PDF da edição 249 do Brasil de Fato MG

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Divulgação

Minas Gerais

Gilvan de Souza / Flamengo

Dramaturgo, lutador do povo

Habilidade, sorte e coração

O teatro se despe de uma de suas mais expressivas figuras, João das Neves

Cruzeiro perde gols, mas passa de fase com gordurinha do Maracanã

CULTURA 14

ESPORTES 16

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro de 2018 • edição 249 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Lula Marques / Liderança do PT na Câmara

ELEIÇÕES 2018

Comunicação e eleições Só dois programas aprofundam na democratização na mídia BRASIL 9 ARTIGO: Imprensa faz pior cobertura de todos os tempos OPINIÃO 6 Pedro Ventura / Agência Brasília

Golpe não para Terceirização irrestrita aprovada BRASIL 9 Reforma vai piorar Ensino Médio BRASIL, 8

Um quer esconder, outro quer mostrar Anastasia tenta se descolar de Aécio

Para atender prioridades do povo, só com reversão de medidas de Temer I BRASIL 11

MINAS 5 Pimentel quer colar na campanha da Dilma MINAS 5


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

Editorial | Brasil

Golpe segue em curso contra o povo, apesar da crise eleitoral da direita

ESPAÇO DOS LEITORES

“Conscientização já, mineiros! Essa turma NUNCA MAIS!” Diusa Helena Silva comenta o editorial “É preciso derrotar as forças do atraso em Minas Gerais” _________ “Agradeço a tod@s pela homenagem recebida. Me orgulho de ser um d@s divulgador@s deste importante instrumento de comunicação da e para a classe trabalhadora” _________ Jair Gopefi escreve sobre a festa de cinco anos do Brasil de Fato Minas Gerais, que homenageou oito pessoas fundamentais para a história do jornal. __________ “Vale a luta, guerreiros!” Ruberval Garcia de Moraes comenta o encerramento, após 26 dias, da greve de fome de sete lutadores do povo, em denúncia aos retrocessos em curso no Brasil depois do golpe de 2016

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

No dia 31 de agosto de 2016 aconteceu o impeachment de Dilma Rousseff sem provas, fato que ficou conhecido em todo o mundo como um golpe. Completando dois anos nesta semana, fica claro que o golpe está em curso, é um processo em andamento, e segue aplicando seu programa antipopular. Basta vermos a aprovação pelo STF da legalidade da terceirização irrestrita. O golpe é alicerçado na aplicação de um projeto que foi derrotado nas urnas em 2014. As ideias neoliberais do livre mercado, menos direitos, menos políticas públicas, menos Estado, e menos intervenção na economia - representadas na candida-

Não bastará ganhar as eleições, só grandes mobilizações derrotarão o golpe tura de Aécio Neves (PSDB) - perdeu as eleições. No entanto, com Temer presidente é esse projeto que está sendo implementado. O afastamento de Dilma Rousseff foi alcançado graças à unificação de parcelas do Judiciário (“com o STF com tudo”, conforme dito por Romero Jucá), grandes empresários, Ministério Público, Polícia Federal e os meios de comunicação comerciais, com Rede Globo à frente. Essa aliança segue firme buscando demonizar a esquerda e garantir a vitória nas eleições de 2018 de alguém que siga seu programa, seja Alckmin, Bolsonaro, Marina ou Álvaro Dias.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

Derrotar os candidatos de Temer e melhorar a vida A esquerda, caso ganhe as eleições deste ano, terá que lidar com um golpe ainda em curso. Para conseguir melhorar a vida das pessoas,

Aliança das elites segue firme demonizando a esquerda não terá outro caminho senão mobilizar os trabalhadores para lutarem por seus direitos. Será preciso enfrentar o poder econômico, a Globo e parcela do Judiciário, se quisermos revogar o congelamento dos investimentos e a reforma trabalhista. É bem verdade que a direita está com muitas dificuldades de emplacar seu candidato, e não titubeará em apostar em outro, como Marina ou Bolsonaro, se o candidato tucano não deslanchar. O povo não quer ninguém que cheire a Temer. E está tendo a coragem de derrotar a Globo e a elite do país ao declarar voto em um preso político, alvo de ataques diários da mídia há muitos anos. É de grande importância a vitória da esquerda, com a chapa Lula/Haddad/Manuela nestas eleições. Sobretudo pela derrota das forças do atraso. Ganhando as eleições, será preciso dobrar os esforços para garantir a posse, e muita mobilização de rua para garantir a implementação de medidas populares, que só virão com a convocação de uma nova Constituinte que reforme profundamente nosso sistema político.

REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatomg CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983

conselho editorial minas gerais: Adriano Pereira Santos, Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Marcelo Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes, Thainá Nogueira e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Bruno Mateus, Diego Silveira, Fabrício Farias, Felipe Marcelino, João Paulo Cunha, Jordânia, Souza, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Taciana Dutra. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.


? PERGUNTA DA SEMANA

A desigualdade no Brasil volta a aumentar. Segundo o PNAD, 1% da população vive com R$ 27 mil por mês, enquanto 50% vive com menos de um salário mínimo. Para denunciar isso, o Grito dos Excluídos, em 7 de setembro, trará o lema “Desigualdade gera violência”.

E você, também acha que a desigualdade provoca mais criminalidade?

Pelo que eu tenho lido, a situação das pessoas vai ficando cada vez mais difícil e não tem uma ação eficiente do poder público, nem no básico. As pessoas ficam mais à mercê da pobreza. Eu não gostaria de dizer que leva à criminalidade, mas as coisas vão tomando certos rumos.

Acho que sim. As pessoas tendo menos acesso à renda, vão procurar uma forma de se sustentar, que em alguns casos é ir para a criminalidade. Isso tem tudo a ver com o desemprego que está muito grande.

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

GERAL

Declaração da Semana

3 Divulgação

“Não é fácil ser mulher lésbica em qualquer meio, nós ainda temos muito pra conquistar, pra transformar” Escreveu a cantora maranhense Aíla em seu Instagram, junto a uma foto sua e de Roberta Carvalho, sua namorada. Uma lembrança ao Dia da Visibilidade Lésbica – 29 de agosto

TV BdF: uma análise diferente da política mineira Mídia NINJA

Renzo Morais, empresário

Andressa Damares, secretária

O Brasil de Fato MG começa um programa de transmissão ao vivo para conversar sobre as eleições em Minas Gerais. Sabendo que a maioria dos jornais não vai mostrar os políticos que estão retirando os direitos da população, não vai explicar a importância do voto, a nossa equipe resolveu encarar o desafio! Todas as terças-feiras, às 17h, você pode assistir ao vivo em www.facebook.com/brasildefatomg. Cada semana trataremos de um tema diferente. O projeto é uma parceria com a Frente Brasil Popular Minas.

Gosta de açaí?

O açaí é muito abundante na região Amazônica. O Pará é o maior produtor nacional e também um dos grandes consumidores da fruta. Muito nutritivo, o açaí é rico em antioxidantes, anti-inflamatórios e até previne câncer. No entanto, essas propriedades são encontradas na forma natural da fruta, como é consumido no Pará. Lá se come açaí com peixe, carne seca e farinha. Bem diferente do açaí doce e acompanhado de granola e leite condensado, encontrado em outros lugares do país. Dessa forma, o açaí possui conservantes e até corantes. Não dá para ter certeza se a cor roxa vem mesmo só das frutinhas!


