Edição 262 do Brasil de Fato MG

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O Sétimo Guardião

Colonizadores da América

Regionalismo e realismo fantástico marcam a nova trama do horário nobre

A Libertadores não é mais nossa: Conmebol decide transferir a final para Espanha

VARIEDADES 12

ESPORTE 16

MG Minas Gerais

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro de 2018 • edição 262 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Adaptação Pxhere

É AMOR OU POSSESSÃO? Conheça mulheres que sofreram na pele versos de músicas famosas I BRASIL 8

Minas S/A Zema quer lógica empresarial para o governo. Essa visão corrompe o caráter do Estado e transforma direitos em mercadoria OPINIÃO 6

Menos 600 médicos Estado será muito prejudicado com saída dos cubanos MINAS 4 Reginaldo Silva

Perseguição a escola em BH Colégio foi questionado juridicamente por ter ensino com respeito à diversidade de gênero MINAS 5


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

Editorial | Brasil

Ideologia e médicos

O presidente eleito, Jair Bolsonaro afirmou, durante campanha eleitoral, que as relações do Brasil com outros países não teriam “viés ideológico”. Antes mesmo de assumir, estremeceu a relação com a China, o maior parceiro comercial do Brasil; causou ira nos países árabes, os maiores compradores da carne de frango brasileira, por anunciar a mudança da embaixada do Brasil de Tel Aviv para o lado

ESPAÇO DOS LEITORES

“Tomara que o MST fique com a terra!” Almeri Ianzer escreve sobre a matéria Audiência discute situação do Quilombo Campo Grande” “Isso não é algo que será resolvido nos próximos anos, já que a tendência é se agravar. Se as tímidas atitudes do PT para resolução deste problema já incomodaram a sociedade, imagina as atitudes de um governo que foi eleito deixando claro que aumentará a desigualdade” Kelly Oliveira comenta a entrevista “Não há país que dê certo com esse grau de desigualdade”, diz conselheiro da Oxfam “Que nossos médicos se espelhem na humanidade e no amor dos médicos cubanos pela profissão! Obrigada, médicos cubanos, pelo carinho, amor, e compreensão! Muita gratidão!” Adriana Luqueti escreve sobre a matéria “Médicos cubanos deixam o país pelo Aeroporto de Brasília”

Escreva para a gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg

Fica o exemplo: a medicina pode estar ao alcance de todos israelense de Jerusalém; se distanciou dos países do Mercosul, inclusive da Argentina, segundo principal destino das exportações nacionais; e forçou a ruptura com Cuba, que disponibilizava 8.553 médicos nas regiões mais carentes do Brasil. No caso da presença dos médicos cubanos no Brasil, através do Programa Mais Médicos (PMM), é importante lembrar que, por cinco anos, 20 mil médicos atenderam a 113,4 milhões de brasileiros em mais de 3.600 municípios. Mais de 700 cidades tiveram médico pela primeira vez na sua história, graças ao programa. Somente em Minas Gerais, com o fim da cooperação com Cuba, 597 médicos deixarão o estado e 286 municípios perderão profissionais, sendo que 33% desses ficarão sem nenhum médico em seus Centros de Saúde.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

286 municípios de Minas Gerais perderão médicos Segundo pesquisa feita pela UFMG, 95% das pessoas atendidas avaliaram como “ótimo” ou “bom” o trabalho desses profissionais. Eram médicos formados para atuar em Postos de Saúde, capacitados na especialidade equivalente à Medicina de Família de Comunidade no Brasil. E sua principal herança para o Brasil será o exemplo: as favelas, as áreas indígenas e quilombolas, o sertão e a Amazônia podem ter médicos. E a medicina pode estar ao alcance de todos. O mais provável é que os municípios mais distantes dos grandes centros, as áreas indígenas e quilombolas e até mesmo as vilas e favelas das grandes cidades tenham dificuldades de encontrar médicos para preencher

Bolsonaro parece mais preocupado com sua ideologia do que com os interesses nacionais as vagas dos médicos cubanos. E os que entrarem no programa, provavelmente não permanecerão por muito tempo, considerando que 30% dos médicos brasileiros saem do Programa Mais Médicos antes do primeiro ano de trabalho. Na prática, Bolsonaro parece mais preocupado com sua ideologia do que com os interesses nacionais. Que o povo brasileiro esteja atento e organizado para que os devaneios do futuro presidente não piorem a vida dos mais pobres e dos trabalhadores.

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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Marcelo Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes, Thainá Nogueira e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Bruno Mateus, Diego Silveira, Fabrício Farias, Felipe Marcelino, João Paulo Cunha, Jordânia, Souza, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Taciana Dutra. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.


? PERGUNTA DA SEMANA

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

GERAL

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Declaração da Semana “Elas vieram me procurar, logo após a matéria, para falar que estavam chocadas, que choraram porque relembraram as histórias que viveram no passado com o Sérgio”

O número de ônibus sem cobrador aumentou em Belo Horizonte. Há denúncias de que algumas empresas, inclusive, estão desrespeitando o acordo com a Prefeitura e colocando motoristas sozinhos em horários de pico. Perguntamos a você:

O que acha dos ônibus que rodam sem cobrador?

Eu acho errado. O motorista recebe o dinheiro e ao mesmo tempo tem que dirigir! Eles estão pegando pesado. Pode acontecer um acidente, porque ele pode se distrair com o troco. E por isso o ônibus fica parado um bom tempo nos pontos.

Com certeza é um problema, porque sobrecarrega o motorista. O profissional acaba adoecendo. Isso dificulta o acesso das pessoas que estão pegando o coletivo, por ser mais demorado, e ainda aumenta o desemprego.

Ingrid Lohaine Gomes, faxineira

Jeferson da Cruz, escritor

Disse a atriz Cristiane Machado, em entrevista ao programa Fantástico. Ela foi agredida por seu marido, o diplomata e empresário Sergio Schiller Thompson-Flores. Segundo Cristiane, algumas exnamoradas de Sérgio sofreram as mesmas agressões.

Violência contra a mulher: denuncie no 180 O Disque 180 é um serviço de utilidade pública, criado em 2005, que recebe denúncias de violência contra mulheres. Ele é porta de entrada aos serviços da rede nacional de enfrentamento à violência contra a mulher. Se você sofreu algum tipo de violência, ameaça ou é testemunha de agressões contra mulheres, disque 180: a ligação é gratuita e confidencial, ou seja, sua identidade será mantida no anonimato.

Café e jantar no Popular

Amira Hissa / PBH

Desde o dia 13 de novembro, o Restaurante Popular Josué de Castro, na região hospitalar de Belo Horizonte, oferece café da manhã e jantar. Os valores das refeições são: R$ 0,75 o café da manhã, R$3 o almoço e R$ 1,50 o jantar. O Restaurante Popular II fica na Rua Ceará, n° 490. Além do RP II, a unidade do centro (Restaurante Popular I) também oferece todas as refeições. O almoço é servido em mais duas unidades espalhadas pela capital.


