Edição 329 do Brasil de Fato MG

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Reprodução

Reprodução

Conheça La Cruz

Não quer comida de sal?

Multiartista de Belo Horizonte mistura militância, releituras, cartazes e muita ousadia.

Amiga da Saúde ajuda a entender por que a criança deixa de se alimentar normalmente

CULTURA 14

VARIEDADES 13

MG Minas Gerais

13 a 19 de novembro • edição 329 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita

Voto na cidade, impacto nacional

Marcelo Camargo / Agência Brasil

Copasa quer distribuir R$ 820 milhões extras aos acionistas MINAS 6

Golpe parlamentar da direita no Peru MUNDO 11

Bolsonaro mente sobre vacina BRASIL 10

Caos no Amapá é alerta contra privatização do setor elétrico

Maksuel Martins/Secom-GEA

BRASIL 8 e 9 ELEIÇÕES Servidores públicos são 29% dos trabalhadores de BH, reforma de Bolsonaro pode comprometer funcionamento da prefeitura pág. 5

Centenas de organizações e candidatos lançam manifesto contra as privatizações em Minas - pág. 4

Escolha de classe: vote por um projeto popular - pág.7

Plataformas, manifestos e pesquisas sobre o processo eleitoral - pág. 9


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

Guernica brasileira

Elevar o monstro e retirar a escada João Paulo Cunha Há um clima de hipocrisia no ar. De uma hora para a outra, parece que Jair Bolsonaro atravessou uma fronteira imaginária e se tornou uma aberração. No entanto, a besta já estava lá, há pelo menos 30 anos, sem tirar nem pôr. Quem se assusta com as declara-

ESPAÇO DOS LEITORES

“Agradeço imensamente pelas informações. Tem feito toda diferença em minha vida, pois sou mulher preta, só agora aos 53 anos tive oportunidade de fazer uma faculdade e estar por dentro do que acontece em nosso país. Muito obrigada por me manter informada” Nilma da Silva, para o Brasil de Fato MG. -“Ah que lindeza! Estava lá quando lançamos a campanha para a construção da casa. Viva a organização popular!” Bernadete Esperança comenta a postagem “De forma solidária, atingidos construíram a primeira casa pós crime da Samarco”. -“Cara perverso, incompetente, entreguista” Eduardo Fajardo Soares sobre posicionamento de Romeu Zema, em “Atingidos criticam atuação do governo de Minas na falta de reparação a rompimento de barragens” -“Perfeito” Simone Freitas sobre artigo de João Paulo Cunha “Na cidade o papo é reto”.

Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg

Hipocrisia: imprensa, empresariado e políticos buscam se afastar do que criaram ções e grosserias do presidente mente para a própria consciência. Com um ar de aturdimento e revolta que beira a desfaçatez, os capitães da grande imprensa, o empresariado “civilizado”, o aparato jurídico-policial e os políticos que se autodenominam “de centro” buscam se afastar da situação que criaram. Tentam retirar a escada posta por eles mesmos, como se não tivessem responsabilidade pelo seu uso e ascensão do fascismo que nos define, diminui e constrange frente ao mundo. O golpe de 2016 e o período tampão – mas nem tanto – de Michel Temer foi uma espécie de ensaio para a jogada final da destruição da democracia no Brasil. A imprensa, o empresariado, a Justiça de classe e as instituições políticas e seus atores puderam experimentar de forma desabusada o arbítrio, iniciando o processo de atravessamento da boiada pelo desmonte do Estado social, até chegar ao ponto em que nos encontramos. Com o apoio devotado a Bolsonaro, receberam no mesmo pacote as con-

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

tingências indesejáveis da mediocridade humana, da vizinhança com a criminalidade miliciana, da submissão aos militares não confiáveis. Sem falar do negacionismo científico, do preconceito em todas as escalas, da indigência intelectual, dos maus modos e do retrocesso em temos culturais. Nada, no entanto, que fizesse sombra ao que de fato interessava: a destruição do governo popular e de seu partido e lideranças, abrindo o caminho para conciliação pelo alto no campo econômico, num acordo entre os interesses do mercado financeiro e o retrocesso no âmbito dos direitos sociais. Todos os que contribuíram para a composição desse jogo e que hoje alardeiam sua distância em relação a ele não podem se esconder de seus intentos originais. Elegeram Bolsonaro não apesar dele, mas por tudo que ele representava. O condomínio do poder, atravessado por autoritarismo, militarismo, fundamentalismo, ignorância e entreguismo não é resultado de uma usurpação, mas da confirmação de um

Elegeram Bolsonaro não apesar dele, mas por tudo que ele representava projeto. A imprensa comercial talvez seja a mais falsa e reticente de todas as forças do atraso. Os que contribuíram não são melhores que o pior deles, que tanto nos envergonha. Talvez sejam seu complemento necessário.

PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983

conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Redação: Amélia Gomes, Bruna Bentes , Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa e Z Carota. Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 10 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação


Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020 Divulgação

Declaração da Semana “O filho denunciado, Trump estrebuchando. Isso deixa o presidente em surto e o Brasil paga o pato”

GERAL

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Número da Semana

88%

é o aumento do número de candidaturas indígenas nas eleições deste ano. Ao todo, no Brasil, são 2,1 mil: “não queremos ninguém falando por nós”.

Como evitar intoxicações alimentares Reprodução

Zélia Duncan, pelo Twitter.

O aumento da temperatura neste período primavera-verão pode facilitar a proliferação de microrganismos na comida, causando as chamadas Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). Para evitar intoxicações alimentares, sempre lave bem os alimentos frescos. Se for comer fora de casa, observe as condições de higiene do local e a forma como a comida é exposta. Na dúvida, opte por alimentos cozidos. O risco de contaminação é maior em molhos a base de maionese, preparos levam leite, creme de leite ou iogurte, além de preparações que com ovos crus e alimentos em conserva.

Cuidado com a dengue

Reprodução

Mesmo durante a pandemia, é preciso tomar cuidado e evitar a criação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Limpe o quintal e evite a água parada, dentro e fora de casa. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, Minas Gerais registrou neste ano mais de 82 mil casos de dengue, 2,5 mil casos prováveis de chikungunya e 413 de zika.


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CIDADES

Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

Centenas de entidades de Minas e candidatos lançam carta “As Estatais São Nossas” POLÍTICA Manifesto quer proteger Cemig, Codemig, Copasa e Gasmig de serem privatizadas. 120 entidades e 105 candidatos assinam Nadia Nicolau Petrobrás: a Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Betim, está em processo avançado de venda. Ela é responsável por cerca de 7% do refino nacional, gera 2 mil empregos diretos e é a maior recolhedora de ICMS de Minas.

