Edição 359 do Brasil de Fato MG by Brasil de Fato MG

Divulgação

Luiz Silveira / Agência CNJ

Marighella incendiou o mundo

Ampliada licença paternidade

Longa-metragem retrata líder da luta armada nos anos 1960 contra a Ditadura Militar

Lei estadual garante aos servidores públicos estaduais licença de 20 dias, ao invés de 5 dias

CUTLURA 14

NOSSOS DIREITOS 13

MG Minas Gerais Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021 • edição 359 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Flora Passos

6 anos depois: sem reparação, punição ou reassentamento O rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, completa seis anos na sexta (5). Foram 19 mortos, um aborto forçado e centenas de milhares de pessoas atingidas em 50 cidades de Minas Gerais e Espírito Santo, que perderam a renda e o trabalho devido à contaminação do Rio Doce. Ainda hoje, 300 famílias aguardam suas novas casas. Processo penal está atrasado e há risco de que crimes sejam prescritos. A atingidos seguem na luta por seus direitos violados I ESPECIAL Missa Afro contra “rodominério”

Auxílio eleições

Pedágios do rodoanel podem custar mais de R$ 70 ida e volta entre cidades da RMBH

Bolsonaro ganha direito a fazer rombo de R$ 90 bilhões, em ano eleitoral

OPINIÃO 5

BRASIL 2 E 11

OPINIÃO

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

EDITORIAL

Lira é candidato a Cunha João Paulo Cunha

ESPAÇO DOS LEITORES

-“Eu acho que ainda não é a hora de voltar as crianças para a escola, não me sinto segura como mãe para mandar os meus” Tânia Lúcia Barbosa de Freitas -“Serão superados e continuarão a fazer barulho da lixeira onde estarão! #homofobiaécrime” Fátima Procópio sobre o editorial “Opinião e liberdade de expressão” -“Máscara e distanciamento sempre” Sinval Pereira comenta matéria “Minas Gerais ainda registra cerca de 1.500 casos por dia de coronavírus -“A que ponto chegamos, meu Deus?” Anderson Pereira sobre matéria “Jornalista recebe ameaças de morte após reportagem sobre operação policial que matou 25 em MG” -“Não perco de jeito nenhum. E fora, Bolsonaro!” Simone Castro comenta matéria “Saiba onde assistir ao filme Marighella em Belo Horizonte”

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PEC da pedalada, Bolsa Centrão, Kit Reeleição, Laje sobre o Teto, Calote Brasil e outros nomes foram tentados para definir para geral o que significa a aprovação do texto-base da PEC dos Precatórios. A proposta passou em primeiro turno na Câmara, com 312 dos 308 votos necessários. Além dos partidos da base, votaram com o governo a maioria do PSDB e PDT. Os partidos da chamada terceira via foram unânimes em votar com o governo. Não respeitam nem o nome que têm. Terceira via é a nova primeira. O deputado Arthur Lira, presidente da casa, mudou as regras no meio do jogo, permitindo a votação remota de parlamentares em missão externa, o que ele já havia negado em outras votações, cravando o resultado apertado, mas suficiente. Agiu como uma espécie de Eduardo Cunha em seus piores momentos. O projeto ainda precisa passar por nova votação. Vitória de Lira é coletiva, a consagração de um projeto recheado de oportunistas por todos os lados. Em síntese, o governo conquistou autorização para dar o calote em dívidas públicas – inclusive com aposentados tungados – para bancar um fundão capaz de irrigar o programa que vai substituir o Bolsa Família, as emendas parlamentares e outros gastos na casa dos mais de R$ 90 bilhões, o montante do rombo autorizado, em pleno ano eleitoral. PEC dos Precatórios é mais Auxílio Centrão que Auxílio Brasil Bolsonaro é cruel, mas não é burro em termos eleitorais-pragmáticos. Para criar a situação em que surgiria como salvador, primeiro acabou com o Bolsa Família, depois de uma sequência de esvaziamentos na área

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

Lira agiu como Eduardo Cunha em seus piores momentos de defesa social, como o auxílio emergencial. A miséria e a fome, que voltaram, são resultados da política econômica de Paulo Guedes, que conseguiu a maior taxa de desemprego da década. O Auxílio Brasil é apresentado como a única saída para o problema que o próprio governo criou. Se com o projeto de emenda constitucional o presidente se cacifa para as eleições do ano que vem, ele não estará sozinho. A não ser que você acre-

Bolsonaro ganha direito a fazer rombo de R$ 90 bilhões, em ano eleitoral dite que os deputados votaram a favor da PEC dos Precatórios porque estavam preocupados com o financiamento dos programas de distribuição de renda. É mais Auxílio Centrão que Auxílio Brasil. Arthur Lira tem tudo para completar sua transição e ocupar o lugar que um dia foi do ex-deputado Eduardo Cunha. Está sentado sobre mais de 130 pedidos de impeachment. Cunha deu um golpe contra uma presidenta eleita, sem crime de responsabilidade, como hoje todos reconhecem; Lira golpeia a democracia, garantindo a permanência no poder de um candidato a ditador derrotado nas urnas. O Brasil não tem mais o direito de ser ingênuo.

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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Edição Geral: Larissa Costa (Mtb 22066/MG) Edição: Amélia Gomes, Elis Almeida, Frederico Santana, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira Redação: Amélia Gomes, Ana Carolina Vasconcelos, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Colaboração: André Fidusi, Anna Carolina Azevedo, Débora Borba, Joana Tavares, Marcelo Gomes. Colunistas: Antônio de Paiva Moura, Beatriz Cerqueira, Bráulio Siffert, Eliara Santana, Fabrício Farias, Frei Gilvander Moreira , Iza Lourença, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, José Prata Araújo, Macaé Evaristo, Makota Celinha, Moara Saboia, Portal do Bicentenário da Independência, Renan Santos, Rogério Hilário, Rubinho Giaquinto, Sofia Barbosa, Tarifa Zero Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Revisão Luciana Santos Gonçalves Tiragem: 45 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021 Phillip Faraone /Getty Images North America - Getty Images Via Afp

Declaração da Semana

Wagner Moura, em entrevista ao programa Roda Viva

Números da Semana 93%

“Lula é um líder fundamental da esquerda do Brasil, mas nós temos de empurrá-lo para um lugar de progressismo maior”

GERAL

dos recursos para pesquisa em mudanças climáticas foram cortados pelo governo Bolsonaro durante os três primeiros anos de sua gestão. Dados foram divulgados pela BBC News Brasil, na quarta (3).

Vacinação

Marcio Martins

A Campanha Nacional de Multivacinação para atualização do cartão de vacina de crianças e adolescentes com menos de 15 anos de idade foi prorrogada até dia 30 de novembro. O objetivo é promover a imunização e a proteção desse público contra diversas doenças, como hepatite, poliomielite e HPV. Responsáveis devem levar as crianças e adolescentes até a unidade de saúde do Sistema Único de Saúde mais próxima, com o cartão de vacinação.

