Mídia NINJA
Minas Gerais
Belo Horizonte, novembro de 2 a 8 de março de 2018 • edição 223 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita
Sem medo de ser mulher
8 de março vem da Revolução Russa
2
Mulheres e presidentas
6
Quinta tem luta na rua
7
Aprendendo a chamar a violência pelo nome
9
A ciência é machista? O cinema que elas fazem
13 14
Menos miss, mais dona da bola
15
2
OPINIÃO
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
Editorial | Brasil
8 de março: Dia Internacional de Luta das Mulheres
ESPAÇO dos Leitores “O Brasil só não atingiu a parte mais baixa da crise porque o crescimento nacional e fortalecimento do Estado na última década frenou a descida e ainda não voltamos a subir. Os golpistas só mudaram as manchetes. Eles não querem investir de fato no crescimento de pequenas e médias empresas, apenas administrar o rentismo para favorecer as grandes” Giuseppe Rindoni comenta o artigo de Juliane Furno “Você sabe o que derrubou a inflação?” “O que há é um ataque continuo dos EUA para desestabilizar o país e meter as mãos no petróleo. Igual fizeram no Brasil, a diferença é que aqui, bastaram umas camisas da CBF e um prato amarelo da Fiesp. Mas na Venezuela, com uma população politizada, eles precisaram usar uma tática mais dura” Milton Pereira escreve sobre a matéria “Não há crise humanitária na Venezuela, diz especialista da ONU” “Qualquer um que tenha uma visão mais além do seu umbigo sabe que isso de intervir na segurança pública do estado do Rio de Janeiro é para ganhar eleitores na candidatura à Presidência da República. Esperemos para ver Michel Temer e sua equipe econômica dar pronunciamentos nas rádios e nas TVs falando que a recessão acabou e que agora sim, o país foi posto nos trilhos” Webert de Souza comenta a capa da edição 222, que teve a manchete “Intervenção militar atinge mais pobres e não resolve violência”
Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br
A ideia de criar um dia internacional de luta das mulheres surgiu mais de 100 anos atrás, em um momento em que as trabalhadoras de vários países realizavam importantes manifestações e lutas pelos seus direitos, como a igualdade de salário, melhores condições de trabalho e pelo direito ao voto feminino. Em 8 de março de 1917, as trabalhadoras russas realizaram uma imensa
Corte nos investimentos violenta as mulheres manifestação denunciando a fome e a miséria, reivindicando o fim do governo do imperador e defendendo que seu país não entrasse na Primeira Guerra Mundial. A luta destas mulheres foi tão importante que poucos meses depois, o povo russo conseguiu derrubar o governo, tomar o poder do Estado e construir uma sociedade em que todas as pessoas, inclusive as mulheres, tinham garantidos seus direitos básicos, como alimentação, trabalho e educação. Até os dias atuais as mulheres de todo o mundo continuam se organizando e lutando pelos seus direitos. No Brasil, desde o golpe, o governo ilegítimo de Michel Temer está mostrando todas as suas garras com retrocessos e recortes nos direitos do povo, principalmente das mulheres. O corte de investimentos em políticas públicas por 20 anos foi uma medida de grande violência contra as mulheres, pois o congelamento de recursos para saúde, educação e assis-
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
tência social atinge profundamente a vida das mulheres, principais beneficiadas com estas políticas. Com desemprego, são as mulheres as mais prejudicadas Com o crescente aumento do desemprego, são as mulheres as mais prejudicadas, sendo as primeiras a serem demitidas e colocadas em trabalhos precarizados, informais, insalubres e com menores salários e direitos trabalhistas.
Mulheres russas fizeram revolução e inspiram lutas atuais Também a proposta de reforma da Previdência pretende afetar mais a vida das mulheres. Esta reforma, também conhecida como “pé na cova” pretende alterar as regras para acessar o direito à aposentadoria, aumentando a idade mínima e o tempo de contribuição. Ou seja, se essa reforma for aprovada, o povo brasileiro terá que comprovar 49 anos de trabalho com carteira assinada! Vivemos atualmente em um contexto violento para a vida das mulheres, que inclusive reduz as políticas que poderiam enfrentar estas violências. No dia 8 de março, milhares de mulheres de Minas Gerais vão se encontrar em Belo Horizonte para organizar diversas manifestações, inspiradas no exemplo das mulheres russas, reivindicando seus direitos à democracia, soberania, autonomia e contra a reforma da Previdência.
REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatomg correio: redacaomg@brasildefato.com.br para anunciar: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983
conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Marcelo Oliveira Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Alan Tygel, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Felipe Marcelino, Fernanda Costa, João Paulo Cunha, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Marcelo Pereira, Nadia Daian, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.
?
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
Divulgação
“Os mesmos políticos do PMDB que defendem a intervenção cortaram o orçamento da segurança e atrasaram o salário dos policiais”
O que acha dos sábados letivos nas escolas?
É muita injustiça com as crianças. Elas vão ter que pagar uma coisa que elas nem opinaram para ter. Minha filha fala assim: “ah, mãe, se eu estou indo no sábado, na segunda eu não vou”. Ainda faltam seis sábados para pagar e ela está cansada.
3
Declaração da Semana
PERGUNTA DA SEMANA
O ano escolar traz vários “sábados letivos” em 2018. As escolas estaduais e municipais de BH retornaram mais tarde das férias e terão que ter aula nos sábados. A decisão é do governo estadual e da prefeitura. Professores dizem que isso foi para diminuir seus salários de fevereiro. E você,
GERAL
Disse a atriz Camila Márdila, sobre a situação do Rio de Janeiro
Feminismo no rádio
Agatha Azevedo
Na minha opinião, não paga aula nada não. Ano passado meu neto estava no terceiro ano. Teve greve e se pagou três sábados foi muito. Nenhum aluno vai. Essa reposição de aula não vale a pena. Maria do Carmo
Jeysse Thayanne
Para marcar a luta das mulheres, o Vozes da Terra conta com uma programação especial para o mês de março. Serão cinco artistas que estarão presentes no programa, debatendo temas que fazem parte da vida das mulheres do campo e da cidade. Entre as convidadas, estão Titane, Aline Calixto, Nádia Campos, Osana e Andréia Roseno. Idealizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o programa é veiculado pela Rádio Inconfidência todas as sextas, às 6h. Sintonize!
A voz que revolucionou o samba
Reprodução
Com uma voz rouca e grave, Clementina de Jesus imprimiu em suas canções a luta contra a discriminação racial e o machismo, se tornando uma das maiores referências da música popular brasileira. Neta de escravizados, nasceu em 1901 em Valença, no Rio de Janeiro, mas foi só aos 63 anos que ela ganhou os palcos e revolucionou o samba. Seu estilo era o partido-alto, cantado em forma de desafio e de improviso. Partideira de mão cheia, Clementina de Jesus gravou 13 LPs. Foi empregada doméstica antes da vida artística e criou as filhas sozinha. Negra, idosa e pobre, Clementina é exemplo de força e luta para as todas as mulheres brasileiras.
4
CIDADES
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
Vereadores tentam abrir CPI dos transportes, movimentos criticam auditoria da prefeitura BELO HORIZONTE Em 2008, um contrato concedeu o direito de operar o serviço na capital a 40 empresas Breno Pataro
Wallace Oliveira
V
ereadores de Belo Horizonte tentam abrir Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o sistema de transportes coletivos da cidade. Ao mesmo tempo, prefeitura realiza auditoria das contas das empresas de ônibus. Para movimentos e parlamentares, método adotado por edital da prefeitura é inadequado e CPI é necessária. CPI e auditoria Em 2016, o então candidato a prefeito, Alexandre Kalil (PHS), prometeu “abrir a caixa preta da BHTrans”, empresa de economia mista que regula o transporte de BH e tem como maior acionista o próprio município, com 98% de seu capital. No início de 2017, já no cargo, Kalil disse que o preço da passagem não aumentaria até que uma auditoria das empresas de ônibus
acontecesse. A Secretaria Municipal da Fazenda abriu edital e, no dia 19, a empresa Maciel Consultores, única candidata, teve a habilitação aprovada. No mesmo dia, vereadores defenderam a abertura de uma CPI. Dias depois, um requerimento foi assinado por 12 dos 41 parlamentares (são necessárias 14 assinaturas). A vereadora Cida Falabella (PSOL) avalia que a CPI é necessária para garantir transparên-
cia, fiscalizar as empresas e a própria auditoria. “Da forma como as coisas estão acontecendo, a transparência realmente fica prejudicada”, diz.