Redação

N

o dia 9, 120 entidades e 105 candidatos divulgaram um documento político de denúncia em Minas Gerais. O manifesto “As Estatais São Nossas” reúne uma série de organizações e políticos em uma posição firme contra a privatização que o governo estadual de Romeu Zema (NOVO), e o governo federal de Bolsonaro (sem partido) levam à frente. Dentre as assinaturas, personalidades de diversos partidos políticos, assim como entidades dos mais variados setores, desde a igreja ao movimento negro e sindicatos. O manifesto anuncia a “necessidade de proteger nossas riquezas dos interesses estrangeiros” visto que “as empresas estatais são sinônimo de produção de riquezas, tecnologia e geração de empregos. A política entreguista de Romeu Zema e Bolsonaro lesam o povo mineiro e comprometem nossa soberania e nosso futuro”, pontua. A pretensão do governo Romeu Zema é a venda das empresas estatais de Minas. O documento destaca que as medidas de privatização contrariam a opinião da maior parte da população, além da Constituição estadual que prevê a realização de um plebiscito para a decisão. Dos candidatos à capital mineira, três assinam o documento: Áurea Carolina (PSOL), Nilmário Miranda (PT) e Wadson Ribeiro (PCdoB). O documento segue aberto a novas assinaturas. Por que não privatizar? Alguns dos argumentos do manifesto são:

Correios: Minas é o estado do país com o maior número de municípios. A privatização dos Correios deixará muitas cidades mineiras sem acesso a agências que prestam variados serviços.

Documento destaca que as medidas de privatização contrariam a opinião da maior parte da população Cemig: é hoje uma das maiores concessionárias de energia elétrica do país. O preço justo da conta de luz só pode acontecer se a empresa não estiver “perseguindo o lucro”. A venda da Cemig irá prejudicar os mais pobres. Copasa: é responsável pelo atendimento de mais de 650 municípios em todo o estado. A privatização significará que milhões de mineiros terão seu acesso à água e saneamento prejudicados. Codemig: das minas da Codemig sai 80% de todo o nióbio comercializado no mundo, utilizado, por exemplo, na fabricação de automóveis e turbinas de aeronaves a jato. Gasmig: O setor de gás está em ampliação e desenvolvimento. A distribuição de gás

natural proporciona solução energética mais limpa, segura, eficiente.

Banco do Brasil e Caixa Econômica: são os grandes responsáveis pela concessão

Propostas vão de fortalecimento do SUS, abertura de maternidade à privatização dos serviços

de crédito agrícola, execução de programas sociais e pagamentos aos trabalhadores. Ceasa Minas: o mercado atacadista de alimentos de Minas é um dos principais do país, e se vê ameaçado com a possibilidade de privatização do Ceasa Minas. Acesse o documento na íntegra em brasildefatomg. com.br. Interessados em assinar devem escrever para frentebrasilpopularmg@gmail. com.

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Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

CIDADES

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Pouco discutida na eleição, reforma administrativa pode piorar serviços públicos da PBH ECONOMIA Servidores públicos contribuem com economia e arrecadação da prefeitura Reprodução / Sindibel Divulgação

Wallace Oliveira Belo Horizonte é a cidade com maior proporção de servidores municipais, estaduais e federais em Minas. Eles representam 29% dos empregos registrados na capital, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Em segundo lugar, bem abaixo de BH, vem Ribeirão das Neves (19%), seguida de Governador Valadares (17%) e Montes Claros (14%). A forte presença dos servidores, sobretudo os de mais baixa renda, que são maioria, tem impacto direto na economia municipal. Eles respondem por parte significativa do consumo, beneficiando o setor de comércio e serviços. Isso ajuda a manter os empregos de outros trabalhadores e também sustenta a arrecadação do município, com pagamento de tributos como o Imposto sobre Serviços (ISS), o Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU) e o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis. “Especialmente os servidores em áreas de maior impacto, como saúde e educação, têm uma capacidade de multiplicar a renda na economia e gerar impostos maiores do que os outros gastos públicos”, comenta o economista Diogo Santos, da Fundação Maurício Grabois. Esse seria um dos motivos para que BH esteja reagindo melhor à crise econômica do que cidades onde a participação dos empregos públicos é menor. A capital mineira fechou o balanço do último ano com superávit de R$ 109 milhões.

Um relatório da Prefeitura no terceiro quadrimestre de 2019 mostrou uma disponibilidade de caixa líquida de R$ 194,4 milhões.

Servidores públicos representam 29% dos empregos registrados na capital Reforma federal afeta Município O governo Bolsonaro está propondo reformas que atingem diretamente os serviços públicos e todos os entes federados. Conhecida como PEC da Reforma Administrativa, a Proposta de Emenda à Constituição 32 priva os futuros servidores de uma série de direitos, abre caminho para a contratação crescente de trabalhadores sem estabilidade e sem concurso público e retira direitos importantes da parcela mais numerosa e mal remunerada do funcionalismo. Já a PEC (186), apelidada de PEC Emergencial, permitiria a redução de 25% dos salários com diminuição proporcional da jornada de trabalho. “Se reduzirem os salários e a jornada em 25%, por consequência, acabam por prejudicar a oferta de serviços. A UPA

está cheia? Está difícil matricular a criança na escola? Vai ficar muito mais”, prevê o economista Thiago Rodarte, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Do ponto de vista macroeconômico, a PEC 186 signifi-

caria uma redução, em um quarto, da renda de 29% dos trabalhadores de BH. “Essas pessoas fazem a economia girar. As vendas vão cair. Quem depende desse fluxo de consumo passa a contratar menos gente ou a mandar embora”, aponta Thiago. Candidatos não aprofundam Em que pese a importância para toda a população, a questão é pouco debatida pelos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte ou aparece com pouquíssimo destaque nas campanhas. Candidatos como Áurea Carolina (PSOL), Nilmário Miranda (PT) e Wadson Ribeiro

(PC do B) defendem o fortalecimento do serviço público, a valorização dos servidores e são contra a reforma do governo Bolsonaro. Como parlamentares, eles também votaram a favor dos servidores. Já candidatos vinculados a partidos da base bolsonarista no Congresso evitam o assunto no período eleitoral.

