Especial
Contra desemprego e outros retrocessos, centrais e movimentos convocam “Dia do Basta!”
Minas Gerais
Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto de 2018 • edição 245 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Rogério Thomaz Júnior PT Câmara
Daniel Zappe / MPIX / CPB
Fome e sede de justiça
Capoeira é coisa de mulher Conheça a trajetória da primeira mestra de Minas Gerais Cultura 14
Água em Marte? Variedades 12
Última casa de Barra Longa Seis pessoas fazem greve de fome em frente ao STF por libertação do presidente que tirou o país do mapa da fome. Enquanto isso, candidato dispara em preferência de votos
Segundo atingidos, fundação tenta esconder a lama debaixo do tapete
Brasil 11
Brasil 11
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018
Editorial | Brasil
“Dia do Basta” para barrar os retrocessos
ESPAÇO DOS LEITORES
“Alou Uberlândia :D! Que tal parar de fortalecer o agro e fortalecer seu corpinho e o MST?” Postou Sofi Sofia comentando a matéria “Uberlândia ganha serviço de entrega de alimentos da reforma agrária”. _____________ “Não votem em ruralistas! Não votem em filhos de coronéis! Não votem em representantes do agronegócio!” Comenta Vera Lu Cruz sobre a matéria “Com 57 mortes em 2017, Brasil é o país que mais mata ativistas ambientalistas.” _____________ “Bela edição... Parabéns à equipe!” Comenta Marcelo Lula Antunes sobre a edição 2 do Brasil de Fato Rio Grande do Sul
A semana será de mobilizações em todo o país. No dia 10, centrais sindicais a Frente Brasil Popular realizam o dia do “Basta”. A classe trabalhadora manda assim um recado claro. Precisamos dar um basta às políticas que têm a cada dia retirado direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e piorado as condições de vida de todo o povo brasileiro. Também no dia 10, saem três colunas em marcha dos arredores do Distrito Federal por Lula livre, e chegarão a Brasília marchando no dia 15, dia de registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outros atos já vêm ocorrendo e muitos outros serão realizados, entre eles, no dia 1 de agosto, oito pessoas
Basta de aumento no preço do gás de cozinha que atuam em movimentos populares iniciaram uma greve de fome em frente ao Superior Tribunal de Justiça (STF), pela liberdade de Lula. O dia do basta pretende dizer nas ruas que chega de aumento no preço do gás de cozinha, que está nas alturas, fazendo com que as famílias em situação de maior vulnerabilidade voltem a cozinhar com lenha. Um basta ao desemprego e à fome. É preciso derrotar o programa neoliberal O “dia do basta” tem um foco claro: o governo e as forças políticas e econômicas que deram um golpe de poder e aplicam um programa econômico neoliberal que retira os mais
Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
pobres do orçamento. Enquanto a população piora de vida, o governo Temer de costas para o povo está entregando nossas riquezas aos estrangeiros e atacando nossa soberania. O nível de subserviência aos interesses internacionais é tanto, que chega à entrega da base de Alcântara para exploração por empresas norte-americanas. A base de Alcântara fica no Maranhão e é uma base para lan-
Dia 15 é dia de ato em Brasília pelo direito de Lula ser candidato çamento de satélites e foguetes, seu controle é essencial para a soberania do Brasil. Fica cada dia mais evidente que o golpe que passou pela retirada da presidenta Dilma tinha como objetivo central a entrega de nossas riquezas. A Rede Globo e o Judiciário, como instrumentos da efetivação dessas medidas, encobrem esse objetivo. Fica evidente que a pauta da corrupção foi apenas instrumentalizada para que atingissem seus objetivos políticos. Com isso, uma das principais lideranças populares do Brasil segue há mais de 100 dias em sua prisão política. Fechando essa jornada de lutas, 15 de agosto será o dia de um grande ato em Brasília, para defender o direito de Lula ser candidato e renovar as esperanças do nosso povo, restaurando a democracia e lutando pela revogação de todas as medidas de retiradas de direitos e entrega do nosso patrimônio nacional.
REDES SOCIAIS: facebook.com/brasildefatomg / instagram/brasildefatomg / WhatsApp: (31) 9 8468 4731 PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983
conselho editorial minas gerais: Adriano Pereira Santos, Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Marcelo Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes, Thainá Nogueira e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Bruno Mateus, Diego Silveira, Fabrício Farias, Felipe Marcelino, João Paulo Cunha, Jordânia, Souza, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Taciana Dutra. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Luiz Lagares. Tiragem: 40 mil exemplares.
? PERGUNTA DA SEMANA
No dia 15 de agosto, o PT deve registrar a candidatura de Lula na Justiça Eleitoral. O ex-presidente está preso há mais de 100 dias, enquanto lidera todas as pesquisas de intenção de voto. A condenação de Lula tem sido muito questionada no meio jurídico e, para alguns, o objetivo da medida é impedir que o ex-presidente seja eleito.
Você acha que Lula vai conseguir ser candidato?
“Eu não acho que ele deve ser só candidato, ele deve é ser presidente da parada. Porque eu nunca vi outro cara, desde que eu me entendo por gente, fazer o que ele fez no Brasil. A classe periférica, humilde, o povo que necessitava mesmo, eu pude ver eles ficar legais. Pude ver eles chegar cheio de sacolada dentro de casa, ter rango”.
”Eu gostaria. Porque ele deu muita oportunidade para os pobres, para os negros. Agora esses [governantes] que estão entrando aí, sem chance. Nós não temos direito nem de passar na porta do presídio com esse governo que está aí agora. É meu sonho que o Lula seja candidato, pego com Deus que sim, dia e noite”.
Marcos Dias, artesão de rua
Cássia Andrade, auxiliar técnica
Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018
GERAL
Declaração da Semana “Venceremos através do afeto, da evolução, do reconhecimento, do amor, pois somos mais de 54% da população brasileira, sacou?”
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Disse o ator Jonathan Haagensen sobre os ataques racistas ao comercial da Boticário. Entenda melhor abaixo
#BombouNaRede Você chegou a ver a nova propaganda da marca O Boticário? Ela mostra uma família feliz comemorando o dia dos pais, como várias outras. Mas acontece que ela incomodou muita gente por só ter pessoas negras em cena. A repercussão negativa da publicidade reacendeu o debate sobre o racismo, já que milhares de pessoas atacaram o vídeo e cobraram “mais diversidade”.
Restaurante popular do Barreiro ganha nova sala de leitura Cátia Fraga
O local foi reaberto na terça-feira (31). Ele volta a funcionar com mil exemplares para leitura no local ou empréstimo gratuito. A biblioteca é aberta a todos os cidadãos e também aceita doações permanentes. Para pegar um livro, é só apresentar um documento com foto e fazer o cadastro. O endereço de lá é avenida Afonso Vaz de Melo, 1001, Barreiro, BH.
