FotoStudium /Sind-UTE/MG
Reajuste estendido
Nereu Jr./ Área de Serviço/Belotur
Aprovação da medida é uma grande vitória das professoras(es), mas ainda depende da sanção de Zema ENTREVISTA 11
Chegou o carnaval Preparamos uma programação especial com os blocos de rua que a gente indica! CULTURA 14
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março • edição 318 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita
As ligações com a milícia Pedro França / Agência Senado
Informalidade em alta Trabalhadores são levados ao comércio ambulante e pressionam por regulamentação em Belo Horizonte CIDADES 4
Militares no poder Bolsonaro amplia presença de militares em cargos estratégicos do governo. Tutela militar coloca em risco democracia OPINIÃO 6
Perigo: isenção para reutilização de rejeitos Claudia Brasil
Partidos pedem cassação de mandato do senador Flávio Bolsonaro por quebra de decoro e envolvimento com milícias. Filho do presidente é suspeito de lavagem de dinheiro e empregava mãe e ex-esposa do chefe do Escritório do Crime, Adriano Nóbrega, assassinado no último dia (9). Vereador do Rio de Janeiro declarou que enquanto esteve preso com Adriano , Flávio Bolsonaro os visitava. I BRASIL
Lei isenta de ICMS uso de rejeitos em construções. Especialistas alertam para ampliação da contaminação por metal pesado no estado MINAS 5
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
ESPAÇO DOS LEITORES “Parabéns. A rede estadual é solidária a greve da rede municipal de Betim” Angelica Castro sobre a matéria “Professores de Betim decidem continuar em greve” -------------“Revelando grandes histórias, épocas e costumes!” Glória Matos sobre a matéria “Você conhece o projeto Retratistas do Morro?” -------------“Podia ter mais fotos. Amei” Órfilo Fraga sobre a mesma matéria -------------“O cara quer dividir o funcionalismo. Ele sabe o que quer. O funcionalismo tem que ter sabedoria. Todos perderão. A turma que acha que vai ganhar vai perder” Waldir José Franco sobre a matéria “Omissão de Romeu Zema (Novo) acirra conflito entre servidores em Minas Gerais”
O carnaval é, provavelmente, a festa popular mais enraizada do nosso país. Dos grandes desfiles nas grandes cidades aos bloquinhos pelo interior, o feriado que termina na quarta (26) já esquenta motores e lança confetes por aí. De origens que variam de lugar pra lugar, essa festa tem de tudo um pouco: samba, funk, brega, carimbó, tambor de crioula, forró e por aí vai. Ele conta a história do nosso povo e se recria a cada ano. E como tudo o que é genuinamente brasileiro, nosso carnaval é cheio de criatividade e gente trabalhadora. Seremos milhares pulando, vendendo enfeites e empurrando o carrinho com o isopor. E se as fantasias nos ajudam a dar a vida a tantos
O refrão vai ser a defesa dos nossos direitos personagens, por detrás delas está quem tem tentado driblar o desemprego, a desvalorização do salário e a alta dos preços no supermercado. É essa mistura que precisa dar o tom dessa festa e, como diz o samba-enredo da Mangueira este ano: “nasci de peito aberto, de punho cerrado” - e em todo canto de Minas os blocos já sabem que o refrão vai ser a defesa dos nossos direitos e da democracia.
Não é por acaso que o carnaval de rua cresce tanto De 2019 pra cá, a festa não melhorou para quem acorda cedo todos os dias. Passamos o ano com nosso bloco na rua contra os cortes na Educação, contra as privatizações e pela melhoria das nossas condições de vida e de trabalho. Este ano já começamos o en-
Começamos o ensaio com a greve dos petroleiros saio com a greve dos petroleiros – que garantiram o carnaval de muita gente vendendo gás mais barato na Pedreira Prado Lopes. E com a greve dos trabalhadores em Educação de Minas. Essa festa é de quem constrói o Brasil, por isso que o carnaval também é hora de cantar a resistência. É preciso dar as mãos para que a festa não acabe na quarta-feira de cinzas. Ocupar os trios elétricos e caminhões de som com a defesa da Petrobras, do direito de estudar com qualidade e valorização da saúde só torna o festejo maior. Não é por acaso que o carnaval de rua cresce tanto. É a nossa vontade de pintar as cidades com mais respeito, tolerância e resistência. E de cantar nossa história com as nossas palavras.
Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa e Z Carota. Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 70 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
? PERGUNTA DA SEMANA
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Divulgação
O carnaval chegou. Ao longo dos últimos anos, blocos, festas e desfiles de escolas enchem cada vez mais as ruas das principais cidades mineiras. Em Belo Horizonte, o carnaval virou a primeira opção de milhões de belo-horizontinos e também de turistas. Mas nem todo mundo gosta da festa.
O Brasil de Fato foi às ruas perguntar: o que você costuma fazer no carnaval? O que você vai fazer neste carnaval?
Eu viajo sempre. Este ano, o carnaval de Belo Horizonte é um dos melhores. Eu creio que, nos primeiros dias, eu vá ficar em casa, mas, lá pela segunda-feira, eu devo estar no Centro também. Eu venho mais para ver a movimentação e tomar uma cerveja.
Henrique Timóteo, técnico da Cemig
GERAL
Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
Reprodução
Aulas gratuitas de esportes
O Polo Regionalizado de Formação Esportiva, no bairro Saudade, região Leste de BH, está com 70 vagas gratuitas para aulas de futsal, handebol, basquete, ginástica rítmica, judô e futebol de areia. As aulas são semanais,
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Divulgação /PBH
realizadas nos turnos da manhã e tarde, de segunda a sexta. Podem se inscrever estudantes de 6 a 17 anos da rede pública de ensino, no endereço Praça da Saudade, de segunda a sexta, das 9h às 16h.
Lavem o dito-cujo!
Reprodução
Como este ano eu não vou poder viajar, eu dou preferência a ler livros, assistir alguns filmes. Eu realmente não gosto do carnaval. Prefiro relaxar, ir a cidades históricas, sem passar stress. Não que não seja bom, mas eu prefiro não correr o risco.
Giovanna Pinheiro, massoterapeuta
Para lembrar de lavar o pênis diariamente, o projeto Lave o Dito-Cujo publica ilustrações bem-humoradas no Instagram. A ideia é até o final deste ano serem lançadas 366 imagens. A iniciativa é do
Instituto Lado a Lado pela Vida, que alerta para o dado de que o câncer de pênis provoca cerca de 1600 amputações por ano no Brasil. Acesse instagram.com/laveoditocujo Rafa Gallar
Declaração da Semana “NADA justifica um assédio. A forma de se vestir, sentar, falar etc. não significa qualquer autorização ou pedido ou convite a ser assediada ou invadida, abusada, estuprada”
Twittou Anitta, ao saber que o motorista do Uber, que assediou uma adolescente de 17 anos no Rio Grande do Sul, afirmou que a passageira usava um “short tipo Anitta”.
