Divulgacao
Filmes com cara do povo
Reproducao Corinthians
Para liquidar o adversário
Conhecida no Brasil e fora, produtora de filmes de Contagem completa 10 anos
Caixa Econômica decide cobrar a dívida de R$ 500 milhões do Corinthians
ENTREVISTA 11
ESPORTE 16
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019 • edição 298 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Luiz Santana / ALMG
CPI PEDE INDICIAMENTO DE 13 PESSOAS POR CRIME DA VALE EM BRUMADINHO
Tesourada ameaça políticas públicas para 2020 24 das 31 pastas do governo federal vão sofrer cortes. Meio ambiente e habitação perderão 30% dos recursos BRASIL 9
Vaza Jato mostra mais ilegalidades de Moro Juiz divulgou gravações descontextualizadas de Lula e liberou coação a filha de empresário BRASIL 10
SETE MESES DEPOIS Famílias de 5 cidades seguem fora de suas casas MINAS 5,6 E 7
Vereadores vão rediscutir Código de Postura de BH Lei Municipal está sendo utilizada para penalizar trabalhadores de rua CIDADES 4
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019
Zema e Bolsonaro só pensam naquilo
ESPAÇO DOS LEITORES Willian Dias /ALMG
“Queríamos um espaço onde não era preciso se preocupar com a manipulação da informação. E nesses tempos de fake news, em que a mídia econômica tem o controle da comunicação, termos um jornal como esse é essencial” Disse a deputada estadual Beatriz Cerqueira(PT). Na foto, alguns dos presentes na audiência na ALMG.
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O governo Bolsonaro apresentou ao governo Zema a proposta de regime de recuperação fiscal como forma de sanar as dívidas do estado com a União, supostamente para com isso melhorar as condições financeiras do estado. Essa proposta contém três eixos centrais. O primeiro diz respeito às privatizações das estatais. No caso do nosso estado, significa a privatização da Cemig, Copasa, entre outras. Como para privatizar essas empresas a Constituição do estado obriga a realização de um referendo (uma consulta à população), e como o governo Zema sabe que ele não ganharia nesse referendo, ele tem feito ações que precarizam os serviços da estatal. Busca piorar a qualidade dos serviços públicos e, assim, usar o velho discurso de que o privado é melhor que o público. Isso já sabemos que não é verdade, a exemplo da mineradora Vale.
Regime de recuperação fiscal precarizará políticas públicas O segundo eixo é a mudança do regime jurídico das servidoras e servidores públicos. Essa mudança tem várias implicações, entre elas a possibilidade de exonerar servidores concursados, sem justificativa e sem processo administrativo como é atualmente, abrindo margem para perseguições políticas e a descontinuidade das políticas públicas como saúde e educação. O terceiro eixo é a mudança no regime de Previdência, que, à semelhança
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
do aprovado na Câmara dos Deputados, dificulte a aposentadoria do funcionalismo público estadual. Destruição do que é público O regime de recuperação fiscal é uma destruição daquilo que é público. Zema e Bolsonaro só pensam nos interesses do mercado, e atacam tudo que é público: serviços, políticas e servidores. O governador aderindo a esse regime entrega
Privatização de Cemig e Copasa encarecerá custo de vida as riquezas de Minas nas mãos das grandes empresas internacionais, precariza as políticas públicas, penaliza os servidores estaduais e piora as condições de vida dos mineiros, que terão um custo de vida mais alto devido ao aumento das tarifas de água e energia elétrica. Uma proposta alternativa seria recuperar os impostos não pagos ao estado de Minas Gerais pelas mineradoras, em função da Lei Kandir. Em vez de privatizar nossas estatais, ampliar os investimentos nelas, o que, além melhorar as condições econômicas, ainda proporcionaria melhoria dos serviços oferecidos à população. Precisamos urgentemente de pensar um modelo de desenvolvimento para Minas Gerais que tenha como princípios fundantes a valorização dos serviços públicos, a participação popular e a soberania nacional.
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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário e Sofia Barbosa. Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
? PERGUNTA DA SEMANA
Ganhou a mídia um áudio em que um procurador do Ministério Público de Minas Gerais chama o salário de R$ 24 mil (valor líquido) de “miserê”. O nome dele é Leonardo Azeredo dos Santos, que recebe ainda mais, quando são somados outros benefícios da carreira. Os dados revelam que em 2019 ele recebeu uma média de R$ 68.275,34 por mês. Saímos às ruas e perguntamos:
O que você acha do procurador que acha R$ 24 mil um “miserê”?
“Ele não olha pro povo que tá aí na rua não, né? E nós, que não ganhamos mais que um salário mínimo? Ô gente... É ridículo, é triste você ver que existem pessoas assim no Brasil. Manda ele sentar na Praça Sete e ficar olhando pro povo que passa aqui!”
Maria Éia, aposentada
“Parece até que não é um ‘promotor’ de Justiça. Com isso tudo que tá acontecendo no Brasil, ainda vem um falar que R$ 24 mill é pouco! Ele tá enganado, recebe muito! Quantos pobres estão lutando nesse mundo e passando fome? Produtores rurais que nem eu, que estou tendo que vender os produtos mais baratos do que o meu gasto na fazenda!”
José de Souza Oliveira, produtor rural
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019
GERAL
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Número da Semana
20%
Foi o aumento das mortes por policiais no Brasil. O dado é do Anuário Brasileiro de Segurança Pública elaborado pelo Fórum Brasileiro sobre o tema, divulgado nesta semana. Em 2018, a polícia foi responsável por 17 mortes por dia. A diretora-executiva do Fórum explica que “os crimes não diminuem onde há mais mortes nas mãos da polícia”.
Calor e seco
A primavera só chega dia 23 de setembro, mas não está parecendo que estamos no inverno, não é mesmo? Na quinta (12), BH registrou o dia mais quente do ano, com temperatura chegando a 35,4 graus. A tendência é o calor continuar, devido a uma massa de ar quente e seco
Divino Advíncula / PBH
que passa pelo estado. É preciso ficar atento também à umidade: o recomendado pela OMS é 60% e aqui a taxa está abaixo de 15%. Beber muita água e umidificar o ambiente é fundamental para evitar sintomas como asma, pele ressecada, rinite e até problemas cardíacos e cerebrais.
Declaração da Semana
Reprodução
É este o filme que não consegue estrear no Brasil. É esta a história que não querem que seja conhecida. É este o personagem que pretendem condenar ao esquecimento”
Tuitou Mário Magalhães, autor do livro “Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo”, referência para o filme “Marighella”, de Wagner Moura
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CIDADES
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019
Trabalhadores das ruas criticam o Código de Posturas da capital BELO HORIZONTE Até novembro, deve ser apresentado projeto de lei revendo atuais regras Bernardo Dias / CMBH
Wallace Oliveira
A
té novembro, vereadores devem apresentar projeto de lei revendo o código de posturas da capital. O tema foi debatido na segunda-feira (9), em audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, realizada pela Comissão Especial de Estudo para a Revisão do Código de Posturas. Estiveram presentes os vereadores Pedro Patrus (PT), autor do requerimento, Preto (Dem), presidente da comissão, e Bella Gonçalves (Psol). “O Código de Posturas tem sido usado quase como um código penal para punir, responsabilizar e agredir os trabalhadores das ruas. Desde o início do governo, levamos para a secretária de política urbana a necessidade de revisão do código de posturas. A Prefeitura não fez”, declarou Bella Gonçalves.