CPI poderia fiscalizar empresas e a própria auditoria
O movimento Tarifa Zero alerta que a auditoria de Kalil não garante a transparência necessária. “No edital, está escrito que pode haver participação popular, porém, não especifica quem poderá participar e diz que a comissão vai ter acesso a apenas metade dos dados”, afirma Juliana Afonso, integrante do movimento. Dez anos de reajuste Desde 2008, houve dez reajustes na tarifa, que
passou de R$ 1,90 para os atuais R$ 4,05. Na última edição, o Brasil de Fato mostrou que, apesar dos aumentos, empresas têm demitido cobradores e obrigado motoristas a acumular funções, gerando insegurança nas viagens. As pressões para investigar empresas de ônibus aumentaram após acidente no dia 13 de fevereiro, que deixou 5 mortos e 18 feridos graves, envolvendo veículo do Consórcio Dez, no Barreiro. O Tarifa Zero critica o fato de que a auditoria proposta pelo governo Kalil não investigue todo o período dos contratos atuais. “A auditoria diz que as contas devem ser conferidas no período de 2013 a 2018. O sistema de transporte, como é hoje, começou a ser rodado em 2008. Tem que fazer um balanço desde quando a licitação começou a valer”, defende Juliana.
Subcomissão da Verdade do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba lança segundo relatório MEMÓRIA Texto pode ser baixado de forma gratuita no site da Editora da Universidade Federal de Uberlândia Memórias da Ditadura
Luiz Fellippe Fagaráz
A
Subcomissão da Verdade Ismene Mendes, responsável por levantar os crimes cometidos durante a ditadura militar brasileira nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, lançou seu segundo relatório em formato digital (Ebook). Diferente do primeiro relatório, no qual os trabalhos se voltaram para as
vítimas do regime, o segundo possui o foco em seus algozes, responsáveis pela sustentação da ditadura na região. Neiva Flávia de Oliveira, professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) destaca que as recomendações da subcomissão já foram entregues ao Ministério Público Federal. “ O Ministério já está dan-
do sequência a essas ações, o que é crucial no momento em que o Brasil vive, pois temos que resistir e buscar apoio de instituições que cooperem conosco para resistir”, afirma. O primeiro e o segundo relatório da Subcomissão da Verdade Ismene Mendes estão disponíveis para download no site da Editora da Universidade Federal de Uberlândia.
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
MINAS
5
Opinião
Segurança pública é um direito democrático João Paulo Cunha Mesmo considerada sempre uma das principais demandas da população, a segurança nunca despertou o mesmo empenho em sua compreensão e proposta racional e democrática de criação e implementação de políticas públicas. Só para lembrar outro tema de grande repercussão popular, a saúde, é nítida a intensa mobilização intelectual e política do setor, o que deu origem ao movimento sanitarista e à criação do Sistema Único de Saúde, o SUS, consagrado na Constituição Federal, coroando um intenso e rico debate público. Não há nada semelhante na área da segurança. Temos orgulho em falar de saúde pública, mas parece ser constrangedor falar igualmente de segurança pública. Entendemos sem esforço a ideia de uma atenção à saúde democrática. Mas para muitos pode parecer uma contradição falar em polícia democrática. Não devia ser assim.
Para grande parte das pessoas ligadas ao pensamento progressista, a violência é apenas um derivativo do capitalismo e da injustiça social. Investir em questões estruturais, como educação, distribuição de renda e emprego, garanti-
Não deveria ser uma contradição falar em polícia democrática ria, a médio e longo prazo, a superação definitiva do problema. Não é bem verdade. Nem toda a verdade. Em primeiro lugar, ninguém quer barganhar o medo de hoje pela tranquilidade de amanhã. A vida é agora. Em seguida, porque a violência urbana é uma questão presente em todas as realidades, ainda que com gradações e características culturais distintas. Não é um fenômeno, é uma estrutura.
Há uma inteligência já disponível que permite começar a mudar o jogo fora do circuito de reforço da violência de parte a parte. Inclusive para defender a vida dos trabalhadores da segurança. A estratégia militarizada, já se sabe, está destinada ao fracasso. Não se trata de buscar comprovação dessa tese no México e na Colômbia, como tem sido feito. A recente derrota na região da Maré, no Rio de Janeiro, mostrou que se trata de estratégia cara (mais de R$ 1 milhão por dia, durante um ano), autoritária e ineficaz. A boa notícia é que existe saber acumulado no setor, pessoal preparado e sentimento popular de urgência. O repertório se ampliou e oferece novas perspectivas aos responsáveis pela criação e condução de políticas. É hora de assumir de vez a questão da segurança pública como um direito inalienável. O tempo perdido deve ser motivação para andar mais rápido.
Anúncio
Não é pelo direito dos outros. É pelo direito de TODOS. O seu também. A Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) foi criada pelo Governo do Estado para garantir e ampliar os direitos de toda a população de Minas Gerais. Uma importante iniciativa para a construção da justiça social, do respeito à diversidade e de uma cultura de paz. Afinal, fazer do mundo um lugar de todos é a melhor forma de fazer dele o lugar de cada um.
direitoshumanos.mg.gov.br
SEDPAC
Feita pra você. E para cada um de nós. direitoshumanos.mg.gov.br (31) 3270-3616
Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania
6
MINAS
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
Mulher e presidenta POLÍTICA Conheça histórias de trabalhadoras que comandam seus sindicatos e centrais Raíssa Lopes
O
Uma batalha invisível: as mulheres e o sindicalismo
dia 8 de março é de exaltação da luta das mulheres em todos os cantos do mundo. Mas não é só nessa data que elas batalham por uma sociedade mais justa. Em homenagem, contamos algumas das muitas histórias de mulheres que estipularam que o combate pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores deve ser cotidiano.
Alessandra Mello
“Quem quer ser revolucionário não pode ser pessimista”, indica a presidenta do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais. Alessandra é repórter há mais de 20 anos e, em 2017, assumiu a tarefa de comandar a entidade e enfrentar uma das piores crises financeiras que o sindicato já viu. “No país, vivemos uma tentativa de desmonte que inclui a fragilização dos sindicatos para que possam fazer o que quiserem sem que exista alguém para defender o trabalhador”, destaca.
Beatriz Cerqueira É professora, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE-MG) e primeira mulher eleita para a presidência da Central Única de Trabalhadores (CUT) do estado. Bia, como é conhecida, concluiu o
magistério no Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) e é também formada em Direito. Para ela, ser a primeira presidenta da CUT-MG fortalece a luta por igualdade. “Num universo machista, como é o movimento sindical, é importante que uma mulher assuma e reforce o debate sobre gênero. É um desafio lutar por mais mulheres nos espaços de poder”, declara.
Eliana Brasil
“Nada foi traçado, parece que o DNA sindical estava na minha veia”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região. Desde os anos 1990, ela decidiu pelo caminho da luta dos trabalhadores e, em 2012, conquistou a presidência em uma época de greve, fortes negociações salariais e eleições. Depois disso, foi eleita com 80% dos votos da categoria. “Há as agruras, nem tudo são flores”, relata Eliana, ao pensar nas situações de machismo que já viveu.