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CIDADES
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Apesar de iniciativa da Prefeitura de BH, ambulantes ainda buscam regulamentação TRABALHO Venda em vias públicas tem sido alternativa em meio à taxa de 40,1% de trabalhadores informais em Minas e 10,2% de desempregados em BH Larissa Costa / Brasil de Fato MG
Larissa Costa O desemprego no Brasil está nas alturas. Temos 11,9% de trabalhadores sem ocupação, são 12,6 milhões de pessoas. Em Minas Gerais, o total é de 1,1 milhão de desempregados, conforme últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. E o que mais cresce é o trabalho informal, que inclui empregados sem carteira assinada e autônomos. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgada na sexta (14), em 11 estados brasileiros mais da metade dos trabalhadores têm ocupações informais. Em Minas Gerais 40,1% são informais e em Belo Horizonte, 10,2% dos trabalhadores estão desempregados. Frente a essa situação, acentuada com as medidas do governo federal que atacam direitos trabalhistas, o número de vendedores ambulantes nas ruas de Belo Horizonte aumenta cada vez mais. “Nessa era de precarização do trabalho, para ter algum sustento, quem tem carro trabalha de Uber, quem tem moto entrega Ifood, quem tem chinelo vai trabalhar na rua. Todo mundo tem feito o que pode para se virar”, analisa a vereadora Bella Gonçalves (PSOL). Segundo ela, muitos trabalhadores estão se tornando vendedores ambulantes.
Essa realidade ficou mais nítida com o programa Jornada Produtiva, iniciativa da Prefeitura de Belo Hori-
Quem tem carro trabalha de Uber, quem tem moto entrega Ifood, quem tem chinelo vai trabalhar na rua” zonte (PBH) criada em 2019 a partir de intensa mobilização dos vendedores ambulantes. Segundo informações da Secretaria Municipal de Política Urbana (SMPU), o programa disponibilizou 3.400 vagas para diversas modalidades de comércio no logradouro público, com veículos automoto-
res, veículos de tração humana, além de feiras regionais, comércio na rua para pessoas com deficiência e shoppings populares. Segundo a prefeitura, para o total de vagas, foram realizadas 4.169 inscrições. Na categoria veículos de tração humana, como carrinhos de pipoca e de churros, foram abertas 630 novas autorizações para a comercialização. A convocação foi realizada por meio de edital amplo. “Veio a licitação, a prefeitura não fez um levantamento de quem realmente trabalha na rua, quem realmente está na rua. Não é que eu estou falando que a gente tem que ter prioridade. Os fiscais veem a gente todo dia, eles sabem quem é da rua”, desabafa Reginaldo Oliveira, que trabalha há 26 anos como pipoqueiro. Atualmente, Reginaldo usa a licença de uma prima, que
vence em março e não poderá ser renovada por alterações de critérios realizadas pela prefeitura. Ele se inscreveu na chamada do Jornada Produtiva, mas não foi sorteado e, na lista de espera, ele afirma que existem mais de 900 pessoas na sua frente. A SMPU não divulgou o número de inscritos especificamente para as vagas relacionadas à autorização do comércio em veículo de tração humana, mas esclarece que a PBH “realizou um levantamento do quantitativo de todas as licenças vigentes e vencidas das atividades de comércio em logradouro público, de forma a equilibrar a oferta e a demanda, tendo em vista o uso do espaço público com organização e competitividade. Sendo assim, foram contabilizadas 361 licenças vigentes e outras 1.288 licenças vencidas”. Critérios que excluem Os trabalhadores que foram contemplados pelo sorteio e ficaram dentro das vagas do Jornada Produtiva precisam seguir critérios definidos no edital. O mais problemático deles, segundo Maria do Carmo de Paiva, idealizadora do Projeto Vida-Vida Projeto, que apoia voluntariamente vendedores ambulantes, é o alto custo das taxas e o investimento na padronização do carrinho. Ela explica que são duas taxas, uma de R$ 120,76 e outra de R$ 160,98, além do custo para padronizar o carrinho, que envolve, entre
Em 11 estados brasileiros mais da metade dos trabalhadores têm ocupações informais outras coisas, plotagem com a identidade visual do programa e uma sombrinha na cor verde. “Os trabalhadores que vendem água, paçoquinha, picolé, são pessoas com poder aquisitivo muito baixo. Se eles têm o carrinho, vai servir se tiver adequado. Se não tem, vai ficar muito caro”, afirma.
Regularização Na Câmara Municipal tramitam dois projetos de lei (PL) para regularizar o trabalho de ambulantes. Apresentados pela Gabinetona, formada pelas vereadores do PSOL Bella Gonçalves e Cida Falabella, os PLs Rua Viva (783/2019) e Participa Ambulante (760/2019) propõem garantir trabalho digno para os caixeiros – que vendem bebidas na rua, como no carnaval – e para ambulantes e camelôs, como fruteiros, pipoqueiros, foodtrucks, entre outros. Ambos os projetos foram aprovados no primeiro turno da Casa.
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MINAS
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Para beneficiar mineradoras, Zema coloca em risco saúde dos mineiros e caixa do Estado ISENÇÃO Lei de incentivo à reutilização de rejeitos em obras acende alerta para aumento de contaminações por metal pesado Mídia Ninja
Amélia Gomes
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esde janeiro, vigora em Minas Gerais a Lei 23.575/20, que concede descontos tributários para empresas que utilizarem rejeitos de mineração em materiais de obras da construção civil, como cimento, concreto, lajes e tijolos. Como incentivo para a reutilização dos rejeitos, o Estado chega a oferecer para as empreiteiras isenção total no Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No entanto, especialistas do setor questionam a eficácia da lei para a resolução do problema da destinação dos rejeitos de mineração. Eles alertam ainda que a medida pode ampliar o contingente de pessoas intoxicadas por metais pesados. Isenção pode gerar ônus para caixa do Estado Em Minas Gerais, quando se trata da relação entre mineração e isenção fiscal, o buraco é mais embaixo. Isso por-
que desde 1996 o estado sofre o impacto da Lei Kandir, que isenta o ICMS de produtos e serviços destinados à exportação, entre eles o minério. A estimativa é que ao longo desses anos, Minas Gerais tenha deixado de arrecadar mais de R$ 135 bilhões por causa da desoneração fiscal. Na avaliação do professor da Universidade Federal de Viçosa e coordenador do GT de mineração do Projeto Brasil Popular, Tádzio Coelho, com a nova lei de isenção tributária, os prejuízos recaem novamente no colo dos mineiros. “A destinação dos rejeitos deveria ser responsabilidade das mineradoras e não do governo, já que somente elas lucram com a mineração e são elas que trazem da-
Com a nova lei de isenção tributária, prejuízos recaem novamente no colo dos mineiros
nos ambientais e sociais para o estado”, pontua. Tádzio alerta ainda que o incentivo ameaça também a vida útil das empresas de cerâmicas e cimenteiras. “Acaba-se matando por inanição esses outros setores”, conclui. Com rejeitos em imóveis mais pessoas podem ser contaminadas No fim de 2019, uma reportagem da Agência Pública revelou que a Fundação Renova, responsável pelo processo de reparação dos atingidos na Bacia do Rio Doce, escondia da população um estudo que comprovava que os rejeitos das mineradoras Vale, BHP Billiton e Samarco causam intoxicação por metais pesados. A Renova utilizou os rejeitos da barragem de Fundão no calçamento das ruas de Barra Longa. Uma das vítimas da intoxicação por contato com a poeira de rejeitos é Sofya Marques, de apenas 4 anos de idade. Cotidianamente ela precisa fazer acompanhamento médico, já que a intoxicação lhe causou uma inflama-
ção no cérebro e no intestino, além de alergias de pele, dores nas costas e nas pernas. O pesquisador Bruno Milanez, que integra o grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (PoEMAS / UFJF) questiona se houve algum estudo sobre metais pesados quando aplicados na construção civil. “Qual garantia de segurança ao trabalhador para manipular esse material e para as pessoas que vão ocupar esses imóveis?”, indaga. “Os metais pesados, dependendo do tempo a que você é exposto, podem causar uma grande gama de adoecimento. O problema é que a longo prazo é difícil comprovar um nexo causal”.
