Scott Heins/Gabinete do Governador Andrew M. Cuomo
Vacinas são confiáveis
Divulgação
Bixa Travesty Leia entrevista com Kiko Goifman, diretor de documentário sobre a rapper Linn da Quebrada, que recebeu mais de 30 prêmios
Imunizantes contra covid-19 se desenvolveram em tempo recorde. E isso não tem nada a ver com menos qualidade.
ENTREVISTA 11
VARIEDADES 12
MG Minas Gerais
Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2020 a 07 de janeiro de 2021 • edição 334 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Andréa Rêgo Barros/PCR
“NÃO SEI O QUE VOU FAZER” FIM DO AUXÍLIO EMERGENCIAL COLOCA 68 MILHÕES NA INCERTEZA
Governo Federal se recusa a prorrogar auxílio emergencial e fome ameaça brasileiros em janeiro… pág. 8 Mineradora Vale quer despejar igreja de quase 300 anos em Barão de Cocais…pág 4 Cronograma de vacinação. Inoperância do governo federal versus pressão da população e dos poderes…pág 9 Zema quer fusão de Epamig e Emater, trabalhadores denunciam estratégia de privatização… pág. 6
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OPINIÃO
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Regular é o novo ótimo João Paulo
Até ano que vem!
@BiZkettE
Fim de ano chegou e o Brasil de Fato MG entra em um breve recesso. Nossa edição impressa não irá circular nas próximas sextas 25 e 1, mas voltaremos com tudo no dia 4 de janeiro. Sabemos que este ano não foi fácil e que muita gente tem sofrido profundamente o impacto de viver em um país desgovernado. Aproveitamos para dizer que seguimos acreditando que dias melhores virão e desejamos a todas e todos um final de ano feliz e seguro! Estaremos juntos em 2021.
lhares de mortes, que bolsonaro da por destino inevitável, com a realidade da vacina, se tornam um projeto explicitamente genocida. Programa de morticínio A demora em agir, a criação de um clima de beligerância entre instâncias de governo, entes federados e pesquisadores, e o desestímulo à vacinação por meio de vários artifícios burocráticos e criação de uma simbologia conspiratória, tudo isso configura um programa de morticínio. Que, mesmo assim – ou por isso mesmo – tem recebido aprovação de parte da sociedade brasileira. As pesquisas não flagram apenas
Os resultados das últimas rodadas de pesquisas sobre o governo Bolsonaro indicam que o presidente mantém sua avaliação em níveis razoáveis, sem queda expressiva, mesmo em meio a toda a balbúrdia em torno à pandemia, dos crimes investigados de seus filhos e da abertura desavergonhada ao toma-lá-dá-cá para formação de sua base parlamentar e lançamento de candidato à presidência da Câmara. Ou seja, mesmo se exibindo como incompetente, corrupto e politiqueiro, o capitão mantém a tropa alinhada no atraso. A constatação inevitável é que boa parte da população brasileira apoia Bolsonaro, acha que ele governa Bolsonaro se exibe de forma positiva e até confia nele, mesmo quando ele mente, volta como incompetente, atrás a todo momento e nega a mais corrupto e politiqueiro razoável das evidências e manifestao apoio ao governo, mas a derrocações da realidade. da da razão e dos valores universais. A primeira explicação para esses resultados aponta para a desinformação. Em seguida para a má fé. E, O país não está bom por fim, para a estupidez. A imprennem da cabeça nem sa corporativa se fartou de assumir do coração pautas partidárias, sobretudo em economia e na extirpação de direiA mais cristalina consequência tos. No Judiciário, o que se acompadas pesquisas é que o país não está nha é uma dissolvência completa do bom nem da cabeça nem do cora- sentido da Justiça, com o protagonisção. Há uma grave desconexão com mo político do STF. Nas políticas púa realidade e mesmo certa maldade blicas, leva-se adiante a destruição e falta de empatia. do patrimônio democrático na eduHá dados objetivos, como a con- cação e saúde, entre outras. denação dos principais especialistas O momento da tolerância talvez teà forma como a pandemia vem sen- nha passado. Está na hora de soltar a do tratada pelo governo federal. Os mão dos adversários, traçar o mapa milhões de casos e dezenas de mi- do real e escolher a turma certa.
Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983
conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Bruna Bentes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa e Z Carota. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Luiz Lagares. Tiragem: 10 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
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GERAL
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Número da Semana
Cuidado com as festas @pikisuperstar
84ª
é a posição do Brasil no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, divulgado na terça (15). O país caiu cinco posições e, se considerada a desigualdade, caiu 20. O cálculo se baseia em critérios relacionados à saúde, renda e escolaridade, com base em dados de 2019.
De onde surgiu o Papai Noel? Reprodução
Fim de ano chegou, mas a vacina ainda não! O coronavírus está circulando e o número de doentes aumentando drasticamente em todo o país. Para que as festas de natal e ano novo não sejam as últimas para muitas pessoas, é preciso evitar aglomerações e manter as medidas de segurança. Faça confra-
ternizações com poucas pessoas, no máximo dez, em locais abertos que possibilitem o distanciamento social. Use máscara e protetor facial, sobretudo os idosos. Cerca de 85% da população está suscetível a se contaminar pela doença. E a cada 200 pessoas contaminadas, uma pode morrer.
Muito longe do Polo Norte, esse personagem veio da Turquia e teve origem em São Nicolau, um bispo católico do século quatro, lembrando como um homem bondoso que presenteava as crianças no dia de seu aniversário, 6 de dezembro. Com o passar do tempo, a data acabou mudando para o 25 de dezembro, que marca o solstício de inverno, sendo o dia mais curto do ano no hemisfério Norte. Já a roupa, toda agasalhada na cor vermelha, vem de origens distintas. Uma é a que remete às tradições germânicas e nórdicas. E, o vermelho… Bem, o vermelho foi uma criação publicitária da Coca-Cola. Arquivo Pessoal
Declaração da Semana “Ser neutro em relação ao racismo é ser contrário ao Jesus de Nazaré. E, numa sociedade racista, a suposta neutralidade é, na verdade, cumplicidade com a opressão”
Pastor Henrique Vieira, pelo Twitter.
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CIDADES
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Barão de Cocais (MG): mineradora Vale condena Santuário de São José ao despejo FÉ No “Ano de São José”, devotos podem perder igreja construída sob o milagre do santo Rafaella Dotta Em comemoração aos 150 anos da proclamação de São José como guardião universal da Igreja Católica, o Papa Francisco anunciou no último 8 de dezembro que 2021 será o “Ano de São José”. Já no Brasil, na cidade de Barão de Cocais (MG), uma igreja levantada no local de um milagre atribuído a São José, pode ser despejada dez dias após o anúncio. O motivo do despejo é um triste cotidiano do estado: a mineração. O santuário, a gruta de São José e cerca de dez famílias do distrito de Brumadinho serão removidos por conta da insegurança da barragem Norte/ Laranjeiras, mina Brucutu, da mineradora Vale S.A. Segundo nota da empresa, ela iniciou em 18 de novembro um protocolo de
Igreja ameaçada pela Vale foi inaugurada em 1742 emergência de nível 2, o que incluiu a remoção de toda a comunidade da Zona de Autossalvamento. A Defesa Civil Municipal deu o prazo de 18 de dezembro para que todos se retirassem.
