Minas Gerais
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017 • edição 212 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Reprodução de vídeo
E S A R PROCU
No dia 20 de novembro de 2004, um ataque ao acampamento Terra Prometida, no Vale do Jequitinhonha, causou a morte de cinco pessoas, arrasou a plantação e feriu, na carne e na alma, inúmeras vidas. Até hoje não houve reparação às famílias e nenhum envolvido no massacre está preso, apesar de condenados. O mandante e executor do crime, Adriano Chafik (foto), é considerado foragido. Apesar de decreto do governo estadual, fazenda - quase toda de terra devolutas - aguarda decisão da Justiça para ser desapropriada.
BRASIL
MINAS
ESPORTES
Para ninguém se aposentar
Armazém do Campo em BH
Coelhão rumo ao bi
Governo golpista articula proposta que exige 40 anos de contribuição, regras mais rígidas para servidores e 62 anos para mulheres
Programação cultural e venda de arroz, feijão, suco, farinha, doces, verduras, frutas, legumes e outros produtos da terra. Tudo sem veneno. Começa neste fim de semana, no Barro Preto
Com vaga garantida na Série A, time mineiro recebe o CRB no Horto, dependendo só de si mesmo para ser campeão da Segundona
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
Editorial | Brasil
Precisamos derrotar a reforma da Previdência
ESPAÇO dos Leitores
“Sensacional esta edição do Brasil de Fato! Linda, sensível e direta. Maravilhosa!” José Augusto Toscano Boaventura escreve sobre a edição 211, especial sobre a Consciência Vegra “Em tempos de golpe e de manifestações preconceituosas, mais do que nunca, é preciso termos consciência do quanto ainda temos que avançar, para conquistar” Jair Gopefi também a comenta a edição, que pode ser lida em: facebook.com/brasildefatomg ou em issuu.com/brasildefatomg “Melhor título!” Marcelo Pereira comenta a coluna de ciências da edição 210, de Renan Santos, intitulada: “Se a lua toca no mar, ela pode nos tocar?”
O governo golpista de Temer apresentou sua nova proposta de reforma da Previdência na quarta (22). Um típico jantar do andar de cima reuniu, no Palácio do Planalto, parlamentares apoiadores do golpe e a cúpula do governo federal. Arthur Maia (PPS), deputado relator da PEC, apresentou alguns pontos de recuo do governo em relação à proposta inicial, tão criticada pela maioria do povo brasileiro. A reforma da Previdência, que retira direitos fundamentais dos trabalhadores, é ponto central da estratégia do governo federal. Sua não apro-
Povo pode barrar desmonte da Previdência vação até o momento demonstra a capacidade de resistência da sociedade, o que deve ser comemorado como uma vitória. A elaboração de uma nova proposta, mais branda, sinaliza que a derrota total do governo é possível. É hora de avançar e não permitir que mais nenhuma reforma contrária aos interesses do povo seja aprovada por esse governo ilegítimo. Além do jantar, Temer se reuniu com governadores e prefeitos para tentar convencê-los. E a sujeira da troca de favores e da compra de apoios já está a pleno vapor e deve se intensificar nas próximas semanas. O governo já indica políticos indecisos para cargos e abrirá a torneira do dinheiro
Mídia fará intensa propaganda pela reforma público com o objetivo de conquistar os 308 votos necessários para a aprovação da proposta na Câmara. Todos a postos para essa disputa Ao mesmo tempo, a grande mídia deve entrar no jogo. As próximas semanas serão de bombardeio por parte da Globo e companhia, para tentar convencer a sociedade de que a reforma é necessária e positiva. Para isso, o Congresso aprovou o desvio de quase R$ 100 milhões para o governo federal investir em campanhas sobre o tema. Toda essa movimentação pretende criar o clima para que a PEC seja aprovada ainda este ano, em dezembro. O governo tem pressa, pois o recesso legislativo de final de ano e as eleições de 2018 encurtarão bastante o período de manobra. Se não conseguir o apoio necessário para a votação ainda em 2017, tudo indica que Temer não conseguirá aprovar a reforma, já que em ano eleitoral deputados e senadores não deverão se animar a votar em matéria tão impopular. Do lado de cá, centrais sindicais e movimentos populares reafirmam que não aceitarão que mexam na aposentadoria dos brasileiros. Todos a postos para a reta final dessa disputa, que precisa e será vencida pelo povo.
Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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? PERGUNTA DA SEMANA
25 de novembro é dia internacional de combate à violência contra as mulheres. Diversas manifestações são realizadas em todo o mundo como forma de denunciar a violência que as mulheres sofrem por causa do machismo e da desigualdade entre os gêneros. Por isso, o Brasil de Fato MG foi às ruas e perguntou:
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GERAL
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Declaração da Semana “Sabe o que é coisa de preto? O PT é coisa de preto. O Lula é coisa de preto. Eu sou uma coisa de preto”
Roberto Stuckert Filho / PR
Para você, o que é violência contra as mulheres?
“A violência contra a mulher não é só a física, é a restrição de um monte de coisa pelos maridos, namorados, companheiros. É também psicológica, que eu acho que é a violência que as mulheres mais sofrem e mais se calam”
Disse Dilma Rousseff, em entrevista, fazendo referência ao racismo do apresentador afastado da Rede Globo, William Waack.
Calendário escolar definido para 2018
“A violência é qualquer situação que te impeça de exercer o seu direito de pensar, de agir, de trabalhar, de ter sua família e de viver da forma como você deseja, desde que não atinja o direito do outro”
Edna Santana, professora de geografia
Renata Alves, pedagoga
Para além de um tempero
O alho é um velho conhecido da cozinha brasileira. Com alta quantidade de alicina, substância também encontrada na cebola, é responsável por reduzir radicais livres, causadores de doenças como o câncer. Também auxilia no sistema imunológico, sendo muito eficiente para diminuir os efeitos da gripe. No entanto, é preciso ficar atento ao modo de consumo, pois a alicina é liberada após a trituração do dente de alho, que também deve ser aquecido para melhor aproveitamento.
A resolução que estabelece o calendário escolar de 2018 para a rede estadual de ensino foi publicada na última semana. O próximo ano letivo terá início no dia 5 de fevereiro e terminará em 14 de dezembro. Entre os dias letivos, está a Virada Educação Minas Gerais e outros eventos, como a Feira de Ciências. As escolas do campo, indígenas e quilombolas poderão elaborar proposta de calendário diferenciado, considerando as especificidades das comunidades locais.
Mandou mal, sociedade!