Restrições aos trabalhadores A crítica ao Código de Posturas (Lei municipal 8616/2003) foi a tônica da audiência. Pipoqueiros, camelôs, artistas de rua, lavadores de carros, bancas de jornais e revistas, trabalhadores com deficiência, entre outros, reclamam que a lei favorece grandes proprietários e prejudica os pequenos, impondo regras inatingíveis para quem tem pouco dinheiro e quase nenhum apoio do poder público para trabalhar.
Atrelar a realização de eventos a patrocínio privado é legitimar a higienização”
Uma das profissões é a dos vendedores de lanches em carros. “Tem o critério de estacionamento na faixa azul. Com os estacionamentos rotativos, a BHTrans impõe um exercício de rotatividade e o veículo de lanche não tem condições de trabalhar dessa forma”, exemplificou o presidente da Associação de Comerciantes de Alimentos e Veículos Automotores, Mauro dos Santos. Ele também citou a proibição para a categoria de mesas e cadeiras em passeios, que são autorizadas a bares e restaurantes. Maira Neiva, do Observatório das Quebradas, questionou as exigências para licitar atividades e as restrições que dificultam eventos nas periferias, como a proibição de campanhas para arrecadar fundos em logradouro público. “Se lermos conjuntamente os artigos 123 e 130, dá a entender que o Código de Posturas quer favorecer empresas, e não trabalhadores. Para
que nossos eventos culturais na periferia tenham patrocínio privado, a gente tem que passar por um crivo estético e racial definido por gente que não faz e não entende nada de cultura. Então, atrelar a realização de eventos a patrocínio privado é legitimar a higienização”, pontuou. Geraldo Magela, da Associação das Cooperativas de Minas Gerais, apontou a ausência de distinções entre organizações populares, por um lado, e as grandes empresas lucrativas, por outro, especialmente nas exigências do licenciamento. “A legislação deveria observar condições diferenciadas para as organizações que não têm os mesmos objetivos de lucro que as empresas convencionais”.
Código de Posturas tem sido usado quase como um código penal Martinho dos Santos, do Sindicato dos Lavadores e Guardadores de Carros, se queixou da morosidade na implantação de pontos de água. “Hoje, a gente faz o pedido e por dois anos a Prefeitura não manda a autorização”, conta o lavador. Propostas Outras críticas e propostas foram apresentadas e devem ser incorporadas ao projeto de lei sobre a revisão do Código de Posturas. “É claro que nós vamos ter uma batalha a ser vencida, que é o plenário e o Poder Executivo, com quem temos de negociar”, defendeu o vereador Pedro Patrus.
Trabalhadores da educação paralisam as atividades Raíssa Lopes Trabalhadoras e trabalhadores da educação de todas as regiões de Minas Gerais paralisaram as atividades nesta quinta (12). Entre as pautas das atividades, estavam a luta contra a reforma da Previdência e contra o Regime de Recuperação Fiscal – medidas do governo federal às que o governador Zema (Novo) já afirmou que irá aderir –, além de reivindicações pelo fim do atraso e parcelamento dos salários, pelo pagamento integral do 13º salário de 2019, pelo pagamento do piso salarial, entre outras. Resultado Os trabalhadores decidiram aderir ao ato nacional do dia 20 de setembro com uma greve contra a reforma da Previdência. Também será realizada uma audiência em 1 de outubro para discutir a situação dos servidores da Lei 100. Salário pra PM? Zema declarou esta semana que deve acabar com o parcelamento de salários para os policiais militares e civis de Minas a partir de dezembro deste ano. Os demais, no entanto, ainda não possuem qualquer informação ou estimativa do Executivo estadual sobre quando voltarão a receber normalmente. “Se todo mundo trabalha, todos merecem receber o salário no mesmo dia. A batalha é, ainda, pelo pagamento no 5º dia útil e tratamento igual”, ressalta a coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Denise Romano.
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019
Opinião
Todos contra a educação Luiz Damasceno/ Estudantes NINJA
MINAS
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CPI pede indiciamento de 13 pessoas BRUMADINHO Relatório foi entregue após seis meses de investigações
Guilherme Bergamini ALMG
Amélia Gomes
João Paulo tem se notabilizado por sua ação destrutiva. É desprepaDurante muito tempo ha- rado em termos acadêmicos, via um consenso no Brasil: políticos e gerenciais. Expressem educação o futuro es- sa-se mal – não poucas vezes taria comprometido. A má de forma inepta e tosca – é qualidade da educação era agressivo e incapaz ao diálovista como raiz de todos os go. Um antiprofessor. Mas o problemas e a saída para o pior são suas ações políticopaís estava no investimen- -administrativas. Em tempos de crise fisto para o setor. Era uma forma aparentemente cômoda cal, uma das obrigações dos de jogar as questões estrutu- gestores responsáveis é derais, sobretudo a desigualda- fender sua área de atuação de, para um tempo distante, de eventuais cortes. Nunsem colocar em xeque as ver- ca o país assistiu a um corte dadeiras causas da injustiça de gastos em educação e em investimentos em pesquisocial. Hoje, a educação deixou de sa tão abrangentes. As bolsas ser uma perspectiva de pro- de pós-graduação foram ligresso para se tornar uma madas sem dó nem piedade, âncora do atraso. Em todos sem cuidado com o risco de os níveis de governo, há um descontinuidade de pesquiretrocesso perigoso. O pro- sas importantes. O governo federal já havia fessor foi transformado em dado várias outras demonsinimigo, a liberdade de cátedra se tornou uma amea- trações de desprezo com a ça e os estudantes são vistos educação. Ameaça de corcomo massa a ser submetida te de verbas para as áreas de à disciplina retificadora. Nos últimos meses, temos assistido a uma sequência de golpes mortais desferidos contra o setor. Considerado o Governo federal pior ministro do pior gover- despreza a no republicano da história educação do país, Abraham Weintraub
ciências humanas; intervenção ideológica em exames públicos, como o Enem; desprezo às decisões soberanas das universidades. Em pouco mais de seis meses, Bolsonaro não levou em consideração nada menos que 6 das 12 listas tríplices de candidatos
É a civilização que está em jogo a reitores de universidades públicas. Fez o mesmo com os institutos federais. Tem desprezado o conhecimento científico que vem dos centros de pesquisa e de forma mesquinha resolveu intervir até na carteirinha de estudante. Com o projeto de escolas cívico-militares, buscam conteúdos pacificados (ou ativamente controlados) e com comportamentos determinados pela lógica da repressão típica da caserna. Não se trata de um debate pedagógico, do confronto de visões de mundo ou de uma disputa política. É a civilização que está em jogo.