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CIDADES

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

Prefeitura de BH intensificou recolhimento de pertences de população de rua POLÍTICA PÚBLICA A Movimentos afirmam que ações são insuficientes e número de pessoas na rua não para de aumentar Marcelo Camargo / ABr

Raíssa Lopes

A

política da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para tratar as pessoas em situação de rua voltou à tona nos últimos meses, a partir de uma intensificação de ações como o recolhimento de pertences e investimentos em abrigos. As práticas são antigas e eram muito criticadas na gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), que esteve à frente do Executivo do município por oito anos, deixando o posto em 2016. Os movimentos e organizações que acompanham essa população avaliam que, até o momento, a administração do prefeito Kalil (PHS) não avançou no setor e que a atuação escolhida não colabora para resolver o problema, ou seja, não faz com que as pessoas tenham condição e desejo de sair das ruas. Número alarmante Com a crise, Belo Horizonte vive uma realidade de crescimento do número de pessoas que vivem na rua. De acordo com a última pesquisa do Cadastro Único para Programas Sociais (CADÚnico), em 2017 foram contabilizados 4553 moradores de rua. Os dados anteriores, de 2013, apontavam 1830. Para o coordenador do Movimento Nacional da População de Rua, Samuel Rodrigues, é necessária uma mudança de postura do poder público para que a contagem pare de aumentar. “Houve algum progresso de diálogo com a prefeitura, mas o que pesa nisso

Em 2017 foram contabilizados 4553 moradores de rua. Em 2013, eram 1830

tudo é que a estrutura da cidade ainda trabalha no sentido da retirada [de pessoas e de pertences]”, declara. Ele aponta que a oferta de serviço de acolhimento é pequena, com aproximadamente mil vagas no total de unidades, e que mesmo assim, as políticas públicas não deveriam focar apenas no investimento em abrigos - instituições necessárias, mas que atendem situações emergenciais e temporárias. “A lógica atual é um serviço de assistência. Não existe perspectiva de pensar por exemplo a habitação, a cultura, a educação, empregos. Coisas que possam reduzir os danos dessa população e diminuir o número de pessoas na rua”, analisa. Recolhimento de pertences De acordo com Aléxa Rodrigues do Vale, do Fórum da População de Rua, a apreensão dos pertences é invasiva. “Essa ação está acontecendo em toda a cidade e implica na não dignidade. Eles recolhem pa-

pelão porque é classificado como algo que não serve, mas é um item de sobrevivência, que tampa do frio, do vento. Estamos vendo famílias inteiras indo para as ruas, coisas que a gente não via há um tempo. No entanto, a forma como a prefeitura responde é tentando ‘limpar’ a cidade, muitas vezes, infelizmente, pressionada pelo comércio e pela sociedade civil”, relata. Ela ressalta que a única consequência desta medida é que as pessoas migrem

para outros lugares, talvez mais distantes, mas que elas continuam na rua. Como proposta, tanto o Movimento Nacional da População de Rua como o Fórum da População de Rua defendem uma política intersetorial, pensada e executada estrategicamente por diversas áreas e profissionais do governo. Resposta Por meio de nota, a PBH informou que o recolhimento dos bens das pessoas em situação de rua é realizado

se os objetos estão “impedindo o livre trânsito, acesso e uso comum” da população e que é garantida aos moradores a posse dos pertences pessoais, desde que não sejam muito grandes. Porém, papelão, arames, carvão e lonas são recolhidos pela SLU por serem denominados “materiais inservíveis”. A instituição comunicou que além do serviço de Assistência Social, está construindo o Plano Municipal Intersetorial de Atendimento à População em Situação de Rua, que prevê medidas em áreas como saúde, educação, moradia, inclusão produtiva e socioassistenciais. Enquanto isso, continuará com as ações imediatas, como a ampliação de vagas, criação de centros de referência e contratação de educadores sociais.

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Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

Concorrentes em 2014, Aécio e Dilma BRASIL cumprem papéis distintos em 2018

is projetos se enfrentam ELEIÇÕES Campanha de Anastasia não mostra relação com tucano, enquanto Pimentel tenta colar na ex-presidenta Reprodução

MINAS

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LEIA NO SITE Camelôs de BH se dizem abandonados e oprimidos pela prefeitura

ção do dirigente do PSDB, mas prejudicou sua imagem. Além disso, os irmãos Neves tornaram-se https://goo.gl/YAVKpx réus no Supremo Tribunal Federal por corrupção Em meio à volta da passiva e obstrução de fome, observatório da Justiça, acusados de pedir propina de R$ 2 milhões desigualdade é lançaa Joesley. Aécio não cando em MG didatou-se à reeleição no https://goo.gl/ksxgE5 Senado, mas a deputado federal, cargo considerado menor para um ex-goPolêmica na eleição vernador. de reitor para UFTM Aécio não compareceu https://goo.gl/p8MBnK ao lançamento da candidatura de Anastasia, no dia 14 de maio, na convenção de seu partido. “Trabalhei com o Aécio como secretário de estado, vice-governador e fizemos muitas Pimentel ações por Minas Gerais, e foi ministro foi feito.entre Agora a cirAécio candidatou-se aoturno Se- polarizado com clara demarcaçãomuito puta entre Dilma e Aécio, Da a população um segundo da diferença dois projetos. redação acompanha dos pela rivalidade e por acusações de nado, “é mentira” , exigem atenção do eleitor. O Brasil de Fato foicunstância atrás das informações é outra, dife- de Dilma e enquanto seumais aliado e rente daquele período. Mi- agora procura á quatro anos, Aécio vice disputava o governo de nha eventual administra- aproximar sua Neves (PSDB) e Dilma Minas. “Amigo que é amigo, Anastasia foi ção será inovadora. Ele faz campanha da exa gente confia. Eu quero AéS Rousseff (PT) travavam uma 4 MINAS 3 CIDADES secretário e vicecampanha a deputado fe- presidenta cio, quero Anastasia. Ele sabe das mais duras disputas pela governador de deral e eu faço campanha presidência da República. o que é progresso, ele é proao governo “, disse Anasta- bido críticas de alguns de Na mesma época, seus res- fessor. Aécio aprova Anasta- Aécio; os dois sia, em entrevista à Rádio seus aliados. Ao disputar a pectivos aliados em Minas, sia pra governador”, cantava foram eleitos Super, após ser pergunta- reeleição ao governo de Mio tucano Antonio Anastasia o músico André Valadão em senadores, mas onteceram após maApresentações artísticas animam Defesa Civil anuncia que mais 4 mudo sobre a relação com seu nas, ele tenta nacionalizar jingle de campanha. e o petista Fernando Pimenagoraentraram não são travam problemas do Parada LGBT e Em conquistam mais nicípios mineiros em situcorreligionário. a campanha, explorando o 2014, então presidentel, venciam relativaEvento fa- fez parte da 10ª Se- ação de emergência. vistos juntos Neves. Controle atingecom público. Racionamento tema do golpe e suas consete Orgulho do PSDB, Aécio Neves foi a ser realidade no estado cilidade as eleições deCultural outu- do grandes veículos mana começa mais quências na vida dos mineiDilma e Pimentel bro de 2014, para senador e candidato ao governo fedePor outro lado, a estraté- ros. Não por acaso, Pimengovernador, respectivamen- ral e Anastasia fez campa- A Polícia Federal vazou conte. Agora, a presidenta e seu nha para ele em Minas, ao versas do tucano com alia- gia de campanha do gover- tel e Dilma subiram juntos principal adversário cum- mesmo tempo em que con- dos políticos, levantando nador Fernando Pimen- ao palanque na terça-feiprem papéis opostos no plei- corria ao Senado. Aécio foi a suspeita de condutas ilí- tel (PT) é aproximar-se da ra (28), em Belo Horizonte, derrotado no segundo turno citas. Eram conversas com presidenta Dilma Rousseff durante ato pela candidatuto de 2018. por Dilma Rousseff, que de- sua irmã, Andrea Neves, o (PT), candidata ao Senado ra de Lula. “Minas é o estado mais pois seria deposta em pro- empresário Joesley Batis- por Minas. Depois que ela Aécio e Anastasia Além de serem do mes- cesso do qual Anastasia foi ta, o ex-governador do Pa- foi afastada sem crime de parecido com o Brasil, um mo partido, os dois tucanos relator no Senado. Os dois – raná, Beto Richa (PSDB), e responsabilidade, sua po- estado rico, com uma pohá tempos estabelecem uma bem como seu aliado, o se- Perrella, entre outros. “A sua pularidade e do ex-presi- pulação mais pobre do que estreita colaboração no es- nador Zezé Perrela (MDB) [campanha] foi financiada dente Lula têm crescido na deveria ser. O Brasil é astado. Anastasia foi secretá- - votaram juntos pela saí- exatamente como a minha razão direta do fracasso do sim, rico, com uma população empobrecida desnecesrio de Aécio em seu primei- da de Dilma, ajudando Te- e do Anastasia”, disse Aécio governo Temer. Pimentel, por sua vez, so- sariamente. Eu vim aqui luro mantado como governa- mer (MDB) a chegar à pre- a Perrella, em uma das ligafre desgaste político, em tar por Minas e pelo Brasil”, ções grampeadas. dor (2003-2007) e vice-go- sidência. Em 2017, a carreira de Aéfunção da crise financei- declarou a presidenta, duO escândalo não levou vernador no segundo mandato (2007-2010). Em 2010, cio sofreu uma reviravolta. à cassação ou condena- ra do estado, e tem rece- rante a manifestação.

