Álcool mata coronavírus?
Tudo culpa do governo federal
Em tempos de fake news, rodou no zap a informação de que os vírus são imbatíveis. Será?
Metrô de BH chega a R$ 4,25 e sindicato denuncia que possível privatização vai só piorar a situação
VARIEDADES 14
CIDADES 4
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, 13 a 19 de março • edição 320 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Isis Medeiros / Sind-UTE /MG
ZEMA EXCLUI 80% DOS SERVIDORES
Lei do governador Romeu Zema (Novo) dá reajuste três vezes menor que o prometido à segurança pública e zero correção ao salário dos demais servidores, que são 80% do funcionalismo. Agora, lei volta às mãos dos deputados estaduais. Confira encarte especial sobre a greve da educação, que completa 30 dias. E ainda análise sobre o isolamento do atual chefe do Executivo.
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 13 a 19 de março de 2020
Arte de desagradar a todos João Paulo
ESPAÇO DOS LEITORES
“Certíssimo. O caipira dono de posto só deu aumento pra militar. Parece que quer copiar o palhaço do Planalto” Robert Serbinenko sobre a matéria “Em greve, professores realizam atos em todas as regiões de MG por reajuste salarial”. -“Saudades de ver o Incra ocupado” Lívia Bacelete sobre a notícia de que 400 integrantes do MST ocuparam na segunda (9) a sede do Incra em BH. -“Obrigada DEMAAAIS pelo convite. E vamos que vamos juntxs numa luta sem tréguas contra tudo que nos destrói e desqualifica na sociedade!” Maria Aparecida Moreira, autora do artigo “Mulher, professora: enfrentando e atravessando o caos”
O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) é um dos mais inábeis políticos em atuação no país. De certa maneira, era de se esperar, já que ele se elegeu com a bandeira da antipolítica e da proposição de um jeito novo de governar, distante do diálogo e da participação popular. Nesta semana, ele protagonizou uma série de atitudes que colocam em risco a governabilidade. Ao vetar parte de seu próprio projeto de reajuste dos servidores da segurança, deixou claro que não tinha ninguém ao seu lado. Prometeu com medo e vetou com mais medo ainda. A tramitação do projeto foi complicada e impôs a Zema uma série de derrotas. Mostrou-se isolado na Assembleia Legislativa, perdendo voto em sua base, por si só já bem restrita. Junto ao funcionalismo, foi incapaz de dialogar sobre a perspectiva de recomposição salarial de toda a categoria, apostando na divisão e nos acordos de bastidores. E posou de fraco em relação ao governo federal, frente ao qual se curva com promessas de privatizações e austeridade de gastos sociais para merecer a renegociação da dívida garantida pela União. Sem força no Legislativo, sem capacidade política de negociação, com a crítica dura de seu próprio partido, sem base popular, sem
programa de governo que vá além da conta de armazém, Zema, para seguir seu mestre Bolsonaro, colocou a culpa na imprensa. O que não é novidade no seu caso. Recentemente, jornalistas denunciaram que reportagens publicadas em sites que faziam crítica ao governador sumiram da internet à velocidade de um telefonema do setor de comunicação e propaganda do estado. Foi assim com a denúncia de uso de veículos oficiais para reuniões particulares, notícias
Zema não tem força no Legislativo, não tem apoio do seu partido, nem base popular sobre falta de vagas nas escolas públicas amenizadas como mudança de processo, uso de aeronaves por parentes, entre outras. Sem a política, denegada pela ânsia voluntarista do entreguismo como se não houvesse amanhã, o que sobra - e este é o caso de Minas Gerais - são ameaças no lugar da negociação responsável com as forças sociais; medo em vez de argumentação racional fundada em dados de realidade; e autoritarismo como única saída para crises de governabilidade. O que, infelizmente, não parece ser nada de novo em nosso tempo.
Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa e Z Carota. Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 20 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
Belo Horizonte, 13 a 19 de março de 2020
Acupuntura de graça em BH
GERAL
Tudo sobre o coronavírus
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A UFMG montou uma página na internet - https://ufmg.br/coronavirus - para reunir informações relevantes sobre o vírus que tem dado o que falar. Na quarta (11), a Organização Mundial de Saúde declarou que há
uma pandemia do vírus, com mais de 100 países afetados. No Brasil, são 77 casos confirmados até quinta. Na página, há dicas de prevenção e também materiais educativos para não cair em fake news.
Vozes da resistência Todas as quartas-feiras, das 15h às 17h, é possível agendar atendimento gratuito no Ambulatório de Saúde Popular Dona Edna, no Galpão Pátria Livre (Rua Pedro Lessa, 435, Santo André). Entre os tratamentos estão acupuntura, massagens terapêuticas, ventosa e outras técnicas tradicionais. O atendimento é indicado para quem tem alguma dor ou incômodo muscu-
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lar ou nas articulações. Também são fornecidos produtos naturais que auxiliam no tratamento de diabetes, pressão alta, dor nas articulações, entre outros. O atendimento é uma parceria entre a Escola Neijing Belo Horizonte, Associação Cultural Eu Sou Angoleiro e a Ocupação Pátria Livre. Agendar no telefone (31) 9 9172 9970 (tratar com Filipe).
Em abril de 2019, a editora Elefante lançou uma chamada pública com o nome “80 tiros, 01 livro?”, motivada pelo assassinato do músico negro Evaldo Rosa dos Santos, pelo Exército. Na mesma ocasião, o catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, também negro, também foi atingido e
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morreu uma semana depois. Para organizar a revolta, a editora publicou uma coletânea de textos em prosa de escritoras e escritores negros e suas visões sobre o genocídio. O livro não tem fins comerciais e pode ser baixado gratuitamente no site www.editoraelefante.com.br. Reprodução
Declaração da Semana “Em todos os lugares em que pratico a medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado”
Escreveu em nota o médico Dráuzio Varella, sobre julgamentos a respeito de um abraço que deu em uma mulher trans encarcerada
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CIDADES
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Governo Bolsonaro aumenta a tarifa do metrô mais uma vez CBTU Serviço em BH e outras quatro capitais é gerido por empresa federal que governo quer privatizar Reprodução
Wallace Oliveira Metrô mais caro de novo! No domingo (8), a população da Grande BH que utiliza o serviço passou a pagar R$ 4,25 pela passagem. O aumento faz parte da nova política de preços adotada pelo governo Bolsonaro para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa federal responsável pelo serviço em Belo Horizonte, Recife, Maceió, João Pessoa e Por mais de 12 anos, a taNatal. rifa na capital mineira custou R$ 1,80. Em maio de 2019, a CBTU anunciou os aumentos escalonados na Metrô diminui tarifa a cada dois meses, até engarrafamento, chegar aos atuais R$ 4,25, emissão de deixando a viagem 136% mais cara em apenas dez poluentes, meses. A companhia afiracidentes e ma que a medida é necesmortes sária para recompor a tari-
fa e promover o equilíbrio financeiro da empresa. Embora o aumento da tarifa seja dado com a justificativa de incrementar as receitas da companhia, ele pode, na verdade, estimular um efeito adverso, com a queda na demanda, por conta do encarecimento do serviço. É o que alerta o metroviário Pablo Henrique de Azeve-
do, diretor do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG). “Se houvesse um equilíbrio da tarifa com esse reajuste, ele aumentaria a receita. Mas a receita vem diminuindo, justamente porque a passagem aumentou e as pessoas estão deixando de pegar o metrô”, argumenta. Ele também defende o subsídio à tarifa, tal como vinha sendo praticado nos governos anteriores. “A tarifa era baixa por uma opção do governo. O metrô não é um gasto, é um investimento para diminuir engarrafamento, diminuir emissão de gases poluentes, diminuir acidentes e mortes. O problema é que os balancetes financeiros não levam em conta esse ganho social que o metrô traz”, afirma o metroviário.