Com apenas 4 anos, Sofya enfrenta inflamações no cérebro e no intestino causadas pela intoxicação por rejeitos Luíz Paulo Guimarães, da coordenação do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração - MAM, alerta sobre a diversidade de metais que compõem as barragens. “A barragem de rejeitos em Paracatu, por exemplo, é de mineração de ouro, e por isso tem alta concentração de metais pesados como cianeto e mercúrio, que são com-
Política de reutilização dos rejeitos é ínfima diante da escala de extração de minério provadamente carcinogênicos. Não dá para fazer uma única política, é preciso avaliar barragem por barragem”, conclui. Luiz Paulo alerta ainda que a reutilização de rejeitos em Minas Gerais é algo praticamente inviável, já que no quadrilátero ferrífero, todas as barragens contêm metais pesados. Legislação não resolve situação dos rejeitos
Tádzio Coelho avalia que além de gerar queda na arrecadação do Estado, a política de incentivo à reutilização de rejeitos também é ineficaz quanto ao problema de destinação desses resíduos, uma vez que as escalas da reutilização desses materiais em construções e a de produção de rejeitos são incompatíveis. “O modelo mineral brasileiro comporta uma estrutura sistemática de geração de rejeitos”, pondera. Na avaliação de Luiz Paulo, do MAM, ao invés de políticas de incentivo, o Estado deveria investir na fiscalização dos empreendimentos e em medidas como a Lei Mar de Lama Nunca Mais, que ainda não foi regulamentada.
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MINAS
Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
Vale tem dias contados em Itabira (MG), mas ainda pode contaminar seus aquíferos
Opinião
Um golpe por dia Google Earth
Rafaella Dotta A população itabirana vê com preocupação a mais nova manobra da mineradora Vale na cidade. Impossibilitada de continuar depositando rejeitos na barragem de Itabiruçu, a empresa ganhou autorização para depositar rejeitos em duas cavas exauridas, ou seja, em duas enormes escavações de onde o minério já foi todo retirado. Ambientalistas chamam atenção para uma potencial tragédia: a contaminação de toda a água da região. O alerta foi levantado pelos moradores, organizados no Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração de Itabira e Região, que em audiência pública em dezembro puderam confirmar que o Ministério Público de Minas Gerais não possuía informações de que a destinação é ambientalmente segura. No entanto, desde novembro a mineradora já tem a autorização para começar. Uma “inovação” bem barata A Vale explora os minérios da cidade de Itabira (MG) desde 1957. Desde 2018, a empresa fazia um alteamento na barragem de Itabiruçu, que comporta 220 milhões
de metros cúbicos de rejeitos – 18 vezes maior que a barragem que se rompeu em Brumadinho. Mas, em outubro, a barragem foi interditada pois apresentou rachaduras na estrutura e passou a ser considerada de nível de risco 1. Assim, a Vale apresentou uma “inovação” como alternativa e, apenas um mês depois, foi autorizada a colocar rejeitos em duas cavas já exauridas da Mina do Meio, em Itabira. A decisão foi publicada em 27 de novembro
Mineradoras usam de terrorismo para aprovar seus interesses pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, autorizando-a depositar rejeito por um prazo de dez anos. Uma alternativa rápida, sem custos (para a Vale) e que se encaixa com a data final da vida útil da mina de Conceição. Tuani Guimarães de Ávila Augusto, do Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração de Itabira e Região, alerta que
João Paulo
Bolsonaro conquistou a hegemonia do atraso e dá as cartas. Como nenhum bloco de poder é suficientemente hegemônico e traz por dentro suas contradições, o presidente agora cozinha em fogo lento seus apoiadores capazes de ameaçar ou diminuir sua força. Para isso, lança mão das Forças Armadas como seu zap no truco em Minas está acontecendo da política. Para tanto, cercou-se de um “terrorismo de barragem”, ministros militares não apeem que as mineradoras estão se utilizando da insegurança nas nos cargos de maior viside suas barragens para apro- bilidade em torno de seu gavar obras nas quais já tinham binete do terceiro andar do Palácio do Planalto. Os miinteresse. litares estão presentes em várias esferas de poder, do Vale responde A mineradora afirma que meio ambiente à ciência e irá apresentar relatório anual tecnologia. Passam ainda sobre as disposições de re- pelo projeto de militarização jeitos nas cavas, assim como da educação pública e de inas medidas de controle am- tervenção na questão das rebiental e que se compromete servas indígenas. De um tempo para cá, os a cumprir programas de momilitares são sempre lemnitoramento. brados para intervir em crises em setores distantes de sua vocação e mandato, de O risco da médicos para regiões isoladas a burocratas do INSS. contaminação Tanta confiança, é claro, da água vem recebendo tratamenA pesquisadora Marta de to diferenciado nas polítiFreitas destaca que o princas salariais e de seguridade cipal problema é que as caaprovadas no atual governo. vas têm contato com lenHábeis na sombra, os militaçóis freáticos e é preciso um res se mostram agora orgutratamento ou um isolalhosos na luz do dia da polímento dessas cavas, senão tica. Até para falar bobagens os rejeitos podem contamiem série e gerar crises para o nar as águas. próprio governo. “Nas autorizações eu não Muitos analistas vêm alervi a obrigatoriedade de tratando para o risco de um tar o rejeito ou a cava. É novo golpe militar, em razão simplesmente pegar o redesse protagonismo desmejeito e jogar dentro da cava. dido. Não deixa de ser um A pergunta é: qual a comalerta. Mas é preciso interposição desse rejeito?”. pretar a situação à luz de todo
o projeto do governo. Bolsonaro não abandonou o projeto de desmonte social, não abdicou das propostas do setor financeiro, do agronegócio e da banda industrial afinada pela Fiesp. O Exército parece ser, hoje, o bate-pau do projeto como um todo. Como há crise no horizonte, ganhou fôlego, mas o presidente está atento. Afinal, como se sabe, ele confia desconfiando da instituição que soube se livrar dele quando se tornou um estorvo.
