Edição 402 do Brasil de Fato MG

Escola em risco

Insulina vegetal

Prefeitura quer fechar Emei na Pedreira Prado Lopes e 108 crianças podem ficar sem escola CIDADES 4 AMIGA DA SAÚDE 9

Você conhece essa planta? Saiba se ela substitui ou não medicamentos que reduzem a glicose

MG

BRASIL SIL SIL

Com show do ataque brasileiro e golaço de Richarlison, Brasil bate a Sérvia na estreia, no que pode ter sido o desafio mais difícil da primeira fase. Após boa partida e perseguição dos adversários, Neymar sai de campo com dores e preocupa para continuidade da Copa. Apesar disso, Seleção resgata a alegria de ser brasileiro, de festejar e vestir as cores do Brasil, que por tanto tempo foram usadas para propagar o ódio, a ignorância e a destruição da nação I ESPORTE 11

Falácia Desgoverno

Projeto de Zema que privatiza o sistema socioeducativo mineiro preocupa trabalhadores

Parlamentares denunciam projetos da bancada ruralista que ameaçam recursos naturais

Vitória

Após luta contra a privatização, Refinaria Gabriel Passos, em Betim, é retirada de venda

Minas Gerais Belo Horizonte, 25 de novembro a 1 de dezembro de 2022• edição 402 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita

Mídia Ninja

ESPAÇO DOS LEITORES

“Foi este o objetivo do Temer golpista junto com os neoliberais. Nos condenaram ao atraso por 20 anos! Isso a gente já alertava quando foram votar a PEC. A desindustrialização do Brasil também fez par te do plano. O crescimento do Brasil causou muita inveja externa e internamente”

Paulo Henrique comenta o artigo “Sobre a escolha do ministro da Fazenda de Lula e a preocupação com o ‘deus mercado’”

“Muito medo do que vem por aí” Mirian Santos, sobre a matéria “É um projeto falacioso”, avalia traba lhador sobre privatização do sistema socioeducativo de MG

“Serviço público sucateado - culpa do Estado, e Romeu Zema não se responsabiliza” Nívea Sabino comenta a matéria “Técnicos e analistas da Unimontes e da UEMG cobram revisão salarial e progressão na carreira”

“Sou mãe de dois LGBTQIA+ e, apesar de não ter respondido à pes quisa, posso afirmar que os devidos esclarecimentos desde muito cedo fazem toda a diferença para cada filho” Vania Freitas, sobre a matéria “Aceitação da família é fundamental para saúde mental de lésbicas, gays e bissexuais”

O futebol nos reconecta. Viva a Seleção Brasileira!

A cada quatro anos, quando chega a Copa do Mundo, muita gente boa e preocupada com a justiça social torce o nariz para o futebol, a Seleção Brasi leira e a mobilização popular que cer ca o evento. Quem curte a Copa, às vezes o faz com vergonha ou falando mal da festividade, por mais que, lá no fundo, queira ver o Brasil parar e a fes ta acontecer.

Para além da velha ladainha de que futebol é o ópio do povo - como se a vida das classes populares fosse ape nas trabalhar -, há, de fato, alguns mo tivos para ficar com o pé atrás: as fal catruas da Fifa e das federações, as violações de direitos nas obras de to das as Copas, a alienação e prepotên cia da maioria dos jogadores, a falta de vínculo de muitos deles com a vida do país, o futebol-mercadoria, a ex clusão do povo dos estádios.

Mas tudo isso, longe de ser a essên cia do futebol e da festa que o circun da, pelo contrário, é a captura do es porte mais popular da Terra pelos in teresses dos que sempre tentaram transformar qualquer autêntica ex pressão humana em lucro. É apesar deles, e não por causa deles, que o povo das favelas e periferias do país ainda colore as ruas de verde e ama relo, veste a camisa da Seleção e co memora quando o Brasil faz um gol.

O futebol pode não ser a prática es portiva mais difícil ou elaborada que a humanidade produziu. Nem mes mo a mais praticada. Mas, decerto, é o esporte mais fascinante, aquele que mais mobiliza paixões e o mais impre visível, no qual o mais forte pode per der para o mais fraco.