Debate com população O Sindicato dos Metroviários tem realizado um conjunto de ações para conscientizar a população sobre o que pode acontecer, caso a CBTU seja privatizada. Durante o carnaval, metroviários distribuíram materiais durante os desfiles dos blocos de rua. Já na terça-feira (10), pela manhã, o Sindimetro distribuiu bilhetes para trabalhadores desempregados na fila do Sine - Sistema Nacional de Emprego, no Centro da capital.
Encarecer e sucatear para privatizar Larissa Costa / Brasil de Fato MG
A ameaça de privatização ganhou fôlego no governo Bolsonaro, depois que o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos da Presidência da República publicou, em maio do ano passado, a Resolução nº 60. O documento opinava a favor da inclusão da CBTU no Programa Nacio-
Tarifa aumentou 136% em dez meses, passando de R$ 1,80 para R$ 4,25
Desde que foi privatizada a SuperVia no RJ teve 180 descarrilamentos
nal de Desestatização. Em setembro, Bolsonaro publicou decreto incluindo a CBTU e a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb) na lista de
estatais a serem entregues ao setor privado até 2022. Para o Sindimetro, é o interesse na privatização que leva a CBTU a adotar tarifas cada vez mais caras, a fim
de tornar o setor atraente para o capital privado. Por outro lado, há um trabalho de sucateamento dos serviços, com contingenciamento de verbas de custeio, diminuição de horários e praticamente nenhum novo investimento, a fim de criar uma justificativa em torno da privatização. O resultado, porém, não é o barateamento do serviço e a me-
lhora na qualidade, mas o contrário. “Onde foi privatizado, o preço aumentou e o serviço não melhorou. No Rio de Janeiro, já foi mais barato andar de trem do que de ônibus. Hoje, com o serviço privatizado, se você pegar um trem da SuperVia [empresa do grupo japonês Mitsui, responsável pela concessão do serviço na cidade], você paga mais do que nos ônibus. A SuperVia tem 180 descarrilamentos desde que foi privatizada [em 1998]. Aqui em BH, não tivemos nenhum descarrilamento nos últimos anos”, exemplifica Pablo Azevedo.
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MINAS
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Vale suspende atividade em Catas Altas até que governo aprove licenciamento CHANTAGEM Cerca de 150 trabalhadores dependem da empresa. Licença significa que córregos terão 60% menos água Rafaella Dotta / Brasil de Fato MG
Rafaella Dotta
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população organizada de Catas Altas (MG) obteve mais uma vitória contra a exploração minerária. Em audiência pública na quinta-feira (5), um representante da mineradora Vale S.A. anunciou que a empresa irá desistir da reativação das minas Tamanduá e Almas, desativadas desde 1991. A prefeitura já tinha rejeitado o projeto e, em sequência, a Vale parou a produção de minério na cidade. A mineradora pleiteava a ampliação da mina São Luís, a única até então ativa, e a reativação das minas Tamanduá e Almas - as três minas que compõem o Complexo Fazendão. Pressionado por mobilização popular, o Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Codema) já havia revogado por unanimidade a expansão do empreendimento em 18 de fevereiro. Em seguida, a prefeitura seguiu a mesma linha e decretou a revogação da declaração de conformidade do projeto de expansão.
Paralisação da mina está sendo usada como “chantagem com a população de Catas Altas” , avaliam lideranças
A situação ficou mais complicada com a resposta que a mineradora resolveu dar à questão: paralisando as atividades na mina São Luiz, a única ativa no município. O anúncio aconteceu um dia antes das máquinas pararem, dia 28 de fevereiro, e pegou o poder público de surpresa. Segundo a prefeitura, a Vale explicou que a interrupção foi uma “infeliz coincidência” e não tem relação com a negativa da expansão. O Sindicato Metabase de Mariana, que representa os trabalhadores da Vale em Catas Altas, foi informado poucas horas antes da suspensão das atividades da mina. “E de imediato fizemos uma reivindicação para a Vale pela estabilidade dos 150 trabalhadores”, declara o presidente do sindicato, Ângelo Eleutério. “Essa suspensão cria um transtorno muito grande para
o trabalhador, para a família deles e em todos os colegas de trabalho [de outras minas], o que gera até uma situação de risco na própria segurança do trabalho da mineração”, diz Eleutério. Segundo Ângelo, a mineradora declarou ao sindicato que o minério extraído na mina São Luiz não está sendo lucrativo e, por isso, precisa da autorização para explorar um minério mais rico, para fazer um blend (mistura) entre o minério “pobre” e o “rico”. Ainda de acordo com essas informações, o minério extraído na
mina São Luiz era beneficiado na Samarco, em Mariana (MG), mineradora que está proibida de funcionar desde o rompimento da barragem de Fundão, em 2015. O minério estaria, assim, estocado na Vale em Catas Altas. Ângelo ainda destaca: “nem tudo que a Vale passa para a gente é 100% verídico, mas a informação que a gente tem é que a mina de São Luiz está inviável para operação”. Questionada pela reportagem, a mineradora confirma que desistiu da retomada das duas minas, “no momento”. O projeto agora prevê a ampliação de São Luiz e a destinação do estéril dentro da própria cava. Ela relacionou a volta da operação da mina São Luiz com a aprovação do licenciamento para aumentar a mina. “Os prazos para a retomada das operações nessa área serão definidos pelos órgãos responsáveis pelo licenciamento”, diz a nota. O integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) Luiz Paulo Siqueira avalia que a suspensão das atividades está sendo usada como “chantagem com a população de Catas Altas”. Rafaella Dotta / Brasil de Fato MG
E tudo bem ampliar a mina São Luiz? A Vale ter desistido de reativar as minas Tamanduá e Almas foi uma vitória, mas a ampliação da mina São Luiz também traz questões, sendo o maior problema a relação com a água. Na quinta-feira (12), a reunião da Câmara Técnica de Instrumentos de Gestão (CTIG) discutiu o pedido da Vale para o rebaixamento do lençol freático entre a mina São Luiz e Tamanduá. Isso significa perfurar o solo até atingir o aquífero e retirar a água com uma bomba. “Segundo os próprios dados da Vale, o rebaixamento vai diminuir a vazão das nascentes da região em torno de 40% e pode acabar com a nascente que dá nome à comunidade do Morro da Água Quente. Os córregos que abastecem a região serão rebaixados em torno de 60%”, alerta Luiz Paulo. “Se a Vale não possui o documento de declaração de conformidade, não tem porque conceder outorga. Hoje, esse é um empreendimento que, segundo a prefeitura, não está de acordo com a legislação de uso e ocupação do solo”, defende.
