Edição 388 do Brasil de Fato MG

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Freepick

José Cruz /Agência Brasil

Cotonete pode?

Voto em trânsito

Hábito de limpar os ouvidos com cotonetes é comum, mas esse tipo de limpeza é contraindicado

Eleitores que estiverem fora de sua cidade nos dias das eleições podem votar, saiba como

AMIGA DA SAÚDE 10

NOSSOS DIREITOS 10

MG Minas Gerais Belo Horizonte, 29 de julho a 4 de agosto de 2022 • edição 388 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Ana Carolina Vasconcelos

Dívida do Estado aumentou em R$ 50 bilhões no governo Zema

Principal promessa de campanha do governador em 2018 não foi cumprida. A gestão de Romeu Zema (Novo) teve mais recursos disponíveis e contou com a suspensão do pagamento da dívida com a União. No entanto, ao final do mandato, o Estado estará ainda mais endividado. Em acordo político com Bolsonaro, Zema abriu mão de R$ 126 bilhões a que teria direito como compensação pelas perdas decorrentes da Lei Kandir. Gestão também é marcada por desmonte da educação, escândalo na Cemig, "fura fila da vacina" e atropelo da Assembleia Legislativa para impor o Regime de Recuperação Fiscal I ESPECIAL

Parque Izidora

Lula quer retomar Bolsa Família

Movimento em BH quer proteger área com quase 300 nascentes e uma rica diversidade de fauna e flora

Ex-presidente prometeu recriar ministérios, como o da Cultura, criar outros e retomar Bolsa Família de R$ 600

CIDADES 4

BRASIL 9


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 29 de julho a 4 de agosto de 2022

EDITORIAL

Zema: governo para mineradoras, empresários e elites Quase quatro anos se passaram desde que Romeu Zema (Novo) foi eleito govenador. Na época da campanha, o empresário prometia ser a novidade, já que não se considerava um político. No entanto, hoje, esse discurso não cola mais. Zema se mostrou mais do mesmo esquema: governa para as mineradoras, para os empresários e para as elites mineiras. É a velha política sem tirar nem pôr. Do ponto de vista fiscal, o Estado hoje está mais endividado do que em

ESPAÇO DOS LEITORES “Informações super necessárias e pertinentes, até mesmo para contribuir com o fortalecimento do SUS” Tatiane Braga comenta a nova coluna “O SUS no seu cotidiano” -“Este governo despreza o servidor público, desconhece as políticas públicas, governa para empresários e menospreza as questões sociais” Lina Rocha, sobre a matéria “Conselho de Assistência Social de MG pede retratação de Zema após menosprezar profissionais” -“É de matar de tristeza ler uma notícia dessas. Um dos melhores lugares em que já pisei na terra, quanta saudade! Muito triste como a arte é tão desvalorizada pelo governo. Que venham melhorias” Isabela Garcia comenta a matéria “Em situação precária, única escola pública e profissionalizante de artes em MG está sob ameaça”

Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em instagram.com/brasildefatomg

Zema parece um garoto mimado

Governador se mostrou mais do mesmo esquema O que acontecerá em Minas Gerais, com as nossas estatais, como a Cemig e a Copasa?

2019. Para piorar, uma negociação entre Zema e Bolsonaro fez com que Minas abrisse mão de mais de R$ 100 bilhões que o estado perdeu com a lei Kandir. Aliás, os dois guardam muitas semelhanças entre si. Ambos autoritários e neoliberais, que retiram direitos dos trabalhadores, atacam o funcionalismo e os serviços públicos, desmontam a educação e a saúde. Assim como o presidente, Zema parece um garoto mimado que faz de tudo para conseguir o que quer. A insistência em aprovar a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal, proposto pelo governo federal, demonstrou o quão antidemocrático é: mesmo com a resistência dos movimentos populares e sindicais e da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Zema recorreu ao STF. E, rapidamente, obteve a autorização para impor a medida a população mineira. Medida

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

essa que fracassou no Rio de Janeiro, primeiro a aderir ao projeto. Além de verem a dívida saltar, os cariocas passam por congelamento de salários, suspensão de concursos públicos e privatização de estatais. Todas exigências da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal.

Por um projeto popular Estamos às vésperas das eleições que, neste ano, têm caráter estratégico para nós, que temos o compromisso de repensar o Brasil e apresentar medidas que resolvam os problemas do nosso povo. E para isso, as eleições são só uma parte do nosso desafio. Além de presidente e governador, precisamos eleger deputadas e deputados comprometidos com as lutas sociais. Mas sabemos que tudo isso ainda será pouco. Pensar um projeto de sociedade significa transformar estruturas que, historicamente, mantêm os povos vulneráveis, os trabalhadores precarizados, as mulheres violentadas e a juventude negra na mira da polícia. Este sim é o nosso maior desafio, fazer do processo eleitoral mais um passo na busca por uma vida plena para todas as pessoas.

PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: 31 9 8468-4731 e 31 9 8888-1817

conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Edição Geral: Larissa Costa (Mtb 22066/MG) Subedição: Amélia Gomes, Elis Almeida, Frederico Santana, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira Redação: Amélia Gomes, Ana Carolina Vasconcelos, Maria Paula Araújo , Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Colaboração: André Fidusi, Anna Carolina Azevedo, Diego Silveira, Joana Tavares. Colunistas: Antônio de Paiva Moura, Beatriz Cerqueira, Bráulio Siffert, Eliara Santana, Fabrício Farias, Frei Gilvander Moreira, Iza Lourença, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, José Prata Araújo, Luiza Dulci , Macaé Evaristo, Makota Celinha, Moara Saboia, Portal do Bicentenário da Independência, Renan Santos, Rogério Hilário, Rubinho Giaquinto, Sofia Barbosa, Tarifa Zero Administração e distribuição: Luiz Paulo Macedo Alves e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Revisão Luciana Gonçalves Tiragem: 80 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação


Belo Horizonte, 29 de julho a 4 de agosto de 2022 Divulgação

Declaração da Semana

Nando Reis, durante show em Belo Horizonte.

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Números da Semana

161 “Quem tem coração, sabe o que fazer. Fora, Bolsonaro! A gente quer paz e não pode ter um homem que quer guerra”

GERAL

mulheres, somente, foram eleitas em 2018 para as assembleias legislativas em todo o país. O número, equivalente a 15% dos postos, reforça a necessidade da luta por uma maior representatividade feminina na política brasileira.

Morro Arte Mural em BH

Divulgação/Área de Serviço

Quem passar pela Avenida Antônio Carlos, na altura da Vila Nova Cachoeirinha, a partir de sábado (30), verá o Morro Arte Mural (MAMU), um grafite realizado pela Criola. A artista belo-horizontina é conhecida por seu trabalho de retratar as subjetividades da mulher negra. O MAMU é um projeto que cria macro murais com as casas de vilas e comunidades. No dia 7 de agosto, será realizada uma festa de encerramento na comunidade, das 14h às 20h. Mais informações em @publica.art, no Instagram.

Estacionamento reservado em BH

Valter Campanato /Agência Brasil

A prefeitura alterou, na terça (26), as regras para a emissão da credencial de estacionamento reservado para pessoas com deficiência. A mudança amplia a possibilidade de acesso ao documento, que considera diversas condições que dificultam o deslocamento com segurança e autonomia nos espaços de uso coletivo. Para se cadastrar, acesse servicos.pbh.gov.br e digite, na busca, a palavra “credencial”.


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CIDADES

Belo Horizonte, 29 de julho a 4 de agosto de 2022

Movimento quer construção de parque na Mata da Izidora, em Belo Horizonte PRESERVAÇÃO Território rico em biodiversidade resiste ao avanço imobiliário e à degradação

NaRua Uberaba

Ana Carolina Vasconcelos Uma área na capital mineira, com quase 300 nascentes, mais de 60 córregos e uma rica diversidade de fauna e flora, pode ganhar um parque. Esse é objetivo do Movimento Parque Izidora, que busca avançar na proteção da Mata da Izidora. Resistindo ao avanço imobiliário, o território é uma das poucas áreas de Belo Horizonte não tomada pelas grandes construções. No entanto, a legislação não tem sido suficiente para garantir a preservação do local. “Por não ser uma área protegida oficialmente, há

usos que degradam. Sempre tem alguém que vai lá e coloca fogo. E as bordas viram áreas de bota-fora”, explica Tulaci Bhakti, membro do Movimento Parque Izidora. Dificuldades de acesso, caça ilegal, falta de iluminação e pouca segurança também trazem preocupações à população do entorno da mata. É o que conta Robson Cardoso, coordenador da Casa de Francisco, projeto ecológico da Arquidiocese de Belo Horizonte, que ocupa a maior área de proteção da mata. “Tudo isso faz com que o lugar se torne uma referência negativa. O território merece ser restaurado,

porque tem muito a oferecer de potencial positivo”, aponta. Em nota ao Brasil de Fato MG, a Prefeitura de Belo Horizonte reforçou que “se mantém disponível para estudar a possibilidade e discuti-la com a comunidade e outros setores”. Leia a matéria na íntegra em brasildefatomg.com.br ou pelo qrcode

ANÚNCIO

Na Encontro de Cannabis Medicinal A primeira edição do seminário acontece no sábado (30), às 16h, no Teatro Experimental de Uberaba (TEU). A programação conta com debates sobre uso terapêutico, cultural e religioso da planta, além da história da cannabis no Brasil. A entrada é gratuita. Feira Negra O evento quinzenal valoriza os trabalhos afros de artesãos de Uberaba, Uberlândia, Araxá, Araguari e Patrocínio. Na sexta (29), uma roda de conversa na Praça Uberaba encerra a semana em homenagem às mulheres negras, latino-americanas e caribenhas. Mais informações, em @feiranegrauberabense Livro do Suplicy No último dia 26, Eduardo Suplicy lançou na cidade seu livro “Um jeito de fazer política”. A obra une a trajetória do político e uma de suas principais bandeiras: o projeto renda básica. Além de Uberaba, o livro foi lançado nesta semana em Uberlândia e em Belo Horizonte. O NaRua Uberaba produz conteúdo informativo com movimentos populares da cidade. Acesse @naruauberaba, no Instagram, e leia artigos feitos pelo coletivo em brasildefatomg. com.br.