Reprodução de video
Diversos comentários preconceituosos pipocaram nas redes sociais após divulgação de trechos de uma palestra de Taís Araújo, realizada em São Paulo na semana passada. “No Brasil, a cor do meu filho faz pessoas mudarem de calçada”, afirmou a atriz, que também criticou a violência contra as mulheres negras. É fato que as mulheres pobres vivem condições mais hostis, e até mais violentas que Taís. No entanto, esse argumento, de forma alguma, pode ser usado como justificativa para legitimar o racismo que ela - ou qualquer pessoa - sofre no cotidiano.
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CIDADES
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Trabalhadores da Cemig denunciam tentativa de retirada de direitos REFORMA TRABALHISTA Eletricitários cobram compromissos assumidos por governador e podem paralisar atividades Benedito Maia
Rosana Zica
O
s trabalhadores da Cemig, maior estatal de Minas Gerais, ampliam a mobilização para enfrentar as dificuldades na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2017-2018 junto à Cemig e o governo estadual. Eles têm data-base em 1º de novembro e estão em campanha salarial. O Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro-MG) denuncia que a última proposta apresentada não garante proteção contra a reforma trabalhista, conforme reivindicado pela categoria, e retira direitos como horas extras e a verba para o Plano de Cargos e Remunerações. Além disso, traz uma cláusula que restringe que os trabalhadores recorram à Justiça após se desligarem da empresa.
Sindicato denuncia que Cemig impede diálogo
Trabalhadores rejeitaram segunda proposta da Cemig por considerá-la uma afronta aos direitos da categoria
Na avaliação do coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, aceitar a proposta que a estatal vem tentando impor é concordar com a retirada de direitos. “É uma afronta a toda a categoria e gera um futuro de extrema insegurança para todos os trabalhadores e trabalhadoras, por isso a proposta foi rejeitada massivamente nas assembleias”, pontua. Na avaliação do Sindieletro, são muitas as contradições entre os compromissos assumidos pelo então candidato ao governo, Fernando Pimentel (PT), e a postura da direção da Cemig nas relações trabalhistas.
Diálogo impedido A estatal, que é controlada pelo governo estadual, é acusada de cercear o diálogo do Sindieletro com os trabalhadores, ao tentar impedir o acesso de dirigentes sindicais às dependências da Cemig, inclusive para realizar assembleias. Também há denúncia de que negociadores da empresa se reúnem “tarde da noite” com sindicalistas que representam apenas parte dos trabalhadores. No dia 10, uma dessas reuniões resultou na assinatura de Acordo Coletivo com al-
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gumas entidades sindicais, sem consulta prévia aos trabalhadores em assembleias. Segundo o sindicato, as entidades que assinaram o acordo não representam nem 25% dos eletricitários. O Sindieletro cobra uma contraproposta que atenda aos anseios dos trabalhadores. Segundo Jerfferson Silva, nas portarias da Cemig em todo o estado, os eletricitários já consideram deflagração de greve. Mídia NINJA
Censura nunca mais! No contexto de avanço do conservadorismo e ataque às obras de arte, foi lançada a Frente Nacional contra a Censura (FNCC), na terça (21), em Belo Horizonte. A iniciativa pretende articular artistas, movimentos populares e organizações sociais em prol da democracia e liberdade de expressão. O ato, que aconteceu no Palácio das Artes, contou com a presença de centenas de pessoas. “O evento é importante porque estão tentando restabelecer a censura em cima de questões demagógicas e de moral. Mas os artistas estão se mobilizando e isso é importantíssimo”, afirmou Juca Ferreira, Secretário de Cultura da Prefeitura de BH.
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OPINIÃO
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Opinião
Temer é o exterminador do futuro João Paulo Cunha Toda ação política dialoga com o passado, altera o presente e modela o futuro próximo. O projeto contrarreformista do governo ilegítimo de Temer é uma comprovação dessa tripla inscrição no tempo. Os exemplos estão em todas as áreas. Mais recentemente, esse método foi posto em prática no campo das relações trabalhistas, com a derrogação das conquistas da CLT; com a instauração da perspectiva de conter a distribuição de renda por meio de salários mais justos e da ação sindical, levando ao aprofundamento da crise econômica.
Temer perpetuará suas maldades no tempo O mesmo método se observa na saúde, com a ameaça ao SUS e ao direito universal garantido pela Constituição; com a extinção gradativa de programas fundamentais como o Mais Médicos e Farmácia Popular; e com a abertura de um mercado de plano de
saúde pobre para pobre. Na educação, na redução de investimentos e aberta defesa do setor privado e das ideologias reacionárias e religiosas.
Cultura, ciência e tecnologia são principais alvos A sanha destrutiva pode ser percebida em todas as áreas, ancorada num projeto nítido de esfacelar direitos sociais, dar primazia ao mercado financeiro e avançar na desnacionalização das riquezas nacionais. Mas de todas as perversidades, as mais perenes são aquelas que se voltam para a destruição do amanhã. Algumas áreas são especialmente vocacionadas para o futuro. São setores que têm como característica preparar pessoas e estruturas para o desafio da renovação permanente, para a inovação, para a sensibilida-
Não é pelo direito dos outros. É pelo direito de TODOS. O seu também. A Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) foi criada pelo Governo do Estado para garantir e ampliar os direitos de toda a população de Minas Gerais. Uma importante iniciativa para a construção da justiça social, do respeito à diversidade e de uma cultura de paz. Afinal, fazer do mundo um lugar de todos é a melhor forma de fazer dele o lugar de cada um.
direitoshumanos.mg.gov.br
de com novos contextos e ideias originais. Entre essas áreas, se destacam a cultura, a ciência e a tecnologia. E não é um acaso que sejam alvos prioritários do projeto conservador. Temer vem se esmerando para destruir a cultura. Do ponto de vista objetivo, com o desprestígio do Ministério da área, que chegou a ser extinto. Sem maior significação, a cultura se ofereceu ao holocausto da imbecilidade e da censura, atacada por ideologias regressivas, machistas e racistas. No caso da ciência e tecnologia, os registros de atentado ao futuro são visíveis na diminuição dos recursos para pesquisa, fato que tem recebido repúdio da comunidade mundial. A atitude brasileira provocou manifesto de 23 ganhadores do prêmio Nobel, em diversas áreas do conhecimento (química, física, medicina e fisiologia). Com essas atitudes, Temer quer perdurar no tempo. Por isso, aprovou também a limitação de gastos essenciais por 20 anos e tem se esmerado em entregar o patrimônio estratégico nacional. Não basta ser o pior presidente dos nossos tempos. Sua ambição não tem limites.