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MINAS
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Dia 18 tem atos em todo o país por emprego e contra reformas de Bolsonaro
Mídia NINJA
PROTESTOS Defesa das empresas estatais, da democracia e contra propostas do governo federal para trabalhadores do serviço público estão entre as pautas das manifestações FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE TRABALHADORES
FONTE: OCDE DADOS COM BASE EM DADOS DE 2007 A 2013
Carteira verde e amarela legaliza trabalho precário
Atos defendem ampliação dos serviços públicos como saúde e educação. Brasil tem poucos funcionários públicos em comparação com outros países, como mostra o gráfico acima
Da redação A Jornada de Lutas de 2020, em defesa da democracia, dos direitos, da soberania nacional, do serviço público de qualidade e pela valorização dos servidores começou com a mobilização das mulheres no dia 8. E segue com grandes atos convocados por centrais sindicais e pela Frente Brasil Popular para o próximo dia 18. Para a Secretária Geral da CUT, Carmen Foro, o 18M será um dia de denúncia contra o projeto neoliberal do governo de Jair Bolsonaro. O dia nacional de luta ganhou força após as declarações de Bolsonaro atacando a democracia e enviando mais Medidas Provisórias (MP) que prejudicam os trabalhadores e trabalhadoras.
Uma dessas propostas é a MP 905, batizada de Carteira Verde e Amarela, que legaliza o trabalho precário e cria até um imposto
Proposta de Bolsonaro cobra imposto de desempregados para os desempregados. Se o Congresso Nacional aprovar, começa em março a cobrança de uma taxa que varia de 7,5% a 8,14% sobre o valor do seguro-desemprego. O imposto que os desempregados passarão a pagar, se os deputados e senadores não reprovarem a sugestão do Ministério da Economia, é um dos itens da Medida Provisória (MP) 905/2019, do Programa Verde e Amarelo, edita-
da pelo governo de Jair Bolsonaro, em 11 de novembro de 2019. Outra proposta de Bolsonaro que retira direitos é a reforma Administrativa que atingirá conquistas e os direitos de servidores públicos federais. A paralisação da economia e a falta de investimentos públicos que gerem emprego e renda são também preocupações que serão levadas para as ruas. Carmem chama a atenção para o sucateamento do serviço público, que prejudica milhares de brasileiros, como os que estão nas filas de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aguardando resposta a pedidos de aposentadoria ou auxílio-doença, ou nas filas de espera do Programa Bolsa Família. “A situação é gritante e quando você não tem condição nem de se alimentar
e é abandonado na extrema pobreza, como as pessoas com direito ao Bolsa Família excluídas do programa, a única saída é se unir e lutar”, afirma Carmen Foro. “Nós temos 2020 razões para enfrentar esse governo, seja pela precarização do trabalho, seja pelo alto índice de desemprego, ou pelos ataques aos direitos sociais e trabalhistas e contra a democracia brasileira”. Em nota conjunta no dia 12 de fevereiro, as centrais sindicais afirmam defender “um amplo diálogo com a sociedade e com o Congresso Nacional para definir as medidas necessárias para conter a crise do coronavírus e a crise econômica”.
Em BH marchas se encontrarão na praça Sete Na capital do estado os interessados em participar devem se dirigir a um dos dois locais de concentração, a Praça da Assembleia Legislativa e a Praça Afonso Arinos, a partir das 15h, na quarta-feira 18 de março. De lá sairão marchas que se encontrarão na Praça Sete 17h30 para um grande ato unificado.
Marielle vive! No sábado (14), os assassinatos da vereadora do PSOL do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completam dois anos. Em todo o país, acontecem ações para cobrar justiça e reivindicar respostas sobre o crime. Em Belo Horizonte, a manifestação está agendada para as 9h, na Praça da Estação, no Centro. O preço da luz é um roubo O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza, no sábado (14), diversas ações pelo Brasil em defesa da vida, dos direitos e pela justa reparação das famílias vítimas de crimes cometidos por mineradoras. Nesta data, o movimento retoma a campanha “O preço da luz é um roubo” para denunciar as tarifas abusivas de energia. Mais greves Os trabalhadores da rede municipal de BH continuam em greve. A decisão foi tomada na última quarta (11). Em Ipatinga, professores da rede municipal deflagraram paralisação a partir do próximo dia 16. Entre as reivindicações dos movimentos estão o pagamento do piso salarial nacional e melhorias nas escolas públicas.
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, março • edição especial • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Isis Medeiros / SINDE-UTE / MG
30 DIAS DE GREVE DA EDUCAÇÃO ENTENDENDO A LEI
ZEMA EXCLUI SERVIDORES
SEM SALÁRIO
FORA DA ESCOLA
Deputada afirma que haverá pressão para derrubada do veto do governador à emenda
Grevistas cobram extensão do reajuste a todas as categorias e pedem pagamento do Piso
Professores da ativa e aposentados até hoje com 13º e pagamento parcelados
Mudanças na matrícula deixam crianças sem vaga; famílias defendem paralisação
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ESPECIAL
Belo Horizonte, março de 2020
Em greve, professores convocam categoria para pressionar deputados a derrubar vetos de Zema POLÍTICA Governador vetou artigos da Lei 24.553 e deixou 80% dos servidores estaduais sem reajustes Comunicação /Sind-UTE / MG
Rafaella Dotta
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a noite de quarta-feira (11), o governador Romeu Zema (Novo) divulgou que sua decisão sobre a Lei 24.553, do reajuste dos servidores, foi a sanção do reajuste de 13% apenas para a segurança pública. Inicialmente, o projeto falava em 41,7% até 2022. “Todos os demais foram vetados, incluindo a emenda que estende o reajuste a outras categorias”, confirma a nota do governo. Romeu Zema justifica que a emenda número 2, que estendia o reajuste às outras 15 categorias do funcionalismo estadual, foi ve-
tada pelo “impacto financeiro que não condiz com a crise econômica enfrentada pelo Estado”. Ainda afirma que a proposta é inconstitucional. Crise política A decisão do governador gerou problemas até mesmo dentro de seu círculo mais próximo. No mesmo dia, o vice-governador, Paulo Brant, declarou sua saída do Partido Novo, afirmando que a sigla “tem escolhido manter-se à margem das coalizões, com o intuito principal de zelar pelo seu programa partidário”. Para Brant, isso tem atrapalha-
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.
