Reproducao /Coletivo Semifusa
Arte, cultura e território
Thais Magalhães / CBF
Brasil pega a Argentina
Casa Semifusa, em Ribeirão das Neves, abre inscrições na quarta (9) para diversas oficinas que acontecem em março
Seleção encerra fase de grupo da Copa América de Futsal com vitória sobre Uruguai e disputa vaga na final no sábado (5)
CULTURA 14
ESPORTES 15
MG Minas Gerais Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022 • edição 369 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Sérgio Mourão / Acervo SeturMG
Serro mais uma vez ameaçada pela mineração Cidade vive a tentativa de dois empreendimentos para extração de ferro: Herculano e Onix. Estudos de duas universidades apontam para falta de informações sobre o Projeto Céu Aberto, que pode ser instalado a 4 quilômetros do centro histórico I MINAS 5
Um mês das chuvas
Justiça por Moïse Organizações populares saem às ruas em denúncia ao assassinato de imigrante congolês assassinado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ato em BH acontece no sábado (5), às 10h, na Praça Sete. Na quarta (2), Levante Popular da Juventude protestou por justiça na cidade onde o crime ocorreu. I BRASIL 8
Mais de 400 municípios mineiros seguem em situação de emergência e, em Brumadinho, depois que a enchente passou, apareceram ratos CIDADES 4
Passaporte Vacinal
Entidades da educação exigem que apenas vacinados possam entrar em universidades, escolas e outros locais de aglomeração MINAS 6
Greve do metrô em BH
Na segunda (7), metroviários entram em greve em defesa da empresa pública e com tarifas acessíveis a todos os trabalhadores CIDADES 4
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022
Judiciário, Legislativo e PGR: sobram discursos e declarações, falta atitude João Paulo Cunha
ESPAÇO DOS LEITORES “Parabéns pela matéria. Infelizmente, o trabalho escravo ainda é uma realidade em Minas Gerais e no Brasil. Em 2013, o Sindieletro conseguiu uma fiscalização do MPT, MP e PF, na empreiteira SET Engenharia. O relatório com mais de 2 mil páginas caracterizou trabalho análogo à escravidão na força de trabalho na Cemig. Foram 44 autuações que violavam direitos humanos e trabalhistas. A atuação dessa empreiteira era na Região Metropolitana de BH e sua sede ficava em Contagem. A empreiteira fechou as portas por não conseguir cumprir com as notificações” Jefferson Leandro, sobre reportagem “O que se sabe sobre o maior resgate de trabalho escravo da última década, realizado em MG” -“Vai ser lindo este grito engasgado na garganta: viva o Lula! Viva a democracia!” Ludmila Leal sobre a matéria “Organização de base marca campanha de Lula em Minas Gerais” -“Esse governador é um energúmeno. Quer, a qualquer custo, fazer as coisas sem se preocupar com os impactos das obras na população e no meio ambiente” Andréa Haddad sobre a reportagem “Governo Zema lança edital para construção do Rodoanel sem mudanças necessárias”
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As chamadas “instituições” nunca falaram tanto em defesa da democracia e da Constituição Federal. Nesta semana, na abertura dos trabalhos dos poderes Judiciário e Legislativo, ouviu-se o reiterado discurso de ministros do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Superior Eleitoral, dos presidentes do Senado e da Câmara e do PGR, entre outros, que apelavam para o papel indelegável de guardião da legalidade e do Estado de Direito. No entanto, o que chama atenção nas manifestações das autoridades é que há um inimigo claramente identificado, o presidente Jair Bolsonaro, que vem atacando, minando e desconstruindo as instituições, por meio de atos, palavras
Não se trata de defender a democracia em tese, mas na vida real e omissões. E um alentado pacote de estupidez. Por isso, não se trata de defender a democracia em tese, mas na vida real. O que se estabelece é um jogo relativamente hipócrita. É sempre mais fácil falar do que fazer. Ainda que seja possível identificar, sobretudo no Supremo Tribunal Federal, algum grau de independência e atitude, quase sempre o discurso tem sido mais forte que a ação. Sem o Supremo, certamente, estaríamos em situação ainda pior, como no caso da pandemia, mas nem por isso é possível perceber o cumpri-
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
Reação às ameaças do presidente têm ficado muito aquém do necessário mento integral de suas atribuições de retificação e freio da escalada fascista do governo federal. Augusto Aras não age contra rede de mentiras Na abertura dos trabalhos do Judiciário, dia 1º, sem a presença mesmo virtual de Bolsonaro, o presidente do STF, Luiz Fux, foi taxativo: não há mais espaço para ações contra o regime democrático e para a violência contra as instituições públicas. Foi um recado direto ao presidente. Na mesma ocasião, o PGR Augusto Aras, que tem dado excelência ao conceito de engavetador geral da República, chegou a falar em estímulo à diversidade, tolerância e paz social. Defendeu a liberdade de opinião, como se não vivesse num dos países que mais decai no ranking da liberdade de imprensa em todo o mundo, com destaque para a perseguição e ação violenta do presidente da República contra jornalistas. Sem falar no estímulo à rede de mentiras próxima ao núcleo duro do poder, o que caberia a ele denunciar. Como Bolsonaro é um rematado covarde, que só reage contra os mais fracos, parece ter ficado relativamente cômodo se bater contra seus horrores em audiências públicas, jogando sempre para frente, a possibilidade de ação concreta.
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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Edição Geral: Larissa Costa (Mtb 22066/MG) Subedição: Amélia Gomes, Elis Almeida, Frederico Santana, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira Redação: Amélia Gomes, Ana Carolina Vasconcelos, Maria Paula Araújo , Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Colaboração: André Fidusi, Anna Carolina Azevedo, Débora Borba, Joana Tavares, Marcelo Gomes. Colunistas: Antônio de Paiva Moura, Beatriz Cerqueira, Bráulio Siffert, Eliara Santana, Fabrício Farias, Frei Gilvander Moreira , Iza Lourença, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, José Prata Araújo, Luiza Dulci , Macaé Evaristo, Makota Celinha, Moara Saboia, Portal do Bicentenário da Independência, Renan Santos, Rogério Hilário, Rubinho Giaquinto, Sofia Barbosa, Tarifa Zero Administração e distribuição: Luiz Paulo Macedo Alves e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Revisão Luciana Santos Gonçalves Tiragem: 15 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
GERAL
Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022 Reprodução
Declaração da Semana
Espero que o Lula ganhe no primeiro turno. Vamos lavar a bandeira do Brasil
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Números da Semana 1.041
mortes por covid-19 registradas em apenas um dia, na quinta-feira (3). É a maior média móvel desde o fim de agosto do ano passado.
Mutirão para emissão de RG Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Lucélia Santos, em entrevista ao Brasil de Fato.
As Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) Barreiro e Venda Nova, em BH, promovem, neste sábado (5), um mutirão para emissão de carteira de identidade. Os atendimentos serão realizados das 8h às 14h. A ação é exclusiva para cidadãos que precisam emitir o RG e o atendimento nas unidades ocorrerá mediante agendamento prévio, feito gratuitamente em mg.gov.br ou pelo aplicativo MG App Cidadão. A primeira via do RG é gratuita, mas partir da segunda via é cobrada taxa de R$ 95,41.
Água de coco é uma delícia
Reprodução
Um suco natural que é ótima companhia para enfrentar o calor que chega neste período do ano. A água de coco é rica em potássio, sódio, magnésio, além de vitaminas do complexo B e vitamina C. No dia a dia, é um importante isotônico natural para os amantes das atividades físicas. Mas cuidado! Quem tem doença renal crônica deve consumir com moderação, por conta do alto teor de potássio.