O futebol nasceu como um espor te por assim dizer elitizado, mas po pularizou-se rapidamente. Uma das causas foi a vitoriosa luta pela redu ção da jornada de trabalho na Ingla

terra e nos demais países capitalis tas, que deu ao trabalhador mais tem po para, entre outras coisas, se encon trar com outros trabalhadores e pra ticar esse esporte que, lá no início do século 20, o filósofo italiano Antônio Gramsci descreveu como “o reino da lealdade humana exercida ao ar livre”.

Nessa história, o Brasil tem um lu gar inigualável. Foi neste país que, pelos pés de uma juventude preta e completamente marginalizada e des prezada, teve início a maior revolu ção técnica que o esporte vivenciou, a partir dos anos 50. Até hoje, os maio res jogadores estrangeiros reveren ciam os brasileiros e reconhecem sua criatividade e seu legado para o fute bol mundial.

Muito além das quatro linhas, o fu tebol é um dos maiores fenômenos da nossa cultura popular nacional. To dos os fins de semana, ele tira de casa milhões de jovens para jogar bola ou torcer pelo time do coração. É impos sível entender o Brasil sem olhar para o futebol.

Se queremos recuperar nossos sím bolos nacionais e nos reconectar com o conjunto da população, inclusive aquela que, não sendo bolsonarista, foi seduzida pelo falso patriotismo de Bolsonaro, todos somos convocados a torcer pela Seleção. Cabe-nos, inclusi ve, tomar de volta a bandeira e cami sa que os inimigos da nossa soberania capturaram e transformaram em sím bolo do ódio e da ignorância.

Retomar o futebol brasileiro e sua face popular; fazer dessa festa um mo mento de celebração e contato com a população é uma exigência de quem quer reconstruir o Brasil.

Um viva aos nossos símbolos, à cul tura popular nacional e à Seleção Bra sileira!

Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Edição Geral: Larissa Costa (Mtb 22066/MG) Subedição: Amélia Gomes, Elis Almeida, Frederico Santana, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira Redação: Amélia Gomes, Ana Carolina Vasconcelos, Maria Paula Araújo , Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Colaboração: André Fidusi, Anna Carolina Azevedo, Diego Silveira, Joana Tavares. Colunistas: Antônio de Paiva Moura, Beatriz Cerqueira, Bráulio Siffert, Eliara Santana, Fabrício Farias, Frei Gilvander Moreira, Iza Lourença, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, José Prata Araújo, Luiza Dulci , Macaé Evaristo, Makota Celinha, Moara Saboia, Portal do Bicentenário da Independência, Renan Santos, Rogério Hilário, Rubinho

Sofia Barbosa, Tarifa Zero Administração e distribuição: Luiz Paulo Macedo Alves e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Revisão Luciana Gonçalves Tiragem: 20 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação

Declaração da Semana

Números da Semana

cidades em Minas Gerais estão sob aviso do Ins tituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com previsões de chuvas de até 100 milímetros por dia e ventos de 100 quilômetros por hora.

Natal da Mineiridade vai integrar BH e mais 200 cidades mineiras

PERGUNTA DA SEMANA

No Brasil, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, acontece um feminicídio a cada sete horas. O dia 25 de novembro marca a luta interna cional pelo fim da violência contra as mulheres. Por is so, o Brasil de Fato MG saiu às ruas para perguntar:

A decoração de fim de ano e a programação cultural estarão conectadas às tradições e aos costumes de Minas. A partir do dia 30 deste mês, em BH, os visitantes poderão ver as luzes de Natal na Praça da Liberdade e nos equipamentos do Circuito Liberdade. No interior do estado, 200 mu nicípios já aderiram ao projeto e também terão decoração de Natal, ilu minação de espaços e prédios públicos, presépios, entre outras atrações que refletem a religiosidade, a hospitalidade e o “jeito mineiro”. Todas as artes do Natal da Mineiridade serão desenvolvidas com iluminação cêni ca e luzes de LED.

“Todos os dias tem uma mu lher sendo agredida verbal mente ou fisicamente, em cárcere e até mesmo sendo morta. Como uma mãe de fa mília vai se defender se o pró prio governo não está nem aí para ela?”

Angela Maria, auxiliar de apoio

“A cada dia, a violência contra nós tem crescido. Temos visto cada vez mais mulheres mor rendo, desde adolescentes até adultas. Temos que ser respei tadas! Criaram a Lei do Femini cídio, mas as políticas de pro teção estão desmontadas”

Leidiane Silva, funcionária escolar

Erasmo Carlos, em entrevista para a Folha de S. Paulo. Ele faleceu na terça (23).