Artistas de circo

Celso Santa Rosa

Até o dia 10 de novembro, estão abertas as inscrições para o edital de premiação cultural para trajetórias artísticas ligadas ao circo tradicional de lona e artistas circenses que tenham prestado relevante contribuição ao desenvolvimento artístico e cultural de Belo Horizonte. Ao todo, serão repassados R$ 267 mil, recurso da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc. Mais informações e inscrições, no portal da Prefeitura, em pbh. gov.br/leialdirblanc.

CIDADES

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

Jornalista recebe ameaças de morte após reportagem sobre operação policial em Varginha VIOLÊNCIA Os ataques ganharam força depois que Eduardo Bolsonaro comentou sobre o assunto em suas redes sociais Reprodução

Redação O jornalista Marcelo Hailer, que publicou a reportagem “Massacre: Operação policial em Minas deixa 25 mortos e nenhum deles policial”, na Revista Fórum, no último domingo (31), passou a receber ameaças de morte e insultos homofóbicos em suas redes sociais. O número de mortos na ação, posteriormente, foi atualizado para 26. Em uma das ameaças, o internauta afirma que irá rastrear o endereço do jornalista, executá-lo e depois divulgar o vídeo nas redes. Em outra ameaça, uma usuária diz que tiros de fuzil serão dados “em sua cara” e na “sua família”. “Vagabundo, amante de bandido filho da puta, homossexual nojento, aidético. Pena que não sobrou tiro de fuzil na cara da sua família, viado maldito de merda”, diz o texto. Até o momento, já foram

Aumento da violência contra jornalistas O monitoramento de violações à liberdade de imprensa, realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), registrou um aumento de alertas no primeiro trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. De janeiro a março deste ano foram identificados 73 ataques a meios de comunicação,

mais de 100 ameaças nos perfis das redes sociais do jornalista, que ganharam força depois que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, comentou a reportagem no Twitter. “Se vivessem no mundo real perceberiam

que o povo aplaude este tipo de operação”, afirmou o parlamentar. A Revista Fórum informou que irá tomar todas as medidas legais contra os responsáveis pelas ameaças e que repudiam ataques à liberdade de imprensa.

De acordo com a Fenaj, o segundo ano do governo Bolsonaro foi o mais violento para os profissionais da imprensa desde os anos 1990

jornalistas, comunicadores e imprensa de modo geral, contra 53 no primeiro trimestre do ano passado. Segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil 2020, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o segundo ano do governo Bolsonaro foi o mais violento para os profissionais da imprensa, desde o começo da década de 1990, quando a entidade iniciou a série histórica. No total, foram 428 casos de ataques, incluindo dois assassinatos, o que significa um aumento de 105,77% em relação a 2019. Na avaliação da Fenaj, esse crescimento está diretamente ligado ao bolsonarismo, movimento político de extrema-direita, capitaneado pelo presidente Jair Bolsonaro, que repercute na sociedade por meio dos seus seguidores.

Deputada é ameaçada por defender que Comissão de Direitos Humanos investigue ação da PM em Varginha A deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL) usou as redes sociais, nesta semana, para relatar ameaças de morte que tem recebido, desde que defendeu que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que ela preside, investigue ação da Polícia Militar em Varginha. “Seu fim será como o de Marielle Franco”, diz uma das ameaças. “Não é fácil abrir meu celular e deparar com ameaças contra minha vida. Não é fácil atuar com

Investigação O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) designou, nesta semana, o procurador André Ubaldino e os promotores Paula Ayres, Francisco Assis e Igor Serra-

direitos humanos em uma conjuntura de desmonte das políticas públicas de redução do debate político a meme e da violência institucional sistemática contra mulheres”, afirmou a deputada.

Segundo Andréia, suas redes foram invadidas por extremistas, com comentários de ódio e desrespeito. A Polícia Civil foi acionada e sugeriu à deputada a adesão à escolta policial.

Não é fácil abrir meu celular e deparar com ameaças contra minha vida”, diz Andreia de Jesus

no para colaborar com a procuradora de Justiça titular de Varginha, Elaine Claro na investigação da operação policial na cidade, que deixou 26 mortos. A Polícia Militar também instaurou um inquérito para avaliar a conduta dos policiais envolvidos. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também acredita que uma investigação deve ser feita para apurar a ação. Segundo a Polícia Militar, as pessoas mortas faziam parte de uma quadrilha de assalto a banco.

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

MINAS

Missa Afro no Cemitério dos Escravos denuncia devastação do rodoanel em Santa Luzia RODOMINÉRIO Rodoanel não será uma rodovia pública, mas “privada” e pedágios podem custar mais de R$ 70 Divulgação

Alenice Baeta, Glaucon Durães, Gilvander Moreira, Henrique Lazarotti No dia 2 de novembro, Dia de Finados, aconteceu a tradicional Missa Afro no Cemitério dos Escravos, ou melhor, no Cemitério dos Escravizados, localizado na Comunidade Rural dos Fechos, ao lado da Comunidade Quilombola dos Pinhões, município de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A missa foi organizada pela Pastoral Afro e presidida pelo padre João Lucena, da paróquia São Raimundo Nonato, distrito de São Benedito, Santa Luzia, e por Frei Gilvander Luís Moreira, da Comissão Pastoral da Terra (CPT-MG). Durante a Missa Afro, que ocorre há anos em reverência e memória dos ancestrais do povo negro escravizado e quilombola da região ali enterrados, foi denunciado o megaprojeto devastador do rodoanel, mais conhecido como “rodominério”. O projeto vai rasgar e devastar brutalmente territórios tradicionais, milhares de moradias, fontes de água, campos sagrados, entre outras benfeitorias no município de Santa Luzia e em outros doze municípios da RMBH. O projeto do rodoanel do governador Ro-

Megaprojeto vai na contramão das orientações internacionais socioambientais e urbanísticas para as cidades

meu Zema (Novo), em “parceria” com a mineradora Vale, é composto por quatro alças - Sul, Sudoeste, Oeste e Norte - e indica que no Vetor Norte vai destruir e descaracterizar o território místico em que se encontram

