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“Humor é para fazer refletir”
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Paul Klee em BH
Gregório Duvivier fala de peça que estreará na capital e convida para debate sobre censura no colégio Loyola
Mostra gratuita reúne obras de um dos principais artistas da modernidade
ENTREVISTA 11
CULTURA 14
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, 25 a 31 de outubro de 2019 • edição 304 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Reprodução
ZEMA QUER VENDER CEMIG. QUEM VAI GANHAR COM ISSO?
Governo Zema (Novo) tenta privatizar uma das principais empresas de Minas. De acordo com eletricitários, sinais da privatização da estatal são evidentes: direitos estão sendo reduzidos, bases fechadas e investimentos cortados a fim de forjar a necessidade de venda da companhia. O resultado? Contas mais caras, queda na qualidade do serviço, perda de recursos para os cofres públicos, desemprego e precarização I ESPECIAL
Previdência foi pro saco (dos banqueiros)
Queimadas aumentam, prejudicando saúde
Chile hoje, Brasil amanhã
Com reforma aprovada, aposentadoria por idade é extinta e trabalhadores só acessarão direito bem mais velhos
Número de incêndios em Minas Gerais cresceu mais de 71% em comparação com o ano passado
Políticas que Paulo Guedes tenta importar estão gerando caos social no país vizinho
BRASIL 6
MINAS 4
MUNDO 15
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 25 a 31 de outubro de 2019
Opinião
A mancha da vergonha
ESPAÇO DOS LEITORES “Eu só queria perguntar pra ele se ele fosse um assalariado, tivesse filhos menores estudando morando de aluguel, doença, se ele ia conseguir sobreviver. É muito hipócrita, ainda fala Deus acima de tudo” Benigna, de Pedro Leopoldo, manda o recado para Jair Bolsonaro no programa de rádio do Brasil de Fato MG “Mais uma. Alegam que meu terreno foi ‘abandonado’ pra tascar a mão -, mas enviam guias de IPTU do terreno ‘abandonado’... Má-fé.” Júlio Coelho Rosa compartilha a matéria do site “Projeto de Lei pode acabar com 3º maior reservatório da Região Metropolitana de BH” “Resistam” Coeli Bitaraes escreve sobre a matéria “No Serro (MG), prefeitura teria sido conivente com “manobras” para aprovar mineração” “Ai, que reportagem linda e emocionante! Tão importante valorizar o servidor público e entender quem toma conta da cidade em que moramos!” Maíra Gomes comenta o especial “As pessoas que cuidam de BH e a gente nem vê”.
Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg
A mancha de óleo que invade as praias brasileiras revela a face real do atual momento por que passa o país. Fruto do desprezo ativo com a proteção do meio ambiente, revelado pelo desmonte criminoso das políticas de controle existentes, serviu ainda para colocar em cena a incapacidade e despreparo do ministro Ricardo Salles. Em vez de agir de forma responsável para enfrentar o problema, ele se esforçou para ideologizar a questão, culpando a Venezuela sem provas, e atacando o trabalho das organizações não governamentais nacionais e internacionais. Classificou o Greenpeace como “terrorista” e afastou voluntários que acorreram para ajudar a salvar praias que são sua casa e ganha-pão.
Manchas nas praias podem, simbolicamente, ser revelação de outras sujeiras Mais que desastrada, a atitude beligerante e vaidosa conseguiu destruir o que parecia ser a única possibilidade de união em um momento de tanta divisão no país: fechou a porta à solidariedade. O ministro criou uma operação sem coordenação definida, insegura e desarticulada entre diferentes níveis de governo e a sociedade. Depois de enfraquecer as instituições ligadas à sua pasta, demitindo e desautorizando técnicos; de apontar com a leniência programada em questões de licenciamen-
O jornal Brasil de Fato circula com edições regionais na Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
to ambiental; de afrontar as populações originárias; e até de colocar o conhecimento científico na miopia de sua régua ideológica, Salles completa seu projeto de destruição.
Irresponsável, ministro culpou Venezuela sem provas Sua inépcia já afeta as atividades produtivas das praias invadidas pelo óleo, da subsistência imediata dos trabalhadores locais à importante indústria do turismo na região. Depois de queimar o destino amazônico junto aos operadores estrangeiros, se esforça agora para isolar o Nordeste das opções mais procuradas no mercado. O impacto já está sendo sentido no cancelamento de reservas próximas ao período de alta temporada. A mancha nas praias pode, simbolicamente, ser o primeiro momento de revelação de outras sujeiras que trafegam abaixo da superfície, até que emporcalham o ambiente econômico, político e social do país. É o caso da educação, ameaçada pela perseguição da liberdade de ensino, em alinhamento com o mercado. Ou da saúde, com as ameaças ao SUS com a limitação de recursos. Ou da onda de privatizações, que entrega riquezas estratégicas limitando a soberania. Sem falar nas manchas na cultura, com as ameaças de censura. Está na hora de se antecipar e afundar os navios inimigos.
PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983
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? PERGUNTA DA SEMANA
No dia 22 foi anunciado que o gás vai ter um aumento para as distribuidoras. O problema é que, se aumenta para as distribuidoras, elas aumentam para os consumidores. O Brasil de Fato quer saber:
O que você está achando do preço do gás?
Eu acho que não está dando para o bolso do brasileiro porque a nossa renda está muito baixa e tem muita gente desempregada. O preço subindo desse jeito não sei como vai ficar. Eu ganho mil reais e tenho que comprar um gás por mês, além disso tenho que criar os meus três filhos. Está muito puxado.
Juliana Rita Faria Cuidadora de idosos
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GERAL
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Número da Semana 50%
das crianças de até 5 anos estão subnutridas, conforme o relatório “Situação Mundial da Infância 2019: Crianças, alimentação e nutrição”, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Em áreas rurais e em famílias mais pobres, a desnutrição infantil se intensifica. Apenas uma a cada cinco crianças de até 2 anos recebe o mínimo de nutrientes para um desenvolvimento cerebral adequado.
Quer receber alertas de risco de desastres naturais? Rodrigo Clemente /PBH
Esse preço prejudica muito a gente. O gás está muito caro e o salário muito baixo, então é um custo muito alto. Eu gasto dois botijões por mês porque eu mexo com marmitex, então fica muito pesado no bolso esse preço do gás.
Marcos Antônio dos Santos Gari
A Defesa Civil de Belo Horizonte avisa sobre chuvas fortes, granizo, tempestades, vendavais, alagamentos e risco de deslizamentos de terra através de SMS. Para
se cadastrar, é preciso enviar uma mensagem de texto com o CEP da sua rua para o número 40199. Uma mensagem de confirmação será enviada e o serviço é gratuito. José Eduardo Bernardes /BdF
Declaração da Semana “O povo do Nordeste, como lhe é característico, está com as mangas arregaçadas trabalhando para melhorar esse quadro criminoso. Nós aqui do Sudeste só podemos agradecer a eles e pressionar as autoridades” Twittou Fabio Assunção sobre o derramamento de óleo nas praias do Nordeste.