do as ações do governo estadual. Quase no mesmo momento, o Secretário de Governo, Bilac Pinto (PL), saiu do cargo alegando que entende as razões do governador para o veto, mas “isto me tirou as condições de continuar a conduzir as negociações com o parlamento estadual”. Em seu lugar entra o empresário Igor Eto, empresário de 27 anos, que é alvo de inquérito do Ministério Público de MG e ocupava a Secretaria Geral de Estado. Professores continuam a pressionar Com os vetos de Zema, a Lei 24.553 volta à Assem-
PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983
bleia Legislativa, onde os deputados estaduais podem decidir por manter os vetos ou derrubá-los. No caso de serem derrubados, a lei é enviada ao governador apenas para ser promulgada, ou seja, ele não terá o direito de mudá-la. Se o governador se recusar a promulgar a lei, o presidente da Assembleia Legislativa pode promulgá-la em seu lugar. O Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE/MG) realizou uma assembleia na quinta (12), em Belo Horizonte, em que as professoras e professores mantiveram a greve por tempo indeterminado. Eles estão parados desde 11 de fevereiro. Diante do novo cenário, realizarão ainda uma série de ações para pressionar os deputados a derrubarem os vetos de Zema.
MANIFESTAÇÕES EM MG Ao longo da semana, professores e professoras da rede estadual, em greve desde o dia 11 de fevereiro, realizaram protestos em todas as regiões do estado cobrando o cumprimento da lei do Piso Salarial e a solução para os os problemas das matrículas. Foram realizadas diversas audiências públicas sobre o tema na ALMG e em cidades do interior.
PAGAMENTO PARCELADO Raíssa Lopes “Tive que cancelar até um reparo na minha casa, que depois da chuva deu infiltração”, conta o professor Adilson José de Oliveira, que trabalha há 26 anos na rede estadual de ensino. Até este momento, março de 2020, ele é um dos muitos trabalhadores da educação que ainda não viram a cor do dinheiro. De acordo com o SindUTE-MG, cerca de 22% dos servidores estão na mesma situação.
Bola de neve de dívidas
Imagine ter uma conta que vence no dia 10 e receber a primeira parcela do pagamento no dia 11. Imagine não saber ao certo o dia que irá receber a segunda parcela, que usará para liquidar os próximos boletos. E os juros só aumentam. Isso acontece todo mês com servidores como a professora aposentada Ana Lúcia Moreira, de 75 anos. Ela trabalhou em dois cargos por 30 anos e se aposentou há 27. “Tenho que continuar fazendo outras coisas pra complementar a renda. Na idade em que eu estou, ainda tenho que passar por isso”, critica. Na quinta, Zema anunciou o pagamento do 13º para quem recebe entre R$2.500 e R$ 3.000. O pagamento deve ser feito até o dia 16 de março.
Belo Horizonte, março de 2020
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Como você avalia Milhares de estudantes dificuldades para ainda não conseguiram se as matricular seus filhos? matricular na rede estadual Pais e mães comentam situação da rede MUNICIPALIZAÇÃO Governo de Minas criou novo sistema de matrículas, que não garantiu vagas para todos no início do ano
Henrique Chendes
Isabela Rodrigues é uma das crianças que estava sem vaga. Ela compareceu à audiência sobre o tema na ALMG
Wallace Oliveira O ano letivo na rede estadual de ensino de Minas Gerais já começou há mais de um mês. No fim de fevereiro, 120.864 alunos não tinham conseguido se matricular, segundo a promotora de Justiça de Defesa da Educação, Carla Maria de Carvalho. O Ministério Público ajuizou uma ação civil cobrando solução. De acordo com a própria Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais (SEE-MG), há estudantes sem vaga em 26 cidades mineiras. As prefeituras têm até o dia 16 de março para informar ao governo de Minas os problemas com matrículas. No mês passado, a Prefeitura de Belo Horizonte apresentou uma lista com 2.715 nomes de alunos sem vagas no sistema, só na capital. De acordo com a gestora Patrícia de Sá Freitas, assessora da SEE, 217 nomes dessa lista eram duplicados e 369 já haviam conseguido matrícula, mas 2.129 ainda demandam solução. Ela disse que a secretaria estadual tem até sexta-feira (13) para apresentar uma saída para o problema na capital.
Com sistema novo, ficou pior Nos anos anteriores a Zema, os estudantes eram matriculados de forma automática, enquanto os novos alunos, que vinham de outra escola ou que ingressavam na rede, eram inscritos na própria escola. Em novembro de 2019, por meio da resolução 4.231/2019, o governo criou um sistema que requer pré-matrícula pela internet, com indicação de três unidades de sua prefe-
De acordo com a própria Secretaria de Educação, há estudantes sem vaga em 26 cidades mineiras rência. Depois, seria preciso confirmar a vaga e concluir o processo de matrícula entre 6 e 20 de janeiro de 2020, na própria escola. Para o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), o processo de matrículas piorou porque o novo sistema tira a autonomia das escolas, que es-
tão mais próximas da realidade das comunidades, e centraliza em um sistema informatizado. “O governo tem dificuldades de reconhecer que deu errado. Existem crianças fora da escola e, até agora, a Secretaria não deu demonstrações de que vai solucionar o problema. As escolas precisam ter autonomia para matricular e de maneira presencial. As comunidades sabem aonde ir e o procedimento a ser tomado. Por isso, não tínhamos esses problemas nos anos anteriores”, avalia a professora Denise Romano, coordenadora-geral do Sind-UTE. Para a deputada Beatriz Cerqueira (PT), a mudança no sistema está a serviço de um projeto do governo de Minas, de retirada da rede estadual, responsável pela maioria das matrículas do ensino fundamental, com a total municipalização desse nível. “Por que teve o problema em Belo Horizonte? Porque estado e município não conversaram. A porta fechada aconteceu no ano passado, no plano de atendimento”, critica.
estadual de educação e o que acham da greve Aníbal Gonçalves Auxiliar de limpeza “Eu estou desesperado porque já estamos no mês de março e até agora nada. Eu não sei mais o que fazer porque ele [meu filho] não pode ficar sem escola” O filho mais velho de Aníbal foi uma das milhares de crianças que ficaram fora da escola por causa do novo sistema de matrículas. Por ter dificuldade de usar a internet, o auxiliar de limpeza não conseguiu realizar a pré-matrícula do filho, em 2019. Quando saíram as vagas remanescentes, Aníbal procurou as duas escolas próximas de casa. E a resposta foi a pior de todas: não temos vagas. Ir às escolas para verificar se houve alguma desistência de aluno é rotina na vida do pai desde então.
