Beto Monteiro / Secom UnB
Livrarias de best sellers
PX Here
Benefícios do Ciclismo
Lojas estão tendo prejuízo e falta de diversidade nas prateleiras pode ser o motivo
Esporte desenvolve musculatura, além de evitar doenças crônicas e fortalecer o coração
CULTURA 14
ESPORTE 15
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro de 2018 • edição 264 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita
MINERAÇÃO POR TODO CANTO
Reprodução / Google Earth
Entre o passado e o futuro Dezembro: 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, 50 anos do AI-5. O que vai prevalecer em nossa história? MINAS 5
Do fim do ano
Reprodução
13º salário é mais dinheiro para trabalhador, mais consumo e mais emprego. Você sabia que esse direito foi conquistado em uma greve geral? BRASIL 8
Laços de família Minas Gerais está cada vez mais na mão de mineradoras. Serras e reservas ambientais estão sendo loteadas para empresas, através da facilitação de licenças. Lei do governo Pimentel é apontada como a principal responsável pela exploração excessiva. Veja o exemplo de cinco cidades do estado ameaçadas pela ampliação da atividade I CIDADES
Operações bancárias suspeitas, movimentando milhões, envolvem clã Bolsonaro e assessores. Moro, futuro ministro, não diz nada contra BRASIL 9
2
OPINIÃO
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
Editorial | Brasil
Fim de ano e solidariedade pelo Brasil sem fome O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou, na semana passada, os dados da Síntese de Indicadores Sociais 2018, um estudo que compreende um conjunto de informações sobre a realidade social do país. O retrato social demonstrado pelos dados do IBGE é tenebroso. Todos os indicadores sociais tiveram pioras significativas. Em um ano, de 2016 a 2017, o Brasil passou a contar com quase 2 milhões de pessoas a mais vi-
ESPAÇO DOS LEITORES “Que pessoa mais linda!” Wanda Lúcia De Oliveira Oliveira comenta a matéria “Humor para transformar”, que trata de um documentário sobre Henfil “Lindooooo, parabéns pelo trabalho de vocês” Maria Aparecida Furquim Pivato comenta a matéria “Armazém do Campo completa primeiro aniversário em BH” “A defesa da família com viés conservador perde o que ela tem de melhor: a capacidade de ver o outro como irmão” Lucilia Aguiar comenta o artigo de João Paulo Cunha:? “Minha família é a humanidade”
Escreva para a gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg
Direito não se doa e nem se recebe de braços cruzados vendo em condições de pobreza, ou seja, com uma renda mensal inferior a R$ 406. O relatório aponta que ao final de 2017, 26,5% da população brasileira vivia em condição de pobreza. Da mesma forma, a pobreza extrema cresceu em patamar semelhante. De acordo com a pesquisa, a população em condição de extrema pobreza, isto é, que vive com uma renda mensal inferior a R$ 190, aumentou em 13% chegando a 15,3 milhões de brasileiros. É chegado o fim de ano e o espírito natalino vai, aos poucos, tomando conta das casas, ruas e comunidades. São muitos os gestos de solidariedade empreendidos nesse período e, infelizmente, nossa realidade tem imposto a necessidade de retomar as campanhas de natal sem fome em várias regiões do país. O Brasil, que desde 2014 tinha saído do mapa da fome organizado pela ONU, corre o risco
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
de retornar à lista de países que possuem parcela significativa da população que ingere uma quantidade diária de calorias inferior ao recomendado. Direitos conquistados versus programa neoliberal Essa realidade de aumento da pobreza, de ampliação da população vivendo em condições de extrema precariedade e a retomada da fome em nosso país é fruto da adoção do programa neoliberal, privatizante e antipopular perpetrado pelo golpe. Os direitos trabalhistas e sociais conquistados a partir da luta histórica do povo brasileiro estão sendo retirados diariamente. Com o programa anunciado por Bolsonaro e sua equipe, esses indicadores sociais tendem a piorar, e agora, com uma face ainda mais agressiva, através da perseguição e criminalização daqueles que lutam
Com informação, formação e luta vamos virar essa maré pelos direitos do povo. Ao que parece, em plena semana de comemoração dos 70 anos da carta dos Direitos Humanos, não há muito o que celebrar. Importante sempre lembrarmos que direito não se doa e nem se recebe de braços cruzados, direitos se conquistam. E é somente através de informação, com formação e luta organizada que conseguiremos virar essa maré e recolocar o Brasil nos trilhos de um projeto soberano, justo e popular.
PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983
conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Adília Sozzi, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Felipe Marcelino, João Paulo Cunha, Jordânia Souza, Luiz Fellippe Fagaráz, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.
? PERGUNTA DA SEMANA
Os ônibus em BH possuem uma faixa exclusiva em que somente eles podem andar. As faixas podem ser usadas por carros e motos a partir das 14h de sábado e domingo e feriado todo o dia. Na sua opinião:
As faixas exclusivas realmente melhoram o transporte público?
O transporte público melhorou bastante após a implantação das faixas exclusivas, mas se liberar o trânsito para os carros comuns, para todos os dias, volta a piorar. Eu acho que não daria certo movimentar carro comum nessas pistas.
Stepherson Campos, garçom
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
GERAL
3
Paulo Belote / TV Globo
Declaração da Semana “Não somos corruptos. Os nossos palcos, os nossos programas de TV ligados à dramaturgia são uma busca constante de amplidão do imaginário, da sensibilidade, e isso nos leva a uma integração de nação, de cultura. Não somos ladrões diante da Lei Rouanet. Procurem os verdadeiros buracos corruptos deste país”.
Disse a atriz Fernanda Montenegro no último domingo (9), durante o Programa do Faustão
Festival gratuito para o fim de semana
Tamás Bodolay /Divulgacão
A prioridade é do ônibus, já que o transporte é coletivo. Não acho que tem que excluir o direito das pessoas andarem de carro, mas a prioridade é o coletivo. Inclusive deveria ter transporte público mais eficiente, mas já que só tem ônibus, ele tem que ser prioridade sim. Isabela Lana, estudante
Começa nesta sexta-feira (14) o II Festival de Arte e Cultura da Reforma Agrária em terras mineiras. O evento vai até o dia 16 de dezembro no Parque Municipal (Centro da capital) e celebra os 30 anos do MST no estado. A programação conta com atrações culturais como Aline Calixto, Titane e Celso Moretti, e a tradicional feira da reforma agrária, com produtos saudáveis e agroecológicos. Na abertura do festival, os trabalhadores e trabalhadoras também realizam um ato pelo direito à terra e em homenagem ao dramaturgo mineiro João das Neves, que faleceu em agosto de 2018. A entrada é franca.
Tradicional presépio do Parque Municipal de BH já pode ser visitado Suziane Fonseca / FPMZB
Você sabia que o presépio é montado há 12 anos e por uma trabalhadora do parque? Joana Aparecida Teixeira, ajudante de serviços operacionais, usa de tudo para construir a cena de Natal: sementes, flores, frutos, serragem... Em 2018, a obra de arte representa a personagem Maria com a pele negra para defender a importância da democracia racial. A peça pode ser vista até o dia 6 de janeiro de 2019, de terça a domingo, das 6h às 18h. A entrada é gratuita.
