Divulgação
Marco Evangelista / Imprensa MG
Duas vezes campeã
Volta às aulas
Cria do Barreiro (BH), Itsa, aos 22 anos, conquistou pela segunda vez o Campeonato Nacional de Breaking
O que pensam professores e estudantes sobre o retorno obrigatório das aulas presenciais a partir de quarta
ESPORTES 15
MINAS 4
MG Minas Gerais Belo Horizonte, 29 de outubro a 04 de novembro de 2021 • edição 358 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Agência Brasil
No Dia de Finados, o luto é coletivo Em todo o Brasil, são mais de 600 mil vítimas da covid-19. Como forma de passar pelo sofrimento que é perder uma pessoa querida para a doença, familiares recorrem a homenagens e a boas lembranças. Ainda que os indicadores atuais da pandemia permitam a retomada de muitas atividades presenciais, como a volta às aulas, segundo infectologista, ainda é preciso cautela. O uso de máscara, por exemplo, continua necessário. A pandemia não acabou, mas o fim se aproxima I MINAS 5
Escola e posto de saúde pagos?
Mais juros, mais desigualdade
Reforma administrativa e Regime de Recuperação Fiscal podem colocar fim à gratuidade de políticas públicas
Com reajuste da Selic, Brasil repassará R$ 75 bilhões ao setor financeiro por fora do “Teto de Gastos”
ENTREVISTA 11
BRASIL 9
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021
EDITORIAL
Opinião e liberdade de expressão Esta semana tivemos dois casos importantes que ilustram a diferença entre o que é expressar uma opinião e o que é liberdade de expressão. O primeiro exemplo partiu do presidente Bolsonaro, que ousou afirmar ao vivo em suas redes sociais que a vacina contra a covid-19 pode favorecer o vírus da AIDS. O segundo exemplo foi o post homofóbico do
ESPAÇO DOS LEITORES “Apoio em tudo esse Frei! Está certo: não podemos abandonar os excluídos e desprotegidos!” Silvia Andrade comenta o artigo “Padres comunistas”, de Frei Sérgio Antônio Görgen -“A casa legislativa tem a função de legislar sobre o bem comum dos cidadãos. Exigir o passaporte de vacina é essencial para coibir nova proliferação do vírus. Espero que todos votem com pelo sim” Cleide Maria sobre a matéria “Entenda o que é o passaporte da vacinação em debate na Câmara de Vereadores de BH” -“Gente que notícia boa. Quero muito” Lívia Gonçalves comenta matéria “Festival de História leva Gregório Duvivier e Trans Preta a Diamantina (MG)” -“Governos ególatras, desprovidos de compaixão, incompetentes, desclassificados, mantendo sempre essa humilhante e degradante situação das nossas irmãs e irmãos, privando-os de um direito inadiável, que é saciar a fome. Tristeza e revolta” Yara Napoleão comenta o artigo “Se comer é um direito, a fome por consequência é uma escolha política”, de Leonardo Koury
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Bolsonaro manipulou fatos para divulgar mentira jogador de vôlei Maurício Souza, sobre o Superman atual, filho de Clark Kent, se assumir bissexual. O presidente teve a sua publicação suspensa das redes sociais e foi impedido de fazer semanalmente sua transmissão ao vivo. Esse fato acontece na semana em que o relatório da CPI da Covid é aprovado pela comissão do Senado. No relatório o presidente é indiciado por nove crimes pela gestão criminosa da pandemia que matou mais de 600 mil brasileiros. Já o jogador Maurício Souza foi despedido do time de vôlei do Minas Tênis Clube e provavelmente não será mais convocado para jogar na seleção brasileira de vôlei masculino. Quando opinião vira crime Esses dois acontecimentos na semana trouxeram à tona o debate sobre como expressar uma opinião não deve ser confundido com liberdade de expressão. Nos dois casos, Bolsonaro e Maurício cometeram cri-
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
mes. O direito à liberdade de expressão não autoriza que se cometam crimes. Bolsonaro manipulou fatos para divulgar uma mentira, o que é crime. Ainda mais grave pelo fato de se tratar do presidente da República, portanto, pessoa com capacidade de ser ouvido por uma grande quantidade de pessoas. A afirmação é ainda mais grave por gerar medo nas pessoas de se vacinarem contra a covid-19, mantendo clima de suspeita sobre a eficácia da vacina. Por sorte, os ataques do presidente à vacina não têm surtido grande efeito. O SUS conseguiu realizar a vacinação em massa, alcançando esta semana mais de 50% da popula-
Brasil é campeão mundial em mortes da população LGBTs ção totalmente imunizada. No caso do jogador de vôlei ele cometeu o crime de homofobia, sustentando um sistema que leva o Brasil a ser campeão mundial em mortes da população LGBTs. Maurício e Bolsonaro são porta vozes do mesmo projeto autoritário e conservador. Liberdade de expressão é outra coisa. É a manifestação de ideias que garantam o bem-estar e a justiça social para todos, que fortaleçam a pluralidade e a liberdade. No Brasil seguimos lutando por ideias que garantam os direitos de grupos historicamente oprimidos. Alcançaremos essa realidade desejada se não formos coniventes com discursos de ódio e preconceito.
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Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021 Ricardo Stuckert
Declaração da Semana Fiz 76 anos com muito orgulho. Não sinto o peso da idade, me sinto um jovem com muita energia e disposição. E chamar para a sociedade brasileira a responsabilidade pra gente consertar este país juntos
Lula, sobre o seu aniversário comemorado na quarta (27).
GERAL
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Números da Semana 116
trabalhadores escravizados foram resgatados na colheita de palha para a Souza Paiol, fabricante de cigarros. A empresa foi obrigada pela Justiça a pagar R$ 900 mil de indenização, segundo a Repórter Brasil.
Funcionamento dos cemitérios de BH
Amira Hissa
No Dia de Finados, terça (2), está permitida a visita aos cemitérios municipais de Belo Horizonte, sem necessidade de agendamento, no período das 7h às 17h30. Por medida de segurança, as tradicionais missas e celebrações permanecem suspensas. É recomendado que os visitantes levem suas próprias flores, que devem ser naturais por determinação da prefeitura. O uso de máscara é obrigatório durante toda a permanência nos cemitérios, além do distanciamento social e higienização das mãos.
Viva o Saci!
Benedito Maia /Sindieletro
Dia 31 de outubro é dia do Saci, menino negro, com uma perna só, que tem uma carapuça vermelha mágica e adora pitar seu cachimbo e aprontar travessuras por aí. Alguns dizem que é dia das bruxas, mas aqui no Brasil, o dia também é do Saci, importante personagem do folclore que defende florestas e animais, além de representar a luta contra o racismo. Diz a lenda que ele foi um garoto escravizado, que teve a perna amputada como castigo, mas resistiu, se transformou e passou a denunciar tudo de mal que é feito com a população negra deste país.