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MINAS
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Queimadas na Região Metropolitana aumentam, afetando a saúde da população CRIME Em Minas, foram registradas 817 queimadas na primeira quinzena de outubro, contra 476 em 2018 Divulgação/ Semad
Wallace Oliveira
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a última semana, a Região Metropolitana de Belo Horizonte foi tomada por uma fuligem procedente das queimadas que se intensificaram nos últimos dias. Além de destruir vegetação, comprometer a qualidade do solo, atingir a rede elétrica, secar nascentes e reduzir a disponibilidade de água potável, os incêndios de matas podem causar adoecimentos. “Eles podem predispor a asma, bronquite, problemas respiratórios e alérgicos. Isso afeta principalmente crianças asmáticas e a gestantes e predispõe toda a população a problemas respiratórios”, afirma a médica de família e comunidade Clarissa Lages. Clarissa também lembra
Saúde é ir ao parque e a vegetação estar ali
que a preservação das matas é um fator de saúde coletiva. “A saúde não é só não estar com asma ou bronquite por causa da fuligem. A saúde também é ir ao parque no fim de semana e a vegetação estar ali”, conclui a médica. Causas e combate De acordo com o Corpo de
Bombeiros, entre os dias 1º e 15 de outubro de 2019, houve mais incêndios de vegetação do que no mesmo período de 2018. Em Minas, foram registradas 817 queimadas, contra 476 no ano passado (aumento de 71,64%). Na Grande BH, esse número passou de 132 casos, na primeira quinzena de outubro de 2018, para 180 no mês
atual (aumento de 36,36%). Tomando como referência os dez primeiros meses do ano, os dados mostram uma situação preocupante. Minas Gerais teve 10.827 queimadas entre janeiro e outubro de 2018; agora, registra 17.213 queimadas no mesmo período (58,98% a mais). Na Região Metropolitana, o número de incêndios de vegetação passou de 2.385 focos entre janeiro e outubro de 2018 para 3496 em 2019 (incremento de 46,58%). Desde a quinta-feira (17), ao menos três grandes focos atingiram a Grande BH:
na mata ao lado da Cidade Administrativa, bairro Serra Verde, região de Venda Nova; na mata da UFMG, na altura do bairro Engenho Nogueira, região da Pampulha; no condomínio Alphaville, em Nova Lima. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a hipótese de incêndios criminosos, isto é, causados de maneira intencional, não foi descartada, mas só uma investigação da Polícia Civil pode determinar se a ação foi criminosa. O tenente Warley Barbosa, do Batalhão de Emergências Ambientais, lembra que as queimadas são favorecidas pela falta de chuvas, baixa umidade e altas temperaturas, mas ressalta que “99,1% dos incêndios são causados por ação humana, criminosa ou não”, explica.
Petroleiros entram em greve geral SOBERANIA Desde maio, trabalhadores da refinaria em Betim tentam negociar garantia de direitos com a empresa Mídia Ninja
Amélia Gomes
T
rabalhadores da Refinaria Gabriel Passos, em Betim, e da Usina Termelétrica Aureliano Chaves, em Ibirité, vão cruzar os braços a partir deste sábado (26). Desde maio, os petroleiros tentam aprovar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), sistematicamente rejeitado pela empresa. A categoria denuncia que diversos direitos já vêm sendo retirados, como o fim de programas educacionais e a imposição de reajuste no preço dos planos de saúde. Na contraproposta da direção
ao ACT, a empresa propõe aos trabalhadores a implementação de jornadas de 12 horas de trabalho e da subs-
tituição do pagamento de horas extras por um banco de horas, além de um reajuste salarial abaixo da inflação.
Na avaliação de Felipe Pinheiro, diretor do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais - Sindipetro MG, o sucateamento da empresa e a precarização das condições de vida dos trabalhadores são o aval para a privatização da empresa. “Esse processo todo está dentro de um plano maior de preparação da empresa para a venda”, pontua. Petrobras já está sob desmonte A Refinaria Gabriel Passos é uma das oito na lista das que vão ser rifadas pelo governo federal. Além das re-
finarias, o Sindipetro afirma ainda que a empresa também tem vendido plataformas e fábricas de fertilizantes. A Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros, e as termelétricas de Juiz de Fora e de Ibirité também estão sob risco. “Nossa luta também é para que a Petrobras não se torne uma nova Vale. Porque o setor envolve grande risco. Se não estiver em boas condições de trabalho, segurança, com investimentos e manutenção constantes, vira uma bomba relógio para os trabalhadores e para a comunidade do entorno” denuncia Pinheiro.
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BRASIL
Reforma da Previdência é aprovada e aposentadoria fica mais difícil MALDADE Dos 81 senadores, 60 votaram a favor da PEC 6. Em dez anos, governo quer deixar de pagar R$ 800 bi em benefícios Jefferson Rudy /Agência Senado
“Investida é contra o trabalhador, ricos ficam intocados”
Exemplos
Juca Guimarães
O
Senado aprovou, em segundo turno, a reforma da Previdência Social proposta pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), em janeiro deste ano. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) número 6 recebeu 60 votos a favor e 19 contra. A reforma tira direitos fundamentais de mais de 100 milhões de brasileiros que estão no mercado de trabalho formal, informal ou já são aposentados e pensionistas. Os destaques individuais apresentados pelos senadores foram rejeitados. As lideranças que orientaram as bancadas a votar a favor da reforma foram: MDB, Podemos, Republicanos, PSL, PSC, PSDB, Democratas e Progressistas. Se posicionaram contra PT, Rede, PSB e PDT. O PSD, Pros e o Cidadania liberaram a bancada para votar. Entenda o que muda com a reforma da Previdência A reforma estabelece uma idade mínima de 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres, com tem-
po mínimo de contribuição de 20 anos e 15 anos, respectivamente. O valor, porém, será equivalente a 60% da média do valor de referência das contribuições, ou seja, o equivalente à renda do trabalhador na ativa. Para ter direito ao valor integral, a partir de agora, trabalhadores devem contribuir por 40 anos. Na prática, o trabalhador e a trabalhadora terão que trabalhar muito mais tempo, além do limite da idade mínima, para ter direito ao valor integral. Pela regra em vigor anteriormente, o valor integral do benefício era garantido pela fórmula 86/96. A soma da idade e do tempo de contribuição para homem deveria ser igual a 96, sendo obrigatório um mínimo de 35
De cada dez aposentadorias concedidas, sete eram por idade, o que não será mais possível
Atualmente, um trabalhador que hoje tem 65 anos de idade e 29 de contribuição, pela regra antiga da aposentadoria por idade, poderia se aposentar por idade daqui a um ano. Para a aposentadoria por tempo de contribuição, daqui a seis anos. No entanto, com a regra nova, ele só vai se aposentar com direito ao valor integral do benefício daqui a 11 anos. Uma mulher com 56 anos de idade e 26 anos de contribuição precisaria esperar só mais um ano para conseguir se aposentar (regra 86/96). Com a reforma, essa mesma trabalhadora terá que esperar seis anos para se aposentar com o valor integral. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou que a reforma foi cruel porque só atingiu a classe trabalhadora e os mais pobres. “Não teve nenhuma discussão para falar da tributação sobre o capital acumulado, sobre as grandes fortunas, sobre a concentração de renda. A investida é contra o trabalhador que está lá dentro da mina, no pesado e ganhando pouco”, assinalou o Senador.