4
MINAS
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
MG passa por dezembro de pressão para aumentar mineração TERRA EXPLORADA Cinco casos estão em pauta. Mineradoras se favorecem de lei que facilita licenças ambientais Reprodução Google Earth
Imagem de mineração próxima à Casa Branca, Morro do Chapéu
Rafaella Dotta
“M
eu sentimento de moradora e cidadã é de não estar sendo ouvida nem respeitada. Quando a gente se levanta contra a mineração, nos tratam como se fôssemos criminosos”. Essas são as palavras doloridas de Clara Paiva Izidoro, consultora de empresas e moradora do distrito Casa Branca, em Brumadinho (MG). Há dez anos a população protesta contra os efeitos da mineração no local, mas não são considerados. Nesta semana, os habitantes de Casa Branca tiveram mais uma notícia infeliz. O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou a ampliação de 88% de duas minas no local e a construção de uma estrada dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça. O Movimento das Águas de Casa Branca denuncia que
os projetos vão atingir seis mananciais, responsáveis pelo abastecimento de 40% da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Não importa o que a gente traga de elementos e provas. Eles votam e aprovam Alta do minério e nova lei Este é só um dos casos deste ano. A ambientalista Maria Teresa Corujo, integrante do Copam, afirma que todas as minerações têm sido autorizadas, ainda que os estudos mostrem prejuízos à população e ao ambiente. “Não importa o que a gente traga de elementos e provas de que os processos não
estão devidamente instruídos, que há informações inverídicas. Eles votam e aprovam”, relata. É no Conselho que as minas recebem a Licença Prévia, a Licença de Instalação e a Licença de Operação – autorizações necessárias para funcionar. Essas licenças ficaram mais rápidas e simples depois da Lei 21.972 de 2016, de autoria do governador Fernando Pimentel (PT). A mudança diminuiu a participação da comunidade e do Ministério Público, e colocou um prazo de seis meses para a finalização do processo. “Com o objetivo de ampliar investimentos, o estado tem liberado todos os pedidos de licenças ambientais na mineração, independente dos impactos e consequências que serão geradas pelos projetos”, examina Luiz Paulo Siqueira, biólogo e coordenador do Movimento pela Soberania Popu-
lar na Mineração (MAM). “O rompimento da barragem de Mariana deu um impacto na mineração, paralisou por um tempo, mas o setor começou a contratar agências de comunicação para convencer o povo da importância da mineração. Saiu da defensiva e foi pra cima”. O motivo dessa jogada, segundo Luiz Paulo, foi o aumento do preço dos minerais, em especial do minério de ferro. “[O preço] veio numa ascensão desde o começo do ano. O preço internacional do minério faz as empresas acelerarem a obtenção de licenças ambientais, porque elas querem surfar nessa onda para ampliação das margens de lucro. Ao mesmo tempo, o governo tem cedido às pressões das empresas, o que leva a um prejuízo na análise dos critérios ambientais e uma sistemática violação de direitos das comunidades atingidas”, lamenta. Falta de transparência nas informações A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad) informa que não há uma lista pronta e pública de quantas minas estão ativas no estado. No site do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) - que dá as autorizações para uso de água - a última listagem é de 2015. De janeiro a dezembro daquele ano, o IGAM autorizou 86 empreendimentos a captar água para fazer extração de minério. Em 2014 tinham sido 27 autorizações.
Fim de ano: aperto total O preço do minério teve alta em 2018. Pegando essa onda, empresas usam últimos dias do ano para pressionar mais liberações de minas: SERRO Dia 19 de dezembro o Codema discute a aprovação da mineração na cidade histórica de Serro, para a empresa Herculano. Riscos para o patrimônio e o abastecimento de água da cidade CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO Dia 21 de dezembro o Copam vota licença para ampliar mineração. A Anglo American já constrói uma barragem 7 vezes maior que a de Fundão, que rompeu em Mariana SERRA DO CARAÇA A Vale S.A. deve pedir nos próximos dias licença para reativar mina do Tamanduá, o principal ponto de captação de água da Copasa CASA BRANCA Dia 17 de dezembro o Parque Estadual Rola Moça analisa pedido para alocar rejeitos no Morro do Chapéu, empresa Extrativa Mineral Ltda. Já foi aprovada a expansão em 88% de duas minas no entorno do parque SERRA DO BRIGADEIRO A mineradora CBA fez 27 requerimentos de exploração de bauxita no entorno do Parque Estadual. Mobilização dos moradores inviabilizou 10 deles. Mas prefeituras são pressionadas a ceder outras áreas
MINAS
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
5
Declaração dos Direitos Humanos, documento mais traduzido do mundo, completou 70 anos ATUALIDADE Em BH, audiência pública denunciou, na data, a prisão sem provas do ex-presidente Lula Biblioteca Presidencial Franklin Roosevelt
Temos que mostrar que isso é atual, porque os riscos da ditadura, do autoritarismo permanecem existindo”, diz deputado
Eleanor Roosevelt exibe cartaz contendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos
Larissa Costa e Lu Sudré
A
Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 70 anos na segunda (10). O documento, que é composto por 30 artigos que falam sobre direitos fundamentais das pessoas, foi adotado pelos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive o Brasil, em 1948. O contexto da época era de pós Segunda Guerra Mundial, em que o fascismo havia sido derrotado. Para Renan Quinalha, Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP) e professor de Direito da Unifesp, a Declaração é um marco na história moderna da sociedade, porque engajou os Estados em uma obrigação internacional de garantir muitos direitos básicos. “Deixa de ser, então, algo de um país ou de outro, como da
França, que já tinha sua declaração, ou dos EUA, que já tinha a sua, para ser efetivamente um compromisso internacional de vários estados e de um sistema mundial que começa a olhar para isso”, afirma. Direitos O texto da Declaração foi elaborado durante dois anos e se tornou o documento mais traduzido em todo o mundo, servindo como base para as legislações de vários países.
Carta defende direitos essenciais, como à igualdade e à vida, e repudia tortura e escravidão
Entre os direitos essenciais, a carta defende o direito à vida, a igualdade e à segurança pessoal. Também afirma que nenhuma pessoa será submetida à tortura ou a penas cruéis, desumanas e degradantes. O texto também repudia a escravidão e a prisão ou exílio de forma arbitrária. Nesse sentido, às vésperas da posse de Jair Bolsonaro (PSL), o momento é oportuno para se debater o avanço do autoritarismo e os limites das garantias constitucionais no Brasil, uma vez que a perspectiva do próximo governo tende a uma reação conservadora. “O que vamos ter, certamente, vão ser investidas contrárias aos direitos humanos por parte do governo. Algumas delas vão poder avançar, mas nosso papel vai ser resistir”, afirma Renan. Lula livre Em Belo Horizonte, uma audiência pública foi convocada para celebrar o aniversário da
Declaração. O evento aconteceu na segunda (9), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Além de relembrar os direitos previstos no documento, o evento denunciou a prisão sem provas de Luiz Inácio Lula da Silva, que, desde o dia 7 abril deste ano, está detido na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). A audiência foi convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Casa e fez parte de uma ação nacional em defesa da liberdade do ex-presidente. Cerca de 40 pessoas, entre defensores de direitos humanos, sindicalistas e militantes sociais, acompanharam o debate. “Temos que mostrar que isso é atual, porque os riscos da ditadura, do autoritarismo permanecem existindo. Além disso, temos que mostrar para população que Lula é um preso político, porque não cometeu crime algum.