Camilla Müller
Assessora jurídica “Educação é poder e é isso que eles querem tirar de nós. Querem tirar a oportunidade de todos terem um ensino de qualidade. E a única possibilidade de mudança é com a luta dos trabalhadores” Para conseguir matricular a filha no primeiro ano do ensino médio, a assessora jurídica teve que fazer praticamente uma via sacra pela capital. As duas escolas marcadas como preferenciais para a filha não foram levadas em conta na hora de designar a vaga da estudante. Após percorrer diversas instituições, Camilla conseguiu uma vaga na Escola Estadual Caetano Azeredo, no Barro Preto. A mãe denuncia que a instituição está em situação de calamidade. A sala está interditada porque o teto desabou e os alunos estão tendo aula no auditório. Também faltam itens básicos, como papel higiênico. Sheila Monteiro Gerente administrativa “Nós, enquanto pais, deveríamos estar junto dos professores, porque nós queremos os nossos filhos nas escolas, mas queremos um ensino com dignidade para todos” Para garantir vaga para os dois filhos, Sheila e o marido percorreram diversas escolas. Nas passagens, presenciaram situações em que pais e mães dormiam na fila para tentar garantir uma vaga para os filhos. A cena fez ela se lembrar do tempo em que era criança e que sua avó também dormia na porta das escolas para garantir vaga para ela e seus irmãos.
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Belo Horizonte, março de 2020
“Começaremos a campanha de unidade para derrubar todos os vetos do governador”, diz deputada ISONOMIA Beatriz Cerqueira (PT), uma das autoras da emenda que pedia reajuste para todo o funcionalismo, fala sobre a relação com o governo estadual Clarissa Barçante
Rafaella Dotta
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ano dos deputados estaduais de Minas Gerais começou quente. O governador Romeu Zema (Novo) enviou para a casa o Projeto de Lei 1.451, que previa reajuste salarial a apenas uma categoria dos servidores públicos, os trabalhadores da segurança, com reajuste previsto de 41%. Uma emenda aprovada por 47 deputados mudou o cenário, e a lei passou a prever o reajuste de todos os funcionários públicos ligados ao estado. Houve muita pressão para que o governador sancionasse o novo texto, mas, na quarta (11) ele vetou a extensão do reajuste para outras categorias e diminuiu o aumento da segurança, prevendo o reajuste de 13%. Agora, entidades sindicais pressionam os deputados para que mudem a lei que exclui a grande maioria dos servidores públicos do estado. Brasil de Fato – Como era a emenda ao Projeto de Lei 1.451? O que ela previa? Beatriz Cerqueira Importante lembrar que a emenda não alterava em nada a negociação que o governador já tinha feito com a segurança públi-
O governador Zema não conversa
O governador excluiu da sua proposta de política remuneratória mais de 80% do funcionalismo público estadual estaduais] e derrubar todos os vetos do governador em relação à política remuneratória: a parte que ele trouxe a essa casa e não manteve sua palavra [reajuste da segurança pública], e a parte que nós trabalhamos e incluímos. Não é a Assembleia Legislativa que irá excluir aqueles com quem o governador não teve condições políticas de conduzir uma boa negociação.
Agenda do governo para o ano é de retirada de diretos ca. Tentaram jogar servidor contra servidor ou servidor contra a assembleia, mas são questões que não procedem. Todo o assunto da segurança pública foi preservado na emenda, tal como o governo enviou para a Assembleia Legislativa, mas não seria correto não termos sido portavoz da maioria do funcionalismo que o governador excluiu.
Quem são os excluídos do projeto de lei de Romeu Zema? O governador excluiu da sua proposta de política remuneratória mais de 80% do funcionalismo público estadual. Todos os servidores públicos têm perda inflacionária nos seus salários. Algumas carreiras têm vencimento básico inferior ao salário mínimo, outras têm políticas específicas como o Piso Salarial da Educação, que não está sendo cumprido. As carreiras do ensino superior e do meio ambiente têm acordos judiciais homologados, e que o governo não está cumprindo.
Essas categorias conseguiram negociar com o governo? As entidades sindicais procuraram o governo desde o ano passado para a negociação de suas pautas e o governo não avançou no diálogo. O governador Zema não conversa. Ele poderia ter dialogado com a casa, dialogado com as entidades que representam cada um desses setores do funcionalismo, mas optou por um processo estranhíssimo de omissão. Com o veto de Zema, quais são os próximos passos? Nós começaremos a campanha para ter a unidade necessária [entre os deputados
Entendendo a lei O Projeto de Lei 1.451 se transformou na Lei 24.553, depois de aprovada pelos deputados estaduais, e foi entregue em 20 de fevereiro a Romeu Zema. Em 11 de março, o governador sancionou apenas o artigo que concede 13% de reajuste à segurança pública, diminuindo o aumento inicialmente acordado e deixando os demais servidores de fora.
Belo Horizonte, 13 a 19 de março de 2020
Ideias de Guedes para a economia nunca vão dar certo, diz professor
Política neoliberal deixa Brasil vulnerável à crise do petróleo, diz Sergio Gabrielli
Roberto Parizotti /CUT
Evaristo Sá /AFP
Rodrigo Gomes, da RBA
A
proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de aprofundar e ampliar reformas no país para enfrentar o atual caos financeiro internacional, com queda no preço do petróleo e instabilidade nas bolsas de valores, não tem como dar certo, na avaliação do economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Sicsú. “Essa aposta feita pelo ministro é muito conhecida e não é testável. Eles dizem que se não está dando certo é porque é preciso fazer mais reformas. E essa história não acaba nunca, porque nunca dá certo e eles dizem que é preciso fazer mais reformas ainda. Não é como uma política econômica x ou y que você aplica e diz ‘deu resultado ou não deu resultado’”, afirmou. “Já fizemos várias reformas sugeridas por essa linha de pensamento. Fizemos a reforma trabalhista, reforma da Previdência, tem uma fila de reformas para serem discuti-
das e aprovadas. E a solução em termos de redução do desemprego e aumento da renda não aparece. A economia brasileira vive uma situação dramática. Desemprego de 12 milhões de pessoas, precarização do emprego, falências, paralisação da atividade econômica. Estamos no fundo do poço, tentando sobreviver.” Para o professor, a saída seria o governo de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes fazer aumento de investimentos, uma estratégia conhecida na história econômica. “Isso começou nos Estados Unidos, na década de 1920. Os economistas daquela época, sabiam que esse era um remédio eficaz. Houve essa mesma discussão que existe hoje no Brasil, se havia ou não disponibilidade de recursos do Estado para fazer investimento. Quando se aproximou a guerra recursos apareceram. Mas pelo motivo da paz os recursos não apareciam. Então se provou que não é uma questão de recursos, mas de motivação política”, afirmou.