Santuário de quase 300 anos
A igreja de São José de Brumadinho teve sua inauguração em 1742, em Barão de Cocais, e sua primeira estrutura foi erguida no mesmo local de um milagre concedido a um negro escravizado.
Adenilson Cruz de Oliveira
Ordem de remoção da igreja não foi aceita pela comunidade “Um escravo foi atingido por um galho de uma árvore de maneira fatal. O escravo gritou por socorro ao Santo Padroeiro São José do Brumadinho, e prodigiosamente apareceu no mesmo instante a figura de um médico e um padre”, relata Manoel Domingos Ribeiro, em carta escrita em 2006. A carta relata a longa relação do santuário com a comunidade, todo construído, reformado e reconstruído pelos fiéis ao longo desses quase 300 anos. Por força da instabilidade do solo, a igreja mudou de local, e no ponto do milagre existe a gruta de São José, que assim como a igreja também será “despejada”.
Os devotos decidem ficar
O devoto Márcio Gonçalves Fernandes chama os fiéis de “família de fé regional”, afinal, ali vão devotos de diversas cidades do entorno. “Principalmente em 19 de março, que é o dia dedicado a São José, vêm famílias de outros estados exclusivamente para a festa aqui em Brumadinho”, conta. A última missa no dia do padroeiro, em 2016, reuniu cerca de 7 mil pessoas, sem que fosse preciso divulgação, descreve Márcio. Ao santo, os devotos “pedem de tudo”, ao patrono da família. A ordem de remoção da
igreja não foi aceita pela comunidade, relata Padre Nequinho, o pároco da região, “e o padre assina embaixo”, completa. Ele afirma que não houve consulta alguma. “Mesmo se houvesse uma consulta ‘formal’, essa empresa respeitaria?”, diz.
A estratégia da “barragem insegura” usada pela Vale
A luta contra a extinção da igreja, causada por ações da mineradora Vale, não é de hoje. Em 2008, a comunidade se mobilizou fortemente contra a sua própria remoção, devido ao planejamento da empresa de construir ali uma grande barragem, chamada “Norte”. Com a resistência dos moradores de Brumadinho e a forte mobilização pela preservação da igreja, a Vale retrocedeu e levou à frente a construção de uma barragem menor.
Moradores acreditam que remoção será revista, afinal, “para São José tudo é possível” Quem relata essa história é Luiz Paulo Siqueira, integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM). “A Vale então dividiu essa obra em três projetos que, ao final, ela irá juntar em uma barragem. Em relatório de 2007, a Vale afirma que não fez a barragem Norte em sua totalidade na época, por causa da resistência do povo, mas deixaria para 2020 em diante”. O MAM avalia que a mineradora, desde 2019, não atestou mais a estabilidade da barragem de Norte/Laranjeiras, para forçar o Mi-
nistério Público e a Defesa Civil a elevar o nível de insegurança da barragem e, com isso, remover a comunidade e a igreja. “A estratégia da Vale foi negligenciar as medidas de segurança para forçar a evacuação”, avalia Luiz Paulo.
O que a comunidade reivindica
Os moradores e apoiadores reuniram-se com o Ministério Público de Minas Gerais, em 16 de dezembro, ao qual entregaram uma lista de reivindicações. No documento, os moradores requerem, entre outras coisas, que o processo de evacuação seja suspenso, a permanência da igreja e acesso livre à região. Os moradores ainda acreditam que a remoção possa ser revista. Afinal, “para São José tudo é possível”, espera Márcio.
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MINAS
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Atingidos constroem Matriz de Danos em contraposição a acordão da Vale e Estado PRESSÃO Documento reforça diretrizes que não estão sendo cumpridas pela mineradora Nadia Nicolau/Mídia Ninja
Raíssa Lopes Os atingidos e atingidas pelo crime da Vale na Bacia do Paraopeba finalizaram a Matriz de Danos, que formula uma série de diretrizes que a mineradora deve seguir para reparar os prejuízos causados com o rompimento da Barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019. O documento foi construído com o auxílio das assessorias técnicas da região - Aedas, Guaicuy e Nacab - e com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). A matriz exige a participação dos atingidos no acordo entre Vale e Estado. De acordo com a Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), mais de 10 mil pessoas participaram da construção da matriz - presencialmente, antes da pandemia, e virtualmente após o avanço do corona-
Mais de 10 mil pessoas participaram da construção do documento vírus. “Só quem vive diariamente em contato com a poeira, com a insegurança, com a falta de informações e privação de direitos é que deve tomar as decisões sobre as medidas de reparação”, afirma Marjorie Cavalli, da equipe de Diretrizes da Reparação Integral (DRI) da Aedas. A Matriz de Danos está organizada em oito capítulos, e estabelece que os atingidos e atingidas devem ter assegurados os direitos à comunicação e à informação; água; moradia, infraestrutura e fornecimento de serviços públicos de qualidade; saúde; segurança pública, alimentar e
nutricional; educação; saneamento básico, cultura, esporte e lazer; trabalho; meio ambiente equilibrado e reparação dos danos morais e materiais. “É importante lembrarmos que as medidas emergenciais não se confundem com as medidas reparatórias finais. Como a reparação final demanda tempo, é ne-
cessário implementar medidas o quanto antes para que seja minimamente possível acompanhar o processo de reparação”, reforça Marjorie.
Na Justiça
Lucas Vieira, da coordenação territorial da Aedas na Região 1, explica que a Matriz de Danos tem o objetivo de reunir as necessidades
dos atingidos de forma organizada, sistematizada e fundamentada tecnicamente e juridicamente, o que facilita a compreensão de instituições de Justiça da magnitude do crime. “Judicialmente, a matriz tem o poder de fortalecer a centralidade do sofrimento da vítima, requerendo medidas imediatas”, declara o coordenador.
