Vinnicius Silva / Cruzeiro
Domingo ele não vai
Divulgação / PBH
Menos trocadores, mais transtorno
Campeonato Brasileiro para no dia da eleição, mas sexta, sábado e segunda haverá jogos
Medida sobrecarrega motoristas e aumenta exclusão das pessoas com deficiência
ESPORTE 16
CIDADES 4
MG
Minas Gerais
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro de 2018 • edição 257 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita
EDITORIAL
A DEMOCRACIA ÉO CAMINHO
Mutirão pelo Brasil O Brasil precisa democratizar o acesso à educação, à cultura, ao saber, à saúde, à terra urbana e rural. Democratizar a política, o poder e a riqueza. A população quer mais trabalho, renda e qualidade de vida. Quer mais políticas públicas, um Estado comprometido com os mais pobres, já que o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo. É do interesse dos mais ricos que estão por trás da candidatura de Bolsonaro desviar a atenção da população brasileira de suas reais prioridades. A candidatura Haddad representa, por outro lado, a aspiração dos que acreditam no Brasil Nação, no Brasil para os brasileiros. Todos e todas, desde os já organizados em entidades, partidos e movimentos populares, ao eleitor que votou com esperança de um Brasil melhor, terão muito que fazer. Seguir vigilantes e atuantes. O Brasil precisa de um mutirão de intenso trabalho pedagógico junto a sociedade que reforce a luta e os laços de solidariedade, desenvolvimento, democracia, justiça e paz. O Brasil é um sonho que realizaremos.
2
OPINIÃO
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
Editorial | Brasil
Bolsonaro aprofundará medidas de Temer Chegamos à última semana da eleição brasileira mais importante desde 1989. Escancarou-se a polarização de projetos. Um projeto - Bolsonaro - de continuidade das reformas de Temer, em que os custos da crise recaem sobre os trabalhadores, com um ultra liberalismo e discurso pró ditadura. De outro lado, o projeto Haddad, que reivindica os programas sociais que garantiram crescimento
ESPAÇO DOS LEITORES “Haddad tem as melhores propostas para o Brasil e não tem medo do corpo a corpo! Já o Bolsolixo, este é cagão mesmo!” Norton Kornijesuk comenta o artigo de João Paulo Cunha “Hora do corpo a corpo” “Abandonei esse vício há seis anos” Lidyane Ponciano comenta a coluna de ciências “Por que é tão difícil largar o cigarro”, de Renan Santos “Considerei um presentão essa foto com essa manchete nesse jornal do qual tanto gosto” Tatá Santana comenta a foto da capa da edição 256, com a manchete “É possível derrotar o ódio” “Pena que não deu pra ir....já participei antes e foi muito bom” Valéria Carmo comenta a nota “Caminhada fotográfica em BH”
Escreva para a gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg
Todos os votos de Bolsonaro no Congresso foram contra os trabalhadores econômico com desenvolvimento social, em que foram apresentadas propostas novas para o aquecimento do consumo, geração de empregos, uma reforma tributária que atinge as grandes fortunas, federalização do ensino médio e retomada do conteúdo nacional das estatais, sobretudo a Petrobrás. Uma eleição atípica, em que as diferenças de planos de governo não foram debatidas. A marca foi a narrativa do machismo, homofobia, racismo e preconceitos contra nordestinos, amparados no antipetismo e na luta de mentirinha contra a corrupção. Uma enxurrada de mentiras orquestradas pela mesma assessoria que levou a ultradireita americana ao poder e que influenciou os resultados do primeiro turno. Mentiras financiadas por caixa 2. Dinheiro de empresas e patrões para quem interessa que Bolsonaro ganhe.
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
O povo brasileiro não quer projeto de ódio Os mais velhos se surpreenderam com uma campanha que precisou relembrar a figura do maior torturador da ditadura de 1964, coronel Brilhante Ustra, para lembrar aos mais novos que muitos sofreram para garantir nossa democracia. Ameaças de retrocessos percebidas quando o incentivo ao ódio matou e feriu vários nos últimos dias que se identificavam com as causas populares. Um Estado ameaçado como podemos perceber na fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmando a possibilidade de derrubar o Superior Tribunal Federal; ou na própria fala de Jair Bolsonaro, quando afirma que irá acabar com sua oposição, prendendo ou expulsando, se eleito. Os esforços dos democratas, ativistas e militantes sociais mostraram que quando a verdade apare-
Haddad reivindica os programas sociais e mais direitos ce o povo brasileiro não assume um projeto de ódio. Foram muitos debates, diálogos, atos públicos, caminhadas e propagandas que deixaram transparentes as verdadeiras intenções das elites brasileiras de apostar numa candidatura de Bolsonaro e pôr fim aos direitos conquistados pelos trabalhadores. Chegamos nesta reta final com chances de reverter o resultado, pois a verdade está do nosso lado. O que está em jogo é um projeto de civilização contra um projeto de barbárie. O futuro está em nossas mãos no dia 28.
REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatomg CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983
conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Marcelo Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes, Thainá Nogueira e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Bruno Mateus, Diego Silveira, Fabrício Farias, Felipe Marcelino, João Paulo Cunha, Jordânia, Souza, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Taciana Dutra. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.
? PERGUNTA DA SEMANA
Uma das propostas para a questão do emprego do candidato Jair Bolsonaro (PSL) é criar uma Carteira de Trabalho Verde e Amarela. Nela, direitos que foram mantidos após a reforma trabalhista, como o pagamento do INSS, férias e 13º salário, não seriam obrigatórios. E o patrão poderá escolher qual carteira quer assinar.
O que você acha dessa Carteira de Trabalho Verde e Amarela?
Acho horrível. Pro empregador vai ser bom, porque ele não vai precisar ter compromissos. Agora, o funcionário não vai levar nada na vida, tem sentido nenhum ter uma carteira assim. José Jair de Oliveira, comerciante
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
GERAL
Declaração da Semana
3
Leo Aversa / Divulgação
“Ainda tendo a acreditar que podemos virar o jogo. Cristãos e coxinhas votaram no fascista, e vendo as barbaridades, a matança de gays, de capoeiras e outros, podem votar no PT. Acredito que o povo da periferia que votou contra si mesmo talvez vire o voto. Queremos paz e alegria” Disse Chico Buarque, em ato de campanha de Fernando Haddad (PT) no Rio de Janeiro, na terça-feira (23).
Cebola também é remédio
A gente deve continuar com a carteira de trabalho azul. Nós temos o nosso direito de receber tudo que está na lei e a cada dia querem diminuir mais isso. Eu fico com a azul, verde-amarela não. Eliane Miranda, saladeira Presente em quase todos os pratos, a cebola não é somente um tempero. Ela possui propriedades antioxidantes, alto poder curativo e ajuda na circulação sanguínea. Além disso, é rica em fibras, vitaminas A, C, E e as do complexo B. Também tem ação anti-inflamatória e anti-histamínica, que ajuda na prevenção de doenças cardíacas. Para aumentar a imunidade é só fazer o chá com a casca. Se for a casca da cebola roxa, melhor ainda! Adicione gengibre e limão e, para adoçar, você pode colocar um pouco de mel.