anos de contribuição. Para as mulheres, a aposentadoria integral poderia ser concedida se a soma da idade e do tempo de contribuição (30 anos no mínimo) atingisse 86 pontos. A reforma também acabou com a regra da aposentadoria por idade, que exigia 15 anos de contribuição e idade mínima de 60 anos para a mulher e 65 anos para os homens. De cada dez aposentadorias concedidas, sete eram por idade.
Pararela
Os debates no Congresso sobre as regras da Previdência não terminam com a aprovação da PEC 06/19. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está analisando a PEC 133/19, a chamada PEC paralela. Nela estão os pontos polêmicos que ficaram de fora, por enquanto, da reforma. Por exemplo, a inclusão dos estados e municípios na reforma; a tributação das entidades filantrópicas e o fim da isenção para as exportações do agronegócio.
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BRASIL
Belo Horizonte, 25 a 31 de outubro de 2019
“Caso Lula” contaminou debate sobre prisão em segunda instância, avalia especialista Da redação O ex-presidente Lula (PT) tem figurado no centro da discussão sobre a prisão em segunda instância. Na quarta-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou discussão sobre a matéria, que pode beneficiar 4.895 mil pessoas que foram presas antes de se esgotarem todos os recursos cabíveis - trânsito em julgado. Para o advogado Pedro Serrano, membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), o debate sobre a questão
tem sido conduzido com base no plano político, e não jurídico. “Estamos debatendo um grave problema que nós temos no Brasil, que é o encarceramento em massa”. O entendimento atual que prevê que réus podem ser presos após condenação em segunda instância foi definido pelo STF em 2016. “A decisão do Supremo foi inconstitucional, porque contraria dispositivos da Constituição e do Código de Processo Penal, então é ilegal”, disse Pedro Serrano.
SIND-UTE/MG CONVOCA TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS, SRE'S E ÓRGÃO CENTRAL
Nov/ 2019
Câmara aprova entrega de Alcântara aos EUA, com restrições ao Brasil no uso da base
14h
QUARTA-FEIRA
PARTICIPE!
Da redação A Câmara dos Deputados aprovou no final na noite de terça-feira (22), por 329 a 86 votos, o acordo que entrega aos Estados Unidos a base estratégica de lançamentos de foguete de Alcântara, no Maranhão, mediante pagamento de aluguel de US$ 10 bilhões anuais, o equivalente a R$ 40 bilhões. O texto do acordo, imposto pelos EUA e aceito pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) e agora também pela Câmara, interfere na soberania nacional e traz várias restrições ao Brasil – entre elas, a proibição de o país
lançar seus próprios satélites a partir da base e a de usar o dinheiro do aluguel para compra, pesquisa ou produção de foguetes de longo alcance, necessários para colocar os satélites em órbita. O acordo, que ainda precisa passar pelo Senado para entrar definitivamente em vigor, terá validade de 20 anos e também impede o Brasil de fechar acordos de lançamentos com diversas outras nações.
VIGÍLIA PELO PISO SALARIAL Pelo pagamento do Piso Salarial da Educação Por emprego Pelo 13º Salário de 2019
FotoStudium
Vamos continuar cobrando do governador Zema que ele cumpra a Constituição Federal, a Lei 21.710/15 e a Constituição do Estado.
O PISO SALARIAL É LEI!
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ESPECIAL
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, outubro de 2019 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita
PRIVATIZAR A CEMIG É A SOLUÇÃO?
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ESPECIAL
Belo Horizonte, outubro de 2019
O governador e as fake news sobre a eficiência da Cemig DESENVOLVIMENTO Apenas no primeiro semestre de 2019, lucro da companhia foi de mais de R$2,9 bilhões Gil Leonardi/ Imprensa MG
Divulgação Cemig
Mariângela de Castro Lana
H
á dez meses no governo de Minas, Romeu Zema (Novo) destaca que a Cemig é ineficiente e não contribui para o desenvolvimento. Diz também que os trabalhadores custam caro para a empresa. Romeu Zema, no entanto, não prova, com dados, as falsas justificativas para seu propósito de campanha: vender a companhia para o mercado privado. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que a Cemig está em plena recuperação financeira e se mantém com uma gestão eficiente. Em 2016, o lu-
De 2011 a 2014, lucros da Cemig foram integralmente distribuídos aos acionistas cro líquido da empresa foi de R$ 335 milhões, em 2017 evoluiu para cerca de R$ 1 bilhão e, em 2018, subiu para R$ 1,7 bilhão. O lucro líquido do 1º semestre/2018 foi de R$ 454 milhões, mas nesse mesmo período, em 2019, cresceu fantasticamente, para R$ 2,912 bilhões. Ainda segundo o estudo, os gastos com pessoal em relação à receita operacional líquida caíram de 6,45% para 5,25%. Outro dado importante em relação à folha de pagamento é a diferença entre os salários. Enquanto os trabalhadores recém empossados recebem cerca de R$ 1900 por mês, o presiden-
Zema disse: “Vamos deixá-la estatal para que ela seja um obstáculo ao desenvolvimento, ou será que devemos ser mais realistas e privatizá-la?”
te, Cledorvino Belini, que não é concursado, recebe mais de R$ 80 mil por mês. A dívida é pagável Já o discurso de que a Cemig precisa do aporte de R$ 27 bi do Estado é questionado pelo economista do Dieese, Carlos Machado. Segundo ele, os R$ 27 bi referem-se a gastos com pagamento de dívida e realização de investimentos com desembolso previsto para o médio e longo prazo. Carlos diz que a dívida líquida da Cemig foi calculada em R$ 12,5 bilhões no 2º semestre de 2019. Ela cresceu muito antes de 2015, ao mesmo tempo em que os R$ 12 bi de lucro obtidos de 2011 a 2014 foram integralmente distribuídos aos acionistas, na forma de dividendos e juros. “Não se trata de uma necessidade imediata, uma vez que o pagamento desta dí-
vida está programado para 2019-2025”, pondera Carlos. E há boa perspectiva. Segundo a própria Cemig, a obtenção de Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para os próximos cinco anos (2019-2023) está entre 26 e 28 bilhões de reais. É um período anterior ao prazo previsto atualmente para o vencimento da maior parcela da dívida, em 2024.