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SEDPAC
Feita pra você. E para cada um de nós. direitoshumanos.mg.gov.br (31) 3270-3616
Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania
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MINAS
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
Armazém do Campo em BH oferece somente produtos da reforma agrária SAÚDE Espaço do MST, que inaugura no sábado, também é atrativo cultural Maxwell Vilela
Larissa Costa
A
pós o sucesso do Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária – que chegou em outubro aBelo Horizonte, após passar por várias cidades do interior de Minas – o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inaugura, no sábado e domingo (25 e 26), na capital, o Armazém do Campo. O evento, que faz parte do Festival de Arte e Cultura da Região Metropolitana, conta com programação cultural para todo o fim de semana. De acordo com Bruno Diogo, do setor de produção do MST, o Armazém é um ponto fixo de comercialização, onde a população pode ter acesso aos produtos das cooperativas do movimen-
to. “Um dos objetivos do Armazém é fazer propaganda da reforma agrária popular, além de ofertar à cidade os produtos orgânicos e agroecológicos do MST e da Via Campesina”, explica. Além de vender alimentos saudáveis, o Armazém será um ponto de encontro cultural. “Será um espa-
ço aberto para todas as linguagens artísticas, de criação da cultura popular. Para nós, a saúde passa pelo alimento sem agrotóxico, mas também pelo direito de criar, da livre expressão”, complementa Geanini Hackbardt, também militante do MST. O Armazém de Belo Horizonte será a terceira expe-
riência do movimento, que já possui uma loja em São Paulo e outra em Porto Alegre. A perspectiva, de acordo com Bruno, é que em pouco tempo já existam filiais em várias capitais. “Em breve vamos abrir um Armazém em Brasília e outro no Rio de Janeiro”, adianta.
Arroz, feijão, sucos, farinha, doces, verduras, frutas e legumes serão vendidos Variedade Arroz, feijão, sucos, farinha, doces, verduras, frutas e legumes são alguns exemplos do que será ofertado nas prateleiras do Armazém do Campo. Tudo produzido de for-
ma orgânica ou agroecológica, que respeita a natureza e os trabalhadores do campo. “Serão mais de 500 produtos do setor de produção do MST e de outras cooperativas parceiras. De Minas Gerais, são mais de 20 produtos beneficiados, que vão sair de todas as regiões do estado”, explica Bruno. Ele ainda conta que os produtos in natura serão abastecidos pelos assentamentos e acampamentos da Região Metropolitana. Inauguração A programação do evento conta com uma feira e diversas atrações, como show do grupo Teresa e apresentação do bloco de carnaval Volta Belchior. O espaço é aberto e fica na Avenida Augusto de Lima, esquina com a Avenida do Contorno, no Barro Preto.
Bernardo Paz, idealizador do Inhotim, é condenado por crime de lavagem de dinheiro CORRUPÇÃO A decisão da Justiça Federal de MG aponta que o empresário usava empresas para maquiar a Receita Federal Divulgação / Inhotim
Lucas Simões D’O Beltrano
O
empresário e mecenas Bernardo de Mello Paz, idealizador do Inhotim, o maior museu a céu aberto da América Latina, foi condenado a nove anos e três meses de prisão em regime fechado por crime de lavagem de dinheiro. A decisão da Justiça Federal de Minas Gerais aponta que Paz usava um conglomerado de empresas, das quais foi sócio, para maquiar suas contas e confundir a Receita Federal, incluindo dissimulações e fraudes financei-
ras nas contas do Inhotim. A irmã dele, Virgínia Paz, também foi condenada a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto, por participar do esquema criminoso. A decisão da juíza Camila
Franco e Silva Velano, da 4ª Vara Federal, foi publicada em 6 de setembro deste ano, mas só divulgada na quinta (16) pelo Ministério Público Federal (MPF) de Minas Gerais. O advogado Marcelo Leonardo, que defende Ber-
nardo Paz, informou que “a condenação é injusta” e já recorreu da decisão. Segundo a sentença, o comportamento habitual do empresário era o de “não cumprimento de obrigações fiscais e previdenciárias, revelando completo descaso das empresas em relação ao
Sentença diz que empresário não cumpria obrigações fiscais e previdênciárias
Fisco”. As empresas acumulam dívidas milionárias inscritas na dívida ativa, algumas já em fase de execução à época dos fatos. Nota O Museu Inhotim, que abriga 23 pavilhões de arte contemporânea e cerca de 4.500 exemplares de espécies botânicas, publicou nota oficial em seu site. A instituição alega não ter “ligação com as empresas de Bernardo Paz, não respondendo ou participando, portanto, de nenhuma questão pessoal que o envolva”. Leia mais em obeltrano.com.br.
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017 Agência Brasil
OPINIão
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Carolina Goetten
25 de novembro é dia de combate à violência contra a mulher
Fome: A notícia mais triste do Brasil Um menino de 8 anos desmaiou de fome em uma escola pública na vizinhança dos palácios de Brasília. O agente de saúde do Samu que atendeu ao chamado de uma professora constatou a doença: falta de comida. Valei-me são Josué de Castro (Recife,1908-1974), rogo ao médico e cientista pernambucano pioneiro na denúncia da fome como questão real da política, ainda nos tristes trópicos de 1946, depois de examinar operários que desmaiavam no chão de uma fábrica de tecidos no bairro da Torre, Recife. Morador de um conjunto do Minha Casa, Minha Vida, no Paranoá Parque, o menino faminto estuda a 30 km da residência, no Cruzeiro, Distrito Federal. O caso foi noticiado pelo DF TV. Os governantes, como sempre, em suas notas frias e oficiais, lamentam o ocorrido. Ah se fosse apenas o menino da escola do Cruzeiro. Na mesma sala, palavra de professora, existem outros. A conta de somar é sem fim no Brasil devolvido à geografia da fome. Não há manchete mais estarrecedora. Do tipo que Menino desmaia de fome merece as três exclamações exaltadas no Brasil de Temer pelo cronista Nelson Rodrigues nos tempos d´ “A Última Hora”. Menino de 8 anos desmaia de fome no Brasil de Michel Temer!!! Menino desmaia no Brasil que voltou ao mapa da fome. Um sequestro, um roubo sem perdão à infância prometida. Menino de 8 anos tem direito a estudar bem alimentado. Por mais comida e menos notas oficiais, governo do Brasil e do DF. Por mais crianças felizes, sem o Temer e suas representações golpistas. Que a merenda não seja roubada em nenhum estado do país, muito menos em São Paulo, a dita locomotiva blindada pelos investigadores oficiais. São tantas manchetes impossíveis e tantos pedidos, meu são Josué de Castro, mas não desisto. Xico Sá é escritor e jornalista autor de “A Pátria em Sandálias da Humildade”.