Precisamos libertá-lo, porque a liberdade dele é a liberdade do povo brasileiro”, aponta o deputado federal eleito Rogério Correa (PT). Para a deputada estadual eleita Beatriz Cerqueira (PT), no próximo período será fundamental o combate à banalização da violência, que faz do Brasil um dos países em que se mais mata ativistas pelos direitos humanos. Beatriz relembrou os assassinatos de Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na noite de sábado (8), na Paraíba; a execução da vereadora do PSOL Marielle Franco, em março deste ano, no Rio de Janeiro; e o assassinato em 2016 de Nilce de Souza Magalhães, a Nicinha, liderança do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de Rondônia. “A principal questão que a gente está enfrentando é a violência como forma de fazer política. Isso é gravíssimo, pois nos aproxima da barbárie. Estamos com um presidente eleito que incentiva o extermínio das pessoas, de quem pensa diferente”, disse.
6
MINAS
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
Opinião
Novo golpe da mídia A mídia comercial familiar brasileira, que agora escolheu para si o sobrenome “profissional”, ajudou a conceber o golpe, foi protagonista destacada, atuou como instrumento de manipulação, resumiu o mundo à defesa de valores neoliberais e criminalizou os movimentos populares. Ajudou a fraturar a democracia e a eleger um fascista para a presidência da República, mesmo que para isso banisse de seu vocabulário político o fascismo ou mesmo a extrema direita. Fez o dever de casa. Consumado o serviço, antes mesmo de receber seu pagamento, essa mesma mídia se viu acossada pelo mito que ajudou a eleger, que do alto do misto de ignorância e arrogância achou de entender que não deve nada a ninguém, que os tempos que correm não precisam de “intermediação”. Que, na melhor tradição populista de direita, fala diretamente com o povo. Deu uma banana para os políticos e para a imprensa. A reação não tardou. A ética da máfia é cortante e, não perdoa deslealdade à família e as dívidas tácitas.
Partidos e imprensa querem apenas lembrar quem dá as cartas Os partidos políticos fisiológicos, depois de um conveniente período de silêncio, já começam a colocar as asinhas de fora. Ficaram sem ministérios, mas no beija-mão diário ao comitê de transição. A imprensa também começa a reagir depois da lua-de-mel com o presidente eleito. Em matéria de jornalismo, lua-de-mel não significa apoio, mas leniência, boa vontade, amnésia seletiva. No entanto, o capitão não parece ter entendido as regras e soltou os cachorros contra a mídia. A sabedoria da mídia foi não contestar o presidente, mas atacá-lo no terreno em que construiu seu templo de Salomão: a corrupção. O caso do motorista-militar-laranja do filho de Bolsonaro era tudo o que precisava.
Há muitos elementos gravíssimos para contestar o presidente eleito, mas são causas que não interessam à mídia hegemônica. No limite, servem a ela. Por isso, a reação tem se dado a partir do caso revelado pelas movimentações financeiras do militar aposentado que guiava o carro do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Agente cobrador de pedágio de nomeados para cargos de confiança do gabinete, que alimentava, entre outras contas, a da mulher do presidente eleito, Fabrício Queiroz se tornou a bola da vez. É um caso simples de extorsão, com todos os dados registrados por uma repartição pública. O caminho esperado já se antevê. O motorista, que tomou chá de sumiço, vai pagar o pato. No máximo, o “garoto” vai receber uma reprimenda, mas o caso não vai chegar a abalar o presidente. A imprensa faz seu jogo de sobrevivência. Não vai cruzar a linha. Golpistas são sempre golpistas. No fim das contas, partidos fisiológicos e imprensa monopolista querem apenas lembrar quem dá as cartas.
Anúncio
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018 Ministère de l’Intérieur / Fotos Públicas
OPINIÃO
7
André Barreto
Fim do Ministério do Trabalho: Por quê?
França, Coletes Amarelos, uma revolução popular está vingando Parecia que a França estava anestesiada. Quando, recém eleito presidente, o governo de Emmanuel Macron abaixou o valor dos auxílios-aluguéis que beneficiam 20% dos franceses, poucas vozes se levantaram. Quando o emblemático imposto sobre grandes fortunas (o ISF) foi cancelado, também pouco se ouviu. Macron disse ainda que se gastava “uma grana preta” com auxílios sociais para “pessoas que não são nada”, e o assunto rapidamente morreu. Já havia meses que grande parte da opinião pública chamava Macron de “presidente dos ricos”. Bastou o anúncio do aumento do diesel para mudar o cenário. Centenas de milhares de franceses vestindo seus coletes amarelos ocupam desde 17 de novembro as rotatórias e as cidades do país por quatro sábados consecutivos. Heterogêneo, violento, inspirador. Muito falou-se a respeito desse movimento inédito que não segue nenhum molde das manifestações tradicionais às quais o A revolução país estava acostumado. O que pensar sobre ele? A população mais afetada foi o chamado “primeiro está em marcha, partido da França”: o grupo de pessoas que não votam áspera, bruta, mais nas eleições e cuja expressão, se fosse contabilizada nos resultados eleitorais, chegaria na frente dos de- mas potente mais candidatos. Partindo de uma denúncia específica sobre o aumento do preço do diesel, as pautas da mobilização amplificaram-se ao longo das semanas. O movimento estudantil deflagrou novamente suas greves contra a reforma do ensino superior. Alguns sindicatos e partidos também vestiram o colete para dar suporte ao movimento. A violência inédita de parte do movimento, denunciada com firmeza por grande parte dos integrantes, a ausência de linha ideológica clara, não devem afastar o olhar dos que no mundo inteiro lutam por direitos e igualdade. A revolução está em marcha, áspera, bruta, mas potente. Florence Poznanski é dirigente nacional do Parti de Gauche/França Insubmissa
André Barreto é advogado e membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
ACOMPANHANDO
Florence Poznanski
A proposta já anunciada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, de fim do Ministério do Trabalho merece a atenção de todos nós. Criado no ano de 1930, durante o Governo de Getúlio Vargas, o Ministério do Trabalho, ao longo desses 88 anos, teve por função a promoção de políticas públicas para a geração de emprego e renda e de apoio ao trabalhador. É também sua atribuição a formação e desenvolvimento profissional, a política salarial e a fiscalização em segurança e saúde no trabalho. Além disso, é o responsável pela fiscalização das condições de trabalho, inclusive casos de trabalho escravo e degradante. E também a mediação de conflitos sindicais e é a instância de registros sindicais, além de muitas outras atribuições. No início desta semana, representantes do futuro governo Bolsonaro anunciaram publicamente o fim do Ministério do Trabalho e a repartição das funções acima apontadas entre três futuros ministérios. Toda a parte de registros sindicais, mediações de conflitos sindicais e fiscalizações das condições de trabalho afirmaram que irá para o Ministério Extenção do da Justiça. As políticas de salário e emprego para o Minis- Ministério tério da Economia. E as com- beneficiará petências restantes, alocadas apenas os no futuro Ministério da Cida- patrões dania. Entendemos que essa decisão será inconstitucional, pois viola a Constituição Federal no artigo 10 e no artigo 37 (que preveem a participação social em órgãos públicos trabalhistas e o princípio da eficiência pública), além de o trabalho ser um valor constitucional do Estado democrático (art. 1º). Ainda há tempo de reagir. O fim do Ministério do Trabalho beneficiará apenas os patrões, deixando os trabalhadores em muito pior situação para garantia de seus direitos.