Valéria Morato
É servidora pública, foi professora do estado, da cidade de Divinópolis e hoje é a primeira mulher presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Valéria também é presidenta do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG). Escolheu o mundo do sindicalismo por acreditar em sonhos e ter a certeza de que os trabalhadores precisam se organizar para conquistar o que quer que seja. Valéria lembra que ser mulher é encarar uma tripla jornada, além de estar sujeita a todos os tipos de rótulos. “Em mesas de negociação dá para sentir o desrespeito. É quando a gente é obrigada a se impor de forma mais incisiva”, diz.
Valquíria Assis
Em uma categoria em que há predominância masculina, Valquíria Assis mostra que as mulheres também estão lá e fazem a luta. Ela é presidenta do Sindicato dos Economistas de Minas Ge-
rais (Sindecon-MG) e mantém uma postura combativa neste momento do país, no qual o discurso neoliberal ganha força e é abraçado pela mídia. “A política econômica apresentada pelo atual governo não apresenta uma proposta para criação de novos postos de trabalho e o IBGE já revela um expressivo aumento do número de pobres e miseráveis”, pontua.
Vera Pape
O Sindicato dos Músicos Profissionais de Minas Gerais (Sindmúsicos-MG) existe há 70 anos, mas Vera é a primeira mulher a conquistar o cargo de presidenta. Ela é musicista, defende a arte e a cultura como questões políticas de primeira importância e vive o desafio de resgatar a mobilização da categoria. Vera relata que ser mulher em uma posição de poder no sindicalismo é uma briga cotidiana. “É preciso garantir condições para que elas estejam dentro do sindicato, em lugares de mando e de comando”, defende.
Estudos históricos registram que as mulheres estão presentes no movimento de trabalhadores desde o século 19. Nesse momento, embora fossem grande parte da classe, a participação delas não era bem vista: eram classificadas como “mau amadas” ou prostitutas. Mesmo assim, foram ativas na construção do movimento operário e sindical brasileiro, participando fortemente da greve geral de 1917, que começou com tecelãs que denunciavam abusos sexuais, morais, psicológicos e péssimas condições de trabalho. Elas também lutaram pela incorporação dos seus direitos na CLT, em 1937 e encabeçaram diversas mobilizações e greves. Há décadas, as mulheres lutam por iguais oportunidades no mercado de trabalho e por remuneração igual à dos homens. Esses dois temas já são convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) desde a década de 1950, mas ainda não foram colocados em prática. Com base no ritmo atual, a OIT prevê que a equiparação salarial pode acontecer apenas em 2086.
MINAS
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
7
Dia das Mulheres terá acampamento de dois dias na ALMG PRE-PA-RA! Nos dias 7 e 8 de março mulheres da Frente Brasil Popular montam suas barracas na praça da Assembleia Legislativa. Elas debatem e defendem a democracia, a soberania e a autonomia Mídia Ninja
Rafaella Dotta
A
s mulheres mineiras já estão preparadas para o Dia Internacional de Luta das Mulheres, em 8 de março. A data tem se tornado cada vez mais forte no Brasil e tem trazido não só os temas próprios das mulheres, como o assédio e o aborto, mas também assuntos que atingem a população como um todo. Em Minas, mulheres da Frente Brasil Popular se preparam há dois meses para o dia. Foram diversas reuniões e muito trabalho. São as mulheres que decidem e coordenam todos os setores do encontro: a alimentação, a segurança, os cuidados com saúde, os debates políticos, a divulgação, os ônibus que vêm das cidades do interior. A perspectiva é receber de 1.500 a 2 mil mulheres em 7 e 8 de março (quarta e quinta) em Belo Horizonte, na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais. “Isso é para preparar as mulheres para a luta pela democracia, soberania do país e autonomia”, expli-
Ato será no dia 8, às 18h, na Praça Sete
ca Sonia Mara Maranho, do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) e uma das organizadoras do encontro. “Se nós não tivermos uma retomada da democracia no Brasil, estarão em jogo todos os direitos conquistados para as mulheres”, diz. Sonia dá o exemplo da reforma da Previdência que, se aprovada, deverá tra-
zer mais danos às vidas das mulheres do que aos homens.
pper Stefanny Elias e outras artistas. Toda a programação é gratuita.
Debates e muito axé O acampamento “Mulheres na Luta: por democracia, soberania e autonomia” começa no dia 7, às 8h. No primeiro momento, as participantes são recebidas por matriarcas da cultura afro-brasileira do Grupo Axé. Após, acontece uma mesa de debate com Bernadete Esperança, da Marcha Mundial de Mulheres, e com Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores -MG. A tarde do dia 7 será para confeccionar faixas, bordados, estandartes e se prepararem para a marcha do dia seguinte. No cair da noite, um café com a Mesa de Tereza, e uma noite cultural com a sambista Aline Calixto, a cantora Bruna Gavito, o grupo Xicas da Silva, a ra-
Crianças bem-vindas A organização se preocupa com as mulheres que já são mães. Para garantir a participação delas, irão montar a “Ciranda”, uma creche provisória com voluntários, de preferência homens, coordenados por mulheres, que usam de brincadeiras para ensinar o que é o 8 de março. Esperase receber 300 crianças. Luta na rua No Dia Internacional de Luta das Mulheres, 8 de março, o encontro é na Praça Sete, em BH. Mulheres saem em marcha de vários pontos da cidade e se encontram às 18h, em ato convocado pelas mulheres da Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e outras organizações.
Rumo ao Congresso do Povo
ALTERNATIVAS Frente Brasil Popular realiza curso de formação para difundir a proposta no estado Isabelle Medeiros
Helder F. Paula
A
Frente Brasil Popular realizou um encontro estadual para formação de ativistas de movimentos populares e sindicais, que organizarão o Congresso do Povo em Minas Gerais. A atividade ocorreu nos dias 24 e 25 de fevereiro, na Escola Sindical 7 de Outubro, em Belo Horizonte, e deu início a um processo que irá reunir centenas de milhares de pessoas
para discutir problemas locais, regionais e nacionais, agravados a partir do golpe que conduziu Michel Temer à presidência.
Cerca de 450 ativistas, das oito grandes regiões do estado, foram divididos em 27 mesorregiões para as quais foram eleitas coor-
denações locais. A proposta é que essas coordenações façam o planejamento de novos encontros nas regiões, a partir de abril, para envolver mais pessoas no processo. Organização “Todo local que permita o debate de problemas do dia a dia e a discussão de formas de superar esses problemas pode dar origem a um comitê da Frente Brasil Popular durante o Congresso do Povo, como
locais de trabalho, de estudo, de moradia, de profissão de fé, etc.”, explica Eliane Martins, do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD). Ela foi uma das responsáveis por apresentar o projeto do Congresso do Povo. A orientação dada por Eliane e pela direção da Frente Brasil Popular é a de que os comitês sejam espaços para as pessoas se manifestarem livremente.
