Reprodução
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Criança suja é mais saudável?
Dormir depois do almoço engorda?
Estudos mostram que contato com microrganismos ajuda sistema imunológico
Nossa Amiga da Saúde tira a dúvida de quem gosta de um cochilo após o almoço
VARIEDADES 12
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MG Minas Gerais
6 a 12 de novembro • edição 328 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Tânia Rêgo /Agência Brasil
O que candidatos à prefeitura de BH dizem sobre o SUS
Autonomia do Banco Central A entrega do galinheiro para a raposa BRASIL 6
Caso Mariana Ferrer
O machismo e a misoginia do Judiciário brasileiro BRASIL 8
Flávio Bolsonaro é denunciado Será que agora vai? BRASIL 9
Eleições nos EUA
ELEIÇÕES Em Belo Horizonte, a saúde é a principal preocupação para 61% dos entrevistados - pág. 4
É nas cidades que acontecem as políticas que podem melhorar a vida - pág.2
Fake news é crime e dá cadeia. Saiba como denunciar - pág. 10
Mandel Ngan/AFP
Com medo de perder eleições, Trump cria embaraços legais MUNDO 10
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
Na cidade o papo é reto João Paulo Cunha
ESPAÇO DOS LEITORES
“Que doido! Vou procurar saber mais” Pedro Jehle comenta a matéria “Em iniciativa inédita, Vespasiano (MG) tem candidatura coletiva para a prefeitura”. -“Obrigado Brasil de Fato MG pelo espaço e pelo apoio! Viva a arte! Não nos calarão! Ele nunca!” Rabay, comenta a matéria “Clipe relaciona história de Adamantina (SP) com alto índice bolsonarista na cidade”. -“Na realidade nada foi feito e nem vai ser feito. Estão passando mel na boca. Nunca vão conseguir fazer a reparação nos rios e nem nos mares. Vai ser pro resto da vida” Thadeu Endringer, sobre reportagem em áudio “Após cinco anos do crime de Mariana (MG), atingidos continuam sem suas casas”.
Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg
As eleições municipais estão aí. A primeira disputa política formal depois da eleição de Bolsonaro e da ascensão do neofascismo no país traz alguns desafios importantes para as cidades. Na esteira da crise institucional e da tentativa de desmonte da ordem constitucional, os novos prefeitos e vereadores sinalizam uma encruzilhada entre a virada em direção à democracia ou a consolidação da barbárie. Contando ainda com a inaceitável submissão de governadores como Romeu Zema, de Minas Gerais, que aderiu ao discurso e às práticas que jorram como vômitos da bocarra boçal do bolsonarismo. Em outras palavras, parece haver um conjunto articulado que indica etapas sucessivas a serem cumpridas no projeto de destruição da democracia e da instauração de um Estado autoritário no Brasil. Um caminho que trilha a aniquilação das conquistas populares, a desmontagem do regramento construído pela mobilização da sociedade ao longo de décadas, chegando à criação de uma cultura autoritária em todos os sentidos: do machismo ao racismo, da LGBTfobia à censura às artes, do ataque ao Estado laico à destruição do meio ambiente. Nesse trajeto, a conquista das cidades é a bola da vez. Pode parecer que há um salto qualitativo, como se as decisões nos âmbitos federal e estadual fossem mais amplas, deixando os municípios
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
apenas como ambiente de execução de ideias decididas e implementadas de cima para baixo. Nesse sentido, a política das cidades trataria de algo menor em escala e abrangência. Nada mais perigoso e equivocado. É nesse território que a vida acontece e as políticas públicas são exercidas em sua materialidade. A grande agenda começa na cidade. Defender o SUS, os direitos
A grande agenda começa na cidade. Defender o SUS, os direitos humanos, a cultura criativa e crítica, a educação libertadora, o direito à cidade... humanos, a cultura criativa e crítica, a educação libertadora, o direito à cidade, a liberdade de pensamento e o uso racional e sustentável do solo. Avançar em direção à moradia digna e acessível, à real universalização dos serviços públicos, à mobilidade que respeita os espaços e a sanidade do ambiente e à tarifa zero para o transporte do trabalhador. Juntar forças pela valorização do funcionalismo público, pela segurança do cidadão como consagração do respeito à vida e pela garantia de renda mínima. Defender a participação direta, democratizar a definição, uso e controle do orçamento público.
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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Redação: Amélia Gomes, Bruna Bentes , Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa e Z Carota. Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 10 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020 Divulgação
Declaração da Semana “Há meses estávamos brigando com pessoas que diziam que a garota de 10 anos estuprada pelo tio não tinha o direito de abortar, pois de alguma maneira ela devia estar gostando e consentindo o estupro. A irracionalidade, o machismo e a misoginia não mudam. De Ângela Diniz a Mari Ferrer”.
GERAL
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Número da Semana 90%
dos quilombolas no Brasil não tiveram acesso aos benefícios concedidos durante a pandemia, como cestas básicas.
Como viajar de graça?
Reprodução
Júlia Rocha, cantora, compositora e médica de família, pelo Twitter.
Brasileiros de baixa renda, com idade entre 15 e 29 anos, têm direito à Identidade Jovem, ou simplesmente ID Jovem, um documento que possibilita acesso a vários benefícios. Um deles é a meia-entrada em eventos artístico-culturais e esportivos. Outro é viajar de graça ou com desconto no sistema de transporte interestadual. Para emitir a ID Jovem ou obter mais informações, é só entrar no site idjovem.juventude.gov.br.
Auxílio emergencial
Marcello Casal Jr / Agência Brasil
As pessoas que receberam as cinco parcelas do auxílio emergencial de R$600, mas tiveram a extensão do benefício cortada, ou seja, não receberam nenhuma das parcelas de R$300, têm até 9 de novembro para contestar a decisão. Os beneficiários do Bolsa Família só poderão fazer a contestação a partir do dia 22 de novembro. Se o pedido de contestação for aprovado, a extensão do auxílio emergencial será paga no mês seguinte e incluirá os valores retroativos não pagos. O processo é feito exclusivamente pela internet, no site consultaauxilio.dataprev.gov.br.
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CIDADES
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
O que candidatos à prefeitura de BH dizem sobre o SUS ELEIÇÕES Segundo dados do Ibobe, em Belo Horizonte, a saúde é a principal preocupação para 61% dos entrevistados Marcello Casal Jr. /Agência Brasil
da Atenção Primária em Saúde para adolescentes, mulheres, gestantes, puérperas, em especial a atenção àquelas em situação de vulnerabilidade.