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MINAS

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

Em Minas Gerais, cerca de 600 médicos cubanos deixam o SUS

Homenagem aos cubanos que tiveram que ir embora

SAÚDE Em todo o país, somente 40 profissionais se apresentaram até agora, apesar de quase todas as 8,3 mil vagas do Mais Médicos terem sido preenchidas Reprodução

DESPEDIDA Somente em BH, foram 200 mil beneficiados pela atuação deles, segundo Conselho Municipal

O

Larissa Costa

A

saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos, anunciada no último dia 14 pelo governo de Cuba após declarações depreciativas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), tem causado incerteza e desassistência nas unidades de saúde. Em todo o país, a expectativa é que médicos com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) que se inscreveram para ocupar as vagas do Programa comecem as atividades até o dia 18 de dezembro, conforme cronograma do Ministério da Saúde. Em Minas Gerais, 597 médicos cubanos foram desvinculados do Sistema Único de Saúde (SUS). A Região Metropolitana de Belo Horizonte é uma das áreas do estado que mais contou com a atuação desses pro-

fissionais, o que, segundo o médico Ailton Cezário Alves Júnior, trouxe qualidade no atendimento à população. “É evidente o ganho que ocorreu em termos de acesso da população ao profissional médico. O Programa agregou valor à Estratégia da Saúde da Família, na medida em que conseguiu vincular o profissional com maior estabilidade”, comenta Ailton, que trabalha no SUS há 20 anos. Para ele, o ponto forte da atuação dos profissio-

Médicos tinham relação mais próxima com equipe de saúde e com a comunidade

nais cubanos é a experiência prática na promoção e prevenção da saúde. Iliana Sánchez é uma das médicas cubanas que atendia pelo Programa Mais Médicos. Ela chegou ao Brasil em novembro de 2013, motivada em conhecer o país, compartilhar a cultura e cuidar da saúde da população, sobretudo a mais pobre. Até semana passada ela trabalhou em Sabará, na Região Metropolitana de BH. Casada com um brasileiro e em processo de nacionalização, Iliana está apreensiva sobre seu futuro. “Eu ainda tinha um ano de trabalho. Eu sabia que tinha que deixar o Mais Médicos, mas a gente se prepara. Eu trabalho há cinco anos para o povo brasileiro, pra gente pobre. E até hoje, até o ultimo dia em que trabalhei, os pacientes gostam de mim, gostam do meu trabalho. Nunca tive nenhum

problema com meus pacientes. Estou sem saber o que fazer”, lamenta Iliana, que exerce a medicina há 29 anos e já trabalhou prestando solidariedade também na Bolívia e na Venezuela. Vínculo Entre as qualidades do Mais Médicos, se destaca a vinculação dos médicos aos territórios, construindo relações mais fortes com as equipes de saúde e também com a comunidade. As áreas contempladas geralmente são periferias das capitais, cidades interioranas, áreas indígenas e comunidades de difícil acesso. Em todo o país, 8230 profissionais inscritos no Programa já estão alocados nos municípios. No entanto, até o domingo (25), somente 40 médicos tinham se apresentado nas unidades básicas de saúde, conforme informação do Ministério da Saúde.

s médicos cubanos já começaram a deixar o país na última semana. Em Belo Horizonte, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) homenageou os quase 50 médicos cubanos que atuaram em mais de 20 Centros de Saúde. Somente na capital, foram quase 200 mil usuários do SUS beneficiados, segundo levantamento do CMS. No sábado (24), o coletivo de bordadeiras Linhas do Horizonte entregou aos 16 médicos cubanos que trabalhavam em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana, uma bandeira para o país e um lenço para cada um deles, com mensagens de agradecimento e reconhecimento. Beatriz Alkmin, médica anestesista e bordadeira do coletivo, afirma que está triste com a situação. “Os cubanos fizeram um discurso que eu achei muito emocionante. Apesar do momento ser ríspido, eles não se queixaram. Fizeram questão de enfatizar o amor que eles têm pelo Brasil, a gratidão à população que os recebeu e também aos profissionais do SUS, que os acompanharam. A palavra deles era de alegria ao voltar para casa, mas de tristeza por abandonar a segunda casa”, conta Beatriz.


Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

Mães, pais e alunos realizam atos em apoio a Colégio Santo Agostinho EDUCAÇÃO MP processou instituição, acusando-a de propagar “ideologia de gênero”

Wallace Oliveira

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a tarde de quinta (29), centenas de mães, pais, estudantes e professores realizaram abraços simbólicos às unidades do Colégio Santo Agostinho. Os atos são uma resposta à polêmica que envolveu a instituição nos últimos dias. O Ministério Público de Minas Gerais entrou com ação civil pública acusando o colégio de ensinar “ideologia de gênero” a crianças nas aulas. “Eu posso dizer, como mãe de duas alunas que estudam aqui há dez anos: este é um colégio sério, pautado na cientificidade, na verdade, na justiça e no respeito à diversidade”, defende Rúbia Mara Castro. Durante a manifestação, os participantes deram as mãos, formando um cordão que cercou todo o quarteirão do colégio em BH.

Maria Cecília Carvalho, aluna do 1º ano, discorda das acusações. “Eles nunca me incentivaram a ser homossexual, transgênero. A única coisa fundamental no colégio é o respeito com todo mundo. O respeito, para mim, não é ‘ideologia de gênero’, é simplesmente saber viver em sociedade”, pontua. Representação e ação Em setembro, os promotores Celso Penna Fernandes Júnior e Maria de Lur-

O respeito, para mim, não é ‘ideologia de gênero’, é simplesmente saber viver em sociedade”, diz aluna

des Rodrigues Santa Gema apresentaram uma ação civil pública contra a Sociedade Inteligência e Coração (SIC), entidade filantrópica responsável pelo Santo Agostinho. A ação atende a uma representação de 2017, promovida por alguns pais de alunos, insatisfeitos com conteúdo das aulas da 3ª à 6ª série.

Como punição, o MP pede a devolução do dinheiro das matrículas e mensalidades de 2017 e a condenação dos responsáveis por infração administrativa. A instituição rebateu as acusações. “O que nós fazemos aqui está em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, os parâmetros curriculares nacionais”, comenta Clóvis Oliveira, diretor da unidade Belo Horizonte. Os Sindicatos das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep) e dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG) apoiam o colégio. Na segunda (26), a Promotoria de Justiça da Educação pediu que a Procuradoria Geral anule a ação, visto que ela foi protocolada pela Promotoria de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes, que não teria competência para questionar o projeto pedagógico de uma escola.