Últimas notícias dos comitês populares: Com o objetivo de combater a disseminação de notícias falsas durante o período eleitoral, o Comitê de Luta Pátria Livre organizou, na terça (26), uma formação sobre Fake News em BH. Participaram do encontro os moradores da Pedreira Prado Lopes, uma das mais antigas e maiores periferias da cidade. No sábado (30), o comitê popular de Casa Branca, em Brumadinho, fará um café da manhã coletivo. A atividade, que acontece na praça São Sebastião, será um momento de convivência e de bate-papo sobre qual o melhor futuro para o país. Começa às 10h e é aberto ao público.

Os comitês populares reúnem pessoas por bairro, escola ou local de trabalho para discutir como melhorar a situação do país. Já são centenas espalhados pelo estado. Caso tenha interesse em participar, uma cartilha orienta e dá dicas de atuação. Envie uma mensagem para frentebrasilpopularmg@gmail.com ou para (31) 9 8425-9848.


ESPECIAL

Belo Horizonte, agosto de 2022

Dívida do Estado aumentou em R$ 50 bilhões no governo Zema Principal promessa de campanha do governador em 2018 não foi cumprida. A gestão de Romeu Zema (Novo) teve mais recursos disponíveis e contou com a suspensão do pagamento da dívida com a União. No entanto, ao final do mandato, o Estado estará ainda mais endividado. Em acordo político com Bolsonaro, Zema abriu mão de R$ 126 bilhões a que teria direito como compensação pelas perdas decorrentes da Lei Kandir. Gestão também é marcada por desmonte da educação, escândalo na Cemig, “fura fila da vacina” e atropelo da Assembleia Legislativa para impor o Regime de Recuperação Fiscal

MG


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ESPECIAL

Belo Horizonte, agosto de 2022

Zema deixa o Estado com mais dívidas do que quando assumiu em 2019 ECONOMIA Em 2020, Minas celebrou acordo com a União, abrindo mão de R$ 126 bilhões Bruno Carvalho e Wallace Oliveira A gestão de Romeu Zema (Novo) teve mais recursos disponíveis e contou com a suspensão do pagamento da dívida com a União. No entanto, ao final do mandato, o estado estará ainda mais endividado. Os dados, disponíveis no portal Transparência MG, apontam que a principal promessa de campanha do governador em 2018, o equilíbrio das contas públicas, não foi cumprida. No final de 2021, a dívida de Minas chegou a mais de R$ 173 bilhões. O maior crescimento nominal ocorreu com Zema no governo, em cerca de R$ 50,3 bilhões, ou seja, mais do que em quatro anos de governo Pimentel (PT), quando a dívida cresceu R$ 31,6 bilhões. A explicação é que a maior parte, a dívida com a União,

Principal promessa de campanha do governador em 2018 não foi cumprida foi suspensa graças a uma liminar obtida no final do governo Pimentel, em 2018. A suspensão do pagamento de cerca de R$ 40 bilhões aos cofres federais permitiu, a partir de 2021, pagar os vencimentos dos servidores em

dia. Por outro lado, o serviço público teve os salários congelados. “No futuro, essa dívida vai ter que ser paga e pouco importa se ela vai ser postergada”, pontua o auditor fiscal Marco Túlio da Silva, viceARRECADAÇÃO TOTAL NA GESTÃO ZEMA

ARRECADAÇÃO TOTAL NA GESTÃO PIMENTEL 2015

76,15

2019

99,54

2016

83,95

2020

104,25

2017

88,62

2021

128,99

2018

43,82*

2022

59,24

TOTAL 292,54

BILHÕES

TOTAL

392,02 BILHÕES

-presidente da Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de Minas Gerais (Affemg). Mais dinheiro em caixa Além da suspensão de pagamentos, Zema contou com um crescimento das receitas. A arrecadação subiu de R$ 292,5 bilhões, entre 2015 e 2018, para nos últimos três anos e meio, R$ 392 bilhões. Nesse aspecto, a gestão Zema foi beneficiada por três fatores. O primei-

ro foi o crescimento real de 3% nas receitas tributárias, puxadas pela inflação do combustível, da energia e de outros bens e serviços, fazendo aumentar a arrecadação de impostos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Além disso, MG recebeu R$ 8 bilhões a mais em transferências da União. Outro reforço veio do acordo firmado com a Vale pela reparação do crime cometido em Brumadinho. Já foram incorporados ao orçamento estadual cerca de R$ 4,5 bilhões pagos pela mineradora. PPara Hugo René, presidente do Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação de Minas Gerais (Sinfazfisco), o governo demonstra falta de compromisso com as contas públicas. “A dívida tem juros e ele deixa correr com dinheiro em caixa”, critica.