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CIDADES
Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022
Um mês depois: como estão as famílias atingidas pelas enchentes em MG?
Rafaella Dotta / Brasil de Fato MG
TRISTEZA Segundo a Defesa Civil, estado ainda tem 49 mil pessoas desalojadas Douglas Magno /AFP
Ana Carolina Vasconcelos Após um mês das fortes chuvas do início de janeiro que devastaram Minas Gerais, a situação do estado ainda é preocupante. Segundo boletim da coordenadoria estadual da Defesa Civil de Minas Gerais, divulgado na quinta (3), 413 municípios ainda estão em situação de emergência. Segundo o informe, desde o dia 1 de outubro de 2021, o estado acumula 25 mortes, 8133 desabrigados e 48.930 desalojados, em decorrência do período chuvoso. As famílias dos municípios mais afetados tiveram que lidar com casas alagadas, pessoas ilhadas, perda de móveis, perda de comida. Cidades e comunidades ao longo da Bacia do Rio Paraopeba sofreram mais uma vez com a lama contaminada pelo crime da Vale no Córrego do Feijão Em Raposos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram cerca de 8 mil pessoas atingidas e mais de mil famílias desabrigadas. No dia 9 de janeiro, o prefeito da cidade, Serginho da Bota (PSB), gravou um vídeo no qual pediu ajuda. Na ocasião, em meio a lágrimas, o prefeito afirmou que a situação era mais grave que em 2020, se solidarizou com as famílias que perderam suas casas e com os moradores que ficaram ilhados. “Vamos ajudar. Igual fizemos da outra vez. E não vamos desanimar”, pediu. Em Brumadinho, a lama da Vale invadiu casas mais uma vez Após as enchentes, as famílias buscam reconstruir
Metroviários entram em greve a partir de segunda (7)
suas vidas e seguir em frente. Porém, fazer isso não tem sido fácil. A ribeirinha e moradora de Brumadinho Márcia de Medeiros Faria contou ao Brasil de Fato MG que as casas continuam com lama e que, depois que a enchente passou, começaram a aparecer ratos. “Está sendo muito complicado. Já tentamos entrar em contato com a Vale para ver o que podem fazer para ajudar e até agora não conseguimos respostas”, explicou. No dia 18 de janeiro, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), por meio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente
Moradora de Brumadinho conta que depois que a enchente passou começaram a aparecer ratos
(Feam), notificou a Vale para que tome medidas. O ofício encaminhado à mineradora atribui à empresa a responsabilidade pela limpeza imediata de propriedades particulares e vias públicas dos municípios da Bacia do Rio Paraopeba atingidos pelas chuvas. Além disso, o Estado determinou que a mineradora execute ações de estabilização de taludes e de disciplinamento de drenagens, com o objetivo de evitar processos erosivos e, consequentemente, carreamento dos rejeitos. Solidariedade em Raposos Diante do cenário devastador, movimentos populares, igrejas, prefeituras e coletivos se mobilizaram para ajudar com a limpeza das casas de famílias atingidas e para levar água, mantimentos e outras doações a quem precisa. “Foi por meio da solidariedade que conseguimos remover grande parte da
Em Raposos, próximo passo de campanha de solidariedade é ajudar na reestruturação das casas lama da cidade. Mas ainda hoje existem muitas casas que não receberam a visita da Defesa Civil e seguem na mesma situação”, relata Gabriel Luna, um dos coordenadores da campanha SOS Minas. Durante o mês de janeiro, a iniciativa organizou idas semanais de voluntários à cidade de Raposos. Segundo Gabriel, o próximo passo da campanha é ajudar na reestruturação das casas, a partir da doação de móveis e eletrodomésticos. “Algumas pessoas conseguiram suspender seus eletrodomésticos para o segundo andar das casas, mas a lama foi tão alta que, em alguns casos, atingiu o segundo andar”, conta.
Redação A partir de segunda (7), os metroviários de Belo Horizonte entram em greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica ao governo federal e à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informações sobre como ficará a situação dos trabalhadores no processo de privatização do metrô, em curso desde o ano passado. Em nota, o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) afirma que a “greve é uma medida necessária diante dos desmandos e manobras do governo e da direção da empresa” e que a paralisação do serviço “afetará em cheio os usuários do metrô, mas é uma situação limítrofe entre a privatização da empresa e a demissão dos funcionários concursados”. O sindicato ainda ressalta que os metroviários trabalharam durante toda a pandemia e que agora buscam o apoio dos usuários em “defesa da empresa pública e com tarifas acessíveis a todos os trabalhadores”. A partir de segunda (7), o metrô atenderá à população no horário de 10h às 17h.
Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022
Serro passa por mais um pedido de mineração no município DEGRADAÇÃO Projeto da Onix Mineração é questionado por pesquisas de duas universidades por não apresentar informações básicas
Reprodução /Onix Mineração
Rafaella Dotta A cidade do Serro, situada na região Centro-nordeste de Minas Gerais, passa por mais um pedido de liberação de mineração em seus limites. No início de 2021, a empresa Herculano Mineração conseguiu a autorização municipal para extração de minério de ferro. Embora ainda precise de licenças para começar a funcionar, a aceitação teria aberto precedente a outras mineradoras. Agora, o município está em processo de autorização do pedido feito pela empresa Onix Mineração. O Projeto Céu Aberto retirará 300 mil toneladas de minério de ferro ao ano, usará uma área de quase 400 hectares e pretende criar 100 empregos diretos, segundo a apresentação elaborada pela mineradora. O empreendimento ficaria a aproximadamente 4 quilômetros do centro histórico. “A população está sim, precisando de emprego, de garantir renda para as famílias. Mas o que não conseguimos entender e não tem outra justificativa, é porque é via empreendimento minerário. Por que não investir em capacitação para 100 jovens para outro setor?”, questiona Valderes Quintino Silva, integran-
te do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e morador do Serro. Ele se preocupa com a poluição das águas da região e com as mudanças no território causadas pela supressão de matas. O pedido começou a ser analisado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Codema)
No dia 14 de fevereiro acontece uma audiência pública para discutir o tema em novembro de 2021 e terá sua votação na próxima quinta-feira, 10 de fevereiro. Moradores tentam que a votação aguarde uma audiência pública municipal, que será realizada em 14 de fevereiro. Não se sabe os reais danos Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizado pelo Grupo de Estudo em Temáticas Ambientais (GESTA), entregue ao Codema em janeiro deste ano, aponta que o projeto possui “graves insuficiências” em sua documentação. Segundo o estudo, faltam in-
formações sobre a localização do empreendimento, sobre os prejuízos a comunidades locais, sobre a manutenção da pilha de rejeitos que irá se formar, sobre o uso da água e sobre a emissão de partículas. Outra análise, também entregue ao Codema, argumenta que o projeto não seria permitido pelo Plano Diretor Municipal do Serro. De acordo com Gustavo Soares Iorio, coordenador do Laboratório de Estudos em Geopolítica do Capitalismo (Legec) da Universidade Federal de Viçosa, as informações prestadas pela Onix mostram que o empreendimento está fora da Zona Especial de Exploração Mineral (ZEM). “Quando se analisa o mapa elaborado pela Onix Mineração para afirmar que o empreendimento está localizado na ZEM, percebe-se que a área do mapa definida como ZEM não coincide com a área delimitada pela ANM [Agência Nacional de Mineração]”, avalia. O Plano Diretor do Serro prevê que somente áreas que já possuem concessão de lavra fazem parte da ZEM e, assim, estão aptas a serem mineradas. A Onix Mineração foi acionada pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento da matéria.
