completa de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México – promessa de campanha – e uma reforma no sistema do chamado green card (visto de residência permanente). Em 2012, o ex-presidente Barack Obama havia concedido um estatuto de proteção a esse

Alemanha trava entrada de refugiados A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou, em 9 de outubro, que o limite de entrada de refugiados em seu país será “uma boa base” para negociações dentro do governo. O documento prevê o limite de 200 mil entradas de refugiados por ano no país. O equivalente a 20% do que a Alemanha recebeu entre 2015 e 2016. Os refugiados vêm principalmente da Síria, do Afeganistão e da Somália, países que estão enfrentando guerras externas e internas. (Opera Mundi)

de sua morte

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ex-guerrilheiro e médico Ernesto “Che” Guevara recebeu homenagens em Cuba e Bolívia nos dias 8 e 9 de outubro. As cerimônias relembram a data do assassinato de Che, 9 de outubro de 1967, na Bolívia. Ele travava uma guerrilha para libertar o país boliviano de uma ditadura. Foi capturado, teve as mãos cortadas e foi morto. Em Cuba, a homenagem contou com a presença do presidente Raúl Castro. Na Bolívia, no vilarejo de La Higuera, onde o guerrilheiro foi executado, compareceram o presidente da Bolívia Evo Morales, o presidente do Equador Lenín Moreno, e a ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner.

Anúncio Só em 2017, os privilégios fiscais concedidos pelo governo de Minas vão somar quase R$ 14 bilhões. Os impostos que algumas

empresas privilegiadas deixam de pagar

quem paga é você. Na conta de luz, Minas tem hoje uma das maiores alíquotas de ICMS (imposto estadual) do país: 30%.

E o pior: ninguém sabe quem são essas

empresas nem quanto cada uma delas deixa de pagar. É uma tremenda injustiça.

Ajude a pressionar o governo de Minas a revelar as empresas.

caixapretadosprivilegios.com.br


Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

ENTREVISTA

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“Não podemos terminar um governo progressista sem ter feito nada em prol da comunicação pública” MÍDIAS Organizações de comunicação realizam semana de atividades para a democratização do setor e cobram que governo estadual cumpra promessas de campanha Larissa Costa / Brasil de Fato MG

Joana Tavares

O

que significa mais “democracia” na mídia? A coordenadora do comitê mineiro do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), Florence Poznanski, explica porque os leitores devem manter olhos e ouvidos atentos às informações que recebem da mídia privada. Para espalhar esse alerta, é organizada de 15 a 21 de outubro a Semana Nacional de Luta pela Democratização da Comunicação. Florence comenta também as reivindicações do FNDC de melhorias da comunicação em Minas Gerais, como a criação de um Conselho Estadual de Comunicação e a transparência na distribuição de dinheiro público. “A verba que o governo tem não é destinada à Rede Minas e à Rádio Inconfidência, mas sim para propagandas nos meios de comunicação privados”, critica.

Brasil de Fato MG - O que é a Semana Nacional de Luta pela Democratização da Comunicação e o que está previsto para Minas?

Florence Poznanski - É um momento que se propõe a concentrar uma série de atividades para pautar a necessidade de uma mídia mais democrática. Esse é um assunto antigo. Infelizmente, hoje as pessoas se acostumaram a receber uma informação de péssima qualidade. O objetivo é convidar a sociedade como um todo a se perguntar qual mídia eles têm contato e como a mídia poderia ser melhor. Será que a mídia realmente cumpre seu papel cidadão de contextualizar o que acontece no mun-

Poznanski: “Mídia pública deve ter compromisso com o interesse público”

O FNDC pressiona o governo para que seja implementado de fato uma política pública de comunicação” do, na sua cidade, no seu país? Será que a mídia permite as pessoas se envolverem para construir um mundo melhor? Estamos planejando oficinas, cineclubes, debates, ação de rua e a gente convida todas as entidades a pensar como pode contribuir com a semana. Aqui em Minas, o FNDC acompanha também a criação da Empresa Mineira de Comunicação. Quais são os desafios da comunicação pública?