Em acordo político com Bolsonaro, Zema abriu mão de R$ 126 bilhões Em 2020, Zema fechou um acordo com o governo Bolsonaro (PL) e abriu mão de R$ 126 bilhões a que teria direito como compensação pelas perdas decorrentes da Lei Kandir. Essa lei federal de 1996 liberou empresas que exportam bens primários, como minério de ferro e produtos agrícolas, de pagarem o ICMS, um dos tributos mais importantes para o financiamento dos estados.

CRESCIMENTO NOMINAL DA DÍVIDA 2002 A 2022 - EM BILHÕES DE REAIS EVOLUÇÃO NOMINAL

VARIAÇÃO

GOVERNO ELEITO / RESPONSÁVEL

2002 A 2014

R$53,1

GESTÃO AÉCIO / ANASTASIA

2014 A 2018

R$31,6

GESSTÃO PIMENTEL

2018 A 2022

R50,30

GESTÃO ZEMA

EVOLUÇÃO TOTAL

R135,0

GESTÕES AÉCIO/ ANASTASIA / PIMENTEL / ZEMA

Em 2016, uma decisão do STF determinou que o Tribunal de Contas da União deveria estabelecer regras para compensar os estados. Na época, um levantamento da

Secretaria de Estado da Fazenda apontava que Minas teria direito a receber R$ 135 bilhões da União. Porém, no acordo com o governo federal, o governo de

Minas consentiu com uma compensação menor: R$ 8,7 bilhões, parcelados até 2037. Desse modo, o governo estadual abriu mão de 93% do total.

“Se Minas concede esse desconto à União, esta, por sua vez, quer que o estado pague sua dívida integral. Mas também poderia haver uma negociação para rever a dívida com a União”, defende o economista Marco Túlio Silva. Outro lado A reportagem fez contato com a assessoria do governo de Minas Gerais para comentar as questões abordadas e aguarda resposta.

EXPEDIENTE O Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em sete estados. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e em nosso estado. Esta edição especial é uma parceria do Brasil de Fato MG com Affemg, APUBH, Atens, Cáritas, Cress, CTB, CUT, Fetrafi, Serjusmig, Sindágua, Sindibel, Sindicefet, Sindieletro, Sindifes, Sindsema, Sinjus, Sinpro, Sinttel e Sind-UTE. Tiragem: 80 mil exemplares. www.brasildefatomg.com.br I (31) 9 8468-4731


Belo Horizonte, agosto de 2022

ESPECIAL

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Regime de Recuperação Fiscal de Zema não vai melhorar a situação de MG, dizem especialistas ATROPELO Categorias do funcionalismo público realizam ato no dia 5 de agosto contra a medida do governador Brasil de Fato MG

Ana Carolina Vasconcelos e Andressa Schpallir Depois de articular com Bolsonaro e passar por cima do legislativo mineiro, em julho, Romeu Zema (Novo) avançou na adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O projeto, criado por Temer (MDB) e atualizado por Bolsonaro (PL), é criticado por especialistas e servidores públicos. Para eles, a adesão ao RRF, além de não melhorar a situação do estado, pode deixá-la ainda pior. Ao aderir à proposta, a dívida dos estados com a União pode ser suspensa e ter condições diferenciadas de pagamento ao longo de nove anos. Porém, ela é cobrada posteriormente com correções e juros. Em março deste ano, Minas devia aproximadamente R$ 105,6 bilhões. Além disso, o regime impõe exigências, como a suspensão de concursos públicos, a proibição de reajustes salariais aos servidores e a privatização de estatais. Na avaliação de Maria Aparecida Meloni, vice-presidenta da Associação Nacional das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), a adesão ao regime implica supressão de serviços essenciais e a perda de autonomia estatal. “O RRF não vai melhorar a situação do estado. É uma proposta que já foi testada e não produziu os efeitos desejados”, argumenta. Experiência O Rio de Janeiro foi o primeiro a aderir à proposta,

tado confesse sua dívida com a União e a renegocie, com um prazo de 30 anos para o pagamento. Além dessa, especialistas afirmam que existem outras alternativas ao RRF, como a revisão da dívida Zema quer RRF a todo custo

Movimentos populares e sindicais organizam agenda de luta contra o Regime de Recuperação Fiscal

em 2017. Com uma dívida que, na época, correspondia a 240% de sua receita, a expectativa era de que a situação do estado fosse melhorar. Porém, três anos depois, o Rio viu a dívida saltar para 310%. “Não deu certo. O RRF tirou a autonomia do estado, obrigou a privatização de empresas públicas e criou uma situação muito delicada”, diz Jairo Nogueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT). Para garantir a continuidade no programa, em 2021, o Rio de Janeiro privatizou a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Após a venda, a empresa já contabilizava

O RRF exige a proibição de reajustes salariais e a privatização de empresas estatais em fevereiro deste ano 1,8 mil demissões. Alternativas Em maio, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) votou favorável ao Projeto de Lei (PL) 3.711, em resposta à insistência de Zema, que não conseguiu a aprovação do RRF no legislativo. Diferente do regime, o PL 3.711 autoriza que o es-