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CIDADES
Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018
Trabalho escravo ainda existe: no Sul de Minas, 15 foram resgatados em fazenda de café INDIGNAÇÃO Funcionários contam que ficaram até três dias sem comer e não tinham condições mínimas de alojamento Igor Albuquerque / SindUTEMG
Rafaella Dotta
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necessidade de emprego aliada a falsas promessas engana milhares de pessoas todos os anos, que acabam submetidas a condições degradantes de trabalho. Foi assim com 15 homens e rapazes resgatados em Muzambinho, Sul de Minas, na semana passada. Eles estavam há meses trabalhando com a colheita do café na fazenda Córrego da Prata, em péssimas condições. A casa em que foram abrigados estava literalmente “caindo aos pedaços”. O telhado da varanda já despencou e o fim parece breve para o forro interno. As condições para dormir, de higiene e alimentação eram desumanas. No início, conta um dos jovens, chegaram a ficar três dias trabalhando sem comer, pois o empregador não forneceu nem o fogão, nem o gás, nem os alimentos que havia prometido. As condições ilegais se estenderam para os equipamentos de trabalho. Na colheita do café é necessá-
DENUNCIAR OU PEDIR AJUDA Ligue para o Ministério Público do Trabalho de Belo Horizonte: (31)3304-6200 ou para a Adere/CUT-MG no WhatsApp (35) 992217913. No site portal. mpt.mp.br tem o telefone e endereço de todas as regionais de Minas.
Deputado Emídio Madeira responde a 112 processos no Ministério do Trabalho
Trabalhadores foram obrigados a comprar equipamentos de R$ 2 mil para colher o café ria uma máquina para realizar o trabalho, de valor médio de R$ 2 mil. Cada trabalhador de Nova Resende foi obrigado a comprar a sua e pagar pela gasolina que gastava. Uma situação
totalmente irregular. O artigo 458 da Constituição Federal diz que ferramenta de trabalho não é salário e que ela deve ser fornecida pelo patrão. Um dos trabalhadores teve desconto de R$ 1 mil em uma quinzena de produção. Não recebeu praticamente nada nessa remessa. “Mas o que mais deu raiva foi o roubo na produção”, conta um dos jovens, de 22 anos. Funcionava assim: eles colhiam 55 sacas de café, de acordo com suas contas, mas na contagem do dia o administrador anotava 30. “Não adiantava dis-
SAIBA MAIS: LEI DO TRABALHO ESCRAVO Segundo o artigo 149 da Constituição Federal, o trabalho pode ser considerado análogo ao escravo em quatro situações: condições degradantes de trabalho, jornada muito extensa, trabalho forçado através de ameaças ou de corte do transporte e servidão por dívida. Deputados e senadores donos de fazendas ou que são apoiados por fazendeiros querem mudar o texto da lei. Pretendem excluir as frases “condições degradantes” e “jornada exaustiva”. Isso pode dificultar o combate a esse crime.
cutir. Ele começava a gritar e a bater nas coisas”, conta. Com essa e outras fraudes, o administrador diminuía as comissões que pagava a eles. Família de deputado na lista do trabalho escravo de novo? A equipe de resgate do Ministério do Trabalho, junto à Polícia Federal e ao Ministério Público, encontrou 15 pessoas na Fazenda Córrego da Prata e classificou a lida como “trabalho análogo à escravidão”. Elas
foram retiradas do local na mesma tarde e o Ministério do Trabalho começou as negociações com o patrão para o pagamento correto de todos os direitos. Segundo os funcionários, a fazenda em questão é de propriedade de Maria Júlia Pereira, cunhada do deputado estadual Emidinho Madeira (PSB). É a terceira vez que a família do deputado é autuada por trabalho escravo. Emídio Madeira possui 112 processos no Ministério do Trabalho por infrações. Em 2015, foi autuado por manter 60 trabalhadores em regime análogo à escravidão na fazenda Santa Efigênia, em Bom Jesus da Penha, também em Minas. Em 2016 foi novamente autuado, desta vez por manter 14 trabalhadores em trabalho análogo à escravidão nas fazendas Boa Vista e Cafundó, na mesma cidade.
Fiscalização ainda é insuficiente
J
orge Ferreira dos Santos, um dos coordenadores da Articulação dos Empregados Rurais (Adere-MG), acompanha os resgates de trabalhadores em situação análoga à escravidão há 15 anos. Na opinião dele, os fazendeiros continuam praticando o crime porque têm “certeza da impunidade”. Além de diversos problemas, as equipes de fiscalização passam por um corte de verba desde 2017. “O Ministério do Trabalho está totalmente sucateado, sem dinheiro, sem auditor, sem veículo. Hoje tem um déficit de mais de mil auditores fiscais. Grande par-
te vai se aposentar em 2019 e não tem concurso para nova contratação”, alerta. A fiscalização só diminui desde 2013, segundo dados do Ministério do Trabalho. Naquele ano, foram 189 operações, já em 2017 foram 88 operações.
Belo Horizonte, 03 a 9 de agosto 2018
OPINIÃO
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Wander Piroli, o homem da Lagoinha João Paulo Cunha O jornalista e escritor Wander Piroli nasceu e morreu em Belo Horizonte. Viveu 75 anos, entre 1931 e 2006. Viveu bem, intensamente. Também escreveu bem, intensamente. Não ficou rico, não se tornou uma estrela literária. Com sua origem no bairro operário da Lagoinha, também reduto de malandros e prostitutas, falava para sua gente. Sem se inclinar em momento algum para o poder dos barões da imprensa ou da cena intelectual, conquistou espaço no jornalismo e na literatura exatamente pela fidelidade às raízes. A biografia “Wander Piroli – Uma manada de búfalos dentro do peito”, escrita por Fabrício Marques e lançada recentemente pela Editora Contexto, é uma excelente porta de entrada na obra e na vida do escritor. Comunista, boêmio e cachaceiro eram algumas das características que Piroli ouvia desdenhosamente dos patrões, que, nem por isso, deixavam de contratá-lo e confiar a ele o comando das redações. A burguesia é tacanha, mas não rasga dinhei-
Comunista, boêmio e cachaceiro eram algumas das características que Piroli ouvia desdenhosamente dos patrões ro. O escritor passou por muitos jornais, algumas vezes por mais de um ao mesmo tempo. Em todos os lugares em que trabalhou, deixava suas marcas. Respeito à notícia, valorização da equipe - o que não o impedia de dar broncas e exigir texto e apuração -, criatividade para pautas, habilidade no desenho das páginas, talento para dar títulos, casca grossa para suportar pressões, ousadia e coragem para enfrentar tabus e censura. Durante a ditadura militar ganhou prêmios por denunciar a tortura de presos comuns nas delegacias.
