Gracias, Quino Criador da personagem Mafalda desaparece fisicamente, mas sua arte é atemporal OPINIÃO 2
FIVB
Censura no vôlei Carol Solberg está sendo punida por ser contra Bolsonaro. Atletas que apoiaram nunca sofreram retaliações ESPORTES 15
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, 2 a 8 de outubro • edição 323 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Levante Popular da Juventude
A ENTREGA DO QUE É NOSSO Cinco motivos para ser contra a privatização da Cemig - pág. 5 Oito motivos para ser contra a privatização da Petrobras - pág. 9 "Número de servidores públicos é pequeno no Brasil", diz jurista - pág. 11 “Somos contra a volta às aulas”, afirma Fórum da Educação - pág. 6 90% dos passageiros andam em ônibus lotados em BH - pág. 4
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 2 a 8 de outubro de 2020
OPINIÃO
Esse mundo é uma sopa João Paulo Cunha
ESPAÇO DOS LEITORES
“Arrepiada aqui! Como ex-aluna, apoio o coletivo e estou na torcida para que o colegiado compreenda a importância da pauta” Marie Tavares, sobre a matéria “Em Viçosa (MG), alunos lutam por cotas para estudantes negros em colégio federal”. -“É preciso largar mão da hipocrisia...” Sorângela Sol, sobre postagem “1 em cada 5 mulheres de até 40 anos no Brasil já fez aborto”. -“O que houve foi nenhum esforço para combater a pandemia, por isso somos o pior país do mundo” Eliana Olimpio comenta artigo “Não é fácil ser o pior do mundo”, de João Paulo Cunha. -“Voltou com conteúdo crítico, bom de ler, incrível como sempre! Parabéns para toda a equipe do Brasil de Fato MG” Joana Tavares, sobre a volta, depois de seis meses, do jornal impresso.
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A morte do argentino Joaquin Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como Quino, encerra o ciclo de uma das personagens mais ricas da cultura contemporânea, a garota Mafalda. O que muita gente não sabe é que Mafalda já não dava as caras de forma original há quase 50 anos, desde que, em 1973, Quino deu por encerrada sua trajetória. Só voltou a publicar tiras inéditas quando convocado por causas humanitárias, como o fe-
Mafalda ajuda a entender o que é liberdade, injustiça, família e amor minismo e a defesa da democracia. Em cerca de dez anos, entre 1964 e 1973, foram 1.928 cartuns estrelados pela mais genial, indignada e, por que não, sublime menina em seus eternos e inacreditáveis 6 anos de idade. Mafalda começa a brilhar sozinha, com a companhia meio coadjuvante dos pais e professores, para logo em seguida ir ganhando companheiras e companheiros de jornada. De Manolito e Felipe, de Susanita ao irmão Guille, de Miguelito a Liberdade. Os personagens, como a chefe da turma, são tão únicos como exemplares. São vários os motivos que explicam tanto amor do público por Mafalda. Em primeiro lugar, a capacidade de ser atemporal, respondendo sempre por provocações que não são de um único tempo ou lugar, mas inspiradas pela mais autêntica universalidade. Ela era uma garota que ama-
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
va os Beatles e odiava sopa, o que é uma maneira de dizer que era aberta às transformações e inimiga das convenções que limitam o mundo. Paradoxalmente, é exatamente por ser argentina, de classe média e viver em meio a um clima de opressão e consumismo que ela dá mais motivos para fazer parte do afeto de tantas pessoas nos mais distantes cantos do planeta. Os trabalhos de Quino são traduções em linguagem simples e poética de questões mais amplas e profundas. Mafalda é sempre maior que sua circunstância imediata. Com poucas palavras e tiradas filosóficas impagáveis, as histórias parecem compor um momento de iluminação atrás do outro, sempre com fundamento na realidade. É assim que vai se constituindo, ao longo das tiras, um dicionário afetivo
Quino criou a mais conhecida personagem de quadrinhos da América do Sul que ajuda a entender o que é liberdade, injustiça, exploração, família, educação, alienação, revolta, amor, indignação, velhice e morte, entre outros temas que dão sentido à vida. Mafalda se tornou a mais conhecida personagem de quadrinhos da América do Sul, ganhando admiradores em todo o mundo. Que, hoje, Mafalda ainda tenha tanto a nos dizer é mais um acerto, infelizmente, da capacidade do artista em diagnosticar nossas fraquezas.
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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Redação: Amélia Gomes, Bruna Bentes , Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa e Z Carota. Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 10 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
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GERAL
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Divulkgação
Declaração da Semana Número da Semana Se rachadinha é corrupção e corrupção é crime; e quem comete crime é bandido, fiquei na dúvida se a frase ‘bandido bom é bandido morto’ permanece valendo ou caiu em desuso mesmo”
93%
dos 108 mil hectares do Parque Estadual Encontro das Águas, no Pantanal, já foram destruídos pelo fogo. O território é conhecido por abrigar a maior concentração de onçaspintadas do mundo por quilômetro quadrados.
Adote um gatinho do Parque Municipal
Divulkgação
Ironiza Fábio Porchat, sobre a notícia de que o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos) e seu ex-assessor Fabrício Queiroz foram denunciados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Idealizado por um grupo de protetoras independentes, o projeto SOS Gatinhos do Parque ajuda os bichanos abandonados no Parque Municipal de BH a encontrarem uma nova família. Todos os dias são alimentados aproximadamente 600 gatos, além de ofere-
cidos cuidados com aqueles que sofrem com a chuva, o frio e com maus tratos. E todo o trabalho é voluntário. Se você quiser doar ou ajudar no cuidado, acesse mais informações na página @sosgatinhosdoparque, no Instagram.
Visitas, só com agendamento
Os parques de Belo Horizonte estão sendo reabertos aos poucos. Por enquanto, as visitas devem ser agendadas e há um limite diário de pessoas em cada parque. As medidas individuais de segurança são obrigatórias. Os parques funcio-
Arquivo / PBH
nam de quinta a domingo, de 8h às 17h e o agendamento é gratuito através de servicos.pbh.gov.br. A Prefeitura de BH recomenda que pessoas que pertencem ao grupo de risco não frequentem parques públicos.