Larissa Costa
A
Saúde, neste ano, por causa da pandemia do coronavírus, ganhou ainda mais destaque colocando o Sistema Único de Saúde (SUS) no centro das promessas eleitorais. Segundo dados do Ibobe, em Belo Horizonte, a saúde é a principal preocupação para 61% dos entrevistados, seguida pela educação, segurança pública e transporte coletivo. Todos os 15 candidatos à prefeitura da capital mineira possuem propostas para melhoria da Saúde em seus planos de governo. No entanto, nem todas as promessas são iguais e alguns, inclusive, demonstram não ter compromisso com o SUS totalmente gratuito, mas com empresas privadas da área da saúde. “O grande diferencial dos programas é que os candidatos que estão vinculados à defesa do SUS pretendem, primeiro, fortalecer a Atenção Primária em Saúde, que são os nossos centros de saúde. Segundo, eles defendem a ampliação de serviços próprios do SUS”, avalia o médico de família e comunidade Bruno Pedralva, que é ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS) e diretor licenciado do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel). Propostas privatizantes Após ser duramente criticado, o presidente Jair Bolsonaro recuou e revogou o Decreto 10.530, no último dia 28, que inseria a rede de
Candidatos que estão vinculados à defesa do SUS pretendem, primeiro, fortalecer a Atenção Primária em Saúde atenção primária à saúde nas parcerias com a iniciativa privada. Essa tendência privatizante é seguida por alguns candidatos de Belo Horizonte, principalmente João Vitor Xavier (Cidadania), que propõe construir parcerias público-privada (PPP) para construção ou reformas das unidades de saúde, incluindo a terceirização de atividades. Rodrigo Paiva (Novo), também é um dos candidatos adeptos às medidas de privatização. Em seu plano de governo, as premissas do partido apresentadas incluem “parcerias, concessões e privatizações para a
infraestrutura”, e “iniciativa privada como condutora do desenvolvimento”. O professor Fábio Garrido afirma, que, na prática, a “Parceria Público Privada transfere os serviços públicos para o mercado, sendo apenas um modelo aperfeiçoado de privatização. Com as PPP´s, não é mais o bem-estar da população o interesse do serviço, mas o bem-estar dos acionistas no mercado financeiro”, aponta. Áurea e Nilmário Os planos de governo de Áurea Carolina (PSOL) e de Nilmário Miranda (PT) se destacam com propostas que vão ao encontro dos pontos defendidos pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS). Ao defender uma atenção integral à saúde das mulheres e o fortalecimento do SUS, a candidata do PSOL defende a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres; a garantia da existência de doulas
em toda a rede municipal, e dar atenção à saúde mental das mulheres no contexto de pandemia e pós-pandemia, considerando vulnerabilidades sociais, culturais e econômicas. Áurea ainda pretende adotar estratégias para reduzir a mortalidade ma-
Propostas vão de fortalecimento do SUS, abertura de maternidade à privatização dos serviços terna, neonatal e infantil, e inaugurar a Leonina Leonor Ribeiro, em Venda Nova. No documento de Nilmário (PT), também consta a defesa da humanização do parto e do nascimento, a abertura da maternidade Leonina Leonor; o enfrentamento à violência doméstica e sexual; a qualificação
Kalil O plano de governo do atual prefeito e candidato à reeleição, Alexandre Kalil (PSD), parte do pressuposto que a política municipal de saúde deve estar em consonância com os princípios que regem o SUS, “sobretudo a universalidade, a equidade, a regionalização e a participação social”. Entre suas propostas, está o investimento em reformas e reconstrução de pelo menos 40 Centros de Saúde, além de Centros de Referência em Saúde Mental (Cersam), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Centro de Atenção à Mulher, entre outras instituições. Essa promessa, segundo Bruno Pedralva, é fruto da luta do movimento de saúde de Belo Horizonte. Ele relata que, que desde o início da gestão de Kalil, sindicatos e conselhos travaram batalhas e conseguiram convencer o prefeito da necessidade de manutenção e ampliação da rede SUS. Apesar dos avanços implementados pelo prefeito, sobretudo na infraestrutura, segundo Pedralva, Kalil “não aumentou nenhuma equipe de saúde na cidade, equipe com médico, enfermeira, agente de saúde. Nós estamos há quase oito anos sem incremento no número de equipes. Enquanto isso, a população cresceu, as pessoas perderam planos de saúde”.
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
MINAS
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Projeto da UFMG reúne informações científicas sobre o coronavírus e suas consequências COMUNICAÇÃO Iniciativa tem objetivo de combater notícias falsas sobre a pandemia, divulgando conteúdo revisado por pesquisadores e com linguagem acessível Divulgação
Raíssa Lopes
I
nformações comprometidas com a ciência são fundamentais na sociedade, principalmente em tempos de pandemia. Além disso, não é apenas necessária a apuração correta dos fatos, mas uma comunicação clara e compreensível sobre o assunto. Afinal, do que adianta comunicar, se ninguém entende? Foi a partir desses dois pontos de partida que surgiu a Força-tarefa Amerek de combate ao coronavírus, uma iniciativa de divulgação científica sobre a pandemia, criada pelo curso de especialização em Comunicação Pública da Ciência da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - que teria início justamente no mês de março de 2020, início da quarentena no Brasil -, em parceria com o Instituto Serrapilheira. O nome do projeto é uma palavra do idioma do povo indígena Krenak, que significa “contato”, “abraço”. “Mesmo agora que não podemos abraçar, precisamos agir coletivamente. Não estamos sozinhos, vamos sair dessa juntos, trocando informações confiáveis, experiências de solidariedade e de ajuda”, afirma um dos coordenadores da força-tarefa, o físico, sociólogo e professor da UFMG Yurij Castelfranchi. Onde encontrar Junto de Yurij, mais de 30 pessoas - entre pesquisadores, jornalistas e edu-
cadores - participam dos trabalhos. O conteúdo coletado pelos comunicadores é revi-
Mesmo agora que não podemos abraçar, precisamos agir coletivamente sado por cientistas e publicado diariamente em formatos diversos, simples, didáticos e versáteis. Você pode escolher entre Twitter [amerek_ufmg], Facebook [amerek.ufmg], Instagram [amerek_ufmg] e Youtube. “Sobre o coronavírus não falta informação. Tem até demais. Estamos angustiados, confusos. Encontramos coisas sobre o vírus toda hora. No celular, na TV, conversando com parentes... Fica muito difícil diferenciar o que é verdade e o que não é. Sobretudo, fica difícil saber o que podemos fazer e a gente se sente perdido, impotente, abandonado”, diz Yurij ao explicar as motivações do projeto, que visa, ainda, inventar e trocar
ideias sobre formas de lidar com as consequências recém descobertas da covid-19.
Tudo junto e misturado As páginas da Amerek tratam de assuntos que vão de como usar e lavar as máscaras de proteção até debates a respeito da crise social intensificada pelo coronavírus, reflexões sobre perda, luto, medo e mudanças de planos e dicas práticas de como está a burocracia (pagamento de mensalidades escolares, financiamentos, etc.) nos tempos atuais. “Isso está no cruzamento das ciências humanas com as demais ciências. Não se sai de uma pandemia sem instrumentos de saúde pú-
blica, sem as ciências da vida, mas também não se sai sem psicologia, sem comunicação, sem ciência política, sem sociologia, sem antropologia”, declara Yurij.