Reformas de Bolsonaro terão impacto negativo no atendimento à população ANÚNCIO


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BRASIL

Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

“Falta de investimento na Copasa é estratégia para privatizá-la”, diz sindicalista PRIORIDADES Direção da empresa quer pagar R$ 820 milhões extras para acionistas Reprodução

Raíssa Lopes

O

Conselho de Administração da Copasa deseja aprovar o pagamento de dividendos extraordinários no valor de R$ 820 milhões para acionistas da empresa, enquanto mantém condições de trabalho precárias para os funcionários e não cumpre os investimentos em qualidade do serviço anunciados para o ano de 2020, denuncia o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas (Sindágua MG). O levantamento desenvolvido pelo sindicato também revela que o lucro líqui-

do da Copasa de janeiro a setembro foi de R$ 547.741 milhões. Aos acionistas da empresa já foram pagas três parcelas. A previsão é que recebam mais R$ 50 milhões pelo quarto trimestre de 2020, além dos R$ 820 milhões extraordinários recomendados pelo Conselho de Administração. Por outro lado, em reunião realizada em dezembro de 2019, a Copasa aprovou o

Programa de Investimentos para 2020 com uma quantia de R$ 853,3 milhões. No entanto, de acordo com relatório divulgado pelo Sindágua, a empresa empregou até o momento apenas R$ 269 milhões, ou seja, 31,5% do total. Falta de investimento, uma estratégia? “Isso mostra que a empresa está em boa saúde financeira, só que a verba é repas-

sada para os acionistas. Se a Copasa tivesse cumprido o plano de investimento, ela diminuiria, o tempo para a conquista da universalidade do saneamento básico em Minas Gerais. A direção já admitiu que são necessários R$ 22 bilhões para a universalização. Com os lucros desde 2015, poderia concretizar a universalização com os próprios recursos”, afirma Eduardo Pereira, presidente do Sindágua.

O lucro líquido da Copasa de janeiro a setembro foi de R$ 547 milhões

, 0 2 / 1 1 / 5 1 A I D NO TEM M E U Q M E E VOT

M O C O S S I M O COMPR

! O Ã Ç A C U D AE

Segundo Eduardo, manter a companhia sem investimentos seria uma estratégia do governo de Minas para fortalecer a ideia de privatização da empresa, desejo do governador Romeu Zema (Novo). “Se a Copasa não melhora os serviços prestados, a população fica insatisfeita. Todo mundo entende a importância da Copasa como empresa pública, mas a população não vê retorno para o município”, explica o sindicalista. “Temos problema em Paracatu todos os dias, em Nova Serrana, em Andradas. Em Nanuque, 60% das redes são de amianto, de uso proibido pelo STF”, reforça. ANÚNCIO


Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020 Pam Santos /Midia NINJA

OPINIÃO

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Frederico Santana Rick

Crises, aprendizados e eleições

O caso Mariana Ferrer e o sistema patriarcal que nos condena Em 2018, foram registradas 66 mil vítimas de estupro no Brasil, maior índice desde 2007, o que significa uma média de 180 estupros por dia no país. Dos casos levados à Justiça, a maioria termina com a decisão de absolvição do acusado. No Rio de Janeiro, apenas 33,6% dos acusados receberam uma condenação ao final do processo. Os crimes contra a dignidade sexual são extremamente difíceis de ser provados, geralmente acontecem entre quatro paredes, sem qualquer testemunha ocular. Por isso, o caso da blogueira e promoter de festas Mariana Ferrer não é um caso isolado. De acordo com os relatos feitos pela própria Mariana, ela teria sido vítima de estupro enquanto participava de um evento em Florianópolis. O depoimento da vítima e de algumas pessoas ouvidas - como sua mãe e o motorista de uber que a levou para casa -, atestam que ela não estava em seu estado normal de consciência, teve lapsos de memória e tinha falas e pensamentos desconexos. O que nos causa indignação e repulsa - e o que deveria ser o centro do debate - é a forma como Mariana foi tratada no julgamento, cujo vídeo revela a truculência, a falta de escrúpulos e a misoginia do advogado de Aranha. Nas cenas, Cláudio Gastão da Rosa Filho revela o que já sabíamos, mas Não é este o que a maioria das pessoas nunca havia presenciado: o ma- sistema de chismo incrustado no sistema penal brasileiro. Justiça que O advogado do réu utilizou fotos da vítima, retiradas de suas redes sociais, insinuando que Mariana, pelo modo de queremos se vestir, só poderia estar mentindo para ganhar mais fama e dinheiro às custas do empresário. Mariana foi colocada na posição de ré. A mulher que foi violentada, que estava completamente fragilizada, foi julgada por quatro homens que compõem o sistema de Justiça brasileiro. É fundamental que tenhamos mecanismos judiciais que nos acolham e que deixe nosso caminho menos penoso. Giovana Mendonça Galvão é advogada e mestranda em direito e Yana Rodrigues Teixeira Lizardo é estudante de Direito da UFMG e militante do Levante Popular da Juventude Estes são artigos de opinião. A visão dos autores não expressam necessariamente a linha editorial do jornal Brasil de Fato

Frederico Santana Rick é sociólogo, militante da Consulta Popular e da Frente Brasil Popular.

ACOMPANHANDO

Giovana Mendonça Galvão e Yana Rodrigues Teixeira Lizardo

Vivemos uma grave crise econômica, iniciada em 2014, desde a decisão das nossas elites de desestabilizar o governo de Dilma Rousseff. Buscavam uma vitória nas urnas que permitisse a implementação de um programa de retirada de direitos, venda das empresas públicas, flexibilização da legislação trabalhista e ambiental, e alinhamento aos interesses norte-americanos. Passados seis anos, a situação só se agravou. A crise econômica se transformou numa enorme crise social. São 13,8 milhões de pessoas desempregadas, 13,6 milhões com potencial de trabalho mas fora do mercado, e 6 milhões de desalentados que já nem procuram trabalho. A fome voltou. Essa crise econômica e social é também ambiental. As queimadas e a violência sobre indígenas e povos da Amazônia fazem par- Eleições são te do projeto. oportunidade Com papel destacado dos para melhorar meios de comunicação emprea vida sariais, gerou, uma onda de antipolítica, que levou à eleição de um candidato de extrema direita e ideias fascistas. Passados dois anos de mandato, nossa classe dominante, e seus meios de comunicação e também os poderes Judiciário e Legislativo toleram o autoritarismo do presidente por conveniência. É esse autoritarismo que garante a implementação de medidas de desmonte do Estado. As eleições de 2020 são uma oportunidade de enfrentamento a esse projeto. São oportunidade de discutirmos a cidade e as políticas públicas que queremos. A sociedade que somos, e a que podemos vir a ser. Jogar luzes nas nossas contradições, na enorme desigualdade social. É oportunidade também para propagandearmos: partidos e políticos não são todos iguais. Essas eleições podem intervir diretamente na disputa nacional. Não vote em candidatos dos partidos que sustentam o governo Bolsonaro e o governo Zema.

...Na edição 322... O que ainda temos pela frente? E agora... Brasil volta a registrar quase 50 mil novos casos da covid-19 em 24 horas Após cerca de três meses com registros diários de contaminados pela covid-19 abaixo de 50 mil, na quarta-feira (11), foram 48.655 em 24 horas. O número de pessoas que foram contaminadas desde que o vírus chegou ao país soma 5.748.000. Em 24 horas houve a confirmação de 566 óbitos, no total 163.406 pessoas. O Brasil é o segundo país que mais registra mortes. Os índices de isolamento no Brasil são inferiores a 50% desde junho.