População é contra Segundo pesquisa encomendada pela Associação Mineira de Municípios e divulgada pela Reuters, 47,7% dos mineiros são contrários à privatização da Cemig, enquanto 36,2% são favoráveis e 16,1% não opinaram.
Mas a verdade é: O ex-presidente da Cemig Carlos Eloy destaca que, se privatizar a companhia, Minas será um “caos total”. Eloy justifica que não se destinará energia em abundância para as regiões que mais necessitam, por apresentarem menor rentabilidade. Ele destaca que tragédias como as de Mariana e Brumadinho jamais teriam acontecido se a Vale ainda fosse estatal e alerta que a Cemig possui várias barragens de terra que correrão risco com a privatização. Já Aloísio Vasconcelos, ex-diretor, disse que a estatal existe há 67 anos e sempre foi lucrativa, e o caminho é a modernização, com novos projetos, como os de energia solar e eólica. “A Cemig é peça chave para o desenvolvimento. Atende 774 municípios e tem compromissos econômico, social e até cultural”, enfatiza.
“Quero que o consumidor pague menos (pela energia), vamos fazer um edital com condições para que isso ocorra. Já tivemos a Telemig, que foi privatizada. Hoje temos várias operadoras de telefone, melhoraram os serviços” Mas a verdade é: A experiência das privatizações no Brasil, nos anos 90 e 2000, mostra que os preços das tarifas dispararam e há anos o setor de telefonia lidera reclamações nos órgãos de defesa do consumidor. O MPMG divulgou uma pesquisa no início do ano: nos Procons estaduais a telefonia celular lidera as reclamações (17%). Em 2º lugar está a telefonia fixa (14,44%). Em Goiás, a Celg privatizada é responsável por apagões diários. Uma CPI investigou a privatização e até o partido de direita, o DEM, já cobra a sua reestatização.
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Trabalhadores da Cemig denunciam que privatização da estatal já está em curso Segundo economista, a piora do serviço público facilita a desestatização, pois coloca a população contra a empresa Larissa Costa
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Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está sendo preparada para a privatização, segundo avaliações do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG). Apesar de ser uma promessa desde a campanha eleitoral, Romeu Zema (Novo) não propôs um projeto de venda da estatal, apesar de ter encaminhando à Assembleia Legislativa um plano de adesão ao Regime Fiscal, que abriria brecha para a desestatização. No entanto, eletricitários afirmam que diversas mudanças foram implantadas pela nova gestão da Cemig, indicada pelo govenador, que sinalizam para o mercado e possíveis compradores. Por exemplo, em fevereiro e março deste ano, a diretoria decidiu fechar cerca de 50 bases operacionais no estado, onde trabalhavam eletricistas que realizavam atendimentos comerciais, como ligação, religação e corte, e atendimentos de urgência, relacionados ao reestabelecimento de
energia elétrica. No início do mês de setembro, a base São Gabriel, em Belo Horizonte, foi fechada, prejudicando cerca de 1 milhão de pessoas. Segundo o economista Carlos Machado, do Dieese, a alteração da política de remuneração da diretoria da Cemig é um dos passos para preparar a companhia para a venda, pois busca um alinhamento aos parâmetros do mercado e avança no processo de financeirização da empresa. Segundo Carlos, o valor total de remuneração para 11 executivos aumentou 47%, subindo de R$ 15,4 milhões para R$ 22,7 milhões, de 2018 para 2019. Enquanto isso, a categoria se empenha, neste mês, para negociar com a empresa o acordo coletivo de trabalho deste ano. Segundo Jefferson Leandro, coordenador geral do sindicato que representa os trabalhadores da Cemig, o Sindieletro, a gestão tenta diminuir ao máximo os custos com os trabalhadores, ameaçando direitos conquistados e a organização sindical.
Privatizar é um processo
EMPRESA PÚBLICA
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EMPRESA PRIVADA
A Cemig é uma empresa estatal de economia mista controlada pelo governo do Estado de Minas Gerais. Ser uma empresa pública significa estar atrelada ao desenvolvimento do estado, ter a capacidade de realizar políticas públicas, ter a condição de gerar emprego e serviço de qualidade e realizar investimentos que visam a atender à demanda da população por energia elétrica. “Por ser pública, a Cemig tem outros objetivos que não só o lucro. Ela tem o objetivo de sustentabilidade financeira ao longo do tempo, mas tem o objetivo do desenvolvimento regional e tem expansão do serviço e do acesso para localidades mais afastadas e populações mais carentes”, pontua o professor.
As matérias completas deste especial podem ser lidas em: brasildefato.com.br
Fechar bases, piorar o atendimento e o serviço, cortar direitos dos trabalhadores, cancelar investimentos em saúde e segurança são medidas promovidas pela gestão da Cemig de sucateamento da empresa. Por outro lado, avisa ao mercado que é uma empresa com baixo custo e alta lucratividade. Para Rafael Ribeiro, professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), esse é o processo clássico de privatização. “Se precariza o serviço, sucateia, desinveste, fecha a torneira dos recursos e aí, na medida em que o serviço vai se degradando, coloca a população contra a empresa. E isso facilita ou abre caminho para a privatização mais fácil, pois faz com que a população, de alguma forma, sinta a necessidade de mudança, ou fique menos resistente à privatização da empresa”, afirma. O professor acrescenta que esse movimento acontece, geralmente, na maioria das empresas de infraestrutura.
14 ESPECIAL
Belo Horizonte, outubro de 2019
A conta vai ficar mais barata? No Brasil, a tarifa cobrada ao consumidor final é regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Isso quer dizer que privatizar não é sinônimo de autonomia nos preços. No segmento da distribuição, um exemplo recente é o da goiana CELG-D, entregue em 2017 à italiana Enel, possível interessada na Cemig. No primeiro ano sob controle da Enel, a conta de luz encareceu 15,89% para consumidores residenciais. Na gera-
ção de energia, é importante lembrar o que aconteceu com a usina São Simão, no Triângulo Mineiro, que pertencia à União e foi privatizada em 2017 pelo governo Temer (MDB). Antes da privatização, ela cobrava por megawatt gerado a cada hora R$ 66. Privatizada, passou a cobrar R$ 142, que depois são pagos pelos consumidores finais. Nesse caso, a privatização contribuiu para tornar as contas mais caras.