O relatório final dos parlamentares que investigaram as causas do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão traz uma dezena de negligências cometidas pela Vale. Entre as denúncias enumeradas pelos parlamentares está a falsificação de um relatório de estabilidade da estrutura. Além disso, 13 funcionários da Vale e também da empresa Tüv Süd (responsável por atestar a segurança da estrutura) foram indiciados pela comissão. Entre eles o presidente da mineradora à época - Fábio Schvarstman. O indiciamento prevê os crimes de homicídio (multiplicada a pena por 270, equivalente ao número de vítimas do crime), lesão corporal, dano simples e qualificado, danos à fauna e poluição qualificada. O texto final das investigações foi entregue na quinta-feira (12) após seis meses de investigações. A CPI faz uma centena de orientações a diversos órgãos públicos e à mineradora. Reparação ao Estado Na avaliação do deputado André Quintão (PT), relator do texto, o afastamen-
to da mineradora do processo de reparação das vítimas é fundamental. “Se você deixa o atingido isolado ele fica à mercê da pressão do poder econômico”, ressalta. A comissão também solicitou a celeridade na aprovação da Política Nacional e Estadual dos Direitos das Populações Atingidas por Barragens, que hoje tramitam no Congresso e na Assembleia. Pablo Dias, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), comemora o resultado das investigações “O relatório aponta questões centrais nas denúncias e também saídas e caminhos para as populações atingidas por esse crime”, destaca. A deputada Beatriz Cerqueira (PT), integrante da CPI, também comemora o relatório. “É um marco importante para Minas Gerais e espero que sirva de exemplo para que as empresas minerárias do estado tenham medo e pelo medo da punição - porque pelo direito à vida nós já vimos que eles não se importam - revejam sua atuação e que não haja mais rompimentos de barragens no estado”, afirmou. O relatório da CPI de Brumadinho da ALMG agora segue para aprovação da mesa diretora da casa.
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CIDADES
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019
Como estão as pessoas que saíram de suas casas por risco de barragens? INSEGURANÇA Assim que a barragem de Brumadinho rompeu, em janeiro, pelo menos seis cidades mineiras tiveram alertas de risco. Saiba como a situação está Luiz Santana/ ALMG
8 de fevereiro Barão de Cocais: a “lama invisível”
Rafaella Dotta
N
o final de janeiro, o pânico se espalhou por Minas Gerais. As mortes e a lama da barragem da Vale, em Brumadinho, fez com que muita gente perdesse o sono e a sua própria casa. Barragens da Vale e de outras mineradoras passaram a apresentar níveis 2 e 3 de risco e populações de seis cidades mineiras foram evacuadas às pressas em menos de dois meses. E como essas pessoas estão hoje? O Brasil de Fato ouviu o integrante do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Luiz Paulo Siqueira e o integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Pablo Dias, cujos movimentos acompanham as comunidades desde os primeiros momentos. E ouvimos as mineradoras proprietárias das barragens.
Hotéis, depressão e insegurança Quando falamos das populações evacuadas, a frase mais repetida é “as famílias estão em hotéis, pousadas e casas alugadas”. O que por um lado aparenta a responsabilidade das mineradoras, por outro é a insegurança das famílias atingidas, que não têm garantia de moradia depois de concluído um ano de assistência. Em quase todos os casos a economia foi fortemente atingida. Barão de Cocais e Macacos, por exemplo, viram o turismo praticamente zerar, sem uma contrapartida forte da mineradora ou do poder público. Também em todos os casos há o aumento do adoecimento psicológico. A depressão de quem viveu o terror e as consequências da lama, mesmo que ela não tenha chegado.
25 de janeiro
Brumadinho: lama e pânico O rompimento da barragem de Córrego do Feijão, da Vale, desalojou cerca de 200 famílias já nas primeiras horas pós lama. E mais, dois dias depois, a Vale comunicou que a barragem VI estava instável e os 24 mil habitantes de Brumadinho foram orientados a se deslocar para regiões mais altas. Hoje, a mineradora afirma que 105 famílias estão em hotéis, pousadas ou casas de parentes. Todos os moradores de Brumadinho recebem por mês o auxílio emergencial.
A população de Barão de Cocais, a 80 quilômetros de Belo Horizonte, foi também uma das mais aterrorizadas. Apenas duas semanas após o rompimento em Brumadinho, cerca de 500 pessoas se retiraram de suas casas na madrugada de 8 de fevereiro, pois a barragem Gongo Soco, da mineradora Vale, apresentava sinais de que se romperia a qualquer momento. A barragem não se rompeu, mas a população sofre os efeitos há sete meses. A Vale confirma que 197 famílias estão residindo em casas alugadas, hotéis ou casas de parentes, e receberam uma doação de R$ 4 mil, mais auxílio vestuário de R$ 1 mil por adulto e R$ 500 por menor. Luiz Paulo, do MAM, relata que há uma “dor tremenda” entre os moradores. “As casas, as plantações e os animais de criação ficaram abandonados”. A evacuação gerou problemas na economia da cidade turística, além de aumento da depressão, insônia, pânico e ansiedade, segundo afirma Luiz.
8 de fevereiro
Itatiaiuçu: futuro inseguro Na cidade de Itatiaiuçu, também próxima à capital, cerca de 200 pessoas foram desalojadas na manhã de 8 de fevereiro, quando a barragem da Mina Serra Azul, da mineradora ArcelorMittal, foi classificada com risco de nível 2. Em julho, mais 25 pessoas foram realocadas. A ArcelorMittal afirma que as famílias estão recebendo auxílio mensal e estão hospedadas em imóveis alugados. Para Pablo Dias, do MAB, a maior insegurança entre os atingidos é o futuro pós um ano, pois não possuem garantias de que o auxílio mensal irá continuar. A mineradora anuncia que está reforçando as estruturas da barragem para seguir com o plano de descomissionamento.
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019
MINAS
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Luiz Santana/ ALMG
Análise: “Essa é uma estratégia antiga das mineradoras”
20 de fevereiro
16 de fevereiro
Nova Lima (Macacos): situação caótica Quase 100 famílias saíram desesperadas de suas casas na noite de 16 de fevereiro, quando a sirene da barragem B3/B4, da Vale, soou. O distrito de São Sebastião das Águas Claras, em Nova Lima (MG), é uma região baseada quase totalmente no turismo ecológico e viu sua economia quebrar. A avaliação de Pablo Dias, do MAB, é que a situação ainda é “caótica”. “A maioria das famílias não foi realocada e recebe vouchers para os gastos. O que cria uma dependência da Vale”, pondera. Moradores afirmam que a Vale está construindo um muro de contenção próximo à barragem. Estima-se que a desativação total da barragem demore três anos. Hoje, 93 famílias estão em hotéis, pousadas, casas de parentes ou casas alugadas, onde recebem “apoio especializado e responsável de profissionais”, segundo a mineradora.