Estou decepcionado com egoísmo, preconceito, intolerância. Mas continuo acreditando no ser humano, acredito na utopia, nos meus sonhos. A utopia é impossível, mas é sonhável.

Por que é importante lutar pelo fim da violência contra as mulheres?

Prefeitura de BH pretende fechar Emei e 108 crianças de favela podem ficar sem escola

EDUCAÇÃO Comunidade escolar foi surpreendida com maquinários para obras e matrículas foram remanejadas, sem comunicado prévio

balhadoras e Trabalhado res por Direitos (MTD), en tidade que esteve à fren te da ocupação da escola em 2016, questiona o argu mento da prefeitura. Ela re lembra que, para a reaber tura da Emei, foram reali zados estudos técnicos de estabilidade da rocha, ela borados pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Gerais nos dias 21 e 22 de outubro Governo

Zema é investigado pela PF por causa da mineração

na

Serra do Curral

Redação

Sem nenhum aviso pré vio ou consulta à comuni dade, 108 crianças, de 0 a 5 anos, estão sendo rema nejadas da Escola Muni cipal de Educação Infantil (Emei) Pedro Lessa, na Pe dreira Prado Lopes, perife ria de Belo Horizonte.

A notícia, dada às véspe ras do fim do ano letivo, co locou mães, pais, professo res e trabalhadores em aler ta. “A nossa preocupação é a escola não voltar no ano que vem ou a maioria das crianças ficarem sem a edu cação”, destaca a dona de casa Joice de Carvalho.

A preocupação não é em vão. De 2014 a 2016, a Emei Pedro Lessa ficou de por tas fechadas. O motivo era o mesmo de agora, interdição do local para obras de con tenção de uma rocha que fica na encosta da unidade. A ins tituição só foi reaberta após uma ocupação organizada pelas mulheres da Pedreira. Na semana passada, a co munidade escolar foi sur

preendida com a chega da de maquinários e avi sos sobre uma obra no lo cal, novamente para a con tenção da rocha. A profes sora Carla dos Santos, que já foi remanejada três ve zes da Emei Pedro Lessa, sabe bem os impactos que os deslocamentos causam ao processo pedagógico e questiona a falta de infor mação e transparência do poder Executivo.

“A gente quebra o nosso trabalho, quebra nosso pro jeto, nossas expectativas de melhoria, de formação. A equipe se quebra também e a gente não está querendo que isso aconteça mais. Es tamos sem saber como será o futuro aqui”, afirma a tra balhadora.

Comunidade quer diálogo

De acordo com os mora dores, uma das sugestões apresentadas pela prefeitu ra é que a própria comuni dade procure uma institui ção que possa substituir a Emei durante as obras. No entanto, o líder comunitá

-

A militante também des taca que o processo está sendo conduzido da mes ma forma como aconte ceu em 2014, sem a parti cipação dos moradores. No entanto, desta vez a comu nidade não permitirá o fe chamento da instituição sem uma solução que es teja de acordo com os inte resses dos moradores.

A Polícia Federal (PF) investiga autorizações dadas pelo governo de Romeu Zema (Novo) às mineradoras Gute Schit e Fleurs Global, que operam na Serra do Curral, car tão-postal de Belo Hori zonte. A suspeita é de que houve descumprimento de regras ambientais para que a documentação fos se liberada.

rio Robson da Costa explica que não há outro local pos sível e que a mesma solução inviável foi proposta pela prefeitura no caso da escola Carlos Góes, também inter ditada para obras.

“Isso está sendo feito sem nenhuma discussão com a comunidade, nenhum lugar de fala para as lideranças, nem para os pais e mães das crianças. A gente até entende a necessidade [da obra], mas da maneira como ela está sendo conduzida não vamos aceitar de maneira nenhu ma”, declara o morador.

Reabertura foi conquistada com luta Valéria Borges, coordena dora do Movimento de Tra

“A prefeitura precisa tra tar a gente da Pedreira e de outras favelas como pes soas com dignidade, que merecem respeito. Nossas crianças merecem a mes ma dignidade que qual quer outra”, desabafa. “Aqui, na nossa comunida de, tudo tem sido com mui ta luta. Tudo tem sido com muito suor”, completa a moradora.