H

tas LGBT nas ruas am censura em Uberlândia

Seca é preocupação em 181 cidades


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

Opinião

Facejornalismo domina a eleição João Paulo Cunha O que esperar da cobertura de uma campanha eleitoral? Apresentação de ideias, confronto entre propostas e trajetória do candidato, debate público em torno de temas relevantes, informação atualizada e confiável, pluralidade de análises. Em outras palavras, o bom e velho jornalismo. Sob o signo das mídias sociais - com seu grau de irracionalidade, exibição narcísica e superficialidade a imprensa tem se mostrado cada vez menos capaz de cumprir sua função histórica. Se as redes se tornaram um cenário inevitável de campanha, sua linguagem e espírito se transformaram em paradigma para o jornalismo dos nossos dias, ou melhor, para o facejornalismo. Quem tem acompanhado a cobertura eleitoral pela televisão, tanto aberta quanto paga, sabe o que isso significa. A sequência de entrevistas de candidatos é uma triste vitrine da decomposição do jornalismo. O foco não é o cidadão, o objetivo não é esclarecer, a atuação dos profissionais não carrega elementos mí-

Na cobertura rasteira, o caminho é generalizar: todo mundo é corrupto, o Estado é o inimigo, a política é a raiz do mal. nimos de sua profissão – a ética na conduta, a coragem na abordagem e a boa informação como alicerce. Tudo precisa ser traduzido na lógica do imediato, na fórmula de fácil enunciação e entendimento, na conquista imediata de seus seguidores. O melhor é generalizar: todo mundo é corrupto, o Estado é o inimigo, a política é a raiz do mal. Fala-se para o próprio umbigo e suas derivações em formas de curtidas e carinhas. A concordância ou divergência não são atos intelectuais, mas operações nervosas acionadas pelas pontas dos dedos.

O programa existe para reforçar a estratégia de mercado da empresa, não para contribuir para o esclarecimento do público. Nesse jogo, cada emissora faz da capacidade de levar o candidato a seu estúdio uma prova de prestígio. Que é tão maior quanto mais o candidato é maltratado e não tem tempo para responder de forma adequada. Nesse momento, vale tudo: machismo, ironia e grosseria. Outro repertório que o “face” legou ao jornalismo foi o incentivo ao despreparo. Numa ética da lacração e do efeito imediato, os profissionais perderam o compromisso com sua tarefa de fazer avançar o debate. Bons jornalistas não precisam falar muito, mas falar o necessário. Não precisam agredir, mas confrontar civilizadamente com informação bem trabalhada. Uma boa entrevista tem ao seu fim declarações importantes, para o bem e para o mal, e não memes com entrevistadores galãs ou mocinhas indignadas. Possivelmente estamos acompanhando a pior cobertura jornalística de todas as campanhas da nossa história recente. Isso é um aviso para o jornalismo. Mas pode ser um alerta para a democracia.

Comemorações do Dia da Psicóloga abrem espaço para a defesa do SUS SAÚDE Mostra promovida em Belo Horizonte destaca participação da profissão nas políticas públicas Nello Aun

Ana Luíza Lima e Cristina Ribeiro

N

a segunda (27), a psicologia completou 56 anos como profissão regulamentada no Brasil. Para celebrar a data, o Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG) promoveu a IV Mostra de Práticas de Psicologia, na Praça da Assembleia, em BH. O evento contou com a apresentação de mais de 120 práticas de psicólogas e psicólogos de todo o estado e cerca de 80% dos trabalhos se relacionavam com as políticas públicas, em especial, com o Sistema Único de Saúde (SUS). “A falta de consciência de classe, especialmente entre profissionais liberais, facilita

o corte de verbas em diversas áreas, como na rede de saúde, de atenção psicossocial, de educação e de assistência

EC 95 prejudica mais de 85% da população, que hoje depende do SUS

social”, avalia a conselheira do CRP-MG Odila Braga. A psicóloga e presidenta do Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerais (Psind-MG), Lourdes Machado, lembra que os profissionais da Psicologia desempenharam importante papel na construção do SUS há 30 anos, especialmente ao protagonizar a luta pelo fim dos manicômios. Atualmente, além

de atuar na ponta, executando as políticas públicas, a categoria participa de espaços estratégicos para formulação dessas políticas: os conselhos de saúde. “Defender o SUS é defender a vida”, diz. A psicóloga e doutora em Educação Ana Rita Trajano conduziu a roda de conversa “Em defesa do SUS como direito do povo brasileiro”. Os participantes dialogaram sobre como a política abrange toda a população e como isso está ameaçado. Ana Rita lembrou as graves consequências da Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos os recursos para a saúde pública e prejudica mais de 85% da população do Brasil, que hoje depende do SUS. “Já perdemos

milhões de reais desde a criação da emenda. Sentimos os efeitos disso, por exemplo, no interior: psicólogas e psicólogos que aposentam e não são substituídos. Não há abertura de concurso público e quando algum profissional é contratado, se dá por regime de contrato provisório”, relata. “O SUS hoje está sofrendo com a política neoliberal, que transforma o seu sentido original, que é o da saúde universal pública, humanizada, de qualidade e resolutiva, que atende às necessidades da população”, denuncia. A psicóloga explica que o SUS não se resume à assistência médica, mas também é responsável pela vigilância sanitária, imunização e prevenção de doenças.