MINAS

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Escola sem Partido volta com força após as eleições Após as eleições de 2018, têm crescido em todo o Brasil as pressões pela implementação do Escola Sem Partido, proposta apoiada por partidos como o PSC, PSL, Novo, Democratas, PSDB e MDB. Organizações como o Movimento Contra Corrupção, do ex-ator Alexandre Frota, e Movimento Brasil Livre (MBL), do vereador Fernando Holiday (Dem-SP), também apoiam a proposta. De acordo com o Escola sem Partido, os conteúdos ministrados nas instituições de ensino não podem estar em conflito com as convicções morais dos estudantes ou de seus pais. Para Maria Cecília Carvalho, aluna do 8º ano, essa ideia é inaplicável e contrária à propagação da ciência. “Se a família acreditar que a Terra é plana, como a escola vai ensinar que a Terra é plana? Cada família vai ter um posicionamento. Como vai funcionar o ENEM?”, questiona a estudante.

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MINAS

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

Opinião

Zema quer uma Minas Gerais S.A. João Paulo Cunha O governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema, do Partido Novo, se apresentou na eleição como um empresário de sucesso. Dono de lojas de eletrodomésticos, de sofás, financeiras populares e outros negócios, antes mesmo de tomar posse se desfez de parte de seu patrimônio, vendendo dezenas de postos de combustível para um grupo estrangeiro. Até aí, a decisão é dele, as empresas são dele e a lógica de mercado domina a racionalidade dos negócios. No entanto, Zema defende levar o mesmo método para as empresas públicas, que não são dele, e que respondem por outra lógica que não a do mercado. Em entrevistas, tem apontado a necessidade de sanear empresas, como a Cemig, por exemplo, para aumentar seu valor de mercado, com o uso de práticas de austeridade. Não fala de energia, desenvolvimento, papel social e outras quimeras que estão na origem da estatal nos tempos de JK. O mesmo raciocínio já se ouve em relação a outras empresas públicas.

Estado não existe para dar lucro, mas para garantir direitos Não falou nada ainda de saúde, educação, saneamento, segurança, cultura e outras áreas decisivas. Há uma naturalização de todas as áreas da administração, como se houvesse um consenso sobre o que fazer, cabendo apenas passar a régua nas contas e demitir funcionários. A ideia de gerir o setor público a partir dos métodos do mundo empresarial não se sustenta na história. O Estado precisa de práticas fiscais competentes, mas não existe para dar lucro. O interesse público deve ser soberano e estratégico. O Estado existe para servir aos cidadãos, não à economia de mercado. É sintomático como hoje, em toda a apresentação de políticas públicas, o grande objetivo é

sempre “gerar empregos”. Não bons, mais e melhores empregos, como um dia se defendeu. Por isso, pelo incentivo ao emprego vale até mesmo abrir mão de direitos trabalhistas. Você decide: direitos ou emprego. Nunca emprego com direitos. A carteira de trabalho deixa de ser azul pelo verde-amarelismo da submissão voluntária. Minas Gerais vem sendo apontada como laboratório do Partido Novo, como um experimento que tem como objetivo mostrar que a ideia de gerir a máquina pública com os métodos do setor privado é a salvação da lavoura. Minas será cada vez menos Gerais e mais S.A. A defesa das empresas públicas, entre elas Cemig, Copasa, BDMG, Codemig e até mesmo a incipiente Empresa Mineira de Comunicação, formada pela Rede Minas e Rádio Inconfidência, é uma bandeira já posta na pauta. Sem elas, não teremos serviços de energia, água e saneamento destinados ao cidadão e sim ao consumidor. Não há melhor negócio que os serviços públicos privatizados. Isso não é novo, tem a idade do mundo.

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Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

OPINIÃO

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Mariana Pitasse

Dos navios negreiros aos “navios prisões”

Muquifu, Museu dos Quilombos: onde nossa história tem valor A frase do título é de Lourdinha Lima, cuidadora de idosos e moradora do Morro do Papagaio, em BH. É um grito emitido por uma mulher negra. E ser mulher e negra é escutar ainda hoje o som estridente do chicote que ecoa do centro para a periferia. É ser sabotada, é ser a malandrinha que nasceu para o trabalho duro. E, assim, se tornou o ser do quilombo e o ser do Muquifu. História de valor, de resistência e de luta. O Muquifu, Museu dos Quilombos e Favelas Urbanas, fica no Morro do Papagaio, como espaço de valorização de uma história condenada pela sociedade. Lá encontramos o templo sagrado das “Santas Pretas”, também um espaço de resistência. Lá, a arte é manifestação do espírito aguerrido de um povo. Uma pintura chama a atenção. Remete a grandes indagações frente à sociedade dos nossos dias. Na parede do templo sagrado das Santas Pretas, inscreve-se a conhecida cena A arte é do menino Jesus no templo, em meio a doutores e mestres manifestação da lei. No Muquifu, essa cena traz uma mulher negra no mes- do espírito mo ambiente daqueles homens. O menino Jesus esboçado aguerrido na parede divide a cena em dois lados: de um lado estão os de um povo doutores da lei e do outro está essa mulher negra conhecida da comunidade. Ela vive no Morro do Papagaio e está no meio de nós. Sua presença nos leva a repensar o papel da mulher hoje e, principalmente, o da mulher na periferia. Nessa pintura vemos a mulher sendo reconhecida. Uma mulher da comunidade que se emancipou. Um exemplo para que as demais possam fazer o mesmo. Aquela mulher retratada foi a primeira mulher da comunidade a cursar um curso superior e se doutorar. Que os leitores se sintam instigados a visitar o Museu dos Quilombos, o espaço “Muquifu”. Vitor Vinicios da Silva é graduando em filosofia no Instituto Santo Tomás de Aquino

Mariana Pitasse é jornalista, editora do Brasil de Fato no Rio de Janeiro e doutoranda em Antropologia na UFF

ACOMPANHANDO

Vitor Vinicios da Silva

Em um porão escuro e úmido, centenas de homens e mulheres se espremem para caber em um espaço limitado demais para todos. Eles estão muito próximos e aprisionados. O mau cheiro, a sujeira, as marcas na pele, os trapos que cobrem seus corpos denunciam que eles não têm condições mínimas de higiene e sobrevivência. A fome e a sede são constantes, as doenças se espalham com facilidade. Muitos deles morrem e adoecem gravemente em pouco tempo. A descrição acima poderia estar circunscrita em um passado distante, relativa ao transporte de negros escravizados nos navios negreiros do século XIX. No entanto, está mais atualizada do que nunca. O governador eleito pelo Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) declarou que um de seus planos é fazer “navios presídios” em alto-mar para abrigar o contingente de presos que não cabem em terra. Vale ressaltar que o número de pessoas encarceradas no Brasil chegou a 726.712 em junho de 2016 - o terceiro maior do mundo. Mais da metade dessa população são jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. O sistema prisional brasileiro tem 368.049 vagas, o que faz com que 89% dos presos es- Celas sem tejam em unidades superlota- condições das. minimamente As condições impostas à poaceitáveis são pulação carcerária têm mais pontos em comum com o pe- tortura ríodo da escravidão. A tortura ainda é parte integrante do sistema carcerário. Fora a agressão física, o mero ato de privar uma pessoa de sua liberdade e colocá-la em uma cela superlotada, sem ventilação, higiene e outras condições minimamente aceitáveis já constitui uma forma de tortura. Como já disse Ângela Davis em frase batida, mas necessária: “Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”.