Carolina Goetten é jornalista do Brasil de Fato PR.
acompanhando
Xico Sá
O dia 25 de novembro marca o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. Em todo o mundo, iniciativas de movimentos populares e feministas buscam reduzir o quadro alarmante da violência doméstica: de acordo com o Ministério da Saúde, 47 mil brasileiras foram vítimas de feminicídio nos últimos dez anos. Dentre estas, 74% são pretas ou pardas. Os movimentos populares e feministas têm se organizado para levar as discussões e se aproximar das mulheres vítimas da violência. Com plenárias ampliadas de participação coletiva e diálogo nas escolas, o objetivo é fortalecer a autonomia das mulheres. A lei Maria da Penha é outra medida que precisa ser revista e fortalecida. Embora tenha contribuído na proteção das mais ricas ou brancas, o Mapa da Violência ainda mostra um aumento de 54% de homicídios contra mulheres negras nos últimos dez anos. Juliana Mittelbach, professora e feminista, avalia que uma forma fundamental de combate a esse problema é por meio da educação das crianças, para que Educação e elas recebam, desde cedo, auto-organização formações questionado- combatem ras e de estímulo a um ra- o machismo ciocínio pautado na coletividade. “Precisamos de uma educação que não seja patriarcal, que questione e nos faça capazes de questionar os padrões impostos pela sociedade”, avalia a professora. Em protesto pelo fim da violência contra as mulheres, os movimentos feministas propõem, neste mês de novembro, uma intensa programação em todo o país.
Na edição 202... Ocupações reivindicam moradia na área central de BH... E agora Pátria Livre avança em negociação A Ocupação Pátria Livre, na região Noroeste de Belo Horizonte, participou de sua primeira reunião na Mesa Permanente de Diálogo do Governo de Minas. Estiveram presentes representantes dos poderes públicos estadual e municipal, além do proprietário e apoiadores da ocupação. A mesa avançou na possibilidade de desapropriação do imóvel, que estava ocioso há mais de 20 anos. O Movimento de Trabalhadoras/es por Direitos (MTD), responsável por organizar a ocupação, pretende adequar o local para moradia e trabalho.
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REPORTAGEM
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
Massacre de Felisburgo: GRILAGEM Mandante e executor está foragido e nenhum envolvido está preso; e fazenda até hoje não foi desapropriada Mídia Ninja
Wallace Oliveira de Felisburgo
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o dia 20 de novembro, o Massacre de Felisburgo completou 13 anos. Em 2004, o grileiro Adriano Chafik Luedy, acompanhado por 15 capangas, invadiu o acampamento Terra Prometida e comandou um ataque armado contra mais de 200 famílias. Cinco agricultores foram assassinados, 12 baleados e inúmeras casas, plantações e vidas ficaram arrasadas. Para as famílias, o crime só será reparado com indenizações, punição aos criminosos e conversão do lugar onde fica o acampamento, a Fazenda Nova Alegria, em área de colônia ou cooperativa agrícola. Mais de uma década após o massacre, porém, impera a impunidade. Ainda assim, o acampamento persiste, mostrando que a terra ocupada pelo MST é mais útil à sociedade do que quando esteve nas mãos de um grileiro.
MST ocupou a área em 2002 para denunciar que parte da fazenda era de terra devoluta, ou seja, do Estado
Ataque premeditado Adriano Chafik Luedy, mandante e executor, chegou a alegar legítima defesa, dizendo que fora atacado pelos sem-terra. Contudo, a reconstituição do massacre mostra um crime planejado para não dar chances às vítimas. “O primeiro tiro foi do próprio Adriano Chafik. Pega-
ram o Sr. Geraldo pela gola da camisa. Ele conseguiu desabotoar, soltou, correu e gritou: ‘É Adriano, é morte!’. Um grupo veio soltando porcos, galinhas. Uma das primeiras coisas que eles fizeram foi atear fogo na escola”, relata Kelly Gomes Soares, que na época tinha 15 anos. Sua casa foi incendiada com a irmã adoles-
cente dentro. A menina escapou por muito pouco. Cinco agricultores foram assassinados: Iraguiar Ferreira da Silva (23 anos), Joaquim José dos Santos (49), Miguel José dos Santos (56), Juvenal Jorge da Silva (65) e Francisco Nascimento (72). O mais jovem deixou a esposa grávida. Ela também perdeu o pai.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou o local em maio de 2002 para denunciar que a maior parte da fazenda era de terra devoluta, mas o conflito surgiu quando os sem-terra começaram a produzir. Chafik levava pistoleiros às lavouras para fazer ameaças. “A gente comunicou ao Ministério Público, registramos ocorrências na Polícia Militar e denunciamos na Assembleia Legislativa”, afirma Eni Gomes, da coordenação do acampamento.
saem sozinhas até hoje. Os pistoleiros mataram cinco, balearam 12 e nada da Justiça tomar providências. O que ficou para nós foi a desgraça. Para eles, a falta de compromisso com a sociedade”, aponta o agricultor Irineu Marques. Dos capangas envolvidos, um morreu sem pagar pelo crime. Quatro foram condenados, mas estão livres. Um primo de Chafik, o ex-policial Calixto Luedy Filho, é o único preso até agora. Em 2015, ele foi capturado em uma fiscaliza-
ção da Polícia Rodoviária Federal, em Aracaju (SE). Calixto, assim como os outros envolvidos, ainda não foi julgado. Após uma série de recursos da defesa do fazendeiro, a Procuradoria Geral do Estado de Minas Gerais (AGE) decretou a prisão de Adriano Chafik Luedy, acatada pelo juiz Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em maio de 2017. Desde então, ele é considerado foragido da Justiça.
Crime sem castigo T
rês processos de indenização corriam na Vara de Justiça de Jequitinhonha, cidade que fica a 69 km de Felisburgo. Um deles pediu que as vítimas fossem indenizadas pelos seus bens destruídos; outro, indenização aos feridos; ainda outro processo solicita indenizações aos familiares dos mortos. Apenas este último ainda não foi julgado. Os demais foram indeferidos, ou seja, negados pela Justiça. “Ficaram traumas, sofrimentos nas famílias. Minhas filhas e esposa não
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REPORTAGEM
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: 13 anos de impunidade A difícil luta pela terra Levante Popular da Juventude
A
pós o massacre, Chafik já não tem direito a pedir reintegração de posse. “A reintegração tem que estar fundamentada na posse mansa e pacífica. Como houve o massacre, ele já não pode solicitar a reintegração, pois cometeu um crime hediondo na área”, explica Tiago Bueno Flores, da Secretaria de Desenvolvimen-
Governo pretende transformar a área em colônia ou cooperativa
to Agrário de Minas Gerais (Seda). Porém, na luta pela terra, o acampamento ain-
da enfrenta muitos obstáculos. Em 2009, o ex-presidente
Lula decretou uma parte da Fazenda Nova Alegria como passível de desapropriação, perante o descumprimento das funções social, ambiental e de bem-estar. No entanto, a Vara Agrária de Minas julgou ação que anulava os atos do decreto. O Incra recorreu e o recurso ainda não foi julgado em segunda instância. Em 2015, o governador Fernando Pimentel (PT) assinou o decreto 366, declarando de interesse social para desapropriação a Fazenda Nova Alegria, mas a decisão não foi executada. Uma parte do terreno é de propriedade de Chafik
e sua família – cerca de 746 hectares – e será indenizada. Todo o restante é de domínio público e deve ser arrecadado ao patrimônio de Minas Gerais. Em nota, a Secretaria de Estado de Governo (Segov) informou que o objetivo é destinar as áreas a colônias ou cooperativas agrícolas, a fim de fortalecer o desenvolvimento da região. A Segov destaca que não foi possível a negociação e o caso teve que ser enviado à Justiça. “O processo de desapropriação, portanto, está aguardando despacho do juiz responsável”, diz a nota.