OPINIÃO

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018 Fernando Frazão / Agência Brasil

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Eni Carajá Filho

Vicentão: exemplo de vida e de luta

Meu voto é por direitos, e o seu? O voto é um instrumento valioso de exercício de cidadania diante do desemprego, da entrega do nosso patrimônio, da ameaça à soberania nacional, do fim de direitos da classe trabalhadora, da redução de investimentos na saúde, educação e segurança públicas. Mas na onda de usurpação de direitos, o direito ao voto também está em risco. Não faltam oportunistas de plantão na mídia fazendo de tudo para que você desista também do direito ao voto. Querem que você acredite que o país não tem jeito, que você deve é ficar quieto, trabalhar feito escravo, receber uma ninharia e ainda achar que está muito bom conseguir sobreviver. Tudo isso faz parte do golpe Legislativo, Jurídico e midiático, que começou logo depois das eleições, quando Dilma foi eleita presidenta e a turma perdedora não conseguiu engolir. Arquitetaram o golpe com a demonização da esquerda e da política, a satanização de Dilma Rousseff e o impeachment em 2016, a prisão sem provas de Lula, em ações que fizeram com que hoje vivamos um dos maiores retrocessos econômico, social e cultural da história do país. Parece que estamos voltando ao século 19 nas relaQuerem que ções de trabalho, com a reforma trabalhista, que precarizou o emprego, acabou com vagas e provocou ín- você mantenha dices de desemprego alarmantes. A despolitização do um Congresso processo eleitoral faz parte do golpe para que, nova- comprometido mente, você não escolha seus representantes no Con- com os ricos gresso Nacional, permitindo que sua composição continue a mesma: conservador, comprometido com o lucro de poucos, a concentração de renda, mesmo que isso represente a miséria do povo. O voto foi uma conquista de muita luta e do derramamento de sangue de muitos lutadores contra todo o tipo de opressão. Exerça seu direito ao voto! Rogerio Hilário é diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e assessor de comunicação da CUT MG.

Eni Carajá Filho é diretor do Sindsaúde e presidente da Federação das Associações de Deficientes de Minas Gerais

ACOMPANHANDO

Rogério Hilário

Ao tentar recobrar a memória sobre a figura enigmática e marcante do senhor Vicente Gonçalves, retorno a um passado longínquo. O popular Vicentão deixou um legado na vida do povo operário, lutador, desprovido de moradia e de condições básicas de sobrevivência. Meu pai, o indígena Eni Carajá, falecido em 1973, sempre trabalhava a argila com um grupo de homens que faziam adobes, entre eles Vicentão. Conversavam em local descampado, falavam de coisas estranhas, com palavras difíceis. José de Magalhães Pinto, que era banqueiro e da Associação Comercial de Minas Gerais e também governador de Minas, perseguia aqueles moços. Eles haviam constituído a Federação das Favelas da União dos Trabalhadores da Periferia UTP e também atuavam no movimento estudantil e lutavam por moradia digna. E esse ex-governador ofertou as baias do Parque de Exposições da Gameleira para moradia provisória dos “sem casa”, isso em 1962, e assim surgiu uma revolta não registrada na história. Vicentão idealizava que o acesso à terra deveria vir acompanhado de infraestrutura, escolas, saneamento, igrejas dentre outros. Os tais moços, considerados estudantes subversivos, liderados por Vicentão, decidiram derrubar eucalip- Líder popular, tos e construir as cabanas, fez história e choupanas e barracos. A extensão desta luta vito- formou cidadãos riosa chegaria à Vila Oeste, Vila Embaúbas, Pedreira, Fundo da Colina, Vista Alegre, Madre Gertrudes, Nova Gameleira. Vira e mexe ele era preso no DOPS. Vicentão foi um líder inspirador e, com sua equipe e a comunidade da Cabana, produziram cidadãos críticos, sempre atuando no apoio às lutas sociais e libertárias. Vicentão não morreu. Se encantou nessa trajetória em defesa dos que mais necessitam.

Na edição 234 ... “18 de maio é dia de dizer ‘não’ aos manicômios” E agora... Governo aumenta verba para leitos manicomiais O governo de Michel Temer oferece mais um grande retrocesso à população brasileira. O Ministério da Saúde anunciou que o valor pago para internação psiquiátrica vai aumentar em 60%, enquanto o orçamento para o serviço em liberdade vai cair. A medida é considerada extremamente perigosa por médicos e outros profissionais da saúde mental, porque estimula que o Brasil retorne a ter manicômios e hospícios.


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BRASIL

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

Reforma do ensino médio restringe acesso de estudante de escola pública a conhecimento DIREITOS Aprovada pelo governo golpista, mudança na educação é criticada por educadores, pesquisadores e estudantes Reprodução

Larissa Costa

P

ara protestar contra a reforma do ensino médio, estudantes de escolas públicas se reuniram em São Paulo, na quinta (30), na Avenida Paulista. Além de reivindicarem mais investimentos na educação e valorização dos profissionais, eles questionaram a legitimidade do governo federal e afirmaram que não foram ouvidos durante a aprovação da medida. Nesse mesmo dia, quinta (30), constava na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) a votação da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 5599, medida que questiona a Lei 13.415/2017, que trata da reforma do ensino médio no Brasil. A Adin foi requerida pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) no segundo semestre do ano passado. Até o fechamento desta edição, o STF não havia tomado uma decisão. A reforma do ensino médio, a Lei 13.415, foi sancionada por Michel Temer em fevereiro de 2017, após passar por aprovação do Congresso. No entanto, a proposta tramitou como Medida Provisória (MP), sendo transformada em lei posteriormente. Esse fato é um dos argumentos que justificam sua inconstitucionalidade,

Educador afirma que projeto do governo aponta saída conservadora

de acordo com André Maimoni, advogado do PSOL. Para ele, uma reforma importante e complexa como essa não deve ser tratada de forma acelerada, em 120 dias, como prevê uma MP. “Urgência não pode ser confundida com atropelo. Se isso acontece, na verdade se está tratando com menosprezo, com menor importância uma matéria fundamental, que é a educação. O governo foi absolutamente irresponsável”, afirma. Contrarreforma A Lei 13.415 reestrutura o ensino médio das escolas públicas estaduais e altera modalidades articuladas ao sistema educacional brasileiro, como a profissionalização. Entre os argumentos que justificaram a medida, o governo alega que o ensino médio não é atrativo, não dialoga com a realidade dos jovens e tem taxas de evasão muito altas. Na opinião do professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Lucas Barbosa Pelissari, o governo aponta para uma saída conservadora que tende

Únicos conteúdos obrigatórios são matemática e linguagens para o aumento da desigualdade social. “O ensino médio é um nó porque sintetiza contradições da sociedade brasileira. Existe um ensino para a classe trabalhadora e um outro para os filhos da burguesia e das classes médias, que são aqueles que vão se preparar para o ensino superior”, aponta.