Rodoanel vai devastar territórios tradicionais, milhares de moradias, fontes de água e campos sagrados o Cemitério dos Escravos, o Córrego do Cachimbeiro, o Cruzeiro do Cantanhão e a Comunidade Quilombola de Pinhões, área da antiga sesmaria de Bicas. O Cemitério dos Escravos é um importante campo sagrado, sítio arqueológico e histórico, tombado em nível municipal em 2008, categoria de patrimô-

nio material e imaterial, composto por construção vernacular em alvenaria de pedra seca, cuja obra remonta início do século 19. É fundamental, inclusive, que a tradicional Missa Afro seja reconhecida também como patrimônio imaterial. Estado irresponsável O traçado oficial do rodoanel, divulgado pelo governo de Minas Gerais, e suas “alternativas”, demonstram reiterado desconhecimento e irresponsabilidade com os territórios e bens ambientais, culturais e socioeducativos da RMBH, em especial por parte da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade (SEINFRA). O projeto indica forte crise de governança, falta de transparência, evidente inconsistência técnica e péssima gestão dos recursos patrimoniais e hídricos. O processo de licenciamento ambiental tem sido conturba-

do e repleto de sequelas normativas e legais inaceitáveis. A começar pela ausência de participação e consulta popular de forma eficaz, bem como

O Cemitério dos Escravos é um importante campo sagrado, sítio arqueológico e histórico, tombado pelo município

ausência de consulta prévia, livre e informada aos povos e comunidades tradicionais, como se prevê na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). R$ 70 por dia para passar pelo rodominério O rodoanel não será uma rodovia pública, mas “privada”, com o pedágio mais caro do Brasil: acima de R$ 0,35 centavos por quilômetro, totalizando mais de R$ 70 de pedágio para ir e voltar, passando por esse famigerado rodoanel. Quem poderá pagar

acima de R$70 por dia durante toda a semana para ir? O megaprojeto do rodoanel, portanto, vai na contramão das orientações internacionais socioambientais e urbanísticas para as cidades e, se concretizado, funcionará como uma grande muralha na RMBH, desalojando moradores, escolas, apartando inúmeras comunidades e bairros, mutilando territórios tradicionais, sítios históricos, áreas da agricultura familiar, áreas verdes, bichos, plantas, nascentes, aquíferos e unidades de conservação ao longo dos seus mais de 100 km de extensão. A organização popular está se fortalecendo dia após dia contra mais esta aberração e desrespeito ao povo, aos viventes, às terras e às águas de Minas Gerais. “Olhem bem as montanhas” e valorizem as águas que delas emanam.

Ivan Paida / M

Os autores e autora deste artigo integram o Movimento Todos Contra o Rodoanel na RMBH. Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

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BRASIL

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

Contraste entre preço do combustível e lucro da Petrobrás realça financeirização da empresa ENTREGUISMO Aumento dos preços dos combustíveis é opção política

Marcelo Camargo /Agência Brasil

Caroline Oliveira Segundo um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro da gasolina comum superou a marca dos R$ 7 em quatro estados brasileiros, de acordo com dados referentes à semana de 24 a 30 de outubro. Segundo João Antônio de Moraes, petroleiro, a alta no preço dos combustíveis acompanha a valorização do dólar e a evolução das cotações internacionais do petróleo. Isso porque, desde 2016, a gestão do ex-presidente Mi-

Petrobras já aumentou a gasolina em 73% em 2021

chel Temer (MDB) optou pelo PPI, o Preço por Paridade de Importação, e Bolsonaro manteve a política que condiciona os preços praticados no país ao mercado internacional, apesar dos combustíveis serem produzidos nacionalmente. “Pas-

sou a ser um preço irreal. Levou a um aumento brutal, porque passou a ficar condicionado tanto ao preço internacional quanto ao custo do barril de petróleo cru e ao dólar. Como o dólar subiu muito, os combustíveis também subiram brutalmente”.

Em paralelo a esse cenário de aumento nos preços, o lucro líquido da Petrobrás foi de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano. “A dona de casa e o pai de família estão pagando um preço brutal no gás de cozinha, de mais de

R$ 100, e R$ 7 na gasolina, e quem está ganhando com isso? Os acionistas privados”, afirma Moraes. Desde o início de 2021, a Petrobrás já aumentou o preço do diesel em 65% e da gasolina, em 73%. O último ajuste foi realizado no dia 26 de outubro, e o próximo deve ser concretizado em cerca de 20 dias. ANÚNCIO

Camila FloraMoraes Passos

especial

MG novembro de 2021

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ESPECIAL

Belo Horizonte, novembro de 2021

Seis anos depois, nenhum responsável foi punido pelo crime na Bacia do Rio Doce MARIANA Processo penal está atrasado e há risco de que crimes sejam prescritos Danilo Candonga

Wallace Oliveira O rompimento da barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco (Vale e BHP Billiton), completa seis anos. Foram 19 mortos pelo rejeito, passando pelas famílias que perderam entes queridos, propriedades e comunidades, até as centenas de milhares de pessoas, em 50 cidades de Minas e Espírito Santo, que perderam o Rio Doce, fonte de sustento, convivência e lazer. Rejeição de denúncias, penas mais brandas Após quase um ano de investigações, a Força-Tarefa Rio Doce do Ministério Público Federal (MPF) acusou 21 pessoas de homicídio doloso, outros três crimes pre-

micídio tem uma pena máxima maior. Em termos práticos, a decisão do Tribunal implica uma redução da pena”, explica o procurador da República Thales Coelho, integrante da Força-Tarefa Rio Doce.

MPF acusou 21 pessoas de homivistos no Código Penal e qua- nos, mas os acusados seguiram cídio doloso, juiz tro crimes previstos na legis- com as práticas, a fim de obte- revisou e abranlação ambiental. Essas mes- rem vantagens econômicas. dou crimes mas pessoas, ao lado das mineradoras Samarco, Vale e BHP, a consultora VOGBR e um de seus engenheiros, também foram acusadas de emissão de laudo enganoso, que atestava a segurança da barragem de Fundão. As investigações apontam que havia ciência dos riscos e da-

Há dois anos, o juiz federal Jacques de Queiroz, de Ponte Nova, fez uma revisão das denúncias contra cinco executivos da Vale e três da BHP, todos integrantes da alta cúpula da Samarco, retirando a acusação de homicídio, com desclassificação para crime de inundação seguida de morte. “O ho-

A decisão também permitiu que o processo saísse do rito do tribunal do júri e passasse para o rito ordinário. Além disso, 13 pessoas foram excluídas da ação penal por decisões judiciais.

Prescrição dos crimes A demora pode fazer com que, por questão de prazo legal, alguns crimes sejam prescritos e fiquem sem punição. Seria o caso da destruição de floresta nativa e do crime de morte de animais. Pela lei, pessoas jurídicas, como a Vale, BHP e Samarco, podem receber penas pecuniárias (como indenizações), prestação de serviços à comunidade ou restrição de direitos. Também é possível punir as mineradoras com a retirada de autorizações para operar na região onde o crime foi cometido.