“A fazenda, quando ocupamos, era criação de boi, mais nada. Agora fazemos farinha, bejú, derivados do leite, hortaliças, numa produção va-
Fazendo ocupações na sede da Prefeitura e em outros órgãos públicos, os sem-terra garantiram uma escola de primeira a quinta-série no acampamento, um ônibus para transportar os estudantes, um posto de saúde que atende duas vezes por mês. Agora, negociam a construção de barragens para captação de água, em uma região que tem enfrentado seríssimos problemas com a seca. “Tudo veio sempre com muita dificuldade, mas o bacana é que foi conseguido por nós”, conclui, orgulhosa, a coordenadora.
Terra Prometida resiste J
á se foram 15 longos anos de acampamento, sem energia elétrica - que só chegou no fim de outubro deste ano - sob ameaça de fazendeiros e com inúmeras outras dificuldades para morar e produzir no local. Mesmo assim, podese dizer que, desde o começo, o acampamento transforma o panorama da produção da região. Felisburgo tem quase 7 mil habitantes. A coordenadora Eni Gomes (MST) diz que, em 2002, a produção agrícola era precária e só havia uma feira na cidade, com poucos produtos e quase nenhuma variedade.
Acampamento é responsável por 80% dos alimentos da feira local
Os sem-terra foram para a feira e, em seu primeiro ano acampados, responderam por 80% da produção de Fe-
lisburgo. Além do crescimento da feira, outro efeito imediato foi a queda nos preços dos alimentos.
riada. Tudo sem veneno”, ressalta Kelly Gomes. Antes mesmo do massacre, os trabalhadores semterra construíram no braço três quilômetros de estrada. As casas, que eram de lona, agora são de alvenaria.
Reportagens especiais Três fazendas estão prestes a serem passadas das mãos de grandes fazendeiros às mãos de trabalhadores rurais em Minas Gerais. As áreas, ocupadas por famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foram destinadas à colonização agrícola por decreto estadual e aguardam agora decisão da Justiça. A fazenda de Nova Alegria, em Felisburgo, amarga 13 anos do assassinato de cinco sem-terra, em reportagem especial que você lê hoje. Sobre a fazenda de Ariadnópolis, que já possui grande produção de alimentos e planeja um complexo de educação, você lê na semana que vem. A fazenda de Gravatá, em Novo Cruzeiro, já está em processo de acordo entre proprietário e governo. Confira a cobertura completa em www.brasildefato.com.br
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BRASIL
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
Pouco muda na nova proposta de Temer para a reforma da Previdência DESMONTE Proposta mantém idade mínima, prevê 15 anos de contribuição para o regime geral e endurece regras para servidores Marcos Corrêa / PR
anos, enquanto o dos empregados do setor privado ficou em 15, o mesmo prazo exigido hoje. Apesar da distinção, todos terão de acumular 40 anos de contribuições para receber o valor completo do benefício. O novo texto mantém, ainda, a idade mínima de aposentadoria em 65 anos, para os homens, e 62, para as mulheres.
Da redação, com Carta Capital
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m jantar com parlamentares na quarta-feira (22), Michel Temer apresentou uma versão mais enxuta da reforma da Previdência na tentativa de convencer sua base a debruçar-se sobre o tema antes do fim do ano. O quórum do encontro foi abaixo do esperado: estiveram presentes 170 congressistas, segundo a assessoria de imprensa da Presidência. O peemedebista aguardava 300 parlamentares, número próximo dos 308 votos necessá-
Governo quer 40 anos de contribuições para liberar aposentadoria
rios para se aprovar mudanças nas aposentadorias. Apresentada pelo deputado Arthur Maia, do PPS, relator da reforma da Previdência na Câmara, a propos-
ta traz regras mais rígidas para o funcionalismo na comparação com os trabalhadores da iniciativa privada. O tempo de contribuição mínimo dos servidores foi mantido em 25
Texto mantém idade mínima de 65 e 62 anos
Fim da obrigação da Senado aprova contribuição sindical é voto distrital misto questionada no STF Marcos Oliveira / Agência Senado
Por 40 a 13, o Senado aprovou, na terça (21), os projetos de lei que tratam das eleições de deputados e vereadores por meio do voto distrital misto. Trata-se do PLS 86/17, do senador José Serra (PSDB-SP), e do PLS 345/17, do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que tramitavam em conjunto. De acordo com a proposta, o eleitor vai fazer duas escolhas na urna: o candidato de seu respectivo distrito e o partido de sua preferência. O número de representantes distritais deve corresponder à metade do número de cadeiras de cada circunscrição. Por exemplo: no caso de Minas Gerais, que tem 55 cadeiras de deputado federal, 27 serão escolhidos na modalidade do voto distrital e 28 pelos partidos mais votados. A proposta vai para votação na Câmara de Deputados.
Foram ajuizadas no Supremo Tribunal Federal (STF) mais quatro ações diretas de inconstitucionalidades (ADI) contra os dispositivos da Reforma Trabalhista que passam a exigir autorização prévia dos trabalhadores para que seja feito o desconto da contribuição sindical. Entidades representativas de várias categorias profissionais questionam nas ações as alterações no recolhimento da contribuição sindical e pedem a concessão de liminar para suspender os dispositivos.
Eduardo Cunha se tornou o ‘principal advogado’ de Temer, diz Renan Calheiros Em entrevista à BBC Brasil no dia 23, Renan Calheiros se referiu ao fato de Cunha ter isentado o presidente das acusações feitas pelo operador do mercado financeiro e delator Lúcio Funaro em depoimento à Justiça Federal em Brasília. Para Renan, o ex-presidente da Câmara passou os últimos 30 dias em Brasília “para fazer a defesa de Michel Temer de corpo presente”. Preso desde outubro de 2016, o exdeputado é alvo de diversos processos na Lava Jato. A possibilidade de nomeação do deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) para a Secretaria de Governo significaria a chegada de “mais um” representante do ex-presidente da Câmara ao núcleo do governo, afirma Renan.