A empresa vai funcionar melhor e o produto final terá mais qualidade? Uma empresa privada tem como objetivo o maior lucro possível ao menor custo. Isso, com frequência, se obtém cortando funcionários, pagando menores salários, terceirizando, diminuindo os custos com materiais, priorizando áreas mais povoadas e deixando de atender – ou atendendo pior – áreas menos populosas e menos lucrativas. Uma das formas de avaliar a qualidade do serviço de distribuição de energia é a Duração Equivalente
de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), medida em número de horas. É a medida do tempo máximo de interrupção contínua de energia elétrica. Em Goiás, a CELG-D, em 2016, antes da privatização, o índice de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) era de 29,55 horas. Em 2017, depois da venda, aumentou para 32,71 horas.
Vai aumentar a concorrência? Em 2015, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) publicou um estudo mostrando que, em países onde predomina o capital estatal, as três maiores empresas do ramo controlam menos de 50% do mercado. Já nos países onde predomina o capital privado, as três maiores empresas
concentram mais de 60% do mercado. O segmento da distribuição de energia elétrica é o que os economistas chamam de monopólio natural. Em outras palavras, há uma tendência de que uma só empresa controle a distribuição em determinada área, pois seria contraproducente e mais oneroso duas ou mais redes elétricas competindo no mesmo lugar.
Para vender estatais, Zema terá que mudar constituição mineira
Copasa / Divulgação
Além da Cemig, Copasa e Gasmig estão na mira da privatização
Larissa Costa Para desestatizar ou vender ações de empresas públicas e de sociedades de economia mista, o governo terá de apresentar um projeto de lei específica à ALMG e, caso ele seja aprovado por no mínimo 3/5 dos deputados estaduais, deverá ser submetido a referendo popular, que dirá se a lei irá ou não entrar em vigor. Essa norma está prevista na Constituição do Estado de Minas Gerais. Segundo o deputado federal Rogério Correia (PT), que na época, em 2001, foi o relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), submetida pelo então governador Itamar Franco, essa emenda é uma conquista, pois garante a participação direta do povo mineiro nas decisões de desestatização. “Hoje essa medida é central. Para vender a Cemig, o Zema vai ter que dizer que o povo não pode participar e não pode opinar sobre a privatização”, afirma.
Estratégias
A análise do deputado estadual André Quintão (PT) é que, para concluir qualquer processo de privatização da Cemig, da Copasa e da Gasmig o governador teria basicamente duas opções. Ou ele propõe a alteração da Constituição, por meio da aprovação na ALMG de uma PEC, ou apresenta um projeto de lei e depois, se for aprovado, submete ao referendo popular. Segundo o deputado, que é líder do bloco de oposição Democracia e Luta, os parlamentares estão atentos às movimentações do governador. “Estamos fazendo contatos e acreditamos que, até em função disso, o governador desistiu de encaminhar o projeto [de privatização da Cemig]. Quando isso acontecer, nós vamos promover o maior debate possível com a sociedade”, analisa.
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Belo Horizonte, 4 a 10 de outubro de 2019
Baile da ADUFU - Seção Sindical celebra os 40 anos do sindicato e o Dia dos Professores e das Professoras No último sábado, 19 de outubro de 2019, ocorreu o tradicional Baile da ADUFU em celebração ao Dia dos Professores e das Professoras e aos 40 anos de história do sindicato. O evento ocorreu no salão do Egypt Hall e contou com a presença de 270 convidados/as, dentre eles e elas professores/as, estudantes, representantes de entidades políticas e de movimentos sociais da cidade. A celebração se iniciou com uma Sessão Solene de Homenagens aos/às ex-diretores/as: um momento de (re)encontros, conversas, rememorações e muito afeto. Após a Sessão, Herbert Levy e banda entraram em cena para entoarem canções brasileiras que motivaram as lutas políticas do país nas últimas décadas. Em um contexto de ataque desmedido às universidades públicas, faz-se necessário reencantar a política com a cultura e celebrar os momentos importantes do sindicato e do movimento sindical. Nas fotos: Acima, ex-diretores/as homenageados/as; À direita, de cima para baixo, professoras Edilamar Rezende e Solange Bretas; professor Sidiney Ruocco (presidente da ADUFU) e professora Lucimar Alvarenga; professores Antônio de Almeida e Hudson Lima.
BRASIL
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ENTREVISTA
Belo Horizonte, 25 a 31 de outubro de 2019
“Humor se faz com o cérebro, se acompanhado de mudanças no pensamento, melhor” CULTURA O ator e apresentador compara a peça “Sísifo”, que encena em novembro em BH, com a atualidade brasileira Wikimedia Commons
escolha difícil. Desculpe, não é bem assim. A gente perdeu o senso crítico e colocou tudo no mesmo saco. E esse cinismo é muito ruim para a democracia.
Rafaella Dotta
G
regório Duvivier vem a Belo Horizonte nos dias 1 e 2 de novembro encenar a peça Sísifo, mas antes de chegar já ganhou as “boas vindas”. O Colégio Loyola, que educa parte das crianças e adolescentes da elite de Belo Horizonte, cancelou uma prova de Língua Portuguesa por conter um texto de Gregório, crítico a Jair Bolsonaro. Na entrevista, Gregório ressalta: “escola não é a la carte, não é como um restaurante que você pode pedir para a carne vir malpassada ou bem passada”. E, via Twitter, convidou: “Dia 1 estou indo a BH, se quiserem encontrar pra debater a crônica e a censura”. Pais, mães, ex-alunos e alunos do colégio escreveram uma carta, que conta com 450 assinaturas, em defesa da liberdade de expressão dentro de sala de aula. A situação tem um quê de semelhança com a peça “Sísifo”, uma parceria entre Vinicius Calderoni e Gregório Duvivier, que já passou por Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos dias 1 e 2 de novembro, a peça chega a BH, no Teatro Sesiminas, parte do Festival Teatro em Movimento. Sísifo é um personagem da mitologia grega que, depois de inúmeras malandragens com Zeus e com Tanatos, é condenado a rolar uma pedra morro acima, eternamente. Brasil de Fato - Por que você e Vinicius Calderoni escolheram o mito de Sísifo para a peça?
Qual seria um caminho mais interessante? O humor é um caminho, na minha profissão, pra falar com maior número de pessoas, pra se fazer pensar, pra se fazer refletir. Uma das maneiras de fazer a notícia chegar mais longe é com uma abordagem humorística.