Na edição 151.... Expansão desordenada coloca Ouro Preto em risco E agora... Ocupação Chico Rei é ameaçada de despejo O prefeito de Ouro Preto, Júlio Pimenta (MDB), entrou com uma Ação Judicial exigindo que as 70 famílias da Ocupação Chico Rei saiam imediatamente da área, onde ficava a antiga Febem. As terras pertencem ao estado de Minas Gerais e foram cedidas à Prefeitura desde 1999, que, desde então, as abandonou. A luz da ocupação foi cortada e os moradores aguardam a decisão da Justiça. A ocupação existe desde 2015 e os moradores reivindicam moradia digna e melhor qualidade de vida.
8
BRASIL
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
Décimo terceiro tem impacto positivo no comércio, emprego e poder de compra dos trabalhadores PRESSÃO Direito foi conquistado na Greve Geral de 1962 e agora está sob risco Memorial da Decracia
General Mourão comparou 13º com “mochila nas costas” de todo empresário
Polícia cerca o sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, devido à greve deflagrada pelos sindicatos de metalúrgicos e têxteis para lutar pelo 13º salário
Wallace Oliveira
O
13º salário chegou. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2018, o pagamento desse direito deve injetar R$ 211,2 bilhões na economia. Cerca de 84 milhões de pessoas são beneficiadas, sendo 42% aposentados e 57,6% empregados do mercado formal. Mais dinheiro no bolso do trabalhador, mais dinheiro circulando no comércio: essa é uma das razões para que o desemprego de dezembro, em regra, seja menor do que no restante do ano. “O comércio emprega mais em função das vendas de fim de ano. Aí, o peso do 13º é grande, porque, além da pressão social para com-
prar mais, as pessoas têm um dinheiro adicional que, em princípio, não estaria voltado para a manutenção do seu consumo cotidiano”, explica o economista Frederico Melo, assessor técnico do Dieese em Minas Gerais. Ameaças No dia 26 de setembro, o vice de Bolsonaro, General Hamilton Mourão (PRTB), discursou para a Câmara de
Reforma trabalhista reduziu poder aquisitivo do povo e, também, o consumo
Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (RS). “Temos algumas jabuticabas que a gente sabe que são uma mochila nas costas de todo empresário. Jabuticabas brasileiras: 13º salário”, disse, na ocasião. Ele também prometeu “fazer uma implementação séria da reforma trabalhista”. O discurso foi festejado pelos empresários. Para Frederico Melo, é um contrassenso empregadores do comércio aplaudirem um discurso que pregue o fim de um direito que impulsiona o consumo: “Os empresários, ao defenderem a reforma trabalhista, olharam os direitos como um fator de custo para suas empresas. Não consideraram que a reforma, ao reduzir direitos e rebaixar a remuneração, estava reduzindo o poder aquisitivo do povo e, consequentemente, o consu-
mo”, critica. A reforma trabalhista (Lei 13.467/17), aprovada por Temer e sua base no Congresso, incentivou o trabalho autônomo, o trabalho intermitente e a terceirização. “O autônomo não tem direito ao décimo terceiro. Dizem que o trabalhador intermitente receberá a parte proporcional de seu décimo terceiro, mas duvido que isso aconteça. Na terceirização e, particularmente, nas cadeias de terceirização, os direitos trabalhistas tendem a se diluir e diminuir”, comenta o economista. Conquistado na marra Até 1962, o 13º salário era uma gratificação não regulamentada, paga segundo o critério de cada empresa. Só se tornou um direito com a assinatura, pelo então presidente João Goulart, da Lei 4.090/1962. A assinatura da lei veio após muita pressão e uma greve geral, deflagrada no dia 5 de julho, que durou mais de duas semanas. “Não caiu do céu, não foi fruto de boa vontade, mas de mobilização. Hoje, essa conquista está presente na vida nacional. Todo mun-
do já conta quando vai chegar o pagamento. O 13º foi favorável não apenas aos trabalhadores, mas a toda a economia do país, aos comerciantes e industriais. E, se dependesse dos patrões e da mídia, provavelmente, hoje não teríamos o 13º”, avalia o cientista político Rubens Goyatá Campante, pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros da UFMG.
Não é questão de matemática, é política Circula pela internet a afirmação de que o 13º seria uma forma de pagar por quatro semanas trabalhadas durante o ano que não seriam contabilizadas nos pagamentos mensais. Isso porque alguns meses têm cinco semanas. Mas não há comprovação de que essa tenha sido a origem do 13º. “Normalmente, se contrata pelo mês, independemente de ter 28 dias (fevereiro), 30 ou 31 dias. Na verdade, o 13º surgiu como bônus que foi conquistado por categorias específicas e, no início da década de 60, transformado em reivindicação geral da classe trabalhadora e pagamento adicional, incorporado à cesta de direitos”, explica o economista Frederico Melo.
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
BRASIL
9
Caso Coaf: entenda a investigação que envolve Bolsonaro perto da posse
Escola “Sem Partido” é arquivado na Câmara dos Deputados
DINHEIRO Operação Furna da Onça envolve família Bolsonaro e assessores do filho Flávio, senador pelo Rio de Janeiro
A comissão do Projeto de Lei 7180/2014, conhecido como “Escola sem Partido”, encerrou os trabalhos na terça-feira (11), na Câmara dos Deputados. O projeto foi arquivado, após várias tentativas de obstrução da pauta por parte da oposição. A novidade frustrou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que tentava nos bastidores aprovar a pauta ainda este ano. O arquivamento também decepcionou o relator, deputado Flavinho (PSC-SP), que não teve o parecer votado. “É uma grande vitória da educação democrática, a prova de que a resistência dá certo, de que a luta dá certo, de que o argumento bem fundamentado é forte”, comemorou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).
Evaristo Sá /AFP
Jair Bolsonaro afirma que o valor era a devolução de um empréstimo, que nunca foi declarado
Leonardo Fernandes, de São Paulo
U
m relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou várias transações financeiras atípicas em contas de assessores de parlamentares, entre eles, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o Coaf, Fabrício José Carlos de Queiróz, policial e ex-assessor de Flávio, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 em sua conta bancária. Há poucas informações sobre o destino dos recursos, mas um cheque de R$ 24 mil foi destinado a Michelle Bolsonaro, esposa do presidente eleito. No relatório, o Coaf explica que as movimentações são
suspeitas por três tipos de processos: 1) “pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que não apresentam ligação com a atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica”; 2) “movimentações em espécie” e 3) ‘movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profis-
Há poucas explicações sobre o destino dos recursos, mas um cheque de R$ 24 mil foi destinado a Michelle Bolsonaro
sional e a capacidade financeira do cliente’. O Ministério Público confirmou a validade do relatório. O documento ainda revela que a maior parte dos depósitos em dinheiro, feitos na conta do ex-motorista de Flávio Bolsonaro, coincidem com as datas de pagamento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na folha de pagamento de setembro, o motorista aparece com salário de R$ 8.517. Ele ocupava o cargo comissionado de Assessor Parlamentar III. Segundo o Coaf, ele também acumulava um salário de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Justiça para quem? A família Bolsonaro tem dado poucas explicações. O próprio Flávio publicou em uma rede social no dia 6 de dezembro: “Fabrício Quei-
roz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança. Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta”. No dia 8 de dezembro, em conversas com jornalistas, Jair Bolsonaro afirmou que é amigo de Fabrício Queiroz há 34 anos e que o cheque de R$ 24 mil pago à futura primeira-dama seria uma devolução de parte de um empréstimo de R$ 40 mil, feito por ele próprio ao motorista. “Se errei, arco com minha responsabilidade perante o Fisco, sem problema nenhum”, disse Bolsonaro, ao ser questionado sobre o fato de não ter declarado o valor do suposto empréstimo à Receita Federal. O futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sérgio Moro, isentou o presidente eleito de responsabilidade sobre o caso, ao afirmar que ele já havia esclarecido “a parte que lhe cabe no episódio”. Na nova estrutura ministerial proposta pela equipe de transição de Jair Bolsonaro, o Coaf passa ao controle do Ministério da Justiça, que será comandado pelo ex-magistrado de primeira instância, Sérgio Moro.