Regras de transição O texto atual estipula ainda regras de transição para a fixação das novas idades mínimas. A transição prevê que, em 2018, homens e mulheres do setor privado terão de ter 53 e 55 anos, respectivamente, para obter a aposentadoria. No caso dos servidores, o limite etário é 55/60. As idades sobem um ano a cada dois anos. Com essas regras, a idade mínima de 65 anos para homens no setor privado valeria apenas a partir de 2038.
Pretos ou pardos são 63,7% dos desempregados no Brasil Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no terceiro trimestre de 2017, aponta que, dos 13 milhões de brasileiros desempregados, 8,3 milhões são pretos ou pardos, ou seja 63,7%. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, o salário dos trabalhadores pretos e pardos também é menor: R$ 1.531, enquanto o dos brancos é de R$ 2.757. Dos 23,2 milhões de empregados pretos ou pardos do setor privado, apenas 16,6 milhões têm carteira de trabalho assinada.
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
Bolívia é o país que mais reduziu a desigualdade salarial na América Latina DESENVOLVIMENTO Educação, aumento do salário mínimo e formalização do trabalho influíram no resultado, segundo o Banco Mundial Notas Periodismo Popular
Notas Periodismo Popular
U
m relatório do Banco Mundial publicado na semana passada informa que, nos últimos anos, a Bolívia atingiu o melhor desempenho na redução da diferença salarial entre os países da América Latina. Segundo o coeficiente Gini, parâmetro utilizado na pesquisa, a desigualdade de salários no país que, em 2003, correspondia a 0,53, agora está em 0,44. O Gini indica um número entre 0 e 1, em que 0 corresponde ao melhor, ou seja, a igualdade absoluta; e 1, o pior.
Segundo a pesquisa, este avanço se deve principalmente a três aspectos: desenvolvimento educacional, aumento real do salário mínimo nacional e maior formalização do trabalho.
Até 2005, um ano antes da vitória do atual presidente do país, Evo Morales, o salário mínimo nacional era de 440 pesos bolivianos, o que equivale a cerca de 200 reais. Em 2017, o salário míni-
mo passou a ser 2 mil pesos, equivalente a 940 reais, o que representa um aumento de 400%, enquanto a inflação anual média durante esses anos foi de 6%. O ministro de Trabalho, Emprego e Previdência Social, Héctor Hinojosa, pontuou que o aumento salarial foi estabelecido como política de Estado. “O salário é um mecanismo que dinamiza a economia, é uma parte fundamental do nosso modelo, que se sustenta no mercado interno, e é preciso dinamizá-lo”, explicou.
MUNDO
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DECLARAÇÃO “A vida humana não pode se resumir a trabalhar, pagar contas e fazer dívidas, como propõe o capitalismo. Defender o tempo livre e a liberdade é uma questão de princípios”. Disse o ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica durante a Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo, em novembro.
Jornal denuncia atuação de empresas transnacionais para mudança em leis brasileiras PETRÓLEO The Guardian afirma que ministério de Minas e Energia agiu em nome de grandes petrolíferas estrangeiras Alexandre Brum / Petrobras
Da redação
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ministro do Comércio do Reino Unido, Greg Hands, fez lobby com o governo brasileiro para beneficiar grandes companhias petrolíferas britânicas, especificamente a BP, a Shell (anglo-holandesa) e a Premier Oil. A revelação foi feita pelo jornal The Guardian no último fim de semana. Segundo a publicação britânica, Hands atuou para que as regras tributárias e ambientais brasileiras fos-
sem flexibilizadas. Além disso, reivindicou também que fosse reduzida a política de conteúdo nacional na cadeia do petróleo, ou seja,
a obrigatoriedade de uso de componentes produzidos no Brasil. O jornal inglês se baseou em um telegrama di-
plomático obtido pela organização ambientalista Greenpeace. O documento aponta que Hands se encontrou em março de 2017 com Paulo Pedrosa, secretário -executivo do Ministério de Minas e Energia. O telegrama aponta que Pedrosa teria respondido que pressionaria as autoridades brasileiras a atender aos pedidos britânicos. Tanto o governo do Reino Unido quanto o Brasileiro negam que tenha havido lo-
Não é pelo direito dos outros. pra você. d i r e i t o s h u m a n o s . m g Sedpac. . g o v . b Feita r É pelo direito de TODOS. E para cada um de nós. O seu também.
bby, apesar de reconhecerem o encontro. Em janeiro deste ano, o governo Temer reduziu pela metade o percentual obrigatório de conteúdo nacional na exploração do petróleo. Em agosto, renovou o regime de isenções fiscais para importação de equipamento de exploração petrolífera. Em outubro, a Shell obteve três das seis novas áreas do pré-sal que foram a leilão.
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Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
NOvela Polêmica sobre “O outro lado do paraíso”
“
Há um mês no ar, a novela “O outro lado do paraíso” tem dividido opiniões. A razão disso são as tramas apresentadas, que vêm sendo consideradas pesadas por parte dos telespectadores. Cenas de abuso sexual e do espancamento de Clara por Gael, as ofensas racistas de Nádia à sua empregada Raquel, o sumiço forçado de Elizabeth da sua filha sob duras ameaças do sogro, as humilhações de Sophia à sua filha que é anã, o sofrimento de Samuel com sua homossexualidade, a internação forçada de Clara numa clínica e por aí vai... As opiniões se dividem entre aqueNovela é para les que consideram as novelas como algo para o entretenimento e diverentreter ou para são, com estórias leves e alegres, que refletir? não estão gostando dos rumos da trama das nove; e os que a elogiam por expor temas que fazem parte da nossa realidade, que merecem ser debatidos, ressaltando o papel social que as novelas têm. Olhando a repercussão dessa polêmica nas redes sociais, encontramos comentários a favor e contra a novela. “O mundo real já está violento demais para a televisão ficar dando ênfase em violência, tragédias”; “conhecemos muito bem o que é real, só que quando chegamos em casa, depois de um dia exaustivo de trabalho e trânsito, queremos algo leve para descontrair, rir, esquecer o dia a dia!”; “já existe tanta desgraça na vida todos os dias, quando chegamos em casa queremos ver coisas boas”, dizem alguns críticos. Por outro lado, quem defende o caminho tomado pela trama diz: “a hipocrisia é tamanha que quando uma novela joga na cara dos brasileiros a violência doméstica, racismo, gay no armário, delegado corrupto e juiz dono de puteiro fica todo mundo incomodado querendo ver coisas mais leves”; “que hipocrisia, até parece que na vida real não existe nada de pesado: gays, racismo etc. A novela só retrata o que acontece na vida real sem cortes”; “esses temas têm que ser debatidos, pois é o que mais acontece em nosso meio social, e as pessoas querem simplesmente fechar os olhos para a verdade”. Boa polêmica essa! No entanto, especula-se que a emissora está tomando medidas para suavizar a novela, cortando as cenas mais pesadas e acelerando a trama para a sua segunda fase, que promete ser mais leve. E você? O que acha desses debates envolvendo “O outro lado do Paraíso”? *Felipe Marcelino é professor de filosofia.