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CIDADES
Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021
Volta às aulas presenciais obrigatórias em Minas Gerais: o que pensam professores e estudantes RETORNO Anúncio, feito pelo governo nesta semana, torna obrigatória a presença de alunos nas escolas a partir de quarta Marco Evangelista Imprensa / MG
Ana Carolina Vasconcelos Preocupado com a falta de investimento em higiene nas escolas, mas feliz em poder “voltar a viver”. É assim que Kaique Maciel Fernandes, estudante do ensino médio, da cidade de Uberlândia (MG), descreve a ansiedade com o retorno às aulas presenciais. “Me preocupo como vamos resolver esse problema, porque o governo não investe nas escolas como deveria. Mas, como disse, é viver de novo”, pontuou o jovem. Na última sexta (22), o governo de Minas Gerais anunciou que, a partir do dia 3 de novembro, o retorno presencial às escolas das redes pública e privada não será mais facultativo. Desde o dia 5 de julho, professores e estudantes já haviam retomado atividades presenciais de forma híbrida, ou seja, uma semana em casa e outra na escola. Nesse modelo, a presença dos estudantes nas aulas presenciais não era obrigatória. Para a professora de língua portuguesa Andréia Vieira, o ensino híbrido estava confuso, cansativo e pouco produtivo. “Não foi um bom período, porque toda semana de aula presencial parecia que era a primeira semana do ano, já que as turmas eram divididas em muitos grupos e sempre tínhamos que recomeçar do zero”, avalia. Em dúvida, Andreia se pergunta se o melhor momento para retornar às aulas presenciais e obrigatórias é agora, embora a pandemia esteja em um momento mais controlado. “Vejo mais como uma ten-
Escola Estadual Victor Gonçalves de Souza, em Itaúna, no Centro-Oeste do estado
Desde julho, professores e estudantes já haviam retomado atividades de forma híbrida tativa do governo de dizer que em Minas as aulas foram retomadas em 2021. Não acho que será produtivo, porque é pouco tempo para recuperar o conteúdo perdido, serão pouquíssimas aulas até o fim do ano”, declara. Jussara Lacerda de Oliveira, que é professora de filosofia de uma escola em Belo Horizonte, também compreende os limites do ensino híbrido e a necessidade de uma retomada dos estudantes às escolas para melhorar o desempenho. No entanto, ela também se questiona. “Obrigar o comparecimento dos alunos no quarto bimestre não faz sentido. A maio-
ria já tem carga horária e nota para serem aprovados. Vão ser reprovados caso faltem?”, questiona. Por todas essas questões, para as professoras, a comunidade escolar está dividi-
vida normal. No entanto, há aqueles preocupados com a condição sanitária e com o fato de muitos estudantes terem começado a trabalhar, inclusive para complementar a renda familiar,
Sant’Anna, a possibilidade de retorno de todos os alunos às salas é consequência de um trabalho que vem sendo realizado desde junho, quando as aulas em formato híbrido na rede estadual de ensino foram retomadas. “Entendemos que a volta de todos os alunos para as escolas é fundamental para o fortalecimento do processo de aprendizagem e do vínculo com a escola, atuando de forma ainda mais efetiva para reduzir as defasagens no ensino e a evasão escolar dos nossos estudantes”, afirma Júlia. Em junho deste ano, o governo estadual divulgou que investiu mais de R$ 97 milhões em obras em 361 escolas. Com base em dados do Censo Escolar, pes-
Gil Leonardi- /Imprensa MG
Comunidade escolar está dividida em relação a volta às aulas obrigatórias
da em relação a volta às aulas obrigatórias. Há muitos estudantes e profissionais da educação que estão ansiosos para rever os colegas, interagir com as pessoas e, como disse Kaique, voltar à
frente à grave crise econômica pela qual passa o país. O que diz o governo Para a secretária de Estado de Educação, Júlia
quisa de 2018, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostrou em um estudo que, dentre as 5 mil escolas estaduais de Minas, mais de 900 não possuíam refeitório para alimentação, mais de mil escolas não possuem banheiro para funcionários e mais de 900 não tinham pátio externo. Leia a matéria completa no site
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Minas Gerais ainda Familiares de vítimas da covid homenageiam seus entes queridos registra cerca de 1.500 casos por dia de como forma de passar pelo luto DIA DE FINADOS Desde o início da pandemia, são mais de 600 mil pessoas que perderam a vida Marcius Barcelos
Rafaella Dotta Durante a pandemia do novo coronavírus, 607 mil brasileiros perderam suas vidas pela contaminação do vírus, gerando um mar de familiares que passam pelo Dia de Finados com a lembrança de sua pessoa querida. O projeto Memorial Inumeráveis chama atenção desde que foi criado. De uma forma delicada, o site reúne textos sobre as vítimas do coronavírus no Brasil, relatados por seus familiares. O objetivo inicial era contar a história e o universo particular de quem perdeu a vida, mostrando que aquela pessoa não é apenas “número” ou uma “estatística”. Para isso, o projeto recebe o pedido do familiar que gostaria de homenagear seu ente querido. Esse familiar é entrevistado pelos colaboradores do projeto que, com as informações, produzem um texto-homenagem. Fragmentos emocionantes, sérios e engraçados demonstram um pouco do que nosso país
perdeu com tantos falecimentos. “Vivia assoviando suas músicas preferidas e até mesmo o canto dos pássaros”, fragmento sobre Luiz Valério de Aquino, 57 anos, vítima do novo coronavírus em Araguari (MG). “Caridosa e alegre, implementou a terapia do abraço entre seus colegas de trabalho”, fragmento sobre Nair de Lima Alves, 39 anos, vítima do novo coronavírus em Belo Horizonte (MG). “Recheava com amor as mini pizzas que a tornaram conhecida como a Tia da Pizza, em Ipatinga”, fragmento sobre Clemência de Souza Francisco, 66 anos, vítima do novo coronavírus em Ipatinga (MG). Falar ajuda no ritual do “fim”
“A gente descobriu que parte da elaboração do luto se dá pela fala”, conta Gabriela Veiga, uma das cria-
doras do projeto, relembrando as entrevistas dos familiares ao projeto. “Isso aumentou a nossa vontade de fazer o projeto crescer, porque entendemos que estávamos ajudando o país a tratar um passivo emocional”, completa. Muitas famílias não conseguiram, por exemplo, realizar o velório de seus entes, que é um ritual importante para a aceitação da perda. “A homenagem entrou neste lugar, da ritualização do fim, e também em uma parte curativa do luto”, relata Gabriela. Mortes não tiveram mesma solidariedade que outras tragédias
A morte de mais de 600 mil brasileiros e brasileiras poderia ser classificada como um luto de massa, de acordo com a psicóloga Michelle Silva, que atua em consultório particular, na rede pública de saúde e é doutoranda em psicanálise pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Geralmente, uma tragédia com grande número de mortos gera compaixão e solidariedade, o que, para ela, não aconteceu no Brasil. “A gente observou um luto de massa, mas pautado pela banalização das vidas perdidas e que deixou pouco espaço para um luto mais coletivo”, analisa. Para Michelle, mais compaixão em relação às perdas poderia ser decisiva para que as famílias encontrassem uma forma mais facilitada e saudável de passar pelo seu luto. “Os governos, por exemplo, deveriam ser mais generosos neste momento”, aponta.
coronavírus
ABERTURA Maior taxa de vacinação tem feito cidades e estado aderirem ao retorno de atividades, mas cuidados ainda são necessários Rodrigo CLemente / PBH Divulgação
Rafaella Dotta A vida vai voltando à normalidade na maioria das cidades mineiras, ou pelo menos esse é o comentário geral. O último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais mostra que 1.483 pessoas foram infectadas com o coronavírus nas últimas 24 horas. O boletim de 28 de outubro é parecido com os demais da semana, que variam entre 222 e 1915 casos. No mesmo período, os boletins apresentaram um número de mortes bem variado, indo de 0 a 99 falecimentos. Indicadores em queda
O médico infectologista Unaí Tupinambás corrobora com a análise de que os índices de transmissão estão em queda, não só em Minas Gerais, mas em todo o país. A contaminação com a variante delta
continua avançando, o que ainda não causou impacto na aceleração de casos. “No entanto, temos que ser muito cautelosos para decretar a vitória sobre a pandemia”, aponta. “Mas expectativas apontam para um desfecho próximo, digo, em alguns meses, da pandemia”, completa. Com a queda de transmissão, o país sairia do estado de “pandemia” para o estado de “endemia”. Cuidados precisam continuar
O uso de máscara, principalmente em locais fechados, continua sendo uma necessidade. Assim como a higienização das mãos e sempre que possível manter o distanciamento físico. “Se todos seguirem essas medidas e avançarmos na vacinação até atingir 80 a 85% da população com duas doses, poderemos vislumbrar maiores flexibilizações”, explica Unaí.