Projeto das contratações temporárias vai a votação em segundo turno Wallace Oliveira A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vota na sexta-feira (18), em segundo turno, o Projeto de Lei (PL) 2150, que muda as regras para contratação temporária no estado. Na terça (15), o plenário havia aprovado o texto em primeiro turno. O PL, de autoria do governo estadual, autoriza as contratações por meio de processo seletivo simplificado, em contextos de calamidade pública, emergências e situa-
ções extraordinárias. A versão original, apresentada em agosto, foi muito criticada por servidores, sindicatos e parlamentares. “Se a pessoa se vincular ao Estado por meio de processo seletivo simplificado, ela depois fica obrigada a ficar 24 meses fora do Estado”, exemplificou Denise Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/ MG). Outro ponto problemático era a redução do tem-
Nova versão acrescentou a prioridade aos concursos públicos po de contrato dos trabalhadores. Os Contratos que, pela regra atual, poderiam durar até três anos, seriam reduzidos para até um ano. A Associação dos Trabalhadores dos Hospitais do Estado de Minas Gerais realizou duas manifes-
tações na ALMG, com os trabalhadores da Fhemig, para protestar contra as medidas.
Nova versão
A nova versão, aprovada na terça (15), contém modificações. A deputada Beatriz Cerqueira (PT) realizou uma audiência pública com a participação dos sindicatos. Do debate, surgiram emendas incorporadas ao texto. Entre as principais mudanças, foi acrescentada a prioridade aos concursos públicos para cobrir falta de
pessoal, garantia da assistência do Ipsemg aos contratados, remuneração igual à dos efetivos, a supressão do “balão de 24 meses” e retirada de trecho prevendo punição a trabalhadores com devolução de salário. Outro destaque foi a garantia de que as contratações serão regidas pelas regras atuais. Beatriz Cerqueira ressaltou que a política adequada ainda é a realização de concursos públicos e a nomeação de concursados.
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MINAS
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Proposta de fusão entre Emater e Epamig preocupa trabalhadores
Ascom/SDR
EXTENSÃO RURAL Sindicato afirma que proposta busca privatizar empresas Larissa Costa A intenção do governo de Romeu Zema (Novo) de fundir a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) causa preocupação entre os trabalhadores sobre seus possíveis impactos negativos. A medida foi anunciada no mês passado pela secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini. O Sindicato dos Trabalhadores da Extensão Rural
do Estado de Minas Gerais (Sinter-MG) alerta que, caso concretizada, a fusão pode causar perda de direitos dos trabalhadores, sucateamento das empresas e prejuízo no atendimento aos agricultores. A intenção do governo, segundo Janya Costa, diretora do Sinter-MG e trabalhadora da Emater, segue a linha do desmonte do serviço público com vistas à privatização. “Estamos lutando para mostrar para a população quais são os riscos. Porque não vai ser só a fusão, vai ser o fim da Emater e o fim da Epamig como a gente co-
Emater atende a cerca de 400 mil agricultores nhece. E isso pode acarretar a diminuição de investimento no campo, na falta de atendimento para o agricultor, e no alimento mais caro na nossa mesa”, ressalta. Segundo Janya, a Emater atende a cerca de 400 mil agricultores, sendo que a maioria vem da agricultura familiar – responsável por 70% da produção de alimentos no Brasil, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Falta de participação
A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) afirma, em nota, que o governo “estuda um modelo de fortalecimento a partir da integração”. No entanto, Janya, denuncia que o projeto de fusão está sendo feito a portas
fechadas, sem a participação de trabalhadores e, principalmente, agricultores. A deputada estadual Leninha (PT) afirmou estar preocupada. “Não há nenhum programa de desenvolvimento rural que não passe pela Emater. Não há programa de pesquisa e extensão que não passe pela Epamig”, aponta. ANÚNCIO
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Frei Sérgio Antônio Görgen
O preço da comida está “na boca do povo” Nos últimos 12 meses, o preço dos alimentos subiu 21,13%. Como prejudica os mais pobres? Uma conta simples: alguém que ganha R$ 1.000 por mês e gasta R$ 400 em comida consome 40% de seu ganho; já alguém que ganha R$ 10.000 e gasta R$ 800 em comida (o dobro), vai gastar só 8% de seus ganhos. Quando se buscam os culpados, as concordâncias desaparecem. “É por causa da pandemia”, “foi a estiagem”, “o dólar”, “a China está comprando tudo”, “dinheiro demais na mão do povo com o auxílio emergencial”. Facilita um pouco e aparecem Lula, Dilma e o Petê, como culpados. O Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014, com 200 milhões de pessoas comendo três vezes ao dia. Não foi por prece de algum teólogo da prosperidade, ou “feijão abençoado”. Foi resultado da combinação do trabalho devotado de milhões de famílias camponesas país afora – sim, 70% do que o povo come vem de mãos camponesas – com políticas públicas de apoio à produção e de formação de estoques públicos. E isto foi desmontado sem piedade nem dó, desde 2016 com Temer, e, com mais intensidade, a partir de 2019, com Bolsonaro. Extinção do ministério que cuidava da produção de alimentos, desmonte da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que faz estoques públicos, fim das compras públicas, crédito só para grandes produtores que cultivam soja, preços baixos para quem Aplicaram produz alimentos. Aplicaram uma receita para o desastre e o desastre receita para veio. desastre A área plantada de feijão, arroz, mandioca, batata, trigo, produção de leite, verduras, frutas, despencou de 2016 para cá. A área de soja aumentou. Com a alta do dólar, causada pelo Guedes, a exportação explodiu e o mercado interno desabou. E por ora, levantemos a fronte para lutar por renda, comida, vacina e emprego. Frei Sérgio Antônio Görgen é frei franciscano e militante do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA).
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Michael Roberts
O capitalismo é para poucos Apenas 1% do topo das famílias possui 43% da riqueza global, os 10% seguintes possuem 81%, enquanto os 50% da base têm apenas 1%. Este 1% mais rico do mundo é formado, em parte, por 52 milhões de multimilionários. Dentro desse 1%, há 175 mil pessoas ultrarricas que abocanham mais de $50 milhões de dólares em riqueza líquida. Ou seja, um número minúsculo de pessoas (menos de 0,1%) possuem 25% da riqueza mundial! A informação vem do relatório de 2020 produzido pela organização Credit Suisse Global Wealth, que acaba de ser divulgado. A riqueza é composta pelos ativos financeiros (ações, obrigações, dinheiro, fundos de pensões etc.) e propriedades (casas etc.) O relatório apresenta a riqueza descontando já as dívidas. De acordo com o relatório de 2020, a riqueza familiar total global aumentou US$ 36,3 trilhões durante 2019. Mas a pandemia de covid-19 cortou esse aumento de 2019 quase pela metade (US$ 17,5 trilhões) entre janeiro e março de 2020. No entanto, como os mercados de ações e os preços das Menos de 0,1% pospropriedades se recuperaram sue 25% da riqueza celeremente, graças às injemundial ções de crédito do governo e do banco central, os pesquisadores avaliam que a riqueza total das famílias ainda estava ligeiramente acima em meados de 2020 em comparação com 2019. A região mais afetada foi a América Latina, onde as desvalorizações cambiais reforçaram as reduções do Produto Interno Bruto (PIB) em dólares, resultando em uma redução de 12,8% na riqueza total em dólares. A pandemia também erradicou o crescimento esperado na América do Norte e causou perdas em todas as outras regiões, exceto China e Índia. Entre as principais economias globais, o Reino Unido testemunhou a maior erosão relativa da riqueza. Michael Roberts é economista e autor de The Great Recession: a Marxist View. Na edição 331...