Exército parece ser o bate-pau do projeto como um todo Não é preciso temer o golpe militar no futuro. Estamos na vigência de um golpe que escapa da estrita ideologia da segurança nacional para invadir todos os territórios de liberdade e da democracia. Há muitas ações de resistência e confronto a serem organizadas em todas as áreas, para impedir estragos ainda mais profundos e de difícil reversão. A greve dos petroleiros puxou a fila, os professores seguem dando lição de cidadania. E muito, mas ainda é pouco. Confiar em Rodrigo Maia ou na Folha de S. Paulo não vai mudar o jogo. Com o previsível fracasso da economia e o crescimento da insatisfação popular, o golpe militar pode voltar a soar como melodia, sobretudo agora que a imprensa familiar descobriu que Bolsonaro é fascista. Aí, talvez, já seja tarde demais para resistir.
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Marques Casara
Com Bolsonaro, mais fácil doméstica virar escrava que ir à Disney
A elite que manda no país não permite tributar o lucro dos bancos A página Infomoney publicou a informação de que no ano de 2019 mais de R$ 58 bilhões foram distribuídos em forma de dividendos e juros sobre o capital próprio. Nenhum centavo de impostos e tributos foi cobrado em cima deste valor, que é parte do lucro dos quatro maiores bancos brasileiros de capital aberto, que totalizam um montante de R$ 81 bi só no último ano. No Brasil, a distribuição de lucros e dividendos não é tributado. Somos, junto com a Estônia, os dois únicos países do mundo que não praticamos a cobrança de tributos. Mas isso nem sempre foi assim. Até 1995, essa distribuição de lucros e de dividendos eram tributadas, mas essa política acabou no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Certamente muita gente poderia perguntar “mas o PT critica isso agora? Por que não mudaram essa realidade na época dos governos de Lula e de Dilma?”. Não mudamos porque não tivemos força e eu tive uma experiência viva quanto a isso. Desde o início, nós tentamos aprovar leis que restabeSó Brasil e leciam a cobrança de tributos, mas, lamentavelmente, a elite do Congresso Nacional, que é a grande maioria, não Estônia não cobram permitiu que avançássemos nessa proposta. Ou seja, nossas propostas sempre foram barradas pela tributos de mesma elite que promoveu o golpe de 2016, a mesma eli- lucros e te que, em um momento de crise aprovou as reformas dividendos trabalhista e previdenciária, retirando direitos dos mais pobres, dos aposentados e do povo trabalhador, homens e mulheres que vivem na sua grande maioria com apenas um salário mínimo. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que fez uma divulgação recente sobre isso, se fosse tributada a distribuição de lucros e dividendos, o governo brasileiro poderia arrecadar anualmente até R$ 39 bilhões. Vanessa Grazziotin é ex-senadora da República e membro do Comitê Central do PCdoB.
Marques Casara é jornalista especializado em investigação de cadeias produtivas. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP
ACOMPANHANDO
Vanessa Grazziotin
Somos o país que mais tem empregadas domésticas no mundo: mais de 6 milhões de mulheres, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). De cada dez empregadas, sete são negras, sete não têm registro em carteira e seis não contribuem com a previdência. Mais de 150 mil são crianças ou adolescentes, a maioria do sexo feminino”. O trabalho doméstico é uma das ocupações com níveis de remuneração mais baixos no mundo. Dentre os principais problemas enfrentados por essas profissionais, estão a informalidade, a discriminação de gênero, o racismo e as jornadas exaustivas, muitas vezes caracterizadas como trabalho escravo. Não é por acaso que o Brasil tem tanta empregada doméstica. Três fatores são preponderantes: (1) a desigualdade, (2) a péssima qualidade da educação pública - que impede a ascensão a melhores e mais rentáveis formas de trabalho – e De cada dez (3) o racismo estrutural que empregadas, empurra as jovens negras para sete não têm relações laborais precárias. registro em Elas não vão à Disney. O ministro Paulo Guedes reflete a carteira doença que nos consome enquanto sociedade: é preciso mantê-las sob controle, pois são uma ameaça. Em primeiro lugar, porque são mulheres. Depois, porque são negras. Além disso, se todas decidirem ir à Disney ao mesmo tempo, cai a casa. A Casa Grande entra em colapso.
Na edição 264... Catas Altas (MG) declara calamidade financeira por calote da Vale E agora... Conquista popular: Codema revoga expansão da Vale em Catas Altas (MG) A população da cidade de Catas Altas (MG) conseguiu uma vitória na terça (18). A expansão de empreendimento da mineradora Vale foi revogado por unanimidade pelos integrantes do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Codema). Moradores lutam há anos contra a mineração no local. Projeto reativaria duas minas. Em nota, o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) afirma que mobilização garantiu a vitória. O prefeito precisa agora emitir decreto referendando a decisão.
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BRASIL
Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
Acusado de ligação com milícias, senador é alvo de pedido de cassação CRIME filho do presidente teria ligação com Adriano Nóbrega, chefe do Escritório do Crime Da redação
te da República com milicianos.
Evaristo Sa/AFP
O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) terá que lidar com mais uma frente de oposição no Congresso Nacional. Os presidentes das siglas PT, Psol e Rede protocolaram, na quarta-feira (19), no Conselho de Ética do Senado, uma representação contra o parlamentar sob a acusação de quebra de decoro, com pedido de cassação do mandato. A fundamentação do pedido seria a ligação do filho do presiden-
Filho de Bolsonaro visitava Adriano na cadeia Os partidos pedem a instauração de um processo disciplinar, o afastamento do senador do cargo de 3º secretário da Casa até a conclusão do pare-
cer sobre o caso, a notificação de Flávio Bolsonaro e a coleta de depoimento pessoal do parlamentar e de seis testemunhas relacionadas às acusações. Os partidos apontam, na representação, informações colhidas por órgãos e autoridades cariocas, como a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro. Eles destacam a relação do senador com o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano da Nóbrega, morto no último dia 9, na Bahia.
Milícia, Adriano, Queiroz e Flávio Bolsonaro Apontado como chefe do chamado Escritório do Crime, vinculado a milícias, Adriano Nóbrega tinha elo com Flávio Bolsonaro, que empregava a mãe e a ex-companheira de Adriano quando atuava como deputado estadual no Rio de Janeiro. As duas, inclusive, são apontadas como participantes de um esquema de rachadinha – prática por meio da qual parlamentares se apropriam de parte do salário de seus funcionários – no referido gabinete. A relação de Flávio Bolsonaro com o ex-policial Fabrício Queiroz também é assinalada na representação e ele é uma das possíveis testemunhas sugeridas para coleta de depoimento. Amigo de Nóbrega, Queiroz era mencionado em investigações como uma das ligações do gabinete de Flávio Bolsonaro com organizações criminosas e milicianos. Áudio revelado em outubro do ano passado trouxe
Reprodução /Instagram
à tona a informação de que, apesar de já ter sido exonerado do gabinete de Flavio Bolsonaro, Queiroz seguia exercendo influência e sen-
Flávio teria depositado R$ 638,4 mil em dinheiro para um corretor
do ouvido sobre nomeações do Poder Legislativo. O vereador do Rio e sargento da Polícia Militar Ítalo Ciba (Avante) esteve preso juntamente com o miliciano Adriano e afirmou ao jornal O Globo que Flávio Bolsonaro visitou ambos mais de uma vez na cadeia. E que Adriano frequentava o gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, quando Flávio era deputado estadual.