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MINAS
Em Minas, movimentos começam campanha popular pela eleição de Lula Redação Mais de 200 pessoas, de 70 cidades, participaram da plenária de organização da campanha popular pela eleição de Lula, em Minas Gerais. Organizada pela Frente Brasil Popular, a atividade virtual aconteceu no último sábado (29). O encontro definiu pela construção de comitês populares em bairros, municípios, regiões, escolas, universidades, sindicatos,
empresas e fábricas, igrejas, associações, grupos culturais e comunidades rurais. Como principal tarefa, os comitês devem realizar debates políticos, ações de diálogo, iniciativas de comunicação e de mobilização social. Para participar das atividades ou receber orientações sobre a construção dos comitês, acesse @frentebrasilpopularmg, no Instagram.
Em João Pinheiro, 285 trabalhadores foram resgatados de trabalho escravo Reprodução / MPT
Redação Foram resgatados, na última semana, 285 trabalhadores no interior de Minas Gerais, em João Pinheiro, em condições análogas à escravidão. Comandada por auditores fiscais do trabalho desde o último dia 24, essa é a maior operação de resgate em território nacional nos últimos dez anos. Os funcionários da usina viviam em condição degradantes, faziam refeições no chão, sem acesso a sanitários e abrigados em alojamentos superlotados. Segundo o Ministério Público do Trabalho, alguns es-
tavam com covid-19. Entre as pessoas resgatadas, 273 estavam no serviço de corte de cana em fazendas arrendadas pela WD Agroindustrial. As iniciais da empresa são as do patriarca Walter Detoni, contemplado com o título de “Cidadão Uberabense” pela sua “atuação empresarial”, de acordo com jornal local que noticiou sua morte em 2013. O Grupo Detoni, que administra a empresa, tem, entre seus 11 sócios, oito que carregam o sobrenome. O Brasil de Fato fez contatos com a WD Agroindustrial, mas não teve resposta.
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MINAS
Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022
Entidades da educação cobram adoção de passaporte vacinal em BH PANDEMIA Documento defende também campanha pela vacinação e é assinado por 12 organizações Tania Rego /Agencia Brasil
Redação Entidades da educação lançaram, na quinta (3), uma nota pública solicitando à Prefeitura de Belo Horizonte a adoção do passaporte vacinal, documento físico ou eletrônico, para comprovar a vacinação e possibilitar o acesso de pessoas a lugares que possam gerar aglomeração, como escolas e universidades. Apesar do avanço da imunização, o surgimento da variante ômicron do coronavírus e o aumento de casos de contaminação preocupam as entidades, que querem retornar às atividades
presenciais em total segurança. “Em conjunto com a adoção do passaporte vacinal, é estritamente necessário que os órgãos competentes intensifiquem e promovam
ampla campanha de conscientização sobre a importância da vacinação, inclusive do público infantil, se opondo, assim, à campanha de desinformação que frequentemente é coloca-
da em prática pelo governo federal”, aponta o texto, assinado por 12 organizações. Medida pode ser educativa Entre os motivos para a adoção da medida, as entidades ressaltam que pessoas vacinadas possuem menos sintomas da doença e menor propensão a desenvolver sintomas graves, o que alivia a pressão sobre o sistema de saúde. Nesse sentido, a cobrança do passaporte vacinal poderia ser pedagógica para aqueles que ainda não se vacinaram. “A limitação de acesso a espa-
ços públicos terá função pedagógica para os não vacinados e terá como consequência o aumento das taxas de vacinação, tal qual ocorreu na França”, diz o documento. Organizações A nota é assinada pela ANPG, pela Apubh, pela CSP-Conlutas, pela CTB, pela Regional Leste Andes-SN; pelo Sinasefe IFMG; pelo Sind-REDE/BH, pelo Sindcefet-MG; pelo Sinpro-MG; pela Ubes; pela UCMG e pela UNE. Leia na íntegram em brasildefatomg.com.br ANÚNCIO
Belo Horizonte, 4 a10 de fevereiro de 2022
OPINIÃO
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João Zinclar
Rogério Correia
Sergio Moro está cada vez mais parecido com Aécio Neves
Por uma aliança campo-cidade para salvar a Casa Comum Um caminho com grande potencial para transformação é a aproximação entre o campo e a cidade. A pandemia nos lembrou de algo que costumeiramente esquecemos: somos parte da natureza. Integramos um ecossistema de relações interdependentes. Por isso mesmo, não faz sentido tentar conservar um meio ambiente intocado e supostamente distante enquanto seguimos depredando a natureza urbana e os territórios da agropecuária e da mineração que nos cercam. Ao invés de soluções estáticas, precisamos de saídas complexas, sistêmicas. Proponho exercitarmos essa aproximação entre Comprar direto campo e cidade pela via da comida. O tema da ali- da agricultura mentação tem chamado a atenção das pessoas, seja em razão da carestia, seja por interesses nutricio- familiar é uma via possível nais, gastronômicos e culturais. O chamado sistema agroalimentar hegemônico (produção, transformação, distribuição, comercialização e descarte de alimentos) é essencialmente baseado em grandes distâncias. Os alimentos viajam pelo território nacional e atravessam oceanos, à mercê do interesse de grandes empresas multinacionais. Nossa dieta alimentar está cada vez mais pobre e homogênea, isto é, estamos perdendo a riqueza da diversidade de nossa cultura alimentar (que para nós mineiros é algo precioso). Tem gente fazendo diferente e precisamos fortalecer essas práticas. A agroecologia –que combina saberes científicos e tradicionais – nos ensina que precisamos encurtar os circuitos entre quem produz e quem consome alimentos. Comprar direto da agricultura familiar e camponesa em feiras e mercados locais, por exemplo, é uma via possível. Ao fazer isso, contribuímos para a circulação-distribuição da renda e reduzimos as distâncias físicas percorridas pelos alimentos. Reduzimos também o hiato cognitivo e afetivo que nos separa da terra. Luiza Dulci é economista e doutora em sociologia. Integra o Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo e constrói o Movimento Bem Viver MG
Leia os artigos completos no site brasildefatomg.com.br Estes são artigos de opinião. A visão dos autores não expressam necessariamente a linha editorial do jornal Brasil de Fato
Rogério Correia é deputado federal (PT-MG)
ACOMPANHANDO
Luiza Dulci
Toda vez que ouço Sergio Moro falando mais acho que ele se parece com Aécio Neves. Repare você também: estão lá a mesma dissimulação, o mesmo blefe e a mesma absoluta cara de pau que caracterizam esses dois tristes personagens. Desde que ele era o todo poderoso em Minas, apontei os desvios em obras como a Cidade Administrativa, ou os aeroportos privados na fazenda da família, e o mau tratamento que seu governo dava para os professores. Sempre me impressionou a hipocrisia de Aécio quando falava em “varrer o mar de lama da corrupção”. Como é possível tanta cara de pau? E não é que o ex-juiz, que aliás dizem ser muito próximo de Aécio, é igualzinho? É impressionante como ele fala tal qual uma autoridade sem máculas quando o assunto é corrupção, dando a impressão de que tem alguma moral para dizer algo sobre o tema. Sergio Moro acha que ainda estamos em 2018. Acha que fala ainda como um juiz (pés- Estão lá a mesma simo e parcial juiz, diga-se). dissimulação e a Esquece que virou ministro mesma cara de de um presidente fascista. Es- pau quece, que ao deixar o cargo de ministro, foi trabalhar para a administradora judicial da Odebrecht, a empreiteira que estava nos processos da Lava Jato. Moro pensa que ninguém vai se lembrar da Vaza Jato, a série de reportagens que provou como ele e o procurador Dallagnol combinavam ações para perseguir politicamente Lula, o PT e as esquerdas em geral. Quando foi obrigado a dizer quanto recebeu da multinacional Alvarez & Marsal (a tal administradora da Odebrechet), o que fez Moro? Disse que não ficou “rico”, foram “só” R$ 3,5 milhões por dez meses de “trabalho”. Aliás: salário? Como já afirmei, isso tem toda a cara de propina – a investigar (alô, Ministério Público!). Ou será feito com Moro o que está sendo feito com Aécio? Jogar tudo pra debaixo do tapete?