ACOMPANHANDO
Reprodução
OPINIÃO
Sem participação, não pode ter acordo E agora... ‘Acordão’ entre a Vale e o Governo de Minas não é aceito Na quinta-feira (17) aconteceu mais uma audiência de negociação do acordo entre Vale, governo de Minas e instituições de Justiça, no TJMG, e o acordo não foi aceito. Houve manifestação em frente ao TJMG durante a audiência, para, mais uma vez, demonstrar a insatisfação dos atingidos perante a não participação no acordo. “As famílias continuam em luta exigindo a participação, e que o acordo seja feito em bases justas”, afirmou José Geraldo, militante do MAB presente no ato. Nova audiência foi agendada para o dia 7 de janeiro.
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BRASIL
Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2020 a 7 de janeiro de 2021
“Não sei o que vou fazer”, dizem pessoas que deixarão de receber auxílio emergencial
Marcelo Camargo/Agência Brasil
INCERTEZA Com desemprego em alta, auxílio é a única renda de muita gente. Por decisão do governo Bolsonaro, benefício encerra em dezembro Raíssa Lopes “Eu estou ficando quase doida já”, desabafa a diarista Isabel Gonçalves, de 45 anos, ao falar sobre as estratégias mentais que traça incessantemente para tentar lidar com o fim do auxílio emergencial. A verba terá sua última parcela repassada aos cadastrados neste mês de dezembro, por decisão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Além da interrupção, desde outubro de 2020, os recebedores do direito lidam com a diminuição do valor aprovado em março pela Câmara dos Deputados, que era de R$ 600, mas, por decisão do presidente, passou para R$ 300.
Grupo de risco Isabel, mais conhecida como Belinha, é hipertensa e é pré-diabética, compondo o grupo de risco da covid-19. Ela teme voltar às ruas de Belo Horizonte para trabalhar, enquanto os números oficiais sobre a pan-
demia na capital mineira e em Minas Gerais anunciam que o coronavírus avança cada vez mais. “Eu tenho medo de ir para rua e, você sabe... Mas não vai ter jeito. Não vai ter. Meu menino, de 17 anos, você tem que ver, já colocou currículo em todos os lugares, está se oferecendo para trabalhar em obra. Só que ninguém chama, ninguém oferece nem um bico”, relata. Belinha diz que tem muito medo de adoecer, mas também tem medo da fome. Além disso, por es-
Valor do auxílio não paga cesta básica em BH tar com um problema nas juntas das mãos e sentindo muita dor, deve, por indicação de um médico ortopedista, iniciar fisioterapia o mais rápido possível. Porém, ela não sabe como vai conseguir o dinheiro da
Eu estou ficando quase doida já”, desabafa diarista passagem. “Eu fazia uma faxina fixa e as pessoas continuam me pagando. Isso, junto do auxílio, que está ajudando eu e meu filho a comer, a pagar minhas contas, porque é pouco dinheiro e não dá com o preço do arroz, do gás, da carne. E mês que vem eu já não sei mais como vai ser”.
Auxílio chega a 126 milhões de pessoas, 60% da Sem garantia de saúde população física, quem dirá mental
Outra jovem que, assim como o filho de Belinha, tentou arrumar emprego na pandemia, é Gabriela Sales, de 21 anos. Desempregada desde agosto de 2019 e sem sucesso na busca por trabalho em 2020, ela começou a receber o auxílio no mês de março. Usou os R$ 600, e agora usa os R$ 300, para pagar os remédios do tratamento psiquiátrico que faz. O custo dos
A fome e o desemprego De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil bateu recorde e atingiu 14,6% no último trimestre (encerrado em setembro), cor-
respondendo a mais de 14 milhões de pessoas. Segundo outro estudo do IBGE, em 2018 o Brasil voltou a integrar o Mapa da Fome, do qual havia saído em 2014. O valor da cesta básica, em levantamento do Departamento Intersindical de Estatística de Estudos So-
cioeconômicos (Dieese), registrou alta em pelo menos 16 capitais no país. Em Belo Horizonte, o crescimento foi de 6,88%, tornando a cidade a nona capital na lista de maiores preços. No município, o auxílio emergencial não é suficiente para pagar a cesta, que custa R$ 552,37.
remédios fica em torno de R$ 300, podendo ser um pouco mais caro. A mãe, que costuma auxiliá-la quando precisa, foi demitida com o início da pandemia no Brasil. “Com R$ 600 eu conseguia pagar meus medicamentos, ajudar em casa e comprar alguma coisa para mim, se sobrasse algo. Agora está difícil, pago o meu remédio e não sobra nada. Não sei como vou fazer. Sem o auxílio e sem bicos, vou ter que depender de ajuda de parentes. Isso se eles tiverem di-
nheiro para me ajudar… Senão simplesmente vou ter que interromper o tratamento”, afirma
Insegurança
A história se repete com o artesão Edvaldo Gilbert Neri, de 24 anos, morador de Montes Claros, no Norte de Minas, que procura há meses por um bico. Nada ainda. Ele declara que com os R$ 300 do auxílio consegue arcar com a alimentação, com a sua conta de água - que aumentou de R$ 40 para R$ 80 em época de coronavírus -, e com a conta de luz, que tem vindo mais de R$ 100. “Sou artesão, então ganho dinheiro uma semana sim, uma semana não. Eu realmente estou muito preocupado, não sei como vai ser”.
Auxílio emergencial O pagamento do auxílio chega hoje a mais de 126 milhões de pessoas, o que representa 60% da população brasileira, segundo o Ministério da Cidadania. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, desde maio, 15 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza por causa do benefício.