RIO DE JANEIRO FOI O PRIMEIRO ESTADO A ADERIR AO REGIME DE RECUPERAÇÃO FISCAL

2017 Dívida era de 240% de sua receita 2020 Dívida saltou para 310% de sua receita

Na ALMG, o PL 1202, de adesão à ao Regime de Recuperação Fiscal, tramita desde 2019. Em 2021, Zema encaminhou um pedido de urgência na apreciação da proposta. Porém, em meio a protestos dos movimentos populares e forte oposição dos parlamentares, o PL não foi ao plenário. Em maio deste ano, Zema solicitou novamente urgência aos deputados e, sem alcançar seu objetivo, recorreu às articulações nacionais. No início de julho, o governador se reuniu com Bolsonaro e pediu seu apoio para a implementação da medida. Após o encontro, uma decisão do ministro Nunes Marques, indicado pelo presidente ao STF, delegou ao Ministério da Economia a aprovação ou não da solicitação de Zema. Dias depois, a resposta foi de que o estado está apto a aderir ao regime. Agora, o Ministério da Economia e o governo de Minas devem elaborar o Plano de Recuperação Fiscal, que descreve as medidas que serão tomadas nos próximos anos.

e o questionamento de valores cobrados irregularmente, com uma auditoria. Dados do Tesouro Nacional demonstram que Minas quitou R$ 45,8 bilhões de juros e amortizações, entre 1998 e 2019. Porém, no mesmo período, a dívida do estado aumentou de R$ 14,9 bilhões para R$ 93,7 bilhões. “Existem outras formas para que Minas acerte seu débito. Por exemplo, nunca se apurou o valor real que o estado deve”, aponta Ronaldo Ribeiro, diretor do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado de Minas Gerais (Serjusmig).

Sindicatos se mobilizam contra o RRF Um ato na Cidade Administrativa está previsto para sexta (5), às 9h, com representação das categorias do funcionalismo público estadual. Também se somam à luta os metroviários, petroleiros e trabalhadores dos Correios. Para Valéria Morato, presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), os servidores serão os primeiros a serem afetados com o Regime de Recuperação Fiscal. “Os trabalhadores já não têm reposição salarial justa há anos e teriam seus salários congelados, além de outros direitos suspensos. Também seriam proibidas novas nomeações e realização de concursos públicos, prejudicando serviços que já são insuficientes e com carência de servidores”, afirma.


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ESPECIAL

Belo Horizonte, agosto de 2022

Como Bolsonaro, gestão de Zema foi de desmonte na educação e de ataques ao meio ambiente MESMA COISA Descaso no combate à pandemia e desvalorização dos servidores também são marcas do governo estadual Renato Cobucci /Imprensa MG

Amélia Gomes Apesar da tentativa de se desvencilhar de Jair Bolsonaro (PL), Romeu Zema (Novo) chega ao quarto ano de mandato com muitas semelhanças ao governo federal. O Brasil de Fato MG elenca abaixo alguns episódios polêmicos que desagradaram a população mineira. Governador ou vendedor? Sem forças na Assembleia Legislativa (ALMG), Romeu Zema recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impor o Regime de Recuperação Fiscal, que, entre outras coisas, coloca em risco a Cemig e a Copasa. A venda das principais estatais do estado se somaria a do Aeroporto da Pampulha e da rodoviária de Belo Horizonte, já entregues à iniciativa privada. Zema quer vender empresas estratégicas para a economia como a Codemig e a Gasmig. “Ele é um defensor de que as empresas possam lucrar com o dinheiro público. Mas dinheiro público deve fortalecer o que é público”, comentou a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT). Desmonte da educação pública A educação também está em vias de privatização. Além do projeto Somar, que entrega a gestão de escolas públicas à iniciativa privada, a municipalização das instituições é uma das formas para desmontar o ensino público. “O saldo é de ausência completa de políticas públicas e a

FALA POVO

Eleito com a promessa de inovar, Romeu Zema (Novo) chega ao quarto ano de mandato com marcas típicas da velha política, como o escândalo de fura-fila da vacina e as denúncias de favorecimento a às mineradoras. O Brasil de Fato MG quer saber: qual a avaliação que os eleitores mineiros fazem da sua gestão? “Este governo representa quatro anos de estagnação e, por vezes, de retrocesso. Não vi avanços nas políticas públicas. A saúde, se não fosse pelo prefeito, BH teria um desempenho bem ruim no enfrentamento à pandemia da covid-19”

negação do direito constitucional à educação”, critica Denise Romano, coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE). Recentemente, a categoria luta pelo pagamento do piso salarial estadual, negado por Zema. A entidade denuncia que, nesses quatro anos, o investimento na educação esteve abaixo do mínimo exigido pela Constituição, que é de 25% da arrecadação. Escândalo no Cemig A investigação feita pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da ALMG concluiu que, entre outras denúncias, o vice-presidente do diretório estadual do partido de Zema, Novo, Evandro Negrão Júnior, teve influência em decisões importantes na Cemig, apesar do empresário não ter cargo nem na estatal nem no executivo estadual. Além do uso de mais de R$ 1 bilhão em uma contratação irregular, denúncias de espionagem contra os trabalhadores também vieram à tona. Para Emerson Andrada, coordenador do Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro), o