Oficinas grátis de audiovisual Ricardo Laf
O voto em trânsito é uma possibilidade oferecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que eleitores que não residem em seu domicílio eleitoral possam votar. No 2º turno das eleições presidenciais de 2018, apenas as pessoas que solicitaram a mudança entre 17 de julho e 23 de agosto poderão votar longe de sua cidade. Se você realizou o pedido, é possível conferir o local da votação no endereço www.goo.gl/iSrf7L.
4
MINAS
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
BH está cada vez mais perto de eliminar posto de trocador no transporte público
Pessoas com dificuldade de locomoção mais prejudicadas Divulgação/ PBH
ÔNIBUS Medida não está agradando trabalhadores, usuários e membros do Conselho de Mobilidade
PBH
A Raíssa Lopes
É
cada vez mais comum a circulação de ônibus sem trocadores no transporte coletivo de Belo Horizonte. Por lei, a ação é permitida apenas em horário noturno, mas segue acontecendo irregularmente no período da manhã e tarde. Além disso, as normas que estipulavam o horário noturno foram alteradas. Antes, só era autorizado que os veículos rodassem sem trocadores depois das 23h30. Logo passou para 22h30 e hoje é permitido às 18h. De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários de BH e Região (STTR-BH), Ronaldo Batista, as mudanças nos horários se-
riam uma maneira de implementar de vez o funcionamento dos ônibus sem a presença dos cobradores na capital. Como protesto, desde a semana passada, os coletivos que não seguem a regra das 18h estão sendo parados. “Nós, do sindicato, estamos paralisando as linhas até o cobrador chegar. Na segunda (22), fizemos isso em grande parte das que atendem o Barreiro. Mas é só a gente virar as costas que vol-
Dupla função prejudica saúde dos condutores
ta a acontecer”, relata. Um levantamento do STTR-BH revela que desde novembro de 2017 foram desligados da função cerca de mil trocadores, o que equivale a 20% da categoria. O surgimento da dupla função do motorista, que agora dirige e tem que cobrar a passagem, refletiria na saúde dos profissionais. “Agravou o que já era um problema. Atualmente, 30% dos condutores estão afastados por algum tipo de doença. É preciso entender que isso é uma questão de saúde pública, porque o bem-estar do operador influencia o bem-estar dos usuários. No entanto, o Estado ainda prefere criar tecnologia para suprimir emprego”, critica Ronaldo.
situação é um transtorno à parte para os usuários do transporte público que possuem dificuldade de locomoção, como as pessoas com deficiência, obesidade ou idosos. Segundo o presidente da União dos Paraplégicos de Belo Horizonte (UNIPABE-BH), Éder Ferreira, são inúmeros os casos de constrangimentos e humilhações vivenciados pelos cadeirantes. Em um dos que a entidade recebeu, uma mãe que tem uma filha deficiente teve que brigar com o motorista para que ele pudesse acionar o elevador. A criança acabou ficando traumatizada e hoje teria pânico ao subir nos ônibus. “Se não vai ter cobrador, qual será a saída para as pessoas com deficiência? Ou a gente vai simplesmen-
Medida compromete empregabilidade e socialização de pessoas com deficiência te entender que elas não têm o direito de sair da sua casa?”, questiona Éder. RMBH Desde 2016, cidades da Região Metropolitana, como Contagem, Betim e Nova Lima já eliminaram o posto de trocador. Como foi informado na época pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (SINTRAM), a medida seria considerada “tendência”.
Livia Bacelete
MINAS
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
5
Veja as propostas de Zema e Anastasia para a saúde e a educação ELEIÇÕES Privatizações e parcerias com setor privado têm dado o tom da disputa no segundo turno José Carlos Paiva / ImprensaMG
Larissa Costa e Wallace Oliveira
V
ocê sabe o que Zema (Novo) e Anastasia (PSDB) pretendem fazer com a saúde e educação em Minas Gerais? Não é fácil identificar as intenções reais dos candidatos a governador. O partido de Anastasia tem um currículo marcado por parcerias com empresas, mas seu plano de governo fala em fortalecer a atuação do Esta-
Zema representa a destruição do SUS e o estímulo ao crescimento do setor privado”, avalia médico
do. Zema, por sua vez, apresentou um programa explicitamente privatista. A ideias repercutiram mal e o candidato mudou o discurso no segundo turno. Conheça algumas propostas, disponíveis no site do TSE.
Saúde: existe uma ameaça de destruição do SUS “A eleição, para a classe trabalhadora mineira, foi perdida no primeiro turno”, comenta Érico Colen, diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saú-
de de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG). Para ele, tanto Anastasia quanto Zema são governos liberais, apesar das diferenças. “Zema tem uma tendência à privatização completa e irrestrita a médio e longo prazo. No caso do Anastasia, a gente já conhece o governo PSDB. Foi um governo terrível para os trabalhadores, não conseguimos avançar em muitas pautas, mas a gente conseguiu enfrentar e barrar a privatização da Fundação Ezequiel Dias (Funed)”, aponta o sindicalista. Anastasia tem como propostas retomar programas de assistência à saúde, como, por exemplo, o Mães de Minas, que tem como objetivo reduzir a mortalidade infantil e materna. Além disso, o candi-
dato promete terminar as obras dos hospitais regionais. Bruno Pedralva, médico da Rede de Médicas e Médicos Populares, alerta que Zema pode significar uma ameaça ao serviço de saúde gratuito e de qualidade. “Zema representa a destruição do SUS e o estímulo ao crescimento do setor privado”, afirma. Em seu plano de governo, o candidato do Novo é radical ao propor parcerias com o setor privado para complementar o atendimento do SUS. O empresário propõe fazer parcerias com organizações sociais e filantrópicas para concluir as obras e administrar os hospitais regionais, de forma que 40% das vagas sejam destinadas, posteriormente, para o SUS.
Educação: Zema quer fazer o que não deu certo no passado tucano O
s dois programas têm em comum a centralidade à iniciativa privada. Entretanto, a forma como eles abordam esse objetivo os diferencia. Anastasia promete manter escolas bem estruturadas, com professores motivados e preparados, e o papel do Estado nesse processo. “Ele não fala explicitamente em parcerias com o setor privado, mas em novas tecnologias e em incentivar a inovação e empreendedorismo”, comenta o pesquisador Tiago Jorge, doutor em educação e integrante do Grupo de Estudos sobre Políti-
Reprodução / Conselho Estadual de Saúde
ca Educacional e Trabalho Docente (Gestrado). Se o programa do PSDB é genérico nas propostas, Zema é mais específico e prega a privatização. Uma expressão usada por ele é: “ensino público com soluções do ensino privado”. O
Zema defende um modelo que transfere recursos públicos para empresas
financiamento da educação seria por vouchers: o Estado transfere tickets para famílias escolherem escolas particulares onde seus filhos estudariam. “É um modelo que transfere recursos públicos para a iniciativa privada. Ele também fala em disponibilizar espaços ociosos das escolas para instituições privadas e, em troca, ter bolsas para estudantes de baixa renda”, cita Tiago. Quanto à carreira docente, Zema questiona os direitos adquiridos dos funcionários públicos e propõe enxugar o currículo.