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BRASIL
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Governo anuncia cronograma de vacinação: entenda disputa política que envolve tema PANDEMIA Perspectiva de imunização segue instável e cenário movediço estimula “corrida maluca” Silvio Avila/AFP
Cristiane Sampaio Ao apresentar formalmente, na quarta-feira (16), o plano nacional de vacinação contra a covid-19, a gestão Bolsonaro anunciou uma previsão de imunização de 51 milhões de pessoas na primeira etapa do processo no país. Essa fase inicial deve consumir um total de 108,3 milhões de doses, uma vez que cada pessoa toma duas doses e se calcula uma perda de 5% do total por conta de eventuais problemas de logística e aplicação. O calendário da gestão projeta um percurso de 16 meses de vacinação, sendo os quatro primeiros para os grupos prioritários e os demais para o restante da população. O escopo é o mesmo já apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e não prevê data para se iniciar a imunização. “O que faltou? Faltou vacina, o cronograma para a gente saber quanto temos de vacina comprada, quanto temos de garantia para entrega agora, a partir de janeiro, fevereiro, março, abril,
do travada em torno da vacina. O conflito tem diferentes elementos. Em primeiro plano, está a pressão de gestores locais sobre o governo Bolsonaro para pedir agilidade no passo a passo administrativo e político relacionado à imunização. No pano de fundo dessa disputa estão, entre outras coisas, as intensas rixas entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB),
O que faltou? Faltou vacina, saber quanto temos de vacina comprada maio, qual é o cronograma pra vacinação”, disse o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), logo após o anúncio. O Brasil tem atualmente
quatro substâncias em fase de testes clínicos no território nacional. Estão sendo avaliadas a chinesa CoronaVac, a vacina de Oxford/AstraZeneca, o imunizante da Pfizer e o da Janssen, mas ainda não há pedidos formais de registro junto à Anvisa.
Contexto
O coro de Dias é uma das principais expressões da batalha política que vem sen-
A Vacinação contra a covid-19 deve ser obrigatória, mas não à força, diz Lewandowski O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski votou na quarta-feira (16) pela obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 para toda a população. No entanto, ele frisou que imunização obrigatória não significa o uso de força contra a pessoa
que não quer ser vacinada. E sim que sejam impostas restrições de direitos, como o de participar de concursos públicos, receber benefícios etc. O ministro destacou que o interesse coletivo não pode ser prejudicado pelos individuais. “A saúde coletiva não pode ser preju-
dicada por pessoas que se recusam a ser vacinadas, acreditando que, ainda assim, serão beneficiárias da imunidade de rebanho”. O voto se refere às ações sobre obrigatoriedade da vacinação. Na quinta (17), dando sequência ao julgamento, Nunes Marques também votou pela obrigatoriedade da vacinação.
e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Enquanto o primeiro chegou a afirmar, em outubro, que a vacinação em São Paulo seria de cunho obrigatório, o segundo entoa o mantra do caráter não compulsório da prática, inflamando o discurso anticiência da extrema direita e de seus apoiadores – a controvérsia, inclusive, começou a ser julgada pelo STF na quarta (16).
Nossos direitos O DIREITO À SAÚDE É DE RESPONSABILIDADE DO ESTADO O presidente Jair Bolsonaro informou nesta semana que pretende instituir um termo de responsabilidade para aqueles que quiserem tomar a vacina contra o novo coronavírus, em função de possíveis efeitos colaterais. Entretanto, essa não é uma medida correta ou necessária. A saúde é um direito social garantido pela Constituição Federal, e é uma obrigação do Estado. Sendo assim, o Estado não pode se eximir da sua responsabilidade depois de instituir a vacina.
É importante ressaltar que antes da sua liberação para uso, são realizados testes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que atestam se há segurança e eficácia para que a vacina possa ser usada no Brasil. A Anvisa é um órgão público, integrante do Estado. O cidadão não pode ser responsabilizado por efeitos colaterais de uma vacina que o próprio Estado testou, analisou, aprovou e instituiu como tratamento. A responsabilidade é do Estado.
Jonathan Hassen é advogado popular
10 14 MUNDO
Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2020 a 7 de janeiro de 2021
Fernández assume presidência do Senado rejeita indicação de diplomata Mercosul e pede entrada definitiva da para posto em Genebra Bolívia no bloco Sheyla Leal
O plenário do Senado rejeitou na terça-feira (15) a indicação do diplomata Fabio Mendes Marzano para o cargo de representante do Brasil na delegação permanente para as Nações Unidas em Genebra. Foram 37 votos contrários e apenas 9 a favor,
além de uma abstenção. É muito raro que o Senado rejeite a indicação de um embaixador – até ontem, só havia acontecido duas vezes. A rejeição representa uma derrota para o chanceler Ernesto Araújo e para o presidente Jair Bolsonaro. Marzano é considerado um aliado do ministro dentro do Itamaraty.
AMERICA LATINA Presidente da Argentina defendeu que se priorizem os mais pobres Reprodução/Casa Rosada O presidente da Argentina, Alberto Fernández, assumiu na quarta-feira (16) a presidência temporária do Mercosul. Em reunião com líderes dos outros países do bloco, o mandatário defendeu uma agenda econômica que priorize os mais pobres. “Um Mercosul melhor significa começar pelos últimos, não há integração social exitosa sem inclusão, não há economia robusta com uma economia interna fracassada”, disse. Fernández fez um apelo pelo ingresso da Bolívia no bloco: “será um verdadeiro avanço, um grande feito” se
Um Mercosul melhor significa começar pelos últimos o país se tornar um membro definitivo. O governo boli-
viano participa como convidado. Em comunicado conjunto, as nações ressaltaram “a importância de trabalhar em políticas públicas para o desenvolvimento sustentável em suas três dimensões: econômicas, sociais e ambiental”. ANÚNCIO
COM A REFORMA ADMINISTRATIVA E PRIVATIZAÇÃO, QUEM PAGA O PATO É A POPULAÇÃO!
POR SAÚDE E EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, VACINA URGENTE PARA TODOS E RENDA EMERGENCIAL PARA QUEM PRECISA!
NÃO À REFORMA
O governo quer te fazer acreditar que a reforma administrativa é necessária para acabar com a corrupção e melhorar o serviço público. Mas a verdade é que, com a reforma, direitos como a educação, a saúde, a previdência e a assistência social, entre outros, serão entregues à iniciativa privada. E aqueles serviços que hoje são gratuitos e de qualidade, passarão a ser pagos.
ADMINISTRATIVA, SIM AOS SERVIÇOS PÚBLICOS!
Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2020 a 7 de janeiro de 2021
ENTREVISTA 15 11
“Bolsonaro tem forma tosca de lidar com o mundo, com a arte e a cultura”, diz cineasta ENTREVISTA Diretor de “Bixa Travesty”, filme com mais de 30 prêmios, fala sobre o preconceito do atual governo com o filme Reprodução
tal no país.