Amiga da Saúde Aulas de dança podem ter o mesmo efeito que outras atividades físicas, como corrida e musculação? Joice Cristina, 29 anos, microempresária
Depende da dança, Joice. Alguns estilos são mais agitados e exigem mais da pessoa. Outros são mais lentos, e podem gerar menos perda de calorias durante a prática. A grande vantagem da dança sobre outras modalidades de exercícios físicos é que ela costuma ser mais empolgante, pouco repetitiva, facilitando a adesão prolongada. Além das danças tradicionais, como forró, dança de salão, dança de rua, etc, atualmente estão em alta as aulas coletivas
em academia, que misturam dança com exercícios de musculação e aeróbicos. São exemplos a zumba (música latina), o fit dance (estilos musicais variados), o piloxing (pilates, boxe e dança), o ballet fit (ballet com aeróbica), o hopping (pular e dançar), entre outros. É importante avaliar quais objetivos se quer alcançar com o exercício, pois assim será mais fácil identificar a modalidade que mais se adequa a cada pessoa.
Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br
Nossos direitos Compra e venda de veículos Vai comprar carro ou moto usada? Evite problemas! O primeiro passo é se certificar no Detran se não há multas ou impostos do veículo que você pretende adquirir. Depois, faça um contrato de compra e venda assinado pelas partes, constando a data e hora de entrega do produto ao comprador, que deve ser o mesmo momento da entrega do “recibo” (DUT – Documento Único de Transferência ou CRV – Certificado de Registro do Veículo). O segundo passo é dirigir-se a um cartório para preencher o
“recibo” (Autorização de Venda), que se encontra no verso do CRV, reconhecendo as assinaturas. Por fim, o comprador tem o dever de realizar a vistoria do veículo no Detran e levar os seguintes documentos: recibo original com as assinaturas reconhecidas, a ficha de cadastramento, o documento de Arrecadação Estadual (DAE) quitado, a carteira de identidade e CPF (original e cópia). Esses formulários podem ser obtidos na sede do departamento ou pelo site www.detran.mg.gov.br
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
Dicas Mastigadas PANQUECA VERDE Ingredientes Massa • 1 xícara (chá) de talos e folhas (espinafre, cenoura, beterraba) cortados e cozidos; • 2 dentes de alho picado; • 1 xícara (chá) de leite; • 2 ovos; • 1 xícara (chá) de farinha de trigo; • 1/2 colher (chá) de sal; • 1 colher (sopa) de margarina;
Recheio 2 colheres (sopa) de óleo; 1 cebola picada; 1 dente de alho picado; 6 xícaras (chá) de talos e folhas bem lavados e picados; • Sal a gosto; • • • •
13 VARIEDADES 13
Modo de Preparo Massa 1. Colocar os talos no liquidificador, acrescentar o leite e bater até a mistura ficar homogênea; 2. Passar a massa por uma peneira; 3. Devolver a massa para o liquidificador e acrescentar os ovos; 4. Adicionar farinha, sal e margarina e reservar a massa. Recheio 1. Colocar o óleo numa panela; 2. Acrescentar a cebola e o alho e deixar dourar; 3. Acrescentar os talos e as folhas e água se necessário; 4. Juntar o sal, tampar a panela e deixar cozinhar.
Montagem 1. Colocar a massa na frigideira, espalhar bem e deixar fritar dos dois lados; 2. Rechear as panquecas. Receita retirada do Mapa de Feiras Orgânicas do IDEC. Confira em http://feirasorganicas.org.br
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Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.
14 CULTURA 14
Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
Concurso literário seleciona contos e poesias LGBT em Minas Gerais DIVERSIDADE Textos serão publicados em livro que será lançado em 2018 Mídia NINJA
Larissa Costa
P
oetas e escritores LGBT – lésbicas, gays, bissexuais e transexuais – de Minas Gerais podem participar do concurso literário promovido pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG). Os textos selecionados farão parte do livro “Famílias Invisíveis -Coletânea de Contos e Poemas LGBT”, que será lançado em 2018, no Dia Mundial de Combate à Homofobia, em 17 de maio. Darlan Carling von Dollinger, diretor do Cellos, conta que ideia surgiu durante a construção da 4ª Jor-
nada pela Cidadania LGBT, que aconteceu em julho deste ano na capital mineira. O evento promoveu atividades culturais, debates e palestras EM doIs Anos,
energiA pArA
40fAmíliAs .000 novAs
nA árEA rurAl.
Silvana de Jesus Lima e Arthur Lima de Oliveira Verdelândia - MG
que buscam o diálogo com a sociedade e a conscientização política sobre a diversidade sexual. Darlan conta que o tema do concurso se-
gue o assunto abordado pela jornada, que foi “Famílias e Direitos - Nossa Existência é Singular, nossa Resistência é Plural”. “A escolha do tema foi natural ao observar a realidade de grande parcela das pessoas LGBT. Ainda hoje lamentamos os altos índices de rejeição por seus próprios familiares. Por outro lado, celebramos ao saber que um número crescente de famílias vem abrindo o diálogo e saindo do armário junto com seus filhos”, comenta. Literatura LGBT O livro pretender ser mais uma ferramenta no combate ao preconceito e à intolerân-
A Cemig enfrentA A Crise Com trAbAlho. Até 2015, milhares de famílias viviam sem energia em Minas Gerais. Isso precisava mudar. Apesar da crise brasileira, a Cemig continuou trabalhando e levou luz para 40 mil novos lares na área rural. em 2018, mais mineiros serão beneficiados. Cemig. Cada vez mais presente na vida dos mineiros.
Foram usados nesta fase da expansão: 9.897 km de redes 35.747 transformadores 109.665 postes
cia, em uma perspectiva de potencializar o diálogo com a sociedade por meio da produção artística. “A publicação tem entre seus principais objetivos estimular a produção literária com temática LGBT que discuta a diversidade sexual e de gênero, e promova a integração artístico-cultural da população LGBT mineira, fortalecendo sua identidade e posicionamento políticosocial”, afirma Darlan. A inscrição é gratuita e pode ser feita até 17 de dezembro. Mais informações, no site cellosmg.org.br.