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BRASIL

Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

O que o apagão do Amapá diz sobre a privatização do setor elétrico no Brasil Empresa privada não tinha transformador reserva e foi socorrida pela Eletrobras, estatal que Bolsonaro quer vender Divulgação

Cristiane Sampaio A crise de abastecimento elétrico que se arrasta no estado do Amapá desde o último dia 3 fortaleceu, no país, o debate contrário à privatização do setor. A Gemini Energy é a empresa estrangeira que atua nos 14 municípios amapaenses atingidos pelo apagão. E é alvo de críticas por conta da falta de equipamentos para solucionar prontamente o problema, surgido a partir de um incêndio que atingiu a subestação de Macapá. A estatal Eletrobras foi convocada para socorrer o estado por meio da Eletro-

O consumidor não ganhou nada com a privatização. Ao contrário, perdeu norte, subsidiária que contratou unidades termoelétricas para reabastecer o estado. O cenário acabou dando musculatura ao movimento antiprivatista no país. O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), diante do caos energético no Amapá, seu estado, provocou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a fazer uma rígida apuração do ocorrido. Chegou a defender que a empresa perca a concessão no Amapá e que a Eletrobras

passe a controlar o parque elétrico da região. A estatal, que começou a ser fatiada e vendida durante o governo Temer (20162018), é alvo de um projeto de lei que está paralisado no Congresso desde o final

Venda da empresa pública em Goiás tem levado a problemas recorrentes de 2019 por enfrentar resistência de parlamentares. Com tudo privado, quem resolve? A energia é considerada uma área-chave para o de-

senvolvimento econômico e social e a Eletrobras controla estações em regiões de fronteira do Brasil com países vizinhos. Outra consequência indicada é o aumento da conta de energia. A piora do serviço também é um argumento sempre presente, reforçado pelo diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel), Ikaro Chaves. “O que a gente tem visto, desde o princípio do processo de privatização, ainda nos anos 1990, é a precarização do serviço e aumento da tarifa”. “O consumidor não ganhou nada com a privatização. Pelo contrário, perdeu. A gente tem visto vários estados onde se têm situações de

Privatizações: ruim para o Brasil e para o consumidor

“A experiência tem mostrado para gente o quanto a privatização é danosa para o país e para o consumidor, principalmente. País nenhum do mundo entrega todo o controle do seu sistema elétrico para a iniciativa privada – no nosso caso, principalmente estrangeiros”, acrescenta Chaves. Iury Paulino, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), afirma que “a privatização do setor elétrico sempre foi sinônimo de apagão. Veja o que aconteceu no início dos anos 2000, o período de maior avanço na privatização no setor e que resultou naquele apagão que atingiu todo o Brasil”. O diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, defende um freio na agenda privatista. “O sistema Eletrobras segura hoje boa parte do sistema de transmissão no Brasil. FHC vendeu as pontas de distribuição, inclusive ali no Amapá, mas a interligação de todo o sistema é feita pela estatal. Se acontece em Itaipu o que aconteceu no Amapá, você apaga metade do Brasil. É bastante preocupante colocar na mão da iniciativa privada”.

calamidade pública, praticamente”, aponta, ao citar os casos do Amapá e de Goiás. Neste último, a venda da empresa pública que atuava na região tem levado a problemas recorrentes com o serviço no estado, com quedas de energia que chegam a durar dias em diferentes municípios.

Consumidores protestam divulgando contas de mais de R$ 1 mil

Moradores do estado do Amapá iniciaram um movimento na internet para divulgar quanto pagam pela conta de energia. Os valores variam entre R$ 800 e R$ 1,4 mil. A região Norte do Brasil, apesar de concentrar diversas hidrelétricas, possui as mais altas tarifas de energia.

Mais de uma semana de caos e protestos

Em uma semana aconteceram mais de 40 protestos na capital Macapá. Neuciane Lima é moradora da periferia da capital. Ela participou do protesto realizado na terça-feira (10), quando o apagão completou sete dias. Além do problema com a falta de água e de energia, ela aponta que a insegurança passou a fazer parte da rotina. Lima teve a casa invadida e diz que isso tem ocorrido com outras pessoas que moram no seu bairro. Dayane Oliveira é fotógrafa e tem acompanhado diversos protestos. “Todo dia está acontecendo manifestação em vários pontos da cidade. Ontem teve na zona norte. Hoje vai ter um ato que a gente não sabe o que vai acontecer”, resume. “Nós não temos água, não temos energia, estamos precisando de um transformador para a nossa bomba”, reivindica Luiza Bruno, moradora de uma comunidade localizada a 12 horas de barco de Macapá, chamada Macedônia.


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BRASIL

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Eleições 2020: voto na cidade, impacto nacional Tânia Rêgo/Agência Brasil

INDÍGENAS. “Não queremos ninguém falando por nós”. De acordo com o TSE, há são 2.111 candidatos indígenas (0,39% do total das candidaturas), um aumento de 88,51% em relação às eleições de 2016. Nacionalmente, os candidatos indígenas estão distribuídos em 32 partidos, sendo o PT a sigla com maior número: 263. AGROECOLOGIA. Por um voto consciente e agroecológico, a Campanha da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) sistematizou 700 políticas públicas, programas, ações e leis feitas em 520 municípios para o fortalecimento da agroecologia. Além disso, uma carta-compromisso foi lançada no dia 1º de outubro e assinada por mais de mil candidatos e candidatas. MACAPÁ. Ministros do TSE adiam por unanimidade as eleições em Macapá, capital do Amapá. No entanto, o pleito deve ocorrer ainda em 2020. Os outros 15 municípios do estado seguirão com o calendário eleitoral normalmente. APURAÇÃO. É possível visualizar os votos apurados e os resultados das seções eleitorais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou dois aplicativos para o eleitorado acompanhar a apuração dos votos das eleições municipais deste ano. Por meio do app “Resultados”, é possível seguir os números apurados e, no “Boletim na Mão”, fica disponível uma cópia digital dos resultados das seções eleitorais. Ambos podem ser instalados gratuitamente.

feito nos dias 9 e 10 de novembro. BELO HORIZONTE. Pesquisa Datafolha em BH aponta Kalil (PSD) com 63%; João Vitor Xavier (Cidadania), 8%; Áurea (PSOL), 6%; Engler (PRTB), 4%; Nilmário Miranda (PT) e Rodrigo Paiva (Novo) têm 2% cada um. O levantamento foi feito nos dias 9 e 10 de novembro.