O que diz a prefeitura Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte informou que está se reunindo com a comunidade para “ava liar um melhor local próxi mo a Emei Pedro Lessa, de forma que não prejudique o deslocamento de famílias e estudantes durante as in tervenções”, afirma em do cumento.

“A conclusão do in quérito que começou em 2020 é de que o gover no pulou etapas e facili tou o licenciamento das mineradoras”, declarou a deputada estadual eleita Bella Gonçalves, em suas redes sociais.

As empresas atuam a partir de Termos de Ajustamento de Condu ta (TAC) fechados com o governo estadual. No entanto, as autoriza ções exigiriam um licen ciamento mais completo, com concessão de licença prévia, licença de insta lação e licença de opera ção, o que demoraria mais tempo.

“O laudo da PF aponta processo de licenciamen to com rapidez sem pre cedentes e descumpri mento de obrigações le gais”, disse Roberto An drés, professor da Uni versidade Federal de Mi nas Gerais, em suas redes sociais.

Amélia Gomes

Mídia NINJA

Nossas crianças merecem a mes

ma dignidade que qualquer outra”, diz moradora da Pedreira Prado Lopes

“É um projeto falacioso”, avalia trabalhador sobre privatização do sistema socioeducativo de MG

POLÊMICA Com novo modelo, falta garantia da segurança dos adolescentes em conflito com a lei preocupa a categoria

Amélia Gomes

Minas Gerais possui 43 unidades socioeducativas onde estão tutelados cerca de 830 adolescentes. O des tino desses jovens e do sis tema está em debate, com a proposta de parceria públi co-privada em curso. O es tado será cobaia do experi mento no país, já que, até então, esse serviço é total mente prestado por insti tuições públicas.

Neste mês, o governo de Romeu Zema (Novo) divul gou o projeto, proposto ini cialmente para apenas duas cidades. No escopo do pro grama, denominado “Novo socioeducativo”, está previs ta a construção de duas uni dades de atendimento, uma em Betim, na Região Metro politana de Belo Horizonte, e outra em Santana do Pa raíso, no Vale do Rio Doce.

Em cada unidade serão ofertadas 90 vagas para ado lescentes em conflito com a lei. Segundo informações

do governo, as funções de acompanhamento, forma ção e segurança dos jovens serão realizadas pelo setor privado, já a segurança do centro será feita pelo Esta do. O programa terá um in

vestimento mensal dos co fres públicos de R$ 2,98 mi lhões durante todo o perío do de concessão do serviço, pelo prazo de 30 anos.

Hugo Barbosa de Paulo, diretor executivo do Sindi cato dos Trabalhadores no Serviço Público no Estado de Minas Gerais (SindPú blicos), que há 17 anos tra balha no sistema socioedu cativo, avalia que a propos ta é mais um projeto priva tista do governo e não traz nenhuma inovação ao setor.

“É um projeto falacioso. O sistema já oferta todos os serviços que eles estão apontando como novidade, inclusive a profissionaliza ção. Então, a proposta aten de ao interesse de quem?”, questiona o assistente exe cutivo de defesa social. “É uma política neoliberal que está sendo implementada em todo o sistema de edu cação do estado” completa.

Garantia de direitos humanos preocupa Outra preocupação com o projeto diz respeito à pro teção dos adolescentes em conflito com a lei. Hoje, o acompanhamento desses jovens é feito integralmen te por servidores públicos e denúncias de violações de direitos praticados con tra os tutelados são enca minhadas aos órgãos com petentes, como o Ministério Público.

Para Hugo, a lógica mer cantilista do serviço coloca essa proteção em risco. “O

lucro do setor privado de pende das avaliações po sitivas do trabalho da con cessionária, então, logica mente, não vão denunciar violações de direitos dentro do sistema, o que coloca em risco a proteção integral dos adolescentes. Os dados vão ficar maquiados”, alerta.

O que diz o governo

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segu rança Pública (Sejusp) in formou que “fará o contro le finalístico de todo o pro jeto” e, caso seja detecta do algum ponto de violên cia, “atuará na intervenção junto ao parceiro, acionan do todos os atores de rede”.

A Sejusp ainda ressaltou que o projeto “foi estrutura do pelo Escritório da ONU de Serviços para Projetos e tem, nas suas premissas, o respeito aos direitos huma nos e à diversidade”, escla receu.