6
OPINIÃO
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
Opinião
Notícias falsas, fascismo real João Paulo Cunha A mídia brasileira não pode ser acusada de ingênua. Menos ainda alegar que se surpreendeu com o estágio alcançado de protofascismo que ronda a sociedade brasileira. Ela cumpriu historicamente esse papel. E, mesmo hoje, ameaçada como vem sendo de retaliações, ainda insiste em relevar ameaças e se furtar a defender a democracia num momento de grande risco social. O repúdio ao autoritarismo por parte da imprensa veio de jornais de fora do país, inclusive de veículos liberais e mesmo conservadores, que se manifestaram em editoriais transparentes, sem medo das palavras que tanto assustam nossos jornalões: extrema-direita, fascismo, “triste escolha” (como registrou o título do editorial do New York Times). No caso brasileiro, acompanhamos editoriais igualmente fortes, mas de defesa do arbítrio e de miopia deliberada sobre a diferença entre as candidaturas.
DrA sa
Rde Conve T SIN
ON
! IZE
Não é um acaso que a utilização das redes sociais encontre um público incapaz de crítica e análise das informações que recebe em seus aparelhos. O brasileiro foi treinado para aceitar fake news durante décadas. O baixo nível de pluralidade gerou uma onda de pensamento único (se é que se pode chamar de “pensamento”) permeável a simplificações. Os programas jornalísticos vespertinos bateram repetidamente nas teclas da violência e do preconceito, cevando o ódio e incentivando o descrédito aos direitos humanos. Os programas de entretenimento da mesma mídia que comanda o noticiário deturparam o
Segunda-feira
Anúncio
Terça-feira
Rádio Autêntica Favela 11h às 12h 106,7 FM BELO HORIZONTE E RMBH Rádio Comunicativa 9h às 10h 87,9 FM JOÃO MOLEVADE - CENTRAL
Quarta-feira Rádio Alternativa 87,9 FM 17h às 18h CABECEIRA GRANDE - NOROESTE
Sexta-feira
Rádio Web Brasil de Fato www.brasildefato.com.br 15h às 16h
Quinta-feira Rádio Quintal FM 20h às 21h 105,9 FM VIÇOSA - ZONA DA MATA Rádio Vale FM 17h às 18h 96,7 FM ARAÇUAÍ - JEQUITINHONHA Rádio Cidade FM 18h às 19h 87,9 FM TURMALINA - JEQUITINHONHA
Sábado
Rádio Liberdade FM 9h às 10h 87,9 FM RIACHINHO - NOROESTE
Rádio Sertão FM 8h às 9h 87,9 FM CHAPADA GAÚCHA - NORTE
Rádio Formoso FM 16h às 17h 87,9 FM FORMOSO - NOROESTE
Rádio Planalto FM 12h às 13h 87,9 FM BRASILÂNDIA DE MINAS - NOROESTE
Rádio Bom Sucesso FM 17h às 18h 95,5 FM MINAS NOVAS - ALTO JEQUITINHONHA
Rádio Divinópolis FM 12h às 13h 720 AM DIVINÓPOLIS - CENTRO OESTE
Rádio 98 FM 17h às 18h 98,5 FM DIAMANTINA
Rádio Líder FM 16h às 17h 87,9 FM BONFINÓPOLIS DE MINAS - NOROESTE
Realização:
Brasileiro foi treinado para aceitar fake news por décadas
senso de respeito e privacidade, fomentando comportamentos de exibição, inveja e discriminação. A mídia evangélica ocupou espaço próprio e alugou tempo entre concessionários para pregar sua teocracia reacionária. Mulheres são vendidas como objeto, LGBTIs são tratados com desdém e preconceito, negros e povos indígenas são invisibilizados e apresentados como excedentes da civilização. A pedagogia de exclusão e do achincalhe habita o coração das fake news. Nessa economia simbólica, a tecnologia que tinha tudo para libertar a palavra, vitamina o lixo dos preconceitos. A legislação brasileira que rege os meios de comunicação permitiu a concentração absurda de propriedade de empresas, como em nenhum país do planeta. Quando o horror passa a contar com a mídia, que deveria ser um instrumento de diálogo, há uma ameaça a mais no horizonte. Essa notícia não vai sair nos jornais. Eles já não servirão para nada.
Participação:
(31) 9 7146-7456
Curta a nossa página fb.com/rodadeconversanoradio
OPINIÃO
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018 Roberto Parizotti / CUT
7
Eliara Santana
Em nome do antipetismo, mídia ajudou a criar um monstro O“fenômeno” Bolsonaro teve um fortíssimo apoio da mídia em sua construção, em quatro aspectos principais:
1. Construção de um inimigo comum: o foco era o PT, e nesse processo se cristaliza o antipetismo. As premissas do discurso estão bem alinhadas à perspectiva de que existe um inimigo da sociedade, responsável por todos os problemas do país. Isso se dissemina por uma cobertura enviezada, sem contextualização e com o repertório de corrupção à frente, sempre ligado a esse ator específico (o inimigo). A parceria mídia-Judiciário funcionou muito bem, para o vazamento de denúncias envolvendo sempre o mesmo ator.
2. Convergência: é possível observar uma convergência impressionante em termos de pauta, enquadramento e viés. 3. Demonização da política: sob o viés constante da cor-
rupção, a política e os políticos passaram a ser considerados pelo público como “todos iguais”, “nenhum presta”, o que abriu espaço para aventureiros que pareciam “o novo”.
Dois caminhos, apenas uma escolha A nós trabalhadores, em tempo de retrocessos - como a retirada de direitos trabalhistas com a contrarreforma da CLT, o congelamento dos “gastos públicos” por 20 anos e a possível contrarreforma da Previdência Social - cabe-nos escolher entre dois caminhos. O primeiro é exercer o voto como mecanismo de resistência contra o golpe, contra a retirada de direitos, fortalecendo o trabalhador e barrando uma contrarreforma da Previdência. Votar na ampliação da educação pública de qualidade, votar para permitir que mais crianças não morram de fome, votar para que a miséria seja extinta. O segundo é o caminho do fortalecimento do sistema capitalista em detrimento dos nossos direitos. Eles querem o fim do 13º e adicional de férias, conforme entrevista do candidato a vice-presidente do Brasil, o general Mourão (PRTB). Os banqueiros estão assanhados pela vitória desse projeto de um candidato fascista. Querem que trabalhemos até os 65 anos de idade. Não consigo imaginar um bancário trabalhando em ritmo acelerado para bater as metas inatingíveis num momento em que deveria estar aproveitando a vida. Não estou sequer convencido de que teremos emprego formal, com carteira assinada, dentro de dois anos. Não quero acreditar que seremos algozes de nós mesmos, Na Argentina que endossaremos a entrega de nossas empresas públicas com a direita, para a iniciativa privada, não quero e não posso acreditar energia elétrica que votaremos em uma proposta que deixa claro que aumentou 1000% farão a entrega do Banco do Brasil e da Caixa Econômica aos predadores internacionais. Ele não, ele nunca. Vejam o caso da Argentina: o atual governo aplicou o neoliberalismo aplica em reformas contra a população. Lá a energia elétrica aumentou cerca de 1000%, em pouco tempo. No dia 28 de outubro, votem com esperança, com sabedoria, com respeito. Robson Marques é diretor de formação sindical e políticas sociais do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora
Imprensa não poderia tratar Bolsonaro como um candidato comum
A mídia brasileira, com a Rede Globo à frente, não poderia ter tratado Bolsonaro como um candidato comum. Ele representa retrocesso, homofobia, misoginia, desrespeito, intolerância, e a imprensa estrangeira mostrou isso. Eliara Santana é jornalista e doutoranda em Estudos Linguísticos na PUC Minas/Capes.