Aécio tem despedida discreta no Senado Na última quarta-feira (12), o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) fez seu último discurso no cargo. Aécio, que se elegeu deputado federal para a próxima legislatura, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal, no início da semana. A PF também pediu o bloqueio de R$ 128 milhões do tucano. Ele é acusado de ter recebido propina do grupo J&F, pertencente ao empresário Joesley Batista.
14 MUNDO 10
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
Rússia e Venezuela realizam exercícios militares conjuntos AUTODEFESA Operações acontecem logo após encontro entre Maduro e Putin, em Moscou Divulgação / Governo da Venezuela
Da redação
F
orças aéreas de Venezuela e Rússia realizaram voos combinados no norte do país caribenho. A Rússia enviou bombardeios estratégicos, um avião de transporte militar e uma aeronave. Ao portal de notícias Telesur, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, destacou que os exercícios visam a “defender a Venezuela de qualquer evento que altere a paz e o equilíbrio da nação”. As operações ocorreram após a visita do presidente Nicolás Maduro a Moscou. No encontro, os dois países firmaram acordos nos
setores militar, alimentício, energético, comercial e de telecomunicações. Contrariado, o governo dos
Estados Unidos se manifestou. “Dois governos corruptos desperdiçando recursos públicos e silenciando a li-
Rádio Comunicativa 9h às 10h 87,9 FM JOÃO MOLEVADE - CENTRAL
Terça-feira Rádio Web Brasil de Fato www.brasildefato.com.br 15h às 16h
Quarta-feira Rádio Alternativa 87,9 FM 17h às 18h CABECEIRA GRANDE - NOROESTE
Quinta-feira
Anúncio
Aqui você tem voz!
Segunda-feira Rádio Autêntica Favela 11h às 12h 106,7 FM BELO HORIZONTE E RMBH
ção militar, se necessário”, ameaçou o presidente Donald Trump, em agosto de 2017. Os posicionamentos de Trump foram reafirmados por membros do governo nos últimos meses. Na terça (11), Maduro denunciou que os EUA preparam um golpe contra a Venezuela. “Está em andamento, coordenada diretamente pela Casa Branca, uma tentativa de atrapalhar a vida democrática da Venezuela e tentar um golpe contra o regime constitucional democrático e livre que existe em nosso país”, afirmou.
berdade, enquanto sua gente sofre”, provocou, pelo Instagram, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. A Rússia rechaçou as acusações. “Talvez não seja apropriado um país em que metade do orçamento militar daria para alimentar toda a África fazer tais declarações”, retrucou o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov. Os Estados Unidos não apenas apoiam a oposição venezuelana, como representantes do governo ianque têm, repetidas vezes, declarado publicamente o intuito de invadir o país. “Nós temos muitas opções para a Venezuela, incluindo a op-
A D Rde Conversa
Sábado Rádio Sertão FM 8h às 9h 87,9 FM CHAPADA GAÚCHA - NORTE Rádio Planalto FM 12h às 13h 87,9 FM BRASILÂNDIA DE MINAS - NOROESTE Rádio Divinópolis FM 12h às 13h 720 AM DIVINÓPOLIS - CENTRO OESTE Rádio Bom Sucesso FM 17h às 18h 95,5 FM MINAS NOVAS - ALTO JEQUITINHONHA Rádio 98 FM 17h às 18h 98,5 FMDIAMANTINA
Sexta-feira
Rádio Quintal FM 20h às 21h 105,9 FM VIÇOSA - ZONA DA MATA
Rádio Liberdade FM 9h às 10h 87,9 FM RIACHINHO - NOROESTE
Rádio Vale FM 17h às 18h 96,7 FM ARAÇUAÍ - JEQUITINHONHA
Rádio Formoso FM 16h às 17h 87,9 FM FORMOSO - NOROESTE
Rádio Cidade FM 18h às 19h 87,9 FM TURMALINA - JEQUITINHONHA
Rádio Líder FM 16h às 17h 87,9 FM BONFINÓPOLIS DE MINAS - NOROESTE
Participação:
(31) 9 7146-7456
Realização:
Curta a nossa página fb.com/rodadeconversanoradio
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
11 ENTREVISTA 15
AI-5 | 50 anos do Ato Institucional que violentou o Brasil DITADURA Pesquisador afirma que lutas populares eram ameaça real para os militares e foram decisivas para o endurecimento do regime Rodrigo Patto / Foca Lisboa
Intenção com o AI-5 era evitar que os militares fossem retirados do poder
te. O poder do AI-5 não tinha prazo de duração. Depois dele, aumentou muito a violência policial e das forças de repressão. Começou uma caçada aos inimigos da ditadura. O AI-5 foi um dos períodos mais violentos da história brasileira.
zembro o pedido foi vetado, inclusive com votos do próprio partido do regime militar, o Arena. A negativa do Congresso foi usada como justificativa para implantar o AI-5. Essa derrota do governo criava uma situação política de fato complicada para os militares, porque pela norma institucional o governo deveria conviver com o Congresso, mas era um regime de militares, que são pessoas que estão acostumadas a mandar e receber obediência Quais eram os poderes o AI-5 dava aos militares? O AI-5 dava ao presidente da República um poder quase sem limites. O presidente podia dissolver o Congresso e todos os parlamentos estaduais. Os cidadãos ficavam sem direito de habeas corpus para crime político. O presidente podia cassar direitos políticos de qualquer pessoa e ela poderia ser colocada sob vigilância policial permanente. O presidente podia confiscar bens de servidores públicos e podia também censurar a imprensa. O Congresso Nacional foi fechado, foram cassados mandatos de quase 90 deputados. Também foram cassados deputados estaduais e vereadores. Professores universitários e diplomatas foram aposentados compulsoriamen-
Nos dias atuais estamos vivendo um momento de avanço do conservadorismo e das perseguições políticas. É possível fazer uma comparação entre esses dois períodos? O que tem de mais parecido é essa polarização entre direita e esquerda, especialmente dos grupos de direita, que se sentem ameaçados. Esse tema da ameaça da esquerda e do comunismo é muito parecido com o daquela época, assim como o efeito que isso causa de mobilização de grupos conservadores. Em função disso, há uma vontade repressora, existem muitos grupos vigiando e reprimindo os professores, por exemplo, com o Escola Sem Partido. Se expressa também o risco de tratamento autoritário com os movimentos populares. Outro fator em comum é que os militares estão assumindo o país, com o capitão [Bolsonaro] e com o corpo de assessores e ministros que ele nomeou. As bases de apoio desses governos também são iguais: setor industrial, empresarial, empresários internacionais. Assim como os setores que estão contrários a esse momento autoritário, que são semelhantes aos de 68, sindicatos, movimentos populares, etc.