Itabirito e Ouro Preto: evacuação e impactos psicológicos Famílias da cidade de Itabirito foram evacuadas e passaram por simulados para o caso de rompimento das barragens Forquilha I, Forquilha II e Forquilha III, da Vale, em Ouro Preto. Moradores alegaram, à época, que não sabiam sequer as rotas de fuga. As três eram parte da lista de barragens da Vale em “severo risco de rompimento” e, caso aconteça, podem soterrar dez bairros de Itabirito, incluindo o centro da cidade. A Vale afirma que 12 pessoas de Itabirito estão em moradias provisórias e os atingidos recebem serviços de acolhimento e assistência humanitária nos pontos de atendimento. Luiz Paulo, do MAM, argumenta que à época, 20 pessoas de comunidades rurais de Ouro Preto foram evacuadas. “Em Itabirito teve simulados, mas não teve nenhuma medida da Vale para diminuir os impactos psicológicos e nenhuma ação de descomissionamento foi efetuada”.
16 de março
12 de agosto Rio Preto 29 pessoas foram obrigadas a se retirar de suas casas na manhã de 16 de março, segundo a Defesa Civil de Rio Preto, “devido à elevação do nível de água no reservatório da hidrelétrica [PCH Mello, da Vale] e possível ultrapassagem do limite estabelecido pelas normas de engenharia”. As pessoas moravam na área de auto salvamento. Dois meses depois, em 28 de maio, a Vale informou o fim das obras de reforço na barragem e, assim, o encerramento do estado de alerta e retorno dos moradores às suas casas.
Brumadinho: mais uma barragem
Mais quatro famílias foram retiradas de suas casas em agosto. Desta vez, por um possível rompimento da barragem da Emicon Mineradora e Terraplanagem, que está parada há dez anos, e poderia atingir a comunidade de Quéias e três pontos da BR 381. A evacuação foi uma determinação da justiça. A mineradora não foi encontrada para responder à reportagem.
A epidemia de alertas de risco de barragens causou pânico, mas também trouxe uma “pulga atrás da orelha” às populações atingidas, analisa Pablo Dias. “A estratégia de descomissionamento das barragens é uma estratégia antiga das mineradoras. Elas fazem o reprocessamento - tiram o minério de ferro dos rejeitos para vender. De fato, é bom não ter barragem em cima da cabeça das pessoas, mas o interesse delas é reprocessar o rejeito e lucrar”, declara. “Em todas essas situações existe uma suspeita da população, de que a retirada das famílias faz parte de uma estratégia de dominação do território. O risco do rompimento é um mecanismo de fazer com que as pessoas sejam obrigadas a vender o seu terreno”, afirma. Pablo argumenta que em algumas dessas áreas já existem pesquisas sobre a existência de minérios e que seriam do interesse das mineradoras.
Em MG, 28% das barragens foram vistoriadas pós Brumadinho
Segundo o último relatório da Agência Nacional de Mineração, de julho deste ano, 62 barragens de Minas Gerais foram vistoriadas depois do rompimento da barragem de Brumadinho. O estado tem 217 barragens, sendo 141 delas com alto potencial de danos.
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019 MÍDIA NINJA
Bernardino Furtado
Um livro certo na hora certa
Makota Celinha
O outro é como eu
Eu sou uma mulher negra, candomblecista, mãe de um jovem negro rastafári, sei e sinto na pele por mim e por meu povo com todas as entonações possíveis, o efeito perverso da violência e do ódio, hoje infelizmente tão comuns em nosso país. Participei da instalação da Mesa Nacional de Diálogo Contra a Violência, em Brasília. Essa iniciativa é muito importante, principalmente para nós negras e negros, que somos as maiores vítimas dos crimes de racismo, intolerância religiosa, homofobia, violência policial e feminicídio. Venho de uma tradição religiosa que compreende o outro enquanto sujeito de direitos, completo, complexo e humanizado. Por isso nos é tão difícil entender por que tanto ódio, tanto preconceito contra o outro, que nos é tão semelhante, diferente apenas por ser único, numa total sinfonia de diversidade. Os poderosos de nosso país não honram a ideia de Brasil tem a seser o Brasil uma pátria mãe gentil. Forjaram um país de gunda maior grandes diferenças sociais e econômicas, onde uns cada população negra vez têm mais e outros cada vez têm menos. Um país que do mundo tem a segunda maior população negra do mundo e que ainda não deu conta de nos perceber e nos tratar como iguais em direitos. Tenho medo pelo meu filho, pelas filhas e filhos de meus amigos e também dos que nem são meus amigos; tenho medo do passado cruel que teima em querer voltar. Mas esse medo pode e deve ser vencido, pela esperança de inversão. Quero trocar o ódio, o desprezo, o racismo, a homofobia e o machismo que vejo nos olhos dos que nem sabe o real motivo de tê-los, pelo amor e pela razão. Pela serenidade de compreender a diversidade, de entender que a outra e o outro só são a outra e o outro porque não sou eu. Mas que somos todas e todos iguais em direitos e deveres. Makota Celinha Gonçalves é coordenadora nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab).
Bernardino Furtado é jornalista e escritor. Em 02/07/2019...
ACOMPANHANDO
Foto da Marcha Nacional da Consciência Negra de 2014, em BH
O livro “O Protegido”, de Alceu Castilho (Autonomia Literária, 2019) proporciona o prazer de se debruçar sobre uma grande reportagem. Em tempos de Vaza Jato, a série de reportagens do The Intercept Brasil, e de erosão da democracia impulsionada pelo golpe de 2016, a prisão de Lula e, por fim, pelo famigerado governo Bolsonaro, é precioso o surgimento de um livro assim. Conta e demonstra a eterna proteção da mídia e do sistema de Justiça a Fernando Henrique Cardoso, o FHC, um professor universitário aposentado que desde seus tempos de presidente da República acumulou inexplicável patrimônio e manteve padrão de vida próprio de nababos. ‘O Protegido’ ilumina e esmiúça o sentido das relações íntimas de FHC, inclusive negociais, com a mesma plutocracia de velhos e novos ricos, todos velhacos, instalados na FHC acumulou banca, na indústria, no mer- inexplicável cado de arte e, quase sempre, patrimônio no agronegócio. E como os favores pecuniários concedidos por essa turma a FHC, durante a presidência da República e depois, foram naturalizados, normalizados, não merecendo um único inquérito ou investigação séria, com o apoio incondicional da mídia patriarcal brasileira, em ações e omissões, conforme o caso. O livro reforça a natureza intrincada e duradoura dessa santa aliança entre políticos conservadores e patrimonialismo rural no Brasil, assim como o primeiro livro do autor, “O Partido da Terra” (Editora Contexto, 2012). Li essa obra, anos atrás, atraído pelas implicações do tema para a pauta da reforma agrária, que me interessa muitíssimo desde meus tempos de repórter. Em ‘O Protegido’, Alceu Castilho revela o mesmo esforço de pesquisa e compilação de dados, um foco bem calibrado e a capacidade de fazer emergir daí um contexto político, uma conclusão e indagações desafiadoras.