Gregório Duvivier - O mito diz muito sobre o ser humano, que, assim como Sísifo, parece condenado a tarefas árduas, como o trabalho repetitivo. Mas também porque o momento do Brasil nos dá a impressão de que o esforço democrático que uma geração inteira fez está indo ladeira abaixo. Parece que todas as conquistas estão sendo desmontadas. A gente se engajou muito, nossos corpos, a ponto de pessoas serem presas, mas a maré virou e usou ju-
O momento do Brasil dá a impressão que o esforço democrático está indo ladeira abaixo”
nho [manifestações de 2013]. Vira e mexe vejo gente falando que a ascensão de Bolsonaro começou em junho, mas era um movimento que não tinha nada a ver com a direita, era ‘não vai ter Copa’, ‘Fora Cabral’. Pra essa geração que viveu junho, a impressão que dá é que esse esforço foi em vão, e pior ainda, foi usado pela direita pra chegar ao poder. A situação é muito ruim e chega a ser literalmente deprimente. A peça que você encena também fala disso, com personagens hiperconectados, dos selfies… Temos um excesso de informação. Em geral, o leitor hoje é um cínico. Tem tanta informação em suas mãos, que as pessoas não pecam mais por ingenuidade, mas por cinismo. O mal dos nossos tempos é pensar que ‘tanto faz’. Bolsonaro ou Haddad, como diz o editorial do Estadão, é uma
Sobre o Greg News, como você se sente imaginando que Lula e pessoas próximas a Bolsonaro, ou até mesmo ele assiste ao programa? Eu tento fazer esse programa para que todo mundo assista. Não tento fazer só pra nossa bolha, e de fato tenho conseguido, com visualizações muito expressivas. O vídeo do Bolsonaro, por exemplo, teve mais de 40 milhões de visualizações só no Facebook. E, se ajudar a pautar a discussão política, eu vou ficar muito feliz. Mas minha pretensão é meramente cômica. Meu primeiro objetivo é fazer as pessoas rirem. Claro, o riso vem junto de uma reflexão sempre. O humor é uma coisa que se faz com o cérebro, e se ele vier acompanhado de mudanças no pensamento, um frescor, uma reflexão inusitada para o Brasil, fico feliz. Por último, Gregório, o Colégio Loyola em BH anulou uma prova com um texto seu, pelo motivo de ser crítico a Bolso-
naro. Como você viu essa situação? Lamentável. A escola não é a la carte, não é como um restaurante que você pode pedir para a carne vir mal passada ou bem passada. Uma escola tem currículo, tem professores, tem liberdade de pensamento e confia nos seus professores. O que é lamentável nessa história não é a reclamação, é a escola cancelar uma prova por causa da reclamação de alguns pais, ao que parece bem menos numerosos que os que foram contra esse cancelamento. Me incomoda também a desculpa que o diretor da escola deu, péssima, de que ‘ninguém ouviu o outro lado’. É uma
Escola não é como um restaurante em que se pede o que quer. Tem currículo, professores...” pena, mas ao mesmo tempo a escola sobrevive, veja: 450 pessoas reclamaram. Mostra que a escola formou muita gente crítica. E essa é a função da escola, criar cidadão, e não criar gado.
Leia a entrevista completa em:
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Belo Horizonte, 25 a 31 de outubro de 2019
CIÊNCIA, COISA BOA!
O viés de confirmação pode ser observado experimentalmente? Reprodução
Na última edição falei sobre o viés de confirmação e como ele explica que o semáforo da minha rua não me odeia. Tal fenômeno psicológico, comum a todas as pessoas, nos faz dar mais atenção e importância a informações favoráveis às nossas crenças, e ignorar aquilo que as contradiz. Cito a seguir três estudos Tendemos a científicos que atestam a existência do viés prestar mais de confirmação. atenção e a Em 1967, Brock e Balloun publicaram um nos lembrar estudo em que gravaram pequenos promais daquilo gramas de áudio com informações sobre a relação do cigarro com o câncer. Em um que nos dos programas, o locutor afirmava que fuinteressa mar causa câncer e em outro não. Propositalmente, foram introduzidos chiados nas gravações. Voluntários receberam um aparelho de áudio para escutar os programas e podiam eliminar o chiado ao pressionar um botão. Os pesquisadores constataram que os participantes fumantes tenderam mais a eliminar o chiado do programa que afirmava que fumar não causa câncer, enquanto os não fumantes apertaram mais o botão eliminador de chiados no outro programa. Em outro estudo, realizado por Nickerson em 1998, voluntários assistiam a uma série de slides contendo a foto de um objeto. As primeiras fotos eram desfocadas e o participante tinha que adivinhar qual objeto havia na imagem. A cada slide o foco da imagem melhorava. Surpreendentemente, os participantes tendiam a manter o palpite errado que deram nas primeiras tentativas, mesmo quando a imagem já estava nítida. Em 1999, os pesquisadores Sanitioso, Kunda e Fong realizaram o seguinte teste. A um grupo de voluntários foram apresentados estudos falsos que atestavam que ser introvertido é melhor que ser extrovertido. A outro grupo, os estudos afirmavam o contrário. Em uma segunda etapa, foi pedido que cada participante se lembrasse de episódios de suas vidas em que haviam sido introvertidos ou extrovertidos. Cada grupo tendeu a se lembrar mais daquele tipo de personalidade que tinha sido apresentada como positiva na primeira etapa do experimento. Esses três exemplos ilustram o funcionamento da mente humana e como ele se relaciona ao viés de confirmação. Tendemos a prestar mais atenção e a nos lembrar mais daquilo que nos interessa, e dificilmente abandonamos uma crença, por mais que ela se mostre equivocada. O primeiro passo para se libertar desse “tilt” de nossa mente é saber que somos vítima dele. E você, topa esse desafio? Um abraço e até a próxima!
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FIQUE
BEM QUE CALOR! O calor anda insuportável, não é mesmo? Neste clima quente e seco, cuidar da pele, principalmente do rosto, é fundamental, pois ajuda a combater queimaduras, feridas de ressecamento e até envelhecimento precoce. Manter a pele sempre limpa é importante, mas opte por sabonetes neutros, que agridem menos a pele. Use hidratantes leves, menos oleosos, e tome muita água e sucos naturais, pois a hidratação também vem de dentro. Coma muitos vegetais alaranjados, ricos em betacaroteno, como cenoura, mamão e abóbora, que ajudam a pele a ficar mais bonita e saudável. E claro, abuse do protetor solar!
CABELOS HIDRATADOS A exposição excessiva ao sol pode ser um horror para os cabelos, assim como para a pele. Para evitar ressecamento, pontas duplas e fios quebradiços, é importante redobrar os cuidados nessa época calorenta. Leite, abacate ou banana podem ser grandes aliados, mas um de cada vez. No caso das frutas, pode misturar com um pouquinho de creme. O leite vai puro mesmo, é só usar um chumaço de algodão e aplicar desde a raiz. Deixe agir por alguns minutos e depois é só lavar, como de costume. E vem verão!