A principal característica do jornalista foi o compromisso humano. Antes dos movimentos de reivindicação de espaço para minorias e marginalizados, Piroli já trazia para as páginas os interesses dos trabalhadores, pobres, negros, mulheres e homossexuais. As reportagens pautadas por ele precisavam ter o olhar das pessoas comuns. Fazia parte, como dizia, “da oposição chamada vida”. Como escritor, Wander Piroli também foi incomum. Seus contos brotavam do cotidiano. Enxutos, sem gordura. Na literatura infantil, mudou o rumo da história com a mesma linguagem direta e temas como a morte, falta de dinheiro em casa, destruição do meio ambiente. São livros cheios de emoção, que trazem afeto, raiva e angústia. Wander Piroli deixou uma obra e um testemunho. O que fazemos com isso é problema nosso. Pelo visto, estamos desprezando lições sábias, perdendo o prazer de jogar peladas, pescar com os filhos, cultivar amigos, beber sem culpa, defender os marginalizados, desafiar patrões e contar boas histórias.
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018 Reprodução
Beatriz Cerqueira
Desconstruindo o choque de gestão
Semiárido de resistência e voz altiva O semiárido foi historicamente um lugar em que a pobreza e a fome estiveram sob o controle dos coronéis e da elite da região. Mas seu povo provido de muita sabedoria e inteligência é marcado pela capacidade de resistir e de se insurgir contra as injustiças. Libertar-se da opressão colonizadora sempre foi uma tarefa permanente, e ao eleger um trabalhador do semiárido para presidência do Brasil com a sensibilidade e capacidade política de reconhecer as condições de seu povo, gerou um marco histórico para suas vidas. Os vários programas e políticas públicas para a agricultura familiar e a convivência com o semiárido desde 2003 garantiram conquistas e mudanças na vida das pessoas. O impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a prisão do presidente Lula geraram um ambiente propício para o desmonte dos programas e políticas sociais de atendimento à classe trabalhadora. Em apenas dois anos, voltam a aparecer aos olhos da nação e da comunidade internacional a pobreza extrema, o desemprego e a fome, sob o silêncio da elite golpista brasileira. Mas não poderiam os povos do semiárido se silenciarem diante de tamanho retrocesso. Por isso, a Cara- Caravana vai vana do Semiárido Contra a Fome, com a participação percorrer 6 mil dos povos do semiárido, e sob a organização da ASA, km contra fome MST, Via Campesina, CONTAG e Frente Brasil Popular, denuncia o rápido aumento da extrema pobreza e da fome. A caravana que vai percorrer mais de 6 mil quilômetros denunciando as consequências de uma política e governo para a elite e não para os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil manifesta solidariedade aos companheiros da Via Campesina que estão em greve de fome por justiça no Judiciário, e pela liberdade de Lula, cuja prisão tem natureza política. O semiárido não se calará diante das injustiças. Alexandre Pires é coordenador do Centro Sabiá e da Articulação do Semiárido – ASA
Beatriz Cerqueira é professora, coordenadora-geral licenciada do Sind-UTE MG e presidenta licenciada da CUT MG.
ACOMPANHANDO
Alexandre Pires
Em 2003, iniciando sua gestão que iria até 2010, o senador Aécio Neves promoveu uma série de alterações na legislação estadual, batizada de “Choque de Gestão”. A ideia amplamente trabalhada nos meios de comunicação era construir uma simbologia de gestor eficiente. De fato, os servidores públicos foram eletrocutados com o “choque de gestão”. A reforma administrativa, feita por alteração na Constituição do Estado, retirou direitos e introduziu a meritocracia como mero elemento de controle de remuneração. Durante toda a gestão do tucano, Minas Gerais ficou à margem das políticas públicas nacionais e não viu o desenvolvimento chegar como chegou a muitos lugares do Brasil. Em 2011, a carreira da educação foi congelada, o tempo de serviço desconsiderado, os poucos direitos que sobreviveram ao choque de 2003 foram retirados. Em 2014, o quadro de servidoras do estado era um retrato fiel da precarização e desvalorização: 73% eram contratados, temporariamente, sem direito à carreira. Claro que as pessoas não sabiam de nada disso. A imprensa tinha lado. Não contava a realidade em Minas Gerais. Nesse período, nos dedicamos a resistir e denunciar. Passamos a fazer parte da luta de A luta até aqui outras categorias e movimen- já valeu a pena tos populares. Eles passaram a fazer parte da nossa. Aprendemos que as negociações só acontecem quando se tem força social própria. Com as mobilizações que vêm sendo feitas, desde abril, trabalhadores em educação da rede estadual de Minas Gerais conquistaram, em um ano, a segunda alteração na Constituição do Estado. Na pressão, organização popular e certeza da luta por uma educação pública de qualidade, vamos desfazendo o choque de gestão que tanto mal nos fez. Temos muito ainda por fazer, mas a luta até aqui já valeu a pena.
Na edição 203 ... Casa da Árvore ameaçada E agora... Casa virou biblioteca a céu aberto Após o incêndio que consumiu a Casa da Árvore em setembro de 2017, o local está sendo reconstruído pela Prefeitura de Belo Horizonte. O espaço, que fica no bairro Nova Suíssa, em BH, começou a ser revitalizado em março de 2018 com a construção de uma praça e uma nova biblioteca a céu aberto, que agora tem o nome de Casa do Saber Renascida das Cinzas. A praça ainda não está pronta, mas o empréstimo de livros já funciona informalmente - o número de exemplares, inclusive, já é o mesmo do antigo acervo.
Especial
Minas Gerais
Belo Horizonte, agosto de 2018 • brasildefatomg.com.br • distribuição
Para enfrentar retrocessos, centrais e movimentos convocam atos para 10 e 15 de agosto
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ESPECIAL
Belo Horizonte, agosto de 2018
Gasolina a R$ 3,80 o litro seria possível no Brasil? OPÇÃO Segundo Federação Única dos Petroleiros, política de preços do governo Temer é responsável pelas altas tarifas Divulgação
Thaís Mota
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gasolina a R$ 3,80 o litro poderia ser realidade caso a política do governo federal junto à Petrobras fosse outra. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a atual política é a grande responsável pela alta dos combustíveis no país. Esse tema já vinha sendo denunciado há alguns anos pela federação, mas veio à tona durante a greve dos petroleiros e dos caminhoneiros, em maio deste ano. Os movimentos demonstraram a incoerência entre os preços praticados nos postos de combustíveis e o fato de o Brasil ser autossuficiente na produção e exportador de petróleo. Atualmente, a demanda por derivados no Brasil é de 2,4 milhões de barris, enquanto a produção é de 3
Brasil é autossuficiente na produção de petróleo e não precisaria equiparar preço ao mercado internacional
milhões. “Isso é reflexo de mudanças na política de preços da Petrobras desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff em agosto de 2016”, avalia Alexandre Finamori, diretor da FUP. No
caso dos combustíveis, a nova política foi anunciada pelo governo Michel Temer em outubro do mesmo ano, associando o preço da gasolina e do diesel no Brasil ao mercado internacional. A partir de então, os com-
bustíveis produzidos nas refinarias da Petrobras passaram a ser comercializados a valores mais altos que os preços praticados por empresas estrangeiras. No entanto, segundo dados da Petrobras referentes ao 1º trimestre de 2018, o custo do refino no Brasil é 35% menor do que no exterior. Além disso, o custo de exploração do petróleo do pré-sal caiu de US$ 14 em 2014 para
Cemig e Eletrobras na mira do setor privado O
s impactos das privatizações no setor de energia também serão absorvidos pelo consumidor. Em setembro de 2017, o governo Temer leiloou quatro usinas hidrelétricas que eram operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), sob o pagamento de um bônus de outorga de R$ 12,13 bilhões. Esse bônus é o valor pago pelas empresas vencedoras do leilão para obter o direito de operar as usinas pelos próximos 30 anos. No entanto, esse “investimento” será recuperado pelas empresas sob a forma de cobrança direta ao consumidor via tarifa de
Com privatização da maior empresa de energia elétrica da América Latina, conta de luz deve aumentar energia. Assim acontecerá também com a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina, cujo sistema tem sido alvo de vários projetos de privatização
desde o ano passado. Nesse caso, o governo federal age em duas frentes: abertura de capital da empresa sob o risco de perder o controle da capacidade de regulação de preços e a venda de seis distribuidoras de energia nas regiões Norte e Nordeste. No primeiro caso, o processo está parado no Congresso. Já no segundo, apesar de uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, impedindo a privatização de empresas públicas sem autorização do Legislativo, o governo realizou na semana passada o primeiro leilão de privatização de distribuidoras controladas pela Eletrobras.