BF
Estudo não divulgado aponta violação ambiental e emissão de poluente pela Usiminas E agora... Justiça pede explicações A 4ª Vara do Trabalho de Coronel
Fabriciano deferiu parcialmente uma liminar do Ministério Público do Trabalho contra a Usiminas. O MP alegou que a empresa lança enorme volume de gases e partículas que poluem o meio ambiente e podem causar problemas respiratórios na população e trabalhadores. A empresa fica obrigada a realizar estudos, apresentar laudos e agir para proteger as pessoas que podem ser afetadas.
Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019
Orçamento federal para 2020 pode agravar crise social Marcelo Camargo / Agência Brasil
Pedro Rafael Vilela
S
e 2019 está terminando com uma grave crise econômica e fiscal, o ano que vem projeta um cenário ainda mais sombrio. O governo federal apresentou, no dia 30 de agosto, o Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2020. Nele, estão contidos todos os gastos que o Executivo pretende realizar no próximo ano. O texto será agora analisado pelo Congresso Nacional e precisa ser aprovado até o dia 22 de dezembro. Uma análise do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostra que 24 de 31 áreas terão recursos reduzidos. O Ministério do Turismo, por exemplo, é o que teve a maior perda percentual de recursos, com redução de 58,3% em
Políticas de igualdade racial e ações voltadas para as mulheres, deficientes físicos e povos indígenas serão afetadas
relação ao orçamento deste ano. Quando se somam os recursos da área de turismo com a de esporte, que aparecem juntos, a perda chega a mais de 73%. Em seguida, vem o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, com perda de 43,2%. Entre as áreas afetadas, estão políticas de promoção da igualdade racial, e ações voltadas para as mulheres, deficientes físicos e povos indígenas. As áreas de energia (-38%), habitação (-30%) e indústria (-26%) também registram perdas expressivas. Em meio à crise de incêndios na Floresta Amazônica, a maior dos últimos anos, o governo de Jair Bolsonaro decidiu cortar cerca de 30% o orçamento do Ministério do Meio Ambiente para o ano que vem. Até mesmo a área de segurança pública, setor tido como prioritário pelo governo Bolsonaro, haverá redução significativa de orçamento. O ministro Sergio Moro, que neste ano já estava reclamando dos cortes, viu o orçamento de sua pasta ser reduzido em mais de 18,6%, passando dos atuais R$ 3,76 bilhões para pouco mais de R$ 3 bilhões em 2020.
Ministério do Meio Ambiente terá 30% a menos no orçamento no ano que vem “É um desmantelamento de políticas públicas, principalmente as que não têm os mínimos constitucionais garantidos, como saúde e educação”, afirma Livi Gerbase, assessora política do Inesc.
Teto dos gastos
Incentivos fiscais
Um dos vilões da redução do orçamento atende pelo nome de emenda constitucional do Teto dos Gastos, aprovada em 2016, na gestão de Michel Temer, que congelou os investimentos públicos por 20 anos. Significa que, ano após ano, o orçamento só poderá ser corrigido pela inflação do ano anterior. Na prática, o Teto afeta principalmente as despesas discricionárias, isto é, aquelas nas quaiss o governo não tem obrigação legal de investir, como incentivo à pesquisa, modernização de hospitais e construção de estradas. No Projeto de Lei Orçamentária de 2020, essas despesas sofreram um corte de 13,15%, passando de R$ 102,7 para R$ 89,1 bilhões, um dos piores patamares da história. Desse total de R$ 89,1 bilhões, apenas R$ 19 bilhões são investimentos, e o restante são recursos chamados de custeio, que servem para pagamento de serviços como energia, segurança, limpeza e compra de insumos.
Outro problema detectado pelo Inesc no Orçamento 2020 é o imenso volume de recursos que o governo deixará de arrecadar por causa dos incentivos fiscais para diversas empresas e setores da economia. No ano que vem, o gasto com essas desonerações será de R$ 326,1 bilhões, quase três vezes o orçamento da Educação (R$ 138 bilhões) e mais de 100 vezes o valor do orçamento para o meio ambiente (R$ 2,77 bilhões). “Os incentivos fiscais no Brasil não são transparentes nem avaliados, isto é, não sabemos quem se beneficia, ou se promovem o desenvolvimento e crescimento econômico. O Inesc luta pelo fim do sigilo dos gastos tributários por meio da campanha #SóAcreditoVendo”, diz o Inesc no estudo que analisou o Orçamento federal.
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ILUSTRAÇÃO / FREEPICK
CENÁRIO SOMBRIO Quase todas as áreas do governo terão recursos reduzidos; algumas em mais de 50%
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Belo Horizonte, 13 a 19 de setembro de 2019 Reprodução
Moro escondeu gravações para impedir posse de Lula como ministro de Dilma em 2016 FORA DA LEI Diálogos omitidos do ex-presidente contrariam a hipótese de obstrução de Justiça, construída por Moro à época Pedro França /Agência Senado
Da redação Informações obtidas pelo The Intercept Brasil, mostraram que os grampos de conversas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em março 2016, divulgadas ilegalmente pelo então juiz Sergio Moro, eram seletivos. As mensagens deixam claro que o magistrado pretendia reforçar a hipótese de que Lula aceitara um convite para ser ministro-chefe da Casa Civil como forma de obstruir a Justiça – todos
os diálogos que contrariavam essa narrativa foram mantidos em sigilo. Na ocasião, Moro divulgou à Rede Globo uma conversa entre a então presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), e Lula, o que levaria o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, a suspender a nomeação de Lula como ministro. As conversas entre membros da força-tarefa da Lava Jato no aplicativo Telegram divulgadas no domingo (8), no entanto, mostram que a entrada de Lula no governo tinha
como objetivo “salvar” o governo em crise, por meio de uma tentativa de reaproximação com Temer e o MDB. É essa a preocupação que o presidente expressa em quase todos os telefonemas omitidos por Moro. Cinco dias depois do vazamento, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, suspendeu as decisões de Moro, afirmando que o sigilo havia sido levantado “sem nenhuma das cautelas exigidas em lei”. Mesmo assim, a anulação da posse de Lula como ministro foi mantida.
Raul Schmidt, empresário investigado pela Lava Jato
Ex-juiz, autorizou coação contra filha de empresário para forçá-lo a se entregar Nova reportagem da série Vaza Jato mostra que os procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba pediram ao então juiz Sergio Moro operações contra a filha de um empresário alvo da Lava Jato que vive em Portugal, como forma de forçá-lo a se entregar. O plano, revelado em mensagens de Telegram trocadas entre procuradores e entregues ao The Intercept Brasil por uma fonte anônima, era criar um “elemento de pressão”, como disse o procurador Diogo Castor de Mattos, sobre o empresário luso-brasileiro Raul Schmidt. Ela não era suspeita de planejar e executar crimes.