Na edição 368... “Covid é a segunda causa de morte de crianças de 0 a 11 anos” ... E agora Pfizer pede aval nos EUA a vacina para menores de 5 anos A Pfizer e a BioNTech apresentaram dia 2 ao FDA, agência dos EUA que regulamenta o uso de medicamentos no país, um pedido de autorização para usar sua vacina contra a covid-19 em bebês e crianças de seis meses a cinco anos. O pedido estabelece que a dose para essa faixa etária será de três microgramas da vacina, em comparação com 30 microgramas para indivíduos de 12 anos ou mais. 1,6 milhão de doses foram aplicadas em crianças de cinco a 11 anos no Brasil.
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BRASIL
Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022
“Com o Supremo, com tudo”: relembre papel do STF na queda de Dilma após “confissão” de Barroso Ministro escreveu artigo dizendo que o “motivo real” para o impeachment foi a falta de apoio político, não as pedaladas Nelson Jr /STF
Paulo Motoryn O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), escreveu um artigo afirmando que o “motivo real” para o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) foi falta de apoio político, não as pedaladas fiscais. As informações foram reveladas pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. “A justificativa formal foram as denominadas ‘pedaladas fiscais’ – violação de normas orçamentárias –, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política”, escreveu Barroso. A afirmação consta em artigo que será publicado na edição de estreia da revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). A prévia do texto escrito pelo ministro foi obtida pela Folha. A publicação será lançada oficialmente no próximo dia 10. “O vice-presidente Michel Temer assumiu o cargo até a conclusão do mandato, tendo procurado implementar uma agenda liberal, cujo êxito foi abalado por sucessivas acusações de corrupção. Em duas oportunidades, a Câmara dos Deputados impe-
“Mudança” no governo resultaria em pacto para “estancar” a Lava Jato diu a instauração de ações penais contra o presidente”, afirmou o magistrado. Em maio de 2016, gravações obtidas pela Folha mostraram o então senador Romero Jucá (MDB-AP) sugerindo ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato. Na conversa, Jucá disse que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representada pela Lava
Jato. Machado respondeu que era preciso “botar o Michel Temer num grande acordo nacional”. “Com o Supremo, com tudo”, retrucou Jucá. Motivado pela declaração de Barroso, o Brasil de Fato relembra os principais episódios em torno do impeachment de Dilma Rousseff que tiveram o envolvimento do STF. O papel do STF Dilma foi notificada da abertura do processo em 3 de dezembro de 2015. Na mesma data, o Supremo rejeitou ações protocoladas por PT e PCdoB que contestavam a admissibilidade do pedido de impeachment na Câmara dos Deputados. Ainda em dezembro, o plenário do STF determinou mudanças na tramitação do pro-
cesso na Câmara que prejudicaram a então presidente. A Corte impediu o voto secreto e concedeu maior poder ao Senado. No mesmo mês, o ministro Luiz Edson Fachin negou o afastamento do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), acusado de corrupção e entusiasta da deposição da então presidenta. O mandato do emedebista foi suspenso pelo STF apenas em maio, após a votação na Câmara.
Fachin negou o afastamento de Eduardo Cunha, suspenso apenas após a votação na Câmara Em abril de 2016, o STF decidiu, por oito votos a dois, rejeitar o pedido do governo Dilma Rousseff e de dois deputados de sua base para anular o processo. No mês seguinte, em maio, o ministro Teori Zavascki negou recurso apresentado pela petista. A fase final do processo, com o julgamento definiti-
vo de Dilma no Senado, em agosto de 2016, foi comandada pelo então presidente do STF, o ministro Ricardo Lewandowski. A prática é determinada pela Constituição Federal. Em março de 2020, o STF negou recurso da ex-presidente que tentava anular o impeachment. A decisão do STF foi tomada no plenário virtual e os votos dos ministros não foram revelados. ‘Ironia da história’ É a segunda vez que Barroso afirma que Dilma foi deposta por ter perdido influência política. Em um seminário, em julho de 2021, Barroso disse que “afastar a petista por corrupção após o que se seguiu” seria uma “ironia da história”. “Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela [Dilma] não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas, sim, foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história”, disse, na ocasião.
Levante Popular da Juventude faz ação para pedir justiça por Moïse Kabagambe Eduardo Miranda O Levante Popular da Juventude realizou um protesto no dia (3) para pedir justiça por Moïse Kabagambe, de 24 anos, congolês morto no dia 24 após ser espancado por três homens. A ação ocorreu
em frente aos quiosques Biruta e Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Com palavras de ordem contra o racismo e contra a precarização de direitos trabalhistas que atinge a população mais jovem no Brasil, cerca de 100 integrantes do
movimento popular interditaram por 15 minutos a avenida da praia da Barra da Tijuca e atearam fogo em pneus. “A ação é para denunciar o que aconteceu com Moïse por reivindicar seus direitos enquanto trabalhador com salário atrasado. Esse assassinato
não é um caso isolado, faz parte de uma política de extermínio da juventude negra, simbolizada na morte da Ágatha, do João Pedro, da vereadora Marielle Franco e da vida do corpo negro no Brasil”, disse Maíra Marinho, do Levante no Rio.
Atos ocorrerão no sábado (5) em diversas cidades. Convocado pela União de Negros pela Igualdade de Minas Gerais (Unegro), em Belo Horizonte, o ato será neste sábado (5), às 10h. A concentração será na Praça Sete.
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BRASIL
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Novo grupo Efeito Bolsonaro: Amazônia indígena isolado perdeu área do tamanho da é identificado na Bélgica em três anos Amazônia e já corre Em ritmo cada vez mais acelerado, o desmatamento na Amazônia cresceu 56,6% nos últimos três anos. Entre agosto risco de extinção de 2018 e julho de 2021, a perda de vegetaEvaristo SA / AFP
Funai foi informada há cinco meses, mas povo segue exposto ao coronavírus e a crimes ambientais, denunciam indigenistas
ção nativa foi de 32.740 km², o equivalente ao tamanho da Bélgica, contra 20.911 km² no mesmo período de 2015 a 2018. É o que comprova um estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), feito a partir de dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e divulgado no dia (2).
Ideflor Bio /Fotos Publicas
Risco de morte por covid é 27,6 vezes menor com dose de reforço, aponta estudo Redação Uma expedição da Fundação Nacional do Índio (Funai) identificou um grupo de indígenas isolados, até então desconhecidos, no sul do estado do Amazonas. Segundo estudiosos, o grupo é formado por dezenas de indivíduos que habitam uma área de mata no município de Lábrea (AM), próximo ao rio Purus. A informação foi repassada em setembro de 2021 à Funai em Brasília, mas até hoje, cinco meses depois, o órgão não tomou as medidas necessárias à proteção do grupo. Na avaliação de indigenistas, a ausência de medidas de proteção ao grupo indígena se torna ainda mais preocupante devido à pandemia de covid-19 e aos altos índices de desmatamento na região. Informações sobre isolados são tratadas como sigilosas pela Funai e pelos indigenistas, pois a divulgação de detalhes pode estimular a atuação de criminosos ambientais.