Amélia Gomes
H
á cinco décadas o regime ditatorial brasileiro acirrava seu caráter violento, repressor, autoritário e censurador, com a instauração do Ato Institucional número 5. A medida, que entrou em vigor no dia 13 de dezembro de 1968, veio como aparato institucional para a permanência dos militares no comando do país e foi um instrumento fundamental para a manutenção do regime pelos 17 anos seguintes. Confira entrevista com o historiador e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais Rodrigo Patto. Brasil de Fato - O regime militar no Brasil se instaurou em 1964, mas teve como marco histórico o ano de 68, quando foi promulgado o AI5. O que este Ato Institucional representou para o país? Rodrigo Patto - O AI -5 significou o aprofundamento da ditadura. Ela começou em abril de 64 e teve uma fase mais aguda na transição para 65, com prisões, tortura e assassinatos. Mas a ditadura tentou se estabilizar como um regime autoritário a partir da Constituição de 1967. A Constituição entrou em vigor junto com o mandato do segundo presidente militar, Costa e Silva. Ela estabelecia um regime autoritário, determinando que o presidente só seria eleito indiretamente. Eram os militares quem decidiam quem seriam ser os governadores, prefeitos e o presidente. O parlamento tinha poderes
que os militares fossem retirados do poder.
O AI-5 dava ao presidente militar um poder quase sem limites limitados, mas ainda funcionava como uma caixa de ressonância para fazer críticas. A ideia de Castelo Branco foi criar um regime militar mais ou menos adaptado ao sistema parlamentar, para legitimar o regime. Só que essa estratégia não funcionou, porque os grupos mais de direita, os militares mais radicais, não estavam satisfeitos com esse arranjo. Eles queriam golpear mais fundo os inimigos porque acreditavam que a esquerda não havia sido eliminada do cenário público. A intenção com o AI-5 era evitar
Em setembro de 1968, o deputado Márcio Moreira Alves fez um discurso eloquente na Câmara protestando contra a invasão da Polícia Militar à Universidade de Brasília. O episódio foi o estopim para que os militares pedissem ao STF a cassação de seu mandato. Esse é o marco para a implantação do AI-5? A Constituição de 67 estabelecia imunidade parlamentar e a única maneira de obter uma punição legal do deputado Márcio Moreira Alves era a autorização do Congresso para esse julgamento. No dia 12 de de-
Novamente os militares estão assumindo o país
14 VARIEDADES 12
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
BAFAFÁ PERSONAGEM CHEGA PARA CAUSAR EM “O SÉTIMO GUARDIÃO” Reprodução
Amiga da Saúde Há um mês meu esperma está saindo com sangue. O que pode ser isso? Nilton Messias, 45 anos, auxiliar de transporte Caro Nilton, como esse problema já está recorrente, é necessário que você procure um médico para avaliar o que está causando. Quando o esperma contém sangue, pode haver alguma infecção, inflamação ou mesmo algum ferimento na próstata, na uretra ou nos testículos. Pode se tratar de doenças sexualmente transmissíveis, efeitos colaterais de alguns medicamentos, aumento do tamanho da próstata, inflamações nos testículos ou até mesmo algum tipo de câncer. Procure atendimento o quanto antes para diagnosticar e tratar este problema.
U
ma nova personagem vai causar o maior bafafá com sua chegada à pacata Serro Azul, cidade da novela “O sétimo guardião”. É a do químico Marcos Paulo, interpretado pela atriz transexual Nany People, que já chega com tudo em sua estreia nas novelas do Globo. Marcos Paulo era um grande amigo da megera Valentina Marsalla (Lília Cabral) que foi para a Europa e lá faz uma cirurgia Nany People de mudança de sexo. A personagem já vem vive na tela aparecendo na trama, sempre toda enfaixauma mulher da devido à recente cirurgia, mas está com transexual que a passagem marcada para “causar” em Servai abalar ro Azul com seu novo estilo. Nem Valentina Serro Azul sabe da mudança da sua nova sócia. A surpresa da vilã - assim como a dos outros personagens – será exibida já nos próximos capítulos e promete muita diversão e confusão. E claro, o talento para humor e a extravagância da atriz Nany People, já bem conhecidos, nos garantem isso. Nany People nos conta como surgiu o convite para ir para o horário nobre das novelas: foi o próprio autor da novela, Aguinaldo Silva, que, após ver seu teste em um vídeo mandou a equipe lhe fazer o convite para a personagem. Aliás, a personagem foi pensada para Renata Sorrah; mas por questões pessoais da atriz, a produção teve que encontrar uma substituta. E que sorte para Nany – e para nós telespectadores – que poderá mostrar todo o seu talento com a maior projeção que o horário nobre lhe permite. Outro ponto a ser lembrado é o da representatividade. Nany People celebra a conquista do papel também por isso: “Vivemos no país que mais mata por homofobia e por transfobia. Ter uma atriz trans fazendo a novela do horário nobre, da principal emissora aberta do país, é uma conquista, sim. Eu dou graças a Deus por ter sido escolhida para isso”. E nós também comemoramos. Com certeza, será uma personagem marcante nas novelas brasileiras! Um abraço! Feliz Natal e um ótimo 2019! Felipe Marcelino é professor de filosofia.
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf.
Nossos direitos Riscos do acesso a armas de fogo Todos os dias recebemos notícias de tragédias envolvendo o uso de armas de fogo. Esses casos levantam discussões quanto ao acesso da população a armas. Afinal, isso é ou não positivo? Trata-se de uma alternativa de defesa pessoal no combate à criminalidade ou apenas mais um fator de risco para toda a população? Sabemos que nos países onde a venda de armas é mais simples, os
índices de mortes são muito maiores. Há uma relação direta entre a facilidade na legalização de armas de fogo e o aumento da violência e da insegurança na sociedade. Quanto mais a sociedade se arma, mais o perigo aumenta. Até porque o porte de armas exige grande treinamento e equilíbrio psicológico. Por isso, a autorização ampla para compra e porte de armas gera mais risco e mais morte, e deve, assim, ser combatida.
Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
13 VARIEDADES 15
www.malvados.com.br
Dicas Mastigadas PÃO DE BETERRABA Reprodução
www.coquetel.com.br
CAÇA-PALAVRA
© Revistas COQUETEL
Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.
U R G C N S D L H S Y A T F F H R R Y S C B N F M L L B E N N R
T R G I R R T I R I M M B T R O M U H R N N Y T C A N D D C G B
A T T F G Y D F L M B I D B R D T L H D A N T C R F C L O H E T
T C B O T C R A Y E T T L F A Y R D R C M F M T N F C L Y G I T
S B C F B R G N F N R E F L C L D R N F O F R F R C N A R N R H
E R A D A Ç I B O C T S B E F M D F A I R O G E T A C D N M O T 21
Solução
O T A N G O
A L A I C I F O D A Ç I A O H L I F B N O I R E T S I M C T N A M I T E S E G R R A O M U H A I E C N A M O R D O R G E T A C A
M
A
A T E U T A T S E
E G Y I G F E H H T Y F T A R F A N T G E Y G A C M B G R R A C
T R E G U A
T T T A N T Y O T E S D A N A D L R G N B Y R T C F M L G F R N
R O
A C A L T L H T F R D G N T R G B G G T R D I T B D O H E F T B
I
O país foi indicado ao Oscar algumas vezes, ganhando duas: em 1985, por “A História OFICIAL”, de Luis Puenzo, em 2009 por “O SEGREDO dos Seus Olhos”, e, em 2001, por “O FILHO da Noiva”, ambos de José Campanella, “A TRÉGUA”, de Sergio Renán (1974), “Camila”, de María Luisa Bemberg (1984) e “TANGO”, de Carlos Saura (1998) foram os outros títulos que representaram o país na disputa.