Fábio Garrido, diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/ MG), ressalta que a reforma, na prática, restringe o acesso do estudante de escola pública a diversos conteúdos disciplinares. Conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – que define os currículos a serem adotados pelas escolas – os únicos conteúdos obrigatórios passam a ser matemática e linguagens. Os demais conteúdos, como história, física, química, geografia etc. aparecem diluídos em áreas de conhecimento, denominadas “itinerários formativos”, e podem não ser ofertados pela escola, pois vai depender do arranjo curricular adotado pela instituição. Os estudantes poderão escolher qual desses itinerários vai cursar, por exemplo se vai optar por ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas ou formação técnica e profissional. “Apesar de o governo federal falar que vai garantir para todos a escolha do itinerário formativo, não é bem assim. O Estado pode escolher qual itinerário vai ofertar, que pode

ser um profissionalizante de baixa qualidade, por causa da redução de investimentos. A reforma e a BNCC restringem o acesso ao conhecimento”, questiona Fábio. A BNCC é um instrumento de aplicação da reforma do ensino médio. Homologada em dezembro de 2017 pelo Ministério da Educação, atualmente tramita no Conselho Nacional de Educação.

O QUE MUDA COM A REFORMA DO ENSINO MÉDIO: - O currículo será definido pela BNCC - Somente matemática e linguagens serão disciplinas obrigatórias - As outras disciplinas serão ofertadas dentro dos itinerários formativos, que as escolas podem ofertar ou não. Um dos itinerários é a formação profissional. - Estabelece escolas em tempo integral

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CNPJ - 31.243.441/0001-48

R$ 400,00

COLIGAÇÃO JUNTOS COM O POVO: PT/PCDOB/PSB/PR/DC

PT

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Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

BRASIL

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Apenas dois candidatos apresentam propostas para democratizar as comunicações no Brasil MONOPÓLIO Reportagem do Brasil de Fato analisou todos os programas de governo registrados no TSE EBC

Pedro Rafael Vilela, de Brasília

A

pesar de ter um dos sistemas de mídia e telecomunicações mais concentrados do planeta, somente dois dos 13 candidatos à presidência da República apresentaram propostas para o setor. O Brasil de Fato analisou todos os programas de governo registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e verificou que os únicos a abordarem o assunto com propostas concretas são Guilherme Boulos (PSOL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nem mesmo políticas de inclusão digital, como o acesso à internet - que é inexistente para uma grande parte da população -, foi pautado pelas demais candidaturas. A grande maioria dos candidatos, oito no total, nem sequer fazem menção ao assun-

Os únicos que apresentaram propostas concretas para democratizar a mídia são Boulos e Lula

to em suas propostas. São os casos de Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoedo (Partido Novo), Henrique Meirelles (MDB), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (PSDC) e Vera Lúcia (PSTU). Todos eles ignoraram o tema em seus programas. A candidata Marina Silva (Rede) fala, em um trecho de seu programa de 24 páginas, que tem “o compromisso com a plena garantia do direito à liberdade de expressão que será promovido e respeitado em todas as suas dimensões, incluindo a liberdade de imprensa e o direito à comunicação, direito de cada cidadão de informar, se informar e ser informado”. Mesmo com a referência, não há detalhamento de propostas para efetivamente garantir esses direitos. No programa de Ciro Gomes, que tem 62 páginas, há uma única referência ao tema, mas relacionada à internet. O candidato promete implementar os objetivos e estratégias da Política Nacional de Inclusão Digital “com vistas a promover a infraestrutura para acesso à internet, com a implantação de

Programas de Marina e Ciro Gomes apenas citam o tema, Bolsonaro aponta para manunteção dos monopólios banda larga para todos, dentro de uma seção com diretrizes para as políticas culturais”. O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), em seu programa de 81 páginas, resume em uma frase ser “contra qualquer regulação ou controle social da mídia”, sem explicitar exatamente o que isso significa. Na prática, o programa

aponta para a manutenção do atual modelo oligopolizado do sistema de comunicações do país. Nas mãos de poucos O programa mais detalhado sobre o assunto é de Guilherme Boulos, que dedica um capítulo inteiro de 23 páginas exclusivamente para tratar sobre “democratização das comunicações”. O programa do candidato tem 282 páginas, e é o maior entre os postulantes. Ele faz um diagnóstico amplo da situação da mídia no país, com ênfase no grave quadro de concentração do setor em poucos grupos econômicos. Outro programa que trata com mais detalhe do tema é o de Lula-Haddad. “Deve-se impedir monopólios e oligopólios diretos e indiretos, bem como impor limites à concentração dentro do mesmo mercado por meio de restrições à propriedade cruzada (controle de diferentes mídias) e à integração vertical (controle de diferentes atividades da mesma cadeia de valor), bem como vedação de toda e qualquer censura pública ou privada de natureza política, ideológica e artística”, ressalta o programa petista, que também fala em impedir que políticos Pedro Ribas / ANPr

com mandato ou agentes públicos controlem canais de rádio e televisão, o que também já é atualmente vedado pela Constituição. Apesar de constar no programa, o PT não conseguiu encaminhar essas questões quando esteve no governo. Os dois programas também falam da necessidade de se criar um órgão regulador, com autonomia, independência e participação social, para fiscalizar o setor no país, com o objetivo de impe-

PT e PSOL falam da criação de órgão regulador e defendem retomada da comunicação pública dir práticas monopolistas e que violem a liberdade de expressão e os preceitos constitucionais. Além disso, seriam reservadas outorgas de rádio e TV para emissoras comunitárias e públicas e um processo de democratização do acesso às verbas oficiais de publicidade. Comunicação pública Os dois candidatos de esquerda também prometem restabelecer o projeto de comunicação pública, com o fortalecimento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que tem vivido um processo de desmonte pelo governo Temer. A comunicação pública é uma exigência da Constituição Federal, como forma de garantir a complementaridade dos sistemas de comunicação do país, ao lado do setor privado e estatal.


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BRASIL

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

STF acata argumentos e interesses patronais e libera terceirização irrestrita DERROTA Voto decisivo foi dado por Celso de Mello, que se alinhou aos ministros que não viram prejuízo ao trabalhador Rosinei Coutinho / SCO STF

Rede Brasil Atual

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a quinta e última sessão para discutir o tema, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu liberar a terceirização, independentemente de setor ou atividade, como pediam representantes pa-

Maioria desconsiderou súmula que impedia terceirização de atividades-fim

tronais. Por 7 votos a 4, a Corte acolheu a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324, ajuizada pela Associação Brasileira do Agronegócio, e o Recurso Extraordinário (RE)

958.252, da empresa Cenibra, de Minas Gerais. O voto decisivo, o sexto, foi dado na tarde de quinta (30) pelo decano do STF, ministro Celso de Mello. Em meia hora de exposição, o decano se alinhou àqueles

que defendem a liberdade de contratação por parte das empresas. A maioria desconsiderou a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que vedava a terceirização em atividades-fim. Votaram pela terceirização irrrestrita os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux (relatores), Alexandre de Moraes, Dias Toffoli (futuro presidente do STF), Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Posicionaram-se contra Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello. Com o resultado já definido, a presidenta da Corte, Cár-

men Lúcia, fez um voto rápido, em poucos minutos, acompanhando a maioria. Cármen Lúcia discordou dos ministros que associavam a terceirização a uma precarização ou “degradação” do trabalho. Na semana passada, os dois relatores concordaram com o ponto de vista empresarial, considerando a prática lícita em todas as etapas da produção. O Ministério Público Federal também se manifestou contra a terceirização ilimitada, afirmando que trabalho não é “mercadoria”.