ESTADO LAICO. Cerca de 80 organizações da sociedade civil e centros religiosos assinaram um manifesto para pedir comprometimento das candidaturas com a laicidade do Estado. O Brasil é um Estado laico há 130 anos. Ou seja, desde 1890, o governo não tem posição religiosa definida e todo cidadão tem liberdade de praticar sua religião. Além disso, o Estado também deve evitar que grupos religiosos exerçam interferência em questões políticas. Segundo levantamento, 2.093 candidatos se identificam como líderes religiosos. A maioria são pastores, 1.012. A lista também inclui padre, bispo, reverendo, apóstolo, pai e mãe de santo. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. Em Minas, carta pede compromisso de candidatos no combate à violência contra a mulher. Documento reforça que essa é uma responsabilidade de todos os poderes. Com a ideia, a Rede de Enfrentamento à

Violência Doméstica do Estado de Minas Gerais (Rede-MG) e a Rede Metropolitana de Enfrentamento à Violência Doméstica contra Mulheres e Meninas (RMBH) protocolaram uma carta aos candidatos a prefeitos e a vereadores em Minas Gerais. O documento traz uma série de medidas possíveis, como: capacitação da Guarda Municipal, ampliação da iluminação pública, ampliação de horário do ensino infantil, entre outras ações.

RIO DE JANEIRO. Segundo o Datafolha, em pesquisa divulgada na quarta (11), Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito da cidade, teria 34%. Em segundo lugar, aparece o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) com 14%. Já a deputada estadual Martha Rocha (PDT) aparece empatada tecnicamente com Crivella, com 11%. Benedita da Silva (PT) figura em seguida, com 8% das intenções de voto. O levantamento foi

SÃO PAULO. Em São Paulo, o Datafolha mostrou pela primeira vez o candidato Guilherme Boulos (Psol) em segundo lugar na disputa, com chance de segundo turno. Boulos marcou 16% da preferência do eleitorado, embora ainda haja empate técnico com Celso Russomanno (Republicanos), candidato de Bolsonaro, com 14%, e Márcio França (PSB), com 12%. Na liderança, o atual prefeito e candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB) detém 32% das intenções de voto. Jilmar Tatto (PT) tem 4%. O levantamento foi feito nos dias 9 e 10 de novembro.

ANÚNCIO


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BRASIL

Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

Após ser denunciado pelo Ministério Público, o que acontece com Flávio Bolsonaro? O Brasil de Fato entrevistou o procurador da República Julio Araújo para entender o que está por vir Pedro França /Agência Senado

Mariana Pitasse

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a última semana, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e seu ex-assessor e amigo da família Fabrício Queiroz por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita em um esquema que ficou conhecido como as “rachadinhas”. A denúncia do MP-RJ aponta que o esquema teria rendido ao senador o montante de R$ 295,5 mil, e o rendimento teria sido usado para comprar um apartamento na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio, em 2014, segundo reportagem publicada no jornal O Globo, na quarta (11). Apesar de Flávio estar atualmente ocupando o cargo de Senador, a denúncia foi apresentada ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), por se relacionar com o cargo público que ocupava na época, há dois anos, de deputado estadual do Rio. O Brasil de Fato entrevistou o procurador da República, Julio Araújo, para esclarecer detalhes do processo jurídico..

te a perda do cargo. Vai haver ainda o trâmite do processo penal. Mas isso não impede que a perda de mandato seja fruto de discussão no Conselho de Ética do Senado. Mas acredito que isso vai se resolver no campo penal. A investigação tem prosseguimento no MP-RJ mesmo após a denúncia ou é finalizada?

Tudo depende do arcabouço de fatos que estão sendo apurados. O MP-RJ recortou determinados fatos, não posso afirmar se isso esgotou ou se tem mais fatos a serem apurados.

Brasil de Fato: O MP-RJ está denunciando Flavio Bolsonaro e pede que o senador perca o cargo, devolva o apartamento que teria sido comprado com dinheiro ilícito e pague R$ 6,1 milhões pelo dinheiro desviado dos cofres públicos. Quais os próximos passos seguidos pela Justiça?

Julio Araújo: Em tese, oferecida a denúncia, ela tem trâmite normal no TJ-RJ. O órgão vai oferecer a resposta e depois vai entrar em uma fase de instrução, oitiva das testemunhas. Primeiro com as testemunhas

Por que as evidências ou detalhes da investigação ainda não podem se tornar públicos e seguem em segredo de justiça?

Se a denúncia for recebida não implica a perda do cargo de acusação e depois de defesa. Em seguida, vem o interrogatório. O que pode acontecer com Flávio Bolsonaro se a denúncia for aceita pela Justiça?

Se a denúncia for recebida não implica necessariamen-

A regra do processo é a publicidade, o segredo é sempre a exceção. O segredo pode estar em função de preservar a intimidade, por exemplo, em relação a menores ou até em função da natureza da investigação, da informação que se busca. O debate da imprensa é outro, essa violação do sigilo não se aplica à imprensa. Se tem uma informação e publica não entra em uma esfera de proibição. ANÚNCIO

BOLSONARO MENTE A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na quarta-feira (11), a retomada dos testes com a CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac contra o coronavírus. As aplicações em voluntários brasileiros foram interrompidas na segunda-feira (9), após a morte de um dos participantes do estudo. O Instituto Butantan, divulgou na terça-feira (10), que o óbito não tinha relação com o imunizante. Com divergências com o governador João Doria, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o Ministério da Saúde a firmar um acordo de intenção de compra da vacina. Ele chegou a comemorar a decisão da Anvisa como uma vitória pessoal. O presidente Jair Bolsonaro também divulgou informações falsas sobre a vacina nas redes sociais. Ele insinuou que a vacina causaria morte, invalidez e anomalia e chamou de “vacina do Doria”. Não há nenhum relato de que a CoronaVac tenha causado os efeitos relatados pelo presidente. Bolsonaro também não informou de onde tirou as informações.


MUNDO

Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

Lula Marques

Foi protocolado, na terça-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF), um manifesto de solidariedade internacional. O documento pressiona pelo julgamento do habeas corpus ajuizado em novembro de 2018, quando o então juiz Sérgio Moro aceitou o cargo de ministro da Justiça do governo Bolsonaro. O pedido diz respeito ao reconhecimento da suspeição do ex-juiz no caso do triplex e à con-

sequente anulação da ação penal que condenou o ex-presidente Lula. “A parcialidade do (ex-juiz) Moro já ficou mais do que evidenciada, já ficou escancarada, exposta em praça pública”, diz a advogada e pesquisadora Tânia Oliveira, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Com 26 páginas, o manifesto reúne assinaturas de cerca de 400 pessoas no Brasil e de 46 países.