ACOMPANHANDO
Robson Marques
4. Estabelecimento de polos: a mídia sempre tratou os dois como extremos do campo democrático. No entanto, em todos os anos em que esteve no poder e sofrendo todos os ataques que sofreu, o PT portou-se de forma absolutamente respeitosa às instituições e à democracia.
No site... www.brasildefatomg.com.br Perseguição contra quilombolas no Vale do Jequitinhonha mobiliza entidades E agora... Líder quilombola sai da prisão após seis meses O líder da Comunidade Quilombola Baú, Antônio, foi solto após ficar preso seis meses no Vale do Jequitinhonha. De acordo com relato dos quilombolas, ele havia sido detido como represália por denunciar a rotina de ameaças e ataques dos fazendeiros. Antônio teve a prisão preventiva decretada por porte de arma. Desde 2015, ele estava cadastrado no Programa de Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos.
8
BRASIL
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
WhatsApp foi usado para enganar os eleitores Profusão de notícias falsas pode ter influenciado resultado das urnas. Denúncia coloca apoiadores de Bolsonaro no centro de um esquema ilegal Fernanda Carvalho / Fotos Públicas
Empresas poderiam evitar disseminação de conteúdo falso Pedro Rafael Vilela, mesmo se ganhar as eleide Brasília (DF) ções no próximo dia 28. Além de ser ilegal usar base denúncia de que em- de dados de terceiros sem presários aliados ao consentimento para districandidato Jair Bolsonaro (PSL) teriam financiado um esquema ilegal de distribuição em massa de mensagens pela plataforma “Kit gay” é WhatsApp colocou no cen- exemplo de tro do debate eleitoral os notícia falsa, que prejuízos causados pela in- nunca existiu, e dústria de notícias falsas mesmo assim foi durante as eleições. O caso disseminada foi revelado na semana passada pelo jornal Folha de S. buir informações, o financiamento por parte de emPaulo. O Tribunal Superior Elei- presários de qualquer sertoral (TSE) já abriu investi- viço eleitoral é consideragação sobre o caso e se fi- do crime de caixa 2 de camcarem comprovadas as de- panha. O candidato do PSL núncias, a chapa de Bolso- nega qualquer envolvimennaro pode até ser cassada, to nesse tipo de ilegalidade.
A
A grande maioria das postagens que circulou e ainda circula no WhatsApp são falsas. Entre as mais conhecidas, ainda no 1º turno, foi a denúncia falsa de fraude nas urnas eletrônicas. A distribuição em massa da informação falsa de que o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) teria distribuído um “kit gay” para as escolas, no tempo em que ele foi ministro da Educação, também foi disseminada de forma avassaladora. A candidata a vice na mesma chapa, deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB), foi vítima de centenas de montagens fotográficas como forma de difamá-la, especialmente entre eleitores evangélicos e mais conservadores.
É preciso checar informações Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 4 de cada 10 eleitores admitiram não checar informações (43%). Dos entrevistados, 23% afirmaram que as mensagens recebidas pelo WhatsApp influenciam seus votos.
S
egundo o jornalista Jonas Valente, integrante do Coletivo Intervozes e pesquisador de plataformas digitais pela Universidade de Brasília (UnB), houve omissão das autoridades no enfrentamento desse problema das notícias falsas. “Nas eleições o Ministério Público não ajuizou ações contra perfis difusores de conteúdos enganosos”, observou. O próprio WhatsApp, que deveria ter sido pressionado pelas autoridades brasileiras, também não atuou de forma convincente para conter ou evitar a profusão de notícias falsas e desinformação através da plataforma. Na opinião de Cristina Tardáguila, diretora da Agência Lupa, e de Fabrício Benvenuto (UFMG) e Pablo Ortellado (USP), a empresa, que é controlada pelo Facebook, deveria ter adotado, ainda que de forma temporária no Brasil, medidas como restrições para enca-
minhamentos e transmissão de mensagens e limitação do tamanho de grupos. Uma mesma mensagem pode ser encaminhada para até 20 contatos por uma pessoa no WhatsApp. Na Índia, esse limite foi reduzido a cinco para conter uma onda de linchamentos. Considerando o acirramento eleitoral do país, uma medida como a adotada no país asiático poderia funcionar para deter a circulação de conteúdos falsos. No caso das transmissões, que podem ser feitas para até 256 contatos, a restrição poderia reduzir uma avalanche de informação falsa que atualmente circula sem controle. E, no caso dos grupos, a ideia seria limitar a um tamanho máximo, já que no período eleitoral foram criados milhares de grupos com a finalidade exclusiva de disparar conteúdo político, sendo boa parte pura desinformação, montagens e notícias falsas.
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
BRASIL
9 9
Só porque está no aplicativo, quer dizer que é verdade?
FAKE NEWS Grupos de família e amigos podem ser os maiores difusores de boatos Amélia Gomes e Wallace Oliveira
J
á pensou quanto tempo você gasta dando aquela conferida no Instagram, Facebook ou WhatsApp? O Instituto Statista fez essa conta e constatou: ninguém no mundo passa mais tempo no celular do que os brasileiros. Ficamos em média 4 horas e 48 minutos por dia no celular. Na vice liderança estão os chineses, com média de 3 horas. Além de ser fonte de entretenimento, os smartphones também se tornaram um veículo de informação. Os professores Fabrício Benvenuto (UFMG) e Pablo Ortellado (USP) analisaram 347 grupos de WhatsApp, somando mais de 18 mil usuários, compartilhando 846 mil mensagens. Conclusão da pesquisa: grande parte do conteúdo difundido é falsa. Das
Pesquisa mostra que só 8% das imagens que circulam no zap são verdadeiras
imagens, só 8% são verdadeiras. Em abril, outro levantamento, feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, apontou que grupos de familiares e amigos são os principais responsáveis pela difusão da mentira. Confira algumas fofocas que fizeram a cabeça de muitos brasileiros nos últimos anos.
Boato e linchamento
Em 2014, a página Guarujá Alerta divulgou fotos de uma suposta sequestradora de crianças. As imagens foram compartilhadas por usuários do Facebook e Whatsapp e deixaram famílias da cidade de Guarujá (SP) em pânico. Na manhã do dia 5 de maio, Fabiane de Jesus foi identificada como a mulher da foto, enquanto conversava com uma criança. Uma multidão furiosa a amarrou, espancou e arrastou pela rua. O corpo de bombeiros encontrou a vítima com o rosto desfigurado e traumatismo craniano. Ela
foi conduzida ao Hospital Santo Amaro, mas não resistiu aos ferimentos. Um dia depois, a página Guarujá Alerta publicou uma postagem afirmando que o caso dos sequestros era um boato e Fabiane era inocente.
Atrapalhando
vacinação
Em 2017, milhares de pais e mães receberam uma falsa mensagem afirmando que o Ministério Público Federal (MPF) teria proibido a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV). A notícia afirmava que a substância poderia deixar adolescentes “debilitados por toda a vida ou até mesmo levá-los à morte, por conter metais pesados, vírus transgênicos e conservantes, além de destruir a capacidade natural do indivíduo”. As mentiras levaram várias famílias a evitarem a vacinação. Para rebatê-las, o Ministério da Saúde criou um serviço de atendimento pelo WhatsApp.