Na edição 260.... “Justiça aprova liminar de despejo de 450 famílias no Sul de Minas” E agora... Deputados federais visitam acampamento do MST No dia 26 , a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, junto a deputados estaduais, fez uma visita ao Quilombo Campo Grande. Os parlamentares foram verificar se a área ocupada pelo MST realmente possui produção agrícola, escola, criações e serve de moradia a famílias. “Nenhum pé de café fica daquele tamanho do dia para a noite, não é possível que o juiz não viu isso”, criticou o deputado Cristiano Silveira, sobre o relatório que pede o despejo das 450 famílias.


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BRASIL

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

Sertanejo ciumento se torna realidade na vida de mulheres

25 de novembro Marcio Lino / PMG

MACHISMO Na semana de combate à violência, leia depoimentos de quem viveu na pele o que é cantado em músicas bem populares Weslley Tadeu

em três meses por tristeza, conta. A letra também marcou o mais triste capítulo e o fim do casamento. “Um dia antes ele estava sentado no sofá cantando essa música, todo bonitinho, e no outro dia simplesmente ateou fogo na casa com dois dos meus filhos dentro. E romantizou tudo aquilo, dizendo que foi por amor, quando a gente sabe que não é”, desabafa.

Rafaella Dotta

A

i, que delícia ouvir um sertanejão no volume bem alto e dançar coladinha com alguém. Mas imagina se, por um passe de mágica, as músicas virassem realidade? Mulheres passaram por situações semelhantes a algumas letras e não foi tão bom assim. Confira algumas histórias.

“Ciúme não, excesso de cuidado / Repara não se eu não sair do seu lado” Viviane Simões, que é assistente de coordenação de uma escola no Ceará, viveu a música “Ciumento Eu” com seu primeiro namorado. O namoro acabou pelo excesso de ciúmes do rapaz, coisa que Henrique & Diego cantam como “excesso de cuidado”. Eles dizem mais: “Tem uma câmera no canto do seu quarto / Um gravador de som dentro do carro / E não me leve a mal se eu

destravar seu celular com sua digital (...) É tudo por amor”, canta a música, que tem 23 milhões de visualizações no Youtube. Tal qual a letra, o ex-namorado procurava vigiar Viviane de diversas formas. Ele chegou a mandar mensagens pelo seu perfil no Facebook e excluir pessoas de quem tivesse ciúmes. O auge foi uma crise em que ele esmurrou a porta do banheiro na casa dos pais de Viviane, querendo saber com quem ela falava ao telefone. “Tá doido que eu vou fazer propaganda de você” E quem não conhece a clássica “Propaganda”, de Jorge e Mateus? Jogue a primeira pedra se você não cantou a plenos pulmões: “Tá doido que eu vou / Fazer propaganda de você / Isso não é medo de te perder, amor / É pavor, é pavor”. Quem viveu esses versos foi

Neliane Macedo, mãe de três filhos e que acabou de sair do casamento. Seu ex-marido cantava a música para justificar o que falava dela aos ami-

Machismo não é exclusividade do sertanejo: site mostra músicas que rebaixam a mulher gos e parentes, de “burra” a outros xingamentos, durante sete anos. “Desde o momento em que ele escutou a música, sentava no sofá e dedicava a mim. E realmente era algo que ele vivia. Falava mal de mim pros amigos pra ‘ninguém crescer o olho’”, conta Neliane. A relação foi piorando e ela foi proibida de usar determinadas roupas, vivia só em casa e chegou a perder 12 quilos

Outras pedradas As músicas que podem prejudicar as mulheres não param por aqui. O ciúme exagerado, a agressão e a ameaça para ter relação sexual estão em milhares de letras. A “Vidinha de Balada” de Henrique & Juliano, não se importa com a resposta da mulher, “Vai namorar comigo, sim”, manda. “A Mala É Falsa” de Felipe Araújo relata uma ameaça para ter sexo: “Agora vê se aprende a dar valor / Mata minha sede de fazer amor”. Um projeto feito por brasileiras reúne outras composições sertanejas, mas também sambas, rocks, bossas novas e funks que rebaixam a mulher. O site Música Machista Popular Brasileira mmpb. com.br mostra que machismo não tem tipo musical preferido. Na opinião do site, músicas como essas “deveriam incomodar muito mais”.

Você sabia que um terço das mulheres do planeta já foram violentadas? O número é da Organização das Nações Unidas (ONU), que também levantou que 49 países não têm leis para impedir a agressão doméstica. Dia 25 de novembro foi o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher.

Psicóloga analisa influência de músicas A professora da Faculdade de Ciências Médicas Claudia Natividade opina que as músicas interferem sim nos relacionamentos amorosos. As atitudes humanas são construídas a partir do que aprendemos com o mundo e, para a psicóloga, as músicas funcionam como um incentivo, uma repetição da história que se quer. A música acaba sendo um reforço “bem-humorado” do machismo. “O ritmo faz toda a diferença. Se a gente for ler a letra vai achar uma coisa abusiva, controladora. O ritmo faz com que a letra seja alegre, humorada, criando uma melhor entrada para esse tipo de mensagem na sociedade”, explica.


Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

Responsável por desenvolver infraestrutura do país, BNDES está ameaçado de desmonte

BRASIL

9 Arquivo / Agência Brasil

BANCO PÚBLICO Desde o golpe contra Dilma Rousseff, banco reduziu drasticamente os investimentos em grandes obras Arquivo / Agência Brasil

Papel do banco é acelerar o desenvolvimento do país, com planejamento do crescimento em diversos setores

Cristine Sampaio e Juca Guimarães

O

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos instrumentos mais importantes para a retomada do crescimento do país e também para a geração de empregos, segundo o economista Thiago Mitidieri, presidente da Associação de Funcionários do BNDES. Segundo ele, o banco é responsável pelos principais financiamentos em grandes obras de infraestrutura, e nenhum dos funcionários do corpo técnico esteve envolvido em denúncias de corrupção. Porém, é esse estigma que vem à tona quando governos de caráter privatista tentam atacar a credibilidade da instituição. De 2007 a 2017, o BNDES investiu R$ 509,5 bilhões em obras de infraestrutura, 287% a mais que os R$ 131,6 bi-

lhões que foram liberados entre 1997 e 2007. Apesar da importância dos resultados a longo prazo, o BNDES enfrenta nos últimos anos, durante o governo Michel Temer (MDB), uma tentativa de desmonte dentro de um processo de retomada das privatizações de empresas públicas – uma política anti-nacional que é endossada pela equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

De 2007 a 2017, BNDES investiu mais de R$ 500 bilhões em obras de infraestrutura, 287% a mais do que o investido entre 1997 e 2007

Golpe e queda de investimentos No período após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, o banco reduziu drasticamente os investimentos em infraestrutura. Em 2017, foram apenas R$ 70,7 bilhões (19,8% menor que os R$ 88,2 bilhões de 2016). Esta foi a menor liberação de recursos para obras de infraestrutura desde 2008. Um ano antes da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, o investimento foi de R$ 190,4 bilhões. E no ano da Copa foram mais R$ 187,8 bilhões. “O BNDES financia todos os tipos de infraestrutura, como os grandes projetos de distribuição e geração de energia. Além de projetos de logística importantes, como construção de rodovias, duplicação de rodovias, construção de portos”, disse Luciano Coutinho, que presidiu a instituição de maio de 2007 a maio de 2016.