Retorno do MAS abre caminho para apuração dos crimes do governo golpista da Bolívia

horizontal

O retorno do Movimento ao Socialismo (MAS) ao governo do Estado Plurinacional da Bolívia deve abrir caminho para o julgamento de integrantes do alto escalão do governo de facto, que vigorou entre 12 de novembro de 2019 e 7 de novembro de 2020. No discurso de posse, no último domingo (8), o presidente eleito Luis Arce criticou as perseguições jurídicas e os massacres comandados pelo governo da presidenta au-

Protestos populares denunciam golpe parlamentar da direita no Peru Manifestações populares têm sido registradas em diversas cidades do Peru em repúdio à decisão do Congresso da República que afastou Martín Vizcarra da presidência do país no dia (9). Os atos denunciam que o interesse dos parlamentares em destituir o político neste momento é blindá-los de investigações em casos de corrupção. Foi o segundo julgamento de impeachment em menos de dois meses, devido a suposto recebimento de propina de construtoras. As ilicitudes teriam ocorrido enquanto Vizcarra era governador. Foram 105 votos a favor do afastamento, 19 contra e 4 abstenções. Manuel Merino, líder do Congresso e do par-

Reprodução

tido de direita Ação Popular, assumiu a presidência até julho de 2021. Lucía Alvites, do Movimento Novo Peru, relata que ao Vizcarra assumir a presidência em 2018, após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, promoveu-se uma série de medidas contra atos ilícitos na política. Ela relata que dos 130 parlamentares, mais de

60 estão vinculados a casos de corrupção. “Milhares de pessoas estão nas ruas contra o que é um golpe de Estado. Não defendemos Martín Vizcarra, ele deve enfrentar a Justiça. Mas o Congresso está dando prioridade para seus interesses pessoais”, argumenta a ativista. ANÚNCIO

Meu voto será feminista. CNPJ Da Campanha: 38.531.333/0001-10 | Valor do anúncio: R$ 700,00.

STF recebe manifesto internacional pelo habeas corpus de Lula

15 11

50500

Bella Gonçalves

toproclamada Jeanine Áñez. 50099 Jeanine Áñez e vários Iza Lourença dos ministros que assumiAssinatura na versão Assinatura horizontal na versão comhorizontal slogan com slogan ram cargos após o golpe contra Evo Morales (MAS) são acusados de violência, corrupção e ataques à democracia boliviana desde 50180 o golpe do ano passado. Natália Granato Eles também responderão a processos por envolvimento em compras superfaturadas de equipamentos para combater a pandemia e utilização do aparato do Estado para benefício próprio.

50018

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Cida Falabella

Makota Cássia

Polly do Amaral

Nós por nós

Maria da Consolação

Sara Azevedo

Mulheres Negras Sim

Sol Puri


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VARIEDADES

Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

AMIGA DA SAÚDE

FIQUE

BEM

Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621

Olá pessoal! Fiquem atentas às dicas desta semana:

É TEMPO DE PLANTAR Nos últimos meses, muitas pessoas redescobriram o prazer de acompanhar o crescimento de plantinhas em casa. Novembro chegou com chuva e ainda algum frio, mas, mesmo assim, este mês é bom para semear. Algumas dicas que pegam bem nesta época: abóbora, abobrinha, alface, beterraba, couve, coentro, hortelã, manjericão, repolho e rúcula. Mas você pode pesquisar outras plantas de acordo com o clima da sua cidade.

E TAMBÉM É TEMPO DE COLHER É mais que comprovado que os alimentos mais ricos são os mais frescos e com menos estimulantes. Prefira sempre as frutas da época! Novembro é o mês de abacaxi, acerola, banana-nanica, banana-prata, caju, coco verde, maçã nacional, melão amarelo, pêssego e muitas outras. Na parte das verduras e legumes, é época de alho-poró, almeirão, brócolis, cebolinha, espinafre, abobrinha, berinjela, beterraba, cenoura, inhame, maxixe, nabo, pepino, pimentão e tomate. Lembrando sempre que a época de colheita pode variar conforme o clima. Pesquise sobre a sua região!

TAMBÉM É TEMPO DE VOTAR Nem só de pão e frutas vivem o homem e a mulher. A participação política é um dos direitos de que não devemos abrir mão, assim como uma boa alimentação. Vote, participe e ajude a cuidar da saúde da nossa democracia!

Minha filha tem 2 anos e há cinco dias não come nada de sal. Fica com a comida na boca e não engole. O que devo fazer? Selma Vasconcelos, 32 anos.

Uma criança que antes comia bem e, de repente, deixa de aceitar qualquer comida de sal demonstra sinal de algum quadro mais agudo, recente. É bastante comum as crianças recusarem a alimentação de sal quando estão com alguma virose, pois ficam indispostas. Ou ainda quando estão com alguma irritação na região da garganta ou dentes nascendo, pois isso gera dor ou desconforto, principalmente com os alimentos de sal ou aqueles que exigem mais mastigação. Invista em líquidos, frutas, vitaminas, sopas. Fique atenta a outros sinais e sintomas, confira se a boca e região da garganta estão bem. Caso ela não apresente mais nenhum sintoma, logo deve voltar a se alimentar normalmente. Se isso não acontecer, é importante passar por avaliação médica em algum serviço de saúde.

Um beijo da Jana! Janaína Cristina escreve sobre dicas de bem-estar e autocuidado

Mande sua dúvida para amigadasaude@brasildefato.com.br

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Se você defende o negro, vote 13! Se você defende as mulheres, vote 13! Se você defende a juventude, vote 13! Se você defende os LGBTQIA+, vote 13! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais

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Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

15 VARIEDADES 13

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Alternativa à senha no desblo- São a espeEfeito da "Quem (?) Mensagem para queio de modernos celulares cialidade aos pobres, quem completa anos frase de duplo Recipiente do Jóqueis; da Pixar empresta a Deus" Relativo sentido (Cin.) ao asnoO médico (dito) Peça cavaleiros do Relativo Ingredi-tesouro de piratas Fiscal Assunto (?) e Teco, eletrôcastiçal como ao período ente da tratado no esquilos nico do Oswaldo Pouco quende seis bananalivro da Disney trânsito split meses 1 te (a água) 2 3 Cruz Do país cuja Camas (?) ralado, para ingrecapital é transporte diente Bogotá 3 4 5 4 3 2 6 7 de 8 de feridos cuscuzes

9

Letra da placa de estacionamento 7 Ave colorida Voltar a adoecer Ciência que mede a probabi- 6 lidade de É comvitória empor posta uma muitos eleição degraus Gesto típico de despedidas Artista responsável pelo entretenimento 7 da corte Límpidas; nítidas Decadente; caducante Recipiente Aliança lacrado Nacional após a (?), partido votação de Prestes

15

Aquele Carne de que contrasegunda, funciodo ta lombo do nários boi Antigo anestésico líquido e volátil

4

Passa para dentro

Abre mão de 6 (opinião)

1

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"Se Beber, Não (?)", filme

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De mesma fórmula molecular 2 (Quím.)