OPINIÃO
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 Divulgação / Hospital Sofia Feldman
Edson Borges de Souza
Por que não devemos aceitar a a intervenção da PBH no Sofia? A intervenção proposta pela prefeitura para o Hospital Sofia Feldman apresenta dois argumentos fundamentais. O primeiro é o gerencial. É o argumento oficial. A crise seria resultado da “irresponsabilidade” financeira e administrativa. O Sofia aceitaria pacientes demais; manteria abertos leitos não credenciados, uma creche sem dotação financeira; forneceria bolsa complementar para residentes, etc. É um discurso falso, mas pode convencer o público menos avisado, já que, de fato, o Sofia tem um déficit mensal de R$ 1,5 milhão. Esse discurso deve ser desmascarado. Do ponto de vista exclusivamente financeiro, o Sofia é a maternidade mais eficiente de Belo Horizonte. Em 2016, o Odete Valadares apresentou um custo médio mensal de R$ 6 milhões, para uma produção média de 315 partos/mês, mais 1.043 diárias de UTI neonatal. O Hospital Sofia Feldman gastou os mesmos R$ 6 milhões/mês, para uma produção de 899 partos/mês, mais 2.558 diárias de UTI neonatal. A receita do Sofia Feldman é composta por recursos federais e estaduais. Não existem recursos do município. Deveria haver, tendo em vista a natureza tripartite do financiamento da saúde. Maternidade é O segundo argumento é do modelo. Este é o argumen- modelo de to oculto. Está relacionado com o modelo de assistência ao parto praticado pelo Sofia, com respeito à autonomia assistência da mulher e à atuação da enfermagem obstétrica (no humanizada mesmo nível hierárquico do médico). O Hospital Sofia Feldman nunca foi aceito pela sistema médico-hospitalar hegemônico de BH. O Hospital Sofia Feldman é visto, em todo o Brasil, como a prova de que é possível construir um modelo de assistência humanizada ao parto, em larga escala, dentro do SUS. O Sofia vai sobreviver. Nossas convicções na saúde como direito inalienável do cidadão, na centralidade da mulher no processo de parto e na necessidade de mudar o modelo nos dão força. Edson Borges de Souza é coordenador da Residência Médica do Hospital Sofia Feldman
O clamor e a resistência da mãe preta da Pedreira A sociedade precisa ver o que acontece na Pedreira Prado Lopes, em Belo Horizonte, a primeira e mais próxima favela do hipercentro da capital. Precisa conhecer nosso olhar, de mulheres pretas, mães da periferia, que vivemos todo dia a falta do sossego e acordamos com nossos filhos mortos na porta de nossas casas. Nesta semana perdemos um menino de 14 anos. Que ameaça um menino desarmado é para um policial que na madrugada lhe mete três balas? Não deixamos mais nossos filhos comprar balas ou doces na esquina, pois podem não voltar. Estamos nos acorrentando e as nossas famílias dentro dos barracos. Nossos filhos, por causa do tráfico, estão sendo mortos pela polícia corrupta, usuária de droga, despreparada e covarde. Perdemos de seis a dez jovens por mês na Pedreira. Culpabilizamos os jovens do tráfico que têm a faixa etária de 6 a 14 anos, mas as balas que têm tirado a vida dos menores vêm da polícia. As armas que estão dentro da favela são colocadas lá dentro pela polícia. As pedras que construíram Belo Horizonte vieram da Pedreira. A primeira caixa d’água da cidade foi construída lá também. Assim como a primeira escola de samba. Mas hoje está abandonada pelo poder público, à mercê da polícia covarde. Nossas favelas estão desassistidas. Só lembradas nas eleições. Quem carrega toda essa realidade nas costas são as mulheres da Pedreira. Mas quem Nossos filhos ampara essas mães que não são mortos dormem? pela polícia Resistam, mulheres! Queremos melhores salários, empregos, nossos direitos de ir e vir, queremos criar nossos filhos e vê-los crescer. Assinado: Eu, mulher preta da Pedreira (Por motivo de segurança a autora optou por não divulgar seu nome)
acompanhando
8 6
Na edição 215... Reorganização de escolas gera revolta de pais e mães em Contagem ... E agora... Professores denunciam “caos” com mudanças nas escolas municipais de Contagem O ano letivo começou com uma série de críticas ao prefeito Alex de Freitas (PSDB). Em 19 de fevereiro, os 55 mil estudantes contagenses e funcionários retornaram das férias e encontraram mudanças provocadas pela Reorganização Escolar. Professores relatam número de profissionais insuficientes, escolas em obra, exclusão da disciplina de ensino religioso e rescisão dos contratos de muitos professores. “Um verdadeiro caos”, afirma o SindUTE Contagem. A prefeitura admite que quatro escolas não voltaram a funcionar devido a obras e que os kits serão entregues a todas as escolas em meados de março.
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
BRASIL
9
“Venda da Eletrobras passa longe do interesse nacional”, diz ex-presidente da empresa LUZ MAIS CARA Luiz Pinguelli denuncia que governo Temer quer servir a interesses de grandes grupos financeiros com a proposta Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil
Leonardo Fernandes
A
privatização da Eletrobras, empresa responsável por mais de 30% da geração de eletricidade e por 50% das linhas de transmissão de energia do país, é uma insistência de Temer. Em dezembro de 2017, o governo já havia editado uma Medida Provisória, a MP 814 de 2017, que acabou sendo suspensa pela Justiça Federal de Pernambuco em janeiro deste ano.
Valendo R$ 400 bilhões, governo quer vender Eletrobrás por R$ 12 bilhões
Na liminar, a Justiça argumentou que a MP atinge diretamente o patrimônio público nacional e que o governo não conseguiu justificar a urgência da medida. A privatização da Eletrobras inclui a venda de empresas como Furnas, Companhia Hidrelétrica do São Francisco, Eletronorte e Eletrosul.
Para Luiz Pinguelli Rosa, ex -presidente da Eletrobrás e professor de planejamento energético da Coppe, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, “a palavra privatização é mágica para o governo. Alguns órgãos de imprensa e os grandes grupos financeiros que têm grande influência no governo querem a privatiza-
ção, querem ganhar mais dinheiro. E o governo faz o papel de servir a eles. Não há nenhum interesse maior nacional ou da população que será favorecido por isso”, afirma. A economista Leda Paulani utiliza um exemplo doméstico para comentar a insistência do governo na privatização da empresa: “isso é equivalente a uma família que está mal de renda, porque perdeu o emprego ou qualquer outra coisa… ela tem uma casinha que vale R$ 300 mil, mas ela vende por R$ 40 mil, porque ela precisa de dinheiro. Sendo que aquela casinha de R$ 300 mil ela poderia alugar e ter uma renda todo mês. É um pouco isso: Está se rifando ativos do estado”, denuncia Paulani. A Eletrobras possui hoje ativos, ou seja bens e direitos,
no valor de quase R$ 400 bilhões, mas a expectativa de arrecadação do governo com a venda da estatal é de apenas R$ 12 bilhões. Um dos efeitos imediatos da privatização poderia ser o aumento da tarifa de energia elétrica. Segundo Fabíola Latino Antezana, secretária de Energia do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal, já começou a ser praticado, com o objetivo de atrair o interesse dos investidores. “Para que essas empresas sejam ofertadas para o mercado e fossem atrativas aos investidores, a ANEEL autorizou no ano passado um aumento na tarifa da energia, superior a qualquer estado da população brasileira. Roraima ficou com 54% do aumento, Piauí ficou com 27%, foi o menor.”
Depois da UnB, outras universidades lançam disciplina sobre o golpe de 2016 Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Redação
O
ministro Mendonça Filho disse que iria cobrar da Advocacia-Geral da União (AGU), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal (MPF) que apurassem sobre a conduta dos responsáveis pela criação de disciplina na
UnB, sobre o Golpe de 2016. A reação negativa do ministro da Educação à oferta de disciplina sobre o golpe de 2016 na Universidade de Brasília (UnB) provocou desdobramentos em outras instituições de ensino. Segundo apurou o Brasil de Fato, já estão confirmadas matérias sobre o mesmo
tema nas universidades Federais da Bahia e do Amazonas, além das Estaduais da Paraíba e de Campinas. De acordo com o chefe do Departamento de Ciência
Política da Unicamp, Wagner Romão, “não se trata de um posicionamento político-partidário, como a gente tem ouvido falar, mas de uma defesa da liberdade e
da autonomia das universidades em promover conhecimento sobre a nossa realidade”, acrescenta.