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CIDADES
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BH: mais de 90% dos passageiros andam em ônibus lotados durante a pandemia MOBILIDADE URBANA Pesquisa revela que empresas não cumprem normas de segurança Divulgação
Raíssa Lopes
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esquisa do Tarifa Zero, movimento social pela mobilidade urbana em BH, em parceria com a Assessoria Jurídica Universitária Popular (AJUP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) entrevistou 519 pessoas, das quais 432 afirmaram precisar do transporte coletivo de ônibus na capital - essas foram as respostas levadas em consideração. Os usuários que relataram já ter andado de ônibus lotados na pandemia somaram 93%. 80% dos passageiros responderam que os horários não estão sendo respeitados, 91% que esperam mais de 30 minutos por um
Motoristas correm risco semelhante ao de profissionais da saúde de contrair covid-19 que nunca disponibilizavam e 15,7% que sempre disponibilizavam. ônibus, 32,9% passaram a usar aplicativos de transporte para conseguir se locomover e 89% afirmaram que a renda foi impactada negativamente por ter que gastar mais com transporte (ou por pedir um carro de aplicativo, ou por ter que pegar dois ou mais cole-
tivos porque o número de viagens das linhas foi cortado, entre outros motivos). A pesquisa mostrou também que 48,8% dos usuários entrevistados disseram que às vezes os ônibus disponibilizavam álcool para higienizar as mãos, 37,7% afirmaram
Motoristas em risco e empresas multadas Motoristas estão em perigo semelhante aos profissionais da saúde na chance de contrair covid-19, indica mapeamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Enquanto os trabalhadores da saúde têm uma probabi-
lidade de contaminação que gira em torno de 50% a 100%, os motoristas têm 71% de risco de adoecerem pela enfermidade. “De uma maneira totalmente mal planejada, as empresas simplesmente diminuíram o número de coletivos rodando, por isso aumentam o intervalo, causando lotação”, explica Guilherme Andrade, que participou do estudo pela Assessoria Jurídica Popular da UFMG. Como a prevenção não foi implementada de acordo com as regras, as empresas receberam cerca de 9 mil multas até o mês de agosto deste ano, contabilizando mais de R$ 5 milhões que ainda não foram pagos.
Construção de hidrelétrica no São Francisco pode colocar em risco a vida do rio ALERTA Sem diálogo com a comunidade, governo federal apoia empreendimento em Pirapora (MG) Reprodução
Amélia Gomes
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Rio São Francisco é um dos principais cursos hídricos do nosso país. Por sua extensão e vazão, o Velho Chico é o responsável pelo abastecimento direto em centenas de municípios brasileiros, atendendo às famílias, empresas e à agricultura. Além disso, abriga uma importante biodiversidade, sendo fonte de sustento para muitas famílias. No entanto, um processo de licenciamento para a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Formoso, na cidade de Pirapora (MG), ameaça a vida no rio. As obras foram divulgadas
no fim de 2019 e pegaram de surpresa as comunidades ribeirinhas, o Comitê da Bacia do São Francisco e até mesmo a prefeitura de Pirapora. A empresa
responsável pela hidrelétrica é a Quebec Engenharia. A UHE de Formoso terá área do reservatório da barragem de 312 km2, o que equivale a 31,2 mil campos de futebol.
Problemas ambientais e sociais Alexandre Gonçalves, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), alerta que “o setor elétrico vai controlar ainda mais a vazão do rio, prejudicando o ciclo de cheia e vazante, assim, cria um efeito muito negativo na ecologia e na agricultura vazanteira, tão importante para a produção de alimentos”, pontua. De acordo com o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, Anivaldo Miranda, “o rio não suporta mais esse tipo de empreendimento. O que ele precisa de revitalização, saneamento bási-
co, coleta e tratamento de esgoto, recomposição das matas ciliares e combate às erosões, e não investimentos agressivos”. Na avaliação de Anivaldo, “a hidrelétrica está sendo construída para atender a interesses que não são os prioritários para o conjunto da bacia e os promotores tanto sabem que estão construindo a iniciativa longe da opinião pública”, critica. Em repúdio à construção da UHE de Formoso, mais de 60 entidades elaboraram um abaixo-assinado contra a obra e farão uma mobilização nacional pelo Rio São Francisco dia 5 de outubro.
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Cinco motivos que mostram que venda da Cemig prejudica mais pobres
MINAS
5 Rodolfo CLix
PREJUÍZO Governador Romeu Zema tenta, desde o ano passado, aprovar Regime de Recuperação Fiscal que prevê privatizações Larissa Costa
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Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está na mira de Romeu Zema (Novo), desde sua campanha eleitoral. No ano passado, o governador chegou a anunciar a estatal para investidores em evento em Nova York (EUA). Em meio à pandemia do coronavírus, Zema voltou a defender, em abril, a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do governo federal, que tem como uma das contrapartidas a venda das empresas estatais. A alegação do governador é de que a privatização das estatais resolveria a questão fiscal do Estado. No entanto, trabalhadores da empresa, parlamentares, sindicatos e movimentos populares denunciam que a venda da empresa beneficiará empresários e trará prejuízos para Minas. “O objetivo central da privatização é o aumento do lucro dos acionistas. As formas de aumentar a maximização de lucro são aumentando a tarifa, diminuindo o custo de pessoal e de investimento em custos gerenciais, como manutenção e operação”, aponta Jefferson Leandro, coordenador geral do Sindicato Inter-
municipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG). Pensando nisso, o Brasil de Fato MG selecionou cinco motivos que demonstram que a venda da Cemig pode atingir em cheio a vida das pessoas, principalmente a dos mais pobres. 1. A privatização da Cemig pode aumentar o valor da conta de luz A Espírito Santo Centrais Elétricas S. A. (Escelsa) foi privatizada em 1995. Segundo Jefferson, entre 1995 e 2015, o reajuste acumulado da tarifa de energia elétrica foi de 751%, enquanto a inflação sofreu um aumento de 343% nesse mesmo período. Ou seja, a tarifa aumentou mais que o dobro que a inflação. Outro exemplo, diz respeito à venda das usinas Jaguara, Miranda, São Simão e Volta Grande, que representavam 50% de toda a energia gerada pela Cemig. O governo Temer decidiu pelo leilão e ofereceu
O objetivo central da privatização é o aumento do lucro dos acionistas”
Empresa estatal tem a responsabilidade social de garantir as necessidades essenciais para a população. R$ 142 por cada megawatt/ hora de energia vendida. Quando as usinas pertenciam à Cemig, cada megawatt/hora eram remuneradas por R$ 66. Ou seja, o valor do megawatt/hora mais que dobrou, impactando no aumento da tarifa. 2. A privatização da Cemig pode acabar com a tarifa social A Tarifa Social de Energia Elétrica foi criada pela Lei n° 10.438/2002, que concede descontos para os consumidores de baixa renda de todo o Brasil. Em Minas Gerais, conforme informação da Cemig, são 830 mil beneficiados. Isso significa que ao adotar a tarifa social, a Cemig assume o compromisso de subsidiar parte do que seria conta das famílias mais pobres. “Os acionistas da Cemig não irão abrir mão do seu lucro para arcar com esse custo. Quem faz isso é o Estado”, afirma Jefferson.