Mas, em maio, o juiz deu sinal verde ao desejo da Lava Jato, que incluía uma varredura na casa, nas comunicações e nas contas de Nathalie. No dia seguinte, os policiais cumpriram o mandado de busca e apreensão na casa da filha do investigado, no Rio de Janeiro. Nathalie teve o passaporte retido. “Três agentes da Polícia Federal portando metralhadora ingressaram na residência da paciente de forma truculenta, exigindo, aos berros, que ela revelasse o atual paradeiro do seu genitor, sob ameaça de ‘evitar dor de cabeça para seu filho’, referindo-se à criança dela de sete anos”, afirmou a defesa de Nathalie. ANÚNCIO
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“Nós somos frutos diretos da possibilidade de melhores investimentos em políticas públicas” CULTURA A renomada produtora mineira Filmes de Plástico será a grande homenageada da 13° Mostra Cine BH Divulgação
Amélia Gomes
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e Contagem e Teófilo Otoni para o mundo! Neste ano, a renomada produtora mineira Filmes de Plástico comemora uma década de existência. Na bagagem, dezenas de curtas e longas, além do passaporte carimbado pelos festivais de Cannes, Locarno e Rotterdã, entre outras grandes praças do cinema mundial. Neste ano a produtora será a grande homenageada da 13° Mostra Cine BH. Pra contar um pouco da trajetória e dos desafios diante do cenário de censura e cortes no setor, nós conversamos com Thiago Macêdo Correia, um dos fundadores da Filmes de Plástico.
Brasil de Fato - Em 2019, a Filmes de Plástico completa dez anos de trajetória no cinema brasileiro. Na bagagem, dezenas de produções e diversos prêmios nacionais e internacionais. Como surgiu a produtora? Thiago Macêdo Correia - A produtora é formada por três diretores: André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurílio Martins, e eu, que sou o produtor. Os três são naturais de Contagem, dos bairros Amazonas, Milanez e Jardim Laguna e eu sou de Teófilo Otoni. Nós nos conhecemos entre 2005 e 2006 e a produtora foi se conformando em torno daquele grupo de amigos cinéfilos. Mas na época isso era mais um sonho do que uma possibilidade mais concreta. Logo em seguida, em 2009, o Gabriel pen-
Nossos filmes falam da realidade que as pessoas vivem
Da esquerda para a direita: Maurílio Martins, Gabriel Martins, Thiago Macêdo Correia e André Novais Oliveira
É assustador pensar que por interesses políticos o cinema viva uma crise sou um roteiro de um filme pra ser produzido no quintal da casa dos pais dele e foi aí que nós fizemos o “Filme de Sábado”, que marcou o início simbólico da produtora. Ao longo desses dez anos, as narrativas abordadas nas produções da Filmes de Plástico sempre trazem à luz aqueles que geralmente são apagados da história do cinema, pessoas que estão à margem da sociedade. Isso foi uma opção desde sempre? Nós somos muito sinceros com o que produzimos. Nós não fazemos nada porque o assunto está em voga, porque quer chegar em determinado mercado. Os nossos projetos nascem do nosso interesse comum, que aponta para lugares que representam nossa postura enquanto cida-
dãos, brasileiros, artistas e trabalhadores. Nós acreditamos naquilo que produzimos. Nós estamos falando de vida, de seres humanos, de dramas que estamos vivendo. Então acho que funciona porque é verdade. E as pessoas se identificam com essa realidade. Qual a resposta da população de Contagem e de outras regiões periféricas sobre as produções da Filmes de Plástico? É um retorno muito bonito porque é um processo de resgate e reconhecimento de uma população. Mostra o quanto essa população se
sente parte dessa produção, de se pertencer, de achar que de fato estão sendo representados de modo legítimo. Esses retornos que temos, principalmente dos bairros onde filmamos - Amazonas, Milanez e Jardim Laguna em Contagem - mostram o quanto as pessoas abraçam a produção, assumem os filmes como delas. Qual opinião de vocês sobre o atual cenário brasileiro, de censura, cortes de investimento em cultura e ataque ao setor? É um cenário que nos deixa bastante preocupados. Existe uma parcela muito grande da população que depende do audiovisual e da arte para sobreviver. Me preocupa nós estarmos vivendo isso, uma vez
que é um paradoxo estarmos em uma das maiores crises para o cinema nacional justamente no ano de maior repercussão artística. É assustador pensar que por interesses políticos um meio possa viver uma crise tão drástica.
Vivemos o ano de maior repercussão do cinema nacional 13° MOSTRA CINEBH Entre os dias 17 e 22 de setembro, em cinco espaços culturais de BH. “No coração do mundo”, da Filmes de Plástico, será exibido no dia 22/09, domingo`as 19h, no MIS Cine Santa Tereza. Programação completa em cinebh.com.br
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DE OLHO NA MÍDIA
Dicas Mastigadas KIBE DE FORNO DE BERINJELA Reprodução
Manipulação bem planejada ou Guerras híbridas
Guerra psicológica. Escolha de um grupo para ser influenciado e influenciar a massa. Pautas difusas e genéricas, como “combate à corrupção”. Escolha de uma cor ou cores, ou símbolos claros e chamativos. Uso intensivo das redes sociais. Esses são alguns dos elementos que definem o que seria uma “revolução colorida”, cujo objetivo, grosso modo, é derrubar um governo que não seja simpático aos interesses dos Estados Unidos. Esse script seria parte de uma nova forma de os EUA disputarem sua visão de mundo – em conjunto com guerras não convencionais – que foi batizado de “Guerras híbridas”. Esse é o nome do livro do jornalista e analista político russo Andrew Korybko. A obra será lançada em Belo Horizonte na próxima quarta-feira, dia 18, às 19h. O evento será na Faculdade de Arquitetura da UFMG (Rua Paraíba, 697. B. Funcionários, BH) e faz parte das comemorações dos 20 anos da Editora Expressão Popular. Além da venda do livro por R$ 25, haverá um debate com a pesquisadora Ana Penido, do Instituto Tricontinental, o professor Juarez Guimarães, do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros, e o militante do movimento Levante Popular da Juventude Artur Colito.