Repactuação se prolonga e decisão fragiliza Assessorias Técnicas na Bacia do Rio Doce JUDICIÁRIO Acusado de suspeição, juiz Mário de Paula Franco Junior restringe organização dos atingidos Yuri Barichivich /Greenpeace

Pedro Stropasolas Seis anos após o maior crime ambiental da história do Brasil, não houve reparação às vítimas do crime. “O problema maior do atingido hoje é a Justiça. A Justiça tem atuado como jagunço das mineradoras”, aponta Simone Silva, moradora de Barra Longa (MG). A mais recente das decisões judiciais trata da atuação das Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) eleitas pelas comunidades em 2018. Vale e BHP Billiton não aceitaram o processo e até hoje, as as ATIs

atuaram em apenas 4 dos 43 municípios afetados pelo crime. As entidades têm o objetivo de mensurar os danos causados sem a influência da Fundação Renova, que

representa as mineradoras. No entanto, de acordo com o despacho do juiz Mário de Paula Franco Junior, as ATIs não podem desenvolver estudos primários de contaminação e nem revisar nenhum

tipo de cadastro para o recebimento de indenizações. A formulação de matrizes de danos também é colocada em cheque, assim como é imposto que as entidades se comuniquem com os atingidos apenas de forma virtual. “Se vai pegar estudos secundários, que estudos? São os estudos vindos da Fundação Renova ou de contratadas diretas da Vale e da BHP. Não faz sentido nenhum”, comenta Heider Boza, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Indenizações e empobrecimento na Bacia do Rio Doce

A decisão recente da 12a Vara Federal, na visão dos movimentos e entidades, é um instrumento para forçar a adesão dos atingidos ao chamado “Sistema Indenizatório Simplificado”, defendido pela Renova. Em março, vídeos vazados de algumas reuniões, divulgados pelo Observatório da Mineração, mostram o juiz orientando advogados e membros de supostas comissões de atingidos sobre como atuar no processo. A prática viola o artigo 145 do Código de Processo Civil.

Belo Horizonte, novembro de 2021

ESPECIAL

Demora de reassentamentos é vista como estratégia de separação de comunidades de Mariana À ESPERA DE UM MILAGRE Seis anos após rompimento da barragem, 300 famílias atingidas aguardam suas novas casa Wan Campos/ Cáritas

Rafaella Dotta Em 15 de setembro de 2021 foi colocado o primeiro tijolo no reassentamento coletivo de Paracatu de Baixo, em Mariana (MG). A Fundação Renova utilizou a ocasião para fazer propaganda, mas, para atingidos, a data não foi de comemoração. Seis anos se passaram até que a primeira casa começasse a ser construída. A realidade se repete nas outras comunidades atingidas pela lama da barragem de Fundão, propriedade da Samarco/Vale/BHP Billiton, que se rompeu em 2015 no distrito de Bento Rodrigues. Segundo informações da Renova, a nova comunidade de Bento Rodrigues abrigará 203 famílias. Mas, até o momento, dez casas foram construídas e nenhuma entregue. Em Gesteira, 37 famílias deveriam ser reassentadas, mas apenas a sondagem do terreno foi feita. Em Paracatu de Baixo, 81 famílias devem ser abrigadas, mas também nenhuma casa está pronta. Tempo pressiona pela negociação Maria das Graças Lima Bento, integrante da Comissão de Atingidos, é moradora de Gesteira e uma das pessoas que serão reassentadas pelo projeto de reparação. Depois de muita luta, os atingidos conseguiram que a Fundação Renova adquirisse um terreno no tamanho correto para as residências e as construções que possuíam na antiga comunidade, como a escola, o salão comunitário, a igreja e o campo de futebol. Mas nada ainda foi construído.

Segundo a Renova, o reassentamento individual já foi negociado com 136 famílias, seja porque elas foram atingidas, mas não moravam nas comunidades, seja porque desistiram de morar no reassentamento coletivo. Maria das Graças relata que, hoje, mais da metade das famílias de Gesteira optaram por essa modalidade. Em nota ao Brasil de Fato MG, a Renova afirma que 69 imóveis foram adquiridos para famílias que optaram

Quase seis anos desde o rompimento da barragem de Fundão, o primeiro tijolo é colocado no reassentamento coletivo de Paracatu de Baixo

A demora faz com que os atingidos prefiram aceitar o “reassentamento familiar”, que é uma espécie de indenização individual para a compra de uma casa em outro local. Maria das Graças foi uma das pessoas que decidiu negociar.

Até o momento, dez casas foram construídas em Bento Rodrigues e nenhuma foi entregue “Muita gente fez isso por causa da demora. Já lutamos há seis anos. A idade vem chegando, outros não estão com a saúde muito boa, alguns já até morreram sem ter o seu direito garantido”, conta Maria das Graças. “Mas agora vai ficar todo mundo distante”, lamenta.

Na comunidade de Gesteira, apenas a sondagem do terreno foi feita Medo da mobilização popular Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), chama a atenção que a Fundação Renova já tenha comprado o terreno e, mesmo assim, tenha feito um grande esforço durante a pandemia para que os atingidos de Gesteira façam o acordo individual. Para a integrante do movimento Letícia Oliveira, a Fundação Renova tem agido para evitar a reconstrução das comunidades. “Eles têm medo de que as pessoas se encontrem, se unam e continuem a cobrar seus direitos juntas”, avalia.

Em Paracatu de Baixo, 81 famílias devem ser abrigadas, mas nenhuma casa está pronta

MAB, o atraso é uma estratégia, mas também uma “enrolação”, já que a Justiça não tem atuado para garantir o cumprimento dos prazos ou das multas. “As empresas sabem que não vai acontecer nada com elas. No caso de Brumadinho, ninguém foi preso, no caso de Mariana também não”, diz, indignada. Para tentar resolver o problema da moradia, Letícia relata que os atingidos estão construindo eles próprios suas novas casas. Eles temem que o processo se arraste por muitos mais anos e que o auxílio moradia pago pela Renova seja cortado sem aviso prévio. “É uma injustiça, porque essas pessoas estão morando em condições piores do que antes, por culpa das empresas. Mas ao mesmo Wan Campos/ Cáritas

pelo reassentamento individual e já foram entregues seis casas dessa modalidade. Enrolação não é punida pela Justiça Na análise de Letícia, do

tempo mostra como o nosso povo consegue construir de fato a solução dos problemas, coisa que empresas tão gigantes como a Samarco, a Vale e a BHP Billiton não fizeram”, aponta Letícia.