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10 6 13

(?) Cavalcanti, pintor 5 de 11 "Samba" 401, em romanos (?) Pitt, 7 ator Casa noturna Inícios de jornadas 11

7

(?)-libre, drinque à base de rum

4

P

6 13

14

6 7

O mais conhecido mantra hindu que 7não 9Aquela 14 pode se mexer Área de circulação de sub15 3 marinos Misturada; combinada Dirigir (a 11 orquestra) 5

(?) house: Fixador de dá acesso perfumes à internet obtido de 4 cervídeo Tipo de calculadora rústica "Tumor", em (?) Luís, 9 8 7 "mioma" futebolista 7 O Cupido, para os gregos (Mit.) 6 13 (?) Fita (?): Popular, antigo casgrupo de sete para pagode 4 7 gravação

5

Períodos geológicos da 12Terra

2

6 4 16

6

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(?)moscada, ingrediente 9 de molhos

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Máquina para revolver a terra

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Degrau, em inglês 6

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3

1

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7

Alain Agem Delon, atorcomo os particiVontade pantes da de beber 7 missa A segunda pessoa do plural 3 (Gram.)

8

Essa, em espanhol

14 4

Ambiente de Chico Bento 1 (HQ)

4

Formato de arquivos de vídeo (sigla) 7

1. Bata o café no liquidificador ou mixer até resultar em um pó fino; 2. Acrescente o café aos demais ingredientes; 3. Peneire toda a mistura; 4. A cada preparo, use mais ou menos duas colheres de sobremesa da mistura para uma xícara de água fervente ou leite morno. ANÚNCIO

5

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Susana Vieira, atriz de "Os Dias Eram Assim" (TV) O bule, 7 6 por seu apêndice Consoantes de "seiva"

3

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Veste feminina (?)-stop: o para voo sem dormir escalas 6 Chefe etíope Cadete 9 (abrev.)

7

Filho de Jacó (Bíblia)

(?)-16, avião caça dos 4 EUA

Aqui, em francês

14

10

4

3

12 6 7

3/avi — ici — non. 5/asado — imota — stair. 7/isômero. 11/clorofórmio.

29 59

Solução Solução A S U O R T V AE T BE E D E A C B R A E C M O E

B I G UT V DE M I OE L NO M CA ER DA A TN I RC EA I M AI S OD OS C A CE LU IS A L M B O L A R EA R T E N D A A G E M P R E R O F N T R

SB DR EA AD N I M M A A R Ç Ã G O A

AT SR I IA C ND TO IA NR RC O A R AM N S C I S A S D O O S O R L E A A D R M E

F F I D A DS E LS A LL MB CN I O E OI Z CT AE OA NS R IC S I VA TS EV A R T A I S A D R A E R V I V I O R I O S A

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Zé (?), personagem brasileiro 8 da Disney

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50 g de café solúvel 250 g de leite em pó (integral ou desnatado) 3 colheres (sopa) de chocolate em pó (não pode ser achocolatado) 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio 1 colher (chá) de canela em pó 250 g de açúcar (ou equivalente em adoçante)

Neila Batista na Câmara Municipal de BH, Beatriz Cerqueira na ALMG e Rogério Correia na Câmara dos Deputados. Parceria contra todos os retrocessos e em defesa de todos os direitos.

V E R E A D O R A

-

B H

ro e “Fora Bolsona ema junto!" leva o Z

Beatriz Cerqueira

Deputada estadual (PT)

/neilabatista13147

Me chama no Whats!

(31) 97185-3782

Rogério Correia

Deputado Federal (PT)


14 CULTURA 14

Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

Conheça La Cruz, ilustrador negro de lutas e belezas PERFIL O multiartista de Belo Horizonte, já reconhecido nas redes, prepara seus primeiros livros, “Comigo Ninguém Pode” e “Legacy” La Cruz

Rafaella Dotta “Um rapaz de muita fibra e energia, que vê na arte mais do que uma oportunidade de trabalho. A arte é visceral, ela gira tudo na minha vida”. Essa é a autodescrição do multiartista La Cruz, que mistura militância, releituras, cartazes e muita ousadia. Hoje com 29 anos, Rafael La Cruz nasceu em Belo Horizonte (MG), mas cresceu na cidade ao lado: Contagem (MG). Foi lá que passou pelo processo de se identificar como artista. “Sempre me subestimei muito no sentido de me chamar de ‘artista’. Pessoas mais próximas diziam

que eu tinha um grande futuro, mas o fato de ser um artista negro gera uma série de implicações bem materiais. São poucos recursos e trabalho em dobro para conseguir reconhecimento”, relata.

De documentário a Jabuti A desigualdade racial é um recorrente ângulo de vista, mas está longe de ser o único tema. As ilustrações e quadrinhos vão do trabalho precário à maternidade solo,

Dia 15 é dia votar pelo nosso futuro!

do andar de ônibus à solidão. E é nessa variedade, porém com um forte posicionamento, que o ilustrador tem se firmado. Já se experimentou nos vídeos de animação, com o curta “O Sorriso de Frida Kahlo” e o vídeo que comemorou os 20 anos do livro “O Encontro Marcado”, este exibido na Rede Minas. Ilustrou capa e o interior de dezenas de livros, e entre eles os posteres da coleção “Mulherio das Letras”, da editora Venas Abiertas, que é finalista no Prêmio Jabuti deste ano. Uma recente ação que não pode passar despercebida foi a sua participação no li-

vro “Ócios do Ofício”, lançado em plena pandemia por 40 artistas. Um financiamento coletivo angariou os fundos para a publicação, que se destinou a gerar renda aos profissionais da arte que passaram por maus bocados, como sabemos. La Cruz está prestes a lançar suas primeiras graphic novels (novelas gráficas) “Comigo Ninguém Pode”, uma narrativa negra e LGBT, e “Legacy”, e tem mais um documentário no forno. Os trabalhos do artista estão no site lacruzilustrador.wordpress.com. Leia o artigo completo no site www.brasildefatomg.com.br ANÚNCIO

Vote em quem está do lado dos trabalhadores e trabalhadoras. Vote em quem luta por nós. Valorize seu voto! Vote com consciência Pesquise o histórico e as propostas do seu candidato (a). UMENTOS! C O D S O D E LEMBRE-S R, SIGA OS 9: A T O V E D A ID-1 NA HOR NTRA O COV O C S O D A ID CU RA USE MÁSCA EM GEL USE ÁLCOOL RIA CANETA RÓP LEVE SUA P


Alexandre Castelo Branco/ COB

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Belo

Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

ESPORTE

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“Neutralidade devia ser uma opção e não uma imposição ao atleta”, diz Carol Solberg VOLEIBOL Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, a jogadora comenta polêmica e repercussão após “Fora, Bolsonaro”

Fernando Young

Mariana Pitasse

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SEU VOTO. No dia 15, vai estar tudo preparado para você votar com segurança, saúde e fazer valer a sua voz. Vote!