CPMI das fake news
Foi instalada no começo deste mês a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar os impactos das notícias falsas nas eleições de 2018. A CPMI terá 180 dias para apurar como o disparo de informações por perfis falsos e os ataques virtuais impactaram o resultado eleitoral. Outros temas são cyberbullying e aliciamento de crianças. As plataformas das redes sociais também foram convocadas para prestar depoimentos sobre os métodos para identificar e eliminar a disseminação de fake news. O tema tem gerado debate. Enquanto parte da esquerda no Congresso comemora a iniciativa e vê na comissão uma possibilidade de denunciar e até afastar Bolsonaro da presidência, outros argumentam que é preciso cautela, pois o resultado pode se voltar contra as pessoas e forças progressistas, ao decidir quem pode falar o quê, já que o Poder Judiciário não tem se comportado de forma isenta, por exemplo. Recentemente, o Congresso derrubou vetos de Bolsonaro à “lei das fake news”, como ficou conhecida a lei 13.834/2019. Com isso, quem compartilhar notícias falsas envolvendo eleições e candidatos poderá pegar de dois a oito anos de prisão. É preciso combater a desinformação e as mentiras, mas é preciso estar sempre alerta sobre os caminhos para fazer isso. Para isso, seguem atuais: combater os monopólios, educação crítica, expansão ao infinito da comunicação popular. Um abraço e aguardamos suas sugestões! Joana Tavares– Escreva suas sugestões e impressões para: joanatavaresc@gmail.com
Um kibe de forno, mas sem carne e com um legume com que muitos têm preconceito por ser um pouco amargo: a berinjela. Uma receita fácil, rápida e barata, que pode ser servida no lanche, no almoço e também pode ser congelada. Duas dicas preciosas: para retirar ainda mais o amargor é possível deixar a berinjela de molho por alguns minutos. Além disso, a água deste molho pode ser ingerida por pessoas que possuem glicose alterada.
Ingredientes • • • • • •
1 colher de sobremesa de óleo ou azeite; 100 g de triguilho (trigo para kibe); 300 g de berinjela sem casca; 1 alho poró cortado em fatias; Tempero secos (páprica, cúrcuma, cominho e sal); Hortelã ou coentro fresco picados.
Modo de Preparo 1. Deixar o triguilho de molho com dois copos de água morna durante mais ou menos 15 minutos; 2. Refogar o alho poró com temperos secos até dourar; 3. Adicionar a berinjela sem casca até ficar macia; 4. Bater no liquidificador até atingir consistência de pasta; 5. Retirar água e espremer o triguilho com ajuda de um pano de prato limpo; 6. Misturar o triguilho, a pasta de berinjela e o hortelã ou coentro picado fresco; 7. Colocar a mistura em tabuleiro untado com um filete de azeite; 8. Assar no forno pré-aquecido a 180 graus por 25 minutos. Raíssa Faro é nutricionista e especialista em medicina tradicional indiana
Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.
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Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). www.coquetel.com.br
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APOSTE NA FEIRA DE RUA Se por um lado o governo federal tem liberado cada vez mais agrotóxicos sem cuidado nenhum com a saúde da população, por outro o Brasil – e Minas Gerais – é cheio de agricultores e agricultoras familiares que cultivam os alimentos de outra forma. Uma boa maneira de se alimentar melhor é priorizar comprar produtos direto de quem os faz. Belo Horizonte tem dezenas de feiras de rua, algumas de orgânicos outras de agricultores urbanos. Pesquise feiras do seu bairro ou região no link: www.belohorizonte.mg.gov.br/compras/feiras-e-mercados
Solução
Não importa se você chegou em casa super cansada e só pensa em se jogar na cama. Vale a pena investir em alguns momentos para se desconectar, relaxar do dia e descansar antes de deitar. Escolha algo que te faça bem: brincar com bichos, mexer em plantas, uma leitura leve ou até assistir algo na televisão. Mas uns 30 minutos antes de trocar de roupa e se preparar mesmo para dormir, se afaste das telas de todo tipo. Sério, deixe o celular fora do quarto, nenhuma mensagem vai sumir. E também não faça do aparelho o primeiro objeto que você toca todo dia. Se for o caso, invista em um despertador analógico e deixe pra ver o telefone realmente quando você estiver desperta e disposta a isso.
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Me disseram que meu orgasmo não é completo porque eu não ejaculo. Existe ejaculação na mulher? Ana Maria, 30 anos, supervisora de loja. Fique tranquila Ana, a ejaculação feminina é um mito. O orgasmo e a ejaculação, no homem, são eventos diferentes, embora aconteçam juntos. Não é correto classificar o orgasmo como incompleto por não haver ejaculação. No caso das mulheres, estudos mostram que nos casos em que é lançado um líquido no momento do orgasmo trata-se de urina. A lubrificação da vagina aumenta com as contrações do orgasmo. Porém a quantidade de líquido liberado é pequena, não sendo suficiente para esse “jato” para fora. Esse mito está relacionado à indústria pornográfica, que cria situações muito distantes da realidade.
Mande sua dúvida para amigadasaude@brasildefato.com.br
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CRÔNICA
ALEGRIA É PERTO Raissa Lopes
acordar cedinho, passar um café e levar os sentidos para a varandinha de casa. o olfato e o paladar sentem o café em cada vapor e gole. sem muito esforço, o olfato ainda percebe um cheiro de banho vindo de algum lugar, pois os sabonetes e shampoos e cremes rinses e desodorantes mais baratos, porque mais fortes, socializam frescores individuais. de carona, o paladar é assanhado pelo sedutor halo de um pão dormido que, passado na chapa, desperta apetites ao léu. tato e visão contemplados com o carinho no pelo sedoso e frio do gato que vai se aquecendo aos primeiros raios de um sol que rompe azuis, laranjas, lilases, enfim, a gigantesca paleta de
cores a que corresponde o céu de Brasília. não há os cinzas produzidos pelos veículos automotivos, sonegados pela propaganda para associá-los exclusivamente a status, potência e outros broxantes predicados. sem estes cinzas que também são ensurdecedores, a audição capta algumas obras executadas pela Orquestra Filarmônica da Espécie, como, alhures, o Réquiem de um casal em agressiva DR, e, acolá, numa república de estudantes, um Concerto para o Pecado em Sol Maior. tudo isso torna-se perceptível somente porque o “horário comercial”, esse regime ditatorial do capitalismo, ainda não está a plenos foles, e, numa subversão medonha
de valores, se está num intervalo chamado Vida. consequência natural(izada) de um sistema no qual o “mais” (em tudo e para poucos) é entendido como satisfação, não como o que é de fato: um vício, e, pois, insaciável. trabalhadores foram tornados traficantes de lucro. a Vida, para ser plena, e mesmo única, requer menos – mas com mais atenção. alegria é perto e mora nos muitos endereços do agora. boa escolha. *Z Carota é jornalista e escritor, autor do recém lançado “a beleza que existe – crônicas com uma tonelada de leveza” (Páginas Editora), do qual esta crônica foi extraída. ANÚNCIO
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Personagem da semana
PAPO ESPORTIVO
Aos 34 anos, a nadadora pernambucana Maria Carolina Santiago conquistou a terceira medalha de ouro do Brasil no Mundial de natação paralímpica. A competição é realizada no Parque Olímpico de Londres, com a participação de mais de 600 atletas, representando 80 países. Carol venceu a prova dos 50 metros livres, da classe S12. A brasileira é portadora da síndrome de Morning Glory, um problema congênito na retina, que faz com que ela só enxergue vultos com o olho esquerdo e não tenha visão periférica no olho direito.