Nas cidades grandes do país, o dinheiro do BNDES é fundamental na melhoria do transporte urbano com recursos destinados aos metrôs e corredores rápidos de ônibus. Além disso, é um dos principais investidores em obras de melhoria das telecomunicações. De acordo com Coutinho, ter o financiamento aprovado pelo BNDES também é uma referência para a qualidade e consistência do projeto, pois a análise dos técnicos é sempre rigorosa. O banco O BNDES foi criado nos anos 1950, após o final da Segunda Guerra Mundial, com o propósito de acelerar o desenvolvimento do país, planejando um crescimento ordenado em vários setores e atuando em projetos que não fazem parte das metas de investimentos dos bancos particulares. De forma geral, o BNDES tem a função estratégica de garantir o recurso necessário para o financiamento de “pacotes” de desenvolvimentos nas mais diversas áreas.

Lula e Nobel A campanha internacional para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja contemplado com o Prêmio Nobel da Paz em 2019 está em etapa de formalização. Desde a última semana, o ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, que recebeu o prêmio em 1980, tem trabalhado para reunir assinaturas de indivíduos que se encaixam nos critérios estipulados pela organização a fim de oficializar a candidatura. A ideia é que eles assinem um formulário, na página do Comitê Norueguês do Nobel, até 31 de janeiro de 2019. Ao todo, 400 mil pessoas aderiram à campanha desde o ano passado. Esquivel e os demais apoiadores consideram que Lula foi um lutador incansável contra a fome e a pobreza, e que sua trajetória o transformou em um líder mundial pela paz e pela dignidade humana. Durante os dois mandatos de Lula como presidente, de 2003 a 2010, a pobreza caiu 50,64% no Brasil – conforme pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2011, a partir de resultados obtidos pelo IBGE.


14 MUNDO 10

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

Franceses apoiam protestos contra aumento de combustíveis COLETES AMARELOS Depois de reajuste de 23%, milhares saíram às ruas AFP 2018 / Frederick FLORIN

Cuba e Espanha firmam acordos de cooperação CULTURA País europeu é terceiro parceiro comercial da ilha no mundo AFP Photo /Yamil LAGE

Na última semana, os governos de Cuba e da Espanha assinaram acordos de colaboração cultural. A celebração

dos pactos ocorreu durante a visita do presidente espanhol Pedro Sánchez ao mandatário cubano, Miguel Díaz-Canel. A

Uma pesquisa do jornal Le Figaro revelou que a maioria da população francesa é a favor das manifestações do movimento dos Coletes Amarelos. Dois a cada três franceses, ou seja, 66%, concordam com os protestos contra o aumento no preço dos combustíveis. O movimento eclodiu no dia 17 de novembro, depois Espanha é o terceiro parceiro comercial de Cuba em todo o mundo, atrás apenas da China e da Venezuela. “Somos o principal parceiro europeu da ilha. O governo espanhol vai continuar a estimular os investimentos em Cuba”, declarou Sánchez durante a visita. A visita de Pedro Sánchez a Havana é a primeira de um mandatário espanhol desde 1986, quando o ex-presidente Felipe González encontrou-se com Fidel Castro em solo cubano. “Passou muito tempo, acho que demais, desde a última vez que um presidente da Espanha veio a Cuba para ter uma reunião bilateral”, acrescentou o mandatário espanhol, durante fórum de representantes de 200 empresas dos dois países.

Putin acusa presidente da Ucrânia de provocação O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a violação da fronteira russa pela marinha ucraniana foi uma provocação do governo de Pyotr Poroshenko. Segundo Putin, havia dois agentes do Serviço de Segurança liderando a operação. “Trata-se de uma provocação organizada pelas autoridades atuais, frente

às eleições para presidente da Ucrânia, previstas para março do ano que vem”, assegurou o mandatário russo. O incidente ocorreu no dia 25 de novembro, quando três navios da Ucrânia realizaram manobras durante horas no estreito de Kerch, no Mar Negro, atravessando fronteiras russas e violando a Convenção da

ONU sobre direito marítimo. A Defesa russa respondeu com tiros e deteve as embarcações ucranianas. Um dia depois, o governo da Ucrânia assinou a lei marcial por 30 dias. Nesse período, ficam suspensas diversas liberdades dos cidadãos do país, como o direito de ir e vir, livre reunião, manifestação ou não ser preso sem fundamento jurídico.

que a gasolina encareceu 23% no mês de outubro. Milhares de pessoas com coletes amarelos e fitas refletoras, partindo das zonas rurais e dos subúrbios franceses, saem às ruas em direção aos centros urbanos do país. O porte do colete amarelo nos carros é uma exigência nacional para todos os motoristas na França.

Dados oficiais apontam que, na primeira das manifestações, 283 mil pessoas saíram às ruas para protestar, parando o país. Em 200 vias de tráfego, houve bloqueios para impedir o abastecimento de gasolina. A polícia francesa reprimiu os manifestantes, causando a morte de uma mulher e deixando outros 227 feridos.

Anúncio EDITAL O SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DE MINAS GERAIS, o SINDICATO DOS EMPREGADOS DA ADMINISTRAÇÃO DAS EMPRESAS PROPRIETÁRIAS DE JORNAIS E REVISTAS E EM EMPRESAS DISTRIBUIDORAS E VENDEDORAS DE JORNAIS E REVISTAS DE BELO HORIZONTE e o SINDICATO DOS GRÁFICOS DE MINAS GERAIS , através do presente Edital de Convocação, fazem saber a todos empregados associados e interessados, vinculados aos quadros do DIÁRIO DO COMÉRCIO EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA, que será realizada Assembleia Geral Extraordinária, no dia 30 de novembro de 2018, em frente à sede da empresa, sito à Av. Américo Vespúcio, n. 1660, Bairro Nova Esperança, Belo Horizonte, em primeira convocação às 14:30 horas e, em segunda convocação, após o transcurso de 30 (trinta minutos), para discutirem e deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1) discussão sobre os procedimentos adotados, quanto a campanha salarial, visando a celebração de instrumentos normativos 2017/18; 2 ) Discussão e deliberação acerca da possibilidade de deflagração do movimento grevista, nos termos da Lei 7783/89, face aos constantes descumprimentos da legislação trabalhista; – 3) Outras deliberações consequentes - Belo Horizonte, 28 de novembro de 2018– Alessandra Cesar Mello (Presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais) Marco Antônio Jacob (Presidente do SINAD), José Aparecido Alves (Presidente do Sindicato dos Gráficos MG)


Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

11 ENTREVISTA 15

Haddad anuncia participação em frente internacional contra extrema direita FRENTE PROGRESSISTA Ex-ministro e candidato a presidente nas últimas eleições, Fernando Haddad critica Steve Bannon e a política externa dos EUA Ricardo Stuckert

Pedro Carrano e Lia Bianchini De Curitiba (PR)

O

ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), está com a agenda lotada, dedicada às articulações da Frente Progressista Internacional, que visa se contrapor ao avanço da extrema direita no mundo. Passadas as eleições 2018, o assunto é a necessidade de enfrentar o movimento autoritário que ameaça promover retrocessos em vários continentes. Haddad concedeu uma breve entrevista após visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, e saudar os integrantes da Vigília Lula Livre. O petista critica a política externa estaduniden-

Essa manipulação de informações via redes sociais, patrocinada por grandes empresários, sobretudo os barões americanos do petróleo, está saltando aos olhos” se e evidencia sua preocupação com as ameaças do futuro governo Bolsonaro (PSL) – que pode abrir espaço para a venda as principais ferramentas de indução da economia, como a Petrobras.

Brasil de Fato – O que se está desenhando no momento é uma articulação internacional progressista. Mas é possível organizar um campo progressista a nível mundial?

Fernando Haddad – O que está caracterizado hoje é que este não é um movimento local. A extrema direita está ganhando peso no mundo, para cortar direitos e fazer o ajuste neoliberal em cima dos trabalhadores. E eles estão juntando isso a uma pauta regressiva, do ponto de vista da cultura, para legitimar o desmonte

Querem destruir a União Europeia para fazer valer os interesses estadunidenses

do Estado de bem-estar social. É disso que se trata. Então, nós temos que nos contrapor a isso, e existem forças no mundo dispostas a se organizar. Inclusive, porque eles usam métodos baixos para fazer valer seus interesses. Essa manipulação de informações via redes sociais, patrocinada por grandes empresários, sobretudo os barões americanos do petróleo, está saltando aos olhos. O Steve Bannon [assessor político estadunidense que atuou como estrategista-chefe da Casa Branca no governo Donald Trump] é um cara financiado por pessoas ligadas à indústria do petróleo. Como você vai se contrapor a isso, ao poder econômico das pessoas que impulsionam informações

Trump joga com o desequilíbrio mundial em proveito dos Estados Unidos – ainda se fossem verdadeiras! – que são falsas sobre as pessoas? Então, a democracia não vai subsistir. E o próximo alvo deles é a União Europeia. Querem destruir a União Europeia para fazer valer os interesses estadunidenses. Isso abre espaço para se atualizar a crítica ao papel dos Estados Unidos na geopolítica mundial?

Quando falamos de Estados Unidos estamos falan-

do do governo Trump, porque a cada quatro anos tem uma eleição lá. De repente, em 2020, você pode ter uma mudança do quadro, buscando uma governança mais equilibrada no mundo. Trump joga com o desequilíbrio mundial em proveito dos Estados Unidos, como se o país líder não tivesse responsabilidades com o equilíbrio mundial – inclusive do ponto de vista social. Isso só está trazendo sofrimento para as pessoas. Você sempre defendeu a necessidade de um modelo de desenvolvimento para o país. Como você vê, agora, o futuro governo ameaçando vender nossas ferramentas de indução da economia?

A diferença do governo Bolsonaro [para o atual] – anunciada, né? – é que ele é mais radical na economia, neoliberal na economia e regressivo na cultura, coisas em que o [Michel] Temer não se meteu muito. Ele não se meteu muito no debate sobre direitos civis… mexeu muito levemente, mas não chegou a ameaçar os direitos civis. O Bolsonaro, sim, é uma ameaça aos direitos civis, e essa é a diferença para o governo Temer. O governo Temer lutou contra os direitos sociais, e o Bolsonaro vai aprofundar essa agenda, de corte e de alienação do patrimônio.

Bolsonaro é uma ameaça aos direitos civis


14 VARIEDADES 12

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

Amiga da Saúde

BAFAFÁ MISTÉRIOS E SEGREDOS EM “O SÉTIMO GUARDIÃO”

Reprodução

Fiz um teste rápido de gravidez no Centro de Saúde e deu positivo. Não pediram o de sangue. Posso confiar que estou grávida? Jucimara Lopes, 24 anos, artesã. Pode confiar sim, Jucimara. Os testes rápidos de gravidez são altamente confiáveis quando o resultado é positivo. A maioria desses testes consegue detectar a gestação em torno de 7 dias de atraso menstrual, ou até menos, dependendo do fabricante. Já o exame de sangue comum identifica a gestação mais cedo (em torno de 8 dias de fecundação), antes mesmo do atraso menstrual. O pré-natal deve iniciar o quanto antes e por isso o teste rápido é um aliado importante. Se você permanecer insegura, peça para fazer o teste sanguíneo no centro de saúde.

A nova novela das 21h, “O Sétimo Guardião”, do polêmico e ousado autor Aguinaldo Silva, promete – e vem cumprindo – fazer bonito no horário nobre da TV. A trama, que se desenvolve numa cidade do interior chamada Serro Azul, traz no enredo o regionalismo (fugindo do eixo Rio-São Paulo) e o realismo fantástico, ou seja, muita fantasia, coisas fora da nossa realidade e grandes mistérios. Algo muito presente na carreira do Regionalismo escritor Aguinaldo Silva, famoso por sue realismo cessos como “A Indomada” e “Fera ferida”. fantástico A principal trama misteriosa até o momarcam a mento é a que envolve os guardiães que trama ainda têm a missão de proteger uma fonte com propriedades curativas e rejuvenescedonebulosa da ras. Eles buscam levar uma vida comum, novela como o prefeito Eurico (Dan Stulbach), o delegado Machado (Milhem Cortaz), o médico Aranha (Paulo Rocha), o mendigo Feliciano (Leopoldo Pacheco) e as divertidas mulheres: a cafetina Ondina (Ana Beatriz Nogueira) e a esotérica Milu (Zezé Polessa). Sem falar no guardião chefe, Egídio (Antônio Calloni) e no humano que virou gato, León (Eduardo Moscóvis) também ligado aos mistérios da fonte. Mas essa história ainda é algo muito nebuloso e confuso para quem assiste. A novela tem um ritmo mais lento do que suas antecessoras, o que vem causando alguma estranheza no público e reflexos na audiência. Mas como já bem conhecemos o autor da trama, uma reviravolta pode acontecer a qualquer momento e sacudir tudo. Uma delas é a chegada de Valentina Marsalla (Lilia Cabral) – bem ao estilo “Tieta do Agreste” - que desembarcou esta semana em Serro Azul, agitando a cidadezinha, trazendo lembranças do passado de muitos personagens, e claro, dando ritmo à novela. Entretanto, mais do que isso, o que vem intrigando e causando ansiedade no público, nos fãs e críticos de novelas é tentar descobrir o grande mistério e segredo de “O Sétimo Guardião”. Isso, aliás, é que promete marcar para a história da TV o folhetim. Aguardemos as próximas emoções e surpresas. Com certeza, falaremos delas por aqui. Abraços! Felipe Marcelino é professor de filosofia.