US$7 em 2018 – o que também deveria impactar diretamente na redução preço da gasolina. Por isso, segundo Alexandre Finamori, é possível afirmar que, mantida a política de preços praticada no governo Dilma em 2014, corrigindo-se apenas a inflação, a gasolina poderia custar hoje não mais que R$ 3,80. “A esse preço a Petrobras ainda teria lucro e, inclusive, seria maior que o obtido em 2014, em razão da redução do custo de extração do petróleo do pré-sal, que hoje é responsável pela metade do óleo produzido no Brasil”, destaca. “Tudo isso faz parte de uma estratégia do governo golpista de privatizar a estatal, como já tem acontecido com fatias da empresa, que em pouco mais de dois anos já perdeu 14 ativos”, critica.
Preço do gás também poderia baixar A mesma política de paridade internacional foi adotada com o gás de cozinha em junho de 2017. Isso fez o preço médio do gás (botijão 13kg) saltar de R$ 57,379 (junho/2017) para R$ 68,766 (junho/2018) no país. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), vende-se um botijão de gás no Brasil por até R$ 115. A alta do gás impactou tanto a população brasileira que 17,6% das residências utilizaram carvão ou lenha em 2017, o que corresponde a 12,3 milhões de domicílios. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgada em abril de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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“Reforma AntiTrabalhista foi para reduzir a proteção dos trabalhadores” LEI 13.467 Economista avalia que patrões ficaram mais protegidos e trabalhadores ficaram mais frágeis com a aprovação da medida Reprodução - Sinpro Minas Rafaella Dotta
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pós nove meses das novas regras do trabalho, mudadas pela Lei 13.467, a “Reforma Trabalhista”, o economista Frederico Melo, técnico do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), dá um panorama de como estão as negociações entre empregados e patrões, assim como os números de desemprego e economia. Na opinião dele, a reforma foi abertamente contra os trabalhadores e deve ser rebatizada para reforma “AntiTrabalhista”.
Brasil de Fato - Aumentar o emprego era uma promessa da reforma trabalhista. Porém, os empregos que cresceram foram os informais, autônomos e novos empreendedores. A CLT foi uma vítima da lei? Frederico Melo – Exata-
mente. A qualidade do trabalho diminuiu. A ocupação no Brasil perdeu qualidade porque o tipo que está sendo gerado é com menos proteção. O trabalhador não tem proteção da lei, do sindicato ou das políticas públicas. Em Minas Gerais, nós temos 9,6 milhões de pessoas ocupadas no primeiro trimestre deste ano, mas apenas 3,6 milhões de carteira assinada no setor privado. O número de trabalhadores com carteira assinada no Brasil é mais baixo que em 2012. A reforma trabalhista pro-
Reforma AntiTrabalhista permite que empresas não tenham sequer um funcionário” meteu outras duas coisas principais: que a economia voltaria a crescer e que o salário no Brasil ia aumentar.
Essas duas promessas da reforma AntiTrabalhista não são verdadeiras, elas eram só um pretexto para sua aprovação. A economia brasileira caiu 7% nos anos anteriores e agora está patinando em 1%. Ou seja, despencou e agora está flutuando num patamar muito baixo. Daí, o mercado de trabalho não melhora, o desemprego permanece alto e os salários baixos.
“Empresas estão fazendo pressão para que mulheres grávidas trabalhem em ambientes insalubres”
Objetivos foram retirar direitos e a possibilidade de reclamar”
Trabalhadores de Minas denunciam que os patrões estão fazendo terceirizações forçadas. Como isso funciona?
te que empresas não tenham sequer um funcionário, pois todos podem ser terceirizados.
Grandes empresas têm demitido seus empregados de carteira assinada e dizem para a pessoa: “se você quiser, procure a empresa tal, que vai ser contratada para fazer o trabalho que você fazia”. Isso é uma pressão à terceirização, que significa salários menores, jornadas de trabalho maiores, menos direitos e maior possibilidade de ser demitido. A reforma AntiTrabalhista permi-
Quais as consequências de saúde que já estão sendo sentidas pelo trabalhador?
As empresas estão fazendo muita pressão para que as mulheres grávidas ou lactantes [que estão amamentando] possam trabalhar em ambientes insalubres, que coloca em risco a saúde da mulher e também do bebê. Os sindicatos têm tentado impe-
dir que isso aconteça e também têm tentado regulamentar ou proibir a terceirização da atividade principal da empresa, regulamentar ou proibir o banco de horas individual (no lugar do pagamento das horas extras), proibir o parcelamento das férias em três vezes, regular a demissão em comum acordo. Com essa situação precária, como o trabalhador consegue se defender?
A reforma AntiTrabalhista pode ser definida assim: existe para reduzir a proteção dos trabalhadores e aumentar a proteção das empresas. Os objetivos, em relação aos trabalhadores, foram de retirar direitos e retirar também a possibilidade de reclamar, de reagir contra essas injustiças. A retirada da homologação das rescisões no sindicato foi
O Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em quatro estados. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado. Este especial é uma parceria com a Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais.
Sindicatos têm tentado impedir retrocessos” o exemplo mais claro. Antes, o trabalhador era demitido, passava no sindicato para homologar e lá tinha um funcionário que perguntava: “você recebeu suas férias? Suas horas extras?”, explicando para os empregados todos os seus direitos. Não tendo o sindicato neste papel, vai restar ao trabalhador entrar na Justiça. Porém, a reforma também fez com que o processo trabalhista ficasse mais caro. Caso perca o processo, a pessoa tem que pagar os honorários do advogado da empresa. O número de processos trabalhistas caiu 50% desde a reforma AntiTrabalhista.