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ESPECIAL

Belo Horizonte, novembro de 2021

Atingidos da Bacia do Rio Doce sofrem com aumento do custo de vida CRISE Crime da Samarco/Vale/BHPBilliton causou perda de renda e de trabalho, problema que piorou com aumento do gás, da energia e da cesta básica Izabella Bontempo / MAB MG

“Tenho uma filha autista e na época ela já apresentava uns problemas dermatológicos. Fui orientada pelo dermatologista para não dar banho nela com a água do rio. Então eu tive que comprar água para beber, fazer comida e também para dar banho na minha filha. Isso causou um grande impacto no meu orçamento. Com o dinheiro escasso e o aumento da cesta básica, tivemos que começar a priorizar nossas compras. Alessandra Silva Gobbi Colatina (ES) - dona de casa

Izabella Bontempo Nos seis anos do crime da Samarco, mineradora controlada pela Vale e BHP Billiton, na bacia do Rio Doce, atingidos enfrentam mais uma batalha econômica: o aumento do custo de vida provocado pelo governo Bolsonaro. Antes disso, a maioria da população atingida já vivia a perda de renda e de trabalho causada pela contaminação do rio. Alessandra Silva, atingida pelo crime em Colatina, no Espírito Santo, relata que a sua situação financeira piorou muito e que, antes da pandemia, tinha condições de comprar água para o consumo. “Hoje eu só consigo comprar água pra beber e, infelizmente, eu tenho que fazer a comida com a água da torneira, sabendo que a água oferecida aqui, do Rio Doce, é imprópria para o consumo”, lamenta. A atual crise econômica tem causado empobrecimento e desemprego em todo o país, e o preço da cesta básica de alimentos aumentou consideravelmente em todas as capitais. De acordo com estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em setembro, o valor da cesta básica era

de R$ 582,61 em Belo Horizonte e, em Vitória, chegava a R$ 633,03. Além disso, o preço do gás ultrapassou R$ 100 e, recentemente, o governo federal permitiu o aumento de 50% nas Bandeiras Tarifárias de Energia Elétrica, obrigando a população a pagar mensalmente uma taxa de R$14,20 para cada 100 quilowatts-hora consumido. Para Alessandra, essa situação piorou ainda mais a vida dos atingidos pelo crime. “É muito triste, após seis anos, ver o poder público, o Estado e o governo federal de braços cruzados para os atingidos”, aponta. “As pessoas vão ter que morrer para que esses poderes olhem para nós e façam alguma coisa? Na verdade, já estamos morrendo”, indigna-se. De acordo com o estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de dezembro de 2019, de 25 mil propriedades analisadas dos cadastros da Fundação Renova, quase 24 mil declararam perda e/ou interrupção na pesca, na criação de peixes no rio ou de atividades de lavadeira. E 24,7 mil afirmaram afetação na ocupação, trabalho e/ou renda da pessoa física. Ainda segundo o documento, a impossibilidade de exercer atividade autônoma foi declarada em mais de 80% dos casos, tanto entre os homens como entre as mulheres.

EXPEDIENTE O Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em sete estados. Queremos contribuir com o debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e em nosso estado. Este especial é uma parceria do Brasil de fato MG com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Tiragem: 45 mil exemplares. www.brasildefatomg.com.br / (31) 9 8468-4731

Depois do rompimento, fiquei um bom tempo sem bordar, porque as vendas diminuíram muito. Fiquei mais pobre também e, para piorar, veio a pandemia. Agora está tudo caro, gás, luz, água, comida, tudo subindo, a única coisa que não sobe é o salário. Antes do rompimento, eu tinha o sonho de estudar, fazer pedagogia. Hoje é impossível, tenho que trabalhar muito para conseguir sustentar minha casa. Andreia Mendes Barra Longa/MG - bordadeira e diarista

Vários sonhos foram interrompidos. Tinha recursos que eu guardava, mas tive que usar tudo pra ir atrás de água limpa. Até hoje a gente sofre com isso, o comércio da nossa cidade não é o mesmo. Sem a reparação, a gente não consegue recuperar nossos danos. E em um momento como este que estamos passando, sem renda e com tudo muito caro, com valores abusivos, é mais difícil ainda. Estamos sofrendo. Regiane Fernanda Cordeiro Resplendor/MG - dona de casa

O crime aconteceu na parte financeira, mental e física. Hoje eu vejo muita sentença que tira os direitos dos atingidos e a nossa comunidade sofre muito com isso. Ainda vem o corte do auxílio no meio de uma pandemia. Fica o desespero dos atingidos. Todos os dias eu tinha peixe pra vender. Hoje eu tenho que aguardar o auxílio todo mês. Meu ritmo de vida é outro, sem perspectiva se vamos voltar ao que era antes. Walkimar Rodrigues Linhares/ES - pescador

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

Bancada do PDT vota com governo, provoca crise no partido e candidatura de Ciro fica em xeque

Lula lidera intenções de voto e Bolsonaro perderia para todos no 2º turno, diz Ipespe Ricardo Stucker / tInstituto Lula

Apoio da maior parte dos deputados do partido à PEC dos Precatórios “racha” legenda às vésperas de ano eleitoral Divulgação /PDT

Redação

Paulo Motoryn Os votos da bancada do PDT na Câmara dos Deputados favoráveis ao texto-base da PEC dos Precatórios (Proposta de Emenda à Constituição 23/21), proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para limitar o valor de despesas anuais com precatórios deflagraram uma crise no partido. Entre os deputados federais da sigla, foram 15 votos favoráveis ao texto, 6 contrários e 3 abstenções. Em reação, Ciro Gomes anunciou na quinta-feira (4) a suspensão da sua pré-candidatura à Presidência pelo partido. O caso colocou o destino do PDT, às vésperas do ano eleitoral de 2022, em xeque. Em comunicado, o presidenciável afirmou que abriu mão de se lançar ao pleito até que a bancada do partido na Câmara reavalie a posição de apoiar a PEC dos Precatórios, aprovada em 1º turno na quarta-feira. Para concluir a votação da matéria em 1º turno, os de-

putados precisam analisar os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos da proposta. Não há ainda data definida para essa sessão. O nível de tensão no PDT chegou a tal ponto que o presidente do partido, o ex-ministro Carlos Lupi, anunciou uma ação no STF contra a PEC dos Precatórios. Ele não comentou, contudo, o aval da bancada pedetista à proposta. A PEC foi apelidada por congressistas contrários ao governo de “PEC do Calote”, pois beneficia o governo ao determinar a correção dos valores exclusivamente pela Taxa Selic e por mudar a forma de calcular o Teto de Gastos. O texto obteve 312 votos contra 144. “Milhares de brasileiros, principalmente professores, serão prejudicados se a PEC for aprovada. Valores devidos pela União e reconhecidos pela Justiça, não serão pagos no próximo ano”, escreveu Túlio Gadelha (PDT-PE).