Cobertura vacinal contra a covid-19 está abaixo de 30% na região “Funai se recusa a protegê-los”
Embora considerada um marco, a revelação causou preocupação. Além da pandemia, o motivo é a conduta do governo Jair Bolsonaro (PL), que responde pela acusação de genocídio de povos originários no Tribunal Penal Internacional de Haia. Como já ocorreu no passado, o contato tem o potencial de dizimar essas populações, cujos sistemas imunológicos são mais suscetíveis a doenças infectocontagiosas. “Na região, a cobertura vacinal contra a covid-19 está abaixo de 30%, e há incidência de malária. Só por isso, já deveriam ter sido tomadas atitudes mais enérgicas”, afirma o indigenista Leonardo Lenin Santos.
Um levantamento preliminar da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná faz uma relação direta entre o perfil das mortes pela covid-19 no estado com o esquema vacinal da população. O potencial de mortes entre as pessoas de 12 a 59 anos que não tomaram nenhuma vacina é de 6,59 por 100 mil habitantes. O índice de mortalidade na mesma faixa etária cai para 0,29/100 mil em pessoas com o esquema completo e o reforço; 0,75 com o esquema completo sem reforço; e 0,96 para quem tomou apenas a primeira dose. Isso quer dizer que a cada 100 mil pessoas, mais de seis morreram por não se vacinar e número inferior a um entre os vacinados, ou 22 vezes menor. Já na faixa acima de 60 anos, considerada de risco para qualquer doença, a taxa de óbitos por 100 mil habitantes de não vacinados é de 216,32 nesse período. O indicador cai para 7,84 com o esquema vacinal completo com a dose de reforço, ou seja, 27,6 vezes menor. A análise, divulgada dia primeiro, é um recorte de 1º de dezembro de 2021 a 31 de janeiro deste ano.
Ibama gastou apenas 41% da verba destinada a fiscalização em 2021 O Ibama gastou menos da metade de seu orçamento para fiscalizar crimes ambientais, segundo relatório divulgado no dia 1 pelo Observatório do Clima, uma rede que reúne dezenas de organizações civis. Dos R$ 219 milhões disponíveis, apenas R$ 88 milhões (41%) foram liquidados para fiscalizar crimes ambientais nos biomas brasileiros. O dado revela dois aspectos: não foi por falta de recursos que o desmatamento aumentou em 2021 pelo terceiro ano consecutivo, e o governo federal fez pouco uso da verba extra obtida perante o Congresso Nacional justamente para ampliar a fiscalização.
Mata Atlântica: bioma mais ameaçado ganha sistema de alertas de desmatamento Nelson Almeida / AFP
A Mata Atlântica, o primeiro bioma brasileiro amplamente ocupado e destruído, está sendo monitorada mais de perto desde o dia primeiro. É quando passou a funcionar o Sistema de Alertas de Desmatamen-
to (SAD) específico para esta vegetação, capaz de detectar áreas afetadas a partir de 0,3 hectare. Com uma área original que chegava a 1,3 milhão de quilômetros quadrados e se estendo por grande parte da cos-
ta brasileira, a Mata Atlântica foi drasticamente reduzida atualmente, restam 12,4% de florestas primárias. Quando se consideram as que se regeneraram, o índice chega a 28% de cobertura.
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MUNDO
Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022
Julian Assange é indicado ao prêmio Nobel da Paz
China e Rússia alinham posições sobre Ucrânia, Afeganistão e península coreana Ministério das Relações Exteriores da Rússia /AFP
Daniel Leal Oivas / AFP
Serguei Monin
Anish R M O jornalista e fundador do Wikileaks, Julian Assange, foi indicado ao prêmio Nobel da Paz, paralelamente ao crescimento do movimento contra sua extradição aos Estados Unidos e a favor de sua libertação incondicional. Assange foi nomeado por várias pessoas, incluindo membros do Parlamento Europeu e vencedores do prêmio, que atenderam aos pedidos de sua companheira, Stella Moris. A indicação foi apresentada em 29 de janeiro. Na carta, destacam a contribuição de Assange para o estabelecimento da paz mundial por meio da publicação de documentos classificados pelo Wikileaks sobre crimes, tortura e violações dos direitos humanos praticados pelos Estados Unidos e seus aliados no Iraque e Afeganistão. As nomeações fazem de Assange um candidato elegível para estar na lis-
ta de finalistas do prêmio, a ser elaborada entre os meses de fevereiro e março. Pedidos para que Assange seja considerado para o prêmio Nobel foram feitos inúmeras vezes na última década. Antes da indicação deste ano, sabe-se que Assange foi indicado outras duas vezes. A primeira foi em 2011, e a segunda foi em 2021. Tentativa de extradição Uma vez que a tentativa dos Estados Unidos de extraditar Assange continua nas cortes britânicas, e ele permanece detido sem acusação na prisão de segurança máxima de Belmarsh, apoiadores do jornalista têm enfatizado a reiterada “omissão” do Comitê do Nobel em relação Assange e aos denunciantes dos crimes de guerra estadunidenses.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, se reuniu dia 3 com o seu homólogo chinês, Wang Yi, em Pequim, e discutiu cooperação bilateral entre os dois páises. Lavrov afirmou que as relações estáveis entre Rússia e China “não são afetadas pela situação po-
lítica e sua cooperação não é dirigida contra terceiros países”. Segundo o ministro russo, Moscou aprecia muito o “nível sem precedentes de interação” com os parceiros chineses, bem como o “forte apoio mútuo”. De acordo com comunicado divulgado pela chancelaria chinesa, Lavrov destacou também
que “o lado chinês está pronto para fortalecer ainda mais a interconexão com o lado russo, promover ativamente a cooperação energética ao longo de toda a cadeia de produção na exploração, produção, movimentação e refino de petróleo”. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, por sua vez, também anunciou a prontidão da China para fortalecer a amizade e a cooperação com a Rússia. “As partes concordaram em suas posições em várias questões internacionais e regionais de interesse mútuo, incluindo a situação na Ucrânia, Afeganistão, península coreana, bem como a cooperação no âmbito do BRICS”, diz a nota da chancelaria chinesa. ANÚNCIO
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de
sugeridas numa pré-pauta deliberada pela dire-
Purificação e Distribuição de Águas e em Servi-
toria colegiada da entidade sindical; 2.º) Delibe-
ços de Esgotos no Estado de Minas Gerais - SIN-
ração de assembleia em caráter permanente, até
DÁGUA-MG, com sede e foro na cidade de Belo
a aprovação do Acordo Coletivo ou autorização
Horizonte, Rua Congonhas, nº 518, bairro San-
para instauração do Dissídio, fórum que pode-
to Antônio, CEP: 30330-100, com base territo-
rá ser convocado independente de outro edital;
rial em todo Estado de Minas Gerais, vem através
3.º) Poderes à Diretoria Executiva para negociar
de seu presidente Sr. Eduardo Pereira de Olivei-
livremente, participar de procedimentos de me-
ra, no uso de suas atribuições institucionais e na
diação ou arbitragem, assinar acordo coletivo, ou
forma estatutária, convocarem a categoria pro-
ajuizar dissídio coletivo de natureza jurídica e/ou
fissional dos trabalhadores na BIOTEC, local: Au-
econômica, com ou sem a participação de ou-
ditório Vale - Mina Capitão do Mato, Unnamed
tras entidades sindicais, após aprovação das as-
Rd, Nova Lima – MG, na data de 15 de fevereiro
sembléias; 4.º) Deflagração de movimento gre-
de 2021, às 09h, com qualquer número de forma
vista, através de paralisação coletiva do trabalho;
presencial tomando todos os cuidados orientados
5º) Discussão e aprovação da taxa de fortaleci-
pelos órgãos de saúde como manutenção de dis-
mento sindical; 6º) Ficam desde já autorizadas
tância mínima de segurança, uso de máscara e de
as práticas de atos e procedimentos de nature-
álcool em gel; para deliberarem sobre a seguin-
za secundária ou subsidiária ao êxito do proces-
te ordem do dia: 1º) Abertura da Campanha Sa-
so de obtenção de instrumentos normativos que
larial de 2021 e 2022, referente negociação cole-
garantam o avanço dos direitos sociais e econô-
tiva salarial, com discussão e votação da reivin-
micos da Categoria Profissional. Belo Horizonte,
dicações para o acordo coletivo apresentadas pe-
04 de fevereiro de 2022. Eduardo Pereira de Oli-
los trabalhadores e aprovação das reivindicações
veira - Presidente.