Não se sai de uma pandemia sem as diversas ciências, da saúde pública à psicologia, da comunicação a ciência política e muitas outras ANÚNCIO
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BRASIL
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
Com “autonomia”, Banco Central ficará preso a interesses do mercado, diz senador ANTIDEMOCRÁTICO Projeto retira capacidade do Estado brasileiro sobre a política monetária Marcello Casal Jr. /Agência Brasil
Tiago Pereira
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or 56 votos a favor e 12 contra, o Senado aprovou, em sessão remota realizada na terça-feira (3) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 19/2019, que confere autonomia ao Banco Central (BC). A proposta segue agora para discussão na Câmara dos Deputados. Sob pretexto de “blindar” a instituição de “ingerências políticas”, o que os parlamentares aprovaram foi a “autonomia” em relação à soberania popular, denunciou o líder Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado. O projeto estabelece mandatos de quatro anos para o presidente e os diretores do
Banco Central. Para assumir, eles deverão passar, ainda, por votação secreta no Senado. Pela proposta, o novo chefe do banco deverá assumir no terceiro ano de governo do presidente da República, de modo que o seu comando da política monetária não coincida com o mandato do chefe do Executivo. “Estamos dando autonomia em relação ao governo,
mas não estamos dando autonomia em relação ao mercado. Ou seja, haverá autonomia com relação à vontade popular, ao governo eleito. Mas não haverá autonomia em relação ao mercado e aos interesses comerciais para quem vai dirigir a política monetária do país”, afirmou o líder petista. Além dos seis senadores do PT, também votaram contra Randolfe Rodrigues (Rede-
-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES), Regufe (Pode-DF), Weverton Rocha (PDT-MA), José Serra (PSDB-SP) e Zenaide Rocha (Pros-RN). Relator da proposta, o senador Telmário Mota (Pros-RR) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) destacaram “benefícios
Estamos dando autonomia em relação ao governo, mas não estamos dando autonomia em relação ao mercado
notáveis” da suposta “blindagem” aos diretores do BC. O PLP 19/2019 é de autoria do Plínio Valério (PSDB-AM). Objetivo secundário Também foi aprovada uma emenda do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que estabelece como “objetivos secundários” do BC “suavizar as flutuações do nível de atividade econômica”. Além de zelar pela solidez e eficiência do sistema financeiro. Mota incluiu, ainda, o fomento ao “pleno emprego”. No entanto, essas metas devem ficar subordinadas ao objetivo principal, que continua sendo o combate à inflação, tendo a taxa básica de juros (a Selic) como principal mecanismo. ANÚNCIO
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020 Reprodução
OPINIÃO
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Iriana Cadó
Desemprego, incertezas e o auxílio emergencial
Eleições: é hora de resgatar o Orçamento Participativo O Orçamento Participativo (OP) ganha relevância nos debates e programas dos candidatos à prefeitura de Belo Horizonte. Os candidatos têm tensionado o instrumento em suas declarações, assumindo diferentes abordagens para “adequar” o OP a seus posicionamentos políticos. O OP tem grande relevância na cidade de BH, sobretudo na periferia, pois remete a uma política democrática de inversão de prioridades nos governos progressistas de Patrus Ananias, Célio de Castro e Fernando Pimentel. Infelizmente, essa é uma realidade bem distante do que se chama de OP atualmente. Há mais de quatro anos não se realizam novas rodadas de participação, de forma que o OP parece ter seguido a “tendência” do ambiente político da cidade, cada vez mais fragmentado e obstruído ao debate público amplamente democrático. O OP de BH surgiu no início da década de 1990, fruto de anos de mobilização de movimentos populares. O OP era constituído de reuniões municipais, regionais e nos bairros, nas quais a população propunha as obras que disputariam recursos. Em seus 23 anos de vigência (considerados até 2016, ano da última edição), o OP foi capaz de promover mais de 1200 empreendimentos. Entretanto, acumulou também diversas críticas. Muitas dessas contradições foram O resgate do OP fortemente agravadas pelo papel secundário que o ins- é oportunidade trumento passou a ter a partir da gestão do prefeito Már- de reconstrução cio Lacerda. Com isso, formou-se um enorme passivo do OP que em da democracia 2016 acumulava 450 obras inconclusas. Em quatro anos pela base de mandato da gestão Kalil, a prefeitura concluiu 124 destas obras, deixando 326 ainda no passivo. O debate sobre a participação popular precisa ser amplamente explorado. Será a partir da escala local que a sociedade irá enfrentar a baixa intensidade democrática. Henrique Porto é estudante da Escola de Arquitetura da UFMG; Ana Isabel de Sá é professora do IFMG; Gisela Barcellos e Natacha Rena são professoras da Escola de Arquitetura da UFMG; os quatro integram o Grupo de Pesquisa Indisciplinar.
Estes são artigos de opinião. A visão dos autores não expressam necessariamente a linha editorial do jornal Brasil de Fato
Iriana Cadó é economista especialista em Economia Social e do Trabalho e militante da Consulta Popular.
ACOMPANHANDO
Ana Isabel de Sá, Gisela Barcellos, Henrique Porto e Natacha Rena
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que chegamos ao recorde de pessoas desocupadas. São 14,4% ou 13,8 milhões de pessoas em busca de uma oportunidade de trabalho. Além disso, a força de trabalho potencial, ou seja, pessoas desocupadas, mas com potencial de se tornarem economicamente ativas é a maior até aqui, são 13,6 milhões de pessoas. O desalento, pessoas que estão desocupadas, com disponibilidade para assumir algum posto de trabalho, mas que desistiram de procurar emprego por falta de perspectivas de encontrar alguma oportunidade, chegou a 6 milhões de pessoas. Caso essas 6 milhões de pessoas, ou parte delas, voltassem a procurar emprego teríamos uma taxa de desemprego de aproximadamente 19%. Isso aponta para a importância do auxílio emergencial, que vem sustentando tanto as con- São 14,4% ou dições de sobrevivência de cer- 13,8 milhões ca de 66 milhões de beneficiár de pessoas em como vem minimizando a que- busca de uma da da economia, mantendo uma certa demanda que vem oportunidade de segurando uma queda ainda trabalho maior do caixa das empresas e os empregos. Nesse sentido, o fim do auxílio emergencial aponta para uma degradação completa da conjuntura econômica e social em 2021. Segundo algumas projeções, o corte do auxílio representará “forte ressaca”, com a redução notória da renda total em circulação na economia brasileira, que é o que vem segurando a economia e o mercado de trabalho. A atual equipe econômica está entre implementar uma renda básica permanente e enfrentar inevitavelmente a Emenda Constitucional do teto dos gastos (EC 95), ou manter o teto, mas concretizar um cenário de completa devastação social. Diante da elevação da quebra das empresas, do desemprego, desalento e da fome, parece óbvio o caminho a ser seguido.