R G F N A L H A N I T N E G R A F A D L C F R G F B L D S N S B
S E G R E D O
A ARGENTINA tem se destacado como um dos países com presença garantida na CATEGORIA de Melhor Filme ESTRANGEIRO, no Oscar, todos os anos. DRAMA, MISTÉRIO, ROMANCE e até HUMOR negro já representaram o país na disputa pela ESTATUETA mais COBIÇADA da SÉTIMA Arte.
R R T A N G O G F O T F N R N T N N T R E G U A D D L E M F E M
E S T R A N G E
divulgação: tornasol films
Cinema argentino
INGREDIENTES • 1 beterraba média • 1/2 xícara (chá) de água • 3 ovos • 15g de fermento fresco (biológico) • 1 pitada de sal • 1 colher de creme de cebola • 2 colheres (sopa) de açúcar • 50 g de manteiga • 500 g de farinha de trigo • Gema para pincelar MODO DE PREPARO • Corte a beterraba em pedaços e bata no liquidificador com a água que cozinhou a beterraba; • Acrescente os dois ovos, o fermento, o sal, o açúcar e a margarina; • Bata até ficar bem misturado; • Coloque em uma tigela e acrescente a farinha aos poucos; • Amasse até formar uma massa que desgrude das mãos; • Deixe crescer até dobrar de volume por cerca de 30 minutos; • Modele o pão (ou os pães) e coloque em uma assadeira untada com óleo; • Deixe crescer por mais 30 minutos; • Pincele com a gema e leve para assar em forno moderado (170°), por 30 a 35 minutos. • Saboreie!
Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.
14 CULTURA 14
Belo Horizonte,14 a 20 de dezembro 2018 Divulgação
Livro, um ótimo presente :) Brasil de Fato traz três sugestões de livros que acabaram de ser lançados. Uma ótima dica pra você conhecer e presentear neste fim de ano:
Falência de grandes livrarias pode abrir espaço para diversidade
Saraiva e Cultura investiram em best-sellers e abandonaram os outros 98% dos títulos Rafaella Dotta
D
uas grandes livrarias do país estão em maus lençóis. Em outubro e novembro, a livraria Saraiva e a livraria Cultura pediram recuperação judicial. A Saraiva declara uma dívida de R$ 675 milhões, enquanto a Cultura deve R$ 285 milhões. Mas qual o motivo dessas falências? Pesquisas do Sindicato Nacional dos Editores de Livros mostram que os livros digitais estão ganhando espaço. Em 2016, último levantamento, foram 2,7 milhões de exemplares vendidos e um faturamento de R$ 34 milhões. Porém, no mesmo ano as vendas de livros impressos foram de 382 milhões de exemplares e faturamento de R$ 5,4 bilhões. A venda de livros físicos foi 150 vezes maior. Livrarias de best-sellers Outra análise, do editor Haroldo Ceravolo, é de que as livrarias não estão perdendo leitores para o livro digital, mas para suas próprias escolhas. Para ele, as grandes livrarias passaram a se basear em um tripé de crescimento: a abertura de muitas lojas, a im-
posição de condições mais duras para os fornecedores e a venda de espaços nas lojas – os espaços nas vitrines e nas prateleiras passaram a ser vendidos às editoras ou escritores. Em 2017, o Brasil publicou cerca de 50 mil títulos diferentes. Enquanto a livraria Saraiva nasceu para vender pouca variedade de livros - os considerados best-sellers -, a Cultura era
Em 2016 a venda de livros físicos foi 150 vezes maior do que os livros digitais especializada nos outros “49 mil títulos”, diz Haroldo. Porém, começou a seguir a mesma lógica. “Uma migração muito malsucedida”, pontua o editor. “Eles perderam os velhos leitores e não ganharam os novos. Os livros que mais vendem representam uma fatia muito pequena do mercado. Você vende para mais gente, mas são pessoas que consomem pou-
cos livros.”, analisa. Ele critica também os temas. Enquanto o feminismo, o tema LGBT e as questões da negritude ganharam destaque no país, as grandes livrarias investiram em vender livros muitas vezes contrários a esses valores. O que fazer? Editor da Alameda Editorial, Haroldo vê oportunidades para as pequenas editoras. Elas podem suprir o vazio deixado pelas grandes livrarias. “Essa tinha que ser a preocupação dos governos. Abertura de livrarias nas cidades menores, nos bairros, nas periferias das cidades”, defende. Belo Horizonte Relicário Edições, Páginas Editora, Editora Moinhos, Mazza Edições, Editora Letramento, AZica, Alecrim, Anime Livros, Cérbero Edições, Crisálida, Crivo Editorial, Dublinense Editora, Entrelinha Papelaria, Funil, KZA 1, Editora Letramento, Lote 42, Preta Sebastiana e Editora Venas Abiertas são algumas das editoras que existem e resistem em Belo Horizonte e têm acervo diferente do comercial.