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ELEIÇÕES

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

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Candidatos prometem atender mais pobres, mas metade deles apoiou Temer na retirada de direitos PRESIDÊNCIA Para eleitores de baixa renda, prioridades são saúde, empregos e melhorar salário mínimo Ricardo Stuckert

Wallace Oliveira

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etade dos brasileiros sobrevivem com renda inferior a um salário mínimo (menos que R$ 954), segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE). Recente pesquisa do Ibope apontou que, entre os eleitores nessa faixa de renda, 39% veem a saúde como prioridade para o próximo go-

verno, 38% indicam o aumento do salário mínimo e 33% a geração de empregos. Com Temer (MDB), o número de desempregados passou de 11,4 milhões (maio de 2016) para 12,9 milhões (junho de 2018), de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio; o poder de compra do salário mínimo recuou ao nível de

2015. Não por acaso, todos os candidatos à Presidência dizem querer melhorar essas áreas. Entretanto, na prática, eles divergem em um ponto fundamental. Enquanto alguns defendem o fortalecimento do setor público, outro bloco tem atuado sistematicamente a favor das privatizações, corte de gastos sociais e redução da cobertura do Estado.

Não é possível atender mais pobres cortando no social Roberto Stuckert Filho

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maioria dos candidatos a presidente, apesar de prometer ampliar direitos, ajudaram Temer (MDB) na votação de medidas que retiram direitos. A primeira grande reforma estruturante após o golpe foi a Emenda Constitucional 95. Ela estabeleceu que, por duas décadas, a contar de 2017, fica proibido ao governo federal aumentar (acima da inflação) o gasto primário (saúde, educação, segurança, transporte, moradia, etc.), mesmo se a economia voltar a crescer. Só a saúde pode perder até R$ 900 bilhões por causa dessa emenda.

Dos atuais presidenciáveis, apenas Lula (PT), Ciro (PDT), Boulos (Psol), Vera (PSTU), Daciolo (Patriotas), João Goulart Filho (PPL) e Marina (Rede) foram e são contra a Emenda

95. Os demais votaram a favor, não são contra a emenda ou seus partidos votaram pela aprovação do teto dos gastos. O atual vice-líder nas pesquisas, deputado Jair Bolsonaro (PSL), vo-

tou a favor, assim como o partido do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). “Nenhum candidato que aponte o fortalecimento público dessas áreas é coerente, se ele votou a favor da Emenda Constitucional 95. Então, se um candidato não se compromete em revogar essa medida, não foi crítico ou votou a favor, ele está sinalizando para o eleitor que não vai prover esses serviços”, adverte a economista Juliane Furno. Ela acrescenta que é praticamente impossível gerar empregos, prover serviços

públicos de qualidade, ampliar os benefícios e sair da crise econômica cortando gastos na área social. Saúde, empregos e salários em alguns planos O plano de governo é uma exigência burocrática, um documento que deve, por lei, ser apresentado no registro da candidatura e que fica disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral. O plano contém as diretrizes do que o candidato pretende fazer, caso seja eleito. Não necessariamente essas propostas serão executadas. Confira algumas delas.

Lula (PT)

Geraldo Alckmin (PSDB)

Ciro Gomes (PDT)

Guilherme Boulos (Psol)

Jair Bolsonaro (PSL)

- Abolir medidas do governo golpista de Temer (MDB), como o teto de gastos (Emenda 95) e a reforma trabalhista, por meio de um referendo. - Plano Emergencial de Empregos para juventude e retomada de obras paralisadas do Minha Casa Minha Vida. - Redução de juros e criação de linhas de crédito com juros e prazos acessíveis. - Retomar política de reajuste do salário mínimo, considerando a reposição das perdas inflacionárias e o crescimento econômico.

- Privatizar empresas públicas. - Parcerias com setor privado na infraestrutura. - Abrir economia para que comércio exterior ocupe metade do PIB brasileiro. - Desenvolver turismo, indústria, agricultura e energia renovável no Norte e Nordeste.

- Regime de metas do Banco Central que mantenha, de maneira equilibrada, menor inflação possível sem sacrificar empregos. -Programa emergencial de empregos, priorizando áreas mais vulneráveis, a formalização dos trabalhadores e a capacitação. -Reduzir espera em atendimentos. -Investir na prevenção.

-Revogar reforma trabalhista. -Criar programa de obras públicas de mobilidade urbana, moradia, saneamento básico, saúde e energias renováveis. -Fortalecer empresas públicas, reverter privatizações. -Plebiscito para reverter teto dos gastos.

-Privatizações, concessões, venda de imóveis da União. -Ministério da Economia, juntando todas as funções dos Ministérios da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio. -Para combater mortalidade infantil, visitas das gestantes aos dentistas. -Redução de tributos sobre salários.


12 12 VARIEDADES

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

CIÊNCIA, COISA BOA! A AGROECOLOGIA TEM BASE CIENTÍFICA? (PARTE 1)

Divulgação / ASPTA

Amiga da Saúde Por que umas pessoas gostam mais de sexo que outras? Será por questões hormonais? Vilma Pires, 39 anos, cuidadora de idosos.

Pense em duas paredes, uma feita de tijolos e outra de borracha. Qual é a mais estável? Vejamos. Se você der um soco nelas provavelmente a de borracha sofrerá uma deformação, enquanto na de tijolo nada acontecerá, certo? Parece que a de tijolos é a mais estável então? Mas, após o soco, a parede de borracha retorna a seu formato. Se agora, ao invés do soco, você usar uma marreta: a de tijolos provavelmente quebrará. Já a de borracha se deformará mais, mas voltará novamente a ser o que era. Hum, então é a de borracha a mais estável! Esse exemplo nos ajuda a entender que a estabilidade de algo se relaciona tanto à sua resistência quanto à sua resiliência. A parede de tijolos é mais resistente, pois é mais difícil causar uma alteração em sua estrutura. Porém, a de borracha é a mais resiliente, pois consegue se recuperar mais fácil de uma perturbação. A estabilidade de algo está na combinação dessas duas características. Pensemos agora em termos biológicos. A floresta Amazônica é um exemplo de um ecossistema muito resistente. Tente criar um incêndio nela e provavelmente você e seus fósforos terminarão encharcados. Estabilidade Mas, uma vez destruída, a Amazônia dificilmenestá ligada à te se recupera. Possui baixa resiliência. complexidade Já o Cerrado é um ecossistema em que queimadas ocorrem com frequência. Qualquer fóse à resistência foro em época de seca pode causar um grande de um estrago. Porém, após pouco tempo ele dá a volecossistema ta por cima e se recupera. Possui baixa resistência e alta resiliência. O conceito de estabilidade está na base técnica da chamada Agroecologia (ou Agricultura Ecológica). Já ouviu falar dela? Ela promete a produção de alimentos sadios e diversos em quantidade suficiente para abastecer a humanidade, sem destruir a natureza e sem utilizar venenos. Será que isso é possível? É o que tentarei responder nesta e na próxima coluna. Quanto mais complexo um ecossistema é, maior é a sua resistência e menor a sua resiliência. Para medir a complexidade de um ecossistema levamos em conta o número e a relação entre as espécies de seres que vivem nele. Um ecossistema formado por dez espécies é menos complexo do que um de mil. Ou seja, um ambiente com alta biodiversidade é mais resistente a perturbações do que um com baixa. Voltando ao nosso exemplo anterior, a Amazônia possui uma maior complexidade do que o Cerrado, por isso sua maior resistência. O agronegócio cria ambientes agrícolas com baixa complexidade. A agroecologia cria ambientes agrícolas com alta complexidade. Vejamos em nosso próximo encontro as consequências de cada uma dessas escolhas. Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais

O comportamento sexual de cada pessoa é bastante influenciado por muitas crenças que são construídas desde a infância. Elas são transmitidas pela cultura, família, religião, meios de comunicação, etc. Além disso, diversas outras questões interferem no desejo sexual, como os relacionamentos, a autoestima, o autoconhecimento, vivências anteriores positivas ou negativas, o prazer e as condições de saúde. Dentre os problemas de saúde pode haver questões hormonais, além de distúrbios relativos à circulação sanguínea que afetam o desejo e o desempenho sexual como um todo. Cada indivíduo terá uma vivência da sexualidade condizente com a sua realidade. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf.