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Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022
ENTREVISTA 11
“Toda privatização é precedida da precarização das condições de trabalho”, afirma eletricitário GREVE DE FURNAS Contra reajuste de 40% do plano de saúde e em defesa da manutenção da Eletrobrás pública, greve se expande por todo país Asef Furnas
Amélia Gomes Enquanto o número de registros por coronavírus explode no país, os trabalhadores de Furnas correm o risco de ficar sem a cobertura do plano de saúde. Para lutar contra esta perda de direito, desde o dia 17 de janeiro, os eletricitários de Furnas estão em greve. A categoria denuncia que a Eletrobrás reajustou de 10% para 40% o valor cobrado pelo plano de saúde. A mobilização, que começou em Minas Gerais, já se expande para outras subsidiárias da Eletrobrás, como a CEPEL, CGT Eletrosul, Chesf e Eletronorte. Para a categoria, a medida já é um reflexo do desmonte praticado pela gestão da empresa para entregar a estatal à iniciativa privada. Para falar sobre a greve e a atual situação da empresa e dos empregados diante da privatização da Eletrobrás, nós conversamos com Victor Costa, diretor da Associação dos Empregados de Furnas - ASEF e membro do Coletivo Nacional dos Eletricitários. Brasil de Fato - Qual o contexto que deflagrou a greve da categoria? A greve de Furnas começou em 17 de janeiro, depois que foi anunciada uma mudança de custeio no plano de saúde. Para se ter uma ideia, com esse reajuste, um em cada três empregados não terá condições de arcar com o plano de saúde e vai ter que deixar o benefício. Saber que essa atitude
Nós definitivamente não escolhemos o lado fácil da história, mas é o lado certo!
Deflagramos a greve em Furnas e depois o movimento foi se espalhando por todo país
A empresa está buscando desmoralizar quem faz a resistência da empresa ocorre justamente em período de pandemia torna a tentativa de mudança ainda mais cruel. Essa mudança veio a partir de uma negociação de acordo coletivo feita no ano passado. Só que num determinado momento, quando a negociação foi se afunilando, houve um processo muito forte de coação e assédio. Nove ações judiciais de primeira e segunda instância comprovaram isso e configurou um vício na negociação. E essa discussão está agora no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Há um dissídio coletivo em curso, só que a empresa preferiu não o esperar se resolver e decidiu implantar essa mudança de custeio. Nós tentamos uma nego-
ciação com a empresa, mas ela foi inflexível. Então deflagramos a greve em Furnas por tempo indeterminado e depois o movimento foi se espalhando por todo o país. No ano passado, a Medida Provisória 1031/21, de autoria de Jair Bolsonaro que dispõe da desestatização da Eletrobrás, foi aprovada no Congresso. Vocês avaliam que este reajuste no plano de saúde é um reflexo dessa preparação para entrega da estatal? Historicamente todo processo de privatização é precedido de um processo de precarização das condições de trabalho. O objetivo é enxugar a empresa, reduzir o máximo possível os custos e os processos para entregar com o maior caixa possível para os novos donos. E para tornar isso possível é preciso uma precarização generalizada das condições de trabalho. Por exemplo, nós temos enfrentado uma série de processos de planos de demissão, alguns até
propostos em acordo coletivo, e agora, a precarização no plano de saúde. Por outro lado, condições precárias de trabalho também, de certa forma, desmoralizam a categoria, que é um dos principais pontos de resistência contra pro-
Temos enfrentado uma série de processos de planos de demissão cessos de privatização. Então, a empresa está atacando nesses dois setores: desmoralizando quem deveria estar motivado para fazer a resistência e tentando uma reestruturação que possa tornar a empresa mais atrativa para os próximos donos. Mas mesmo assim a resistência está sendo feita em diversos setores. Nós temos um arsenal jurídico que está tratando de todas as suspeitas de ilegalidades no processo de privatização da Eletrobrás. A
privatização da Eletrobrás passa por dois grandes processos dentro do Tribunal de Contas da União. O primeiro é a renovação da concessão de 22 hidrelétricas e o segundo a modelagem da privatização em si. O primeiro é uma das condicionantes para eles tocarem o processo de privatização, mas sequer foi apreciado ainda. Os dados são muito inconsistentes, e por isso está tendo muito atraso no processo. Gostaria de destacar algum outro ponto? Eu queria saudar todos eletricitários do Brasil que estão em greve e dizer que a gente sabe que em algum momento isso vai passar, não tem mal que seja eterno. Nós estamos escrevendo a história e queria que cada um pense como quer ser lembrado quando olharmos para tras: como aqueles que resistiram e lutaram pelo plano de saúde ou como aqueles que coagiram os trabalhadores em greve. Nós definitivamente não escolhemos o lado fácil da história, o lado da resistência sempre é o lado mais difícil, mas é o lado certo!
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VARIEDADES
Belo Horizonte, 4 a 10 de fevereiro de 2022
CRÔNICA Pexels
Nossos direitos COMPRAR NA OLX É SEGURO? Muitas pessoas têm dúvidas se é seguro realizar compras pelo site OLX e, por isso, é importante compreender alguns aspectos sobre suas transações. As pessoas inserem anúncios no OLX e toda a transação é combinada direto com o vendedor, assim como a forma de pagamento. Algumas compras podem ser realizadas pela plataforma, com serviço de pagamento e entrega, porém, muitos anúncios não têm essa opção disponível. Nessa situação, a compra pelo OLX pode ser mais segura se o comprador tomar al-
gumas medidas, como conversar com o anunciante para obter mais informações sobre o produto, combinar de verificar presencialmente o objeto da compra e realizar o pagamento somente no momento da entrega. Em casos de transações malsucedidas, o Judiciário tem entendido que o site serve como uma plataforma de anúncios, não o responsabilizando, por exemplo, por situações de fraude, por isso não cabem indenizações ou estornos de valores pagos. Por conta disso, o ideal é ter cuidado no momento da compra, estabelecendo contatos presenciais.