3. A privatização da Cemig pode dificultar a eletrificação rural A diminuição dos investimentos em infraestrutura também é uma forma de aumentar os lucros. As empresas privadas realizam investimentos a depender do retorno financeiro. Por exemplo, para atender a uma população urbana, a Cemig pode fazer uma linha de poucos quilômetros e beneficiar muitas residências, e cada uma teria sua conta de luz para pagar. A área rural exige a construção de uma rede mais longa, com mais postes e cabos e, muitas vezes, são poucas famílias beneficiadas, reduzindo o retorno financeiro. “Se privatizar, isso não vai ocorrer”, aponta o sindicalista. 4. A privatização da Cemig pode piorar a qualidade dos serviços Desde 2019, o governo estadual tem atacado a estrutura da Cemig visando à privatização. Ao longo do ano, foram fechadas cerca de 50 bases em todo o estado. Nessas bases, ficavam lotados eletricistas que faziam serviços comerciais e de emergência na região. Com o fechamento, eles foram transferidos para outras cidades, o que causou um aumento
de até 200 quilômetros para a realização do atendimento, segundo Jefferson. “Equipes serão extintas, provavelmente serão fechadas outras bases, e a relação com os clientes por meio do eletricista vai se agravar. Os atendimentos podem ter corte de custos, como agências, aplicativo, serviço de call center”, ressalta. 5. A privatização pode piorar a condição de trabalho dos terceirizados Nos casos de violação de direitos trabalhistas e humanos, a Cemig, sendo estatal, é corresponsável pela sua força de trabalho, inclusive pelos terceirizados. E isso se confirma em ações judiciais movidas pelo sindicato para pagamento de passivos trabalhistas ou indenizações por questões de saúde. Com a privatização, os trabalhadores terceirizados terão piores condições de trabalho, pois eles têm uma condição desfavorável de negociação, além de ficarem mais reféns dos contratos de trabalho. Dados de 2015, de acordo com o sindicato, apontam que o número de trabalhadores terceirizados da Cemig chegava a 23 mil, enquanto o quadro próprio contava com 5 mil trabalhadores.
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MINAS
Belo Horizonte, 2 a 8 de outubro de 2020
Fórum Estadual de Educação desmente fala de secretária e se opõe à volta às aulas em Minas EDUCAÇÃO 90,3% dos participantes de consulta pública são contrários ao retorno das aulas neste momento Franciele Xavier SEE/ MG
Da redação
O
Fórum Estadual Permanente de Educação de Minas Gerais (Fepemg) divulgou nota em coletiva de imprensa, na quinta-feira (1), para desmentir a fala da secretária de Estado da Educação, Julia Sant´Anna, que havia dito que o Fórum participou da construção da estratégia de retorno às aulas. A coordenadora do Fepemg, professora Analise da Silva, afirmou na coletiva que o Fórum é “contra o retorno às aulas com base em consulta pública feita com a participação de 32.193 pessoas de 769 mu-
nicípios de Minas Gerais, pois 90,3% dos respondentes à consulta são contrários ao retorno. Os pais e as mães já entenderam que conteúdo se repõe, vidas não”, afirmou. Analise afirmou ainda que “o Fórum defende a
volta às aulas quando houver vacina e cenário seguro de que a quebra do isolamento social não trará riscos à coletividade”. Veja alguns trechos da nota divulgada pelo Fórum. “Sabemos todos que Minas Gerais, bem como o
país inteiro, vive uma situação de excepcionalidade, atravessando uma crise humanitária que a pandemia, a maior dos últimos 100 anos, só fez escancarar. As enormes contradições de um país profundamente desigual ficaram muito evidentes, impactando até o esforço de estabelecer atividades escolares não pre-
Fórum cobra condições mínimas para realização de atividades remotas
senciais durante a pandemia. Desde o início do distanciamento social, não foram realizados esforços e investimentos para viabilizar, por exemplo, a conectividade, o fornecimento e oferta imediata de dispositivos e recursos computacionais adequados aos trabalhadores e aos estudantes, de maneira a garantir que tivessem acesso à internet. Levantamentos da própria Secretaria de Educação já demostraram que as atividades remotas deixaram de fora mais de 1,7 milhão de estudantes em Minas Gerais”. ANÚNCIO
Belo Horizonte, 2 a 8 de outubro de 2020 Marcello Casal Jr /Agência Brasili
OPINIÃO
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Ana Manuela Chã e Guê Oliveira
Arte e cultura na pandemia
Auxílio emergencial até dezembro, agora Há duas quase unanimidades sobre o auxílio emergencial de R$600 por mês votado pelo Congresso Nacional. A primeira delas confirma com números seus efeitos positivos para as pessoas, para o comércio, para as arrecadações fiscais e para a economia em geral; Sem o auxílio, a pandemia teria sido, além de mortífera, um verdadeiro pandemônio. A segunda quase unanimidade é o silêncio sobre a manutenção do auxílio, pelo menos até dezembro, e a inação para discutir, votar e derrotar a MP 1.000, que cortou o auxílio pela metade e eliminou milhões de beneficiários. As únicas instituições nacionais representativas que se posicionaram afirmativamente exigindo a manutenção do auxílio foram as centrais sindicais. Entre os parlamentares, que de imediato são os responsáveis pelos destinos da MP 1.000, reina a expectativa paralisante de comum acordo com o presidente da Câmara que suporta uma covid tática. As conversas que a delegação das centrais sindicais teve Números na terça (29) com deputados que são lideranças políticas confirmam do centrão e do governo foram positivas, esclarecedoras das posições respectivas, mas pouco conclusivas ou efeitos posiindicativas de ação imediata. Atordoados com os efeitos tivos para as da pedalada e do calote da véspera, os deputados pessoas e para tocaram um samba de uma nota só, o samba do teto de a economia gastos, sem admitir que a prorrogação emergencial do auxílio até dezembro não pressupõe o limite. O tempo urge, as tarefas e desafios se acumulam, os prazos nos são desfavoráveis (até mesmo os das eleições municipais), mas é preciso persistir no empenho unitário das direções sindicais exigindo votar a MP 1.000 e garantindo 600 reais mensais até dezembro. João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores
em São Paulo
Ana Manuela Chã é mestre em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe (Unesp/ENFF) e Guê Oliveira é historiadora e musicista, ambas são do Coletivo de Cultura do MST.