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OPINIÃO
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OPINIÃO
O meio e a mensagem João Paulo Cunha lidam no tempo; a mentira será desmascarada pelos fatos. A extrema direita mosEsse cenário, sonho de vetrou competência em ocurão de um liberalismo mágipar as redes sociais, baco numa sociedade em que seada no investimento em a comunicação é um grantecnologia, engajamento e mensagens falsas que despertam medo. Um trio poderoso. Com isso, elegeram o presidente e o man- Nas redes sociais têm num patamar inacre- vale mais o afeto ditável para tamanha in- que a razão competência e capacidade de destruição. Para muitos, a saída está de negócio, supõe uma preem disputar o mesmo ter- tensa igualdade de utilizareno, buscando a vitória ção dos meios, como se todas melhores ideias num dos dispusessem dos mescontexto de democratiza- mos canais. E, sobretudo, da ção da informação. Quem crença da ativação da capatem melhor argumento cidade crítica da população vence a discussão; as me- frente ao bombardeamenlhores propostas se conso- to diário de notícias, o que
não ocorre. Há mudanças profundas na produção de mensagens, que perderam a raiz dos fatos para crescer no lodo da manipulação. No campo das redes sociais, a lógica é outra: não se trata mais da verdade, mas do verossímil. Ser é parecer. No atual modelo de circulação de informações, vale mais o afeto que a razão. As métricas deixaram de ser de audiência para entronizar o engajamento. Uso do medo Há alguns dados psicológicos nessa história. Em primeiro lugar, a criação de um sentimento de pertencimento que as redes presenteiam a um público que sempre se julgou escan-
teado e desvalorizado em suas opiniões. A partir das bolhas, estabelece-se uma nova forma de participar
É pela exploração do medo que mentiras ganham força do debate público. Os seguidores de um grupo nas redes sociais se identificam por valores, não por ideias e fatos. Trocam sua baixa autoestima pela arrogância. Outro elemento psíquico está vinculado ao medo. Não há nada mais
Regim tra
e
Co
ELE É O FIM DA A C I L B Ú P A L ESCO E DO SUS.
operativo e com menor esforço mental que o temor. É onde entram as mentiras em torno de ideologia, como o anticomunismo; e de costumes, que favorecem uma gama variada de preconceitos. Há disposição em acreditar em mentiras, falsidades e manipulações. É pela comunicação e pela exploração atávica do medo, num contexto de grande insegurança, que essa estratégia ganha força. O que as redes possibilitam como estrutura, a insegurança pessoal vitamina com ressentimento. A batalha da comunicação passa pela difusão da verdade, do conhecimento e da busca de uma sociedade mais justa. ANÚNCIO
Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021 Wan Campos /Cáritas
OPINIÃO
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Thiago Duarte Gonçalves
Dia do Servidor Público em meio a ataques às políticas sociais
Auxílio Brasil e desmonte do Estado A polêmica econômica da última semana se deu em torno do modo pelo qual o governo federal está viabilizando o pagamento do Auxílio Brasil, frente à grande barreira do “teto de gastos”. O “teto de gastos” é uma regra que estabelece que o orçamento da União só pode ser anualmente ajustado até o limite da inflação, medida pelo IPCA, do ano anterior. “Glória! Finalmente o malfadado, capenga e injusto teto irá desmoronar!”, pensaram algumas das pessoas sérias. Não foi o caso. A alteração ataca apenas o cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com essa manobra, estima-se que se consiga um acréscimo de aproximadamente R$ 83 bilhões, mais do que o suficiente para pagar o auxílio do Auxílio Brasil (programa temporário que substitui uma política de Estado, contínua, bem pensada e estruturada, o Bolsa Família). É óbvio que não se deve colocar em xeque a necessidade de pagamento de um socorro emergencial à população brasileira, que sente fome e se vê cada vez mais envol- Alívio não terá vida na pauta da sobrevivência. Está claro que o “teto de efeito. Preços gastos” em si é um grande problema, dentre diversos ou- devem contitros, resultantes do desmonte do Estado que se propaga nuar subindo desde 2015. Ao que tudo indica, o auxílio médio de R$ 400 será pago. Um possível alívio que provavelmente não terá efeito sensível. Os preços tendem a continuar em subida, principalmente em função dos combustíveis e dos efeitos do câmbio desvalorizado (provocado pela especulação, Bolsonaro, crise energética, cena política brasileira, falta de política econômica...). E o desemprego vai perdurar, provavelmente aumentar, em função das elevações na taxa básica de juros e o consequente desaquecimento da economia. Sem falar na crise energética. Nosso buraco parece não ter fim. Weslley Cantelmo é economista, mestre em geografia e doutorando em economia no Cedeplar (UFMG).
Leia os artigos completos no site brasildefatomg.com.br Estes são artigos de opinião. A visão dos autores não expressam necessariamente a linha editorial do jornal Brasil de Fato
Thiago Duarte Gonçalves é diretor da Fenajufe (Federação dos Trabalhador@s do Judiciário Federal e do MPU)
ACOMPANHANDO
Weslley Cantelmo
Desde o golpe jurídico-parlamentar de 2016, os ataques ao funcionalismo e aos trabalhadores não param. Destaca-se a Emenda Constitucional 95 (teto dos gastos) em dezembro de 2016, que tem reflexos até hoje com menos recursos para a saúde e educação, sucateamento do serviço público e menos atendimento à população. A “reforma” trabalhista, que retirou direitos dos trabalhadores. O ataque à Previdência, que aumentou o valor de contribuição, o tempo necessário para se aposentar e diminuiu o valor das aposentadorias. O congelamento salarial (mesmo com a inflação galopante). No atual momento, tentam aprovar a Reforma Administrativa (PEC 32). Três pontos principais merecem ser destacados da PEC 32, que ameaça os serviços públicos. Governo tem O fim dos concursos públicos e os serviços da estabilidade, deixando de ter critérios objetivos para entrada e saí- públicos como da na administração pública, para inimigos ficarmos à mercê do governante de plantão. A redução de jornada com redução de salários dos servidores públicos em até 25%. E a atuação subsidiária da administração pública. A PEC 32 prevê a atuação da administração pública apenas e tão somente quando a iniciativa privada não quiser atuar, prevendo o uso de mão de obra de servidores públicos pela iniciativa privada. Vale destacar o que a reforma administrativa não aborda: fim do nepotismo na administração pública; regulamentação de teto da casta do funcionalismo público como juízes, procuradores, políticos (estes sim, castas); nenhuma mudança substancial para os militares. Assim, no dia do servidor público em 28 de outubro, temos pouco a comemorar e muito a mobilizar e pressionar para barrarmos o projeto neoliberal que tem o serviço público (e seus servidores) como inimigos.