O que diferencia a mídia pública é que ela tem compromisso com o interesse público, de trazer informações aos cidadãos que são de interesse da sociedade. Uma mídia privada, ao contrário, cumpre interesses particulares, com o objetivo de gerar sempre mais lucro. Aqui

em Minas, nós temos sorte de ter dois instrumentos públicos, que são a Rádio Inconfidência e a Rede Minas. Porém, são meios de comunicação que têm pouca verba e muita dificuldade de trabalhar. Atualmente, os trabalhadores estão em estado de greve denunciando uma situação que impossibilita o trabalho deles.

Será que a mídia realmente cumpre seu papel cidadão de contextualizar o que acontece no mundo, no país?” O FNDC pressiona o governo para que seja implementado de fato uma política pública de comunicação. A verba que o governo tem não é destinada à Rede Minas e à Rádio Inconfidência, mas sim para propagandas nos meios de comunicação privados. Eles consideram que, como tem mais audiência, vale a pena investir em rádio Itatiaia, Estado de

Minas. É uma coisa que nunca foi discutida pelo governo Pimentel. O governador fez promessas que não cumpriu e acaba fazendo uma política igual à que fez Aécio Neves, que foi péssimo no que tange à liberdade de expressão em Minas. O que o FNDC reivindica é a discussão aberta sobre as transparências de verbas e uma política pública que possa envolver a sociedade. A EMC foi criada com a proposta de unificar os canais de comunicação pública, mas tem praticamente nenhuma participação da sociedade. Em algum momento parece que a EMC foi feita mais para reduzir custos do que para promover uma política pública de comunicação. Quais as reivindicações do FNDC hoje?

O FNDC pauta duas prioridades essenciais. Primeiro, que a EMC tenha um conselho curador, com ampla participação da sociedade, para decidir a programação da emissora e ter inclusive poder deliberativo sobre ela. O mesmo que acontecia na EBC antes do governo Temer, que no primeiro dia na presidência emitiu uma medida provisória que suspendeu os poderes do conselho, in-

Infelizmente conselhos de comunicação são muito raros no Brasil” felizmente. A segunda prioridade é a criação do Conselho Estadual, que teria o papel de pensar a política públi-

ca para todo o estado. No ano que vem temos eleição e não podemos terminar um governo progressista sem ter feito nada em prol da comunicação pública. Alguma cidade de Minas possui conselho de comunicação?

Infelizmente conselhos de comunicação são muito raros no Brasil. O único estado que tem um conselho é a Bahia. Ao nível de município é possível, mas da mesma forma são instâncias muito raras. Por isso, convidamos todas as pessoas que se consideram comunicadoras ou se preocupam com o tipo de informação que recebe, a pressionar seus representantes, procurar os meios de comunicação da sua cidade e pensar atividades. A Semana da Democratização da Comunicação é justamente para isso.

Semana para Democratizar a Comunicação O Fórum Nacional de Democratização da Comunicação realiza diversas atividades para lembrar a importância de jornais, TVs, rádios e páginas de internet darem espaço a “vozes dissonantes”. Junto com a Semana Nacional de Democratização da Mídia, de 15 a 21 de outubro, o Fórum reforça a campanha “Calar Jamais!”, que irá lançar em 17 de outubro um relatório sobre violações à liberdade de expressão.


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Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

CiÊNCIA, COISA BOA! O frio causa gripe?

Amiga da Saúde Estou grávida e sonho em ter um parto normal, mas meu bebê está sentado! Tem alguma coisa que eu possa fazer pra que ele vire? Laila Luiza, 25 anos, técnica em nutrição