Anúncio
10 10
MUNDO
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
Maduro se candidata à reeleição na Venezuela DEMOCRACIA Oposição disse que não reconheceria a legitimidade das eleições, mas mudou de ideia e inscreveu vários candidatos Ministério da Comunicação da Venezuela
rando que concorda com a antecipação da eleição presidencial, mas pedindo o adiamento do cronograma eleitoral. A MUD também implorou que o governo estabeleça horário gratuito de televisão para opositores, coisa que não existe na Venezuela para nenhum partido. Atual-
Da redação
O
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (PSUV), lançou na terça (27) sua candidatura à reeleição para presidente do país. O pleito está previsto para maio. Dezenas de entidades já declararam apoio a Maduro, entre as quais o Partido Comunista da Venezuela (PCV) e as agremiações Patria Para Todos (PPT), Somos, Tupamarao e Unidade Popular Venezuelana (UPV). Na segunda-feira (26), Maduro convidou a oposição a inscrever seus candidatos. “Se não forem participar das eleições, o que vão fazer depois? Vão dar um golpe de Estado? Nós vamos à eleição com
a oposição ou sem a oposição. Vamos fazer com que a Constituição seja respeitada. Estamos lutando pela paz, pela prosperidade econômica”, declarou o presidente. Concorrem com Maduro o líder da Igreja Maranatha, Javier Bertucci, o ex-militar e dirigente da Frente Ampla Nacional Bolivariana (FANB), Francisco Visconti,
o opositor Henri Falcón (AP), Reinado Quijada, do partido Unidade Política Popular 89 (UPP89), e o empresário Luis Alejandro Ratti, sem partido. Acordo de última hora Em carta aberta, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal coalizão de partidos contra Maduro, propôs um acordo de última hora, decla-
MANIFESTO DE APOIO À EDUCAÇÃO DA REDE ESTADUAL DE MINAS GERAIS O último período tem sido especialmente difícil para o povo brasileiro, sobretudo, para os mais pobres e os trabalhadores e trabalhadoras em geral. Vivemos uma grave crise internacional do sistema capitalista que insere a crise brasileira em um contexto de golpe dado por forças reacionárias e antidemocráticas. O desgoverno instalado em âmbito federal, unificado em torno de um programa ultraneoliberal, tem tomado inúmeras medidas que agravam e aprofundam a crise brasileira. Nesse contexto de ofensiva conservadora, no âmbito da economia e dos valores, é um imperativo a unidade das forças progressistas e democráticas em torno de propostas que solucionem os reais problemas do povo e fortaleça a organização popular para enfrentar a retirada de direitos. Para fazer frente a essa conjuntura, compete aos governos comprometidos com as pautas democráticas e populares apostar na participação cidadã, nas organizações populares, priorizar e investir segundo os interesses das maiorias e abrir um permanente canal de diálogo com forças populares. Desde as mobilizações de junho de 2013, passando pelas eleições de 2014 e 2016, e durante toda a luta contra o golpe e o estado de exceção, se mostraram decisivos os movimentos e organizações populares. Trabalhadoras e trabalhares em educação da rede pública de Minas Gerais, em articulação com vários outros movimentos, têm tido um papel importante no enfrentamento a esta conjuntura. Manifestamos por meio desta carta, nosso apoio à categoria que luta pelo cumprimento do Acordo histórico do Piso Salarial Profissional Nacional, pelo investimento dos recursos da educação exclusivamente na área e por abertura de negociações com o Governo do Estado e fazemos destas questões nossas reivindicações para o Governador Fernando Pimentel.
Candidatos do governo não podem fazer propaganda em sites internacionais, mas oposição pode
• Central Única dos Trabalhadores CUT - Minas • Central dos Trabalhadores do Brasil CTB Minas • Intersindical • Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE • Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino - CONTEE • Confederação Nacional dos Metalúrgicos - CNM • Federação Estadual dos Metalúrgicos - FEM • Federação da Agricultura Familiar - FETRAF • Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro - Fetrafi - MG • Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Enérgica - Sindieletro - MG • Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e distribuição de água e em serviços de esgoto - Sindágua MG • Sindicato dos Petroleiros - Sindipetro - MG • Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte - Sindibel • Sindicato dos Trabalhadores na Instituições Federais de Ensino - Sindifes • Sindicato dos Professores - Sinpro - MG • Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social, Saúde, Previdência, Trabalho e Assistência Social - Sintsprev/MG • Sind-UEMG • Sindicato dos Metalúrgicos de BH, Contagem e região • Sindicato dos Professores de Juiz de Fora Sinpro/JF • Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais • Sindicato dos trabalhadores nas empresas de correios e telégrafos - Sintect-MG • Sindicato dos Sociólogos de Minas Gerais Sinds/MG • Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais Sindimetro • Sindicato dos servidores públicos municipais
de Chapada Gaúcha. • Movimento dos Trabalhadores Rurais sem terra MST • Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB • Movimento pela Soberania Popular na Mineração MAM • Marcha Mundial de Mulheres • Levante Popular da Juventude • Pastoral da Juventude • Consulta Popular • Comissão Pastoral da Terra - CPT • Movimento dos Trabalhadores Cristãos - MTC • DCE PUC Minas • Brigadas Populares • Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas - MLB • Movimento de Mulheres Olga Bernário • Casa de Referência da Mulher Tina Martins • Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas - AMES-BH • União da Juventude Rebelião - UJR • União da Juventude Socialista - UJS • União Colegial de Minas Gerais - UCMG • Movimento Luta de Classes - MLC • Rede Nacional dos Médicos e Médicas Populares • Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte • Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro brasileiro - Cenarab • Central de Movimentos Populares - CMP • Comitê Igrejas • Pastoral do Menor Regional Leste 2 • Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais • Conselho Nacional de Igrejas Cristãs Conic MG • Cáritas Diocesana de Paracatu • Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos - MTD • Deputada Estadual Marília Campos • Deputado Estadual Jean Freire
mente, propagandas de candidatos do partido do governo, o PSUV, estão proibidas em sites internacionais, como Facebook, Youtube e Twitter. Já os opositores podem anunciar livremente. Depois que Nicolás Maduro propôs adiantar as eleições parlamentares, cogitou-se realizá-las junto com as presidenciais. Porém, a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, informou que vai avaliar outra data, ainda neste ano. A MUD não se manifestou sobre o assunto. O porta-voz da coalizão, Angel Oropeza, disse que se pronunciará somente após a convocação oficial do CNE.
Anúncio
• Deputado Estadual Rogério Correia • Deputado Federal Padre João • Deputada Federal Margarida Salomão • Deputada Federal Jô Morais • Vereadora Áurea Carolina, Belo Horizonte • Vereadora Cida Falabela, Belo Horizonte • Vereador Gilson Reis, Belo Horizonte • Vereadora Andresa Rodrigues, Mário Campos • Vereadora Lívia Guimarães, São João del Rei • Vereador Sávio José, Viçosa • Vereador Betão, Juiz de Fora • Vereadora Maria Cecília Figueiredo Opípari, Poços de Caldas • Vereador Tiago da Silveira, Guaranésia • Vereador Josué Naves de Paula, Bom Sucesso • Vereador Sebastião Melia Marques Tiãozinho do Sindicato, Campo do Meio • Vereador Tiago Horse, Campo do Meio • Vereador Portinele Fernandes, Campo do Meio • Vereador Diego Ramiro da Silva, Unaí • Vereadora Camila Silva de Almeida, Buritis • Vereadora Suzane Duarte Almada, Santa Luzia • Vereador Ariel de Souza Moreira, São Tomé das Letras • Ederson Alves da Cunha, vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde • Bruno Abreu Gomes - Pedralva, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte • Paulo Cayres, coordenador nacional do setorial sindical do PT • Geraldo Miguel, coordenador do setorial de educação do PT MG • Vilmar Alves Mota, Presidente do PT Unaí • Coletivo Fora do Eixo • Flavio Renegado, cantor • Pereira da Viola - violeiro, compositor e cantador • Aline Calixto - cantora e compositora
Esse manifesto foi entregue ao Governador, Fernando Pimentel, hoje pela manhã (21/02/18) durante as atividades no Acampamento, Maria da Conceição, do MST, em Itatiaiuçu. O manifesto também foi entregue ao ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
ENTREVISTA
11
“Várias vezes eu apanhei e pedi desculpas a ele por ter batido em mim” PERFIL Lucimar Gonçalves, diretora da Fetraf, conta como aprendeu a nomear e enfrentar a situação de violência Joana Tavares / Brasil de Fato MG
sando até agora é violência’”, expõe. Depois da marcha, com muito material na bolsa, Lucimar tentou explicar para o marido o que acontecia. Mas não teve jeito, ele não mudava, e ela decidiu se separar.