Pesquisa da XP-Ipespe, divulgada na quarta-feira (3), indica que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um cenário espontâneo, ou seja, sem mostrar opções, tem 31% dos votos, Bolsonaro 24% e Ciro Gomes (PDT), 3%. Sergio Moro, João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM), Eduardo Leite (PSDB) e Datena, somados, chegam a 4% das intenções de voto. Outros 30% não sabem ou não responderam. Já quando apresentadas as opções, em um primeiro panorama, Lula tem 42%, seguido do atual presidente,

Guedes quer privatizar Eletrobrás, Correios, Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

Em um cenário espontâneo, o ex-presidente tem 31% dos votos com 28%, e Ciro, com 11%. Lula ganharia em todos os cenários em um eventual segundo turno nas eleições de 2022. Ele varia entre 41% e 42% das intenções de voto. Jair Bolsonaro, por sua vez, tem de 25% a 28% e perderia para todos os candidatos num eventual segundo turno.

BRASIL

Enquanto o país afunda, lucros de Itaú e Santander disparam no 3º trimestre Redação Dois dos três maiores bancos privados em atividade no país, Santander e Itaú Unibanco, divulgaram seus balanços do terceiro trimestre. Enquanto a fome e a miséria crescem, eles permanecem imunes à crise e ampliam seus lucros em plena pandemia de covid-19. Conforme dados apresentados na terça-feira (3), o Itaú teve alta de 34,8% no lucro do terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários, foi de R$ 6,779 bilhões. Na semana passada, o espanhol Santander havia divulgado lucro de R$ 4,27 bilhões no trimestre, uma alta de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação com o segundo trimestre, o crescimento foi de 4,1%. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido alcançou 22,4%, a maior da história do banco, que aprovou a distribuição de R$ 3 bilhões aos acionistas. ANÚNCIO

14 12

VARIEDADES

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

CRÔNICA

QUERIDA FILHA “Desejo, primeiramente, que você esteja bem de saúde e em progresso nos estudos. Eu vou indo bem, seus irmãos também. Aqui no Brasil faz sol e muito calor durante todo o ano. O povo é maravilhoso, gentil, fraterno e muito bonito. Sofro muito com o calor aqui. Mando-lhe uma fotografia para conhecer sua nova família brasileira e seus amigos brasileiros”. “Credo, meu pai, como são pretos e escuros sua família e seus amigos. Não quero conhecê-los. Que povo feio, meu Deus! Não os traga aqui na nossa querida terra, seria uma vergonha para sua verdadeira família. O povo aqui vai rir de você”. Gringo, como era conhecido aqui na quebrada, tinha uma angústia no coração, pois não conseguiu ter um bom relacionamento com a filha, que ficou em sua terra natal. Ele veio para o Brasil fugindo dos nazistas alemães. Era do partido comunista de seu país e um operário bem ativo no sindicato. Conhecia como ninguém as obras de Karl Marx, Hegel, Reich, Trotsky e Lênin. Ele perdeu sua primeira esposa por causa da fome durante a Segunda Guerra Mundial. Deixou para trás a única filha, mas tinha esperança de buscá-la um dia. Nunca conseguiu. Seu relacionamento com ela não era dos melhores, ela nunca o perdoou por ter se casado de novo e com uma mulher negra. A filha morreu depois de uma década de sua chegada ao Brasil. Isso dilacerou seu coração. Aquele homem alto e forte chorava o tempo todo. Querido por todo mundo, mas não conseguiu ter uma aproximação Gringo, como era de afeto e carinho com sua filha. Se conhecido aqui sentia culpado pela morte dela. na quebrada, tiEm seu quarto, sempre teve uma nha uma angúsfoto dela bem grande ao lado da foto de sua família brasileira. Antes de tia no coração morrer, pediu para o neto predileto não deixar de conhecer sua terra natal. Um fato muito curioso no seu enterro me chamou a atenção: um homem cabisbaixo olhou por muito tempo o velório de longe, mas não se aproximou do caixão. Fui ao encontro desse senhor. - Por que você não se aproxima do caixão, irmão? - Porque não sou da família e tenho vergonha. - Por quê? - Porque assaltava direto o seu Gringo. Esse homem tem Deus no coração. - Como assim? - Eu sabia o dia do pagamento dele. E dava o bote no mesmo dia, na mesma hora e no mesmo lugar por muito anos. Parece que ele até facilitava o assalto. Ele nunca chamou a polícia. Um dia, ele me chamou para conversar e disse: - “Você não precisa me assaltar mais, lhe dou o dinheiro sem problemas”. Daí ficamos amigos. Ele foi padrinho do meu primeiro filho. Esse homem não existia. Ele me tirou do mundo do crime. - Uau! Que história! Esse seu Gringo era mesmo de outro planeta!

Nossos direitos NOVA LEI AMPLIA A LICENÇA PATERNIDADE PARA SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS Está em vigor a Lei Complementar estadual 165/2021 que garante aos servidores públicos estaduais a licença paternidade de 20 dias, ao invés de 5 dias, equiparando o prazo da licença ao dos trabalhadores da iniciativa privada. A licença também se aplica aos pais que adotaram crianças de até 12 anos incompletos de idade e que também tenham obtido a guarda

judicial. Na mesma lei, foi prevista a possibilidade de uma licença paternidade em um prazo diferenciado, caso ocorra o falecimento da mãe por complicações no parto, por invalidez permanente ou temporária, durante o período da licença maternidade. Entretanto, para essas situações, não foi estabelecida a quantidade de dias.

Jonathan Hassen é advogado popular

AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621

Estou grávida e preciso tomar vacina antitetânica. Posso tomar a de covid-19 no mesmo dia? Preta Silva, 17 anos, estudante. Pode tomar no mesmo dia sim. Inicialmente, foi recomendado o intervalo de 15 dias entre a vacina covid-19 e as demais vacinas, entretanto, desde o dia 28 de setembro, foi alterada essa orientação com a publicação de nota técnica no Ministério da Saúde, orientando que as vacinas contra a covid-19 podem ser administradas de maneira simultânea com as demais vacinas ou em qualquer intervalo. A única exceção são os pacientes que tiveram covid-19 e utilizaram como parte de seu tratamento anticorpos monoclonais específicos contra o SARS-CoV-2, plasma convalescente ou imunoglobulina específica contra o SARS-CoV-2. Nesse caso, deve-se aguardar intervalo de 90 dias para receber uma dose de vacina contra a covid-19. Para as gestantes se vacinarem contra a covid, continua sendo necessária a apresentação de relatório médico indicando a vacinação. :: CONHEÇA O CANAL DA AMIGA DA SAÚDE NO SPOTIFY! ::

Se você tem alguma dúvida sobre saúde e vida saudável, manda um zap para mim! O número é (31) 9 8468.4731. Rubinho Giaquinto é covereador da Coletiva em Belo Horizonte

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

15 VARIEDADES 13

www.malvados.com.br Separamos aqui uma combinação infalível para você conquistar o coração da sua parceira. Trata-se da junção entre limpeza e um bom jantar. Em outras palavras, a demonstração de

ROLINHOS DE BERINJELA COM CREME DE TOFU E MOLHO DE TOMATE

afeto e cuidado. Pode ter certeza que é a melhor declaração!