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Relacionamento aberto pode dar certo? Hillary, 29 anos, enfermeira. Tudo pode dar certo em um relacionamento, desde que tenha respeito entre as pessoas envolvidas e que as regras tenham sido previamente acordadas. Essas regras devem ser iguais para ambos(as) os(as) parceiros(as). É importante cuidar para que não se torne uma competição de quem tem mais encontros extraconjugais, o que traria sofrimento ao invés de prazer. Usar preservativo em todas as relações sexuais é um cuidado importante a ser tomado. Além disso, é necessário manter o diálogo vivo e ficar atentos(as) ao vínculo e à intimidade conjugal, se não estão sendo abalados.
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
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Belo Horizonte, 25 a 31 de outubro de 2019
O que a arte tem a dizer sobre nosso tempo
Literar
a arte de ser simples
descobri um restaurante pertinho de casa, vizinho da loja em que compro ração e areia pro meu gato, e fui nele não por recomendação de alguém, mas por preguiça. agora volto por dois outros pecados capitais, cobiça e gula, contidos numa mesma tentação: feijão – e eu sou capaz de coisas indizíveis por um bom feijão. o estabelecimento é simples, limpo, barato (14, 15 dinheiros por um prato capaz de satisfazer um viking com bons modos) e – hosanas nas alturas – silencioso. fui lá ontem, fiz um prato bem bonito de arroz e feijão, ao qual acrescentei 5 gotas de pimenta no feijão e 13 segundos de um azeite do bom por sobre o arroz, e pronto. enquanto pesava o prato, o cozinheiro se chegou: - senhor, servimos saladas e carnes também, o senhor viu? - vi, mas tudo é nada perto desse teu feijão. - obrigado, mas o senhor já provou o frango que faço na cachaça e com redução de frutas vermelhas? povo gosta bem. - fico feliz pelo povo, por você, mas hoje eu tô pela ampliação do arroz com feijão, que, insisto, é um colosso, uma bondade mesmo. - ok - respondeu, mas não sem indisfarçável contrariedade.
EXPOSIÇÃO “Equilíbrio Instável”, com obras de Paul Klee, leva a reflexões históricas e atuais Divulgação
Reprodução
bati o prato, paguei, e, encafifado se o camarada das caçarolas acreditara, mesmo, que eu estava satisfeitíssimo, resolvi ter um particular com ele, reforçando a satisfação com um argumento aprendido com minha vó napolitana, que cozinhava bem à beça: - meu camarada, minha vó paterna, que me ensinou a comer, dizia o seguinte: “quer saber se uma pessoa cozinha bem? prove o arroz com feijão dela. não tem muito recurso: é tempero, fogo certo e tempo exato de preparo e cozimento. se acertar isso, é porque cozinha muito bem qualquer coisa”. é teu caso, batuta. é a terceira vez que venho aqui pelo teu arroz com feijão. parabéns, e muito obrigado. - ok, senhor. vou fazer de conta que o senhor tá sendo sincero, mas vou torcer pro senhor provar as outras coisas que faço. cozinha chic, sabe? - ok, chef. essa repulsiva epidemia gourmet e essa abominável histeria de reality shows com e para “chefs” estão destruindo, respectivamente, a essência das comidas (e do comer) e a autoestima de grandes e naturais talentos.
Joana Tavares
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arte não reproduz o visível, ela torna visível”. Essa reflexão é de Paul Klee, o artista suíço considerado um dos principais da modernidade clássica. Sua obra é tema da exposição “Equilíbrio instável”, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte até o dia 18 de novembro. A mostra reúne, pela primeira vez no continente latino-americano, mais de 100 obras do pintor, além de desenhos, fantoches e objetos pessoais. Os objetos vieram direto do museu Zentrum Paul Klee, em Berna, cidade natal do artista, e passaram por cuidadosa curado-
ria: assim como a temperatura é regulada nas salas para garantir a preservação dos materiais, os textos de apresentação das obras também foram pensados para que pudessem instigar a curiosidade, sem rebaixar a inteligência. Em tempos de perseguição à cultura e ao pensamento crítico, uma exposição como essa relembra o potencial emancipador da produção artística. Nascido em 1879, na Suíça, Klee teve educação musical, mas optou por seguir carreira na pintura. Não foi aceito na primeira escola que tentou, aprofundou sua prática em escola particular, fez viagens importantes – para a Itália e Tu-
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Z Carota é jornalista e escritor Federação Interestadual dos Servidores Públicos Municipais e Estaduais
nísia – e aprendeu com várias escolas, mas nunca se encaixou propriamente em nenhuma: expressionismo, cubismo, surrealismo. “Eu sou meu estilo”, escreveu. Com a ascensão do nazismo na Alemanha, foi perseguido, assim como centenas de outros artistas. Ele fez 250 desenhos figurativos sobre o período, que apesar de não serem explicitamente sobre o nazismo, refletiam sobre a violência, a perseguição, a humanidade. Teve que retornar a Berna, na Suíça e lá padeceu de uma doença autoimune, que o levou à morte, em 1940. Sua última obra, sem título, tem um quê de humor, de força e de expressividade que parecem falar ainda alto nos dias de hoje. Vale a pena conferir no CCBB. SERVIÇO “Paul Klee Equilíbrio Instável” Até 18 de novembro Das 10h às 22h (não abre às terças-feiras) Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450) ANÚNCIO
Belo Horizonte, 25 a 31 de outubro de 2019
O presidente da Bolívia, Evo Morales, comemorou nesta quinta-feira (24) os resultados que mostram uma vantagem superior a dez pontos percentuais em relação ao candidato da oposição, Carlos Mesa, o que garante sua vitória em primeiro turno. Os candidatos de oposição a Evo Morales afirmaram que não irão reconhecer o resultado da eleição boliviana caso não haja segundo turno e chamaram “mobilizações pacíficas” por todo o pais. Questionado sobre se temia a realização de um eventual segundo turno, Morales disse que poderia ser “lindo” ter uma nova disputa. “Faltam cerca de 120 mil votos. Vamos respeitar: se o resultado final disser que há segundo turno, vamos; se o resultado disser que não tem,
vamos defendê-lo. Que lindo seria ir a um segundo turno, porque todos [os opositores] estariam juntos”, afirmou. O presidente boliviano acusou a oposição de tentar desestabilizar o governo, e chamou Mesa, que convocou protestos contra o resultado do pleito, de “covarde” e “delinquente”. Morales é presidente do país desde 2006. Em seu governo, ele nacionalizou o petróleo e o gás natural, garantiu crescimento em média de 5% ao ano e tirou 28% da população da pobreza.