Nossos direitos Saiba seus direitos nas eleições de 2018 Aproximam-se as eleições em que serão decididos, pelo voto popular, os representantes para os cargos de presidência da República, deputados federais, senadores, governadores dos estados e deputados federais. Além de fazer valer seu direito ao voto, uma grande conquista para o caminho democrático, os eleitores devem ficar atentos durante as propagandas eleitorais, para evitarem ser vítima ou autores de crimes eleitorais. Dentre as condutas mais comuns,

são consideradas crime: oferecer ou receber dinheiro, presente ou qualquer vantagem em troca de voto; divulgar fatos falsos sobre candidatos e partidos; divulgar pesquisa eleitoral fraudulenta; utilizar serviços, veículos ou prédios públicos para beneficiar alguma campanha; usar de violência ou ameaça para obrigar alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato; votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outra pessoa. Para denunciar qualquer irregularidade, utilize o site do TSE.

Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP


Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

13 VARIEDADES 13

www.malvados.com.br

Dicas Mastigadas CARNE DE LATA COM MEL E PIMENTA DE CHEIRO

Reprodução

Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

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Solução

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Ingredientes • • • • • • •

1kg de carne de porco Pimenta malagueta a gosto Pimenta de cheiro a gosto 1 cabeça de alho Sal a gosto 2 colheres de mel 1 limão

Modo de preparo • Tempere a carne com alho, sal, pimenta e limão. • Misture os ingredientes com a carne para o tempero entrar bem. Depois, deixe reservado por, pelo menos, duas horas. • Em uma panela, coloque a carne deixando cozinhar e fritar por cerca de uma hora em fogo baixo (a carne deve perder toda a água para poder conservar). • A carne já está pronta. Para guardar a conserva coloque-a em um recipiente e complete com a banha.

Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.


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Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

O exemplo de João das Neves para a arte de resistência CULTURA Dramaturgo, diretor e escritor faleceu nesta sexta-feira, em Minas Gerais André Seiti / Divulgação

Wallace Oliveira

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teatro brasileiro se despede de uma de suas mais expressivas figuras. Aos 84 anos, faleceu o diretor, dramaturgo, ator e escritor João das Neves. Rodeado de amigos e familiares, ele partiu na semana passada (na sexta, 24) em sua casa, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e deixa um vasto legado na arte brasileira, com escritos, peças de teatro e uma longa caminhada de educação popular e lutas sociais. Um pouco da trajetória O primeiro contato com o palco se deu ainda na adolescência, há mais de 60 anos, em sua cidade natal, o Rio de Janeiro. Depois, ele se formaria ator e diretor, na década de 50, pela Fundação Brasileira de Teatro (FBT). Desde cedo, João das Neves fez do teatro um foco de resistência. Em 1960, fundou Os Duendes, grupo perseguido

pelo governo de Carlos Lacerda. Logo após o golpe militar, ajudou a criar e dirigir o Grupo Opinião, articulando protestos, estudos e difusão da dramaturgia nacional.

João das Neves ajudou a construir o CPC e participou da ocupação da Funarte Em 1980, João das Neves mudou-se para o Acre, onde desenvolveu trabalhos comprometidos com as causas indígenas e ambientais. São desse período, entre outras, as montagens “Tributo a Chico Mendes” (1988) e a peça não encenada “Yuraiá – o rio do nosso corpo” (1990), fundamentada na pesquisa que fez sobre a Nação Kaxinawá. Nos anos 90, João das Neves foi viver em Minas Gerais,

Corais homenageiam povos nativos

Entre os dias 1 e 23 de setembro acontece o Festival Internacional de Corais de 2018. Eles cantam em mais de 60 aldeias indígenas, centros culturais, parques, igrejas, praças de Minas para homenagear os povos nativos. Programação: www.festivaldecorais.com.br

onde, ao lado de sua companheira, a cantora Titane, trabalhou em vários espetáculos, entre os quais “Titane e o Campo das Vertentes” (2006), “Madade Satã” (2015) e, mais recentemente, “Lazarillo de Tormes” (2016), que marcou seu retorno ao palco como ator, após 25 anos. Em seu aniversário de 84 anos, em janeiro, lançou seu

livro “Diálogo com Emily Dickinson”, uma interlocução lírica em haikais, aforismos e sonetos com a poetisa feminista do século XIX, cuja obra foi quase integralmente conhecida somente após a morte, em 1886. Arte e política “O João conseguia fazer uma relação em que a

arte não era só instrumento para a política, mas elas se fundiam de forma perfeita. A arte podia cumprir um papel emancipador, libertador”, recorda Guê Oliveira, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). João das Neves ajudou a construir o Partido Comunista e o Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes UNE. Recentemente, manteve uma profícua colaboração com movimentos populares. Participou, em 2016, da ocupação da Fundação Nacional de Artes (Funarte) em BH, em protesto contra a extinção do Ministério da Cultura pelo governo golpista de Temer (MDB). “A resposta imediata das pessoas da cultura foi importante para dizer que estamos alertas. A própria ocupação em si foi uma experiência boa, se vivia uma horizontalidade de decisões. Tudo era decidido com todo mundo”, disse, na época, em entrevista ao Brasil de Fato.

Prova para aulas de dança

Cantores da América Latina em BH

Virada em Uberlândia

O espaço Odara inicia suas turmas de dança de samba, blues e forró. Antes, realiza uma prova para distribuir bolsas a alunos interessados. A audição é nos dias 19 e 22 de setembro e o curso se inicia em 6 de outubro. Mais informações sobre matrículas: 31 3482-6152

O projeto “Dándole Cuerda” apresenta cantores/compositores de nove países, em 31 de agosto, no Cine Theatro Brasil. Os artistas vêm organizando apresentações por vários países, com o objetivo de estimular e fortalecer a cultura latina. A primeira sessão é as 19h e a segunda às 21h. O ingresso é R$ 20.

Na próxima sexta (7), acontecerá, no Teatro Municipal, a “Virada Cultural de Uberlândia 2018: 1 dia para viver de arte”. A programação conta com muitos shows, danças, teatro, literatura, gastronomia, exposições, Viradinha Kids e a entrada é gratuita.