...Na edição 321... A solução é coletiva E agora... Brasil concentra 40% das mortes na América Latina O Brasil chega à triste marca de mais de 162 mil falecidos pela covid-19. O país concentra 40% dos óbitos em toda a América Latina. A propagação do novo coronavírus voltou a dar sinais de descontrole no Brasil após cinco semanas. Cada grupo de 100 infectados no país, neste momento, podem contaminar mais de 100 pessoas. Esse índice segue crescendo a cada novo paciente. O ritmo de contágio no Brasil não superava esse patamar desde setembro.
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BRASIL
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
Argumento de advogado contra Mariana Ferrer segue linha utilizada contra Ângela Diniz VIOLÊNCIA Em ambos os casos, os advogados questionaram a vida pessoal da vítima para favorecer acusados Reprodução
Caroline Oliveira O processo e o julgamento que levaram à absolvição do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a influenciadora digital Mariana Ferrer, durante uma festa em dezembro de 2018, em Florianópolis (SC), foi marcado por ataques à vítima por parte do advogado do acusado, troca de promotores e delegados, depoimentos conflitantes de Aranha e mudança na linha de argumentação do Ministério Público.
A conduta da defesa foi “extremamente abusiva” e “constitui uma violência” contra a vítima Alguns desses pontos são normais, e até esperados como estratégia da defesa, outros extrapolam o limite da atuação profissional e contrinbuem com impunidade do agressor e com a estarrecedora estatística de um estupro contra a mulher a cada oito minutos no Brasil, sendo que apenas 1% dos agressores são punidos, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A artimanha de desqualificar a vítima em ações penais que envolvem crimes sexuais
contra pessoas do gênero feminino, considerada pela advogada Carolina Gerassi como “perversa” e “estranha à função da advocacia defensiva em audiência de instrução”, é velha conhecida de advogados que atuam nesse tipo de processo. Ângela Diniz A mesma linha de argumentação foi utilizada pelo criminalista Evandro Lins e Silva na defesa de Doca Street, que matou a socialite mineira Ângela Diniz com quatro tiros no rosto no dia 30 de dezembro de 1976, em Búzios. Três anos depois do assassinato, no tribunal de Cabo Frio, Rio de Janeiro, Evandro Lins e Silva alegou que Doca Street incorreu em “legítima defesa da honra”: uma aberração jurídica que transfere a responsabilidade do homicida à vítima por seu trágico
destino, devido ao comportamento social e sexual dela. Quarenta anos depois, mais uma mulher vítima se senta no banco dos réus ao ser julgada pelos acusados. Cláudio Gastão da Rosa Filho fez o mesmo durante a audiência do caso Mariana Ferrer. Segundo Carolina Gerassi, a conduta da defesa foi “extremamente abusiva” e “constitui uma violência” contra a vítima. “A audiência serve para produzir prova. O máximo que o advogado de defesa poderia ter feito eram perguntas para ela na qualidade de vítima em sua oitiva. Jamais agredi-la e acossá-la. Jamais ofendê-la e debochar de seu sofrimento”, ressalta. A proximidade entre os casos de Mariana Ferrer e Ângela Diniz reforçam o que as advogadas ouvidas pela reportagem pontuam: a seletividade do processo penal e a cristalização de vícios misóginos e racistas.
Governadores pressionam por vacina contra covid-19 Cristiane Sampaio Em reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na terça-feira (3), governadores das cinco regiões do país reforçaram o coro pela necessidade de aquisição da vacina que possa proteger as pessoas do novo coronavírus. Para o coordenador do Fórum de Governadores do Brasil e governador do Piauí, Wellington Dias (PT), “a defesa que nós governadores fazemos é de que a primeira vacina que tiver autorização, que tiver aprovação científica seja a que o Brasil adote. Se a vacina é feita no Butantan ou na Fiocruz, se foi desenvolvida nesse ou naquele país, é irrelevante em relação à principal prioridade, que é salvar vidas”, afirmou Dias. Na pauta, os governadores debatem atualmente com o Congresso a Medida Provisória (MP) 994/20, que libera um crédito de quase R$ 1,995 bilhão para a compra de tecnologias e a fabricação de uma vacina contra a covid-19. A companhia AstraZeneca, por exemplo, desenvolve um produto em parceria com a Universidade de Oxford, do Rei-
no Unido, e a substância pode ser fabricada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As negociações políticas envolviam também a CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac, mas o produto foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que rejeita a China por motivos ideológicos e doutrinários. Entidades civis e autoridades que acompanham o desenrolar da produção das vacinas têm feito coro pela importância da aquisição da substância. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) expediu a recomendação de que o país adote medidas capazes de garantir o acesso à imunização contra o novo coronavírus. Resistência O movimento dos governadores contrasta com a resistência de Bolsonaro em acelerar o debate sobre os trâmites relacionados à aquisição da substância. No último dia 26, por exemplo, o presidente chegou a criticar a corrida em torno da produção da vacina, que mobiliza laboratórios e diferentes atores políticos em todo o mundo.
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Flávio Bolsonaro é denunciado por organização criminosa no esquema das “rachadinhas” ROUBO Filho do presidente e Queiroz são acusados dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa Redação O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e seu ex-assessor e amigo da família Fabrício Queiroz por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. A denúncia à Justiça acontece após dois anos de investigação do esquema conhecido como “rachadinhas”, desvio de vencimentos de servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Além de Flávio e Queiroz, apontado como operador do esquema, outros 15 assessores também foram denunciados. Apesar de ter sido ajuizada pela Promotoria em 19 de outubro, a peça foi encaminhada ao desembargador responsável pelo processo no Tribunal de Justiça do Rio na terça-feira (3). Caso a Justiça aceite a denúncia, o filho de Bolsonaro e seus ex-assessores se tornam réus. Segundo o MP-RJ, os crimes teriam ocorrido entre 2007 e 2018. A Promotoria denunciou o senador no Órgão Especial mesmo com recurso pendente no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o foro especial dado ao senador definido pelo TJ-RJ. Queiroz A suspeita do envolvimento de Flávio e seu assessor com práticas ilícitas veio à tona em dezembro de 2018, após relatório do Coaf apontar movimentação atípica de R$ 1,2
Ministro libera e TSE vai julgar ação que pode cassar chapa BolsonaroMourão Ivan Longo
milhão, durante um ano, na conta de Queiroz. O policial militar aposentado foi preso em 18 de junho deste ano em imóvel do então advogado de Flávio, Frederick Wassef, o que explicitou ainda mais as relações do senador com seu ex-funcionário. Atualmente Queiroz está em prisão domiciliar após passar menos de um mês em Bangu, na zona oeste do Rio. O caso está em “super sigilo” e detalhes da denúncia, como o nome dos outros 15 acusados, não foram divulgados. Ex-assessora assume esquema Segundo reportagem do jornal O Globo, publicada na quarta-feira (14), Luiza Sousa Paes, ex-assessora do anti-
go gabinete de Flávio na Alerj, admitiu em depoimento que nunca atuou como funcionária do filho do presidente. Ela afirmou ainda que era obrigada a devolver mais de 90% do salário. É a primeira vez que um ex-assessor assume o esquema ilegal no gabinete do parlamentar.