Leia a entrevista completa em:
Nossos direitos
Protestos no Chile criticam neoliberalismo e desigualdade Milhares de pessoas foram às ruas de diversas cidades do Chile na quarta-feira (23) em respaldo à greve geral convocada por centrais sindicais, movimentos populares e organizações estudantis em rechaço ao governo neoliberal de Sebastián Piñera. A greve geral acontece em meio aos protestos desencadeados por um aumento de 30 pesos (R$ 0,20) nas tarifas do metrô em Santiago, mas que logo abarcaram a insatisfação com a desigualdade social. Em reação às manifesta-
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A Regap corresponde a 56% do ICMS de Betim, o que é que investido em serviços públicos para o município. DIGA NÃO À PRIVATIZAÇÃO!
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Martin Bernetti / AFP
Reprodução /Agência Boliviana de Informação
Evo é eleito em primeiro turno na Bolívia
MUNDO
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ções, Piñera decretou estado de emergência em 15 das 16 regiões do Chile, impôs toque de recolher em algumas zonas, especialmente Santiago, e colocou o Exército nas ruas. Isso não acontecia no país desde a ditadura de Pinochet. Oficialmente, são 18 mortos, mas militantes da região dizem que o número é muito maior. Depois de muitas declarações antipopulares, o presidente fez um pronunciamento em rede nacional pedindo perdão aos chilenos pela falta de visão de problemas históricos. Ele anunciou uma série de medidas, como um incremento às aposentadorias, a criação de um teto para os gastos com medicamentos, a redução nas tarifas de energia elétrica e o aumento dos impostos para os ricos. Os movimentos sociais e sindicais decidiram não sair das ruas e exigem o fim do estado de emergência e mudanças no sistema de aposentadoria no país, que é semelhante ao proposto na reforma de Bolsonaro. Eles pedem também a renúncia do presidente.
EM QUE SITUAÇÕES POSSO RESCINDIR O CONTRATO DE ALUGUEL SEM MULTA? A regra da Lei do Inquilinato é a que prevê multa no caso do contrato de aluguel rescindido antes do prazo de 30 meses. Alguns locadores preveem cláusula que libera o inquilino da multa após 12 meses de contrato, entretanto, não é uma regra ou obrigação do locador. Sendo assim, as possibilidades para rescisão do contrato de aluguel sem multa são muito pequenas. A lei prevê a situação em que o locatário é transferido pelo seu empregador para exercer as atividades em outra localidade, porém, essa não é a única situação. Nos casos em que o imóvel apresentar problemas anteriores à locação, por falta de manutenção, que possam comprometer a saúde ou segurança do morador, é possível que se realize a rescisão do contrato sem multa. Fora dessas situações, a possibilidade de liberação da multa se dará mediante acordo com o locador. Dessa forma, será necessário negociar. Jonathan Hassen é advogado popular
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ESPORTES
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Reprodução Kremlin
DECLARAÇÃO DA SEMANA Дмитрий Садовников
Mundial na China terá 24 clubes A Fifa confirmou na quinta (24) que o Mundial de Clubes de 2021, na China, vai contar com a participação de 24 equipes. “É o primeiro Mundial em que os melhores clubes vão competir. Ele contará com 24
equipes e será realizado entre junho e julho de 2021”, disse o Suíço Giovanni Infantino, presidente da entidade. As vagas serão distribuídas para os campeões dos principais torneios dos cinco continentes. A Amé-
rica do Sul deve ter seis vagas, sendo quatro para os campeões da Libertadores e Sul-americana de 2019 e 2020 e outras duas vagas para uma possível nova edição da Supercopa, que deve ser recriada em breve.
Eles venderam nossa água, eletricidade, gás, educação, saúde, aposentadoria, remédios, estradas, florestas, geleiras e transportes. Enfim, algo mais? Não queremos um Chile para poucos. Queremos um Chile para todos” Cláudio Bravo, goleiro da Seleção Chilena e do Manchester City, apoiando as manifestações do povo do Chile contra a política neoliberal do governo Piñera.
Gol de placa Os clubes nordestinos que disputam o Brasileirão lançaram uma campanha por soluções contra o derramamento de óleo nas praias do Nordeste. A hashtag da campanha é #SOSNordeste. Até agora, o governo Bolsonaro (PSL) não adotou nenhuma medida importante para resolver o problema.
Gol contra O gremista Renato Portaluppi transpirava autoconfiança e disse que seu time joga “o melhor futebol do Brasil”. Depois, tomou uma sacolada do Flamengo, pela Libertadores. Em vez de reconhecer os méritos do adversário, resolveu falar mais bobagem: “até uma mulher grávida faria gol do Grêmio”.
Sereno, agregador, justo
Mistério do Universo Alvinegro
Nos embalos de sábado à noite
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
O América renovou o contrato do técnico Felipe Conceição até o fim de 2020, o que garante ainda mais confiança e foco do treinador e da equipe para conseguir o principal objetivo da temporada, que é o acesso à Série A. Pela impressionante arrancada que Decacampeão conseguiu, conduzindo o time da lanterna para o alto da tabela, e pela forma aguerrida com que os atletas passaram a atuar, ele também merecia poder, de fato, participar de um projeto de longo prazo, algo tão raro no futebol brasileiro, inclusive no próprio América. Sereno, agregador, paciente e justo, Felipe Conceição conquistou os atletas, a diretoria e a torcida. E tem grandes chances de conquistar o acesso.
“Vou mostrando como sou e vou sendo como posso.” A situação do Galo se assemelha à letra de “Mistério do Planeta”, dos Novos Baianos. O técnico Vagner Mancini continua até o fim da temporada. Eu, como eterno corneta e palpiteiro-mor, duvido. O amor dos atleticanos poÉ Galo porém, doido! de ser incomensurável, não é infinito. Foram muitas decepções em pouco tempo e ficar no contentamento com vaga na Libertadores, se vier, é pouco. No momento, só vemos evolução com Réver atuando como volante, Luan e Leonardo Silva fazendo gols e a defesa não sofrendo. Completando, com os Novos Baianos, citando Rui Costa: “Passado, presente, participo sendo o mistério do planeta”, ou do universo alvinegro.
Salve, nação celeste! Estamos de volta à zona do rebaixamento, após o Ceará vencer o Bahia na segunda-feira (21). Sábado (26), temos mais um confronto importante. Rogério Ceni terá uma motivação extra para nos vencer no se não basLaMineirão, Bestia como Negra tasse o próprio Fortaleza estar em disputa direta com o pelotão de baixo. Para essa partida, não temos o setor popular e empurrar o cabuloso fica um pouco mais caro. Atitude nada surpreendente dessa diretoria, que está fazendo de tudo para levar o Cruzeiro ao pior momento de sua história. Porém, o momento é de união. Que os embalos de sábado à noite sirvam para nos tirar de vez da zona de rebaixamento. Saudações celestes!
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