Joana Tavares de Belo Horizonte (MG)
M
esmo na correria, Lucimar sempre encontra tempo para compartilhar sua história, porque acredita que outras mulheres podem se identificar e, assim como ela, perceber que podemos tudo. A solidariedade feminina, a parceria do sindicato e movimentos, a força das filhas foram fundamentais para ela aprender a nomear o que viveu por mais de 15 anos. Ela sabia que não era normal, mas demorou para aprender a chamar aquilo de violência. “Fui descobrir que tudo aquilo que eu passava – de não querer fazer sexo e ter que fazer, de tomar um empurrão do nada, um tapa na cara, de ser humilhada na frente dos outros – tinha um nome. E as minhas meninas passavam isso junto. Era um homem dominando três mulheres”, frisa.
O casamento, o trabalho na terra
Aos 18 anos, ela se casou com o primeiro namorado. Poucos meses depois, sofreu um aborto espontâneo e, sangrando muito, foi pela primeira vez na vida a um hospital. “E lá começaram a me torturar, como se eu fosse culpada pelo aborto”, lembra. Um médico disse que o motivo da perda do feto foi anemia, fraqueza no corpo, resultado de muitas privações e fome. Voltou para casa, que ficava a 24 quilômetros da cidade, e enfrentou uma depressão. Depois de enxergar o que ela chama de fundo de poço, foi arrumando forças para sair. Mãe de
Uma casa muito engraçada
Assim ela define o cômodo para o qual se mudou com as filhas. “Era um paiol do meu irmão, não tinha janela, não tinha banheiro, energia, nada. Pas-
Naquela época era assim: tive que trocar o lápis pela enxada duas meninas e trabalhadora meeira, começou a se envolver na comunidade e entrou para a associação de moradores. Ajudou a construir a igreja, passou de casa em casa e foi percebendo que ali era, na verdade, um remanescente de quilombo. “Pelo histórico, pelo formato das casas, pelas relações de parentesco, pela localização, vi que era mesmo um quilombo e entrei na luta para que fosse reconhecido como tal”, diz. O sindicato e a marcha
Apesar de ter estudado formalmente até a quarta série – “naquela época era assim: aguentou o peso da enxada, a comida é prioridade. Tive que trocar o lápis pela enxada” – ela sempre era escolhida para relatora nos trabalhos de grupo da igreja e se
destacava nos debates. Um dia, alguém do sindicato dos trabalhadores rurais estava presente e viu um potencial crítico nela. Convidada para entrar na diretoria seguinte, Lucimar ficou animada e
Ninguém deve pressionar ou julgar uma mulher por não denunciar trabalhou na panha do café até juntar o dinheiro para ficar em dia com as mensalidades. Dali em diante foram vários movimentos, muita formação política e viagens. Uma delas, em 2010, marcou sua vida para sempre. “Aprendi a dar um nome pra tudo que eu vivia quando fizemos uma marcha de mulheres de Campinas até São Paulo, durante dez dias. Todos os debates falavam das instâncias da violência, e eu fui entendendo. Pensei: ‘peraí: então eu fui violentada até agora. O que eu estou pas-
Já fizeram uma lavagem tão grande na sua cabeça que você tem vergonha sava enxurrada no meio. Mas eu falava para minhas filhas: ‘nós ainda estamos no lucro. Saímos de uma vida de violência e agora ninguém pode fazer nada com nós’”. As duas meninas – que hoje são, nas palavras de Lucimar “hiper, mega feministas” – deram toda a força para a mãe, e reconstruíram a vida nesse novo lar. Ao respirar sem medo e viver em paz, Lucimar às vezes se pergunta por que demorou tanto. Mas pontua: “a violência começa na cabeça. Você já escutou tanta coisa, já fizeram uma lavagem tão grande na sua cabeça que você tem vergonha de apanhar e chega um momento em que acha que é culpada por aquilo.
Várias vezes eu apanhei e pedi desculpas a ele por ter batido em mim”. Agora ela enxerga a violência como uma construção. “Ela não é uma explosão que acontece. Ela é construída, todo santo dia. E a pessoa vai tomando sua força. A violência começa com uma base muito sólida, que é o ‘eu te amo’, ‘você é o amor da minha vida’”. Por isso, Lucimar indica que ninguém pressione ou julgue uma mulher que não consegue denunciar. Pelo contrário, a solidariedade e apoio são fundamentais. “Quem tem um papel muito importante na questão da violência contra as mulheres é quem assiste. Porque essa pessoa pode denunciar”, ensina. Hoje participante ativa da Fetraf, da CUT, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e outros, ela ainda tem medo de dormir no escuro e tem muitos pesadelos. Mas mesmo assim enfrenta a dor de recontar a história e se sustenta na certeza que partilhando a vida e participando de espaços coletivos todas as mulheres podem se libertar dos casulos construídos na violência e descobrir que têm forças para serem o que quiserem.
Violência é construída numa base sólida, começa com um ‘eu te amo’. A pessoa vai tomando toda sua força
12 12 VARIEDADES
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
CiÊNCIA, COISA BOA! Por que só 3% dos Prêmios Nobel foram para mulheres? Reprodução
Amiga da Saúde Diabetes causa impotência sexual? Virgínia da Silva, 49 anos, autônoma
Marie Curie foi a primeira cientista a ganhar o Prêmio Nobel
É predominante em nossa machista sociedade a ideia de que mulheres e homens devem desempenhar papéis diferentes. Assim, aqueles de maior prestígio, que teoricamente necessitam de grandes habilidades físicas e intelectuais, costumam ser destinados aos homens. E com a ciência não é diferente. Desde sua origem ela é uma atividade bastante masculina. Pense em cinco grandes cientistas. Provavelmente você se lembrou só de homens. Mas, ao contrário do que o senso comum afirma, isso não se deve à menor inteligência das mulheres, e sim ao machismo. Por sinal, a ciência já cansou de provar que mulheres e homens possuem igual capacidade intelectual. As mulheres foram historicamente excluídas e invisibilizadas do meio científico. No início, eram proibidas até de acessar as universidades. Após conquistar esse espaço, foram postas em funções de apoio, como auxiliares de homens. São inúmeros os casos de descobertas feitas por mulheres em que homens levaram os créditos. Nas últimas décadas esse cenário tem Ciência já cansou se alterado. Elas têm conquistado cada de provar que vez mais espaço e relevância na ciência. mulheres e Porém, ainda estamos longe da ideal homens possuem igualdade. Segundo a UNESCO, em igual capacidade 2017, 28% dos pesquisadores no munintelectual do eram mulheres. E, até hoje, somente 3% dos Prêmios Nobel em ciência foram destinados a elas. No Brasil, esse cenário é um pouco melhor. Somos um dos países com melhor proporção de mulheres cientistas. Desde 2010, elas são maioria por aqui. Porém, ainda precisamos superar outros limites. Por exemplo, elas ainda são minoria entre as agraciadas com bolsas, nos cargos de chefia e coordenação científica e acadêmica. E ainda há diferenças entre os sexos por áreas do conhecimento. Elas são maioria nas ciências sociais e da saúde (relacionadas ao trabalho doméstico e de cuidados, vistos como femininos) e minoria nas engenharias e matemática (associadas ao trabalho produtivo, vistos como masculinos). É inquietante saber que apenas em dezembro de 2017 foi assegurado por lei o direito à licença maternidade para bolsistas de pesquisa no Brasil. Como queremos que nossas jovens se dediquem à extensa carreira acadêmica se nem direitos básicos lhes são assegurados? É preciso reforçar iniciativas nesse sentido. Ações que garantam o acesso, a permanência e o reconhecimento das mulheres na ciência. A cada ano as mulheres usam o dia 8 de março para afirmar que lugar de mulher é onde ela quiser. Inclusive na ciência. Por isso, viva o 8 de março e viva a luta das mulheres! Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
Cara Virgínia, se o diabetes estiver descompensado, pode sim provocar impotência sexual. Isso ocorre porque os altos níveis de glicose no sangue causam problemas para os vasos sanguíneos e para os nervos, principalmente nas extremidades do corpo, como é o caso da região genital. Para o homem ter ereção, são necessários estímulos nos nervos próximos ao pênis e irrigação sanguínea, que encherá os canais penianos de sangue, mantendo-o ereto. O problema causado pelo excesso de glicose no sangue prejudica esse funcionamento, podendo levar à disfunção erétil (dificuldade ou impossibilidade de ter ereção). Nas mulheres, também pode haver problemas semelhantes
nos nervos e nos vasos sanguíneos provocando ressecamento da mucosa vaginal e redução da sensibilidade. Para evitar as disfunções sexuais, os diabéticos precisam manter o controle da glicose adequadamente. Se já houver alterações, é necessário iniciar um tratamento adequado. Alguns casos podem ser resolvidos com controle da glicose e medicamentos que atuam nos genitais. É muito importante incluir as questões da sexualidade no acompanhamento do diabetes feito pela equipe de saúde. Um assunto tão importante para o bem-estar das pessoas muitas vezes é deixado de lado pelos profissionais.
Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br
Nossos direitos Roubo de celular Quem teve o seu celular furtado ou roubado deve adotar procedimentos que favorecem a recuperação do aparelho pela polícia. A primeira é o registro do Boletim de Ocorrência, para que possa ser feito o rastreamento. Como medida de prevenção a Polícia Militar de Minas Gerais criou o programa Celular Seguro. Para aumentar a proteção de seu aparelho basta entrar no site Celular Seguro (ww3.policiamilitar.mg.gov. br/48bpm/CelularSeguro/), criado
pela PM, e cadastrar o número de série juntamente com um e-mail e um telefone de contato (diferente do número do celular a ser cadastrado). Para saber qual o número de série/ IMEI do seu celular basta digitar *#06# na área destinada a ligações de seu telefone. Ou então, verifique na caixa do próprio aparelho e mantenha esse número sempre seguro. Cadastrando o seu celular, caso um dia você venha a ser vítima de um roubo, terá aumentadas as chances de recuperação do seu aparelho.
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
13 VARIEDADES 13
www.malvados.com.br
Dicas Mastigadas BOLO DE BANANA COM RAPADURA PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
Igualar o resultado do jogo (esp.) Antes da ocasião própria
2
6
7
6
8
6
9
10
5
6
8
1
5
12
6
4
11
8
11
9
3
1 Falta do que fazer (pop.) (?) Rosa: o Poeta da Vila
4
3
5
Morada divina (Bib.) Tem conhecimento
Levada; travessa Pernambuco (sigla)
11 Interjeição típica da fala mineira
11
15
12
6
3
11
7
10
Gás de letreiros Açude do Ceará
5
1
Sílaba de "astro" Divorciado; separado
13
1
8
11
12
6
8
1
Reza; oração Chapéu do carteiro
2
13
1 Produto usado pelo sapateiro
4
11
(?) Ramalho, cantora de "Banho de 1 Cheiro"
7
11
11 Bater as (?): morrer (pop.)
3
6 Encontro consonantal de "cravo"
5
3 (?) Valença, cantor brasileiro
7
6
3
1
14
5
11
3
3
11
Material de velas Pedaço de madeira
4
1
6
7
6
8
6 Alessandra Negrini, atriz
6
11
5
6
Anexo de cozinhas Recipiente 15 para plantas
V
Radical (abrev.)
14
Época; período Artigo definido (pl.)
11
5
6
2
1
13
6
12
6
12
6
8
1 8
Solução
B C P A N A D A R A D O R A P E C A
11
6
4
DA T A R O N A C O L A P R E C E E C E RA P A U E O N V L E R A B O T A S S C A S A D O
6 O fã, em relação ao ídolo
5
3
Ponto de ônibus Operação bancária
A B M I S P A E D O U A B I O N O E RO
Doce de Natal feito com pão
1
Materiais do estudante Imitação 2 do couro
O R A D E E M C R C E S O C E N T D E
Sequência de números do menor para o maior (Mat.)
© Revistas COQUETEL
O preço do produto em promoção Alinne Mo- Repetido raes, atriz (p. ext.)
Ingredientes • 3 ovos • ½ xícara de chá de óleo • ½ xícara de chá de ameixa seca sem caroço (ou uvas passas) • 2 bananas prata maduras • ½ xícara de chá de rapadura picada • 1 ½ xícara de chá de canela • 3/4 de xícara de chá de aveia em flocos finos • 1 xícara de chá de flocos de milho para cuscuz • 1 colher de sopa cheia de fermento em pó
Modo de Preparo 1. Faça o chá de canela utilizando 3 pedaços de casca de canela e 2 ½ xícaras de água. Deixe ferver por 10 minutos que a água vai secar um pouco; 2. Retire os pauzinhos e derreta a rapadura nesse chá até dissolver completamente e não deixe esfriar; 3. Bata no liquidificador por 5 minutos os ovos, o óleo, as ameixas sem caroço, as bananas e o melaço de rapadura; 4. Em outra vasilha, misture a aveia, os flocos de milho e o fermento. Despeje a mistura batida por cima dos ingredientes secos e mexa devagar. A massa fica como um creme grosso; 5. Coloque o bolo em uma forma untada com furo no meio e deixe assar por 30 a 40 minutos em fogo baixo.
Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.
14 CULTURA 14
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
Divulgação
A telona é delas Para dar visibilidade às obras cinematográficas feitas por mulheres, a 4ª Mostra de Cinema Feminista traz filmes brasileiros e estrangeiros que provocam debates sobre a vida das mulheres. Racismo, feminismo indígena, direitos reprodutivos, violência, autonomia e sexualidade são alguns dos temas abordados nos filmes que preenchem a programação de 8 a 16 de março. As sessões são gratuitas e acontecem no Sesc Palladium, na Avenida Augusto de Lima, 420, Centro de BH.
Divulgação
Elisa Mendes
Arte e música em Uberlândia
Fim de semana no teatro
No dia 11 de março acontece em Uberlândia, na Praça Clarimundo Carneiro, no Bairro Fundinho, o evento “Feirinha do Amor- A original”, com apresentações artísticas, música ao vivo, artesanatos, comidas, bebidas e brechós. A entrada é gratuita. Mais informações em goo. gl/bjm4kW.
O Grupo Galpão se apresenta neste fim de semana, em Belo Horizonte, no Grande Teatro do Palácio das Artes. Na sexta (2) e no sábado (3), às 21h, a peça em cartaz é “Os Gigantes da Montanha”, com direção de Gabriel Villela. Já no domingo (4), é a vez da obra “De Tempo Somos”, com direção de Lydia Del Picchia e Simone Ordones. Ingressos antecipados saem a R$ 13 e podem ser adquiridos nos postos da Campanha de Popularização do Teatro ou pelo site www.vaaoteatromg.com.br.