Quem foi Adriano Nóbrega
Papel de Moro no assassinato de Adriano
Adriano Magalhães da Nóbrega foi policial militar e atirador de elite formado pelo Bope. Dentro e fora da corporação, Nóbrega atuou em atividades criminosas que iam desde envolvimento em esquemas de jogo do bicho e lavagem de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro até o comando do chamado Escritório do Crime, organização suspeita de ter ligação com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Antes de ser expulso da corporação em 2014, trabalhou no 18º Batalhão da PM com Fabrício Queiroz, pivô de um escândalo envolvendo um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Em 2005, Nóbrega recebeu de Flávio Bolsonaro a Medalha Tiradentes, mais alta honraria concedida pela Alerj.
Adriano Nóbrega era procurado pela Justiça brasileira desde janeiro de 2019, mas ficou de fora da lista com os criminosos mais procurados do país, divulgada por Moro no dia 30 de janeiro de 2020. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, sabia da operação.
Flávio lavou mais de R$ 2 milhões De acordo com o MP do RJ, Flávio Bolsonaro lavou mais de R$ 2 milhões. As principais operações teriam sido feitas por meio da compra de imóveis e da injeção de dinheiro na conta bancária de uma loja de chocolate, da qual o filho do presidente é sócio. Flávio teria depositado R$ 638,4 mil em dinheiro na conta de um corretor, com lucro de 292% na venda dois anos depois.
Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
Após abertura de diálogo, petroleiros suspendem greve temporariamente DIREITOS A suspensão em definitivo precisa ser votada em assembleias da base Marcelo Aguilar /MAB
BRASIL
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Bolsonaro tem pior média de resgate de trabalhadores em condição análoga à escravidão
Divulgação /Ministério do Trabalho
Larissa Gould
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o 19º dia da greve, os trabalhadores da Petrobras aprovaram a suspensão provisória da greve após reunião do conselho deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) na quarta-feira (19). O indicativo de interrupção é motivado pela abertura de diálogo da empresa com os trabalhadores e precisa ser votado em assembleias na base em todo o país. Trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Betim, aprovaram em Assembleia na quinta (20) a suspensão da greve. Em nota, a entidade destaca que o movimento conquistou a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), no Paraná, e a abertura de um processo de negociação mediado pelo TST. “Fatos que refletem a importância da maior greve que a categoria já realizou desde maio de 1995.”
Negociação Ives Gandra, ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e relator da ação contra a greve da categoria, aceitou negociar os pleitos da categoria após reunião com a FUP e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Após o encon-
Categoria segue mobilizada com possibilidade de retorno da greve em março tro, a federação protocolou uma petição nos autos do processo, formalizando o pedido de abertura de negociação. Em resposta, Gandra convocou, ainda na terça, uma audiência de mediação entre a FUP e a Petrobras para sexta-feira (21). Também nesta terça-feira (18), o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-
-PR) determinou a suspensão das demissões na Araucária Nitrogenados (Ansa), subsidiária da Petrobras no Paraná. A manutenção das atividades da fábrica, com quase mil funcionários, é uma das principais reivindicações da categoria. A suspensão das demissões é liminar e tem validade até a próxima audiência entre o sindicato da categoria e a estatal, em março. De acordo com o dirigente Luiz Felipe Grubba, a categoria segue mobilizada, inclusive com a possibilidade de retorno da greve, em defesa da Petrobras e pela mudança da política de preços da empresa. “A gente sabe que para a gente avançar nas negociações, será necessária a manutenção da mobilização da categoria e este ano também tem muita coisa anunciada pelo governo e pela gestão da empresa como venda de refinarias, dutos e terminais, que certamente vão levar a categoria à retomada de mobilização.”
EXPLORAÇÃO Em seis meses, foram apenas dez resgastes. “Governo protege os escravocratas”, afirma especialista Igor Carvalho
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ados do Ministério da Economia mostram que o Brasil resgatou, entre janeiro de 2010 e junho de 2019, 739 estrangeiros que trabalhavam no território nacional em condições análogas à escravidão. Em seus primeiros seis meses na Presidência da República, Jair Bolsonaro fez apenas dez resgates, uma média de 1,66 por mês, a pior entre os presidentes da última década. O governo de Lula (2010) resgatou 43 estrangeiros em situação análoga à escravidão, média de 3,58 por mês; Dilma Rousseff (2011-maio de 2016), outros 605, média de 9,30 por mês; e Michel Temer (maio de 2016-2018), 81, média de 4,26 por mês. Para Marques Casara, pesquisador de cadeias produtivas (PUC-SP), a queda guarda relação com os anseios do atual governo federal.
“Hoje, as estruturas de governo protegem as empresas que escravizam pessoas. É uma ação de Estado para esconder o trabalho escravo. Até recentemente, tínhamos uma ação de Estado bastante capenga, mas que procurava coibir o trabalho escravo, ou sensibilizar as cadeias produtivas. Hoje, o Estado protege os escravocratas. É uma ação deliberada”, afirma Casara. Bolivianos são os mais resgatados Os dados fazem parte de um levantamento do Fiquem Sabendo, agência de dados especializada em Lei de Acesso à Informação (LAI). Os bolivianos puxam a fila dos resgates, com 360 casos, seguidos por haitianos (141), paraguaios (133), chineses (39), peruanos (33), venezuelanos (25), argentinos (4), cubanos (2), portugueses (1) e uruguaios (1).
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Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020 Michele de Mello
Mulheres fazem vigília contra lei que discrimina muçulmanos na Índia
Praveen S. Mulheres muçulmanas transformaram um pequeno bairro ao sul de Nova Delhi, capital da Índia, no epicentro das manifestações contra o autoritarismo no país. As moradoras de Shaheen Bagh mantêm vigília há dois meses em uma tenda de 200 metros quadrados montada sobre as duas pis-
tas da rua Birla, nome que significa “mão de Deus”. O motivo do protesto é a Emenda à Lei de Cidadania (CAA, na sigla em inglês) assinada pelo primeiro-ministro Narendra Modi em dezembro de 2019, que discrimina a população islâmica. Com essa emenda, os muçulmanos que não conseguirem comprovar que moram no país há mais de 11 anos deixam de ser considerados
Praveen S
cidadãos indianos. Ao mesmo tempo, as regras passam a ser mais brandas para pessoas de outras religiões. Cerca de 14% dos indianos são muçulmanos, enquanto 80% seguem o hinduísmo. No centro da vigília, mulheres e crianças permanecem sentadas a maior parte do tempo. Os homens se aglomeram no entorno da tenda, levando água e alimentos e prestando solidariedade.