Raíssa Lopes Bixa Travesty, documentário com a rapper Linn da Quebrada, é um filme brasileiro que desde a sua estreia, em 2018, recebeu mais de 30 prêmios no país e no exterior. Foi considerado melhor documentário no Festival Internacional de Cinema de Berlim, na Alemanha; melhor direção no Festival Internacional de Cinema de Cartagena, na Colômbia e no Festival Cheries, na França, entre muitos outros reconhecimentos pelo mundo. Para além de seu sucesso, infelizmente ganhou manchetes ao ser criticado pelo atual presidente da Petrobras, em afirmação em setembro de que a estatal não iria mais “patrocinar filmes de qualidade sofrível” como o longa. No entanto, o documentário não só não foi patrocinado pela empresa, como deveria ter recebido dela um prêmio de R$ 200 mil que não foi pago. Conversamos com Kiko Goifman, um dos diretores de Bixa Travesty. Brasil de Fato - Como está a situação com a Petrobras agora, já um tempo depois de o presidente ter classificado Bixa Travesty como um filme “sofrível”? Kiko Goifman - Nós estamos judicializando. Provavelmente vamos entrar com dois tipos de ação, uma civil e uma criminal. Porque você não pode sair por aí falando essas coisas. Esse governo costuma falar muita coisa sem a menor base, o menor sentido. Dessa vez, que seja responsabilizado por isso.
Todo mundo já sabe que temos um governo racista, homofóbico e transfóbico
Se o filme chamasse outra coisa não estaria sendo atacado Curioso é que o filme nem chegou a ser patrocinado pela Petrobras, né? Quando lemos isso, obviamente nos sentimos ofendidos. A Petrobras não deu um real para a confecção do filme. Inclusive negou um prêmio que ganhamos e isso virou batalha judicial. Em vários dos maiores festivais do país, a Petrobras reparte prêmios entre R$ 200 mil e R$ 100 mil. Nós ganhamos o de melhor filme escolhido pelo público no Festival de Brasília. Num certo momento, recebi um telefonema falando que houve uma mudança de orientação e que não iriam mais pagar o dinheiro. Acionamos a Justiça e conseguimos chegar a um acordo de receber uma parte dessa verba, desde que não colocássemos o nome e nem a logomarca da Petrobras no filme. E a que você atribui essa repulsa?
Eles têm medo do “Bixa Travesty”. Todo mundo já sabe que temos um governo racista, homofóbico e transfóbico. Imagina o que é para esse governo um filme cha-
mado Bixa Travesty! Nesse governo somos massacrados. Estamos o tempo todo representando o Brasil. Temos aportes financeiros internacionais que usamos dentro do Brasil, a indústria cinematográfica representa uma quantidade imensa de pessoas. É uma aberração a gente ser perseguido numa situação em que emprego é fundamen-
Você acha que o Castello Branco assistiu ao Bixa Travesty? Não. E eu acho que se o filme chamasse outra coisa, tipo “Os caminhos de Linn da Quebrada”, não estaria sendo atacado. Tem um filme lindo chamado “Tinta Bruta’’, que é sobre um relacionamento gay em Porto Alegre. Eles receberam o prêmio porque o filme se chama “Tinta Bruta”, com logo e tudo… Entende? Mas acontece que a família Bolsonaro tem uma forma tosca de lidar com o mundo, com a arte, com a cultura. ANÚNCIO
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Águas e em Serviços de Esgotos no Estado de Minas Gerais - SINDÁGUAMG, com sede e foro na cidade de Belo Horizonte, Rua Congonhas, nº 518, bairro Santo Antônio, CEP: 30330-100, com base territorial em todo Estado de Minas Gerais, vem através de seu presidente Sr. Eduardo Pereira de Oliveira, no uso de suas atribuições institucionais e na forma estatutária, convocarem a categoria profissional dos trabalhadores na ACQUASALLES TRATAMENTO DE ÁGUA LTDA, para Assembleia Geral a realizar-se na data de 29 de dezembro de 2020, 15h00, de forma online; para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1º) Campanha Salarial 2020/2021 – Retirar Pauta de Reivindicação, com discussão e votação das reivindicações; 2º) Deliberação de assembleia em caráter permanente, até a aprovação do Acordo Coletivo ou autorização para instauração do Dissídio, fórum que poderá ser convocado independente de outro edital; 3º) Poderes à Diretoria Executiva para negociar livremente, participar de procedimentos de mediação ou arbitragem; assinar acordo coletivo, ou ajuizar dissídio coletivo de natureza jurídica e/ou econômica, após aprovação das assembleias; 4º) Deflagração de movimento grevista, através de paralisação coletiva do trabalho; Ficam desde já autorizadas as práticas de atos e procedimentos de natureza secundária ou subsidiária ao êxito do processo de obtenção de instrumentos normativos que garantam o avanço dos direitos sociais e econômicos da Categoria Profissional; 5º) Aprovação de desconto assistencial, 18 de dezembro de 2020. Eduardo Pereira de Oliveira - Presidente.
14 VARIEDADES 12
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CIÊNCIA, COISA BOA!
A VACINA VEM AÍ!
FIQUE
BEM Olá, pessoal, tudo bem? Seguem as dicas da semana!
Michael Appleton/Mayoral Photography Office
QUE ANO, HEIN!? Neste ano difícil, de pandemia, isolamento, dificuldades financeiras... muito se falou em “cuidar da saúde mental”. Essa tarefa não é fácil e, na maioria das vezes, precisamos ter ajuda de um profissional de saúde. Mas, começar a pensar no assunto, muitas vezes, já é um grande passo.
SAÚDE MENTAL NAS REDES
Já falei aqui sobre a importância das vacinas para a humanidade. Elas representam um dos maiores avanços científicos até hoje desenvolvidos. São extremamente seguras e A rapidez da já preservaram incontáveis vidas. vacina tem a Também já disse que apenas um elemento pode nos livrar da pandemia e devolver cerver com ta normalidade sanitária ao mundo: o sisteinvestimento ma imunológico humano. Enquanto nossos organismos não estiverem preparados para combater o coronavírus, o risco seguirá. E o que uma vacina faz é exatamente isso. Induz uma resposta imune a partir de uma falsa infecção. Ou seja, as vacinas contra a covid-19 poderão encurtar muito a nossa guerra contra o vírus. A vacinação de toda a população deve se tornar uma das principais demandas populares no próximo ano. É um direito de todos e um dever do Estado garanti-la. As cerca de 250 vacinas contra a covid-19, que estão sendo desenvolvidas no mundo, se dividem em quatro tipos básicos. O efeito é o mesmo: nossas células reconhecem um material como invasor, desenvolvem formas para eliminá-lo e guardam uma memória disso. Se uma infecção real ocorrer após a vacinação, o organismo já estará pronto para reagir. O que muda entre cada tipo de vacina é o que é usado como estímulo: o próprio coronavírus inativo ou atenuado; outro vírus inofensivo que contém o material genético dele; proteínas presentes na estrutura do coronavírus; ou apenas parte do seu material genético (RNA). As vacinas contra a covid-19 se desenvolveram em tempo recorde. O que antes durava anos foi feito em meses. E isso em nada tem a ver com menor qualidade. As vacinas já utilizadas são seguras e bastante eficazes. É isso que os testes nos mostraram até o momento. Essa rapidez se deve ao volume de dinheiro investido, ao número de pessoas e entidades envolvidas e ao enorme interesse pelo fim da pandemia. Mas, sobretudo, pelo preparo anterior que a ciência já havia feito. Já prevíamos que algum vírus respiratório poderia causar uma pandemia. Há uma luz no fim do túnel. Espera-se que ao longo de 2021 todos aqueles que pertencem a grupos de risco recebam a vacina. E nos anos seguintes, que ela chegue a toda a população. Até lá, máscara, distanciamento e higiene pessoal devem seguir como regra. Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
Nessa era de muitas informações, nos deparamos com milhões de assuntos e perfis nas redes sociais. É preciso filtrar, pois muitos deles podem compartilhar informações bastante distorcidas, principalmente quando o tema é saúde mental (cuidado com os(as) coachs!). Também é importante lembrar que internet não substitui terapia, mas pode sim, ser uma ferramenta para despertar reflexões importantes, que nos façam olhar para nós mesmas com todo o cuidado que merecemos.