Saiba mais:

almg.gov.br/eleicoes

O noticiário envolvendo o nome da jogadora Carol Solberg fervilhou no último mês. Logo após a conquista do bronze na primeira etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, a atleta segurou o microfone e gritou: “Fora, Bolsonaro”. No mesmo dia da manifestação, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). O julgamento, transmitido online com audiência recorde para o canal do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi considerado um divisor de águas na discussão sobre liberdade de expressão no esporte brasileiro. Carol foi punida com multa convertida em advertência. Em entrevista ao Brasil de Fato, ela denuncia: existe uma mordaça nos atletas, impedidos de expressar sua opinião. Brasil de Fato - Você esperava que sua declaração tomasse essa proporção, ainda mais se comparada a outras manifestações políticas de outros atletas? Carol Solberg - Não, não imaginava. Em nenhum momento achei que

essa manifestação legítima tomaria essa proporção. Mas hoje olho para o tamanho disso tudo e vejo como tem sido importante. Estamos levantando debates mais que necessários por conta da repercussão. A liberdade de expressão é um deles. Como avalia a decisão do julgamento a que foi submetida? Está se sentindo silenciada com a advertência? Acho que fui censurada e estou recorrendo da decisão. O objetivo é lutar pela liberdade de expressão. Temos esse direito. No julgamento, um dos auditores justificou seu voto pela punição por entender que a sua fala “não faz bem ao esporte”. Por que se tem essa ideia, no senso comum, de que a manifestação política tem que estar dissociada do esporte? Acho isso uma grande hipocrisia. A mordaça está somente nos atletas, quando políticos querem usar o esporte para benefício próprio e se promoverem, aí

tudo bem. Ninguém fala nada sobre o assunto. Na minha opinião, o que não faz bem ao esporte é o atleta estar sempre nesse lugar de neutralidade. Isso tem que ser uma opção e não um lugar imposto. O atleta é um cidadão como outro qualquer e deve poder se manifestar quando quiser e achar necessário. Toda essa polêmica prejudicou o seu desempenho no último torneio que disputou? Não, jogamos bem e perdemos nas quartas de final [na segunda etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia] para o time que está em primeiro no ranking, perdemos na bola mesmo. Elas jogaram melhor que a gente no finalzinho do jogo. O que o episódio te fez pensar sobre o país? Me fez pensar que estamos vivendo tempos sombrios. E que cada vez mais é necessário alertarmos a sociedade sobre isso. Sobre o perigo do momento. As consequências dele. Mas tenho esperança que vamos passar por essa mais fortes.


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Belo Horizonte, 13 a 19 de novembro de 2020

SETTE CÂMARA DESISTE DE REELEIÇÃO

A um mês da disputa para a presidência do Atlético, o presidente do clube, Sérgio Sette Câmara, disse em entrevista coletiva nesta quinta (12) que não pretende disputar a reeleição. Segundo o madantário do Galo, a deci-

são foi tomada em uma conversa com seu grupo político. “Meu papel foi cumprido”, declarou. A data-limite para registrar as chapas é 26 de novembro e o grupo de Sette Câmara vai indicar outro candidato.

O Cruzeiro só volta a jogar no dia 20, no Mineirão, contra o Figueirense. O América entra em campo neste sábado (14), às 21h30, contra o Cuiabá, na Arena Pantanal. Já o Galo visita o Corinthians no sábado, às 19h, pela 21ª rodada do Brasileirão. Em função das eleições, domingo não haverá jogos do Campeonato Brasileiro.

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DECLARAÇÃO DA SEMANA

DOMINGO NÃO TEM FUTEBOL

Pedro Souza /Atlético

ESPORTES

Thaís Magalhães / CBF

Ainda queremos ser as melhores, agora somos boas. Existem boas jogadoras do Campeonato Brasileiro porque ele é competitivo” Pia Sundhage, treinadora da Seleção feminina de futebol, avaliando o elenco brasileiro, durante preparação para enfrentar a Argentina, no dia 23.

Gol de placa Diego Maradona recebeu alta na quarta-feira (11). O craque argentino passou por uma cirurgia na cabeça na semana passada, para a retirada de um hematoma no cérebro. Maradona se recuperará da cirurgia em Buenos Aires, cidade onde reside.

Gol contra Entre convocados para seleções e desfalques para o departamento médico, o Palmeiras perdeu oito jogadores para jogos decisivos da Copa do Brasil e do Brasileiro. Já o Santos identificou dez jogadores e quatro integrantes da comissão técnica com Covid-19, que também desfalcarão o time.

Punir os criminosos

Um dia de cada vez

Forte e Vivo Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

E o América segue acumulando feitos históricos na temporada de 2020. Ganhar do líder da Série A na casa deles não é pouca coisa e, mais uma vez, não foi obra do acaso. No jogo de ida das quartas-de-final da Copa do Brasil contra o Inter, no Beira Rio, Decacampeão o Coelhão mostrou por que está incomodando tanto: o time tem uma organização, uma entrega e uma segurança que saltam aos olhos, frutos da boa qualidade do elenco e, principalmente, do trabalho do técnico Lisca. Novamente: para um time que está na Série B conseguir fazer frente a todos times da Série A, é necessário ter um trabalho sólido, planejado e de longo prazo, associado às ótimas condições de trabalho, treinamento e logística propiciadas pelo clube. Acredita, América!

Amar, verbo intransitivo. Êxtase, substantivo alvinegro. Após quatro rodadas de apagão, o Galo finalmente venceu e convenceu. Fala-se muito em novidade no estilo de jogo, mas, para mim, apenas foi um dia em que tudo deu certo. A começar pelo gol contra, algo comum É Galo doido! neste ano contra o Flamengo. E o início de partida avassalador. Sasha e Keno voltaram a marcar e o garoto Karacho deu as caras. Veremos, contra o Corinthians, já com o irritadiço Sampaoli no banco de reservas, se ascensão e esperança se confirmam nestes primórdios de segundo turno. Ainda há muito o que fazer e, principalmente, manter a regularidade, pois o Inter segue na frente e o tricolor paulista chega com perigo. Ou, como sempre digo: vivemos um dia de cada vez.

Salve, nação! Quando acreditávamos que a zaga tinha encontrado seu rumo, tomamos três gols do Guarani. A “volância” do time ainda não dá a proteção necessária à zaga. Felipão precisa encontrar uma solução na meiúca que não seja improvisar o bom Ramon. La Bestia NegraO cabuloso só entra em campo na semana que vem. Esta semana termina com o retorno de Sóbis. Tecnicamente, não se pode esperar muita coisa. Fica a expectativa pela experiência, identificação e vontade de ajudar. Em meio às incertezas no campo, a Justiça aceitou a denúncia contra Wagner Pires e Itair Machado. O que eles fizeram contra o Cruzeiro vai além de má gestão e incompetência. Puni-los é um combustível para nosso retorno ao nosso lugar de direito. Saudações celestes!

Para receber as matérias do BRASIL DE FATO MG diretamente no seu celular, envie uma mensagem para

31 98468-4731

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