Na edição 356... Como a privatização da Petrobrás pode afetar sua vida? ... E agora Alta dos combustíveis levou 15% dos motoristas a abandonar a profissão em 2021
“Em torno de 15% dos motoristas deixaram a profissão do início do ano para cá, por conta do aumento dos combustíveis, que leva de 40 a 50% do valor que o motorista faz, isso já descontando o valor das plataformas. As reivindicações da categoria são ganho real, aumento de tarifa de fato, mais segurança nas plataformas, e maior responsabilidade das plataformas com os motoristas que hoje também não temos”, afirmou Carina Mineia dos Santos Trindade, presidenta do Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos (Simtrapli-RS).
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Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021
TSE cassa mandato de deputado bolsonarista por disseminação de fake news Com decisão, deputado paranaense perde direitos políticos por oito anos Reprodução
Redação O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini (PSL/PR), na quinta (28). Com a decisão, Francischini também fica inelegível por oito anos (contados a partir de 2018). O deputado foi acusado de disseminação de notícias falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas durante as eleições de 2018. Em live no dia das votações do primeiro turno, Francischini
afirmava que as urnas haviam sido fraudadas para boicotar a eleição do en-
tão candidato Jair Bolsonaro. O vídeo teve 6 milhões de visualizações.
Luís Felipe Salomão, relator do caso no tribunal, afirmou que as denúncias feitas pelo deputado são “absolutamente falsas e manipuladoras” e levaram “milhões de eleitores a erro”. “É notório que o recorrido se valeu das falsas denúncias de fraude para se au-
Deputado disseminou notícias falsas nas eleições de 2018
topromover como uma espécie de paladino da justiça, de modo a representar os eleitores inadvertidamente ludibriados que encontraram no candidato uma voz para ecoar suas incertezas sobre fatos que jamais aconteceram”, completou o relator. Os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Mauro Campbell e Sérgio Banhos acompanharam o entendimento de Salomão. O único voto contrário à cassação e inelegibilidade foi o de Carlos Horbach.
Bolsonaro aciona STF contra pedido No ano em que a Chapada dos Veadeiros da CPI para bani-lo das redes teve 552 incêndios, só Após presidente ligar vacinas a aids, comissão no Senado aprovou requerimentos pela suspensão de suas contas um inquérito apontou Redação autoria Evaristo Sa /AFP
O presidente Jair Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira (27), para se defender do pedido da CPI da Covid contra ele. A Comissão Parlamentar entrou com medida cautelar no STF, requerendo a proibição do presidente de se manifestar em redes sociais. O requerimento pede, também, a suspensão de suas contas nas redes sociais e a quebra de seu sigilo telemático. Bolsonaro se defende de requerimentos aprovados pela CPI da Covid em sua última sessão, dia (25), após ter associado vacinas contra covid-19 ao risco de desenvolver AIDS. A falsa relação foi feita durante uma live transmitida em redes sociais na semana passada, posteriormente excluída por Facebook, Instagram e
Redação
YouTube. A decisão pede que o banimento de Bolsonaro ocorra “até ulterior determinação”. A CPI ainda requer que o presidente seja obrigado a se retratar sobre a associação entre vacinas e AIDS, sob pena de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento. A comissão também aprovou a quebra do sigilo telemático de Bolsonaro sobre seu uso de redes sociais do Google, Facebook e Twitter, de abril de 2020 até o momento, e solicitou que os dados se-
jam enviados ao Supremo e à Procuradoria-Geral da República (PGR). Isso inclui dados como os IPs, cópias do conteúdo armazenado e informações sobre quem administra as publicações.
CPI quer que presidente se retrate sobre a associação entre vacinas e AIDS
As queimadas na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, têm provocado mudanças significativas na paisagem. Em 2020, foram registrados 552 focos de incêndio nos oito municípios que compõem a Microrregião da Chapada dos Veadeiros, segundo o Banco de Dados de Queimadas (BDQ), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De janeiro até setembro deste ano, já são 609 focos. Diante de tantos incêndios, seria comum a expectativa por um número razoável de investigações sobre os possíveis culpados e causas. Também em 2020, entretanto, foram instaurados somente quatro inquéritos
policiais referentes a incêndios em vegetação na região, e apenas um inquérito com autoria apontada pelas autoridades e investigações policiais de Goiás foi enviado ao Judiciário, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado. No âmbito federal, os dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), também são expressivamente ínfimos em relação às autuações ambientais. Em 2020, foram apenas duas autuações no conjunto dos oito municípios que compõem a Microrregião da Chapada dos Veadeiros, totalizando R$ 181.224,30 em multas. De janeiro a setembro de 2021, foram sete autuações, no valor de R$ 1.261.950,50 em multas.
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Com reajuste da Selic, Brasil repassará R$ 75 bilhões ao setor financeiro por fora do “Teto” NEOLIBERAL Alta de juros eleva o gasto público e expõe que ajuste fiscal favorece aos mais ricos Marcello Casal Jr. /Agência Brasil
Daniel Giovanaz Aumentar a taxa de juros para controlar a inflação. Essa vem sendo a estratégia do governo Jair Bolsonaro (sem partido) para enfrentar uma das crises econômicas e sociais mais severas da história brasileira. A equipe econômica baseia-se no princípio de que
Banco Central elevou a taxa básica de juros para 7,75% ao ano
juros maiores encarecem o crédito e desestimulam o consumo, reduzindo uma suposta pressão da demanda sobre a oferta.
Além de não resolver o problema da alta de preços, economistas ouvidos pelo Brasil de Fato chamam atenção para quem mais ga-
nha com essa política: operadores do mercado financeiro, detentores de títulos da dívida pública. Na última quarta-feira (27), o Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros em 1,5 ponto percentual, de 6,25% para 7,75% ao ano, maior patamar desde 2017. “Elevar juros significa elevar também a despesa pública, para aumentar a rentabilidade de ativos financeiros e alimentar o capital de curto prazo”, alerta Uallace Moreira, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
“Nosso gasto, só com juros da dívida, gira em torno de 5%. O aumento de um ponto percentual nesse valor dá quase R$ 50 bilhões a mais por ano para pagamento de juros, para o mercado financeiro”. Segundo levantamento da Instituição Fiscal Independente (IFI), um ponto percentual significa, precisamente, R$ 53 bilhões a mais. Ou seja, só com o reajuste da última quarta-feira, o Brasil terá que repassar R$ 75 bilhões a mais por ano a detentores de títulos da dívida pública.
Aumento de juros amplia a diferença entre ricos e pobres MERCADO Preços dos produtos, como a gasolina e o diesel, podem ficar ainda mais altos Matias Cardomingo, mestre em Teoria Econômica e pesquisador do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da Universidade de São Paulo (USP), ressalta que esse valor é superior ao custo estimado do programa Auxílio Brasil por fora do “Teto de Gastos”. “Em termos de transferência dos recursos do Estado, aquilo que o governo quer oferecer aos mais pobres é menor que o pagamento de juros aos mais ricos”, analisa. “Estamos falando das duas pontas: as pessoas com mais recursos, que fazem investimentos no Tesouro, e as que são alvo de programas de redução da miséria. Sem contar o impacto na atividade econômica. Vamos ter uma política monetária contracionista. É parecido com o que a gente viveu entre 2015
Elza Fiuza/ Agencia Brasil
interesses de classe na coordenação da política econômica”, diz.