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ESPECIAL
Belo Horizonte, agosto de 2018
Milhares vão a Brasília para registrar candidatura de Lula LEGIMITIDADE Detido desde abril em Curitiba, Lula tem 40% das intenções de votos e será o candidato pelo PT Rafaella Dotta
Ricardo Stuckert
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campanha Lula Livre dará um passo fundamental em 15 de agosto. Conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral, esse é o último dia para que os partidos registrem seus candidatos para as eleições de 2018. Tudo indica que o Partido dos Trabalhadores (PT) registrará oficialmente Luiz Inácio Lula da Silva como seu candidato à presidência. Esta será a primeira vez que uma pessoa presa disputa a eleição para presidente, o que torna a candidatura um dos atos políticos mais importantes da atualidade. Organizações partidárias e movimentos populares pretendem complementar esse momento com a ida de milhares de pessoas a Brasília.
Espera-se que a pressão popular cause boas repercussões, como a greve geral de 28 de abril de 2017. A paralisação foi a maior da história brasileira e fez com que o governo de Michel Temer e parlamentares recuassem na reforma da Previdência. Para o vi-
ce-presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas (CUT/MG), Jairo Nogueira, os deputados e senadores paralisaram a votação por medo da reação popular. “No caso da candidatura de Lula, pode funcionar igual. Teve um grande mo-
vimento popular e eles [governo Temer e parlamentares] tiveram que recuar. Por mais que eles falem que não precisam do povo, eles têm medo do povo”, analisa. Ele reitera que a eleição de 2018 será considerada uma “fraude” caso o candidato mais cotado, Lula, seja impedido por uma condenação sem provas. Dentro da lei Segundo o advogado Wagner Dias, a lei admite que Lula se registre como candidato e inicie sua campanha eleitoral, que começa em 16 de agosto. Após o registro, demais grupos po-
líticos podem pedir a impugnação do candidato. O TSE tem até 17 de setembro para julgar o caso. Se Lula for impugnado, diz Wagner, o PT poderá indicar outro candidato. Na opinião do advogado, que é da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Lula não deve ser visto como um preso comum, mas sim como um “preso político”. “Hoje, a prisão política vem mascarada de uma luta contra a corrupção, mas a verdade é que tem um motivo político. A máscara funciona para as pessoas não se comoverem com a injustiça”, afirma.
Voto em Lula cresce A última pesquisa do instituto Vox Populi, divulgada em 20 de julho, mostra Lula novamente na liderança. 40% do eleitorado afirma que votará no ex-presidente. Para atingir a mesma porcentagem de votos, seria preciso somar os seis candidatos abaixo de Lula.
10 de agosto: “Basta de miséria! Basta de desemprego!” MOBILIZAÇÃO Organizações contra o golpe fazem protestos em todo o país. Em paralelo, Congresso do Povo já chega a 111 cidades de Minas Gerais Taciana Dutra Comunicação da Frente Brasil Popular
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s nove centrais sindicais do país se unem mais uma vez para um ato nacional unitário. Em 10 de agosto será organizado em todo o país o “Dia do Basta”. “Basta de miséria! Basta de desemprego! Basta de crise! Basta de aumento dos preços de gás de cozinha!”, reivindica o panfleto da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que orienta a participação dos seus sindicatos de forma massiva nas manifestações.
Segundo Paulo Antônio, da coordenação da Frente Brasil Popular em BH, que também convoca o 10 de agosto, há programação de panfletagens e de manifestações na capital. Já em Betim, o foco do protesto será a privatização do setor elétrico. “A proximidade com a Refinaria Gabriel Passos (Regap), motiva a população a entender as consequências da venda da Petrobras à vida de trabalhadoras e trabalhadores”, explica Camilo Mendes, da coordenação da Frente Brasil Popular Betim. Em 8 de agosto acontece,
Ricardo Giusti PMPA
na Câmara Municipal da cidade, uma Roda de Conversa sobre a privatização do setor elétrico. No dia 10, comitês da Região Metropolitana se programam para participar do ato em Belo Horizonte.
Construindo um Brasil Novo Paulo Antônio destaca que os protestos não são as únicas ações dos grupos de esquerda, apesar de serem os mais visíveis. Há outra gran-
de ação em andamento, que já envolve 24 dos 26 estados do país. Em Minas Gerais, já são 111 cidades envolvidas. “O Congresso do Povo vem atingindo o objetivo de unir a população, através de comitês locais que se auto-organizam para apontar problemas e soluções para a cidade, o estado e o país”, declara. Os comitês do Congresso do Povo fortalecem a preparação ao Dia do Basta, e colocam prioridade nas mensagens “Lula Livre”, “Defesa da soberania” e “contra o Golpe e a Retirada de Direitos”.
BRASIL
Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018
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Apoiadores de Lula deflagram greve de fome em Brasília PROTESTO Militantes de movimentos populares pedem que STF reveja decisão sobre habeas corpus e que o ex-presidente seja solto das medidas do governo Michel Temer (MDB). “Nós podemos fazer essa opção, podemos passar fome por um ato livre e consciente. Estou fazendo isso porque acho que, se o Brasil entrar no caos no qual as elites querem jogá-lo ao impedir Lula de ser candidato e se continuar esse modelo de exclusão que hoje vige no país, a fome vai ser uma imposição para milhões de pessoas, inclusive crianças inocentes”, disse. A mais jovem das grevistas, Rafaela da Silva Alves, também do MPA, afirmou que a mobilização não é somente por Lula, mas por todas as pessoas que sonham por um país melhor. “Eu, como jovem, mulher, nordestina e sertaneja, me somo a essa greve de fome porque acredito que não há outra saída para o povo a não ser a luta. E todas as formas de luta são necessárias”, disse, emocionada.