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf.

Nossos direitos Associação de moradores e participação popular Você sabia que é possível e importante participar de decisões coletivas que influenciam diretamente sua vida, como a pavimentação de uma rua ou a construção de creches e reformas de postos de saúde em seu bairro? Para isso, cada comunidade e morador tem o direito de fiscalizar os atos do poder público, cobrando informações sobre o planejamento de obras, reformas dos equipamentos

públicos e acompanhando os gastos de verbas na região onde mora. Para acompanhar mais de perto as ações do poder público, o jeito mais recomendado é participar da associação de moradores do seu bairro. Em muitos lugares, as associações estão paradas ou nas mãos de poucos moradores, e isso pode mudar. Reúna-se com seus vizinhos e participe ativamente da conquista dos seus direitos no bairro onde você mora!

Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP


Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

13 VARIEDADES 15

www.malvados.com.br

Dicas Mastigadas CALDINHO DE ABÓBORA Reprodução

Ingredientes • • • • • • • •

1/2 kg de abóbora moranga 2 cebolas grandes 4 dentes de alho 300 g de carne seca ou charque desfiada (dessalgada) 1 caixa de creme de leite Cebolinha e coentro verde picada a gosto Queijo minas ralado Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo Primeiro cozinhe a abóbora normalmente (com os temperos que você gosta). Em seguida, bata no liquidificador e reserve. Numa outra panela, refogue alho e cebola e em seguida frite a carne. Quando estiver bem refogada, adicione a abóbora batida e o creme de leite. Aguarde levantar fervura e adicione água se preferir um caldo mais líquido. Acerte os temperos e sirva quente, salpicado com queijo ralado.

Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.


14 CULTURA 14

Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018 Paulo Lacerda

29ª Feira Nacional de Artesanato

Cefart inaugura novo prédio e Teatro João das Neves

O Natal vem chegando e os mestres e mestras artesãos realizam em BH uma exposição com seus trabalhos. Durante os seis dias do evento, você pode participar também de oficinas de artesanato em argila, madeira, tecelagem, pedra, metal, vidro e fibra. Inscrições no local. De 4 a 9 de dezembro, no Expominas (Avenida Amazonas, 6030), com ingressos a R$ 15.

Exposição “E agora, Maria?”

FORMAÇÃO Em quatro anos, a Fundação ampliou de três para cinco o número de escolas de arte Rafaella Dotta

O

s estudantes de arte terão um novo espaço para chamar de seu. O Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) acaba de inaugurar novas instalações para salas de aula, dança, ensaios e oficinas de figurinos, adereços e cenários. O prédio, de quatro andares, é originalmente do Departamento Estadual de Telecom de Minas Gerais (DETEL-MG) e passou por uma negociação de dois anos para abrigar a escola. A inauguração é reflexo das promessas e escolhas feitas pela atual administração do Cefart, defende o diretor Vilmar Souza. O centro passou de três para cinco escolas de arte e aumentou o número de atividades, inclusive com cursos para o público externo, ou seja, pessoas que não são alunos do Cefart, mas se interessam por arte. “A unidade Andradas permite ampliar ainda mais

nosso repertório e ofertar atividades que vão desde o ensino artístico às práticas direcionadas ao mercado cultural profissional”, destaca o diretor em entrevista no site da Fundação Clóvis Salgado. Teatro inquieto de João das Neves No mesmo local será inaugurado um teatro em homenagem à “luta, inquietações e reflexões” do dramaturgo João das Neves. O ator, diretor e escritor faleceu há três meses e foi um dos grandes nomes das artes cênicas do país. O teatro servirá como local de experimentações aos alunos do Cefart. A peça de estreia será Eclipse Solar, com

Cefart oferece cursos gratuitos de dança, teatro e música

os formandos do Curso Técnico de Teatro 2018, em cartaz de 30 de novembro a 15 de dezembro. Cursos e inscrições Está aberto o edital para os cursos Básico de Música (bateria, piano, violão, violino, canto, flauta, saxofone, trompete, percussão, contrabaixo, trombone, clarineta, violoncelo e viola de orquestra), Produção em Artes Visuais e Tecnologia da Cena para o ano letivo de 2019. As inscrições vão de 31 de outubro a 4 de dezembro. Para ser um aluno regular do Cefart nas áreas de dança, música e teatro, o interessado deve ficar atento ao edital, que é lançado geralmente no início do segundo semestre. Já os cursos complementares - abertos ao público externo - têm inscrições o ano todo e poderão ser acessados logo mais em www.fcs.mg.gov.br. Todas as modalidades são gratuitas.

A artivista (artista + ativista) Zi Reis expõe 17 obras sobre o universo feminino. São pinturas, instalações, vídeos, fotografias e poesias sobre temas como violência doméstica e trabalhos no lar. A artista provoca também o questionamento dos padrões de beleza femininos. De 19 de novembro a 13 de dezembro, na Aliança Francesa Belo Horizonte (Rua Tomé de Souza, 1418). Gratuito.

Na Serra, “Favela em Raízes”

Acontece no Centro Cultural Vila Marçola um encontro do projeto Circuito Serra. Durante o ano, o projeto realizou oficinas, rodas de conversa e apresentações artísticas no Aglomerado da Serra e o “Favela em Raízes: Cultura, Resistência e Afeto” vem para fechar o ano em grande estilo. Dia 1º de dezembro, às 13h, Rua Mangabeiras da Serra, 320, Vila Marçola. Gratuito.


Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018

na geral

Atletas da Futel faturam 15 medalhas no Judô

ESPORTE

15 15

Felipe Oliveira / EC Bahia

Curto e Grosso

Divulgação Futel

Oito judocas da Fundação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer – Futel – subiram ao pódio 15 vezes, em evento na cidade de Mariana. Foram oito medalhas no Brasileiro (seis ouros e duas pratas) e sete no Sul-americano (três ouros e quatro bronzes). O evento reuniu cerca de 1400 atletas de diversas regiões do Brasil. Oito judocas de Uberlândia subiram ao pódio: Johny Mata, Camila Franco, Joelma Machado, Rhuan Leal, Pedro Daniel, Ronaldo Brazão, Ryan Gabriel e Rayanne Gabriel Silva.

CT Paralímpico brasileiro é referência mundial

Na segunda-feira (26), o quadro de diretores da World ParaVolley indicou o Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo como referência do vôlei sentado no mundo. A ideia da instituição é ter espaços de referência em todos os continentes. Outras instalações indicadas foram as da cidade de Hangzhou, na China.