Sergio Gabrielli aponta que o Brasil conseguiria contornar a crise caso a Petrobras estivesse fortalecida
Erick Gimenes A guerra de preços de petróleo entre Rússia e Arábia Saudita pode causar estragos profundos na economia brasileira graças à política de desintegração da Petrobras adotada pelo governo atual, afirma José Sergio Gabrielli, economista e ex-presidente da estatal. Segundo ele, ao abrir mão da produção em refinarias e focar apenas na exportação de petróleo cru do pré-sal, Bolsonaro pôs o Brasil refém do mercado internacional, ao passo em que fez perder autonomia para ajustar preços e controlar
Ao focar apenas na exportação de petróleo cru, Bolsonaro pôs o Brasil refém do mercado internacional
estoques – o que, em teoria, traria mais segurança aos investidores e evitaria a queda de quase 30% no valor de mercado da estatal ocorrida em apenas um dia, na segunda (9). A crise foi motivada por um desentendimento entre Rússia e Arábia Saudita sobre o controle de produção no mercado petrolífero. A divergência fez o preço do barril de petróleo tipo Brent desvalorizar mais de 30%, a maior queda desde a Guerra do Golfo, em 1991. Gabrielli afirma que as políticas neoliberais lideradas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, agravam os prejuízos com a crise internacional, já que enfraquecem o poder de reação interna do Estado contra movimentações que chegam de fora. De acordo com o economista, as consequências só seriam aliviadas se o governo retomasse a produção nas refinarias – o que, ao menos no discurso do governo, está longe de acontecer.
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Desmonte da Petrobrás “O Brasil, ao meu ver, equivocadamente saiu de uma política de integração de todos os setores da área do petróleo. A Petrobras era uma empresa que atuava fortemente na produção de petróleo, na exploração do petróleo, no refino do petróleo, na distribuição do petróleo, na transformação do petróleo. Passou a ser uma empresa que foca quase que exclusivamente na produção do pré-sal brasileiro. Ao fazer isso, reduzindo a utilização das refinarias, o Brasil passou a ser um importador de derivados de petróleo e um exportador de petróleo cru. Com a queda dos preços do petróleo, você vai ter uma queda brutal das receitas da Petrobras”. Gabrielli afirma ainda que a rentabilidade da Petrobras vai cair. “Como a rentabilidade vai cair, os fundos que estão aplicados em ações da Petrobras se desfizeram de ações e derrubaram os preços de ações da Petrobras, que caíram num dia, em 30 minutos, R$ 74 bilhões – um quarto do valor total”.
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Ronnie Lessa e Élcio Queiroz vão a Sobre acordo militar júri popular pela morte de Marielle com EUA: “Teremos o direito de comprar e Anderson Em 1998, Lessa recebeu ferro velho” Reprodução
Élcio Queiroz (esq.) e Ronnie Lessa (dir.) são principais suspeitos de executarem o crime
Da redação O PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira irão a júri popular pela acusação de assassinato da vereadora do Rio de Janeiro (RJ) Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. O modo do julgamento foi determinado nesta terça-feira (10) pela Justiça do Rio de Janeiro, às vésperas de completar dois anos do
crime que matou Marielle e Anderson, no dia 14 de março de 2018. Ronnie Lessa morava, na época do crime, no mesmo condomínio que Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca. O ex-PM passou pela Polícia Civil e também integrou o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e ficou conhecido por executar crimes de mando e pela eficiência e frieza em puxar o gatilho.
uma homenagem na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Lessa foi afastado da polícia após um atentado a bomba que sofreu no Rio de Janeiro, há dez anos. De acordo com a investigação na época, a motivação para o ataque teria sido uma briga entre facções criminosas. A explosão ocorreu quando o policial passava com o seu carro blindado, uma picape Hilux prata, pela rua Mirinduba, a poucos metros do 9ª BPM, que fica em Rocha Miranda, zona norte carioca. Já Elcio Queiroz, acusado de dirigir o Cobalt utilizado na ação que matou Marielle e Anderson, foi expulso da PM em 2016 por fazer segurança ilegal em uma casa de jogos de azar no Rio.
Congresso derruba veto de Bolsonaro que restringia acesso ao BPC Luis Macedo /Câmara dos Deputados
Da redação O Congresso Nacional derrubou na quarta-feira (11) o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que tentava impedir o acesso de uma parcela maior da população ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O BPC é um benefício de um salário mínimo dirigido a pessoas com deficiência ou que tenham mais de 65 anos em situação de vulnerabilidade financeira. O governo havia reprovado o aumento de 1/4 do salário mínimo (R$ 259) para meio salário mínimo (R$ 519) da renda máxima familiar per
capita para que o usuário possa receber o benefício. Senadores, por 45 votos a 14, e deputados, por 137 votos favoráveis, entenderam que era necessário manter a maior abrangência de beneficiários e derrubaram o veto de Bolsonaro. Com a decisão, a matéria será promulgada como lei.
O governo Bolsonaro assinou, no domingo (8), na Flórida, um acordo militar com os Estados Unidos com o objetivo de ampliar a entrada do Brasil no mercado de defesa estadunidense, o maior do mundo. Para Celso Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores e da Defesa nos governos Lula e Dilma, respectivamente, o Brasil não será beneficiado com o acordo. Segundo a avaliação do diplomata, Trump deseja “colocar o Brasil debaixo do braço”, ou seja, manter Jair Bolsonaro completamente alinhado à política
estadunidense, com a finalidade de privilegiar o país norte-americano. “E se para botar o Brasil debaixo do braço for necessário fazer comprinhas ou vender algumas coisas de segunda mão, farão. Mas não podemos ter ilusões sobre isso”, analisa Amorim. “Não vamos ganhar nada. Vamos, talvez, ter o direito de comprar mais ferro velho deles, como ocorreu no passado. Eventualmente, uma ou outra coisa menor. Mas eles não nos deixarão ter nada de estratégico”, avalia o diplomata.
Nossos direitos O SALÁRIO MATERNIDADE É DIREITO DAS MÃES DESEMPREGADAS? O Salário-maternidade é um benefício do INSS devido à pessoa que se afasta de suas atividades em função do nascimento do filho, devido a aborto legal, por uma adoção ou guarda judicial para fins de adoção. Em regra, se a pessoa está empregada, o empregador é quem tem a obrigação de pagar. Entretanto, não são somente as pessoas empregadas que têm direito ao benefício. Caso você esteja desempregada e ainda mantenha a condição de segurado do INSS, é possível pedir o benefício. A manutenção da condição de segurado existe após 12 meses depois do fim das contribuições (último salário). Se você tiver acumulado mais de 120 contribuições sem perder a qualidade de segurado, o período se estende por 24 meses. Para requerer o Salário-maternidade, a pessoa desempregada que ainda tem a qualidade de segurado deve ter acumulado ao menos dez contribuições à Previdência. O pedido deve ser feito no INSS. Jonathan Hassen é advogado popular
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BOLINHO DE ARROZ Reprodução
Ingredientes • 2 xícaras de chá de arroz pronto (pode ser aquele que sobrou do almoço) • 1 xícara (chá) de farinha de trigo • 2 ovos • 3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado • 1 colher (sopa) de fermento em pó • Sal, salsinha picada, pimenta, páprica a gosto
Modo de preparo 1. Junte todos os ingredientes numa tigela. Misture bem até ficar homogêneo, desgrudando das mãos; 2. Faça bolinhas com a ajuda de uma colher de pau; 3. Frite em óleo bem quente ou asse em forno médio (180°) até ficarem dourados.