Ficam muito evidentes os interesses de classe na coordenação da política econômica e 2016, e o saldo dessas políticas terá impacto relevante sobre a desigualdade.” “Teto” para quem? Operadores do mercado financeiro apoiaram, em 2016, a implementação de um “Teto de Gastos” no Brasil, por meio da Emenda Constitucional 95. O texto, sancionado pelo então presidente Michel Temer (MDB), congelou os investimentos em
políticas públicas como saúde e educação, por 20 anos. Uallace Moreira enfatiza que esse mesmo “mercado” fez pressão pelo aumento da Selic e será beneficiado com repasses bilionários por fora do Teto. “É a contradição pura. Eles estão argumentando que é preciso manter o ajuste fiscal, mas ao mesmo tempo elevam juros, aumentando os gastos públicos. Ficam muito em evidência os
Caso André Esteves O exemplo mais recente dos interesses de classe impondo uma política econômica prejudicial ao país foram os áudios vazados de André Esteves, dono do banco BTG Pactual, no início da semana. As conversas mostram que o banqueiro era consultado pelo BC, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e até pelo presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), sobre a condução da política econômica. Sem teto para ricos “O Teto de Gastos não congela pagamento com serviços da dívida. Então, você pode fazer a festa no orçamento, pegando dinheiro público e transferindo ao setor financeiro. Enquanto isso, o governo mantém o argumento de cortar gastos da saúde, da educação, e 92% do orçamento da ciência”, critica Moreira. “O Teto de Gastos congela tanto os gastos correntes, com saúde e educação, como os investimentos. Então, nosso investimento está em um dos menores patamares da história, e ninguém [do ‘mercado’] reclama disso: mas reclamam quando tem um auxílio para tentar tirar as pessoas da fome”.
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MUNDO
Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021
Argentina aprova lei de rotulagem frontal para alimentos ultraprocessados Com 200 votos a favor, 22 contra e 16 abstenções, o projeto de lei “Promoção da Alimentação Saudável”, conhecido popularmente como lei de rotulagem frontal, foi aprovado na Câmara dos Deputados da Argentina dia (26). Com a normativa, as embalagens de produtos alimentícios passarão a ter impressos em sua área frontal uma advertência octogonal com letras brancas em fundo preto informando ao consumidor sobre os ingredientes problemáticos que o produto contenha em excesso. O texto do projeto de lei estabelece que a rotulagem
deve corresponder a pelo menos 5% da área frontal da embalagem de alimentos e bebidas e deve advertir sobre o excesso de açúcar, sódio, gorduras saturadas, gorduras totais e/ou calorias em sua composição. Os parâmetros seguem
as indicações da Organização Panamericana da Saúde (OPS). México, Chile, Peru e Uruguai também utilizam o mesmo formato octogonal preto que será regulamentado na Argentina.
Mesmo sob estado de exceção, movimentos populares do Equador protestam contra Lasso Movimentos populares do Equador tomaram as ruas na terça-feira, dia (26), para protestar contra o governo do presidente Guillermo Lasso e apresentar demandas econômicas e sociais. Participam da mobilização a Frente Unitária de Trabalhadores (FUT), a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e a União Nacional de Educadores (UNE), entre outras organizações.
Os manifestantes pedem o congelamento do preço dos combustíveis, limites ao setor financeiro e criticam a precarização do trabalho. A mobilização ocorre após Lasso decretar estado de exceção em todo o território nacional para combater a “insegurança” e o narcotráfico. A medida permite o uso das Forças Armadas em tarefas de policiamento e o aumento das verbas das forças de segurança. ANÚNCIO
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ENTREVISTA 11
“Se aprovarem a reforma administrativa, tendência é que a creche, a escola e a saúde sejam cobradas” ATAQUES Na semana do servidor público, trabalhadores realizam ações contra Reforma Administrativa e Regime de Recuperação Fiscal direitos dos trabalhadores e privatizar as empresas públicas, como a Cemig, a Copasa e a Codemig. Quando essas empresas forem privatizadas, as contas de água e energia ficarão ainda mais caras. A qualidade também diminui. Um exemplo de privatização malsucedida foi no Amapá. Lá, eles privatizaram a companhia de energia elétrica e o serviço ficou pior. Culminou no apagão, para resolver, chamaram a Eletrobrás, uma empresa pública.
Wallace Oliveira Desde 1990, 28 de outubro é o Dia Nacional do Servidor Público. Longe de ser uma data comemorativa, trata-se, cada vez mais, de um dia de lutas contra os ataques ao serviço público. Afinal, no momento em que a população mais precisa dos servidores, em meio a uma crise econômica e uma pandemia que não tem data para acabar, o governo federal tenta aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, da Reforma Administrativa, que representa a entrega de recursos públicos para grandes empresas privadas e a substituição de trabalhadores concursados por apadrinhados. Em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) não fica atrás e tenta aprovar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que vai colocar o Estado sob intervenção federal, sem qualquer autonomia, refém de uma dívida que, segundo especialista, nem deveria mais estar sendo paga. Para falar sobre o assunto, o Brasil de Fato MG conversou com o servidor Eduardo Couto, vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado de Minas Gerais (Serjusmig). Brasil de Fato MG – Uma mobilização das entidades do serviço público pressionou os deputados federais esta semana. Por que fizeram essa mobilização? Eduardo Couto – É importante fazer um breve histórico. Pelo menos de 2016 para cá, há vá-
rias propostas no Congresso Nacional que retiram direitos dos trabalhadores e prejudicam a população. Tivemos a reforma trabalhista, que precarizou muito a relação de trabalho no setor privado, o Teto dos Gastos, que encolheu os investimentos em saúde e educação, prejudicando ainda mais o acesso
PEC 32 representa o fim dos serviços públicos, porque permite a privatização da população a esses serviços essenciais. Agora, estamos diante da PEC 32, que eles [os representantes do governo] chamam de Reforma Administrativa. É uma PEC muito ruim. Então, estivemos mobilizados em Brasília, pressionando, cobrando posição contrária a essa proposta, que representa o fim dos serviços públicos.