Jonathan Hassen é advogado popular
ID, EGO, SUPER(E)GO Toca a campainha em minha casa pela manhã. - Salve, Rubão! Chega aí, irmão! Quero te dar um abraço. Recebo o abraço. Antes de o meu amigo ir embora, faço uma pergunta para ele: - E a vida? - Tá ótima, meu irmão! Hoje sou outra pessoa. Salvo vidas na igreja. Sou um homem abençoado. Casei. Minha filha tem tudo do “bom e do melhor”. Sem eu fazer “corre errado”. Nasci de novo. - Massa! Fico feliz por você! - Também parei de tomar enquadro dos “homi”. Ando de cabeça erguida e bem mais tranquilo pelas ruas da quebrada. - Deve ser o seu terno, né? Ele dá risadas... - Ganhei esse terno de um irmão rico da igreja que chegou da Europa na semana passada. Fui fazer um bico lá para o grã-fino. Ajudar no carregamento de uma mudança. Coisa simples e muito rápida. Era um “casão”. Foi muito tranquilo o trampo. Tinha poucos móveis. Tinha era muito mala. Tinha até um helicóptero. O cara é muito rico. Ele estava com muita pressa. Tinha até uma escolta na mudança. - Tamo junto sempre! - A paz do Senhor!
Rubinho Giaquinto é covereador da Coletiva Belo Horizonte Renan Santos é professor de biologia da rede em estadual de Minas Gerais
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Ouvi dizer que está aumentando o número de pessoas pansexuais. O que significa isso? Michelle Almeida, 24 anos, nutricionista. O prefixo “pan”, que compõe o termo pansexual, significa “tudo”. A pessoa que se define pansexual, atualmente, é aquela que se relaciona sexualmente com pessoas, independente se são homens, mulheres, trans ou intersex, (nascida(o)s com um sexo que não se encaixa nas definições típicas de homem ou mulher). Nesse caso, a atração não é pelo sexo/gênero em si, mas por outras qualidades dos indivíduos, ampliando as possibilidades de vivência de afeto, amor e sexo. Essa liberdade de se relacionar sem receber rótulos tem sido cada vez mais desejada na cultura atual, por isso é cada vez mais comum vermos pessoas se definirem como pansexuais, principalmente entre adolescentes.
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Arequipa Raúl Albiol, jogador de futebol
Trecho do Tutelas litoral da Inglaterra, Patrimônio da Humanidade Aquela que "matou o gato" (pop.)
Fagulha; chispa Produzir ruído
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Dispositivo ultrassônico que mantém os insetos Militares afastados em fuga
Esquema numérico do Correio Quadril Pode ser a de Noé ou a da Aliança (Bíb.)
Bochechas (?): podem indicar a doença rosácea
Estado natal de Amado Batista (sigla) Camila Queiroz, em "Verdades Secretas"
Cogumelo dos jogos do "Mario"
Núcleo, em inglês Ingrediente do concreto Tipo de tecido quadriculado
Dique onde os navios atracam
(?) Ferrero, ex-vocalista da banda NX Zero
Ingredientes: 500 g de amendoim cru, sem pele e sem sal 1 colher (chá) de sal 1 e 1/2 xícaras de açúcar (opcional) Óleo de coco sem gosto (opcional)
Conjunto de bens Nossa (?): interjeição
Ingrid Martz, atriz mexicana Primeira exibição Troça por telefone
Bonito, em espanhol Faixa (?): relativa à idade
(?) japoneses: ferramentas de cortes precisos e dentes afiados
Móvel estofado que pode ser em L
Rituais em honra do deus Baco
Mamífero do Congo, da família da girafa Pé, em inglês
Barulho de explosão Embarcação a vela ou a motor, para lazer ou competições
"(?) baba!": expressão indiana
Modo de preparo:
Osso detrás da bacia Tecla de alternativa
Damas de companhia (?)/Off: liga/desliga
Sílaba de "antídoto" Comissão Parlamentar de Inquérito (sigla)
Chefe; Substânlíder cia que diminui ou elimina sensibilidade a dor
2/on. 4/core — foot — toad. 5/guapo.
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Solução C R O S T X A J G U R A S E S I C M A
E T A R I A C U S T O D I A S
C R I OS A D A A R A D R E Z D O P O P R T E R R O O U R TE G A I O R A N E S
P R I D A D E S C E P C A S E A N G E L C O R E C A T N IM D O TE E M I ER E N Ã S L T E S E O O F O T S A C RO A S A N L C P I T E S I CO
BANCO
1. Distribua o amendoim em uma assadeira e leve ao forno médio até tostar levemente, por mais ou menos dez minutos; 2. Retire do forno, deixe esfriar um pouco, em seguida, leve o amendoim ainda quente ao processador. Bata até obter uma mistura homogênea. O óleo do amendoim pode demorar a ser liberado; 3. Acrescente o sal, o açúcar, que é opcional, e o óleo aos poucos para ajudar na textura se for necessário. Bata novamente até os ingredientes ficarem incorporados; 4. Guarde em um pote com tampa e deixe descansar na geladeira por 24h, para apurar o sabor, antes de servir.
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Belo Horizonte, 4 a10 de fevereiro de 2022 Divulgação - PBH
Em Ribeirão das Neves, Casa Semifusa promove a cultura e arte com diversas oficinas gratuitas PERIFERIA A iniciativa pretende estimular a juventude a construir novas narrativas culturais sobre a cidade Rodrigo Ataides /Divulgação
Maria Araújo O espaço cultural Casa Semifusa, inaugurado em janeiro em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, conta com estruturas para produção audiovisual, estúdio musical, salas e espaço para performances, formações, shows, espetáculos e reprodução cinematográfica. Neste mês de fevereiro, o espaço, organizado pelo Coletivo Semifusa, abre inscrições, na quarta (9) para diversas formações que acontecem em março. No dia 13, é realizada mais uma edição do “Sarau no Ribeirão”. Com duração de até seis meses, são 11 oficinas oferecidas gratuitamente: Capoeira Angola, Videoclipe, Dança de Rua, Jazz Funk, Teatro, Graffiti, Beat, Introdução à Moda, Design de Interiores, Desenho e Economia Criativa. O “Sarau no Ribeirão”, é um evento que acontece desde 2012 e reúne poetas e músicos da cidade. O evento, a partir deste ano, será contínuo e acontecerá uma vez por mês. Além disso, no dia 19 de fevereiro, o coletivo também oferta oficina de construção de instrumentos musicais com material reciclável. E no dia 27, terá apresentação do bloco de carnaval Trem Di Doido e almoço na casa. O Instituto Cultural Semifusa Desde 2009, o instituto se propõe a incentivar e produzir arte, cultura, desenvolvimento social e economia criativa na cidade de Ribeirão das Neves. O Semifu-
Inauguração da “Casa Semifusa”
sa é uma organização sem fins lucrativos, que democratiza o acesso à cultura e promove o sentimento de pertencimento à cidade. Criado por moradores da periferia, o coletivo realiza eventos culturais, pesquisas e manifestações na cidade. Inicialmente, segundo Antônio Carlos, comunicador do coletivo, a finalidade era desconstruir os estigmas voltados a Ribeirão das Neves, produzindo novas narrativas socioculturais e artísticas. Eventos como o Encontro de Compositores, o Festival Pá na Pedra, o Neves Encena, Sarau no Ribeirão, Grito Rock são alguns desenvolvidos pelo Semifusa nos últimos dez anos, além do Seminário Metropolitano de Estudos sobre a Periferia, que pauta o debate sobre cultura e território.
Além dos eventos, o Semifusa foi e é responsável por gerir campanhas para os cidadãos. Há exatos 10 anos, por exemplo, foi criada a campanha "O que você sabe sobre Neves?”. Esse projeto provocava os moradores a conhecer mais a cidade e foi inspirado na campanha colombiana, “Y tú, ¿que sabes de Bogotá?" O Semifusa realiza também diversos trabalhos baseados em personagens importantes da cidade e em elementos que ressaltam a imagem de Ribeirão das Neves de maneira positiva. Por exemplo, atividades que apresentam importantes figuras nascidas em Neves, como Henfil, Piazza e o campeão de slackline Alisson Ferreira. Ademais, também exaltam a gastronomia da cidade, seus bens culturais e reservas naturais.