Divulgação
Rafael Tatemoto
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eis integrantes de movimentos populares do campo e da cidade deflagraram greve de fome na terça-feira (31), em Brasília (DF). A ação, que não tem data para terminar, pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) reveja sua posição sobre a prisão após condenação em segunda instância e, consequentemente, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja colocado em liberdade. Participam da greve de fome integrantes de três organizações: Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Central dos Movimentos Populares (CMP) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O início da greve de fome foi anunciado em frente ao próprio STF, onde foi protocolado um ma-
Mobilização, que não tem data para terminar, denuncia volta da fome ao país depois do golpe nifesto coletivo. De forma violenta, os grevistas foram expulsos do prédio por seguranças. Documento O manifesto explica que a opção por esse “gesto extremo de luta decorre da situação extrema” em que se encontra o Brasil, “com a fome e as epidemias retornando e o desemprego desgraçando a vida de nosso povo”. “Nossa determinação nasce também pelo fato de que o Poder Judiciário viola a Constitui-
ção e impede o povo de escolher pelo voto, soberanamente, o seu presidente e o futuro do país”, diz o texto. Além disso, o documento pede diretamente aos seis ministros do STF que votaram contra o habeas corpus a Lula - Luiz Edson Fachin, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Alexandre de Moraes - revejam
sua posição e os responsabiliza por qualquer desfecho grave para a greve de fome. Coletiva Em entrevista coletiva à imprensa, realizada na segunda (30), o frei franciscano e militante do MPA Sergio Antonio Gorgen, um dos grevistas, aponta simbolicamente para o fato de que o país voltou a sofrer com a fome por conta
Samarco tenta apagar marcas do crime no Rio Doce IMPUNIDADE Tapumes, demolição e alagamentos são estratégias utilizadas pela Renova Amélia Gomes
O
rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, está prestes a completar três anos, em 5 de novembro de 2018. Desde a tragédia, os atingidos pelo maior crime socioambiental do país lutam para ter seus direitos e ressarcimentos garantidos. No entanto, a reparação em pouco ou quase nada avançou. Na contramão, os investimentos e esforços para restaurar a imagem das empresas -
Reprodução /MAB
Vale, Samarco e BHP Billiton seguem a todo vapor. No último semestre, a Fundação Renova, entidade que gerencia a reparação dos atingidos e que é administrada pela Samarco, tem realizado ações para tentar apagar as marcas da lama e a imagem do crime. De acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Fundação esconde os rejeitos nas margens dos rios com plantações de leguminosas, tem colocado tapumes nos imóveis atingidos, e tem, até mesmo, demolido
casas. No final de julho, o último imóvel que ainda restava em Barra Longa, com marcas da lama, foi destruído pela entidade. Para Letícia Oliveira, do MAB, as ações são uma tática das empresas de apagar a cena do crime. “Esconde o problema, mas ele continua existindo. O que os atingidos querem são seus direitos garantidos; casa nova, água e solo de qualidade, reassentamento e tratamento de saúde”, denuncia.
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Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018
www.malvados.com.br
Dicas Mastigadas PURÊ DE ORA-PRO-NÓBIS Reprodução
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br Rebolado; bamboleio
© Revistas COQUETEL
Ato de re- O "C" de COB fazer com muitas mo- Aparelho dificações para tecer
Escola Condutor metálico do fundada alto de edifícios por AristóEmbala; Porto teles (Hist.) catarinense acalenta
Papel encorpado Lançar novamente
Nascida no país do ícone do reggae Bob Marley Galantear; lisonjear "Caixão não (?) gaveta" (dito)
O Tio Sam (sigla) A 3a nota musical
New (?), plano econômico dos EUA O criador do chute "folhaseca" (fut.)
Ingredientes
Hiato de "teor" Guia (o carro) Peça propulsora das aeronaves
Perda de consciência Inflamação Tecla do nas arti- computador culações
20 folhas de ora-pro-nobis
Comunidade (?), bloco econômico
4 dentes de alho Sininho e Morgana Sinal de "manhã"
Esporte praticado em rios e lagos
100 ml de azeite 4 batatas
Telefone, na linguagem da internet
2 colheres de manteiga Sal
Formato da cruz Número de exemplares impressos de jornal ou revista "(?) Xepa", peça de Pedro Bloch
1. Coloque as batatas para cozinhar até que elas fiquem macias
4/deal. 5/enter. 6/andina — hélice — itajaí. 8/reemitir. 13/liceu de atenas.
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2. Lave as folhas de ora-pro-nobis. Tome o cuidado de retirar todos os espinhos. Ferva uma panela com água e escalde as folhas por 3 minutos retirando da água quente e colocando em uma bacia com água fria e gelo
Solução T C H J
3. No liquidificador, bata as folhas de ora-pro-nobis, com os dentes de alho e 100 ml de azeite e reserve. 4. Amasse as batatas com as duas colheres de manteiga e sal. Em uma panela leve a mistura ao fogo médio e acrescente-a à mistura batida no liquidificador. Desligue o fogo e acerte o sal.
C
S A R T R E E A M A C O R O D T E M E L I I A O M A E N E N D T I D O NA
C O L I M I T I C A T E J E U A D I C E F A D T I T E R I N I R A G S E
P N A I R N A A R A D I E O A S L R T E E M L O
BANCO
Modo de preparo
Ritardando (abrev.) Paixão do filatelista
Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.
Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018
CIÊNCIA, COISA BOA! LAGO MARCIANO É DESCOBERTO
Reprodução
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Amiga da Saúde Meu avô está internado na UTI de um hospital público. Ele tem 79 anos, passou por uma cirurgia simples, mas não está bem. Os médicos não explicam nada direito. Também não deixaram ficar com acompanhante. O que podemos fazer? Flavia Cassi, 29 anos, técnica em informática
Marte é o quarto planeta do Sistema Solar e nosso segundo vizinho mais próximo. Facilmente visível a olho nu como um brilhante pontinho vermelho no céu, o planeta é uma esfera de rocha com aproximadamente metade do diâmetro da Terra. Lá o ano dura 687 dias, e os dias são quase iguais aos nossos, com pouco mais de 24 horas. Sua atmosfera é muito fina, o que facilita a observação de sua superfície, mas a torna bastante hostil, com temperaturas médias de - 63°C. A exploração direta de Marte se iniciou na década de 1960. Desde então, diversas sondas orbitaram o planeta e algumas já aterrissaram em sua superfície. Atualmente, há duas sondas motorizadas em operação por lá, a Curiosity (desde 2004) e a Opportunity (2011). E são cada dia mais concretos os planos para uma futura expedição tripulada ainda na primeira metade deste século. O planeta, que no passado já possuiu uma grande porção de água líquida, hoje apresenta apenas uma pequena quantidade dessa substância congelada em seus polos. Pesquisas recentes já sugeriam que em certos momentos quentes do ano, alguma água líquida se formava por lá. Mas, no final de julho, a Agência Espacial Europeia anunciou a Água líquida é descoberta de um legítimo lago marciano de um pressuposto água líquida! Uma sonda que orbita o planeta utilizou para a existênciaum radar para tirar algo como uma radiode vida como a grafia do planeta. Assim, localizou na região do polo sul o lago subterrâneo abaixo de 1,5 conhecemos km de gelo. O salgado lago, com cerca de 20 km de diâmetro e temperaturas abaixo de zero pode ser o primeiro de muitos outros a serem descobertos. Só o fato de sermos capazes de saber tudo isso estando a 55 milhões de quilômetros de distância já é algo digno de orgulho. Porém, a descoberta pode ter um significado ainda maior. Água líquida é um pressuposto para a existência de vida como a conhecemos. Assim, se há água líquida em Marte, pode ser que haja nela algo relacionado aos seres vivos. Talvez substâncias orgânicas, talvez até mesmo organismos muito simples. A hipótese científica mais aceita para o surgimento da vida é que os primeiros seres terrestres se formaram nos oceanos. Microscópicas estruturas se originaram a partir de reações químicas possíveis no conturbado ambiente primitivo da Terra. Observar ambientes como esse em outros planetas pode nos ajudar a entender melhor sobre a origem da vida. Portanto, quando os primeiros humanos pisarem em Marte, provavelmente vão querer fazer uma boa análise das águas desse curioso lago marciano! Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
Querida Flávia, vocês devem buscar ajuda. É direito de vocês receberem informações sobre a evolução clínica do seu avô e esclarecerem todas as dúvidas. Normalmente, em UTI’s é complicado permanecerem acompanhantes, pois é um local de muitos procedimentos complexos e invasivos. Entretanto, devem ser estabelecidos horários de visitas e para os boletins médicos, quando os familiares têm oportunidade de conversar com os
médicos. Em caso de descumprimento dos deveres da instituição, façam denúncia na ouvidoria do hospital. Podem também falar com o diretor clínico, que deve responder pelos atos de cada setor. Se não conseguirem, existe a ouvidoria do SUS, (Disque Saúde 136), onde vocês podem fazer uma reclamação, que deverá ser apurada. Outro local que podem solicitar ajuda é na Defensoria Pública, que tem um setor voltado para os serviços de saúde.