ACOMPANHANDO
João Guilherme Vargas Netto
No Brasil, após o golpe de 2016, a cultura foi um dos primeiros alvos do governo de Michel Temer e nunca mais saiu da mira dos conservadores e do atual governo Bolsonaro. Quando a pandemia foi declarada, boa parte da cultura brasileira vivia já à custa de respiradores: o Ministério da Cultura já havia sido extinto, as políticas públicas para o campo artístico-cultural eram praticamente inexistentes, os casos de censura eram cada vez mais comuns, assim como as fake news contra os profissionais da área. Esses ataques não são surpresa em se tratando de governos que têm no obscurantismo, na intolerância, no ódio e combate à diversidade um de seus pilares. A cultura e a arte têm um enorme potencial de construção de uma visão crítica da realidade e de formação de consciência, numa perspectiva humanizadora. Esse potencial latente 5,2 milhões de de desnaturalização da barbárie é considerado uma ameaça profissionais permanente e precisa ser elimi- da área cultural nado ou reduzido ao mínimo. foram os primeiA chegada da pandemia e o ros a parar de cancelamento das atividades trabalhar acabou evidenciando a condição da classe trabalhadora, seja dos artistas, agentes culturais, mestres e mestras das manifestações das culturas populares, técnicos, costureiros, eletricistas, auxiliares, entre outros. Estima-se que sejam mais de 5,2 milhões de profissionais da área, a grande maioria atuando nos “bastidores” do espetáculo. E mesmo tendo sido estes os primeiros a parar de trabalhar, foram os últimos a serem considerados numa política de auxílio de emergência, com a aprovação da Lei Aldir Blanc, proposta pelo campo político de visão progressista. O que ficará de tudo isso pós-pandemia? Acreditamos que está colocada para nós a possibilidade de nos reinventarmos.
...Na edição 322... O que ainda temos pela frente? E agora... Brasil volta a registrar mais de mil mortes pela covid-19 em um dia O número de mortes pela covid-19 registradas no Brasil entre terça (29) e quarta-feira (30) chegou a 1.041. As novas confirmações em 24 horas interrompem uma tendência de resultados abaixo de 1 mil, que vinha se mantendo desde 16 de setembro. O total de casos fatais no país passa de 144 mil. O total de pessoas contaminadas pela covid está próximo a 5 milhões.
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BRASIL
Belo Horizonte, 2 a 8 de outubro de 2020
Pantanal: chuva não ajuda e fogo já destruiu 93% do parque do Encontro das Águas
José Cruz /Agência Brasil
QUEIMADAS Incêndios continuam avançando em tempo recorde para grandes áreas Mauro Pimentel / AFP
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s queimadas no Pantanal continuam avançando e já destruíram 93% dos 108 mil hectares do Parque Estadual Encontro das Águas, o território conhecido por abrigar a maior concentração de onças-pintadas do mundo por quilômetro quadrado. De janeiro até o dia 20 de setembro, o parque regis-
trou 471 focos de calor, enquanto em 2019 não contabilizou nenhum. O parque abriga também as terras indígenas Perigara e Baía dos Guatós, fortemente atingidas pelo fogo. A mesma frente de fogo ameaça também o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense. Nos últimos dias, a Estação Ecológica Taiamã tam-
Além da fauna e da flora, fogo coloca em risco base de pesquisas da Universidade Estadual de Mato Grosso
bém foi atingida, com pelo menos 27% de sua área impactada. Os dados foram divulgados pelo Instituto Centro de Vida (ICV), que realiza monitoramento por meio de geotecnologia. As expectativas de que o fim do período de seca na região poderia controlar o alastramento do fogo foram frustradas. Imagens de satélite mostram que as primeiras chuvas de setembro não diminuíram o avanço do fogo. Na estação Taiamã, ilha localizada em área de encontros de águas no rio Paraguai, mais de 3,1 mil hectares já foram queimados. A unidade tem um total de 11,6 mil hectares. Além da fauna e da flora, o fogo coloca em risco também uma base de pesquisas da Universidade Estadual de Mato Grosso.
Casos de violência contra indígenas aumentam 150% no primeiro ano de Bolsonaro Tiago MIotto Cimi
Redação
C
onfirmando todas as expectativas, o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro foi marcado por um aumento expressivo nos mais diversos tipos de violência contra povos indígenas no Brasil, com um crescimento de 150% nos registros. Ao todo, 113 indígenas foram assassinados no ano passado, de acordo com dados oficiais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), obtidos pelo Cimi. Apesar de ser um pouco me-
nor do que os homicídios de indígenas praticados no ano anterior (135), o registro de outros tipos de violências
somou 276 casos em 2019, contra 110 em 2018. Foram notificadas 33 ameaças de morte, 34 ameaças vá-
rias, além de 20 homicídios culposos - quando não há intenção de matar - , 24 tentativas de assassinato, 10 casos de violência sexual, 13 casos de lesão corporal dolosa e 16 situações de racismo e discriminação étnico cultural. Um dos casos de maior repercussão, inclusive internacional, foi o assassinato, no final do ano passado, de Paulo Paulino Guajajara, morto no Maranhão em emboscada de madeireiros dentro de seu próprio território.
Desemprego alcança mais de 13 milhões de pessoas e bate novo recorde Redação O desemprego no Brasil bateu um novo recorde: 13,8% no trimestre circunscrito entre maio e julho. Em números absolutos, o percentual representa 13,13 milhões de pessoas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada na quarta-feira (30), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de 13,8 é a maior da série histórica, iniciada em 2012. Trata-se de um aumento de 1,2% em relação ao trimestre anterior, de fevereiro a abril, e de 2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. A população ocupada diminuiu 8,1%, chegando a 47,1% e somando apenas 82 milhões de pessoas, ou seja, menos da metade da população brasileira, também o menor contingente da série histórica.
Belo Horizonte, 2 a 8 de outubro de 2020
para as compras, caíram de 55% em 2013 para 35% no último leilão.
Oito motivos para ser contra a privatização da Petrobras Emprego, educação, saúde, abastecimento de combustíveis, meio ambiente, cultura e esporte são algumas das áreas que podem ser impactadas com a venda da estatal Guilherme Weimann
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ois em cada três brasileiros são contrários a qualquer privatização segundo o Datafolha. No caso da Petrobrás, a maior das estatais, que completa 67 anos no dia 3 de outubro, 65% dos entrevistados se opõem a sua venda. Mas o atual governo de Jair Bolsonaro pretende privatizar centenas de estatais. E já realizou 51 leilões desde o início do mandato. Mesmo as estatais fora do plano de desinvestimentos estão sendo desmontadas. Esse é o caso da Petrobrás. Desde 2018, o governo já se desfez indiretamente de 16,2% das ações ordinárias (com direito à voto) da Petrobrás. Na quinta-feira (1), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por 6 votos a 4, negar o pedido do Congresso Nacional para que a criação e
venda de ativos de subsidiárias da Petrobras só fossem permitidas com autorização legislativa.