Deputados do Rio estudam retorno da “geral” no Maracanã FUTEBOL Projeto de lei quer trazer “geraldinos” com ingressos a preços populares Arquivo Maracanã Lucas Figueiredo / CBF
BdF Rio de Janeiro
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eputados estaduais, representantes de clubes, torcidas organizadas e do governo do Rio de Janeiro se reuniram na última semana para discutir sobre um projeto de lei que prevê a reabertura de setores populares no Maracanã. O debate ocorreu na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em audiência pública das comissões de Esporte e Lazer, Obras Públicas e Política Urbana. A deputada Zeidan Lula (PT), autora do projeto de lei, explica como ele pode ser implementado. “Não há nenhum empecilho legal, de regimento ou regu-
lamentação que impeça que haja público em pé no Maracanã. Ninguém é contra isso, os clubes são favoráveis”, observa. Ela adiantou que, caso a proposta seja aprovada, será preciso planejar a viabilidade econômica de uma obra que dê segurança aos torcedores. Zeidan se mostrou otimista com o apoio dos deputados da Alerj: “É importante ressaltar que muitos na Assembleia aprovam o projeto. Então, há uma probabilidade grande do nosso projeto passar “, contou. Representantes do Flamengo e Fluminense, clubes responsáveis pela gestão do Maracanã, também apoiam a volta dos setores
populares no estádio. Contudo, defenderam uma avaliação mais criteriosa do projeto, antes de definições serem estabelecidas.
ESPORTE
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Salve, Jorges!
Fabrício Farias Salve, galera! Quando formos analisar os trabalhos dos técnicos nessa temporada do futebol brasileiro, dois gringos aparecerão com honras: o patrício Jorge Jesus e o “Hermano” Sampaoli. A presença das duas figuras em nossas terras expõe o quão estamos distantes do primeiro nível do futebol mundial. Com pouco tempo de trabalho, Sampaoli tem se destacado pela capacidade de apresentar variações interessantes e fazer com que seus atletas desempenhem ao máximo suas qualidades. Já Jesus, com um elenco mais talentoso, tem colocado o Flamengo como a melhor equipe do Brasil, jogando um futebol dinâmico e ofensivo.
Nenhum dos Jorges em questão é visto como um técnico de ponta na Europa, o que já mostra a distância que estamos de outros centros. Enquanto isso, entre os técnicos brasileiros, sobra soberba e declarações que beiram à xenofobia para desmerecer o trabalho dos dois. A conclusão a que podemos chegar é que talvez quem mais bem tem tratado o futebol brasileiro e nossas competições é justamente quem nasceu bem longe daqui. Em tempos como esse, em que o nacionalismo no Brasil é entendido da maneira mais tosca possível, os “Jorges” em questão demonstram que talvez sejam capazes de contribuir mais para o futebol brasileiro que muita gente nascida entre o Oiapoque e o Chuí. ANÚNCIO
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ESPORTES
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Anderson Bueno Pereira
DECLARAÇÃO DA SEMANA Rodrigo Clemente / PBH
Caixa quer quase R$ 500 milhões do Corinthians A Caixa Econômica Federal anunciou que vai executar a dívida do Corinthians, contraída com o financiamento da Arena em Itaquera. O clube paulista pegou emprestados R$ 400 milhões e já pagou R$ 175 milhões,
mas, com juros e correções, o atual valor da dívida é de R$ 487 milhões. A Caixa alega que requisitos para o financiamento não vinham sendo cumpridos. O Corinthians publicou nota criticando a medida: “O clube nunca re-
pudiou sua dívida nem deixou de dialogar com o repassador destes recursos (...) Se a CEF escolheu trocar a rota da negociação pela do confronto, não cabe outro recurso senão defender na Justiça seus direitos”, afirma a nota.
Eu vou sancionar. Será a primeira coisa que eu faço para o Atlético, porque eu já liberei o estacionamento do Mineirão, fiz o recapeamento na Toca II por pedido do Wagner (presidente do Cruzeiro), porque estava tudo esburacado do lado de lá” Alexandre Kalil, prefeito de BH e ídolo do Atlético, comentando a aprovação pela Câmara, em primeiro turno, do licenciamento para o estádio do clube, em entrevista à TV Record.
Gol de placa A equipe de ginástica aeróbica da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Educacional da UFMG ganhou seis medalhas, cinco de ouro e uma de bronze, no Campeonato Sul-Americano da modalidade, disputado na Colômbia.
Gol contra O Santos Futebol Clube e as autoridades da cidade fecharam oito acessos à Vila Belmiro em dias de jogo e proibiram o comércio de ambulantes. O cerco inviabiliza a tradicional festa dos torcedores e aumenta a repressão policial. O mesmo já acontece nos arredores do estádio do Palmeiras.
É hora de acreditar
Pitimba, barraco e canícula
Nas boas e más horas
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
No futebol, às vezes, as vitórias são fruto do acaso e acabam escondendo a realidade. Mas nenhum time embala por acaso uma sequência de dez jogos sem perder. O América, após quatro empates e seis vitórias nas últimas dez partidas, comprovou que posDecacampeão sui elenco, estrutura e tradição que lhe credenciam a brigar pelo acesso. Se vai ser suficiente, em virtude do péssimo início de campeonato, ainda é impossível saber. Mas pelo menos já se acendeu a esperança da exigente torcida, que passou a apoiar e dar confiança para atletas que estavam desacreditados ou em má fase, como Matheusinho, Júnior Viçosa, João Paulo, Jori e Juninho. Sem mais tempo para reforços ou mudanças drásticas, é hora de acreditar e apoiar.
Quarta derrota seguida no Brasileiro, ainda mais para o Botafogo, clube na maior pitimba. Novo barraco ou treta do Cazares – haja disposição para uma balada. E para dar um certo alívio, a Câmara Municipal de BH aprovou projeto relativo ao estádio alvinegro. EnÉ Galo doido! quanto não chega o confronto que realmente interessa – contra o Colón, dia 19, na Argentina, pelas semifinais da Copa Sul-Americana, tábua da salvação do Galo em 2019 -, vale tudo para atleticanos. Até mesmo buscar consolo no futuro ou no péssimo desempenho do arquirrival. Porém, é bom lembrar: domingo tem Internacional, às 11h (haja canícula), no Independência. A experiência com o Bahia, recordemos, não foi das melhores. Sigamos em frente.
Salve, nação azul! A eliminação na Copa do Brasil e as declarações de Ceni domingo (8) não deixam dúvidas sobre o cenário de terra arrasada. Fomos goleados impiedosamente pelo Grêmio, com jogadores que pareciam sonolentos. Os conflitos entre grupo La Bestia Negra e treinador ficam explícitos a cada declaração. Mesmo não tendo culpa na situação, Ceni não é o técnico mais indicado para colocar as coisas no eixo. Falta-lhe rodagem como comandante em um clube grandioso que passa por uma situação difícil. A diretoria está mais preocupada com seus próprios desmandos e falcatruas. Por, o clube precisa de todos os nossos esforços para se salvar. A torcida é a única que está com o time em todos os momentos. Saudações!
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