desmonte foi uma estratégia. “O governador piora a Cemig e aponta para a população que, se privatizar, vai melhorar”, ressalta. A recomendação final da CPI pediu o indiciamento de 16 pessoas por diversos crimes. Serra do Curral e outros ataques ao meio ambiente Zema começou seu mandato liberando uma série de licenças às mineradoras, inclusive à Vale que, em 2019, cometeu um dos maiores crimes socioambientais do país, em Brumadinho. Além do acordo de reparação firmado com a mineradora, sem escuta às comunidades atingidas, em apenas um mês, o governador assinou cinco medidas que beneficiaram mineradoras no estado. Atualmente, o executivo está em queda de braço com a população para liberar a mineração na Serra do Curral. O projeto pode colocar em risco o abastecimento e a saúde dos moradores. “Desde maio de 2021, Zema segue adiando a votação do tombamento estadual da Serra”, denuncia o movimento Tira o Pé da Minha Serra.

Luzia Barcelos, aposentada

“O governo só quer privatizar e retirar direitos, não temos esperança nenhuma. Professores aprovados no concurso de 2017 estão desempregados, porque não foram convocados até hoje. Para nós, foi o governo da fome e da miséria” Marcos Alex de Souza Pratos, professor

“É um governo autoritário, privatista e ecocida, que quer retirar R$ 3,5 bilhões do acordo de reparação dos atingidos pelo crime em Brumadinho para fazer um rodominério, que coloca em risco imediato o abastecimento de toda a população da região metropolitana” Adriana Souza, ativista ambiental “Há um movimento interessante de incentivos à esfera privada, mas, na contrapartida, não consigo perceber os mesmos incentivos à esfera social. A visão do governo é baseada unicamente no custo e quase nunca no benefício social” Harley Lima, analista de tecnologia da informação


Belo Horizonte, 29 de julho a 4 de agosto de 2022

BRASIL

99 Ricardo Stuckert

OMS declara varíola de macacos como emergência de preocupação: o que isso representa? AFP

Michele de Mello A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de varíola de macaco (hMPXV: Human Monkeypox Virus - sigla em inglês) como uma emergência de preocupação internacional. A doença viral foi identificada na década de 1970, na República Democrática do Congo, tor-

nou-se endêmica na África Central e África Ocidental, mas pela primeira vez tem um surto de abrangência global. As regiões mais afetadas, no entanto, são a Europa e a América. No Brasil, já existem 978 infecções confirmadas, 44 em Minas Gerais. Os sintomas mais comuns são febre, fadiga, dor de cabeAntônio Angusto / TSE

‘Carta aos Brasileiros’ em defesa da democracia tem 100 mil adesões em 24 horas Em 24 horas um manifesto em defesa da democracia reuniu mais 100 mil adesões. Os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Francisco Resek, Joaquim Barbosa e Nelson Jobim estão entre os mais novos signatários. Além deles, a presidenta da Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon, e a atriz Fernanda Montenegro, também da ABL, endossam a carta. O do-

cumento será lido em evento na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no dia 11 de agosto. Para os interessados em assinar basta escanear o QR Code https://estadodedireitosempre.com/

ça e dores musculares. Após o início da febre, em até cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas e lesões na pele, que provocam coceira. Já no estágio avançado da doença, pode haver aumento de gânglios na região cervical e inguinal, com úlceras que emitem secreção até que a lesão forme casca e cicatrize. A pessoa só deixa de transmitir o vírus quando a pele está completamente cicatrizada. Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado das lesões. A doença se chama varíola de macaco, mas o principal portador da doença não são os macacos, são roedores.

Lula promete retomar Bolsa Família a R$ 600 e criar ministérios Ex-presidente Lula anunciou que deve recriar os ministérios da Pesca, Cultura, Indígena e Igualdade Racial. Além disso, Lula confirmou que o Auxílio Brasil voltará a se chamar Bolsa Família e terá seu valor mantido, com as variantes que já eram previstas pelo programa durante os governos petistas. “Mudar nome foi bobagem. Vamos retomar o Bolsa Família a R$ 600. Tem que levar em conta número de pessoas por família, não pode ser igual para todo mundo”, afirmou Lula, em entrevista no dia 27. ANÚNCIO


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VARIEDADES

Belo Horizonte, 29 de julho a 4 de agosto de 2022

CIÊNCIA, COISA BOA! COMO NOSSO MÚSCULO CRESCE AO IRMOS NA ACADEMIA E POR QUE ISSO DÓI TANTO?