Você poderia dar exemplos de impactos que a PEC 32 gera na vida da população? Ela tem um artigo, o 37-A, que abre as portas para a privatização dos serviços públicos e permite que empresas privadas utilizem a estrutura do serviço público, abocanhando o orçamento do SUS, da educação. O Estado tem o objetivo de prestar o serviço, de buscar o bem-estar social das pessoas. A empresa privada não, ela tem como objetivo o lucro, tende a prestar serviço onde dá lucro. A tendência é que, com a privatização, o serviço passe a ser cobrado. Então,
Guedes quer privatizar Eletrobrás, Correios, Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal
a creche, a escola e o atendimento no posto de saúde tendem a ser cobrados. Quando esses serviços forem cobrados, só quem tem dinheiro terá acesso à saúde e educação. Paralelamente, em Minas Gerais, existe uma mobilização contra o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que envolve o governo de Minas e o governo federal. O que é essa luta? Existe uma dívida do Estado de Minas Gerais com a União e o pagamento dela está suspenso, com várias liminares na Justiça. Agora, o governo Zema alega que o STF [Supremo Tribunal Federal] está pressionando o Estado para aderir a esse regime. Se o Estado aderir, a dívida não acaba, suspende-se o pagamento por até nove anos, e, lá na frente, essa dívida vai estar maior ainda, impagável, pois os juros vão correndo. E, para o Estado aderir ao regime, ele tem que cumprir várias condicionantes: retirar
Para Minas aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, Estado tem que vender Copasa e Cemig Que, por sinal, o ministro Paulo Guedes quer privatizar também. Ele também quer privatizar a Eletrobrás, os Correios, a Petrobrás. Já estamos vendo os preços [dos combustíveis] exorbitantes, por causa da política de preços. Ele está falando em privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal. Então, é um governo do entreguismo, que quer entregar tudo o que é público para que as grandes empresas possam lucrar ainda mais. Se aderir ao RRF, além dos retrocessos, limitação de investimentos em saúde e educação, tem a privatização da Cemig e da Copasa. E o Estado de Minas Gerais vai perder sua autonomia financeira, quem vai gerir o Estado é a União.
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VARIEDADES
Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021
CIÊNCIA, COISA BOA! O TIPO DE SEXO INTERFERE NO RISCO DE OCORRER UMA IST?
Nossos direitos COMO DENUNCIAR CRIMES DE RACISMO E LGBTFOBIA?
Na última edição escrevi sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis. Uma amiga enviou a seguinte dúvida: no sexo entre mulheres cis a probabilidade de uma IST ocorrer é menor? Como existem muitas IST, os riscos para cada uma variam. Por isso, optei por focar no HIV, infecção mais grave e que possui mais estudos sobre sua transmissibilidade. Mas, em geral, o que for dito a seguir em relação ao HIV pode ser extrapolado para outras infecções. No sexo, a infecção pelo HIV ocorre por meio do contato de fluídos (penianos ou vaginais), esperma e sangue com as mucosas da vagina, do pênis e do ânus. Se existir ferimento na pele ou na boca, o contato dessas regiões com esses fluidos também pode apresentar riscos. O sexo anal é o que apresenta maior probabilidade de contaminação pelo HIV. A pessoa que é penetrada possui cerca de dez vezes mais chances de se infectar do que a que penetra. Em seguida, o tipo de sexo com maior risco é Há diversos relao pênis-vaginal. Por fim, no sexo oral, tos na literatura no contato entre duas vulvas e dois pê- médica de infecnis, ou dos dedos com os órgãos sexuais ção pelo HIV ena chance de infecção, apesar de existir, é tre parceiras pequena. Sobre o uso e o compartilhamento de brinquedos sexuais, é possível afirmar que os riscos de infecção pelo HIV, apesar de pequenos, existem. Por isso, é importante a higienização dos objetos, o uso e a troca de preservativos nos mesmos quando houver compartilhamento dos brinquedos entre as parceiras. Portanto, pode-se afirmar que no sexo entre mulheres cis há sim uma menor probabilidade de infecção pelo HIV. Mas, o risco existe. Há diversos relatos na literatura médica de infecção entre parceiras. É importante lembrar que outras IST apresentam riscos diferentes, o que reforça a necessidade de que toda relação sexual, independentemente do tipo, seja feita com o uso de preservativos. Mulheres cis que transam entre si devem se preocupar com as IST. E portanto, a sociedade de maneira geral deve disponibilizar formas eficazes de prevenção para essas mulheres. Para terminar, algumas curiosidades sobre a transmissão do HIV. Mulheres que vivem com HIV apresentam maior probabilidade de infectar seus/suas parceiros/as quando estão menstruadas. O mesmo vale para homens que vivem com HIV e que ejaculam na boca de seus/suas parceiros/as. Além disso, a presença de outras infecções sexualmente transmissíveis aumenta o risco de infecção pelo HIV. E um fator que diminui esse risco é a circuncisão masculina. Mas esse assunto eu deixo para um próximo encontro! Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
Nos últimos dias, vimos diversas ocorrências que envolvem LGBTfobia e racismo. Diante de uma situação em que se é vítima de preconceito racial ou devido à orientação e identidade sexual, o primeiro cuidado é não revidar, pois o Judiciário pode deixar de aplicar uma possível pena. Em segundo, é importante identificar o agressor, onde encontrá-lo e anotar também nomes, contatos e endereço de pessoas que testemunharam o ato, caso tenha ocorrido presencialmente. Se tiver sido pela internet, é importante ter prints, salvar as con-
versas, pois, para seguir com a denúncia e a efetiva punição do agressor, é importante que o máximo de provas sejam reunidas. O próximo passo é fazer um boletim de ocorrência ou a denúncia. Algumas cidades contam com delegacias especializadas da Polícia Civil para que seja feita a investigação. No boletim, é necessário informar a intenção de processar o acusado. Para requerer indenizações, é necessário procurar a Defensoria Pública, ou um advogado, pois será necessária outra ação judicial.
Jonathan Hassen é advogado popular
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Por que é tão comum as mulheres serem traídas quando estão grávidas ou no período após o parto? Vitória Sophia, 23 anos, professora. Creio que o pano de fundo dessa situação seja a cultura machista ainda marcante nos relacionamentos, em que a mulher gestante é ligada ao sagrado. Isso modifica o desejo do homem em relação a ela. Somam-se a isso as mudanças no corpo, o medo de machucar o bebê, o que gera, em grande parte dos casos, um ambiente nada propício ao sexo. Além do mais, há ainda hoje uma aceitação da traição dos homens como algo natural, o que incentiva essa prática. Precisamos avançar em nossa cultura. A gravidez faz parte da natureza, assim como o prazer sexual. Os casais podem ter uma ótima vivência da sexualidade durante e após a gravidez. Para isso, é preciso entender que o prazer passa pelo toque, pelo carinho, pelo respeito à vontade do outro, pela intimidade e pelo cuidado. Embora haja, durante a gestação, hormônios que podem reduzir o desejo sexual, isso é compensado pelo aumento da sensibilidade da mulher. E há casos em que o interesse sexual feminino aumenta. :: CONHEÇA O CANAL DA AMIGA DA SAÚDE NO SPOTIFY! ::
Se você tem alguma dúvida sobre saúde e vida saudável, manda um zap para mim! O número é (31) 9 8468.4731.
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www.malvados.com.br Separamos aqui uma combinação infalível para você conquistar o coração da sua parceira. Trata-se da junção entre limpeza e um bom jantar. Em outras palavras, a demonstração de
TORTINHA DE GRÃO-DE-BICO
afeto e cuidado. Pode ter certeza que é a melhor declaração!
por Sayonara Salum
Freepik
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
© Revistas COQUETEL
As expressões usadas no dia a dia Instrumento de maAdminis- quiadores tração de materiais e recursos da empresa
Substância extraída de algas
O mapa elaborado por astrólogos
O grupo de pessoas com menor renda e esMáquina colaridade de tecer Pó (gíria)
Ingredientes Gracejos
Ceará (sigla) Tribunal eleitoral
Olá, em italiano
"(?) Você", sucesso de Frejat
Jogar a última (?): fazer a tentativa final
Hábil; perspicaz (fig.) Condição atribuída à vida
Rogério (?), ex-goleiro África do Sul (sigla)
Santo (?), cidade de Caetano (BA)
Companhia (abrev.) Time dos EUA pelo qual jogou Pelé
1 xícara de grão-de-bico cozido e amassado com casca 4 colheres de sopa de farinha de linhaça 2 colheres de sopa de azeite Sal e pimenta do reino a gosto
Abreviatura de túmulos Caloria (símbolo)
Circunda o tambor Livro dos judeus
Elevado Remo, em inglês
Para o recheio: Escolha os vegetais de sua preferência, como brócolis, couve-flor, cenoura, pimentão e cebola.