1,28 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) e 26.319 ocupações.
Geração de empregos Desde a sua criação, a Petrobrás se colocou como indutora da economia brasileira. Os investimentos da companhia servem como um efeito cascata, acionando uma extensa cadeia industrial de fabricação de máquinas, equipamentos, embarcações, construção civil, etc. Os investimentos da estatal subiram de US$ 6 bilhões, em 2003, para US$ 48 bilhões, em 2013. Depois disso, houve uma queda gradativa até chegar aos US$ 10 bilhões em 2019. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), cada R$ 1 bilhão investido em exploração e produção gera R$
Industrialização O ex-presidente Lula (PT) sancionou em 2010 a Lei da Partilha que instituiu a Petrobrás como operadora única dos campos do pré-sal, com participação mínima de 30% em todos os consórcios. Lula também criou no mesmo ano o Fundo Soberano, cujo objetivo é investir no desenvolvimento econômico e na melhoria dos indicadores sociais. Todas essas leis, entretanto, têm sofrido diversas alterações nos últimos anos, por exemplo, retirando a Petrobrás como operadora única das atividades do pré-sal. O Estado perdeu o controle sobre o ritmo de produção e a fiscalização do volume extraído. Além disso, as porcentagens de conteúdo local
Arrecadação Em 2019, a União recebeu R$ 22,5 bilhões em royalties e participações especiais da exploração e produção do petróleo. Rio de Janeiro e São Paulo, os dois estados com maiores arrecadações, somaram R$ 20,4 bilhões e R$ 3,8 bilhões, respectivamente. Estes recursos, entretanto, podem encolher nos próximos anos em regiões que estão fora do eixo do pré-sal. Isso porque a saída da Petrobras de diversos estados poderá não ser ocupada pelo setor privado. Preço dos combustíveis Desde o impeachment de Dilma Rousseff, ocorrido em 2016, a Petrobrás já se desfez do controle da BR Distribuidora e privatizou a Liquigás, que atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP). Além disso, a direção da estatal deu início, a partir de junho de 2017, a uma política que resultou em reajustes consecutivos nos preços dos combustíveis. Os combustíveis têm sofrido variações de acordo com o valor internacional da commodity. Além disso, o governo quer privatizar oito de um total de 13 refinarias, o que elevará ainda mais os preços. Abastecimento Um estudo da PUC-Rio mostra que a privatização poderá facilitar o surgimento de monopólios regionais. Com isso, há o risco de desabastecimento de regiões menos povoadas, que apresentam menos retorno financeiro do que os grandes centros de consumo. Além disso, as possíveis compradoras das refinarias podem optar em exportar os derivados refinados em suas instalações.
BRASIL
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Meio ambiente O foco da Petrobras na exploração do pré-sal na região Sudeste pode significar uma maior exposição da costa brasileira a vazamentos de óleo. Isso porque a Petrobras não mantém mais ativos os Centros de Defesa Ambiental (CDA) ao longo do litoral, que eram responsáveis por apoiar os órgãos estatais em possíveis acidentes causados por ela e por terceiros. No ano passado, a estatal contribuiu com contenção do óleo vazado no Nordeste, por exemplo. Investimentos em educação, cultura, saúde e esporte A retirada da Petrobrás como operadora única dos campos do pré-sal, comprometeu parte dos royalties. Como a Petrobrás tem o menor custo de extração do petróleo nas áreas do pré-sal, em média US$ 7 por barril, enquanto a média mundial é U$S 15 por barril, os recursos destinados à Educação e Saúde diminuirão. O orçamento anual destinado à cultura e esporte despencou de R$ 284 milhões para R$ 108 milhões, entre 2013 e 2019. Pesquisa e tecnologia Em 2001, a empresa anglo-holandesa Shell perfurou um poço de Libra, não encontrou petróleo e, por isso, devolveu uma das maiores reservas nacionais. Só a Petrobrás, em todo o mundo, desenvolveu a tecnologia para a exploração do petróleo na camada pré-sal. O capital privado não assume os riscos de investir na prospecção de novas áreas e em pesquisas de tecnologias que possibilitem explorar petróleo em águas ultraprofundas. Privatizar a Petrobrás, poderia barrar a descoberta de novas reservas.
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MUNDO
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China continua sem registrar mortes por covid-19 PANDEMIA O país asiático tem mais de cinco meses sem perdas fatais por coronavírus; na Índia e Japão, situação é preocupante Enquanto o número de mortes da covid-19 no mundo já ultrapassou um milhão, a China continua sem registrar nenhuma morte pelo novo coronavírus há mais de cinco meses. No resto da Ásia, a situação não é tão alentadora. No gigante asiático, onde a doença foi detectada pela primeira vez em dezembro de 2019, nenhuma morte foi registrada desde o dia 14 de abril, de acordo com fontes locais. Isso seria devido às
A Índia é o segundo país mais afetado no mundo, com mais de 95 mil mortes
Nicolas Asfouri- AFP
rigorosas medidas de controle e prevenção que o governo chinês vem adotando. Em outras partes da Ásia, como a Índia e o Japão, a situação é extremamente preocupante. Na Índia, o número de casos confirmados de covid-19 ultrapassou os 6 milhões, a na-
ção continua sendo a segunda mais afetada globalmente, e ja tem mais de 95 mil mortes no total. A capital japonesa, Tóquio, também viu um aumento constante nos casos de covid-19 nos últimos quatro dias, ultrapassando 100 infecções por dia.
A 20 dias da eleição, Bolívia vive onda de “fake news” contra a esquerda A 20 dias das eleições na Bolívia, dirigentes do Movimento ao Socialismo (MAS) afirmam que estão enfrentando uma campanha de fake news – notícias falsas – tão massiva quanto a que resultou na eleição de Jair Bolsonaro (sem partido) no Brasil em 2018. O ex-presidente Evo Morales (MAS), exilado na Argentina desde o golpe de 2019, é o principal alvo das mentiras, que “se estendem a todos os militantes de esquerda” sob “silêncio do governo interino”, declara o MAS. A percepção dos apoiadores de Morales tem respaldo no noticiário das últimas semanas. No início de setembro, a autoproclamada presidenta da Bolívia, Jeanine Áñez, admitiu que contratou no final de 2019 a CLS Strategies, empresa de lobby estadunidense acusada pelo Facebook de promover campanhas de notícias falsas para desvirtuar o debate democrático. O Facebook removeu dezenas de contas falsas de redes sociais ligadas à CLS, que haviam postado conteúdo em apoio a Añez – o que “ainda não parece ter sido suficiente para reduzir” a circulação de mentiras, segundo o MAS.