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ESPORTE
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Mourão Panda / América
Coelho decide o título contra o CRB
Paralimpíadas Escolares terminam sexta (24)
Sábado (25), às 17h30, o América pega o CRB, no últimodesafio para sagrar-se campeão da série B pela segunda vez. O local da partida é o Horto, mesmo lugar onde o Alviverde confirmou seu primeiro título, em 1997. O Coelho depende apenas de suas próprias forças, já que o vice-colocado, Inter, tem dois pontos a menos, com 68. O Colorado recebe o Guarani no Beira-rio. O técnico Enderson Moreira deve contar com o retorno do zagueiro Messias, recuperado de lesão na coxa esquerda. O clube colocou 22800 ingressos disponíveis e a expectativa é de que haja recorde de público no Independência.
A 11ª edição das Paralimpíadas Escolares acontece em São Paulo capital, entre os dias 21 a 24 de novembro. Há competições em dez modalidades: atletismo, bocha, futebol de 7, goalball, judô, natação, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, futebol de 5 e basquete em cadeira de rodas. Participam 944 atletas de 12 a 17 anos, de todo o país. No primeiro dia das competições, a delegação mineira conquistou 17 medalhas: cinco de ouro, seis de prata e quatro de bronze. Destaque para Lorraine Esteves e Luana Ferreira, de Ipatinga, com duas medalhas, cada, no atletismo. Isabel Ferreira, de Poços de Caldas, ficou com o ouro nas provas dos 100m costas e 200m medley na classe S10. No judô, Daniel Pereira, de BH, faturou a prata na categoria meio médio (mais 73kg). No tênis de mesa, Wagner Nunes e Tainá Damasceno, de Patrocínio, faturaram o ouro na competição por equipes.
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Só em 2017, os privilégios fiscais concedidos pelo governo de Minas vão somar quase R$ 14 bilhões. Os impostos que algumas empresas privilegiadas deixam de pagar quem paga é você. Por exemplo, um dos motivos de a gasolina ter subido tanto neste ano foi o aumento da alíquota de ICMS (imposto estadual) desse combustível para compensar o perdão da dívida de alguns contribuintes. E o pior: ninguém sabe quem são essas empresas nem quanto cada uma delas deixa de pagar. É uma tremenda injustiça.
Ajude a pressionar o governo de Minas a revelar as empresas.
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Belo Horizonte, 24 a 30 de novembro de 2017
Robinho é condenado por estupro
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e acordo com a imprensa italiana, um tribunal de Milão condenou o atacante Robinho a nove anos de cadeia, por participar em estupro grupal contra uma moça de 22 anos, em uma discoteca. Outras cinco pessoas teriam participado do ato, em janeiro de 2013, quando o atacante pertencia ao Milan. Ele ainda pode recorrer da de-
ESPORTES
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Marcelo Sadio / Vasco
Bruno Cantini
cisão e responderá em liberdade. Nas redes sociais, a assessoria do jogador publicou uma nota segundo a qual “ele já se defendeu das acusações, afirmando não ter qualquer participação no episódio. Todas as providências legais já estão sendo tomadas acerca desta decisão em primeira instância”, diz a nota.
Na hora de escolher os melhores, não se esqueçam do melhor zagueiro da temporada. Protegeu seu time, não deixou passar nada, nem por cima nem por baixo, e ainda liberou seus atacantes pra ficarem livres no jogo. Parabéns, Gilmar Mendes, jogou demais! Juninho Pernambucano, ex-jogador da Seleção, zombando do ministro Gilmar, famoso por defender os amigos no STF, como o senador Aécio Neves (PSDB).
Gol de placa Militantes LGBT promoverão a 1ª edição do campeonato brasileiro de futebol gay. A Champions LiGay, trocadilho com o nome de importante campeonato europeu de futebol masculino, contará com oito times de seis cidades brasileiras e ocorrerá no Rio de Janeiro, sábado (25).
Gol contra Larry Nassar, ex-médico da equipe estadunidense de ginástica artística, foi acusado de abuso sexual. A atleta McKayla Maroney, que ganhou duas medalhas nas olimpíadas de Londres, Gabby Douglas e Aly Raisman, medalhistas nos jogos do Rio 2016, denunciaram Nassar, que pode pegar 25 anos de prisão.
Decacampeão
É Galo doido
La Bestia Negra
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Léo Calixto
Garantido na Série A do ano que vem, o América tem grande chance de ir além e fazer história no sábado (25), se vencer o CRB e ficar com o bicampeonato da Segundona. Vinte anos atrás, em 1997, o melhor time da história recente do Coelho, com Milagres, Decacampeão Gilberto Silva, Wellington Paulo, Tupãzinho, Boiadeiro, Irênio e Celso, conquistava o primeiro título americano em nível nacional. De lá pra cá, o América conquistou dois campeonatos mineiros, a Sul-Minas e a Série C. Este ano, ganhar um campeonato tão difícil e com a presença do todo-poderoso Internacional não é pouca coisa. O time ganha moral, ganha dinheiro e deverá entrar nas oitavas de final da Copa do Brasil de 2018.
O Atlético ampliou as chances de disputar a Libertadores. Depende de vencer os dois jogos restantes (Corinthians, em SP; Grêmio, em BH) ou de uma vitória, contando com tropeços de adversários diretos, como o Botafogo. Além disso, pode ser beneficiaÉ Galo doido! do com títulos de Flamengo e Grêmio, na Sul-Americana e Libertadores, respectivamente, o que levaria até o nono colocado à competição continental. Bem, importam tanto as conjecturas quanto a evolução do time, principalmente de Otero. Ele fez dois gols, jogou muito e vem justificando a contratação. As mudanças são necessárias para 2018. Houve mais decepções que acertos. Os jogadores que retornarão de outros clubes pouco vão acrescentar.
Estamos chegando ao final da Anúncio temporada. Com o campeão brasileiro de 2017 já definido há algum tempo, os clubes que estão apenas cumprindo tabela para uma melhoria em sua posição já iniciaram seus planejamentos para o próximo ano. É sabiLaGerais Bestia do nas Minas queNegra a dívida deixada pela gestão Gilvan não possibilitará que o Cruzeiro contrate jogadores do quilate que a Libertadores merece. Pelo contrário, as conversas de bastidores que saem pela imprensa dão conta de um possível desmanche. Em contraposição, a renovação de Mano Menezes pressupõe a montagem de um elenco digno da próxima temporada. O que a China Azul deseja é que as dívidas não atrapalhem o desempenho da equipe.