PÁGINAS SOBRE O ASSUNTO Vou sugerir algumas páginas de psicólogas que inspiram, com responsabilidade, diversos tipos de debates sobre os caminhos tão misteriosos da mente. Ah, e uma dica: sempre que encontrar uma página assim, vá procurar sobre a formação da pessoa que a gerencia. É muito importante que ela seja uma/um profissional da psicologia. A partir daí, escolha a abordagem com que você mais se identifica. Digita aí no Instagram: @desaguarpsicologia; @erika.maracaba; psifemea; @rededandaras; @liviaarrelias.psi; cecilia.dassi; @saudementalpopnegra; psicologa.carolina.rj. Um abraço carinhoso da Jana! Bom final de ano! E, se cuidem! *Janaína Cristina escreve sobre dicas de bem-estar e autocuidado.
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Tenho uma dúvida: recuperado de covid pode transmitir o vírus? Maurício Souza, 36 anos, atendente comercial. Pessoas com suspeita ou diagnóstico de covid-19 devem permanecer em isolamento por dez dias, desde o primeiro dia de sintomas. Considera-se que essa pessoa pode transmitir a doença dentro desse período. Para encerrar esse isolamento no decimo dia, a pessoa deve estar sem febre há mais de 24 horas e ter melhorado dos outros sintomas. Não há um exame que possa ser feito para dizer que ela está recuperada, portanto, é importante respeitar esse período por uma questão de segurança de toda a comunidade. É recomendado que o isolado, se possível, fique os dez dias em um único cômodo da casa, sem contato com os demais familiares. As pessoas que tiveram contato desprotegido com o doente também devem ficar em isolamento por 14 dias, a contar da data do último contato.
Mande sua dúvida para amigadasaude@brasildefato.com.br
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www.malvados.com.br
13 VARIEDADES 15
PUDIM DE CHOCOTONE Reprodução
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br A ficha Material do caderno do médica militante Prato ambien- italiano de um talista com arroz paciente Judas, em relação a Cristo (Bíblia)
© Revistas COQUETEL Enrubescidos "(?) em Antares", último romance de Erico Verissimo
Diclofenaco (?), certo Condutor Registros anti-infla- elétrico no fim da matório Gíria da página fala do gaúcho
Itens da herança Caminhonetes Cadastro (?), lista de bons pagadores
(?) Gomes, político do Ceará (?) Moreira, locutor Armadilha da aranha
De (?) a z: do início ao fim Ajeita; corrige Pão de (?): bolo Atrações de canais Fox e Warner
Frase de duplo (?): contém trocadilho Criaturas Matériaprima de sabões
Cantora de "Equalize" Chefe etíope
A parte socialista da Alemanha dividida
Átomo eletrizado Pigmento de tintas (?) José, locutor de automobilismo
Dispositivo de acesso em ônibus
Ingredientes
Possuir "(?) Sua", livro de Sylvia Day Arma de fogo, de fácil manuseio Lord Byron, poeta inglês
• 1 xícara de açúcar mascavo
Quinhão São percebidos pelo olfato
O diamante como existe na natureza
• 3 colheres de chocolate em pó
Aumento do volume de água de um rio
• 200 ml de leite
Rio que corta o ES Veste de indianas
Altar de sacrifícios religiosos (Ant.)
• 1 lata de leite condensado • 4 ovos
(?) Lorenzo: time do Papa Francisco Ave do Cerrado Acre (sigla)
Inseto noturno análogo à borboleta
• 200 g de sobras de chocotone
Uma das contagens no placar do vôlei
Modo de preparo
Peixe cartilaginoso dotado de ferrão Parcela de contribuição no "crowdfunding"
1. Derreta o açúcar com o chocolate em pó, até caramelizar.
Eventual
3/rás — san — set. 5/pitty. 6/sódico.
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Solução
coloque em uma forma com um furo no meio e reserve; 2. No liquidificador, bata o leite, o leite condensado, os ovos
P T A R P R E L R S E C P I C L M A D C O
S R O N T I D O R S I T I O T OC A O S E P D R I E S A T R A S T O L Y D B A RA R I P O U E M T A A O C A S
C R U A R I O B E N S V O C A A C I D N T I D O S E R E S I O N C A T O A T E R I L OT E D O C E S A H N A S E T R R A I A I O N A L
BANCO
e o chocotone; 3. Coloque a mistura na forma e asse em banho-maria por mais ou menos 1 hora e meia. O forno deve ser preaquecido e mantido a 180 graus; 4. Leve à geladeira por no mínimo 3 horas, para desenformar e servir.
14 CULTURA 14
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Roteiro
Visita ao Presépio do Pipiripau
Concurso Literário Prêmio Cidade
O Presépio do Pipiripau, em Belo Horizonte, está com visitação disponível até 20 de dezembro, com agendamento prévio e limitação de seis pessoas a cada sessão. Cada visitante pode retirar até três ingressos para uma única apresentação. Medidas de segurança individual devem ser adotadas e o uso de máscara é obrigatório. É recomendável que pessoas do grupo de risco fiquem em casa. Mais informações em https://abre. ai/pipiripau.
O edital do Concurso Nacional de Literatura Prêmio Cidade de Belo Horizonte 2020 está aberto e recebe inscrições até 31 de janeiro de 2021. A premiação visa a valorizar e fomentar a produção literária nacional, com premiação de obras inéditas em língua portuguesa. Nesta edição, serão contempladas obras nas categorias Poesia e Conto. As inscrições são gratuitas e mais informações podem ser solicitadas pelo email premiocbh@pbh.gov.br.