Interrupções de Trump e Amazônia marcam primeiro debate nos EUA
Os candidatos trataram de temas pré-escolhidos pela moderação, como a pandemia do novo coronavírus Saul Loeb/ AFP
Donald Trump, atual presidente dos EUA, e Joe Biden participaram na terça-feira (29) do primeiro debate presidencial das eleições deste ano no país. O caótico confronto entre os dois foi marcado por incessantes interrupções de
Trump foi ao debate sob a sombra de revelações que mostram que ele sonegou imposto de renda
Trump, do partido Republicano, pela recusa dele em condenar supremacistas brancos e com Biden, do partido Democrata, chamando o presidente
de palhaço e sugerindo pagar o Brasil para proteger a Amazônia. A discussão foi tão caótica que nem a imprensa norte-a-
mericana conseguiu chegar a uma conclusão sobre o vencedor do debate. No tópico sobre mudanças climáticas, Biden citou as queimadas no Brasil. “A primeira coisa que vou fazer é aderir novamente ao Acordo de Paris. As florestas no Brasil, por exemplo, estão desmoronando”, afirmou. Trump foi ao debate sob a sombra das revelações e domingo (27), do jornal The New York Times, que mostrou que o bilionário presidente pagou somente US$ 750 de imposto de renda em 2016 e 2017. A questão ficou sem resposta convincen-
te por parte do atual presidente. Coronavírus Outro tópico que gerou bate-boca entre Trump e Biden foi o novo coronavírus. O presidente aproveitou a oportunidade para acusar Biden de ser uma espécie de “cavalo-de-troia” socialista, dizendo que ele implantaria uma “medicina socialista”, sem, novamente, explicar o que queria dizer com isso. Biden lembrou da vez em que Trump sugeriu a injeção de água sanitária para combater a covid-19.
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ENTREVISTA 15 11
O Estado brasileiro não é grande”, afirma jurista DIREITO Livro analisa os bloqueios à efetivação de modelo produtivo plural preconizado na Constituição de 88 Reprodução
Wallace Oliveira
O
modelo econômico brasileiro, preconizado na Constituição brasileira, é plural. Contudo, as sucessivas ondas neoliberais promoveram bloqueios que têm inviabilizado as conquistas reconhecidas na Carta de 1988. Esta é posição do jurista Giovani Clark, professor de direito da UFMG e PUC Minas. Recentemente, com os professores Samuel do Nascimento e Leonardo Côrrea, ele lançou o livro “Constituição Econômica Bloqueada: impasses e alternativas”, pela editora da Universidade Federal do Piauí. Em entrevista ao Brasil de Fato MG, Giovani aborda os impasses da Constituição Econômica e de suas conquistas.
O que significa o modelo econômico ser plural? Além disso, quais são, atualmente, os obstáculos à efetivação desse modelo?
O texto constitucional de 1988, a Constituição Econômica, sobretudo entre os artigos 170 e 192, define um modelo produtivo plural com os sistemas produtivos permitidos. Por exemplo, o sistema capitalista, o cooperativista, o associativista e outros. Para que você possa, por exemplo, produzir no sistema capitalista, existem limitações, como, a função social da propriedade, a perseguição do pleno emprego. A tecnologia não pode inviabilizar a empregabilidade humana. A livre concorrência não poder ser enxergada exclusivamen-
interno sofre de forma mais aguda o não investimento público, trazendo uma mega retração econômica. Um tema candente na conjuntura é a reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro. Qual o impacto dessa reforma na vida da população?
O Estado brasileiro, comparado com outros países, não é grande. Nossa estrutura de servidores públicos é pequena, seja comparada com a população ou com o te pela ótica do grande capital. Para haver concorrência, é necessário que haja também uma série de normas protetivas e indutoras da pequena, média e microempresa. Esses princípios são muito avançados e democráticos, mas eles têm viabilidade quando se chocam com os interesses das classes dominantes?
Aí, temos uma questão do embate político. O que temos percebido desde 1995 – e isso está presente em um capítulo específico do livro
Desde 1995 existem bloqueios institucionais à Constituição econômica, por omissões, por políticas econômicas neoliberais e por revogação do texto constitucional
– é que existem bloqueios institucionais à Constituição econômica. Esses bloqueios se dão de
O sistema capitalista é o mais priorizado porque detém o maior poder econômico e político dos grandes conglomerados diversas formas, por omissões, por políticas econômicas neoliberais de austeridade ou mesmo por revogação do próprio texto constitucional, de forma que se inviabilize sua efetivação. Qualquer legislação requer um processo de efetivação, o que é possível por pressão de grupos sociais. Nada sai em função da simples existência da norma. O sistema capitalista é o mais priorizado, sobretudo porque detém o maior poder econômico e políti-
co dos grandes conglomerados. Desde 2016, a Constituição tem sido mudada na direção de normas mais afins com o pensamento neoliberal. Um exemplo é a Emenda 95, que impôs um limite muito severo ao dito gasto primário da União. Essas mudanças inviabilizam os direitos reconhecidos na Constituição?
Eu iria até um pouco além. O que vemos nesses bloqueios, já iniciados nos anos 1990, com o chamado neoliberalismo de regulação, e depois com Temer, a partir de 2016, é que a Emenda 95 viola toda a estrutura do texto constitucional. É estranho que se faça um raciocínio da administração pública, como se fosse a gestão de uma família ou uma empresa privada, que são totalmente diferentes. Negam-se os direitos que mais precisam dos investimentos. O Estado acaba inviabilizando também o setor produtivo, porque o mercado
É estranho que se faça um raciocínio da administração pública, como se fosse a gestão de uma família ou uma empresa privada, que são totalmente diferentes número de trabalhadores ativos. Além disso, dizem que a maioria dos servidores ganha salários altos, mas isto não é verdade. Boa parte dos servidores estão na saúde, na educação, áreas que não têm uma rentabilidade grande. E o mais importante: os serviços públicos são fundamentais para a vida, para criarmos uma sociedade solidária, com atividades desvinculadas da perspectiva mercadológica, como o texto constitucional bem colocou.