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Minha menstruação é desregulada. Isso pode ser sinal de algum problema de saúde? Jéssica Leandra, 19 anos, estudante. A desregulação menstrual pode se dever a algum desarranjo que precisa ser investigado, mas muitas mulheres pensam que ter menstruação desregulada significa o fluxo não descer sempre no mesmo dia do mês. O indicado é contar o intervalo entre o 1º dia de uma menstruação e o 1º dia da próxima. Esse período é o ciclo menstrual, que pode ser de 25, 30, 35 dias etc. (varia muito entre as mulheres). Se ele for sempre igual ou com pequenas variações, está regular. Irregular seria um ciclo com grandes variações em que você nunca sabe quando a menstruação chegará. É comum ela ser desregulada nos primeiros anos da adolescência ou perto da menopausa.
Mande sua dúvida para amigadasaude@brasildefato.com.br
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Belo Horizonte, 13 a 19 de março de 2020 Reprodução
Roteiro
CIÊNCIA, COISA BOA! O ÁLCOOL EM GEL É EFICAZ PARA EVITAR INFECÇÕES?
Nos últimos dias circulou pelo WhatsApp um vídeo de autoria de um tal “químico autodidata” em que ele afirmava que o álcool em gel não é eficaz no combate a infecções como a do coronavírus. Você recebeu esse vídeo? Acreditou no papo do cara? Esse é um ótimo exemplo do poder das fake news. Há anos, os mais respeitáveis órgãos de saúde e pesquisa do mundo afirmam que a aplicação de álcool nas mãos mata microrganismos, o que evita uma série de infecções. Basta um doidão qualquer gravar um vídeo e soltar nas redes sociais e, como por mágica, todo mundo passa a questionar o que era verdade. O vídeo possui várias características de uma fake news clássica. Tom alarmista; questionamento do status quo; uso de expressões técnicas de forma a se dar credibilidade à notícia; pedido para repassar a informação para o máximo de pessoas possível; e uma boa dose de teoria da conspiração. Fica esperto! Sempre que receber algo desse tipo busque fontes seguras de informação, como órgãos oficiais e universidades. Mas o que a ciência diz sobre a eficácia do álcool em gel? Diversos estudos rea-
firmam que o álcool etílico possui sim a capacidade de eliminar vírus, bactérias e fungos, seja da pele seja de superfícies e objetos. A substância age na desestruturação de proteínas e lipídeos presentes na composição desses microrganismos, o que causa sua morte. É importante que a concentração do álcool seja igual ou superior a 70%. Ou seja, para cada 100 ml do produto, 70 ml são álcool e os outros 30, água e outras substâncias, como aromatizantes e espessantes. Lavar as mãos com água e sabão também é bastante eficaz. Lave ou aplique o álcool em toda a superfície da mão, na parte da frente e atrás, entre os dedos e com especial atenção para as unhas, que devem ser mantidas curtas. Como já foi dito nesta coluna, o coronavírus possui taxas de proliferação e mortalidade semelhantes às da gripe comum. Devemos tomar cuidados sim, pois ficar doente nunca é bom. Principalmente idosos e pessoas imunodeprimidas. Mas sem paranoias! Esta epidemia não é a primeira e nem será a última que a humanidade enfrentará. E está longe de ser a mais grave. Um abraço e até a próxima!
Livro sobre “pais ausentes”
O Centro de Referência da Juventude, em BH, recebe, no dia 21 de março, o lançamento do livro-reportagem "Não tenho pai, mas sou herdeiro: histórias e registros de paternidades ausentes". O projeto, realizado pelas jornalistas Alice Machado e Isabelle Chagas trata do abandono paterno no Brasil. O evento é gratuito e começa às 15h. Haverá também distribuição gratuita dos exemplares.
Dona Zélia do Prato em BH
Rodas de conversa, vivências e apresentações fazem parte da programação dos dias 13 a 16 de março da Escola Cultural Herança Ancestral, que convida Dona Zélia do Prato, sambadeira e cantadora de Chula, de Santo Amaro, na Bahia. As atividades acontecem no Teatro Espanca, no Terrêru, no Kilombo Manzo Ngunzo Kaiango e na Casa de Referência da Mulher Tina Martins. Informações sobre endereço e contribuições pelo telefone (31) 98554-7061.
Filmes dirigidos por mulheres
Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
ANÚNCIO
O futuro do Brasil passa pela Petrobras Até quinta (19), o MIS Cine Santa Tereza apresenta a mostra “Imagem dos Povos – Mulheres” com filmes dirigidos por mulheres e uma homenagem à pioneira do cinema, Alice Guy-Blaché. Entre os títulos estão “Los Silencios”, de Beatriz Seigner; “A Camareira”, de Lila Avilés, e “Yãmiyhex, as mulheres-espíritos”, de Sueli Maxakali e Isael Maxakali. A entrada é gratuita e o endereço é Estrela do Sul, 89, Santa Tereza, Belo Horizonte.