O campus Fim do Bolsa que virou Família fazenda Em maio de 2013, circulou pelas redes um falso aviso de que o governo Dilma acabaria com o Bolsa Família no dia 18 daquele mês. A informação levou milhares de pessoas a acorrerem às casas lotéricas e agências da Caixa Econômica Federal. Houve tumulto e autoridades tiveram que vir a público desmentir o zunzum. O então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou abertura de inquérito para apurar a origem da “notícia”.
Se existisse um ranking das fofocas de Whatsapp, possivelmente, a história da “fazenda do Lulinha” ocuparia os primeiros lugares. A partir de 2013, alega-se que Fábio Silva, filho do ex-presidente Lula, teria comprado uma enorme propriedade rural por R$ 47 milhões, na região de Araçatuba (SP). A mensagem era acompanhada da foto de um grande imóvel, a suposta “mansão do Lulinha”. Na verdade, o edifício era a sede da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba (SP).
10
BRASIL
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
Em ação arbitrária, Justiça confisca edições do Brasil de Fato
Haddad ultrapassa Bolsonaro em SP
Ricardo Stuckert
LIBERDADE DE EXPRESSÃO Medida demonstra tentativa de censurar e coagir a imprensa popular
Reprodução
A
última pesquisa do Ibope divulgada na terça-feira (23) mostrou que, na cidade de São Paulo, Fernando Haddad (PT) tem 51% das intenções de voto para o segundo turno das eleições presidenciais, enquanto Jair Bolsonaro (PSL) registra 49%. A margem de erro da pesquisa é três pontos percentuais para mais ou para menos, o que configura um empate técnico entre os candidatos. No pri-
jornais foram apreendidos na cidade de Macaé (RJ)
C
erca de 30 mil exemplares do Brasil de Fato foram apreendidos pela Justiça Eleitoral no último sábado (20). A operação aconteceu em Macaé, no Rio de Janeiro, na sede do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF). A edição recolhida faz um comparativo do plano de governo dos dois candidatos à Presidência, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). A decisão que fundamentou a apreensão, tomada pelo magistrado Sandro de Araujo Lontra, afirmou que o jornal possuiria “nítido propósito de propaganda eleitoral para Fernando Haddad”, ao mesmo tempo que conteria “matérias pejorativas ao seu adversário Jair Bolsonaro”. De acordo com o SindipetroNF, os fiscais estiveram no local em horário fora do expediente, tentaram pular a grade externa e ameaçaram funcionários. Pronunciamento O sistema Brasil de Fato considera a ação uma clara tentativa de censurar e
coagir a imprensa e repudia o mandado de busca e apreensão. Todo o conteúdo presente no jornal é estritamente jornalístico, sendo que todas as informações contidas no tabloide foram apuradas e repercutidas, inclusive, em veículos da grande mídia. Em outubro de 2018, a revista IstoÉ, da editora Três, incluiu na capa a montagem de um “cavalo de Troia”, onde se via o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, e outros dirigentes petistas, com o título: “O cavalo de Troia mais óbvio da história”. Antes, a mesma revista havia publicado capa com foto de Haddad e a seguinte manchete: “Haddad, o candidato de 32 processos”. Diante de posicionamentos partidários tão explícitos, por que o jornal Brasil de Fato, edição especial, que trazia foto dos dois principais candidatos com a manchete “Você decide o futuro do Brasil”, foi o único meio de imprensa censura-
do durante o processo eleitoral de 2018? Ao contrário da mídia tradicional e ao longo dos nossos 15 anos de vida, nunca escondemos nosso posicionamento editorial, sempre comprometido com a verdade e rigor jornalístico. Importante ressaltar que diante dos milhares de escândalos de fake news pelo WhatsApp que dilaceram o processo eleitoral brasileiro, a Justiça não tomou as medidas necessárias para coibir e impedir a disseminação de tais materiais. A apreensão do Brasil de Fato foi uma ação de censura ao pensamento livre e crítico. Luta continua Reafirmamos que atitudes como essa não servirão para nos intimidar. Ao contrário, apenas fortalecem nosso compromisso com a verdade e com o povo brasileiro, e a necessidade de lutarmos para realizarmos as mudanças necessárias para o nosso país. Tomaremos todas as medidas jurídicas cabíveis contra esses abusos.
meiro levantamento do Ibope na capital paulista, divulgado no dia 17 de outubro, Haddad tinha 49% e Bolsonaro 53%. Na pesquisa nacional, Bolsonaro aparece com 57% dos votos válidos, enquanto Haddad tem 43%. Em comparação com a pesquisa anterior, Bolsonaro perdeu dois pontos e Haddad ganhou dois. A rejeição de Bolsonaro passou de 35% para 40% e a de Haddad caiu de 47% para 41%.
Proposta de Bolsonaro ameaça aposentadoria de 51 milhões de trabalhadores SEU BOLSO Chile e Argentina tentaram adotar o mesmo modelo e fracassaram
A
reforma da Previdência proposta por Jair Bolsonaro (PSL) defende a criação de um modelo de capitalização com contas individuais, que substituiria o atual sistema de repartição, no qual as contribuições das empresas, dos trabalhadores e dos recursos da Seguridade Social cobrem as despesas com o pagamento de benefícios e aposentadorias. O projeto do candidato à Presidência pelo PSL já foi adotado na Argentina e no Chile. Nos dois casos, os governos tiveram que voltar atrás e fazer novas reformas, como explica a pesquisadora do Centro de Es-
tudos Sindicais e Economia do Trabalho (CESIT), Marilane Teixeira. “A experiência com o regime de capitalização tem se demonstrado um verdadeiro fracasso, porque quando se contrata um sistema de capitalização, é como se estivesse contratando uma seguradora. E apenas dois terços do que você está contribuindo mensalmente vai para o fundo. Um terço paga as taxas da seguradora”. Além disso, o valor do fundo é aplicado em títulos de dívidas públicas, outros fundos e ações, cuja rentabilidade a longo prazo pode não ser a esperada.
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
ENTREVISTA
11
“Nossos filhos e filhas estão sendo ameaçados nas ruas, de graça” RESPEITO Coordenadora do coletivo “Mães pela Diversidade” em Minas reflete sobre o momento atual Joana Tavares
Eloá Oliveira
E
las são diversas como seus filhos. Há mães e pais de várias classes sociais, que moram em diferentes bairros e aprenderam com o amor pelos filhos e filhas LGBTs a importância de lutar por um Brasil sem preconceitos. Há mais de cinco anos a ONG “Mães pela Diversidade” atua em vários estados brasileiros participando de atos públicos e fazendo pressão em assembleias legislativas e órgãos internacionais. Além de trocarem muitas ideias, se ajudarem e se divertirem. “Porque dá muito prazer também”, garante Myriam Salum, uma descendente de árabe autodidata que resolveu entrar para a militância com mais de 60 anos, seguindo o exemplo de seu filho.