Luiza, ex-assessora de Flávio Bolsonaro na Alerj, ficava com R$ 700 de um salário de cerca de R$ 5 mil Paes apresentou extratos bancários que abrangem o período de 2011 e 2017 para comprovar a realização de
depósitos e transferências de cerca de R$ 160 mil para Fabrício Queiroz. Ela foi nomeada como assessora de Flávio de agosto de 2011 a 11 de abril de 2012. Depois, atuou na TV Alerj e no Departamento de Planos e Orçamento. Luiza declarou ao MP que durante todo o período na casa legislativa teve que devolver a maior parte do que recebia como salário. O primeiro contracheque da assessora no gabinete do senador era de R$ 4.966,45. Na última função, na TV Alerj, de R$ 5.264,44. Paes detalhou ao MP que ficava apenas com R$ 700 de seu salário e tinha como obrigação devolver o 13º, férias, vale-alimentação e até mesmo o valor recebido pela Receita Federal como restituição do imposto de renda.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar, em breve, uma ação que pode cassar a chapa formada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo vice Hamilton Mourão, eleita em outubro de 2018. Isso porque, na quarta-feira (4), o ministro Luís Felipe Salomão liberou para julgamento uma dessas ações que corre no tribunal. Agora cabe ao presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, marcar a data para a apreciação da ação. Trata-se da ação apresentada, ainda em 2018, pela coligação que teve como candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), que pede a cassação da chapa do presidente por ter se utilizado, na campanha eleitoral, de um esquema ilegal de contratação de empresas para disparos em massa de mensagens no WhatsApp. Outras ações que tratam da mesma suposta irregularidade cometida pela chapa de Bolsonaro estão protocoladas no TSE, mas estão paradas no tribunal, aguardando um pedido de compartilhamento de informações do inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
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MUNDO
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
Eleições nos EUA: como Trump força a judicialização para driblar vantagem de Biden PODER Campanha republicana acionou Justiça em quatro estados americanos. Trump reinvindica paralisação da contagem dos votos Mandel Ngan/ AFP
O que diz a lei?
Lu Sudré Se depender de Donald Trump, os resultados das eleições presidenciais não sairão das cédulas depositadas nas urnas e sim de decisões da Justiça. Ainda no segundo dia da contagem de votos, a campanha do republicano já entrou com ações judiciais em pelo menos 4 estados. No Michigan, Georgia e Pensilvânia, Trump solicitou que a apuração fosse interrompida até que seus observadores tenham acesso às cédulas que foram processadas. O pedido foi atendido pela Justiça da Pensilvânia e a apuração na Filadélfia, maior cidade do estado, foi interrompida na quinta (5). O mesmo argumento foi apresentado em Michigan,
onde Trump liderava mas foi ultrapassado por Biden, e no estado da Geórgia, onde o republicano também viu sua vantagem diminuir. Os votos de cada um Para que Trump seja reeleito, precisa vencer em ao menos 4 dos 5 estados que ainda estão em disputa acirrada. Isso porque, o republicano tem, no momento, 214 delegados no Colégio Eleitoral enquanto Biden tem 253. Pela contagem atual, o presidente precisa vencer em Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Geórgia para alcançar os outros 56 delegados necessários, onde as cédulas ainda estão sendo contadas. Os dois últimos estados, onde o resultado deve ser decidido voto a voto, foram justamente onde Trump entrou com ações na Justiça.
Cada estado dos EUA é independente e tem sua própria lei eleitoral. Na Pensilvânia e na Carolina do Norte, por exemplo, as cédulas por correio serão aceitas até 6 e 12 de novembro, respectivamente. A maioria das unidades federativas preveem a recontagem de votos em suas legislações. Em alguns estados, quando a diferença é de 1 a 1,5%, a recontagem é automática. Outro caminho que pode ser tomado e que também já foi exaltado pelo presidente é um questionamento direto à Suprema Corte, onde os republicanos têm maioria. “A possibilidade de ele levar para a Suprema Corte é grande, porque ele é um personagem do tudo e nada”, aponta Rocha. Para ele, com medo de perder a eleição, o atual presidente “se utiliza de artifícios jurídicos para criar embaraços legais”.
Nossos direitos DENUNCIE FAKE NEWS NESSAS ELEIÇÕES
Narrativa de fraude
As ações cumprem as ameaças que o atual presidente anuncia desde o início da corrida eleitoral na qual encampou a batalha contra o voto pelo correio. Mesmo sem provas, Trump e seus eleitores mantêm a narrativa de fraude eleitoral e exigem a exclusão dos votos enviados por correio da contagem eleitoral. A movimentação coloca o sistema eleitoral dos Estados Unidos em xeque em um pleito com votação antecipada histórica. Quase 100 milhões de eleitores votaram antecipadamente. Já em Wisconsin, onde o democrata Joe Biden venceu com pouco mais de 49,5% dos votos, a candidatura de Trump pediu a recontagem de votos. No entanto, em 2016, o presidente definiu como golpe a recontagem de votos solicitada pela então candidata Hillary Clinton no mesmo estado. ANÚNCIO
As fake news tem prejudicado os processos eleitorais no Brasil, manipulando o pensamento das pessoas e prejudicando candidatos. Por conta disso, hoje existem vários mecanismos para denúncia dessa prática. É importante lembrar que espalhar fake news é crime, com pena prevista de dois a oito anos de reclusão e multa, valendo tanto para quem criou a notícia, quanto para quem compartilhou, mesmo sabendo que ela era falsa. Neste ano de 2020, a Polícia Federal informou que está mais equipada para realizar o rastreio dos emissores. Vários canais podem ser usados para fazer a denúncia. Um deles é o aplicativo “Pardal”, que já pode ser usado para denunciar outros ilícitos da campanha, como propaganda irregular. Outro canal é o formulário eletrônico da ouvidoria do Ministério Público. Uma terceira via é pelo formulário da ouvidoria do Tribunal Superior Eleitoral. Jonathan Hassen é advogado popular
15 ENTREVISTA 11
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
Não ficaria surpreso com outro desastre em barragens no Brasil, diz ex-relator da ONU NEGLIGÊNCIA Cinco anos após rompimento em Mariana (MG), Baskut Tuncak analisa que não foram tomadas medidas de prevenção suficientes Vinicius Loures /Câmara dos Deputados
D
as 859 barragens de rejeitos de minérios no Brasil, 50 possuem algum risco de comprometimento da estrutura de segurança, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM). As três com nível de emergência mais alto estão em Minas Gerais: Forquilha III (Vale), em Ouro Preto, a Sul Superior (Vale), em Barão de Cocais e a B3/B4 (MBR), em Nova Lima. Tuncak integrou uma comitiva do Conselho de Direitos Humanos da ONU que visitou o Brasil no ano passado e ouviu atingidos em Brumadinho, Mariana e na comunidade de Piquiá de Baixo, no Maranhão. O relatório, produzido ao final da visita, afirma que a mineradora Vale teve uma “conduta criminosa imprudente” no rompimento da barragem do Córrego do Feijão, que causou 272 mortes. Brasil de Fato: No relatório você afirma: “é assombroso que um desastre como esse ocorra quatro anos após o rompimento catastrófico de uma barragem envolvendo a mesma empre-