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VARIEDADES
DE OLHO NA MÍDIA
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FIQUE Reprodução / Democracy for Brazil
BEM OLÁ, PESSOAL! SEGUEM AS DICAS DA SEMANA: CALOR, CHÃO E MÚSICA
Que lua é essa, meu Deus! Trouxeram pra cá o calor do Rio de Janeiro, mas a praia não veio junto. E o verão ainda é daqui a três meses! O calor deixa a gente tenso, desconfortável e com o corpo mole. Uma boa maneira de relaxar nesse período é arranjar um cantinho tranquilo da casa, com o chão bem frio, e passar pelo menos 15 minutos por dia deitada/o ali, ouvindo boa música ambiente. E a música tem vários benefícios para nossa saúde física e mental, como a redução do estresse e melhoria na qualidade do sono.
“PRIVACIDADE PARA O CIDADÃO, TRANSPARÊNCIA PARA OS PODEROSOS” De acordo com artigo de Mariana Serafini, na Carta Maior, esse é o lema dos cyberpunks e concordamos que ele resume bem um dos maiores desafios do nosso tempo: como lidar com o tal “novo petróleo” que seriam nossos próprios dados oferecidos de graça às gigantes da tecnologia? O artigo comenta o documentário da Netflix, “O dilema das redes”, que trata do impacto dessas ferramentas nas nossas vidas. Se por um lado é verdade que o documentário não apresenta saídas coletivas nem ataca a raiz do problema, por outro tem o mérito de trazer a discussão para mais perto das nossas vidas e do cotidiano, talvez justamente por sua estreia ter se dado numa plataforma de streaming. Já que gastamos tanto tempo nas telas, que pelo menos de vez quando elas atuem como espelho de si mesmas.
LIBERDADE PARA ASSANGE Uma das pessoas que colocou o dedo nessa ferida e denunciou ao mundo o lado perverso da ultraconexão foi o australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks. Atualmente preso e sendo julgado por ter publicado vazamentos de ataques do Exército dos EUA nas Guerras do Afeganistão e do Iraque, Assange sofre um pedido de extradição dos Estados Unidos. Assange é tão perigoso para o sistema que o governo dos EUA estuda encarcerá-lo em penitenciária máxima, em uma prisão considerada das mais rígidas e desumanas da América. Se incomoda tanto, vale a pena conhecer mais
sobre Assange. O Brasil de Fato está com cobertura especial sobre o julgamento, no link: brasildefato.com.br/minuto-a-minuto/julgamento-de-julian-assange
JORNALISTAS PERSEGUIDOS E no Brasil, seguem os ataques contra jornalistas. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) acompanha periodicamente os ataques, inclusive aqueles que partem do próprio presidente da República. No primeiro semestre deste ano, foram 245. O Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais promoveu um debate sobre a campanha de proteção aos defensores da comunicação, em parceria com o Programa de Proteção aos Direitos Humanos. Dá pra assistir tudo no link: encurtador. com.br/dUW14
CHEGA DE MAU CHEIRO NO RALO
Para quem tem problemas com mau cheiro no ralo do banheiro, vai aí uma dica super simples e fácil de pôr em prática. Compre uma pedra sanitária, daquelas que costumamos usar na privada, com redinha. Retire o ganchinho da pedra e amarre um barbante na rede. Depois, é só pendurar bem firme na parte de baixo do ralo.
UM BEIJO DA JANA! Janaína Cristina escreve sobre dicas de bem-estar e autocuidado
Joana Tavares é diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais ANÚNCIO
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www.malvados.com.br
SUCO VERDE DE ORA-PRO-NÓBIS
Reprodução
Ingredientes Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). www.coquetel.com.br
© Revistas COQUETEL
• 1. Retire a semente das maçãs; • 2. Bata todos os ingredientes no liquidificador, até ficar bem homogêneo; • 3. Coe com uma peneira; • 4. Sirva imediatamente.
OBS. Caso você utilize o limão ao invés da azedinha, esprema-o ao final, após coar.
Solução
8 folhas de ora-pro-nóbis 6 folhas de azedinha (pode ser substituída por 1 limão) 3 maçãs 500 ml de água 2 cm de gengibre
Modo de preparo
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AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Meu filho tem dois anos e até hoje não fala uma palavra. Além disso, ele não interage com ninguém, está sempre desligado no mundinho dele. O que pode ser?
Sabrina Magalhães, 24 anos, comerciante. A capacidade da criança de interagir e de se comunicar com o mundo vai sendo desenvolvida desde o nascimento e está relacionada ao seu amadurecimento neuropsicomotor. Cada indivíduo, considerado no seu contexto, terá um ritmo. Entretanto, há alguns marcadores para que possamos avaliar se há alguma alteração. Quanto à linguagem verbal, entre 12 e 18 meses, espera-se que a criança comece a falar algumas palavrinhas. Por volta de dois anos, ela pode conjugar duas palavras como “dá mamá”. Seu filho precisa de avaliação com profissionais de saúde. Toda criança tem direito de ser acompanhada nas Unidades Básicas de Saúde do SUS, justamente para que qualquer alteração seja percebida o quanto antes e haja intervenção a tempo.
Mande sua dúvida para amigadasaude@brasildefato.com.br
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Roteiro
Cinemas negros
Desenho em Libras
Salve o Belas Artes
A terceira edição da Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (MIMB) acontece até o dia 9 de outubro. Com o tema "Árvores Ancestrais - Tempo e Cura", o evento virtual conta com a exibição de 15 obras de cineastas negros de diversos países. Os filmes serão exibidos pela Videocamp, uma plataforma online e gratuita. Mais informações, acesse facebook.com/MostraDeCinemaMahomedBamba
Todos os sábados, às 12h50, a Rede Minas exibe “Min e as mãozinhas”, um desenho animado em Libras destinado às crianças ouvintes e surdas. A animação traz as aventuras de uma garotinha que, com seu amigo esquilo, conhece diversos amigos e juntos aprendem a se comunicar. O conteúdo também pode ser visto, nesse mesmo horário, no site da emissora redeminas.tv.