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vida inteira ouvimos de nossas mães que devemos nos agasalhar bem para evitar adoecer. Não tomar friagem, não pisar descalço no chão, não beber coisa gelada... Ah! Se tomar chuva então, gripe na certa, não é mesmo? Crescemos com a ideia que as duas coisas - o frio e a doença - possuem uma relação de causa e efeito. Porém, há tempos a ciência sabe que a gripe e o resfriado são causados por microrganismos, são viroses. Para ficar doente você precisa entrar em contato com os vírus e essa contaminação deve ser forte o suficiente para driblar os mecanismos de defesa do seu organismo. Ou seja, nada a ver com o frio. É comum no dia a dia que, de forma desatenta, relacionemos duas coisas que parecem ter relação, mas na verdade não têm. Por exemplo: meu time ganhou porque eu assisti ao jogo sentado em determinada posição. Logo, para meu time ganhar, devo sempre me sentar desse jeito. Uai, mas como isso influencia os jogadores em campo? Claro, tratase de uma superstição que não resiste a qualquer teste científico. A ciência já estudou a relação entre o frio e essas viroses. Descobriu que elas até podem aparecer mais no inverno, mas isso se deve aos nossos hábitos nessa estação. No frio a tendência é que fiquemos mais juntinhos, em locais com as janelas fechadas. Isso leva a uma maior facilidade de proliferação dos vírus. Uma pessoa contaminada espalha os vírus para os demais. Ou seja, não é o frio que causa a doença, mas ele nos faz adotar posturas que facilitam a contaminação. Os vírus da gripe e do resfriado se transmitem pelo ar ou pelo contato direto com a boca, a cavidade nasal e os olhos. Assim, ao invés do casaquinho, a melhor forma de se evitar essas viroses é lavar sempre as mãos e evitar esfregá-las nessas regiões do corpo. Outra boa dica é beber bastante água, se alimentar bem e, claro, evitar contato com pessoas contaminadas. Para quem está doente, o melhor a fazer é repousar e evitar o contato com muitas pessoas, para não disseminar os vírus. Caso isso não seja possível, o uso de máscaras e a higienização frequente das mãos são ótimas medidas. Tossir e espirrar com a boca voltada para o próprio ombro também é aconselhável nesses casos. “Mas é uma forma de carinho a mãe nos agasalhar”. O problema é quando isso reforça ideias erradas. Ao invés de nossos pais nos ensinarem medidas efetivas de prevenção, nos ensinam algo errado, que, quando formos pais, ensinaremos também aos nossos filhos. Chega disso! Um abraço e até a próxima! Renan Santos

Renan Santos, professor de biologia da rede estadual de MG

Há o que fazer sim, Laila. Inicialmente alguns exercícios que você pode fazer em casa mesmo, mantendo a pelve mais elevada que o tórax por cerca de 15 minutos ajudam a dar mais espaço para o bebê virar. Caso isso não resolva, após 35 semanas pode ser feita uma manobra chamada versão cefálica externa (VCE). Essa manobra é feita no hospital. Os profissionais tentam virar o bebê após a mulher usar uma medicação para relaxar a musculatura. Algumas situações contraindicam a VCE, como cesária prévia, cir-

cular de cordão, etc. Se nada der certo e o bebê continuar pélvico (sentado) você pode tentar o parto normal mesmo assim. Embora tenha mais risco que quando o bebê está cefálico, com uma equipe capacitada te assistindo e monitorando é seguro tentar o parto normal. Converse com os profissionais que te acompanham, procure se informar também por outros meios como grupos de gestantes. Em BH a exposição “sentidos do nascer” no Parque das Mangabeiras é uma ótima oportunidade para se informar melhor.

Sofia Barbosa I Coren MG 159621-Enf. Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br

Nossos direitos Crianças e adolescentes têm direitos Na semana do dia das crianças, vale a pena relembrar que toda criança e adolescente possui uma série de direitos garantidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) O ECA afirma que é dever da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar, com prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Para garantir esses direitos, foi criado o Conselho Tutelar, que é chamado a agir por meio de fiscalização ou por meio de denúncia de violação consumada de direitos, cobrando o melhor acompanhamento e o atendimento à criança e ao adolescente, bem como à sua família. As crianças e adolescentes são o futuro da nossa sociedade, por isso devem ser priorizados nos seus direitos, garantindo um desenvolvimento e crescimento saudáveis e com proteção. Defender os direitos das crianças é um dever de todos!

Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP


Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

13 VARIEDADES 13

www.malvados.com.br

Dicas Mastigadas

por Alan Tygel*

Escondidinho de mandioca com folhas

Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

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Solução

Ingredientes

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Massa • • •

1 quilo de mandioca ralada; 3 ovos; 100g de queijo (podem ser cascas).

Recheio • •

Talos e folhas de brócolis, espinafre, beterraba, couve flor, nabo e couve; Alho, cebola picadinha e sal a gosto.

Modo de preparo • • • •

Bater a mandioca ralada, o ovo, o queijo e o sal no liquidificador; Fazer um refogado com alho, cebola, talos e folhas. Colocar em uma refratária metade do purê de mandioca, depois o e por último a outra metade do purê. Polvilhar queijo ralado por cima e colocar no forno (180 graus) para gratinar por 30 minutos.

Aproveitamento Integral de Alimentos Diversos nutrientes estão presentes em partes geralmente descartadas dos alimentos, como sementes, cascas, entrecascas, folhas e talos. Muitas pessoas perdem a oportunidade de produzir pratos deliciosos e saudáveis, causando acúmulo de lixo orgânico e desperdício de mantimentos que poderiam estar nos pratos de muitos brasileiros. O aproveitamento integral consiste em pequenas mudanças no cotidiano que fazem um grande bem para o indivíduo, para o meio ambiente e para a sociedade como um todo, por meio do consumo sustentável. Afinal, em uma boa cozinha nada é desperdiçado. Adaptado da ONG Banco de Alimentos: bancodealimentos.org.br/

* Alan Tygel é da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.


14 CULTURA 14

Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

Tom Jobim, Pink Floyd e jazz (gratuito) para crianças

Brincar no centro!

Henrique Chendes / Divulgação

Antônio Fonseca / Divulgação

Está procurando um evento relaxante e lúdico? O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Belo Horizonte organiza quatro dias de programação musical voltada aos grandes e aos pequenos. Com entrada gratuita. Na quinta (12) acontece a Cantigas do Bem Querer com a Orquestra Ouro Preto, às 11h. Dois bonecos se juntam à orquestra para levar o público às raízes da música popular brasileira, por meio de brincadeiras e canções. Na sexta (13) tem o “Brincando com as teclas”, apresentação de Toninho Ferragutti no acordeom e Salomão Soares no piano, às 17h. No fim de semana, chega o “Vovô Tom Jobim” no espetáculo infantil de Silvia Negrão com as músicas do maestro, no sábado (14) às 17h. A programação termina com “Pink Floyd e sua turma”, pelas mãos do pianista Túlio Mourão, às 17h.

Exposição “Ex-Africa”

Troca de Brinquedos na Pracinha

Divulgação

Quem for no CCBB pode também visitar uma das maiores e mais importantes exposições de artistas africanos realizadas no Brasil. “Ex-Africa” apresenta artistas de oito países africanos, reconhecidos internacionalmente, mas pouco no Brasil. Aberta das 9h às 21h, a entrada é gratuita. O CCBB fica na Praça da Liberdade, em BH.

Sambinha do meio dia

O Sesc também prepara um espaço especial para a criança desenvolver o que mais gosta: brincar! O “1, 2, 3 e Já” é um espaço com brinquedos, tecidos, caixas e livros com o objetivo de estimular a imaginação dos pequeninos. Indicado para crianças de 0 a 6 anos. Do dia 12 ao dia 28 de outubro, aberto das 10h às 16h e gratuito. Avenida Augusto de Lima, 420, BH.

E no dia 12 (quinta) acontece mais uma feira para troca de brinquedos. A ideia é levar coisas já usadas pelos pequenos e deixar que eles troquem com outras crianças. “Para a criança vale o que é novidade, não necessariamente o que acaba de sair da loja”, explica o evento. Vale também levar toalha e comidinhas para um piquenique! Das 10h às 12h, no Parque Estrelinha (Rua Manila, 300, BH).