Brasil de Fato - Como foi seu processo de virar uma mãe pela diversidade? Myriam Salum - Eu não ti-
nha problema quanto à sexualidade do meu filho gay. Fui procurar o coletivo em outros estados por sugestão do meu filho, porque ele disse que eu poderia ajudar alguém. A primeira vez que eu saí da bolha foi numa ati-
Está mais do que na hora de as pessoas começarem a respeitar, a começar o respeito dentro de casa”
Acabamos com o preconceito é com informação” Na sua opinião, por que algumas pessoas têm tanto medo, tanta homofobia? Por que tanto medo do tal “kit gay”, que nunca existiu?
vidade na Câmara de Vereadores, em BH. Havia uns 40 LGBT, poucas mães e uma quantidade enorme de evangélicos, com cartazes em defesa da família, com discurso de ódio. O ódio era direcionado aos filhos da gente. Como se eles não tivessem pais, não tivessem mães, como se fossem promíscuos. Isso foi chocante pra mim. Saí de lá com sangue nos olhos. Aí eu trabalhei pra caramba. Fui para a internet, redes sociais, fui com tudo. Nunca achei que eu fosse militar tanto. Eu entendi que para meu filho estar seguro, o filho da outra tem que estar seguro. Se ela não se preocupa, vou me preocupar. Aí começou aquela bandeira de somos mães de todas e todos. Para mim, foi extremamente prazeroso descobrir que, aos 62 anos, eu poderia fazer alguma coisa assim. Como funciona o grupo?
Geralmente começa no Facebook. Depois, vamos criando grupos de WhatsApp. De lá elas marcam conversas, encontros.
O patriotismo dessas pessoas só abriga uma parcela da população. Ficam de fora os índios, os gays, as lésbicas, as trans, as bissexuais...” Quando chega mãe nova elas se ajudam, acolhem, informam. E claro que entram pais também. E olha, tem muitos pais que aceitam os filhos, as filhas, primeiro que as mães. Acabamos com o preconceito é com informação. A pessoa tem que entender quem é seu filho ou sua filha. Cada um tem seu caminho nessa vida. O Brasil é um dos países que mais mata população LGBT no mundo. Minas foi
o segundo estado mais violento em 2017. E com essa apologia à homofobia recente, a violência está aumentando. Como você vê esse quadro? O discurso de ódio que estamos ouvindo nesses últimos meses é de assustar. Nossos filhos e filhas estão sendo ameaçados nas ruas, de graça. A violência foi incentivada de uma forma quase nazista. Seja quem for que ganhar ou perder as eleições, os nossos filhos já perderam. Porque eles estão com medo. Muitos estão vendo os pais dizendo que vão votar em Bolsonaro, e eles estão se revelando aos pais: você não pode votar nele porque eu sou gay. O que está acontecendo neste país é surreal. O patriotismo dessas pessoas só abriga uma parcela da população. Ficam de fora os índios, os gays, as lésbicas, as trans, as bissexuais... O que vão fazer, vão afogar essas pessoas no mar? O Brasil não é delas? Eu estou chocada.
Esse nome foi criado pela bancada evangélica fundamentalista. Pegou porque coisa ruim sempre pega. Porque não levaram ao entendimento da população qual era a ideia: que era de um Brasil sem homofobia. Eles estão tentando vender uma ideia de que a sexualidade das pessoas é uma coisa que pode ser ensinada. Eu jamais ensinei meu filho a ser gay. Meu filho nasceu gay. Morro de dó de uma porção de gente que casa com alguém de outro sexo só porque papai e mamãe não aceitariam. Como assim, gente? Está mais do que na hora de as pessoas começarem a respeitar, a começar o respeito dentro de casa. O que você diria para os pais que não aceitam seus filhos?
Eu queria muito dizer para os pais e mães que colocaram os filhos nas ruas: puxa essa meninada de volta pra casa, olha para essas crianças e lembra do dia que elas nasceram. Não é possível que o amor acabe assim. O lar é o melhor abrigo. O aconchego e o colo de uma mãe é o melhor lugar que um filho tem para se sentir acolhido e seguro.
12 12 VARIEDADES
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
CIÊNCIA, COISA BOA! O QUE AS ELEIÇÕES PODEM NOS ENSINAR SOBRE A CIÊNCIA?
Reprodução
Amiga da Saúde Quem tem diabetes pode comer batata doce? Irene Silva, 57 anos, representante comercial
Pode sim, Irene, mas sem exagerar. A batata doce é um carboidrato, mas tem baixo índice glicêmico. Apesar de ser uma “massa”, ela se comporta de forma diferente das outras massas no organismo. Fornece energia de forma gradativa sem aumentar muito a glicose do sangue e garante saciedade por mais tempo, por ser rica em fibras. E mais, a batata doce também é fonte de ferro, vitamina C e potássio, além de ter vitamina E, A e C. Dessa forma, contribui com o fortalecimento do sistema de defesa do corpo, além de auxiliar no controle do diabetes e colesterol, prevenir anemia e câimbras, entre outros benefícios. Uma coisa legal da época das eleições é que quase todo mundo tem contato com a ciência, até sem perceber. Por meio das pesquisas eleitorais, vários conceitos científicos são apresentados. O Brasil tem pouco mais de 147 milhões de eleitores. Só saberemos como eles votarão no momento em que as urnas forem abertas, certo? Ou seja, numa eleição fazemos um esforço gigante pra colocar cada eleitor em frente a uma urna para que ele diga sua opinião. Só que, na maioria das vezes, não conseguimos ver o todo, porque o mundo é complexo demais. A saída é olhar para uma parte pequena da Pesquisas realidade e tentar descobrir algo sobre ela. de intenção Ao fazer uma pesquisa de intenção de votos, queremos descobrir qual é o candidato preferide voto são do das pessoas sem precisar perguntar para toexercícios das. Para isso, perguntamos só para uma amoscientíficos tra, um grupo pequeno, de 2 ou 3 mil eleitores. Temos os candidatos B e H. Se o meu grupo de 2 mil pessoas fosse formado por chineses que nunca ouviram falar nada sobre eles, e eu pedisse que eles escolhesem um dos dois, o acaso me daria um resultado próximo a 50% pra cada. É a mesma lógica de jogarmos uma moeda 100 vezes e esperarmos 50 caras e 50 coroas. Como minha amostra não é formada por chineses, e sim por brasileiros que têm preferências, meu resultado será outro. Vamos supor que B teve a preferência de 800 pessoas e H de 1200. Só que tal resultado também pode ser fruto do acaso. Nada impede que eu jogue uma moeda 100 vezes e saia, sem nenhum motivo, 40 coroas e 60 caras. Quanto mais eu repetir meu teste e quanto maior for minha amostra, mais difícil será que um resultado que fuja do esperado seja fruto do acaso. Para afirmar que esse fator é real e serve para o todo, tenho então que realizar um teste estatístico que mostre, com algum nível de certeza, que o resultado que obtive não é fruto do acaso. O nível de certeza nunca é de 100%. Geralmente, por escolha dos cientistas, usa-se uma significância de 95%. Ou seja, há uma chance de 5% de eu estar errado e meu resultado não refletir a realidade. Daí que a ciência nunca cria verdades absolutas. Sempre há chance de estarmos errados. Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf.
Nossos direitos Não votei no 1º turno, posso votar agora? O mais importante nestas eleições continua sendo fazer valer o seu direito ao voto. É preciso conhecer, por meio de fontes seguras, a história e as propostas de seus candidatos e se posicionar em favor da democracia e dos avanços sociais para toda a população. Mesmo se você não votou no 1º turno, desde que não tenha pendências antigas com a Justiça Eleitoral, poderá votar normalmente no segundo turno. Lembre-se que a ausência no 1º turno deverá ser justificada no cartório eleitoral ou
pela internet até o dia 6 de dezembro. Quem deixar de votar nos dois turnos da eleição terá de justificar duas vezes. Se você for justificar a ausência apenas no 2º turno, o prazo será até dia 27 de dezembro. Para o dia 28 seguem as mesmas regras: é permitido votar com adesivos, broches e bandeiras de partido ou candidato, mas essas manifestações devem ser individuais e silenciosas, ou seja, em grupo e boca de urna continua proibido. Para denunciar é possível utilizar o aplicativo Pardal, desenvolvido pela Justiça Eleitoral.