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf.
Nossos direitos Aniversário de 28 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) O mês de julho marcou 28 anos de existência do ECA, uma ferramenta indispensável de proteção e combate às diversas violências aos quais estão sujeitos crianças e adolescentes. Desde o início da vigência do estatuto, ocorreram muitas alterações na concepção de infância, adolescência, família e na responsabilização pelas políticas garantidoras nessas fases da vida. É importante comemorar esta data, principalmente porque estamos vivendo no país uma onda
de retrocessos e perdas de direitos como a crescente manifestação por projetos que defendem a redução da maioridade penal, a criminalização da pobreza e a diminuição da proteção estatal às populações vulneráveis. Ainda temos muito que fazer. Os 28 anos do ECA, do ponto de vista histórico, são “quase nada” perto dos mais de 500 anos de abandono da infância brasileira. Sejamos todos responsáveis pelas garantias às crianças e adolescentes, o futuro da nação!
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP
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Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018
Conheça a primeira mestra de capoeira de Minas Gerais EVOLUÇÃO Alcione é uma das poucas que assumiram o posto no Brasil e espera que sua experiência abra portas para mais mulheres Ronaldo Nina Alcione de Oliveira (à direita, com berimbau), inaugurou um espaço para viver de cultura popular.
Raíssa Lopes
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om 41 anos, Alcione Alves de Oliveira está ultrapassando barreiras que ainda resistiam na capoeira do estado. Ela conheceu a prática por incentivo do irmão mais velho, ainda na adolescência, e desde então se encantou e não parou de praticar. Ensinando Capoeira Angola, agora ela se tornou mestra e está ao lado de poucas outras mulheres que assumiram o posto no país, como Janga e Paulinha, de Salvador, a Gege, do Rio de Janeiro, e a Elma, do Maranhão. Para se tornar mestre na Capoeira Angola, primeiro é preciso passar pela fase de treinel (quando se é aluno, mas já treina outras pessoas) e depois para contramestre. Hoje existem algumas contramestras mulhe-
“A capoeira é um instrumento forte para as mulheres, assim como para os homens, a nível físico, emocional, psicológico”, defende Alcione res em Belo Horizonte, mas Alcione também foi a primeira de Minas. “Atualmente, muitas mulheres estão envolvidas com a capoeira, mas ao longo da história os homens foram as lideranças”, comenta. Ao protagonismo masculino, ela atribui vários motivos. Por exemplo, desde pequenos foram incentivados a brincar, correr, explorar o corpo e as milhões de pos-
sibilidades de brincadeiras. À mulher, no entanto, era aconselhado se manter protegida, quieta, ficar em casa e se envolver apenas com as tarefas do lar. Para Alcione, isso interfere na maneira como percebemos o corpo, a mente e o que eles têm capacidade de fazer. “A capoeira é um ambiente em que você toca, joga,
Mostra Moda “Arpilleras:bordan- sustentável do a resistência”
brinca... É uma vadiação, como a gente fala. E a mulher não podia estar de jeito nenhum nesse lugar. Porém, o mundo está mudando e a capoeira acompanha. Já conseguimos ver como essa prática é um instrumento forte para elas, assim como para os homens, a nível físico, emocional, psicológico”, defende.
Todo dia é dia de orgulho LGBT
Alcione inaugurou há cinco meses um espaço no bairro Floresta, na região central de BH, para viver de cultura popular. Ela reconstruiu o local, e afirma que conquistou o resultado por crer no valor da tradição e da sabedoria ancestral. Em suas aulas, busca repassar o aprendizado que assimilou nessas mais de duas décadas: a visão de mundo da capoeira. “A capoeira tem dois lados. O bem e o mal, o lúdico e o sério. Traz muita coisa para lidar com a vida. São coisas de base para o ser humano”, diz. Outro conhecimento que ela faz questão de transmitir é a importância da insistência e da constância. “Demora, não é fácil. Mas tem a resistência. Tudo que a gente consegue criar uma rotina é bom, segura a gente mais na terra, com o pé no chão. Ajuda a ser mais
Mineiro beat em Uberlândia
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mienirobeat
Neste domingo (5) vai rolar uma feira de brechós no bairro Floresta, em BH. É de 10h às 15h, na rua Taibares, 72. Serão 40 expositores e os produtos terão o preço máximo de R$ 39,90. A entrada é gratuita.
Tá chegando a 14ª Parada do Orgulho LGBT de Contagem! Vai ser no domingo (5), de 12h às 20h, com concentração na Praça Nossa Senhora da Glória, bairro Eldorado. A passeata começa às 16h.
O evento acontecerá nos dias 11 e 12, a partir das 14h, na área externa do Teatro Municipal. Entre as atrações estão Rincon Sapienza, Lenine, Francisco El Hombre, Pabllo Vittar, entre outros.
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A arte das mulheres atingidas por barragens estará exposta na ALMG até dia 17. A exposição reúne peças que retratam, em forma de bordado, os danos causados por grandes empreendimentos.
Belo Horizonte, 03 a 9 de agosto 2018
na geral
Uberlândia conquista 5 medalhas no JIMI
ESPORTE
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Curto e Gross
Valeu, Jujuca! Divulgação CBDA
Divulgação Futel
No final de julho, ocorreu na cidade de Sacramento a etapa microrregional do Triângulo dos Jogos do Interior de Minas (JIMI). A competição contou com equipes do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, totalizando 17 cidades. Uberlândia subiu ao pódio cinco vezes. Conquistou a medalha de bronze no vôlei feminino e no basquete e handebol masculino, a prata no futsal feminino e também foi campeã no vôlei masculino, derrotando a equipe de Patos de Minas na final.