Outra Educação é Possível: Feminis-
mo, Antirracismo e Inclusão Em Sala De Aula A escritora Luana Tolentino conta suas experiências em sala de aula, de como educar (e aprender) respeitando a diversidade e a identidade. A valorização da autoestima é outro ponto muito buscado pela autora/professora. A leitura e os exemplos de novos métodos de educação são contagiantes. Editora Mazza, R$ 35. Pode ser adquirido em: www.mazzaedicoes.com.br
Figuras de Liberdade
Memórias de um Artista Viajante Histórias que misturam a realidade e a fantasia, com um toque de interior mineiro. Fernando Siqueira acaba de lançar o seu livro com ilustrações que tornam os personagens ainda mais reais. O Figuras de Liberdade chama a atenção pelas belíssimas imagens. Editora Crivo, R$ 60. Pode ser adquirido em: crivoeditorial.com.br
Desenhos da Resistência A autora Marlene Crespo desenha, em 176 páginas, a luta popular durante a ditadura militar no Brasil. São histórias de mulheres, índios, estudantes, operários e moradores de periferia. Ela própria viveu os anos da ditadura. Editora Expressão Popular, R$ 25. Pode ser adquirido em: www.expressaopopular. com.br
Belo Horizonte,14 a 20 de dezembro 2018
Ciclismo traz benefícios para o coração e a musculatura
ESPORTE
Curto e Grosso
15 15
Divulgação Boca Juniors
SAÚDE Atividade desenvolve diferentes potencialidades e melhora do condicionamento físico Fora do Eixo
Libertadores é cosa nostra Fabrício Farias
Marcos Barbosa, de Recife (PE)
A
lém de ser um dos meios de transporte mais tradicionais do mundo, a bicicleta também é utilizada por esportistas para a prática do ciclismo. Fazendo uso da atividade rítmica e cíclica, essa modalidade esportiva é bastante completa e ideal para o desenvolvimento dos sistemas de energia aeróbico e anaeróbico, a depender da intensidade e da duração. Segundo Jefferson Reis, educador físico, personal trainer e ciclista há mais de dez anos, uma das principais vantagens da atividade são os benefícios que ela traz para o coração. “Vamos evitar doenças cardiovasculares, fortalecer o bombeamento do coração, evitar hipertensão e outras doenças crônicas, como obesidade e diabetes”, aponta. Além disso, Jefferson lembra que pedalar também fortalece a musculatura dos membros
inferiores, beneficiando a resistência muscular. O educador percebeu esses benefícios no próprio corpo, na medida em que manteve a prática para se deslocar durante a semana e o lazer nos fins de semana: “Senti meu condicionamento físico melhor, me se senti bem mais disposto”, reforça. No entanto, Jefferson afirma que, além da prática regular, é preciso que os iniciantes também pratiquem hábitos saudáveis. “[É fundamental] estar se alimentando bem, evitando comer produtos industrializados e frituras, dando preferência a alimentos mais naturais, como
É importante tomar os devidos cuidados, utilizando equipamentos de segurança
frutas e raízes, carboidratos mais complexos. Também é necessário hidratar-se durante a atividade física, assim como no resto do dia. Nosso organismo precisa da hidratação, moramos em um país onde faz muito calor, é preciso estar sempre bebendo água”, adverte. Outra recomendação para os iniciantes é que comecem com pequenas distâncias, como 5 ou 10 km, para sentirem como está o nível de condicionamento físico. “No caso de querer praticar longas distâncias, é bom se reunir em grupo e começar pequenos percursos. E, na medida em que for se sentindo mais condicionado, poderá utilizar a bicicleta para ir ao trabalho”, exemplifica. Por fim, Jefferson chama a atenção para os equipamentos de segurança, que são essenciais em uma atividade segura. “É importante tomar os devidos cuidados, utilizando os equipamentos de segurança, porque pode haver acidentes de trânsito.
Salve, salve, meu povo! A Conmebol realmente se superou na edição 2018 da Libertadores. River e Boca chegaram à final com todo tipo de ajuda possível e imaginável. A decisão, que foi chamada de “final do mundo”, foi levada para o outro lado do Atlântico, em função do ataque da torcida do River ao ônibus do Boca. Não vá pensando que o ataque resultou da ira eventual de alguns torcedores. Dias antes, líderes da torcida do River foram pegos com vários ingressos para o jogo em Nuñez e suspensos de comparecer no estádio. Logo, o ataque seria uma retaliação ao Ministério Público argentino. As torcidas organizadas argentinas estão a anos luz das brasileiras no modo como se organizam e operam. A Conmebol, ao fim, vangloriou-se por supostamente ter transformado a final da Libertadores em um campeonato de alcance mundial. Resta saber por quanto tempo ela conseguirá esconder os podres que cercam a competição, a fim de entregar ao público um produto rentável.
SUGESTÕES, CRÍTICAS, COMENTÁRIOS?
ESCREVA PARA NÓS esportemg@brasildefatomg.com.br
Belo Horizonte, 14 a 20 de dezembro 2018
16
Atletas de Uberlândia conquistam 15 medalhas em torneio continental
A
delegação brasileira de halterofilismo é bicampeã do Regional das Américas, competição realizada no último fim de semana, em Bogotá, Colômbia. Destaque para os nove atletas de Uberlândia. Eles conquistaram duas medalhas de ouro, duas de prata e quatro de bronze. Paralelamente, aconteceu o Open das Américas, competição da
ESPORTES
16
DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução / Manchester City
Comunicação Futel
qual participaram atletas de diversas partes do mundo. Nela, a equipe de UDI faturou dois ouros, duas pratas e três bronzes. A paratleta Lara de Lima, na categoria até 41 kg júnior, bateu o recorde brasileiro e o recorde americano. Maria Rita de Oliveira, na categoria até 86 kg, foi recordista do brasileiro júnior. (Com informações da Futel)
“Para todos os jornais que não entendem por que as pessoas são racistas hoje em dia, pensem duas vezes em relação à divulgação justa e a dar a todos os jogadores uma chance igual” Raheem Sterling, atacante do Manchester City, vítima de ofensas racistas em partida contra o Chelsea. Para ele, a forma como a imprensa inglesa retrata o jogador negro incentiva o racismo.
Gol de placa No domingo (2), o Atletico Huila, da Colômbia, sagrou-se campeão da Libertadores Feminina. As colombianas venceram o Santos, nos pênaltis, por 5 a 3. No tempo normal, o jogo ficou empatado em 1 a 1. A competição foi disputada em Manaus.
Gol contra A mudança do mascote, da camisa e até do símbolo e do nome do Atlético Paranaense, que se escreverá Athletico a partir do ano que vem, descaracterizou por completo a imagem do clube. É difícil encontrar alguém, mesmo na torcida rubro-negra, que aprove o assalto à história do clube.
Decacampeão
É Galo doido
La Bestia Negra
Irene Coelho
Rogério Hilário
Fabrício Farias
Lá vamos nós começar tudo do zero novamente. Após um primeiro turno alentador no Campeonato Brasileiro, em que terminou na 10ª colocação, o América se prepara para disputar novamente a segunda divisão. E o pior: sem o goleiro João Ricardo, que é, na minha Decacampeão opinião, um dos melhores do Brasil. O arqueiro, cujo contrato termina no dia 31 de dezembro, não chegou a um acordo com o clube. Até agora, os melhores reforços foram a renovação do técnico Givanildo e as saídas de Rafael Moura e Luan. Os dois atacantes decepcionaram na partida que definiu nossa queda à Série B. É importante compor uma equipe forte logo, pois o nosso foco, agora, é a Copa do Brasil, que já começa em fevereiro.
Em tempos de carência, os esforços dos clubes para reformular o elenco são extenuantes e, às vezes, infrutíferos. O Atlético precisa, segundo o treinador e diretoria, de jogadores para a defesa. A meu ver, têm razão. Também são do conhecimento de as doido! deficiências no meioÉ todos Galo -campo e no ataque. Causa estranheza e insistência no retorno de Marcos Rocha. Ele prefere continuar no Palmeiras. E o campeão brasileiro oferece, em troca, três reservas, para não dizer ilustres desconhecidos. E na barca dos proscritos embarcaram mais dois, desta vez, atacantes: Denilson e Edinho. Não deixarão saudades. As idas e vindas seguirão durante o recesso. Eu preferia estar de férias também.
Salve, salve, nação azul ! Ao menos nos bastidores, 2018 vai acabar do mesmo jeito que começou para Cruzeiro e o time de Vespasiano. O Altético Mineiro ganhou na Justiça o direito de receber os R$ 10 milhões referentes à contratação de pelo Cruzeiro. LaFred Bestia NegraComo sabemos, a situação financeira do Cruzeiro, como a da maioria dos clubes, não é das melhores. Fred fechou 2018 em alta, marcando gols e mostrando que pode ser útil ano que vem. Caso o Cruzeiro tenha que realmente soltar essa grana, resta torcer para que esse investimento não seja em vão e, em especial, que cada centavo desses R$10 milhões se converta em gols nos próximos clássicos contra nosso maior rival. Saudações celestes!