por Sayonara Salum Pixabay

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br Situação mais comum no Ensino Médio, Difundido; segundo propagado o Censo

Passatempo de quem coleciona selos Lado da moeda oposto à coroa

O cenário da poesia árcade Limite (?) Batista, (abrev.) cantor

Olokun, no Candomblé

1 berinjela grande 200g de tofu (caso prefira, pode ser ricota) 1 limão 4 tomates grandes bem maduros Azeite e sal a gosto Alho e cebola a gosto Molho shoyu (opcional) Manjericão (opcional)

(?) Putin, presidente da Rússia Rio da Suíça, é afluente do Reno NBA All(?), amistoso de basquete Luta pelo Estado palestino (sigla) Festa popular de 6 de janeiro

Desejo de quem está preso (?) imóveis irregulares, ação do MTST para mobilizar sobre o direito à moradia

País africano de língua francesa

Amada de Eros (Mit. grega)

Dez, em francês Título acadêmico

(?) desagradáveis: chulé e cecê

Período propício de cultivo de frutas

Joana (?), a Perpétua de "Tieta" (TV)

Lugar seguro para o bebê

De + os Notícias relatadas por jornalista

Modo de preparo

Oxigênio (símbolo) Mantra de meditação

1. Corte a berinjela no sentido do comprimento em fatias de mais ou menos meio centímetro. Adicione um pouco sal sobre as fatias e deixe-as descansando por 30 minutos; 2. Para o molho de tomate: corte os tomates em pedaços bem pequenos. Em uma panela, refogue o alho, a cebola e adicione os tomates. Mexa bem e acrescente sal. Deixe reduzir e cozinhar bem os tomates até que se forme uma pasta;

Sufixo de "ansiosa" Proporção alcoólica de bebida

(?) vera, planta usada em hidratantes Flor do buquê dos apaixonados (pl.) BANCO

Cerimônia de (?), evento presidencial

Ingredientes

3. Para o creme de tofu: coloque o tofu no processador. Durante o processamento, adicione 4 colheres (sopa) de azeite, o suco do limão e tempere com sal. Deixe bater até que fique um creme homogêneo. Ao invés do sal, pode adicionar o molho shoyu. Reserve;

Especialista em um assunto (fig.)

3/dix — ph.d. 4/fomm — star. 6/psique. 7/idílico.

Solução

4. Depois de meia hora, leve as fatias de berinjela em uma frigideira antiaderente para tostar. Não precisa colocar azeite, porque a berinjela vai soltar líquidos por conta do sal. Com uma espátula, aperte bem a fatia e vire para tostar do outro lado. A berinjela deve ficar com uma espessura bem fina, para ser possível enrolar. 5. Em uma tábua, coloque um pouco do creme de tofu na ponta mais larga da berinjela e enrole, como um rocambole. Se achar necessário, pode prender com um palito de dente; 6. Por fim, coloque os rolinhos sobre molho de tomate, que já deve estar pronto. Deixe ferver mais um pouco. Adicione o manjericão e sirva com arroz branco.

V E V A S Ã O R E S C O A L A R

F I C U L A L A D I M A R M A T A R D E E P O L P H I S A D O A I R D Q F O C U P A R O E T E L P O S O S A S

I D O I R L I I X C A O D O O S M M A O R S E A S

14 CULTURA 14

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

Após ter lançamento adiado por dois anos, filme Marighella estreia nos cinemas de BH RESISTÊNCIA Longa dirigido por Wagner Moura conta a história de militante baiano, conhecido pela luta contra a ditadura militar Divulgação

Redação O filme Marighella, inspirado no Livro “Marighella – O Guerreiro que incendiou o mundo”, do jornalista e escritor Mário Magalhães, enfim pode ser visto pelo público. O longa-metragem, dirigido por Wagner Moura, retrata os últimos cinco anos de vida de Carlos Marighella, o guerrilheiro baiano que foi de deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) a líder da luta armada nos anos 1960 contra a Ditadura Militar. Em Belo Horizonte, pelo menos dez cinemas já começaram a exibir o longa nesta semana. Para alguns deles, você pode comprar o ingresso pelo site ingresso. com. Censura A estreia mundial do longa ocorreu no Festival de Berlim de 2019 e foi aplaudido de pé pelo público. A produção também passou por outros festivais internacionais em Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo e Cairo. A demora pela estreia nos cinemas brasileiros foi considerada por Wagner Moura como um episódio de censura e de pressão da gestão da Agência Nacional do Cinema (Ancine) no governo Bolsonaro. Isso porque a Diretoria Colegiada da Ancine vetou um pedido de reembolso de mais de R$ 1 milhão, feito pela produtora do filme, como montante responsável pelo investimento na comercialização do longa. Esse tipo de reembolso via Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) é um direito a que as grandes

O dia 4 de novembro marca o dia do assassinato de Marighella pelos militares, em uma emboscada em 1969 res, um lutador pelos direitos civis, um democrata”, afirmou o diretor.

Carlos Marighella é interpretado por Seu Jorge

produções cinematográficas nacionais podem ter acesso. Em entrevista ao Brasil de Fato, Wagner Moura afirmou que segue preparado para a porrada. Ainda em 2019, quando planejava a estreia internacional, o diretor apontou que as críticas a ele, aos atores e ao filme, seriam inevitáveis. Os dois anos de espera até que a película pudesse estrear não mudaram muito o cenário.

A demora pela estreia nos cinemas brasileiros foi considerada pelo diretor como um episódio de censura

“Isso para mim é muito significativo do momento pelo qual o Brasil passa. Marighella era um homem do seu tempo e que continua inspirando, como eu disse, todos aqueles que acreditam na justiça social, um homem que sempre esteve ao lado dos mais pobres, dos mais fracos, dos oprimidos, dos trabalhado-

Escracho O movimento Levante Popular da Juventude realizou, no Rio de Janeiro, na manhã de quinta (4), um escracho contra o governo de Jair Bolsonaro pela censura ao filme Marighella no Brasil e pelo desmonte da Agência Nacional do Cinema (Ancine). “Este governo vem promovendo um verdadeiro ataque aos órgãos culturais do nosso país, e a Ancine, agência que fomenta o cinema nacional, é uma ferramenta importantíssima para a valorização da cultura brasileira”, afirma o movimento em nota.

O dia 4 de novembro marca o dia do assassinato de Marighella pelos militares, em uma emboscada no ano de 1969.