Encontro de colecionadores
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No próximo fim de semana, em BH, colecionadores de camisas e fãs de futebol: realizam seu 15º encontro. Além da troca de camisas, haverá promoções na loja. A entrada é gratuita.
Primeira medalhista brasileira em mundial de ciclismo
Rodrigo Vasconcelos Brasil2016
A paranaense Jady Malavazzi conquistou a medalha de bronze na prova de contrarrelógio no Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada, classe WH3. A competição foi realizada em Maniago, Itália (classe WH3). Com o feito, ela se torna a primeira mulher brasileira a subir ao pódio na competição na handbike. Jady, que agora tem 23 anos, perdeu o movimento das pernas aos 13, em um acidente de automóvel. Após a recuperação, ela começou a jogar basquete em cadeira de rodas e, em 2011, migrou para o ciclismo. No Parapan de Guadalajara, a brasileira foi medalha de prata. (Com informações do CPB)
Jordânia Souza Há quase 30 anos, a pequena Jujuca caiu na água e começou a construir uma das mais brilhantes carreiras da natação brasileira. Dentro e fora das piscinas, a história de força, coragem e persistência inspira conquistas, sonhos e lutas. O mundo a conheceu como Joanna Maranhão. Aos 31 anos, ela encerra sua carreira na natação, após 17 defendendo as cores do Brasil nas piscinas. Pernambucana, a atleta iniciou sua trajetória no Clube Português do Recife. Como ela mesma afirma, “foi nas águas que encontrou sua essência e plenitude”. Com suas braçadas, colocou Pernambuco na história da natação e coleciona recordes que espera que sejam quebrados por novas atletas. E não são poucos. Em 2004, aos 17 anos, conquistou o 5º lugar nos Jogos Olímpicos de Atenas, na prova dos 400m medley, quebrando um jejum de mais de 65 anos, desde a nadadora Piedade Coutinho. Aliás, Joana e Piedade são até hoje as brasileiras com a melhor posição em uma final olímpica. Joanna também é a nadadora brasileira que mais esteve em Olimpíadas, com quatro participações. São 40 recordes batidos. Mas o que impressiona mesmo é ela ter alcançado todas essas marcas e vitórias enquanto enfrentava internamente um dos maiores dramas que uma mulher pode sofrer: o abuso sexual. Em 2008, revelou que foi vítima desse crime na infância. O medo e a culpa a aterrorizaram por muito tempo. No entanto, foi uma das primeiras a denunciar isso e ainda enfrentou críticas. Hoje, além de atleta determinada, é também forte atuante na defesa das mulheres e no desenvolvimento da natação feminina. É uma das vozes que se levantam contra a cultura do estupro e do machismo. Com sua ONG, a Infância Livre, roda o Brasil para dar palestras a jovens sobre abuso sexual e apoiar aqueles que passaram pelo problema. Pois é, a pequena Jujuca cresceu e se tornou grande como atleta e como mulher. Valeu, Jujuca! Vá em frente e inspire novas Joannas no esporte!
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Belo Horizonte, 3 a 9 de agosto 2018
Brasil lidera ranking de judô
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Satiro Sodré SSPress CBDA
Washington Alves Exemplus COB
Federação Internacional de Judô divulgou seu atual Ranking Mundial Sênior, A após o Grand Prix de Zagreb, na Croácia. O judô brasileiro lidera em duas categorias, com duas judocas gaúchas. Mayra Aguiar (foto) é a número um do mundo no meio-pesado feminino (78kg) e Maria Portela lidera no peso médio (70kg). Outros três brasileiros ocupam posições no Top 3. São os pesados David Moura (2º) e Rafael Silva (3º), do Mato Grosso, e a meio-leve Érika Miranda (3º), de Brasília.
“O que posso falar para as meninas que vão ficar é que destruam todos os recordes que estão em meu nome. Se sou digna de alguma homenagem, que elas superem todos os meus recordes” Joanna Maranhão, maior recordista brasileira da história da natação, que, aos 31 anos, anunciou sua aposentadoria das competições.
Gol de placa A ponteiro do Praia Clube, Fernanda Garay, retorna à Seleção Brasileira feminina de vôlei, após dois anos afastada. Seu último jogo pela Seleção foi nas Olimpíadas do Rio 2016. A gaúcha vai disputar o Mundial do Japão, que será realizado entre 29 de setembro e 20 de outubro.
Gol contra O atleta suíço Pascal Mancini publicou um vídeo comparando jogadores negros da Seleção Francesa de futebol a macacos. Pelo ato racista, a Federação Suíça cassou a licença de Mancini, que não poderá disputar o Campeonato Europeu de Atletismo.
Decacampeão
É Galo doido
La Bestia Negra
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Giovanna Fantoni
Em apenas dois jogos e menos de uma semana de treinamento, o novo treinador do América, Adilson Batista, já conseguiu resgatar a esperança dos jogadores e da torcida em manter o time na Série A. Contra Internacional e Santos, duas suadas e imDecacampeão portantíssimas vitórias. Embora o time tenha cometido muitos erros de passe e de posicionamento e sentido a falta de peças de qualidade no meio campo e ataque, prevaleceu o espírito competitivo e aguerrido, características marcantes de Adilson Batista, que irradiam para o grupo. A sua postura incansável ao lado do campo durante os 90 minutos ajuda a manter o time ligado e com vontade de vencer. E, por enquanto, tem funcionado.
Com tantas alterações no elenco, era de se esperar a queda de rendimento do Atlético no pós-Copa do Mundo. Assustam os gols sofridos nos acréscimos, como ocorreram contra Palmeiras e Bahia. A situação pode se agravar se o time continuar sem vencer fora de É ameaça Galo doido! BH. Seria uma à pretensão do Galo na temporada, limitada a uma vaga na Libertadores ou, quem sabe, o tão sonhado título brasileiro. O técnico Thiago Larghi diz confiar nos zagueiros. Para ele, a defesa faz sua parte, com ou sem Leonardo Silva, já próximo dos 40 anos e, ainda assim, o mais eficiente dos defensores alvinegros. O próximo confronto será no Independência, contra o Santos. Não é permitido vacilar.
Previsível, mas letal. Assim defino o Cruzeiro na Copa do Brasil. O time não joga um grande futebol, não cria muitas oportunidades de gol, mas, no momento certo, vai lá e decide. Isso graças, sobretudo, ao atacante Raniel. Foi assim com o AtléticoBestia -PR e com oLa Santos. ComNegra o resultado favorável, na volta, dia 15, acho que o Cruzeiro entra fechado contra o Peixe, esperando o momento de finalizar e fechar o caixão. Não é jogo que o torcedor gosta de ver, mas é como o Mano administra a participação em três diferentes competições, com um calendário tão desgastante. No meio da semana, a gente pega o Flamengo na mais importante delas, a Libertadores, que é nossa prioridade.