No dia 22 de janeiro, o instituto obteve uma grande conquista: inaugurou seu espaço físico, a Casa Semifusa. “Neste ano, a gente traça um novo caminho com a abertura da sede própria. O espaço nasce com o conceito de negócios sociais, projetos de impacto, economia criativa, fruição artística e cultural e desenvolvimento local”, ressalta Antônio Carlos. As inscrições para as oficinas estarão abertas a partir de quarta (9) e serão realizadas presencialmente na Casa Semifusa, de segunda à sexta, entre 14h e 18h, ou pela internet com link que será disponibilizado no site e nas redes sociais do instituto. A Casa Semifusa está localizada na Rua Cataguases 73, Sevilha B, em Ribeirão das Neves.
Mais informações coletivosemifusa.org Instagram: @semifusacoletivo Facebook facebook.com/InstitutoCulturalColetivoSemifusa
Art Pop Miguilim A exposição itinerante “FotoPerformance e Minha comunidade cabe numa maquete” pode ser visitada até o próximo dia 28 no Centro de Referência das Juventudes, em Belo Horizonte. São 20 telas que utilizam a técnica de pintura em tinta acrílica. A iniciativa busca valorizar as identidades coletivas e individuais das crianças e adolescentes em situação de rua atendidas no Centro Pop Miguilim, além de promover a discussão com a sociedade das violações sofridas por elas. A entrada é gratuita e o endereço é Rua Guaicurus, 50, no Centro. Divulgação
Curso gratuito para DJs A Escola Widemuzik abre inscrições gratuitas para o Projeto Fone, que oferece cursos de DJ e Marketing para DJs jovens das periferias de Belo Horizonte. O projeto é voltado para jovens a partir de 18 anos. As atividades serão realizadas nos dias 4 e 5 de fevereiro, no Centro Cultural do Bairro das Indústrias, e de 8 a 12 de fevereiro, no Centro Cultural Alto Vera Cruz. As inscrições devem ser feitas no link disponibilizado na página da escola no Instagram @widemuzik e nos centros culturais.
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Futsal: Brasil bate o Uruguai e pega a Argentina nas semifinais da Copa América
CBF divulga tabela da série B
ESPORTES
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Amanda Paiva /CBF
Thais Magalhães /CBF
Em partida realizada na Arena SND, em Assunção (PAR), a Seleção Brasileira de Futsal derrotou o Uruguai por 2 a 0, garantindo vaga nas semifinais da competição. Os dois gols foram marcados pelo pivô Pito. Com a vitória,
´
a Seleção encerrou a fase de grupos com 4 vitórias, 14 gols feitos, apenas 3 sofridos e o melhor desempenho do grupo A. O próximo adversário é a Argentina, valendo vaga na finalíssima. O jogo acontece no sábado (5), às 18h30.
Nesta quinta-feira (3), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou a tabela da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. A competição começa no dia 8 de abril e vai até 5 de novembro. O adiantamento do fim do campeonato ocorre porque, em 21 de novembro, terá início a Copa do Mundo do
Catar. O Cruzeiro estreia contra o Bahia, em Salvador. O dia do jogo ainda não foi definido. Além do Bahia, outros times que foram rebaixados no último ano foram a Chapecoense, o Grêmio e o Sport. Na quarta (2), a CBF já havia divulgado a tabela da série A. ANÚNCIO
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Belo Horizonte, 4 a10 de fevereiro de 2022
Comissão afasta arbitragem do jogo entre Cruzeiro e América
ESPORTES
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Marco Galvão / CBF
Mourão Panda / América FC
Após analisar as imagens da partida entre Cruzeiro e América, realizada na quarta-feira (2), a Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol afastou o árbitro Ricardo Marques e o auxiliar Marcyano da Silva Vicente. Os dois passarão por um período de “reciclagem”. Os lances que motivaram a decisão foram o gol de Edu, pelo Cruzeiro, anulado no início do primeiro tempo, e a não ex-
pulsão do atacante americano Wellington Paulista, após um chute no rosto do volante William Oliveira. A partida terminou em 2 a 0
para o Coelho, o que rendeu ao time alviverde a subida para a vice-colocação no campeonato, atrás apenas do Atlético Mineiro.
“Pra você, Moïse, nossos pensamentos com você e sua família!”
Gol de placa
Antony Matheus dos Santos, atacante do Ajax e da Seleção Brasileira, homenageando o refugiado congolês Moïse Kabamgabe, que foi brutalmente assassinado na última semana, na barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
A Seleção Brasileira goleou o Paraguai por 4 a 0, na terça (1), no Mineirão, pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Grande atuação dos jovens Raphinha, Antony, Vinícius Jr. e Matheus Cunha. O adversário era fraco, mas a Seleção venceu e convenceu!
TOCA AQUI, AMIGO!
O jogo entre Patrocinense e URT, pelo Campeonato Mineiro, teve cinco expulsões, todas elas após o apito final! O fato ocorreu devido a um conflito generalizado, segundo a súmula do árbitro Murilo Francisco Misson Júnior. O time de Patrocínio venceu por 1 a 0.
@ANDREFIDUSI
Gol contra
Temporada promissora
Cruzeiro freguês
Nada de desânimo!
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
Com a vitória de 2 a 0 sobre o Cruzeiro pela terceira rodada do Mineiro, o América somou quatro vitórias seguidas contra os estrelados, feito que não ocorria desde 1949. Antes dessa atual sequência, o Coelho ficou quatro anos sem ganhar da Raposa. Mas, a partir de 2020, Decacampeão a chave virou: o declínio do Cruzeiro, fixando-se na Série B e com situação calamitosa extracampo, e o crescimento do América, semifinalista da Copa do Brasil, manutenção na Série A e conquista de vaga na Libertadores, passaram a se refletir nos clássicos. O jogo de 2022 foi um pouco atípico, com os times ainda em montagem e com expulsão de jogador cruzeirense logo aos 20 minutos. Mas o América novamente demonstrou tranquilidade, eficiência e superioridade.
A goleada de 4 a 0 sobre o Uberlândia, no Triângulo Mineiro, comprova o acerto, embora numa decisão conservadora, do técnico Antonio “El Turco” Mohamed de fazer a “rodagem” para conhecer o grupo. Os gols saíram quase que naturalmente, mesmo com uma É Galo doido! equipe alternativa, mista ou genérica. O objetivo inicial é preparar o time para a Supercopa do Brasil, contra o Flamengo, no dia 20 de fevereiro, e, mais adiante, a estreia no Brasileiro contra o Internacional, em abril. O elenco é comprovadamente forte e sustenta o favoritismo de 2021. Cabe ao novo comandante manter o estilo de jogo ou potencializá-lo. Ademir e Fábio Gomes, recém-contratados, mostraram serviço. A temporada é promissora.
Salve, nação celeste! A importância das vitórias sobre equipes do interior se fez sentir no clássico contra o América. Mesmo diante de um adversário em melhor momento e com uma equipe mais sólida, se o gol de Edu não fosse anulado de modo incorreto,Negra o resultado podeLa Bestia ria ser outro. Assim, o tempo necessário para a formação da equipe deve buscar garantir pontos contra times do interior. Nada de desânimo. O importante é o Cruzeiro se acertar para dois confrontos importantes nos próximos 30 dias: a estreia na Copa do Brasil, contra o Sergipe, no dia 23, e o clássico contra o Atlético, no dia 6 de março. Que mais três pontos contra a Caldense nos ajudem a seguir nessa toada. Saudações celestes!
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