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
13 VARIEDADES 13
www.malvados.com.br
Dicas Mastigadas HAMBÚRGUER DE FEIJÃO Reprodução
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br A ficha Material do caderno do médica militante Prato ambien- italiano de um talista com arroz paciente Judas, em relação a Cristo (Bíblia)
© Revistas COQUETEL Enrubescidos "(?) em Antares", último romance de Erico Verissimo
Diclofenaco (?), certo Condutor Registros anti-infla- elétrico no fim da matório Gíria da página fala do gaúcho
Itens da herança Caminhonetes Cadastro (?), lista de bons pagadores
(?) Gomes, político do Ceará (?) Moreira, locutor Armadilha da aranha
De (?) a z: do início ao fim Ajeita; corrige Pão de (?): bolo Atrações de canais Fox e Warner
Frase de duplo (?): contém trocadilho Criaturas Matériaprima de sabões
Cantora de "Equalize" Chefe etíope
A parte socialista da Alemanha dividida
Átomo eletrizado Pigmento de tintas (?) José, locutor de automobilismo
Dispositivo de acesso em ônibus Possuir "(?) Sua", livro de Sylvia Day Arma de fogo, de fácil manuseio Lord Byron, poeta inglês
Quinhão São percebidos pelo olfato
O diamante como existe na natureza
Ingredientes
Aumento do volume de água de um rio
• • • • • • • • • • •
Rio que corta o ES Veste de indianas
Altar de sacrifícios religiosos (Ant.)
(?) Lorenzo: time do Papa Francisco Ave do Cerrado Acre (sigla)
Inseto noturno análogo à borboleta
Uma das contagens no placar do vôlei Peixe cartilaginoso dotado de ferrão
Parcela de contribuição no "crowdfunding" Eventual
3/rás — san — set. 5/pitty. 6/sódico.
57
Modo de preparo
Solução P T A R P R E L R S E C P I C L M A D C O
S R O N T I D O R S I T I O T OC A O S E P D R I E S A T R A S T O L Y D B A RA R I P O U E M T A A O C A S
C R U A R I O B E N S V O C A A C I D N T I D O S E R E S I O N C A T O A T E R I L OT E D O C E S A H N A S E T R R A I A I O N A L
BANCO
500g de feijão fradinho cozido, sem caldo 1/2 Beterraba ralada 1/2 Cenoura ralada Pão francês duro Farinha de trigo 1 colher de óleo Purê de uma batata média Pimenta do reino Sal a gosto Alho a gosto Cebola a gosto
1. Bata o pão duro no liquidificador ou passe no ralador, para fazer uma farinha de pão. Reserve. 2. Triture no liquidificador metade do feijão cozido, a beterraba, a cenoura, o alho e cebola com um pouco de água. Vá acrescentado água aos poucos até chegar ao ponto de creme denso. 3. Amasse a outra metade do feijão com um garfo, mas deixe alguns pedacinhos do feijão grandes. Misture o feijão do liquidificador com o que acabou de amassar, acrescente 2 colheres (sopa) da farinha de pão e aos poucos, vá colocando a farinha de trigo, até ter uma massa consistente, sem grudar nas mãos. Deixe a massa descansar por 3 horas. 4. Molde a massa no formato de hambúrgueres. O ideal é que você os leve para o freezer até que congelem. Depois de congelados, é só fritar!
Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.
14 CULTURA 14
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018 Fundacion Grupo Ukamau
Um cinema útil para o povo AMÉRICA LATINA Livro de cineasta boliviano e do grupo Ukamau é aula de resistência e memória Thainá Nogueira
O
cinema de Jorge Sanjinés e a revolução indígena na Bolívia são complementares. O país, em que 60% da população se reconhece indígena, oficializou, em 2009, todos os idiomas das nações e povos indígenas originários e campesinos, como o aymara, quechua, guarani e outros. Ou seja, nada mais justo que os filmes bolivianos representassem essa diversidade do seu povo em seus filmes, certo? Errado! A Bolívia, assim como o Brasil e no mesmo período, passou por um governo militar. O regime censurou diversos filmes por não gostar da imagem que cineastas como Sanjinés transmitiam da Bolívia e do povo boliviano para o exterior. O livro “Teoria e prática de um cinema junto ao povo”, escrito por Jorge Sanjinés e o grupo Ukamau, explica essa história e outras. Ele foi traduzido pela primeira vez pelos brasileiros Sávio Leite e Lourenço Veloso. Além do histórico desse cinema de resistência, o livro conta sobre como pro-
duzir um cinema popular. Nele também há entrevistas com Sanjinés publicadas em veículos especializados em cinema e ainda roteiros e pré-roteiros de vários filmes do grupo Ukamau. Confira entrevista com um dos tradutores da obra. Brasil de Fato MG Como você conheceu o Sanjinés e o livro? Sávio Leite - Em 2008, quando fui pela primeira vez à Bolívia, tinha o nome do Jorge Sanginés como o principal cineasta do país. Por uma coincidência eu caí na fundação dele. Lá eu assisti o filme “A nação clandestina” e comprei esse livro. Quando eu li, entendi porque não existia conteúdo sobre ele, pois ele foi muito censurado na época em que começou a
Ditadura na Bolívia censurou diversos filmes que tratavam dos indígenas, que são 60% da população
fazer filmes, na década de 60. O governo da Bolívia era um regime militar, então o censuraram de diversas formas, e seus filmes não chegaram no exterior. Seus filmes também denunciam várias formas de invasão norte-americana e imperialista. E ele falava de algo muito interessante que era fazer filmes junto ao povo, e não como um cineasta branco indo para uma comunidade que só fala quechua, aimara e fazer um filme a partir da visão dele. Os filmes são feitos em conjunto com as pessoas, os atores são não profissionais e a partir daí ele foi ganhando notoriedade.
Como foi o processo de tradução do livro? Logo que eu voltei para Brasília quis traduzir o livro. Em 2006 fui à Bolívia e conversei pessoalmente com o Jorge Sanginez, ele deu seu aval. Eu e Lourenço Veloso passamos dois anos traduzindo o livro
Os filmes são feitos em comum com as pessoas, não a partir da visão do cineasta apenas
e para publicá-lo, lançamos uma campanha de financiamento colaborativo. Imprimimos 500 exemplares. Quais são os próximos planos? Foi um prazer pessoal traduzir esse livro, é uma forma de transmitir esse conhecimento que nós sabemos tão pouco. Nós conhecemos pouco da realidade da América Latina. E agora nosso interesse é trazer os filmes dele para fazer uma mostra em Belo Horizonte, assim como aconteceu em São Paulo ano passado.