O que deveria ter acontecido era o fortalecimento das normas, da fiscalização, dos procedimentos, das medidas de prevenção
sa, Vale, no mesmo estado, Minas Gerais”. Que medidas você esperava que fossem tomadas pela Vale e pelo Estado? Baskut Tuncak: Foi muito chocante o que aconteceu em janeiro de 2019, mas era previsível e evitável. Aquele desastre ocorreu em uma das várias barragens do país considerada de alto risco. Infelizmente, mesmo na esteira do desastre de Mariana, o Estado não aperfeiçoou sua legislação nem fortaleceu a regulação e os procedimentos para segurança de barragens. Ocorreu quase o contrário: o risco só aumentou desde então, por meio do afrouxamento de algumas disposições e da permissão para construções de barragens de rejeitos de maneira mais rápida. O que deveria ter acontecido era o fortalecimento das normas, da fiscalização, dos procedimentos, das medidas de prevenção. Infelizmente, tanto da parte do governo quanto da Vale, não foi o caso. Você participa de missões das Nações Unidas em vários países. O nível de negligência que observou no Brasil é inédito? Problemas em barragens de rejeitos não são exclusividade do Brasil. Outros países que possuem atividades minerárias também enfrentam dificuldades. No entanto, o nível de risco no Brasil está entre os maiores do mundo. Pelos dados a que tenho acesso, o Brasil é o país que mais tem barragens de alto risco.
O Brasil é o país que mais tem barragens de alto risco
Considerando a situação das demais barragens no Brasil, você se surpreenderia com a notícia de um novo rompimento?
Contratante: CNPJ 38.922.157/0001-47 Contratada: Associação Henfil Educação e Comunicação - CNPJ CNPJ 20.555.103/0001-25 - Valor: R$ 700,00
Daniel Giovanaz
Baseado no que vi e ouvi em dezembro do ano passado, eu não ficaria surpreso com outro desastre em barragens no Brasil, infelizmente.
Há uma questão sistêmica, que é motivo de grande preocupação e que, ainda não foi enfrentada: a informação recebida pelo governo sobre a situação das barragens é originada nas próprias empresas.
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VARIEDADES
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
CIÊNCIA, COISA BOA! CRIANÇA SUJA É MAIS SAUDÁVEL?
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Dormir depois do almoço engorda? Waldemir Oliveira, 68, aposentado Não necessariamente, Waldemir. O ganho de peso acontece, muitas vezes, por um desequilíbrio entre a quantidade de comida ingerida ao longo do dia e a quantidade de calorias gasta nesse período. Então, se a pessoa tem uma alimentação saudável, sem excessos e tem uma vida mais ativa, dormir 30 minutos após o almoço não deve engordá-la. Mas, se comer em excesso e dormir muitas horas depois do almoço todos os dias, o ganho de peso pode acontecer. Nesse caso, o estilo de vida mais sedentário associado ao excesso de alimentos ingeridos, provoca o aumento de peso. Quanto ao sono, o hábito de dormir pouco (menos de, oito horas para adultos) pode contribuir para o ganho de peso. Em síntese: tirar uma soneca após o almoço não é problema, desde que se tenha um estilo de vida mais ativo e não se exagere na alimentação.
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Como já foi dito aqui em outras oportunidades, uma grande contribuição da ciência foi entender a relação entre certas doenças e o nosso contato com microrganismos. Desde que percebemos isso, a expectativa de vida humana aumentou bastante, pois pudemos evitar e combater corretamente diversas enfermidades. Porém, após décadas de combate aos microrganismos, alguns pesquisadores começaram a se perguntar se o excesso de limpeza não seria também, de certa forma, prejudicial. Em 1989, David Strachan publicou um artigo que deu início à chamada Hipótese Higiênica. Ele sustentou que Contato com microrganis- o contato com microrganismos diversos presentes no ambiente, durante o início da vida de uma pessoa, mos ajudam pode evitar com que, no futuro, ela desenvolva doensistema Mande sua dúvida para amigadasaude@brasildefato.com.br ças alérgicas, como asma e eczemas de pele. imunológico De lá pra cá, diversos estudos foram realizados para testar a ideia levantada por David. De maneira geral, podemos dizer que após 30 anos, a hipótese se mostra bastante plausível. ANÚNCIO Eis alguns exemplos. Em trabalho de 2002, pesquisadores do Reino Unido acompanharam milhares de crianças. Observaram os níveis de higiene da família nos primeiros 15 meses de vida. Depois compararam isso com o aparecimento de alergias nos 27 meses seguintes. Constatou-se uma relação positiva entre maiores níveis de higiene e o aparecimento das alergias. Em outro trabalho, de 2010, o pesquisador estadunidense Gary Huffnagle inoculou microrganismos e antibióticos em camundongos e analisou a relação disso com o aparecimento de alergias nos animais. Mais uma vez os resultados foram semelhantes. A lógica é a seguinte. Se na infância temos contato com uma diversidade de microrganismos maior, nosso sistema imunológico desenvolverá mais mecanismos de memória para nos defender no futuro contra possíveis infecções. Além disso, a presença de uma microbiota (o conjunto de microrganismos que vivem em nosso organismo) rica é importante para evitar a instalação de invasores que causam problemas. Assim, vê-se que, além do excesso de cuidados com as crianças para que não se sujem, outros fatores reforçam a hipótese. O tamanho das famílias, o contato com animais domésticos, o uso excessivo de antibióticos e desinfetantes, e BH precisa de uma prefeitura até o tipo de parto parecem sim ter relação com o desenvolA eleição ainda que entenda os desafios de quem vimento de certas doenças. não está decidida. trabalha duro todos os dias. Via de regra, famílias com mais filhos, com animais domésticos, em que as crianças nascem de parto normal, e Uma prefeitura que saiba É hora de votar rotinas com menor rigor na higiene apresentam menores escutar a população. chances para o desenvolvimento das doenças alérgicas na com coragem! Para fazer uma BH mais justa. vida adulta. Uma BH que respeite as diferenças. Conheça as propostas em Um abraço e até a próxima! Uma BH de todas as cores. www.aurea50.com.br
Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
15 VARIEDADES 13
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Abre mão de Abre (opinião) mão de (opinião)
Ciência que mede a Ciência probabique mede lidade de avitória probabiem lidade umade vitória em eleição uma eleição
De mesma fórmula De mesma molecular fórmula (Quím.) molecular (Quím.)