Dança inclusiva

Lídia Marques

Suricato / Divulgação

O espaço Suricato convida a todas e todos para participar de um samba de roda em pleno dia das crianças. O grupo Samba do Meio Dia é formado por filhos e filhas de sambadeiras e sambadores que se reúnem para dançar, cantar e brincar. O objetivo é desenvolver nas crianças o gosto e a curiosidade pela cultura afrobrasileira de maneira natural e lúdica. Dia 12 (quarta), às 12h, em Rua Souza Bastos, 175, BH.

O grupo Céu e Terra traz aos espectadores uma nova forma de dança: crianças portadoras de deficiência auditiva e de visão protagonizam um show! O projeto, que este ano completou 20 anos, foi desenvolvido pela bailarina Wilmára Marliére, que também enfrentou problemas de audição e passou a se orientar na música através da vibração do palco de madeira. Na sexta (13) às 20h, no Sesc Palladium (Rua Tupinambás, 956, BH). Ingressos a R$ 10 inteira ou um quilo de alimento não perecível.


Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017 Tomaz Silva / ABr

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ESPORTE

Brasil brilha nos Jogos Sulamericanos da Juventude

Wander Roberto

Brasileira é ouro no judô paralímpico Representando o Brasil no mundial do Uzbequistão, a paulista Alana Maldonado conquistou o ouro no judô paralímpico, da categoria até 70 kg. Na manhã da segunda-feira (9), Alana subiu ao pódio após derrotar Gulruh Rahminova e Vasila Aliboeva, ambas do Uzbequistão, e a sul-coreana Gaeun Lee. Já pela categoria até 63kg, outra brasileira, Lucia Araújo, perdeu a final para a sul-coreana Songlee Jin e ficou com a prata. Acima de 100kg, Wilians Araújo ficou com o bronze, derrotando o turco Onur Tastan.

Terminou, no domingo (8), a segunda edição dos Jogos Sul-americanos da Juventude, realizada em Santiago (Chile). Participaram mais de 1400 atletas de 14 países. A delegação brasileira com 149 jovens atletas e faturou 152 medalhas: 61 ouros, 45 pratas e 46 bronzes). Destaque para os nadadores Lucas Peixoto e Rafaela Trevisan, que subiram ao pódio 7 vezes. Já o ginasta Diogo Soares conquistou 6 medalhas.

PBH oferece aulas de dança

Vilma Tomaz / PBH

O programa Superar, do Centro de Referência Esportiva para Pessoas com Deficiência de Belo Horizonte, promove aulas gratuitas de dança contemporânea e forró. As aulas são realizadas por três professores, com cerca de 50 alunos, em atividade que acontecem todas as segundas e quartas-feiras, manhã e tarde. Para participar, é preciso ingressar no Centro, o que requer apresentação de laudo de deficiência e disponibilidade de vagas. Onde: avenida Nossa Senhora de Fátima, 2.228. Carlos Prates, BH Quando: segundas e quartas-feiras, manhã e tarde Informações: (31) 3277- 4546/7681

Paralimpíadas escolares

Rio aprova lei contra racismo no futebol No estado do Rio de Janeiro, foi aprovada uma lei que prevê punições a clubes e torcedores por atitudes racistas em estádios de futebol. Clubes podem ser punidos caso não tomem providências para identificar os agressores, desde advertência até multas, cujos valores variam conforme a gravidade da agressão. O dinheiro das multas comporá o Fundo Estadual de Combate ao Racismo, cujo objetivo é promover campanhas de conscientização.

Em sua 11ª edição, em 2017, as Paralimpíadas Escolares terão representantes de todas as unidades da federação do Brasil. O evento, que ocorre entre os dias 21 e 24 de novembro, em São Paulo, conta com a participação de 944 paratletas, em 10 diferentes modalidades esportivas. Outra novidade são as competições para crianças de 12 a 17 anos, no futebol de 5 (cegos) e basquete em cadeira de rodas. Desde que surgiram, em 2006, todas as edições do torneio foram vencidas por São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.