Anúncio
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
ESPORTE
15 15
Assessoria Dentil Praia Clube
Curto e Grosso
Menos desafio das musas, mais donas da bola Praia Clube perde a primeira na Superliga Mesmo jogando em casa, a equipe do Dentil Praia Clube não conseguiu manter sua invencibilidade na Superliga CIMED Feminina de Vôlei e saiu derrotada pela equipe carioca do Sesc-RJ, com parciais de 24/26, 18/25, 25/17, 25/16 e 6/15. O time permanece na liderança da competição, seguido de perto pelas cariocas. Apenas 4 pontos as separam. A equipe do Praia volta à quadra na sexta, fora de casa, contra o Hinode Barueri.
Jordania Souza No último dia 21 de fevereiro, foi ao ar o quadro “Desafio das Musas”, um tremendo [e machista] gol contra do programa “Os Donos da Bola”, da TV Goiânia, afiliada da Rede Bandeirantes em Goiás. Na ocasião, a fotógrafa Karol Barbosa, musa do Goiás, foi exposta a uma série de perguntas de conteúdo sexual e de duplo sentido, feitas pelo apresentador Beto Brasil, com risadas de mau gosto dos comentaristas Álvaro Alexandre e Alex Dias, ao fundo. O caso ganhou repercussão nacional, com críticas severas. O próprio time se posicionou contra a situação em seu Twitter oficial, declarando que “medidas seriam tomadas em relação ao episódio”. Com a polêmica, a TV Goiânia retirou o pro-
grama do ar, após uma tentativa fracassada de tentar reverter o jogo, no mal sentido. Também em um post no Twitter, o programa afirmou que a entrevista humilhante era proposital para despertar o choque das pessoas. Ou seja, fizeram todos os gols contra de uma única vez. O histórico do programa sempre foi machista na abordagem com as torcedoras. Em outra ocasião, por exemplo, a musa do Atlético Goianiense, Aline Rezende, também foi tratada de forma humilhante, com insistência para que “desse uma voltinha e desfilasse”. Mas, para além destes episódios misóginos, que não são os únicos vividos pelas mulheres no futebol, eu, como torcedora, fico incomodada com a falta de uma real participação das mulheres nessas “bancadas”.
Nunca somos “as donas da bola”! São raras as exceções de programas, “estilo bancada”, comandados por mulheres. Podemos citar o mais famoso, que é o “Jogo Aberto”, da própria Band, comandado pela jornalista Renata Fan. Torcedora do Internacional, ela é uma das poucas mulheres que têm a oportunidade de discutir futebol. Representa a mulher que vai ao estádio, chora, ri, xinga e ama seu time. Que o cartão vermelho que os “Donos da Bola” receberam sirva para refletirmos sobre isso também. Certamente, uma mulher na bancada (e na produção) desses programas não deixaria uma bola fora dessa acontecer. Menos desafio das musas. Mais donas da bola!
Anúncio
“A ESCOLA REPRESENTA O MEU FUTURO.” Escola Estadual Celso Machado
Luane Martins, aluna da Escola Estadual Ruth Brandão de Azeredo.
VOLTA ÀS AULAS 2018 Para o Governo de Minas Gerais, educação é prioridade. Com diversidade e inclusão, estamos escrevendo uma nova história. Mais de 150 mil alunos na Educação Integral e Integrada. Concurso público: 16 mil vagas para professores. Nomeação de 50 mil novos servidores. Crescimento de 150% na oferta de cursos técnicos. 480% de aumento dos investimentos em Educação Profissional. Reajuste de mais de 46% nos salários dos trabalhadores da Educação. O melhor índice de leitura do Brasil na Avaliação Nacional de Alfabetização. Um dos melhores Estados em escrita e matemática no Ensino Fundamental.
educacao.mg.gov.br
16
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018
Brasil disputa Mundial de Atletismo na Grã-Bretanha
ESPORTES
16
DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução TV Jaguar Wagner Carmo / CBAt
omeçou, na quinta (1), o Campeonato Mundial de Atletismo Indoor 2018, em BirC mingham, na Grã-Bretanha. As competições vão até domingo (4). O evento conta com a participação de 632 atletas, de 143 países, e uma equipe independente. A Sele-
ção Brasileira é representada por sete atletas. Destaque para o atual campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, o líder do ranking mundial em pista coberta no salto triplo, Almir Junior, e as velocistas Rosangela Santos, bronze nos 4x100m em Pequim 2008, e Vitória Rosa, uma das revelações dos últimos anos. A participação brasileira é financiada com recursos da Caixa Econômica Federal. (Com informações da CBAt)
“A democracia dá o direito a donas de casa, cabeleireiros, taxistas, apresentadores de televisão e também atletas profissionais de se manifestarem politicamente. Faz parte do jogo” Walter Casagrande, ex-jogador e comentarista de futebol, rebatendo opinião do apresentador da Rede Globo Tiago Leifert, para quem “evento esportivo não é lugar para manifestação política”.
Gol de placa O Rayo Vallecano, da Espanha, entrou em campo com uma faixa escrita “Goleando al racismo”, em partida pela segunda divisão do “Espanholão”. O clube, que tem tradição de engajamento político, infelizmente foi multado pelo governo fascista espanhol, por não ter comunicado o ato com antecedência.
Gol contra O apresentador do BBB, Tiago Leifert, afirmou em artigo que “quando política e esporte se misturam, dá ruim”. Texto raso, mal escrito e conteúdo pior: o esporte, como a vida, é lugar permanente de manifestação política. É preciso ter coragem, coisa que Tiago não deve ter.
Decacampeão
É Galo doido
La Bestia Negra
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Leo Calixto
Tudo bem que é início de temporada, o time ainda está se soltando e contratações continuam chegando. Mas a atuação do América nos últimos jogos é de preocupar, sobretudo pela falta de criação de jogadas e o baixo número de finalizações. A particiDecacampeão pação dos laterais, a transição da defesa para o ataque e a armação das jogadas são os pontos críticos, que precisam de ajustes ou de novas experimentações. Os recém-contratados Marquinhos e Wesley podem dar mais qualidade ao jogo ofensivo do América, mas jogadores como Serginho, Juninho, Renan Oliveira e Luan precisam justificar por que continuam a ser escalados; e o técnico Enderson Moreira precisa repensar algumas atitudes.
O Atlético prioriza a eficiência em detrimento do espetáculo. Saberemos, no clássico, se a decisão é a mais acertada. Reduzir os espaços, se defender primeiro, sair para o ataque em velocidade e esperar o erro do adversário funcionou nas últimas pardoido!bastou uma tidas. ContraÉ oGalo Figueirense, chance para Otero definir. O próximo desafio é o maior da temporada e pode consolidar ou sepultar a estratégia. O arquirrival busca reabilitação após a perda da invencibilidade na Argentina. O ano é de instabilidade em todos os níveis e ela não poderia faltar no futebol. Bom mesmo é o horário da partida: 11 horas. Vai sobrar tempo para comemorar, chorar as mágoas e cuidar da vida.
Anúncio Começou a fase de grupos da Libertadores da América. De todos os times brasileiros que já estrearam, o placar mais mentiroso, que não refletiu o jogo, foi o do Cruzeiro. Com três desfalques de última hora - Edilson e Léo suspensos e Fábio viajando paBestia ra o velório La de seu pai noNegra Brasil - o Cruzeiro enfrentou o Racing com a postura do gigante sulamericano que é. As falhas na bola aérea e na conclusão a gol causaram a primeira derrota por quatro gols da equipe sob o comando de Mano Menezes. Ainda temos um longo caminho pela frente e não podemos lamentar o revés. No próximo domingo, jogaremos o clássico contra o Atlético no Horto com a chance de voltar às boas com as vitórias.