O Belas Artes, o último cinema de rua de Belo Horizonte, está com uma campanha de financiamento coletivo para conseguir se manter vivo. Com a pandemia, o cinema, que existe há 28 anos, foi fechado como medida de segurança, assim como o café e a livraria que funcionam no local. A campanha SOS BelasBH pode ser acessada no link https://benfeitoria.com/soscinebelasbh ANÚNCIO
sindibel.com.br youtube.com/canalsindibel facebook.com/sindibel @sindibelsindicato
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ESPORTE
Após "Fora, Bolsonaro", procuradoria quer multa de R$ 100 mil a Carol Solberg RETALIAÇÃO Órgão também pede suspensão por seis torneios Divulgação CBV
Redação As repercussões após a manifestação da jogadora de vôlei Carol Solberg não pararam de crescer nas últimas semanas. Em denúncia apresentada ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei, a procuradoria do órgão pede que Carol receba multa de R$ 100 mil e suspensão por seis torneios. A atleta foi denunciada por dizer “Fora, Bolsonaro”, ao finalizar uma entrevista ao canal SporTV, após ganhar o bronze no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia. No mesmo dia, a CBV emitiu nota repudiando
sua postura. A Comissão Nacional de Atletas de Vôlei de Praia, presidida pelo campeão olímpico Ema-
nuel Rego, avisou que vai batalhar pela proibição de posicionamentos do tipo. Emanuel foi embaixador
do Banco do Brasil e secretário especial de Esportes de Alto Rendimento no governo Bolsonaro. Nas redes sociais, perfis extremistas atacaram Carol e cobraram que o Banco do Brasil retire o patrocínio da jogadora. Mas, na verdade, o banco patrocina o Circuito Brasileiro, e não a atleta. “Falei porque acre-
As proibições valem apenas para quem é contra o governo?
dito na voz de cada um de nós. Vivemos em uma democracia e temos o direito de nos manifestar e de gritar nossa indignação com esse governo”, respondeu a jogadora. A pergunta que não cala é: os atletas do voleibol e de outros esportes que declaram apoio a Bolsonaro nos jogos também vão ser censurados ou essa norma só vale para quem é contra o governo? Basta lembrar o exemplo do jogador Wallace, hoje no SESC-RJ, que fez o 17 de Bolsonaro com os dedos à época da eleição e nem por isso sofreu retaliação. ANÚNCIO
Durant e a pandemia, percebemos a impor t ância dos t rabalhadores de ser viços essenciais. É o caso dos elet ricit ários e elet ricit árias que levaram a luz às casas, hospit ais e comércios.
SI GA APOIANDO NOSSA LUTA! Mais do que nunca,
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COPA DO BRASIL: AMÉRICA PEGA O CORINTHIANS NAS OITAVAS
ESPORTES
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Rubens Chiri / sãopaulofc.net
Lucas Figueiredo / CBF
“São Paulo não é time para cair na fase de grupos” A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sorteou nesta quinta-feira (1º) os confrontos das oitavas de final da Copa do Brasil. As partidas estão marcadas para os dias 28 de outubro e 4 de novembro. Único mineiro na competição, o América encara o Corinthians. O primeiro jogo acontece em São Paulo e o segundo em Belo Horizonte. O Atlético foi eliminado da competição em fevereiro, após perder nos pênaltis para o Afogados, de Pernambuco. Já o Cruzeiro caiu perante o CRB, de Alagoas, após perder por 2 a 0 no
primeiro jogo, fora de casa, e empatar em 1 a 1 no Minerão. Os outros confrontos das oitavas da Copa do Brasil são: Santos x Ceará, Grêmio x Juventude, Botafogo x Cuiabá, Fortaleza x São Paulo, Athletico Paranaense x Flamengo, Atlético-GO x Internacional, e Red Bull Bragantino x Palmeiras. Premiações Este ano, o vencedor da competição vai receber R$ 54 milhões. Ao todo, somando todas as fases, o campeão da Copa do Brasil 2020 pode faturar até R$ 72,8 milhões.
Ataque ineficiente
Fernando Diniz, treinador do time que acaba de cair na fase de grupo da Libertadores, após perder por 2 a 1 para o River Plate.
Gol de placa O time do San Diego Loyal abandonou partida contra o Phoenix Rising, em protesto. Isso porque o meio-campista Collin Martin, do San Diego, foi ofendido com comentários homofóbicos por atleta do Phoenix.
Gol contra A Federação Internacional de Automobilismo baniu o uso de qualquer camiseta na cerimônia do pódio, depois que Lewis Hamilton usou o recurso para pedir justiça por Breonna Taylor, mulher negra assassinada por policiais nos Estados Unidos.
Estabilidade acima de tudo
Melhor do ano
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
Não é de todo ruim empatar fora de casa com adversários da parte de cima da tabela, como foi o caso do América diante da Chapecoense e do CRB. Nesses jogos, o time também não sofreu gols, confirmando a ótima fase da defesa, até aqui, a melhor Decacampeão e menos vazada da Série B. Mas a falta de eficiência do ataque continua sendo muito preocupante. Mesmo quando cria oportunidades, não consegue arrematar com qualidade. São só nove gols nos 12 jogos realizados, o quinto pior ataque da competição. Contra o CRB, por exemplo, o América finalizou 15 vezes, número relativamente bom, mas apenas duas foram no gol. Lisca sabe disso e está preocupado. Neto Berola, Vitão, Leo Passos e Toscano também deveriam se preocupar.
Enquanto alguns oponentes estão envolvidos com Copa do Brasil e Libertadores, o Atlético pode ampliar a liderança do Brasileiro. Com 100% de aproveitamento em BH, o jogo contra o Vasco, domingo (4), seria uma “barbada”. No entanto, os truques de Jorge Sampaoli são É Galo estudados pelos outros doido! treinadores e os limites serão conhecidos e explorados. Nessa hora, vale a qualidade individual do elenco. Por isso, ainda são necessários reforços, especialmente na armação de jogadas. E equilíbrio emocional da diretoria e da comissão técnica. O egocentrismo quase pôs a perder a harmonia entre grupo e torcida haja vista as propostas para Thiago Neves e Cavani. Numa competição como esta, vale mais a estabilidade do que o espetáculo.
Salve, nação! Quando as coisas pareciam ter chegado ao fundo do poço, eis que o cabuloso nos brinda com a melhor atuação do ano. Numa noite em que tudo deu certo, com boa atuação até mesmo de Sassá, o técnico Ney Franco parece a pista Negra certa para montar Later Bestia um time titular com mais solidez. Ramon e Manoel parecem ser, por exemplo, a melhor opção para a zaga. Régis fez excelente partida, honrando a 10 celeste. Uma vitória no jogo de amanhã, contra o líder Cuiabá, seria excelente para manter a moral elevada. Pra cima deles, cabuloso! Enquanto isso, nos bastidores, José Carlos Brunoro surge como nome quase certo para a gestão de planejamento. Vamos ver se ele de fato vai contribuir para nossa reconstrução. Saudações celestes!
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