Venezuela: Ocupação Minka propõe autogoverno local como alternativa ao capitalismo Grupo é responsável por horta comunitária, rádio, restaurante popular e padaria que atende a cerca de 2 mil famílias. A ocupação Minka fica no distrito de Altagracia, a duas quadras do Palácio Presidencial de Miraflores, centro de Caracas. A proposta faz parte do projeto integral co-
munitário, da organização internacional Comunidades Al Mando – Proyecto Nuestra América, que busca criar espaços de autogestão e autogoverno em regiões mais empobrecidas do campo e da cidade, como estratégia para a transformação da sociedade capitalista. ANÚNCIO
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) convoca toda a categoria, Superintendências Regionais de Ensino (SRE’s) e Órgão Central para:
E V E R G
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Março
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Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
MUNDO
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“A educação está em greve por conta da falta de propostas do governo”, afirma professora EDUCAÇÃO Para Denise Romano, servidores públicos estão demonstrando um grande poder de mobilização Ísis Medeiros /Sind-UTE/MG
Wallace Oliveira
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m greve desde o dia 11 de fevereiro, as trabalhadoras e trabalhadores da educação pública estadual de Minas conquistaram uma importante vitória. Na tarde da quarta-feira (19), a Assembleia Legislativa aprovou emenda da deputada Beatriz Cerqueira (PT) e outros parlamentares, garantindo recomposição salarial para 13 categorias não contempladas na versão original enviada a Zema. Denise Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) comenta essa e outras notícias.
Justificativa da Lei de Responsabilidade Fiscal é frágil, não cabe mais
Qual o significado dessa conquista para a Educação em greve?
abertura de um processo de negociação com a Educação.
A aprovação da emenda foi uma demonstração da força que o funcionalismo público tem no estado, em particular os trabalhadores em Educação, que fizeram pressão sobre os deputados no interior. Todo o desgaste imposto nesta semana tem como único responsável o governador do estado, que optou por atender a uma categoria em detrimento de outras. Isso não deu certo. Lembro que a Educação está em greve por conta da falta de propostas do governo. O governador anunciou que vai vetar a emenda, mas nós vamos continuar fazendo mobilização pela sanção e pela
O piso está previsto na Constituição Federal, na Constituição do estado, em lei federal e na lei estadual 21.710/2015. Por que até hoje é preciso cobrar um direito tão básico na educação?
Todos os candidatos sempre falam da educação como prioridade, mas isso se traduz muito pouco na prática. Fizemos inúmeras greves. Em 2010, tínhamos somente uma lei federal e havia toda aquela celeuma do pedido de inconstitucionalidade, o lobby com os governadores pelo governo Anastasia (PSDB). Na greve de 2011, de 112 dias, termi-
namos com um acordo que o governo não cumpriu. Agora, a legislação do estado garante o piso para a jornada existente [de 24 horas semanais]. O governo Zema (Novo) tem dito na imprensa que paga o piso porque é proporcional a 40 horas. O governo está atrasado, pois a lei de 2015 já reconhece o piso para a carreira em Minas Gerais. O governo está fechando os últimos exercícios com déficit na casa dos bilhões e diz que, se pagar o piso para 400 mil trabalhadores, vai extrapolar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. A educação tem recursos vinculados. O estado não pratica os 25% a que
Regime de Recuperação Fiscal, se passar, é congelamento de salários, da carreira, proibição de concursos
é obrigado pela Constituição. Para dar uma explicação muito simples: com os recursos que o estado arrecadou para a educação e não investiu, daria para pagar o 13º e aplicar a legislação do piso. Então, essa justificativa da Lei de Responsabilidade Fiscal é frágil, ela não cabe mais. O estado arrecada com a justificativa de que o dinheiro vai para a educação e, quando o recurso entra no cofre, pega o dinheiro e faz outra coisa. E ainda tem o Regime de Recuperação Fiscal. Se passar, é congelamento de salários, congelamento da nossa pauta, congelamento da carreira, proibição de concursos por três anos, prorrogáveis por mais três. Qual a situação da greve neste momento?
A greve cresceu consideravelmente nesta semana. As regiões têm panfletagens, atos nas cidades, em portas de superintendências, em câmaras municipais. O governo precisa apresentar alguma alternativa. Nós queremos a sanção da emenda número 02 ao projeto de lei 1451. O parcelamento de salário traz endividamento. Há 30% que não receberam o 13º de 2019. A resposta do governo é que definirá a duração da greve. Aproveito também para ressaltar a nossa solidariedade à greve dos petroleiros do Brasil, com quem realizamos um ato unificado na quinta-feira (20). Estamos juntos nessa luta!
Nossos direitos CARNAVAL COM RESPEITO! No carnaval, a alegria e diversão devem se dar com muito respeito. A LGBTfobia, o assédio às mulheres, o racismo e a injúria racial são crimes. Em preparação ao carnaval, a Polícia Militar no estado aumentará o efetivo nas ruas, principalmente para conter condutas de importunação sexual contra mulheres. Além disso, contará com câmeras de monitoramento e drones para auxiliar na identificação de pessoas. Ocorrendo algum dos crimes de importunação sexual, racismo ou LGBTfobia, a primeira conduta é buscar a identificação do agressor, além de se atentar às testemunhas que presenciaram o fato. Em seguida, é necessário fazer um boletim de ocorrência, ou comparecer a uma delegacia da Polícia Civil especializada no atendimento à mulher, repressão de crimes de racismo, LGBTfobia e intolerâncias correlatas, para a denúncia e investigação do crime. Jonathan Hassen é advogado popular
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VARIEDADES
Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
FAROFA DE SEMENTE DE ABÓBORA
www.malvados.com.br
Reprodução
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
© Revistas COQUETEL
Forma da molécula de DNA (Biol.) "A Bela e a (?)", conto infantil
O tipo de passagem de governo na monarquia Aparelho automático da limpeza doméstica Henrique XIV ou Luís XIV (Hist.)
A maior Erasmo ilha fluvial Carlos, o do planeta, Tremendão no TO (MPB)
Composições musicais do Barroco
Bandeira (p. ext.) Escola de samba de Madureira, no Rio Urso, em inglês Cláudia (?), atriz
(?) qual: do mesmo modo que
Carl Orff, compositor alemão
Local elevado para vigilância Região (?) sexual, crime no trabalho
Sideral Eduardo (?), político (RJ)
Divindade única dos islâmicos (?) Mello, atriz Aposta coletiva Recipiente para chá ou café Base estrutural de carros
Flor que fornece um óleo saudável O mais extenso da França é o Loire
Criatura como o Shrek (Cin.)
Resina vegetal vermelha Procurar
Matéria orgânica usada como fertilizante
Reduzir a pó (o grão de café)
Ingredientes
Ciência de Fibonacci (abrev.) Despertou o amor de Afrodite (Mit. gr.)
Octavio Paz, diplomata mexicano Indolente; preguiçosa
Estimativa (abrev.)
Nutriente da beterraba, previne anemias "Classe (?)", sucesso de Tom Zé (MPB)
3/miá. 4/bear. 7/atalaia. 8/operária. 11/hereditário.