Artista responsável Artista respelo entreponsável tenimento pelo entreda corte tenimento da corte Decadente; caducante Decadente; Aliança caducante Nacional Aliança (?), partido Nacional de Prestes (?), partido de Prestes
Aqui, em francês Aqui, em francês (?)moscada, (?)ingremoscada, diente de ingremolhos diente de molhos
Períodos geológicos Períodos da Terra geológicos da Terra
(?)-stop: o voo sem (?)-stop: escalas o voo sem escalas
O mais conhecido mantra hindu OAquela mais conhecido que não mantra pode se hindu mexer Aquela que não pode se mexer
Degrau, em inglês Degrau, Susana Vieira, atriz em inglês de "Os Dias Eram Susana atriz Assim" (TV) O bule, Vieira, de Eram por"Os seuDias apêndice O bule, Assim" (TV) por seu apêndice
Fixador de perfumes Fixador de obtido de perfumes cervídeo obtido de cervídeo Tipo de calculadora rústica "Tumor", Tipo de calculadora em (?) Luís, rústica "mioma" futebolista "Tumor", em (?) Luís, futebolista "mioma"
Fita (?): antigo casFita para (?): sete antigo casgravação sete para gravação (?)-16, avião caça (?)-16, dos EUA avião caça dos EUA
1. Coloque o leite em uma panela e aqueça até começar a levantar fervura; 2. Desligue o fogo, adicione o vinagre e misture muito bem para talhar o leite. Se não talhar, acenda o fogo novamente e misture mais um pouco; 3. Coe em uma peneira fina para separar a massa branca do soro; 4. Coloque a massa no liquidificador, junto com a manteiga, sal, creme de leite e bata até ficar um creme liso e grosso; 5. Armazene em um pote com tampa e leve à geladeira. Consuma em até uma semana. Obs. O soro é rico em proteína e pode ser utilizado em vários preparos como sopas, cremes e arroz. ANÚNCIO
Agem como os particiAgem como pantes da osmissa participantes da missa
Ambiente de Chico Ambiente Bento de(HQ) Chico Bento (HQ)
Formato de arquivos Formato de de vídeo arquivos (sigla) de vídeo (sigla)
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3/avi — ici — non. 5/asado — imota — stair. 7/isômero. 11/clorofórmio.
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Solução Solução
I A M I P A M R P E R E S E S E S Ã S B O Ã D B O I D G I L I G T L I A T C L A C L
B A B U A U T A T A B E B E A B A A B C A O C O
R M O M R O
I D I D C A C R A I R O I C O A C A E D E E D R E
G I G N I E N T E E T S E S L L L L R
F U I F O L U I M O L D E M I S D E D IM S O E D M A O E N A I N M I A M Ç A Ã Ç O Ã F O I M I O M T O A T A F
D A A S D A I A S N I T I N N T I R O N O N C N C O R O A R M A R M R A S A A S D A O D O R
D C O C C O O C O S T S A T I A R I R V I V I
F D E F L E I L Z I A Z N A I N V I E V R E S R A S R A I R O I O
BANCO BANCO
(?) Cavalcanti, (?) Cavalpintor de canti, "Samba" pintor de "Samba"
(?) ralado, ingre(?) ralado, diente de ingrecuscuzes diente de cuscuzes
3/avi — ici — non. 5/asado — imota — stair. 7/isômero. 11/clorofórmio.
Carne de segunda, Carne de do lombo segunda, do boi do lombo Antigo do boianestésico Antigo líquidoae nestésico volátil líquido e volátil
Zé (?), personagem Zé (?), perbrasileiro sonagem da Disney brasileiro da Disney
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"Quem (?) Mensagem para aos pobres, quem completa anos para "Quem (?) a Mensagem empresta Deus" Relativo quem completa anos aos pobres, ao asno (dito) empresta a Deus" Relativo ao asno (dito)
Modo de preparo
Cida Falabella é artista de teatro, professora, historiadora e arte-educadora. Dedica sua vida à cultura na periferia e foi eleita vereadora em 2016. Ao lado de Áurea Carolina, criou a GABINETONA - um mandato coletivo, em parceria também com Bella Gonçalves e Andréia de Jesus. Para esse trabalho continuar, precisamos do seu voto. A cidade pede bis!
cidafalabella.com.br
GABINETONA / MUITAS / CULTURA / EDUCAÇÃO / MULHERES / CRIANÇAS / A CIDADE PEDE BIS!
Alternativa à senha no desblowww.coquetel.com.br Efeito da
1 litro de leite integral (ser for leite da roça, melhor ainda) 2 colheres (sopa) de vinagre 25 g de manteiga 1 lata de creme de leite Sal a gosto
ELEIÇÃO 2020 MARIA APARECIDA VILHENA FALABELLA VEREADORA CNPJ: 38.573.056/0001-08 VALOR DO ANÚNCIO: R$ 700,00
14 CULTURA 14
Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
Roteiro Arte_Dê Jota Torres
Divulgação
Seminário no Muquifu
Canta Mariana
Pós-monstros
O 1º Seminário Internacional no Muquifu – Museus, práticas museais e comunidades acontece nos dias 7, 14 e 21 de novembro. O evento é online e gratuito, e a programação conta com debates sobre as práticas museais desenvolvidas no Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu), com a presença de pesquisadores, moradores do Morro do Papagaio, artistas, entre outros. Mais informações e inscrições em www.even3.com.br/seminarionomuquifu.
A grande final do Canta Mariana - Festival da Canção acontece no sábado (7), a partir das 20h. Nesta edição, que acontece online, foram inscritas 829 composições. Todas foram ouvidas pelo corpo de jurados e foram selecionadas dez finalistas. O vencedor levará para casa um prêmio de R$ 12 mil e as canções que ficarem em segundo e terceiro lugares também serão premiadas. Para assistir é só acessar o canal Amar Mariana no YouTube.
Até sábado (7), alunos do 4º período da graduação em Teatro da Escola de Belas Artes da UFMG realizarão o projeto PÓS-MONSTROS | Performances Digitais. A iniciativa tem como temas a pandemia, o luto, o acúmulo e o próprio teatro no novo normal. São oito performances digitais – fotográficas, sonoras e audiovisuais – exibidas gratuitamente pelo Instagram, Youtube, Zoom, Spotify e Apple Music. É só buscar @pos.monstros.
Você sabia que servidora e servidor filiado ao Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (SINDIBEL) têm direito a serviços jurídicos gratuitos? E além disso, se filiando ao Sindicato você também fortalece a luta dos trabalhadores e defende os seus direitos!