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Belo Horizonte, 11 a 19 de outubro de 2017

Cruzeiro de férias, Atlético de recuperação Bruno Cantini / Atlético Mg

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s dois principais clubes de Minas não disputam mais nenhum título nesta temporada. Quarta (11), o pentacampeão da Copa do Brasil visita outro penta, o Grêmio, que foi eliminado pela Raposa na Copa do Brasília Primeira Liga, e agora só pensa na Libertadores. É como se os dois tivessem passa-

ESPORTES

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Patricia Lima / Divulgação

Rodrigo Rodrigues / Divulgação

do de ano. Já o atual campeão mineiro, a três pontos do Z4, recebe o desesperado São Paulo no Independência. Como o Alvinegro não fez o dever de casa, o quarto bimestre exige muito esforço para não repetir a série B. Os quatro entram em campo às 21h45, hora de Brasília.

Eu me sinto usado e abusado para benefício do outro. Para onde vai o esporte no Brasil? A gente fica muito preocupado em ver dirigentes envolvidos com maracutaia Lipe, jogador da seleção masculina de voleibol, sobre o escândalo envolvendo Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

Gol de placa A federação de futebol da Noruega pagará às seleções feminina e masculina bonificações iguais! O dinheiro é relativo aos direitos comerciais pelo uso da imagem de jogadores e jogadoras. Enquanto isso, no Brasil, a despeito dos pedidos das atletas, a CBF só faz ignorar...

Gol contra Daqui a um mês tem eleição no Vasco. A oposição ao presidente e candidato à reeleição, Eurico Miranda, suspeita que a administração atual tenha facilitado, por meio de descontos ou não pagamento de mensalidades, a entrada de 1200 novos sócios no clube, no fim do ano passado.

Decacampeão

É Galo doido

Bráulio Siffert

Rosa Marques

A vitória do América sobre o Santa Cruz em Recife foi uma das mais importantes do time na Série B. Vindo de duas derrotas, se perdesse novamente, o Coelho cairia duas posições, ficaria embolado com três times e poderia entrar em uma pressionaDecacampeão da má fase sem volta. Mesmo não jogando tão bem, com muitos passes errados, poucas chances de gol e alguns sustos na defesa, o América conseguiu neutralizar o Santinha e sair de Pernambuco novamente na briga pelo título. Agora, os jogadores poderão treinar e jogar com mais tranquilidade e confiança. O autor do gol, Matheuzinho, mostra cada vez mais coragem e capacidade para colocar em prática suas habilidades, em um processo natural de evolução do sub-19.

Acabou a ilusão. Começamos o ano candidatos a algum título importante e terminamos com um mísero Estadual e tendo que lutar contra a possiblidade de rebaixamento. Nem a Primeira Liga, torneio desprezado pelos clubes da série A, a incensada É Galo doido! equipe do Galo conseguiu faturar. Por isso mesmo, o jogo contra o São Paulo é um dos mais importantes de 2017. A vitória traz um pouco de tranquilidade para planejar o próximo ano, buscando não repetir os erros das contratações de 2017. A derrota ou mesmo o empate colocam o time na desesperadora situação de ter que bater, nas rodadas seguintes, o Sport fora de casa, a Chape em casa e o arquirrival no Mineirão, para não terminarmos o ano com a calculadora na mão.

La Bestia Negra Giovanna Fantoni

Anúncio O ano praticamente acabou. O sentimento fica dividido entre comemorar o Penta e lamentar a lambança que estão fazendo na direção do clube. Na edição passada, já disse o que penso sobre a nova diretoria: uma vitória que virou derrota. Agora, temos pela La Bestia Negra frente o problema do treinador, já que, pelo visto, Mano Menezes pode mesmo ir embora. Lamúrias à parte, deixo aqui meus parabéns à garotada do sub-20, que se classificou para a decisão do Brasileiro da categoria. Independentemente do resultado do jogo na quinta-feira (12), espero que essa turma nos forneça bons jogadores para a próxima temporada na Libertadores, fazendo jus à tradição da base cruzeirense de revelar bons nomes para o time principal.


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