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Sementes de 1 abóbora média 4 colheres de sopa de manteiga 2 cebolas 3 ovos cozidos 1 xícara de chá de farinha de mandioca Sal a gosto Salsinha a gosto
Solução F
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A G R A
Modo de preparo 1. Lave bem as sementes da abóbora, para tirar os fiapos, e seque bem. Depois leve ao forno, a 180 graus, até ficarem levemente torradas. Mexa bem, para que elas tostem igualmente. Reserve; 2. Em uma panela, derreta a manteiga e refogue a cebola; 3. Adicione as sementes, o sal e misture bem;
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R O B O A S P I R A D O R
H F B E I F R AN R T E L A E A R N D A T A I A A L T R A L A E S B R A S S O I E L O A D UB O O N I S G O C I R O A O P E R A
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C E C F L AI A M I U L L A C H A S S I
S O N A T A E C A N T A T A
BANCO
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4. Acrescente a farinha de mandioca aos poucos e os ovos picados. 5. Finalize com a salsinha.
Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
FIQUE
BEM
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CIÊNCIA, COISA BOA! É CERTO USAR ÁGUA SANITÁRIA NA HIGIENIZAÇÃO DE ALIMENTOS? Reprodução
CAMISINHA PRA QUÊ? Segundo a ONU, entre 2010 e 2018 o Brasil aumentou em 21% o número de pessoas contaminadas com HIV, e não queremos que o vírus se espalhe ainda mais, não é? Nosso país era referência no combate às infecções sexualmente transmissíveis, mas com o governo conservador, as entregas de preservativos diminuíram e a contaminação pode aumentar. Façamos nossa festa com alegria e muito cuidado!
AUMENTAR A IMUNIDADE É O MELHOR REMÉDIO Prevenir é melhor do que remediar. Como no carnaval é comum beber álcool e festejar muito, não se esqueça de se alimentar bem e beber água sempre. Se atente também para alimentos que aumentam sua imunidade: frutas cítricas (laranja, acerola, limão etc.), própolis, alho, cebola, lichia, gengibre e vegetais verde-escuros. No mais, carnavalizem! Beijo da Jana!
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
O estresse pode diminuir a chance de engravidar? Petra Gonçalves, 39 anos, técnica de laboratório.
Pode sim, Petra. O estresse excessivo faz aumentar os níveis de cortisol. Esse hormônio pode afetar a qualidade das ovulações da mulher e reduzir as possibilidades de implantação do embrião recém-formado no útero. Isso pode dificultar a gravidez e aumentar a chance de um aborto. Nos homens, o cortisol alto provoca redução de libido e pode interferir na produção de espermatozoides. Quem tenta engravidar há muito tempo pode ter ganhos se investir no combate ao estresse. Por isso é tão comum casais engravidarem nas férias, quando os níveis de tensão e preocupação costumam ser menores.
Mande sua dúvida para amigadasaude@brasildefato.com.br
O tema de hoje foi sugestão conjunta da Ana Carolina e do La Cruz. Valeu, galera! Para início de conversa, o que entendemos Limão e vinagre por “limpar”? Os alimentos in natura (como não possuem frutas, legumes e verduras) são comerciaa capacidade lizados da forma como foram retirados do ambiente. Consegui imaginar três coisas dide matar os microrganismos ferentes que podemos chamar de “sujeira” e que estão presentes nesses alimentos. A primeira seriam restos de terra, poeira ou até mesmo óleos e gorduras que por acaso foram parar na superfície do alimento durante o processo de colheita, transporte ou comercialização. Para limpar esse tipo de sujeira, água, sabão e uma boa esfregada são suficientes. Ingerir esse tipo de coisa geralmente não faz mal à saúde. Por isso, essa limpeza serve para que a sujeira não interfira na aparência e no gosto da comida. A segunda diz respeito aos microrganismos presentes no produto. Vírus, bactérias, protozoários, ovos de vermes etc. Esses seres podem nos causar problemas graves. Assim, é muito importante eliminá-los da nossa comida. A forma mais eficaz de se fazer isso é sim utilizando água sanitária (ou, na verdade, de uma substância presente nela, o hipoclorito de sódio). Ela possui a capacidade de bagunçar a estrutura das proteínas presentes nas células. Assim, mata a grande maioria desses seres microscópicos. E, por isso, é tão indicada para a desinfecção de alimentos, objetos e superfícies. A forma correta para fazer isso é a seguinte. Dissolva uma colher de sopa de água sanitária em um litro de água. Mergulhe os alimentos nessa solução e deixe agir por 15 minutos. Em seguida, lave tudo com água corrente. Esse passo final é importante para eliminar a água sanitária dos alimentos, uma vez que sua ingestão não é indicada. Ela pode nos fazer mal também! Ah! Limão ou vinagre também podem ser usados na higienização? Não. Eles não possuem a capacidade de matar os microrganismos presentes nos alimentos! Por fim, o terceiro tipo de sujeira presente no que comemos são substâncias químicas tóxicas que por ventura foram parar neles. Por exemplo, agrotóxicos ou metais pesados presentes no solo contaminado. Nesse caso, a higienização é mais difícil. Pode até ser feita, com produtos como Bicarbonato de Sódio. Porém, muitas vezes eles se encontram também no interior dos alimentos, o que dificulta muito a sua retirada total. Por isso, nesse caso, é tão importante a eliminação do uso de agrotóxicos, que tanto mal fazem à nossa saúde. Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
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Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
Roteiro Nereu Jr/ Área de Serviço /Belotur
O carnaval de Belo Horizonte conta com uma programação extensa, com blocos de rua, festas, oficinas, shows, exposição, escolas de samba e blocos caricatos. Até o dia 1º de março, você pode conferir a listagem completa na página portalbelohorizonte.com.br/carnaval, onde também estão informações sobre serviços de trânsito, atendimento médico, ponto de wi-fi e telefones úteis. Isso tudo para curtir a folia numa boa! Mesmo assim, o Brasil de Fato MG sugere alguns blocos para você:
SEXTA (21) 23h Tira o Queijo, Rua Aarão Reis, 428, Centro
SÁBADO (22) 5h Então Brilha, Rua Curitiba, 190, Centro 9h Tchanzinho Zona Norte, Av. Abrahão Caram, 996, São José 13h Bloco da Calixto, Av. Getúlio Vargas, 792, Savassi 14h Volta Belchior, Rua do Carapuca, 38, Esplanada
DOMINGO (23) 9h Alô Abacaxi, Av. Afonso Pena, 705, Centro 13h Afoxé Bandararê, na Praça México, Concórdia 14h Bloco da Fofoca, Rua Espírito Santo, 757, Centro 14h Angola Janga, Rua São Paulo, 759, Centro
SEGUNDA (24) 10h Daquele Jeito, Rua da Bahia, 1255, Lourdes 11h Havayanas Usadas, Av. Andradas, 3760, Esplanada. 14h Bloco do Seu Vizinho, Mem de Sá, 2020, Serra 14h Garotas Solteiras, Rio Grande do Norte, 460, Funcionários