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Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
15 15
ESPORTE
Alexandre Castelo Branco/ COB
Copa do Brasil: América conhece adversário das quartas
Ale Cabral /CPB
Lucas Figueiredo / CBF
Judô: primeira Copa Interclubes acontece em novembro A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realiza, entre os dias 25 e 29 de novembro, a primeira edição da Copa Brasil Interclubes. O evento marca a retomada do calendário da modalidade desde o início da pandemia. A competição reunirá seis clubes no centro de treinamento do Futebol Clube Ska Brasil, em Santana de Parnaíba (SP). As equipes, formadas por até seis atletas e quatro integrantes da comissão técnicas, serão divididas em dois grupos de três. Todos enfrentam os adversários de próprios grupos e os dois melhores classificados de cada lado disputarão as semifinais. Os vencedores das semifinais se enfrentarão pelo título, enquanto os perdedores decidem o terceiro lugar. Carol foi julgada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e punida com multa de R$ 1 mil, transformada em advertência. A atleta R OR DO AD eA Re ER V VE está recorrendo da decisão.
Vôlei para deficientes: confederação cancela atividades Em razão da pandemia do novo Coronavírus, a Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD) resolveu cancelar todas as competições e treinamentos das Seleções para em 2020. O objetivo é preservar a saúde dos atletas e garantir igualdade de preparação para todos os clubes, já que, em alguns estados brasileiros, as equipes iniciaram as preparações antes das outras. Outro motivo é a falta de quadra esportiva, pois governos de estados e municípios não liberaram as disputas no paradesporto. (Com informações do CPB)
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) define nesta sexta (6) os confrontos das quarta de final da Copa do Brasil. O sorteio acontece às 11h30, na sede da entidade, no Rio de Janeiro, e será transmitido ao vivo pelo site da CBF. O evento também define os mandos de campo da competição. O América, único mineiro classificado, passou pelo Corinthians na quarta-feira (4), ao empatar por 1 a 1. O Coelho havia vencido por 1 a 0 o primeiro jogo.
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Em defesa do SUS,
dos serviços públicos e dos direitos sociais
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drbrunopedralva13321 (31) 9 8322-2277 www.brunopedralva.com Propaganda Eleitoral|CNPJ: 38.585.341/0001-49|Diagramação: 39.343.216/0001-95|Partido dos Trabalhadores|Valor: R$400,00
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Belo Horizonte, 6 a 12 de novembro de 2020
ATLÉTICO E FLAMENGO JOGAM CLÁSSICO MIRANDO A LIDERANÇA
Buscando retomar a sequência de vitória que o colocou no topo da tabela, o Atlético, em terceiro lugar no Brasileirão, abre o segundo turno contra o vice-líder Flamengo, domingo (8). A partida começa às 18h15, no Mineirão. O Galo tem 32 pontos e o rubro-negro tem
35, mesmo número do líder Internacional. Porém, a equipe de Sampaoli tem um jogo a menos e depende apenas de si mesma para retomar a liderança e disputar o título. No primeiro turno, o Atlético bateu o atual campeão brasileiro por 1 a 0 no Maracanã.
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DECLARAÇÃO DA SEMANA
SÉRIE B
Alexandre Vidal / Flamengo
ESPORTES
Pablo Valadares /Câmara dos Deputados
Nesta sexta (6), às 19h15, o Cruzeiro visita o Botafogo-SP, na luta para se afastar do Z4. A Raposa tem 20 pontos e ocupa a 16ª colocação, enquanto o adversário tem 18 e é o 19º colocado. Já o América, empolgado pela classificação na Copa do Brasil, recebe a Ponte Preta no sábado (7), às 18h30. O Coelho está em 3º lugar, com 35 pontos, cinco a menos que a líder Chapecoense.
O país que acha normal eleger presidente com menos votos que o adversário ou candidato ameaçar não aceitar o resultado é o mesmo que financia golpes na Venezuela e mantém bloqueio covarde contra Cuba” Breiller Pires, comentarista esportivo da ESPN, criticando o que os Estados Unidos chamam de “democracia”.
Gol de placa Atletas do futebol brasileiro se manifestaram em campo, em diversas partidas, em solidariedade a Mariana Ferrer, a moça que, após ter sido estuprada, foi humilhada pelo advogado do estuprador no julgamento. Clubes brasileiros se manifestaram nas redes com a tag #JusticaPorMariFerrer.
Gol contra O novo piso de quadra adotado pela Confederação Brasileira de Voleibol para a próxima temporada está sendo criticado por atletas. A cor amarela reluzente impede que os jogadores visualizem marcas de suor na quadra, aumentando o risco de acidentes.
Generalidades e clichês
Outro patamar
Pensando no imediato
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
O América de 2020 fez história, passando pelo Corinthians e chegando pela primeira vez às quartas de final da milionária Copa do Brasil. Diferentemente do que muitos desavisados possam imaginar, esse feito não foi fruto de acaso ou sorte. O time do técnico LiscaDecacampeão é extremamente organizado, competitivo, seguro e foi superior ao Corinthians nos dois jogos das oitavas de final, inclusive, com reconhecimento da imprensa nacional - que tem o mau hábito de analisar os jogos apenas na perspectiva dos ditos “grandes”. O resultado e a qualidade do América, associados à solidez financeira e patrimonial, parecem, enfim, estar colocando o time em um patamar mais elevado no futebol brasileiro, não sendo mais visto como inofensivo.
Nestes tempos confusos, conceitos difusos e generalidades se tornam argumentos dos representantes do retrocesso neste país. Em vez de propostas, ressurgem como argumentos patriotismo, defesa da família, religiosidade e anticomunismo. No futebol, os clichês se É como Galoa posse doido! propagam, tais de bola, subir a marcação, atuar pelos lados do campo, atrair o adversário. O Atlético de Sampaoli fez tudo isso até agora. Em alguns, momentos acertou. Noutros, errou. Há deficiências no elenco. Agora, estamos no segundo turno e o primeiro desafio é o Flamengo. Pouco é possível acrescentar ao grupo, que vem apresentando falhas na marcação e nas finalizações. O treinador argentino precisa se virar com o que tem. E veremos o que vai acontecer.
Salve, nação celeste! Estamos começando nossa caminhada na segunda parte da Segundona. Agora, temos mais estabilidade no comando e não temos derrotas sob a direção de Felipão. Potker chega para formar dupla com Marcelo Moreno.La Se Bestia a dobradinha der certo, veNegra remos mais vezes a rede do adversário balançando. No entanto, a troca de Maurício por Potker mostra como a nossa situação leva a fazer negócios visando mais ao momento imediato. Ainda temos parte dos direitos de Maurício e, se ele vingar, teremos algum retorno. Triste pensar que nossas revelações não podem nos dar retorno técnico e serem projetadas para o mundo vestindo nosso manto. Para o momento, a experiência de Potker pode nos ser mais útil. Saudações, celestes
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