Divulgação
Evaristo Sá/AFP
Ricardo Laf
Reprodução
Filme sobre a Lava Jato O curta-documentário “Moro: Mais que Suspeito”, lançado na quinta (10), traz cenas, entrevistas e documentos da Justiça que expõem a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro na condução da Lava Jato e no julgamento do ex-presidente Lula. São 21 minutos de filme e a apresentação é da atriz Julianna Gerais e do ator e diretor Tadeu di Pietro, com exibição gratuita pelo canal do Comitê Lula Livre no YouTube. ANÚNCIO
2º PRÊMIO SINDIBEL DE JORNALISMO IN SC RIÇ ÕE S AB ER T AS
Natal sem fome A campanha de Natal Comunidade Viva Sem Fome, programa coordenado pela AIC - Agência de Iniciativas Cidadãs e pela Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais, está arrecadando neste mês doações financeiras, de alimentos, de produtos de limpeza e de brinquedos. Os itens serão entregues a famílias em situação de miséria em BH e Região Metropolitana. Para saber como participar, acesse www.comunidadevivasemfome.org.br.
Com o objetivo de fomentar a cobertura jornalística sobre o serviço público municipal e os trabalhadores durante a pandemia, o Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte - SINDIBEL lança a sua 2ª edição do Prêmio SINDIBEL de Jornalismo. Esta também é uma forma de reconhecer o serviço público como indutor de desenvolvimento e garantidor de direitos como saúde, educação, assistência social, segurança e saneamento. Acesse o regulamento em sindibel.com.br/regulamento e se inscreva: sindibel.com.br/inscricao
R$ 8 mil em prêmios!
Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2020 a 7 de janeiro de 2021
Rússia é banida de Olimpíadas e Copa do Mundo
s.yume
ESPORTE
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Atletas poderão ser vacinados antes das Olimpíadas de 2021 Reprodução
O Tribunal Arbitral do Esporte recusou um recurso da Agência Russa Antidoping. Com isso, o país está proibido de participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que acontecem no ano que vem, e da Copa do Mundo do Qatar, em 2022. Também ficam proibidos o hino e a ban-
deira do país nórdico nas competições. A punição vale por dois anos. De acordo com o Tribunal, as autoridades russas adulteraram dados de um laboratório de Moscou, em 2019, antes de entregarem os resultados à Agência Mundial Antidoping (WADA) em 2019.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) pretende vacinar todos os atletas que participarão das Olimpíadas de Tóquio, programadas para começar em julho do ano que vem. Uma carta foi enviada à Aliança Global de Vacinas (Gavi), manifestando a intenção. O presidente
do COI, Thomas Bach indicou em novembro que a entidade considera arcar com os custos da vacinação de atletas e dirigentes para as Olimpíadas. A corrida pela vacina é também para evitar o prejuízo de US$ 2,8 bilhões, caso a competição seja novamente adiada. ANÚNCIO
Feliz Natal e um próspero Ano Novo!
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Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2020 a 7 de janeiro de 2021 Sven Mandel
ESPORTES
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Steffen Prößdorf
DECLARAÇÃO DA SEMANA Basaksehir
Lucy Bronze e Lewandowsky são eleitos os melhores do mundo O tradicional prêmio Fifa The Best terminou, nesta quinta-feira (17), com dois astros do futebol europeu sendo eleitos os melhores do mundo na temporada. No feminino, a lateral-direita inglesa Lucy
Bronze, do Manchester City, dinamarquesa Pernille Harder, atualmente no Chelsea, e a zagueira francesa Wendie Renard, do Lyon. No masculino, o premiado foi o centroavante polonês Robert Lewan-
dowski, campeão da Uefa Champions League pelo Bayern de Munique. Nesta edição, toda a cerimônia do Fifa The Best ocorreu à distância, pela internet, em função da pandemia.
“Durante todos esses anos, nunca tive a coragem de montar um quadro de medalhas. Tenho muitas medalhas, mas faltava uma. Se esta prata olímpica não viesse, nunca faria um quadro.” Cláudio Roberto Sousa, velocista piauiense, ao receber medalha de prata em prova coletiva, conquistada há 20 anos, em Sydney. Na época, por um equívoco, a organização da Olimpíada não premiou o brasileiro.
Gol de placa A Tuna Luso, tradicional time de Belém (PA), voltou à primeira divisão do campeonato estadual depois de oito anos. No domingo (20), a Águia Guerreira fará em casa o jogo único da final da segunda divisão do Campeonato Paraense contra o Gavião Kiykatejê.
Gol contra O campeonato paraibano masculino não acontecerá em 2021. Sete dos oito clubes que disputariam o torneio alegam falta de recursos. Eles cobram ajuda do governo estadual, que, por sua vez, cita fraudes contábeis dos clubes para não lhes repassar dinheiro do programa “Paraíba Esporte Total”.
O eterno retorno
Superação e regularidade
O que virá do centenário?
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
Mesmo com sucessivos desfalques e disputando duas competições, o América tem conseguido manter o padrão de jogo, a segurança defensiva e a eficiência no ataque, conquistando vitórias e se aproximando do maior objetivo da temporada, que é o acesso à Série A. Decacampeão No jogo contra o Paraná, essa superação e regularidade foram novamente notáveis: mesmo com o desfalque dos titulares e dos reservas do meio-de-campo e, mesmo sem jogar bem, a equipe conseguiu controlar o jogo, não levar sustos e achar um gol pelos pés de Calyson, um jogador que ainda não havia justificado a contratação. É o retrato de um time bem montado e com um elenco que tem dado conta de se manter à frente das adversidades.
O Atlético voltou ao período “schadenfreud” – prazer com a desgraça alheia. Ano após ano, o sentimento toma conta dos alvinegros. A derrota para o São Paulo não significa o fim, ainda é possível o título. No entanto, mais uma vez, evidencia as deficiências Galo doido! do elenco e oÉdestempero do técnico, que se perdeu na escalação e, quando tentou alterar tudo, já era tarde. O Tricolor paulista tem um grupo experiente e qualificado, assim como o Flamengo e o Palmeiras. O treinador argentino, às vezes, inventa. Pode se dar bem ou mal. Curioso é que, com três zagueiros, o time toma mais gols. E, depois, é preciso recompor o meio-campo para municiar o ataque. Os dez dias de preparação para receber o Coritiba servirão para reflexão.
Salve, nação! Esta é a última coluna de 2020. Quando retornarmos do recesso, o Cruzeiro já será um clube centenário. Após o empate com o CSA, fica difícil acreditar que a data será comemorada com o vislumbre de retorno à sérieLa A. Ao menosNegra 2020 termina com Bestia um esboço de uma equipe mais sólida para o ano que vem. Iniciamos sem elenco e chegamos ao fim com a estabilidade da comissão técnica e, claro, uma linha a ser seguida. Continuar a vencer é fundamental, mesmo que o acesso não venha. Uma eventual segunda temporada na série B vai custar caro aos cofres do clube. A direção terá de ser astuta para retomar o Cruzeiro de sempre. Desejo a todos serenidade em meio ao caos. Saudações celestes!
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