Técnicos e analistas da Unimontes e da UEMG cobram revisão salarial e progressão na carreira

Redação

Um salário três vezes me nor que o praticado em ou tros estados e sem progressão por nível de escolaridade. É essa situação que servidores das universidades estaduais de Minas Gerais denuncia ram, na semana passada, em reunião da Comissão de Edu cação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Os salários-base pratica dos hoje pela Universida de do Estado de Minas Ge

Além disso, os técnicos universitários demoram 18 anos para chegarem no ní vel 4 da carreira, que corres ponde à titulação de nível superior, e mais dez anos para atingir o nível 6, que é o de pós-graduação, mes mo que eles já tenham o tí tulo de graduação e de pós.

Lei pode mudar cenário

O Projeto de Lei 3.983/2022, proposto pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), pretende autorizar o governo de Mi

nas a conceder promoção por escolaridade adicional aos servidores nos cargos de técnicos universitários e analistas.

“Os técnicos e analistas ficam muito invisibilizados. É preciso, sim, olhar para os docentes, mas, sem es ses servidores, as universi dades não funcionam”, de fendeu Beatriz.

O texto deve receber pa recer da Comissão de Cons tituição e Justiça (CCJ) an tes de começar a tramitar na ALMG.

Luiz Silveira /CNJ

Divulgação /Uemg

Proposta de Zema visa à construção de duas unidades com parceria público-privada

Após luta contra a privatização, Refinaria Gabriel Passos, em Betim, é retirada de venda

refinaria de Mataripe, an tiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, foram privatizadas. Sob gestão privada, a refinaria vende atualmente o com bustível mais caro do país. O mesmo poderia acon tecer em Minas Gerais, já que o estado é dependente da Regap para o seu abas tecimento.

Além disso, a venda da unidade também des montaria a cadeia produ tiva organizada em seu entorno, o que envolveria cerca de 10 mil trabalha dores diretos e indiretos. A segurança e saúde dos moradores vizinhos à uni dade também estavam sob ameaça.

A Petrobrás anunciou, na última semana, que suspendeu a venda da Re finaria Gabriel Passos (Re gap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Ho rizonte.

“Para nós, é um anúncio da vitória da luta popular, da resistência dos traba lhadores e da população mineira, que também de fendeu a Petrobrás”, cele bra Alexandre Finamori, coordenador geral do Sin dicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro)

Em 2019, com o plano de privatização de Jair Bol sonaro (PL), a unidade foi posta à venda, junto com outras sete refinarias. De lá para cá, atos, greves e campanhas, como a “Pe

trobrás fica em Minas”, fo ram organizados pelos pe troleiros em defesa da Re gap e da estatal.

Além disso, a catego ria também organizou, so bretudo durante o agrava mento da pandemia de co vid-19, ações de solidarie dade, como a venda de bo tijão de gás a preço justo.

O que estava em risco?

Apesar de a Regap ter es capado do balcão de Bol sonaro, unidades, como a

Novos ventos

No comunicado de de sistência da venda, a Pe trobrás – ainda sob ges tão indicada por Bolsona ro – afirma que poderá re tomar o processo em outra oportunidade. No entanto, Alexandre duvida.

“Lula tem outra visão sobre os serviços públicos e sobre a Petrobrás e por isso esperamos que seja uma gestão de geração de emprego na estatal, inves timentos no pré-sal e de senvolvimento da tecno logia nacional. Continua remos acompanhando e cobrando uma Petrobrás mais justa e voltada para os interesses da popula ção”, assegura o petroleiro.

Organizações da socieda de civil, que compõem con selhos ambientais de Mi nas Gerais, como o de Políti ca Ambiental (Copam) e de Recursos Hídricos (CERH), renunciaram coletivamen te, na quinta-feira (17), às cadeiras nos órgãos. Em nota, as entidades afirmam que os conselhos se torna ram “apenas palco de ‘legiti mação’ de decisões autocrá ticas por parte do Executivo”.

Gustavo Malacco, que há mais de uma década acom panha os conselhos, afirma que, da forma como hoje estão organizados, não ser vem ao povo mineiro, mas sim ao setor minerário e ao agronegócio.

Ele, que é representante da Associação para a Gestão Socioambiental do Triângu lo Mineiro (Angá), denun cia ainda que há uma série de intimidações praticadas contra os representantes da sociedade civil, como pro cessos judiciais e persegui ções contra servidores e ati vistas.