Belo Horizonte, 13 a 19 de março de 2020 Alê Cabral / CPB
Personagem da semana
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Dipartimento Protezione Civile
PAPO ESPORTIVO Carlos Gregório Jr. / Vasco
na geral
Campeã pan-americana de parataekwondo na categoria até 58 kg, a paraibana Silvana Fernandes, de 20 anos, já tem vaga garantida nos Jogos Paralímpicos
de Tóquio. A classificação foi garantida com a medalha de ouro na modalidade, conquistado na quarta-feira (11), na cidade de Heredia, na Costa Rica. Na final,
Silvana derrotou a jamaicana Shauna-Kay por 26 a 8. “O povo brasileiro tem muita raça e isso ajuda a gente a chegar confiante", disse a atleta após a conquista. Marcos Correa /Presidência da República
Coronovírus, crise, medidas de exceção: o que o esporte tem a ver com isso? Diego Silveira
na geral
Irmãos Assis devem seguir presos O juiz paraguaio Gustavo Amarilla agendou para o dia 17 a perícia nos celulares de Ronaldinho Gaúcho e Roberto de Assis. Até lá, eles devem continuar presos em Assunção, aonde foram levados após serem pegos com passaportes falsos, no último dia 4. A dupla é investigada por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Há suspeitas de que eles es-
tariam articulando a abertura de casas de jogos clandestinas. Esta não é a primeira vez que Ronaldo e Roberto têm os nomes associados a crimes. Em 2015, eles foram condenados por dano ambiental, com multa em torno de R$ 10 milhões, após construção de um trapiche no Lago Guaíba, em Porto Alegre (RS). Recentemente, os irmãos Assis também fo-
ram indiciados em uma ação coletiva em Barcelona, acusados de enganar um grupo de 150 investidores. Os autores da ação pedem indenização de R$ 300 milhões. Em setembro de 2019, Bolsonaro nomeou Ronaldinho para o cargo simbólico de embaixador da Embratur, uma autarquia vinculada ao Ministério do Turismo. ANÚNCIO
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As medidas de exceção implementadas em algumas nações, supostamente por causa do coronavírus, estão mudando a rotina de cidadãos em todo o mundo. Autoridades aumentaram o controle das fronteiras e cercearam parcialmente o direito de ir e vir da população. Na Itália, até o Exército foi para as ruas controlar o fluxo de pessoas e frear a propagação da doença. Claro que tais medidas atingem o esporte. A Liga dos Campeões da Europa teve e terá várias partidas sem público. No Campeonato Italiano, os jogos terão portões fechados até 3 de abril. Na Liga Europa, o Getafe se recusou a ir a Milão, epicentro do coronavírus na Itália, para enfrentar a Inter, e a Roma foi impedida pelas autoridades locais de entrar na Espanha, onde enfrentaria o Sevilla, por medo de que os atletas romanos levassem a doença. O Paraguai terá jogos sem público por tempo indeterminado. Outros eventos correm risco de cancelamento ou foram cancelados. Nos
EUA, o tradicional torneio de tênis de Indian Wells não acontecerá. No Comitê Olímpico Internacional, discute-se o adiamento das Olimpíadas de Tóquio, o que provocaria, de acordo com uma seguradora, a retração de 1,4% do PIB japonês. Há efeitos concretos que imprensa e governos depositam na conta do coronavírus. Mas os exageros cometidos não seriam um álibi para a crise global? Isto é, embora real, a expansão da doença não serviria para ofuscar problemas como a superprodução de mercadorias, a redução dos salários, a queda nos investimentos públicos, que são as verdadeiras causas dessa crise? Com o pânico, as medidas de controle funcionariam para manter reprimidos os ânimos do povo contra governos e capitalistas, verdadeiros responsáveis pela crise. Neste momento, nem mesmo o dinheiro perdido com as bilionárias cifras do esporte impediria o desenvolvimento da crise econômica internacional ofuscada pela pandemia de coronavírus.
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Marcelo Casal Jr. .
Coronavírus: Conmebol suspende Libertadores por uma semana
A Conmebol suspendeu os jogos da Copa Libertadores que estavam previstos para acontecer entre os dias 15 e 21 de março. Segundo a entidade, a medida foi tomada com o objetivo de prevenir contra a expansão do Covid-19 (novo Coro-
navírus). Ajustes no calendário esportivo devem ser feitos na próxima semana. Com a decisão, ficam suspensos os jogos dos times brasileiros: Independiente Del Valle x Flamengo, Bolívar x Palmeiras, São Paulo x River Plate, Universidad Ca-
DECLARAÇÃO DA SEMANA Paul Robinson
tólica x Grêmio, Internacional x América de Cali, Santos x Olímpia, entre outros. Também estão desmarcadas as partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo, previstas para o período de 23 a 31 de março.
Quem deve falar são as pessoas que sabem o que dizer e dar informações úteis, não treinadores de futebol” Jürgen Klopp, treinador do Liverpool, respondendo à repórter que pediu que ele comentasse sobre o coronavírus.
Gol de placa O Fortaleza denunciou a violência contra a mulher, no jogo do sábado (7), no Castelão, contra o CSA. Quando os telões mostraram as Câmeras do Beijo, que focam e estimulam casais a se beijar, uma dupla de atores simulou a mulher recusar o beijo e o homem agredi-la. Em seguida, os atores incentivaram as denúncias desse tipo de agressão.
Gol contra Matéria da Folha de S. Paulo do dia 9 denuncia que nenhum real dos R$ 10 milhões prometidos, em junho de 2019, por Bolsonaro para o esporte paralímpico brasileiro foi investido até o momento. O valor irrisório e a demora em aplicá-lo mostram o descaso do governo com o setor.
Sonhar não custa nada
Segue vivo
A realidade bate à porta
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
Embora não tenha jogado tão bem contra a Ferroviária pela Copa do Brasil, o América manteve o padrão de jogo, trouxe uma boa vantagem para o jogo de volta e manteve a invencibilidade no ano. Por enquanto, o técnico Lisca tem conseguido fazer o time Decacampeão jogar para frente, criando muitas oportunidades de gol. Apesar da boa vontade, infelizmente, ainda falta alguma qualidade para o trio de ataque concluir melhor as bolas que têm aparecido. De toda forma, o time segue firme nas competições em que está: é líder e invicto no Campeonato Mineiro, com boas possibilidades de terminar a primeira fase em primeiro lugar, e segue vivo na Copa do Brasil, bastando ganhar em casa da Ferroviária para avançar.
Cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Me refiro a Jorge Sampaoli. Como aconteceu com Dudamel, a expectativa é grande. Ainda mais depois da vitória no clássico. Triunfo como este, no momento atual do time, traz alento para os torcedores. PoÉ Galo doido! rém, não podemos esquecer as deficiências do elenco e o novo treinador enfatiza isto o tempo todo. Ao mesmo tempo, incentiva deduções sobre o estilo de jogo a ser imposto e quais jogadores ainda têm chance de permanecer. No rescaldo da temporada, Estadual e o Brasileiro, como caminho para a Libertadores, são os desafios do comandante argentino. Tardelli está aí. Cazares ressurgiu. Lucas Pratto e Roger Guedes são cogitados. Sonhar não custa nada.
Salve, nação! Depois de perder para o CRB na quarta, Adilson Batista foi demitido e readmitido numa mesma tarde. A única certeza é que o clube segue à deriva. Some-se a isso a juventude de boa parte do elenco, que encara pelaLa primeira vezNegra uma temporada Bestia no profissional. As contratações ainda não mostraram o que podem aportar à equipe. Quem comanda o clube no momento parece não ter ideia de como conduzir a situação. Vivemos um momento complicado, em que não dá para ficar achando que a história do clube por si só vai reerguê-lo. Não vai. Escolher o técnico deve ser consequência de uma administração pé no chão e não uma escolha aleatória, tomada no calor dos fracassos em campo. Saudações celestes!
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