Nossos direitos

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SE LIGUE NO VOTO EM TRÂNSITO

Minhas últimas férias me forçaram a ficar um tempo longe da academia. Esta semana voltei aos treinos e me lembrei como isso dói. Já sentiu aquela dorzinha no músculo no dia seguinte ao exercício físico depois de um tempo parado? Sabe por que ela ocorre? Essa é a chamada Dor Muscular de Início Tardio (DMIT). Aparece por volta de 8 horas e atinge seu pico cerca de 72 horas após a realização da atividade física intensa. Por muito tempo, acreditou-se que tal dor se devia ao acúmulo de um ácido, o lactato, produzido pelo próprio músculo quando muito demandado. Hoje, sabemos que o lactato é metabolizado em até duas horas pelo organismo. Portanto, não tem relação com a DMIT, que é causada pelo processo inflamatório decorrente de microlesões que ocorrem toda vez que exigimos demais do músculo. Tal inflamação pode durar alguns dias. O lactato faz doer apenas durante o exercício. Sabe aquela queimação quando se faz força demais? Pois é, culpa dele. Mas, como diz o jargão dos marombeiros, “sem dor, sem ganho”. A hipertrofia muscular (o aumento do tamanho dos músculos) depende justamente dessas microle- A hipertrofia decorre do sões. Temos três tipos de músculos. O cardía- aumento do co, que forma o coração. O liso, presen- volume das fibras te em tubos, como os vasos sanguíneos e o musculares intestino. E o esquelético, que é o único de ação voluntária, responsável pelo movimento dos ossos e que conseguimos enxergar por baixo da pele. Os músculos esqueléticos são formados por conjuntos de feixes que são agrupamentos de fibras musculares. Uma fibra muscular é uma célula alongada, com vários núcleos e composta por uma rede de proteínas que a dota de capacidade de contração. A hipertrofia não se deve à criação de novos músculos, já que o número deles no corpo é constante. Ela decorre do aumento do volume das fibras musculares. Toda vez que fazemos um exercício que demanda uma força além da suportada, ocorrem as microlesões nas células. Elas serão restauradas por meio da produção de novas estruturas proteicas, o que leva a um gradativo aumento do volume da fibra. Também já foi observado, em experimentos com animais, o aumento do músculo a partir da criação de novas células. É a chamada hiperplasia muscular. Contudo, a existência dela em humanos ainda não foi comprovada. Ou seja, quem quer desenvolver os músculos e ficar mais forte precisa exercitá-los sempre um pouco além do limite para que a recuperação das microlesões leve a um aumento do volume das fibras. E como isso exige proteínas, é preciso caprichar no consumo delas na dieta! Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais

Eleitores que estiverem fora de sua cidade nos dias das eleições poderão solicitar o cadastro até o dia 18 de agosto para votar em trânsito. Com essa medida, será possível votar no primeiro e no segundo turnos em locais que serão disponibilizados especificamente para isso. O pedido deve ser feito em algum cartório eleitoral da cidade. Não é possível fazer pela internet. Os endereços dos cartórios estão listados no site do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, em tre-mg.jus.br.

Quem estiver fora da cidade onde vota, porém dentro do mesmo estado, poderá votar para deputado, senador e presidente. Quem estiver fora do estado em que vota, poderá votar somente para presidente. Caso seja solicitado o voto em trânsito, mas no dia da votação a pessoa não estiver mais no município, mesmo que esteja no seu local de origem, não poderá votar e terá que justificar.

Jonathan Hassen é advogado popular

AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621

Uso cotonete para limpar os ouvidos, mas ouvi falar que faz mal. Como faço para tirar a cera? Paula Santos, 29 anos, telemarketing O hábito de limpar os ouvidos com cotonetes é bastante comum. Mas esse tipo de limpeza é contraindicado, porque pode ferir ou perfurar o tímpano, além de prejudicar a lubrificação natural (que é produção de “cera”) do canal auditivo. A cera (ou cerume) é uma proteção para o ouvido. Caso haja excesso, somente o médico deverá retirá-la, pois ele fará isso de forma correta sem machucar. Para a limpeza da orelha, use o dedo envolto com uma toalha e limpe onde seu dedo alcança. Assim não terá risco de atingir áreas mais sensíveis.

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Arraiá de Belô

Belo Horizonte, 29 de julho a 4 de agosto de 2022

Bruno Figueiredo /Área de Serviço

A Praça da Estação, em Belo Horizonte, recebe a 43ª edição do Arraial de Belo Horizonte nos dias 29, 30 e 31 de julho, e 6 e 7 de agosto. A programação conta com shows nacionais e regionais. Não é necessária a retirada de ingressos antecipados. Mais informações estão disponíveis em portalbelohorizonte.com.br/arraial

Espetáculo “Querença”

Ítalo Vieira / Galpão Cine Horto

A peça retrata memórias e trajetórias de mulheres negras contemporâneas e ancestrais. No sábado (30), a apresentação acontece no Centro Cultural Venda Nova e no dia 6 de agosto, no Centro Cultural do Bairro das Indústrias, em Belo Horizonte. A entrada é gratuita e não precisa retirar ingresso.

CULTURA

Território Arte Urbana

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Divulgação

De 31 de julho a 9 de agosto, a terceira edição do Território Arte Urbana (TAU) acontece nos bairros Santa Tereza e Horto, em BH. O projeto conta com 12 artistas individuais e um coletivo, que produzirão 13 obras em sete espaços distintos, formando um circuito artístico a céu aberto. ANÚNCIO

Se a Cemig privatizar, a conta de luz vai aumentar e o povo mineiro vai pagar de novo por uma empresa que é sua!