Cinemas em BH CINEART Shopping Cidade: 14h20, 17h20 e 20h20 Boulevard 20h40 Del Rey 20h35 Cineart Cinemas: 20h30 ItaúPower Shopping: 20h30 Via shopping 20h20 Shopping Contagem: 17h30 e 20h30 Shopping Monte Carmo; 20h30 Minas Shopping: 20h30 CINEMARK BH Shopping: 20h30 Diamond Mall: 20h20

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Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

Imagem da semana William Lucas / Inovafoto -CBV

Dois dias após sua milésima vitória na carreira, a paranaense Ágatha conquistou o título da terceira etapa do Circuito Brasileiro Open de vôlei de praia, no Rio de Janeiro, ao lado de sua parceira, a sergipana Duda. O tí-

tulo pode ser um dos últimos na trajetória da dupla, que anunciou a separação a partir do ano que vem. Em 2022, Duda formará dupla com Ana Patrícia, mineira da cidade de Espinosa, região Norte do estado.

Estadual feminino: semifinais acontecem no fim de semana

ESPORTE

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Boxe: Brasil está na final do Campeonato Mundial

O baiano Keno Marley (86kg), boxeador na categoria peso-meio-pesado e atual campeão nos Jogos Olímpicos da Juventude (2018), garantiu, nesta quinta-feira, vaga na decisão do Campeonato Mundial de Boxe, na Sérvia. Nesta quinta-feira (4), ele venceu o belga Victor Schelstraete. O brasileiro agora decide o título contra o pugilista Alfon-

AIBA

so Dominguez, cubano naturalizado no Azerbaijão. A luta acontece nesta sexta-feira (5). O campeonato é organizado pela Associação Internacional de Boxe (AIBA). Os três primeiros lugares têm direito às seguintes premiações: R$ 558,1 mil para o medalhista de ouro, R$278,9 mil para a prata e R$ 139,4 mil para quem ganhar o bronze.

Paralímpiadas Escolares: abertas as inscrições para trabalho voluntário

Julio César Guimarães /COB

Wagner Carmos /CBAt

Neste sábado (6), às 16h, América e Atlético travam o primeiro duelo das semifinais do Campeonato Mineiro feminino de futebol 2021. A partida será disputada no Estádio das Alteroras, no Sesc Venda Nova. Na outra cha-

ve, domingo (7), na Arena Vera Cruz, em Betim, o Cruzeiro enfrenta o Ipatinga, às 15h. Os classificados disputam a final no dia 13 de novembro. As atleticanas são as atuais campeãs da competição.

Estão abertas, até o dia 10 de novembro, as inscrições para trabalho voluntário nas Paralimpíadas Escolares 2021. A competição acontece entre os dias 22 e 27 de novembro, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Pau-

lo. Para se inscrever, é necessário ser maior de 18 anos e ter disponibilidade durante todo o período das competições. O Comitê Paralímpico Brasileiro arcará com a hospedagem, alimentação e camisas do evento. Link para a inscrição: bit.ly/3mHOvik .

Belo Horizonte, 5 a 11 de novembro de 2021

Cruzeiro visita Londrina em confronto direto contra o rebaixamento Nesta sexta-feira (5), pela 34ª rodada da série B, o Cruzeiro joga no Estádio do Café contra o Londrina. O jogo começa às 21h30. Já praticamente sem chances de disputar a primeira divisão em 2022, a Raposa agora luta para se afastar do Z4. Com 40 pontos, o time mineiro tem apenas dois a mais que o Londrina, primeiro time a abrir a zona de rebaixamento. Caso não vença o time parananse e,

ESPORTES

DECLARAÇÃO DA SEMANA Adelaide United FC

Gustavo Aleixo / Cruzeiro

além disso, o Brusque derrote o Confiança no sábado (6), o Cruzeiro terminará a rodada entre os quatro po-

tenciais rebaixados. Depois do Londrina, o próximo adversário é o próprio Brusque, na terça-feira (9).

“Como jogador de futebol gay, sei que existem outros jogadores que vivem em silêncio. Quero ajudar a mudar isso, mostrar que todos são bem vindos no futebol”

Gol contra

Joshua Cavallo, lateral-esquerdo do Adelaide United, da Austrália.

Na derrota do Cruzeiro por 3 a 1 para o Remo, não bastasse a humilhação no campo, fora dele, o pior: um torcedor cruzeirense ofendeu o atacante Jeﬀerson, do Remo, com palavras racistas. Já no jogo entre Avaí e Brasil de Pelotas, um torcedor do Leão da Ilha fez o mesmo com um maqueiro.

A atleta Luiza Viana, da equipe Praia Clube/Futel, de Uberlândia, conquistou o ouro na prova de revezamento 5x80m dos Jogos Escolares Brasileiros. A sede dos jogos, que começaram no dia 29 de outubro, é o Rio de Janeiro. Mais de 6 mil atletas estudantes participam das competições.

A caminho da catarse alvinegra

Quase lá!

@ANDREFIDUSI

Gol de placa

SUBSTITUIÇÃO NO CRUZEIRO

Nós por Nós

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

Após a brilhante sobre o Fortaleza, o América está muito perto de alcançar seu principal objetivo na temporada: a permanência na Série A. Apenas duas vitórias nos nove jogos restantes já são o suficiente. Como o time está bem montado e vem de ótimas atuações, nada leDecacampeão va a crer que o Coelho deixará de alcançar esse feito inédito. Um feito que poderá ser um divisor de águas na história do time, com a garantia de significativo recurso para a montagem do elenco e, possivelmente, com uma participação - também inédita - em uma competição sul-americana. Além disso, a permanência poderá convencer de vez o tal empresário bilionário a comprar o América, transformando-o em clube empresa e abrindo ainda mais possibilidades.

Haja coração para o segundo título brasileiro. Em uma partida aparentemente fácil, o Atlético fez sofrer mais de 50 mil torcedores, que foram da agonia ao êxtase em menos de uma semana. Da derrota para o Flamengo à vitória sobre o Grêmio. E olha que os gaúchos, em É Galo doido! desespero, deram trabalho. Até Cuca, sempre sereno (só perde a linha quando reclama da arbitragem e de alguns cornetas de plantão), saiu do sério e extravasou a alegria. Nos dois próximos confrontos, também em BH, contra América e Corinthians, espera-se menos penúria e que, de fato, se consolide o caminho para a catarse final: o bicampeonato nacional. E, antes mesmo da disputa da decisão da Copa do Brasil, alvinegros alcancem o paraíso.

Salve, nação! Nada mais representativo do momento atual do que as últimas rodadas da série B se tornarem decisões para escapar da série C. A má vontade da diretoria só poderia dar nisso. Além do caos administrativo, a justa greve dos jogadores contribuiu para que o cenáLa Bestia Negra rio fosse o mais crítico, desde a nossa fatídica temporada de 2019. O clube depende, agora, de nós torcedores para que a situação não seja ainda mais complicada no ano que vem. Se a torcida cair na conversa de que só o clube-empresa salva, aí, sim, a coisa ficará mais feia. Deixemos as ilusões e patifarias para os descompromissados que injustamente ocupam os cargos de poder no clube. Saudações celestes!

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