Anúncio
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
Jogos Olímpicos da Juventude: Brasil conquista 15 medalhas
ESPORTE
15 15
Roberto Castro /rededoesporte.gov.br
Curta e Grossa
Agência PT
Não ignore o esporte! Jordânia Souza Na terceira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, concluído no último dia 18, em Buenos Aires, a equipe brasileira faturou 15 medalhas: dois ouros, quatro pratas e nove bronzes. Destaque para o pugilista baiano Keno Marley, medalha de ouro no boxe, e o título dos meninos do futsal, que foram parabenizados pela FIFA, em carta do presidente da entidade, Gianni Infantino. “Transmitam, por favor, meus cumprimentos a todos os envolvidos nesta conquista histórica, os jogadores, o treinador Daniel Jeremias, mas também à equipe técnica e média e, claro, patrocinadores”, afirma o dirigente.
Torcidas assinam manifesto com apoio eleitoral Pedro Ramos / rededoesporte.gov.br
Entidades organizadas e coletivos de torcedores antifascistas dos principais clubes do futebol brasileiro assinaram um manifesto na segunda-feira. O documento é uma declaração de apoio à candidatura do professor Fernando Haddad (PT) à presidência. Ao todo, 69 entidades subscreveram o documento. O texto também contém críticas às declarações de apoiadores do outro candidato, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), que defendem a criminalização das torcidas. “Não podemos permitir que todo e qualquer ativismo social existente no Brasil seja extinto e apagado, dilacerando milhões de pessoas que querem apenas exercer seus direitos”, afirma o documento.
É impossível não pensar nos rumos do país a partir de domingo (28). É preciso lembrar que toda decisão política impacta em vários aspectos da nossa vida, desde o preço do feijão até os direitos que você possui. No esporte, quando comemoramos as medalhas do Brasil, é interessante lembrar que essa superação depende, em grande parte, dos incentivos que esse atleta precisa ou precisou ter ao longo da vida. Ninguém nasce campeão. O primeiro contato com o esporte muitas vezes ocorre na escola ou até mesmo por meio de iniciativas locais que levam lazer, esporte e cultura para crianças e jovens. A decisão de investir em esporte não é simples. É preciso treinar, aperfeiçoar e participar de campeonatos em outras cidades, regiões e até países. Tudo isso requer e, quando uma família não tem recursos, muitos futuros campeões podem ficar pelo caminho. É nesse sentido que programas como o Bolsa Atleta ou as Leis de Incentivo ao Esporte atuam. Embora muita gente tor-
ça o nariz, é por meio de delas que promessas podem realmente virar um lugar no pódio. Para se ter uma ideia, das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros nos Jogos Olímpicos Rio 2016, só o ouro do futebol não contou com bolsistas. Já nos Jogos Paralímpicos, o Brasil teve a maior delegação da história, com 286 esportistas, 90,9% deles com Bolsa Atleta. Esses programas precisam ser aperfeiçoados? Claro! Mas não podemos correr o risco de perdê-los. Ignorar a importância do esporte, cultura e lazer é esquecer o quanto essas áreas são essenciais para a formação da juventude. Pelo esporte, crianças e jovens têm a oportunidade de trilhar caminhos diferentes. Para muitas pessoas, o sonho de ser atleta é o escape para sair da vulnerabilidade social e pobreza. Lembre-se que domingo não é dia de pensar somente em você e sua família. A sociedade se faz em coletivo. O bom senso, a consciência e, principalmente, a empatia, colocar-se no lugar do outro, são um bom caminho para não arriscarmos a perder o que conquistamos. Reflita!
Anúncio
16
Belo Horizonte, 26 de outubro a 1º de novembro 2018
Domingo não tem jogo do Brasileirão
Por conta do calendário eleitoral, domingo (28) não haverá jogos pelo Campeonato Brasileiro. As partidas da 32ª rodada do campeonato foram marcadas em dias diferentes. Lutando para se distanciar do Z4, o América, com 34 pontos, encara a Chapecoense na Arena Condá, sexta-feira (26), às
ESPORTES
16
DECLARAÇÃO DA SEMANA Luciano Bergamaschi / CBFS Bruno Cantini / Atlético MG
19h. Sem nenhum interesse na competição, o Cruzeiro recebe o praticamente rebaixado Paraná no Mineirão, sábado (27), às 21h. Já o Atlético enfrenta o Ceará na segunda (29), no Castelão, às 20h. O time tem 46 pontos, e o mais bem colocado de Minas na competição ainda luta por uma vaga na Libertadores 2019.
Chegou a hora que eu não queria que chegasse, a hora da despedida. Vibrei com as muitas vitórias, chorei e sofri muito com as poucas derrotas, mas sei que fiz e deixei o meu melhor!” Falcão, maior jogador de futsal de todos os tempos. Aos 41 anos, ele anunciou sua despedida da Seleção Brasileira
Gol de placa A torcida do Fortaleza fez um festão na vitória de 1 a 0 contra o Paysandu, sábado (20), no Castelão. Os 57.223 presentes organizaram um mosaico que tomou toda a arquibancada para comemorar o centenário do Leão do Pici e estabeleceram o recorde de público da série B 2018.
Gol contra Ricardo Marques Ribeiro, árbitro de Inter 2 x 2 Santos, na segunda (24), demorou seis minutos para anular um gol de Leandro Damião. Deu clara impressão que o juiz esperava a interferência do VAR, mesmo que, no Brasileiro, ele não seja. O VAR atrapalha até quando não existe.
Decacampeão
É Galo doido
La Bestia Negra
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
Após sete jogos sem vencer, o América voltou a flertar perigosamente com o rebaixamento e precisa de uma reação urgente para que a esperança continue a prevalecer sobre o desânimo. Se vencer os quatro jogos em casa – contra Cruzeiro, Paraná, Santos e Bahia –Decacampeão o América se garante na Série A. Mas, para não depender só disso, é fundamental garantir uns pontos nos jogos longe de Belo Horizonte – contra Chapecoense, Inter, Palmeiras e Fluminense. Para isso, o time precisa ser mais bem escalado e os jogadores precisam entrar mais determinados, sem cometer vacilos infantis, como o do pênalti sobre o Grêmio. Daqui pra frente, a definição entre salvação ou tragédia será decidida nos detalhes.
Em menos de uma semana, Levir Culpi sentiu o drama. Sob seu comando, o Atlético para o Fluminense. Ainda com Thiago Larghi à frente, o time foi derrotado pela Chape e empatou com o América. O trabalho do atual treinador, a meu ver, será arrumar a caGalo doido! sa para 2019.ÉEm primeiro lugar, seu objetivo é garantir a vaga na Libertadores. Nesse ínterim, avaliará o elenco, inchado em algumas posições e carente em outras. Diante do que aconteceu nesta temporada, Levir precisará de sua experiência, astúcia, competência e de contar com um bordão que criou para si mesmo. Na última passagem pelo clube, quando ganhou a Copa do Brasil, ele lançou um livro em que se define como “Um Burro com Sorte”.
Salve, salve, nação azul! Definitivamente, não era esse o presente que merecia nosso goleiro Fábio pelos 800 jogos com o manto celeste. Em uma partida em que o Cruzeiro mostrou dificuldades para balançar as redes, fomos batidos pelo organizado e esLadoBestia Negra a chanforçado time Ceará. Perdemos ce de encostar em nosso rival. Mas a motivação principal, sem dúvida, deve ser a de começarmos a pensar na temporada de 2019 e, para tanto, é fundamental que nos preocupemos com o rejuvenescimento do elenco, nossos problemas nas laterais e no ataque, principalmente. Que uma eventual goleada sobre o Paraná não nos iluda ou adie ainda mais uma reflexão sobre nosso time para o ano que vem. Saudações azuis!