TERÇA (25) 9h30 Truck do Desejo, Av. Augusto de Lima, 1222, Barro Preto 12h Esperando o Metrô, Rua Barão de Coromandel, 755, Barreiro 14h Baque de Mina, Praça Afonso Arinos, Centro 16h30 Pisa na Fulô, Rua Professor Amaro Xisto de Queiroz, 865, Dom Joaquim
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ESPORTE
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Atividades físicas melhoram saúde global dos idosos BEM ESTAR Prática pode ajudar no controle de Parkinson e Alzheimer
Núcleo MotriS
Jamile Araújo, da Bahia
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e acordo com a pesquisa “Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2018”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população acima de 65 anos aumentou 26% entre 2012 e 2018. Levando isso em conta, precisamos pensar como chegar a essa fase com qualidade de vida. A professora Marcela Rodrigues de Castro, do MotriS - Núcleo de Pesquisa em Motricidade e Saúde, explica que o idoso acaba por ter um declínio nos sistemas que o compõem, gerado pelo processo de multiplicação celular. “Por exemplo, a gente co-
meça a ter mais dificuldade para realizar atividades físicas que exijam resistência ou maior grau de força, e isso vai prejudicando nossas atividades diárias, como subir escada, arrumar a casa ou varrer. Isso vai impactar também em
aspectos psicológicos, como autoestima, autocuidado, autonomia, autoconfiança, entre outros”, pontua. A atividade física é considerada, hoje, a maior estratégia de intervenção não medicamentosa, tanto preventiva,
quanto terapêutica, porque, apesar de não evitar o envelhecimento, retarda o declínio desses sistemas. “Ela vai prevenir determinadas consequências que o declínio gera no organismo humano”. A pesquisadora lembra que o envelhecimento pode causar perda de massa magra, diminuição da capacidade cardiorrespiratória e alterações em capacidades funcionais, como o equilíbrio e coordenação motora. “Hoje, já temos indicativos de que a ativi-
dade física é bastante eficiente em patologias de cunho psiquiátrico e mental, como o Mal de Parkinson e do Alzheimer. A ciência caminha na direção da utilização da atividade física para o controle e prevenção dessas patologias. Isso chama atenção dos profissionais de saúde para que aprenda a lidar de maneira menos invasiva, leia-se cirúrgica e medicamentosa, e de uma maneira muito mais preventiva que curativa”, ressalta.
Com a idade, há um declínio dos sistemas
Leia íntegra no site: brasildefatomg.com.br
EDUCAÇÃO, SAÚDE, PETROBRÁS E CORREIOS
O SINDIELETRO APOIA AS CATEGORIAS
EM GREVE ESSA LUTA É DE TODOS NÓS!
ANÚNCIO
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Belo Horizonte, 21 de fevereiro a 5 de março de 2020
Carnaval não tem futebol
ESPORTES
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DECLARAÇÃO DA SEMANA
Marcello Casal Jr/-ABr
Facebook Marega Oficial
MINEIRO
Depois do jogo do Atlético contra o Unión Santa Fé e do Cruzeiro contra a Tombense, o futebol mineiro entra em recesso e não tem confrontos durante o período do carnaval. O Atlético retorna aos gramados na Quarta-feira de Cinzas, dia 26, contra o
Afogados, de Pernambuco, pela Copa do Brasil. O próximo desafio do América é no dia 29, contra a Tombense, noCampeonato Mineiro, no Independência. Já o Cruzeiro só volta a jogar no dia 1º de março, no Mineirão, contra o Uberlândia.
O Cruzeiro perdeu por 2 a 0 para a Tombense, em Tombos. O jogo, válido pela 2ª rodada, deveria ocorrer no dia 25/01, mas foi adiado por conta das chuvas. SUL-AMERICANA Até o fechamento desta edição, ainda não havia terminado a partida do Atlético contra o Unión Santa Fé.
Gol de placa
“Agradeço ao árbitro por me dar cartão por defender a cor da minha pele” Moussa Marega, atacante do Porto FC. Ele tomou cartão amarelo por deixar o campo, em protesto contra insultos racistas de torcedores do Vitória de Guimarães. O incidente aconteceu na vitória do Porto por 2 a 1, no Campeonato Português.
Flamenguistas vaiaram Bolsonaro e Sérgio Moro, durante jogo da Supercopa do Brasil contra o Athletico, domingo (16), em Brasília. Além das vaias, a torcida Flamengo Antifascista levou uma faixa com o rosto de Marielle Franco. Moro e Bolsonaro saíram do local ouvindo gritos de “Fora, Bolsonaro”!
Gol contra Após a vitória por 3 a 0 sobre o Athletico, a diretoria do Flamengo promoveu um encontro entre o técnico Jorge Jesus e Bolsonaro, a velha puxação de saco. Essa mesma diretoria se recusou a receber familiares das vítimas do Ninho do Urubu, no aniversário da tragédia, dia 8 de fevereiro.
Chega de ilusão
À espera de melhor sorte
Bem vindo, Marcelo Moreno!
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
O desempenho do América no Campeonato Mineiro até aqui vem sendo relativamente satisfatório, com vitórias tranquilas, bom número de gols, segurança na defesa e evolução de alguns atletas que não vinham bem, como Alê, Felipe Augusto e Diego Ferreira. MasDecacampeão a diretoria e a comissão técnica não podem se iludir: o nível da grande maioria dos adversários é bem inferior ao dos times da Série B. Vencer quase todos os jogos não quer dizer muita coisa. O fundamental é entrosar o time, realizar testes e observar em quais posições ainda é necessário reforçar. É claro que dá para aliar a isso a disputa pela liderança e pelo título, que este ano está mais possível devido à baixa qualidade de Atlético e de Cruzeiro.
Enquanto o destino do Atlético na Sul-Americana se decidia, escrevi uma coluna de desalento. Qual será o destino do Atlético em 2020? O momento é de indecisão. É difícil confiar em quem perde para a Caldense em pleno Mineirão. Analisemos: qual é, afinal, a raiz de tanta Galo doido!A qualidade insegurança, É tanta instabilidade. do elenco, sabemos, é duvidosa. A capacidade do treinador também. A impressão que se tem é que ambos não se entendem, seja quanto à escalação ideal ou sobre o esquema tático. Já falei a respeito da falta de sintonia entre os setores – defesa, meio e ataque. Sorte, em alguns momentos, pode ser fator preponderante na atual situação. Viva Tardelli! E aguardemos os próximos capítulos.
Salve, nação celeste! A rescisão do contrato do goleiro Rafael simboliza todo o processo de dilapidação do clube nas últimas gestões. Além de excelente goleiro, Rafael é cria da Toca, sucessor natural de Fábio, e garantiria a segurançaLa em Bestia nossa meta por mais alguns Negra anos. O que esses canalhas fizeram compromete não só nosso presente, mas também o futuro. Marcelo Moreno retorna. A apresentação bem sacada em termos de marketing traz esperanças neste ano de reconstrução. Em boas condições, Moreno vai poder capitanear o ataque rumo à série A, ao lado de Maurício companhia. Que o boliviano contribua para que continuemos a sentir na pele o orgulho de sermos cruzeirenses! Saudações celestes!
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