ESPORTE

Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

na geral

Ciclismo solidário Amira Hissa / PBH

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Curta e Grossa Da maré à hungria: Rebeca Lima é destaque no boxe

Divulgação Cbboxe

Jordânia Souza No dia 16 de setembro, a Secretaria Municipal de Esportes de Belo Horizonte realiza o Passeio Solidário, um tour ciclístico com até mil participantes. O passeio tem uma modalidade de inscrições gratuitas, sem direito a kit. A atividade compõe a programação do BH é da Gente, programa recreativo da Prefeitura, que ocorre todos os domingos, na Savassi e Grajaú. O objetivo é promover atividades físicas, esportivas e de lazer ao ar livre, ocupando o espaço público. O Passeio Solidário, por sua vez, tem como objetivo conscientizar para a importância de doar sangue e é fruto da iniciativa de ciclistas da Região Metropolitana de BH.

UEC perde para o Cruzeiro pelo Mineiro sub-20

Divulgação Uberlândia EC

Mulher negra da periferia. A despeito de todas as dificuldades que as pessoas com esse perfil sofrem no Brasil, é sempre importante destacar quem rompe a barreira do preconceito e consegue enxergar um futuro mais digno e promissor. Nesse sentido, o esporte é um meio fundamental para proporcionar uma nova realidade a milhares de jovens. Um exemplo disso vem do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, com a boxeadora Rebeca Lima. Nascida na comunidade Nova Holanda, ela já cravou seu nome na história do boxe brasileiro, conquistando a primeira medalha no esporte, em campeonatos mundiais juvenis. Da Maré para a Hungria, onde ocorreu o Mundial Juvenil de Boxe, ela traz a medalha de bronze e é uma forte aposta nesta modalidade para as Olímpiadas de Tóquio, em 2020. Aos 7 anos, na Academia Luta pela Paz, a jovem descobriu no boxe uma paixão. Entretanto, enfrentou o machismo desde cedo, já que “boxe não era considerado esporte para meninas”. Que bom que ela não deu ouvidos a isso! Aos 14, incentivada pelo treinador Gibi, passou a participar de campeonatos infantis e deu início à carreira. Em 2017, no Campeonato Brasileiro de Boxe Juvenil, venceu Gleisiele Gomes, favorita ao título da categoria 60 kg, e se consagrou vencedora da competição. Com a vitória, surgiu o convite para integrar a equipe brasileira no Mundial Juvenil, quando conquistou seu feito histórico no esporte. Agora, os Jogos Olímpicos tornam-se seu maior objetivo e os treinos foram intensificados. A exemplo da judoca Rafaela Silva, que conquistou o ouro nas Olimpíadas do Rio e fez história no esporte brasileiro, Rebeca também é um nome em que devemos prestar atenção nos próximos anos. Que venham novas medalhas e mais oportunidades!

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@AFEfutbo

Procuram-se: Presidente, governador(a)

Com muitas reclamações contra a arbitragem, o Uberlândia não foi páreo para o líder do campeonato e acabou sendo derrotado pelo placar de 3 x 1. Com isso o Cruzeiro segue com 100% de aproveitamento no Hexagonal do Campeonato Mineiro sub-20, chegando a 12 pontos. Enquanto isso a equipe do Triângulo Mineiro se mantém na quarta colocação, com 4 pontos. O time de Uberlândia se prepara agora para enfrentar o Atlético em casa, enquanto o Cruzeiro enfrenta o América.

e parlamentares(as) que tenham compromissos com patrimônio do povo brasileiro, serviços públicos, direitos sociais e trabalhistas.

Candidatos que votaram pelo corte de verbas em saúde e educação, agora pedem seu voto prometendo saúde e educação? #EstamosDeOlho

www.facebook.com/SindSaudeMG


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Belo Horizonte, 31 de agosto a 6 de setembro 2018

Brasil: 35 ouros no paraciclismo de estrada!

Terminou no domingo (26) o Circuito Pan-Americano de Paraciclismo de Estrada, em São Caetano do Sul, São Paulo. Participaram 150 atletas de cinco países, em provas de contrarrelógio e resistência. A equipe brasileira brilhou, vencendo 35 das 40 provas disputadas.

ESPORTES

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Gage Skidmore Divulgação CBC

Um dos destaques foi Eduardo Ramos, piloto de handbike na classe MH3 (atletas com função parcial de tronco, membros superiores funcionais, bike com encosto reclinado). Eduardo completou um percurso de 61,2km com o tempo de 1h45min02.

A perseguição aos corpos das mulheres deve terminar. As críticas sobre o que a Serena Willliams usa para trabalhar são verdadeiramente uma falta de respeito” Billie Jean King, uma das melhores tenistas de todos os tempos. A fala foi uma crítica a declarações do presidente da Federação Francesa de Tênis, de que não aceitaria mais o macacão utilizado por Serena em Roland Garros.

Gol de placa O técnico Cuca, do Santos, tentou defender um torcedor do clube levado à força pela PM, criticou a diretoria santista por ter permitido a escalação irregular de um jogador e advertiu que o clube será penalizado pela confusão no Pacaembu. Em suma, Cuca teve a coragem de pôr o dedo nas feridas.

Gol contra A Conmebol, que puniu o Santos pela escalação irregular de Carlos Sánchez, na primeira partida das oitavas da Libertadores, não quis punir o River Plate, que também escalou jogador irregular no torneio.

Decacampeão

É Galo doido

La Bestia Negra

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

Conseguir pontuar em jogos contra times da parte de cima da tabela é fundamental não apenas pelos pontos, mas também para aumentar a confiança do time. Ter vencido o Inter e empatado com Palmeiras, Fluminense e Flamengo demonstrou para os Decacampeão próprios jogadores que, com vontade, organização tática, disciplina defensiva e capricho no ataque, é possível superar dentro de campo a enorme diferença de orçamento e de plantel. Contra o Flamengo, um dos principais postulantes ao título, o América teve o mesmo número de finalizações (12) e apenas um pouco menos de posse de bola (48% contra 52%), fazendo um jogo de igual para igual e tendo, inclusive, chances de sair vitorioso.

Uma série decisiva de jogos: a rotina do Atlético. Com a irregularidade da equipe, é difícil fazer projeções. Temos o Corinthians, na capital paulista, o São Paulo, em BH, e o Furacão, também no Horto. O título é pouco provável. O time precisaria de eficiência longe É Galo doido! da torcida. Venceu apenas dois jogos fora e não poderia tropeçar tanto, como vem acontecendo no Independência. Para dissabor de Thiago Larghi, jogadores como Ricardo Oliveira e Yimmi Chará oscilam. O próprio técnico é indeciso em escalações e substituições. Neste Brasileiro, convenhamos, superioridade técnica é superficial e troca de lado constantemente. Quem sabe isto seja um alento para os atleticanos.

Salve, salve, nação azul! Mais uma vez, passamos em mata-mata com derrota em casa. Nosso esquadrão iniciou bem a partida e poderia ter liquidado a fatura no primeiro tempo contra o Flamengo. Raniel tem se mostrado a melhor alternativa no ataque e Bestia poderia ter La iniciado, nemNegra tanto pelos gols perdidos pelo Pirata, mas para aproveitar os espaços deixados pelo adversário. Não podemos correr tantos riscos na Libertadores. O Flamengo, mesmo precisando de gols, entrou em campo com um atacante que não marca há dois anos, o que nos favoreceu. A Libertadores está afunilando e, para seguirmos com chance de levantar o caneco, temos que mostrar que na Toca 3 adversário não tem vez!


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