Brisa Erva mais comum na salada
Modo de preparo
Tecido de cortinas (?) indígenas: são demarcadas pela Funai
Chutar o (?): abandonar Falta de sorte
Peças que formam a corrente
Amigo da Tina e da Pipa (HQ) Noroeste (abrev.) Que pode ser adiado
Miguel Falabella, em "Sai de Baixo"
Veia que chega ao coração (Anat.)
• Posteriormente, escorra a água e amasse o grão-de-bico com um garfo, ou, se preferir, use o liquidificador ou processador; •
3/oar. 4/ágar — cava — ciao. 6/cosmos.
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Solução C L O G A L P O I Q S U D D I A E A C I C O S N T E RO L N O P O S
A A G I S T A N T E R R A C A R T I L V A C O R A A A L M O S A A B R R A S O Z F A L T E R G
AV
B I C A I O S C E T A DA R I P E N I A R TO A R A MI A L DE F S C A CO A C IA E L
BANCO
Raciocínio enganoso "Trabalho", em OIT
Virtude fraca em Tomé (Bíblia)
• Para cozinhar o grão de bico, deixe de molho na água por 12 horas. Depois, troque a água e coloque na panela de pressão por 15 minutos;
Acrescente a farinha de linhaça, azeite e sal e misture com as mãos até formar uma massa que não grude;
• Coloque a massa em formas de empada, como se fosse um quiche. Aperte bem, de modo que a massa cubra toda a superfície da forma; • Com um garfo, faça furinhos na base da massa. Reserve; • Para o recheio, refogue os vegetais no azeite, tempere com sal e pimenta do reino; • Adicione o recheio nas formas e ao forno pré-aquecido a 180 graus, por mais ou menos 30 minutos.
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Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021
Produtora cultural de Minas Gerais lança projeto com textos e vídeos sobre Pagu FEMINISMO Autores escreveram sobre a contribuição de Patrícia Galvão no teatro, na política, na psicanálise e na história
Roteiro
Sexta edição do CURA- Circuito Urbano de Arte, em BH, tem programação até terça ARTE PÚBLICA Festival acontece na região da Praça Raul Soares, no Centro da capital Área de Serviçø
Do Bar
Empena em construção por Kassia Rare Karaja Hunikuin junto com o Coletivo Mahku
Redação
Redação “Eu vi tortura, vi a sua solidão. Vinte e três vezes exposta na crueldade de quando fostes presa de animal urbano”, interpreta Ana Gusmão no curta-metragem de seu projeto que estudou e produziu uma série de materiais sobre a vida de Pagu. Patrícia Galvão, a Pagu, foi uma mulher brasileira com contribuições nas áreas do teatro, da história da arte, da política e da psicanálise. Com apenas 12 anos, ela recebeu o título de musa do modernismo brasileiro. Com 15 anos, já era redatora de um jornal. Militante ativa do comunismo, Pagu foi a primeira mulher presa por motivos políticos no Brasil, e foi detida 23 vezes. Esse é um pequeno resumo da história dessa perso-
nagem real retratada pela atriz, jornalista e produtora cultural Ana Gusmão em quatro textos, quatro vídeos e um curta-metragem no portal Caligari Produções. A obra está disponível em caligariproducoes.com.br/pagu. Os textos foram escritos por pesquisadores de referência, que aceitaram o desafio de refletir sobre a contribuição de Pagu nas áreas de história política do Brasil, da psicanáli-
Pagu foi a primeira mulher presa por motivos políticos no Brasil e foi detida 23 vezes
se, do teatro e da história da arte. Para quem prefere ouvir ou assistir Todos os textos acompanham uma conversa em vídeo do autor ou da autora com Ana Gusmão, em que explicam detalhes da sua elaboração. Também disponível no portal da Caligari Produções. Curta metragem O projeto contou ainda com a produção do curta-metragem “Tanto me foi negado, por justa causa, eu diria”, em parceria com o diretor e videomaker Israel Menezes, da Moca Filmes. O filme tem roteiro e atuação de Ana Gusmão e reúne um depoimento escrito a partir do encontro da artista com Pagu.
A 6ª edição do CURA - Circuito Urbano de Arte ocorre até o dia 2 de novembro, na região da Praça Raul Soares, na capital mineira. O evento recebe artistas brasileiros e internacionais, como Kassia Rare Karaja Hunikuin com o Coletivo Mahku, do Acre; Sadith Silvano e Ronin Koshi, Shipibo, do Peru; e Ed-Mun de Minas Gerais. "Agora estou pintando só cantos de cura. A gente está precisando muito. O Brasil e o planeta precisam. Escolhi uma pintura para o momento de pandemia e pelas perdas irreparáveis”, afirma Kássia. O festival O CURA é um dos maiores festivais de arte pública do Brasil. Sua estreia em Belo Horizonte aconteceu no ano de 2017, sendo o primeiro circuito de pintura em empenas da cidade. Com obras realizadas no hipercentro de BH, o festival deu origem ao primeiro mirante de arte urbana do mundo, localizado na Rua Sapucaí. Entre as obras construídas em 2017, destacam-se os murais mais altos pintados por mulheres na América Latina e a maior obra de arte pública realizada por uma artista indígena. Memória Diante do cenário de pandemia do novo coronavírus e da conjuntura política brasileira, o festival promete ser também um gesto de memória. Para tanto, o evento reivindica o direito ao luto e que a morte seja uma experiência coletiva.
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ESPORTE
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Pela segunda vez consecutiva, atleta de Minas Gerais vence campeonato nacional de breaking PARIS 2024 Além dos dois títulos, Itsa também carrega na bagagem anos de experiência e dedicação Fábio Piva / Reprodução
Amélia Gomes
Cria da Região do Barreiro, desde os 11 anos de idade, Itsa pratica breaking. Hoje, com 22, conquistou pela segunda vez consecutiva o Campeonato Nacional de Breaking. Ao longo desses, integrou o grupo Corpo e o Cirque du Soleil. O breaking surgiu em meados da década de 1970 nos guetos de Nova Iorque e logo se espalhou pelo mundo. A dança é contemporânea de outras manifestações urbanas e, a parrreiro para o mundo: Itsa integrou o tir de 2024, Cirque passa du Soleila compor o quadro de esportes das Olimpíadas. O Brasil é destaque e nossos atletas, assim como aconteceu com o skate em 2021, são espelho para o mundo. Para falar sobre a dança, o título recém-conquistado, as dádivas e desafios da profissão, o Brasil de Fato MG conversou com Itsa, que se identifica como pessoa não binária e afirma que, além da arte, também leva para os palcos do breaking reflexões sobre a sociedade e o papel da cultura. Brasil de Fato – Com 22 anos, você já tem dois títulos nacionais de breaking, um currículo extenso e onze anos de carreira. Como você começou a sua relação com o breaking?