ESPORTES

Belo Horizonte, 29 de julho a 4 de agosto de 2022

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Copa América: Seleção decide o título no sábado, contra a Colômbia A Copa América feminina chega ao fim e o Brasil está a um jogo de conquistar seu 8º título na competição. A decisão é contra a anfitriã do torneio, a Colômbia, que luta pelo seu primeiro título. O jogo acontece no sábado (30), às 21h (horário de Brasília), no Estádio Alfonso López, na cidade de Bucaramanga. A partida será transmitida pelos canais SBT e SporTV.

Thaís Magalhães /CBF

Pela Colômbia, o destaque é a atacante Linda Caicedo, de apenas 17 anos, jo-

gadora do Deportivo Cali. O bom futebol da atleta despertou o interesse do Bar-

celona, que tenta contratá-la. Pelo Brasil, os destaques são as meio-campistas Bia Zaneratto e Ary Borges, autoras dos gols da Seleção na semifinal. As colombianas eliminaram a Argentina, enquanto a Seleção Brasileira bateu o Paraguai. Com a classificação à final, o Brasil também garante vaga na Copa do Mundo FIFA da Nova Zelândia e Austrália 2023 e

nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. “A gente sabe que tinha a obrigação de conseguir essas vagas e saímos daqui hoje com o sentimento de satisfação por ter conseguido cumprir nossa primeira missão. É um sonho poder ajudar o Brasil a conquistar essas vagas e agora vamos em busca do título para depois pensar nas duas competições”, afirma Ary Borges.

DECLARAÇÃO DA SEMANA

Gol de placa

Reprodução Twitter

Depois de 26 anos, as bandeiras com mastros foram liberadas nos estádios de São Paulo. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O Ministério Público já se manifestou contrário e avalia recorrer da decisão.

Gol contra Wilson Seneme, chefe da comissão de arbitragem da CBF, admitiu que têm acontecido erros crassos no uso do árbitro de vídeo, o VAR. Seneme afirmou também que este momento é um "divisor de águas" no uso da tecnologia.

Altos e baixos

“Um orgulho voltar a vestir minha camisa no Nacional. Obrigado a todos pelo apoio. Nos vemos em breve” Luisito Suárez, de volta ao clube que o revelou, o Nacional de Montevidéu. No dia 2 de agosto, ele vai enfrentar o Atlético-GO pelas quartas de final da Sul-Americana.

A sorte está lançada, novamente

Superar vícios

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

O América, para variar, segue com seu desempenho de altos e baixos no que diz respeito aos resultados. No Campeonato Brasileiro, após uma péssima sequência, que colocou o time na zona de rebaixamento, enfim, venceu o Coelho Atlético Goianiense fora de casa e deu uma respiradaDecacampeão na tabela. É até curiosa essa história de vencer esses jogos difíceis, inclusive fora de casa, e perder ou empatar umas partidas aparentemente bem mais fáceis em casa. Mas o América Mineiro sempre foi assim. Na Copa do Brasil, surpreendeu muita gente - mas não aos americanos - ao despachar o Botafogo com um 5 a 0 no total. Isto, aliás, credencia a equipe a acreditar que vai passar pelo São Paulo e chegará novamente à semifinal, como fez em 2020.

Cuca voltou. Sua maior virtude estará à prova: aproveitar ao máximo a qualidade de cada jogador, unir o elenco e levar o conjunto ao melhor desempenho. No ano passado, por pouco não deu ao time o bi da Libertadores. Como ele mesmo disse: a decisão foi por detalhes. FiÉ Galoem doido! ligranas e minudências quaisquer circunstâncias referendam conquistas ou levam a decepções. Certo mesmo é que o treinador conhece mais de 80% do grupo. Contudo, os adversários também se renovaram e outros surgiram. Percalços e acertos serão normais. Em menos de duas semanas, além das partidas do Brasileirão, teremos jogos eliminatórios da Libertadores – e contra o Palmeiras, a equipe a ser batida. Desafios não faltarão. E a sorte está lançada, novamente.

Salve, nação! Sábado (30), damos sequência à nossa caminhada no segundo turno, que já começou com vitória sobre o Bahia. A novidade da semana foi a chegada do meia Chay, do Botafogo. A meu ver, isso mostra que a ideia de “eficiência” de uma gestão profissional poLa Negra de não passar daBestia teoria. Chay, embora destaque no ano passado, nesta temporada pouco foi aproveitado. Somem-se a isso as especulações sobre Ricardo Goulart, um nome que só faz sentido como uma lembrança agradável de 2013. O setor de criação é fundamental e estamos carentes. Para um time em vias de voltar à série A, a diretoria mostra vícios que não condizem com a nossa reconstrução. No momento, é melhor ficarmos esperançosos com o Bruno Rodrigues, que estreou muito bem. Saudações celestes!

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