Marcello Casal Jr /ABr

O vôlei sentado é uma modalidade esportiva para atletas amputados, principalmente nos membros inferiores, ou com outros tipos de deficiência locomotora. O esporte surgiu em 1956, da combinação entre o vôlei e um esporte alemão praticado por pessoas com pouca mobilidade, sem rede, chamado sitzbal.

Betim é destaque nos Jogos do Interior Entre os dias 14 e 18 de novembro, aconteceu a etapa estadual dos Jogos do Interior de Minas (JIMI), em Uberlândia. Participaram mais de 1500 atletas de 71 cidades. A equipe de atletismo de Betim conquistou a segunda colocação geral e a terceira entre os paralímpicos. No vôlei, o masculino do Viva Esporte/ Ramacrisna ficou com o bronze.

Os JIMI são um programa do governo de Minas, em parceria com prefeituras de diversos municípios, e têm como objetivos promover o esporte no interior, facilitar a qualificação de atletas e equipes, integrar municípios, aprimorar a gestão esportiva e estimular os potenciais de cada região do estado.

Uma luta estampada na camisa Jordânia Souza O esporte, assim como a arte, não é só fonte de entretenimento. Também pode ser um importante meio para informar, conscientizar e inspirar pessoas. Não é à toa que, em vários momentos da história, competições esportivas foram marcadas por protestos e posicionamentos políticos de equipes e atletas. No futebol, pouco a pouco, a neutralidade sai de campo. Usando a visibilidade e o apelo popular que possuem, os clubes têm levado para os estádios temas relevantes para a sociedade, como o machismo, a violência contra a mulher, a homofobia e o racismo. Nessa onda, alguns times brasileiros investem em ações que vão além do futebol. Foi o caso do Cruzeiro, em 2017, que chamou a atenção mundial com a campanha #VamosMudarOsNúmeros. No Dia Internacional da Mulher, o time celeste estampou nas camisas dos jogadores alguns dados alarmantes sobre a realidade das mulheres no Brasil,

como a frase: “a cada 2 horas, uma é morta”. Em 2018, o exemplo mais recente foi o Bahia, que levou a campo assuntos como a luta dos povos indígenas, pessoas com deficiência e mães com filhos desaparecidos. Em novembro, o time baiano usou a camisa tricolor para homenagear o mês da Consciência Negra, substituindo os nomes dos jogadores por pessoas que marcaram e marcam a história do povo negro no Brasil: Zumbi dos Palmares, Dandara, Mestre Bimba, Neguinho do Samba, Moa do Katendê, Gilberto Gil, Antônio Pitanga, Rita Batista e Dadá Maravilha. Em tempos de pouca memória e descaso com a história, ações como essas ajudam a afirmar e a dar visibilidade a lutas e nomes que vão sendo esquecidos ou negligenciados com o tempo. Mais importante ainda é que essas ações tenham continuidade dentro e fora de campo. O esporte e, em especial, o futebol, pode ser uma grande janela para causas que vão muito além da bola.


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Belo Horizonte, 30 de novembro a 6 de dezembro 2018 Divulgação Dorados de Sinaloa

ESPORTES

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Divulgação Dorados de Sinaloa

Libertadores da América será decidida na Europa A Copa Libertadores da América de 2018 será decidida no campo do Real Madrid, o Santiago Bernabeu, dia 9 de dezembro. A transferência para a Espanha foi anunciada pela Conmebol na quinta (29), após leilão no qual concorreram cidades como Doha, Paris e Miami. O primeiro jogo entre River Plate e Boca Juniors,

disputado no estádio La Bombonera dia 11/11, terminou empatado em 2 a 2. O segundo estava previsto para 24/11, no Estádio Monumental, mas foi adiado, após confusão que deixou jogadores do Boca feridos. A partir do ano que vem, oficialmente, a final do torneio acontecerá sempre em campo neutro, com partida única.

“Isso no meu país é lamentável. Não temos respeito por nada, está tudo fora de órbita. O presidente enganou muita gente de que iria mudar tudo isso, e nós estamos piores do que um tempo atrás” Diego Armando Maradona, soltando o verbo contra o presidente argentino Maurício Macri, após a confusão que levou ao adiamento da final da Libertadores, entre River Plate e Boca Juniors.

Gol de placa O Palmeiras é o campeão brasileiro de 2018. A equipe chegou ao recorde de 22 rodadas consecutivas sem derrotas, mais do que um turno inteiro! Com o título, o Verdão se distancia como clube com mais títulos nacionais.

Gol contra A diretoria palmeirense convidou Bolsonaro, feito presidente na eleição de 2018, para o jogo contra o Vitória, em São Paulo, domingo (02/12). O convite desrespeita a história operária da agremiação e a maioria dos torcedores, que não apoiam o golpe de Estado.

Decacampeão

É Galo doido

La Bestia Negra

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

Na última partida do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense, o América tem a chance histórica de se colocar em novo patamar no futebol brasileiro. Uma vitória simples garante que o time participe de duas edições seguidas da Série A pela primeira vez em sua história. Decacampeão Seria o momento de, enfim, passar a se ver como um time de primeira divisão, sendo mais respeitado, mais noticiado, conseguindo melhor elenco e, o que é mais imediato e visível, tendo mais recursos. Para se ter uma ideia, só de cota de televisão, o América receberia, no mínimo, R$ 22 milhões em 2019. Caindo para a Série B, receberia apenas R$ 8 milhões. É hora de acreditar e de fazer história!

A derrota de 3 a 2 para o Santos, na Vila, após três vitórias seguidas, impôs ao Atlético seu devido lugar. A instabilidade voltou em uma partida em que quase tudo deu errado. Como o time vai se portar na última rodada, contra o Botafogo? OÉalvinegro carioca nada mais alGalo doido! meja. E o Galo está na berlinda: ou vence ou torce para tropeço do Furacão contra o Flamengo. O rubro-negro já contratou Renato Gaúcho, o que lhe dá mais confiança para 2019. Quanto à diretoria atleticana, ainda se esforça para trazer um diretor de futebol capaz de compor um elenco de qualidade para a próxima temporada. E negocia com outro profissional do Sul do país. O show tem que continuar.

Salve, nação azul! A nossa despedida do Mineirão em 2018 não foi como esperávamos. Em uma tarde em que pudemos matar saudades de vários ex-jogadores, quem brilhou foi Everton Ribeiro. A uma partida do fim da temporada, soubemos venda definitiva La da Bestia Negra de Mayke para o Palmeiras. Sem dúvida, é um troco importante que receberemos, uma vez que, financeiramente, o momento não é dos melhores. Em meio a esse cenário, alguns ajustes talvez tenham que ser feitos, principalmente por termos atletas com salários muito altos. Que esse fim de ano não seja apenas de perdas no elenco. Vamos ficar de olho nos jovens que poderão estar em campo contra o Bahia: Cacá, Patric Brey e Éderson.


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