Do Barreiro para o mundo: Itsa integrou o Cirque du Soleil
Sempre vou para as competições com a ideia de dar meu máximo
Ainda está caindo a ficha. Olha que chique, o Brasil de Fato me entrevistando?! Itsa – Comecei a dançar com 11 anos, depois que meu primo, que já dançava, se mudou para perto da minha casa. Ele tinha um tablado de MDF e sempre colocava no quintal e ficava dançando. Um dia, eu decidi pular o muro e pedi para ele me ensinar. E foi aí que tudo começou. Ele me levou ao Centro Cultural Lindeia Regina e também para um programa chamado Escola Aberta. No Centro Cultural, comecei a participar de batalhas de dança e outras competições. E, aí, não parei mais. Participei de projetos como o Valores de Minas e o Corpo Cidadão. Com 17 anos, entrei para uma companhia de dança de BH, onde fiquei nove meses.
Você venceu o campeonato nacional de breaking na categoria feminina e é uma pessoa que se considera não binária. E, assim como em outros esportes e manifestações culturais, nós ainda vemos uma predominância masculina. Como você vê esses desafios? A gente precisa aprender, mesmo que na marra, que o break é um espaço para todos. Nós estamos acostumados a só ver homens nessas posições de superioridade. Geralmente, homens héteros e brancos. Mas isso tem que mudar. As Olimpíadas de Paris são um gancho para a gente puxar. Ela está colocando essa ideia de ser 50% masculi-
Às vezes, o break objetifica a mulher, infelizmente, é uma herança da nossa cultura
no e 50% feminino. A gente tem que correr atrás e não deixar que tenhamos menos benefícios para as mulheres.
Uma batalha diária é entender que a gente tem direito de estar nos lugares A gente precisa colocar as mulheres e as pessoas da comunidade LGBTQI+ nesses lugares. Eu já sofri discriminação, muita discriminação. É triste. O break já é uma dança, visualmente falando, masculinizada. Às vezes, os gestos objetificam a mulher. Infelizmente, é uma herança que a gente tem de toda nossa cultura. E o primeiro passo para resolver isso é percebendo ela. Eu estou num ambiente onde eu sou a única mulher? Onde eu sou a única pessoa não binária? Onde eu sou a única pessoa negra? Por que só tem eu? Por que não tem ninguém igual a mim aqui?
O segundo passo é questionar as pessoas ao seu redor. E, aí, as coisas vão mudando. Até alguns anos atrás, uma mulher entrar numa roda de dança era uma coisa rara. Hoje em dia, já está ficando mais comum. Tem outra batalha diária, que é entender que a gente tem direito de estar nesses lugares. Como está toda a sua preparação e a expectativa para as Olimpíadas? Eu fui pra São Paulo com a cara de quem não queria nada. Graças a Deus, recebi a passagem e hospedagem, porque não tinha condição nenhuma de ir. Dediquei o troféu aos meus avós que perdi para a covid. Foi tanta coisa que aconteceu, que a gente vai esquecendo do valor que a gente tem, da nossa missão, do nosso sonho e das nossas aspirações. Sempre vou para as competições com a ideia de dar meu máximo, aproveitar da maneira mais saudável, sábia e positiva, me respeitando e cuidando de mim. E eu oro muito a Deus para que eu tenha memória ao longo dos meus anos de vida, para eu sempre lembrar desse dia. Ainda está caindo a ficha. Olha que chique, o Brasil de Fato MG me entrevistando?! Eu só tenho a agradecer mesmo.
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Belo Horizonte, 29 de outubro a 4 de novembro de 2021
Inédito: brasileira vai à final em Mundial de Ginástica Rítmica!
ESPORTES
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Divulgaçã/FIVB
Simone Ferraro / CBG
Na quinta-feira, a atleta Bárbara Domingos fez história, tornando-se a primeira brasileira a se classificar para uma final individual de um Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica. Na competição em Kitakyushu, no Japão, Bárbara alcançou a 13ª nota entre 18 finalistas, somando 69,800 nos quatro aparelhos. A decisão do individual geral acontece no sábado (30), às 2h30 (horário de Brasília).
“É inadmissível esse tipo de conduta do Maurício e eu sou radicalmente contra qualquer tipo de preconceito, homofobia, racismo. Em se tratando de Seleção Brasileira, não tem espaço para profissionais homofóbicos”.
Gol contra O tradicional Manchester United levou uma sonora goleada de seu rival Liverpool, em casa, pelo campeonato inglês, domingo (24): 5 a 0, afora o baile! A crise nos “Diabos Vermelhos” tem alguns anos e nem a contratação de Cristiano Ronaldo, em agosto, parece ter adiantado. Que fase!
Renan Dal Zotto, técnico da Seleção Brasileira masculina de voleibol, criticando os posicionamentos homofóbicos do central Maurício Souza, ex-Minas Tênis Clube FINAL DA COPA DO BRASIL
ATLÉTICO X ATHLETICO
Gol de placa A ginasta Rebeca Andrade trouxe mais medalhas para o Brasil. Dessa vez, foi no Mundial de Ginástica Artística, na semana passada, no Japão. A atleta conquistou um ouro na prova de salto e uma prata nas barras assimétricas, o mesmo número de medalhas conquistadas nas Olimpíadas de Tóquio.
Com o foco no Brasileiro
Santos é freguês
COM H!
@ANDREFIDUSI
SEM H!
Data para acabar
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
O América ganhou as quatro últimas partidas contra o Santos: duas em 2018 e duas em 2021. Isso não é pouca coisa. Por mais que esteja em um momento ruim, o Santos é o Santos, de Pelé a Neymar e tantos outros, é bicampeão mundial. E a vitória da semana passada foi ainda Decacampeão mais contundente do que as anteriores, com o América indo para cima e sendo melhor em boa parte do jogo, mesmo vindo de uma indesejável troca de técnico dias antes. Isso só demonstra que, de fato, o Coelho está mudando de patamar e se consolidando como um time competitivo, que faz frente a qualquer time do Brasil. Agora, está ainda mais perto de permanecer por mais de um ano na Série A, pela primeira vez em sua história.
Como era esperado, o Galo garantiu com tranquilidade a vaga na decisão da Copa do Brasil. Mesmo com um esquema mais cauteloso e jogando pelo regulamento, o time de Cuca derrotou novamente o Fortaleza. E pode, agora, apenas se concentrar nadoido! luta pelo sonhado seÉ Galo gundo título brasileiro, pois as partidas das finais serão nos dias 12 e 15 de dezembro. Apesar de comprovar que tem o elenco mais qualificado do país, acredito que o treinador precisará, mais uma vez, respeitar o adversário. Afinal, o Athletico-PR, surpreendentemente, massacrou o Flamengo, outra equipe considerada favorita. A decisão, me parece, será tão sofrida como tantas que o Alvinegro e sua Massa já enfrentaram.
Salve, nação celeste! Circula na imprensa a data em que o Cruzeiro será clube-empresa: primeiro trimestre de 2022. Para quem quer “comprar” o clube, não seremos torcedores, mas consumidores da marca. Quem tem uma relação de afeto o Cruzeiro deve ser visto La com Bestia Negra como um cliente, e não como dono do clube. A única fonte de oposição a esse processo teria que vir da própria da torcida. A destruição foi tão bem arquitetada que uma reviravolta democrática e popular fica bem mais complicada. Do jeito que a coisa anda, o fim do Cruzeiro pode chegar fantasiado de “modernidade” e “eficiência administrativa”, e não com a amarga experiência de mais um ano na série B. Saudações celestes!
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