Além disso, há um esva ziamento do poder efetivo

da sociedade civil dentro das entidades, como a perda da au tonomia para que as próprias organizações escolham quem serão seus representantes no conselho, o que é feito ago ra a partir de uma lista tríplice e a própria Secretaria de Meio Ambiente é quem designa o es colhido.

“Isso não acontece, por exemplo, com os representan tes do setor produtivo”, denun cia Gustavo.

O outro lado

Questionada sobre o caso, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou, por meio de nota, que “segue com o propósito de buscar, de forma democrática, e por meio do diálogo, manter o equilíbrio, a transparência e a seriedade em todas as ações ambientais realizadas em Minas Gerais”.

Leia nota na íntegra em bra sildefatomg.com.br ou acesse o qr code

PETROBRÁS Para categoria, além das ações organizadas em defesa da estatal, conquista também é fruto do novo momento do país

Geraldo Falcão / Agência Petrobras

Organizações da sociedade civil renunciam coletivamente conselhos ambientais de MG

“Lula tem outra visão sobre os serviços públicos”, diz petroleiro

Amélia Gomes

Amélia Gomes

Parlamentares denunciam “Saldão do Desgoverno” na agenda ambiental e destacam 17 PLs de risco

Parlamentares e espe cialistas ligados à agenda ambiental denunciaram, dia 23, na Câmara dos De putados, um combo de 17 propostas legislativas que ameaçam a proteção dos recursos naturais e que contam com o patrocínio do governo Bolsonaro e de seus aliados, com destaque para a bancada ruralista.

A lista, apelidada pelo grupo de “Saldão do Des governo”, inclui textos que comprometem direitos in dígenas, dificultam a con servação de biomas, des protegem animais silves

tres e facilitam a adoção de agrotóxicos, entre outros.

“Na Comissão de Meio Ambiente, há 23 itens na pauta e três deles são pra acabar com a Lei da Mata Atlântica, que foi uma con quista da sociedade bra

sileira de muito tempo”, exemplificou o deputado Rodrigo Agostinho (PSB -SP).

O pessebista se referia aos Projetos de Lei (PLs) 364/2019, 2601/2021 e 2844/21, que prejudicam a

proteção do bioma, atual mente com apenas 12,4% da vegetação original bem preservada por con ta da devastação causada pela ação humana. Também figura na lis ta do “saldão” o chama do “Pacote da Destrui ção”, grupo que engloba 13 projetos de lei conside rados agressivos ao meio ambiente. Entre eles es

tão o PL 1.459/2022, que tramita no Senado e enfra quece a regulamentação do uso de agrotóxicos no país, abrindo caminho para que o Brasil amplie o consumo desses produtos.

Projetos buscam flexibilizar Código Florestal e uso de agrotóxicos

Bolsonaro suspende fornecimento de água a famílias nordestinas

Redação

Cerca de 1,6 milhão de pes soas foram prejudicadas no semiárido nordestino com paralisação do serviço de car ro-pipa, que leva água potá vel às famílias há 20 anos. A operação Carro-Pipa, do go verno federal, teve os recur sos cortados neste mês, le vando os caminhões a para rem o fornecimento de água a moradores do interior no Nordeste.

O primeiro estado a ter o abastecimento suspenso foi Alagoas. Já em Pernambuco, Paraíba e Bahia, a paralisa ção foi informada apenas na quinzena final de novembro, assim como vem ocorrendo nos demais estados, com os

caminhões deixando de pres tar o serviço à população.

A operação Carro-Pipa é fi nanciada com recursos do Exército Brasileiro em parceria com o Ministério do Desenvol vimento Regional (MDR). Am bos confirmaram que a sus pensão ocorreu por falta de

verbas para a continuidade. A suspensão, porém, pegou as Defesas Civis, pipeiros e mora dores de surpresa. Pela regra, cada família tem direito a 20 li tros de água por dia a cada in tegrante assistido. Ou seja, se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários.

Outros projetos legalizam a grilagem de terras públi cas; acaba com uma série de regras do licenciamento ambiental referente a obras de todos os portes; transfe re do Poder Executivo para o Legislativo a competência para realizar demarcações de terras indígenas; abre es ses territórios tradicionais para grandes projetos eco nômicos e flexibilizam o Có digo Florestal.

O presidente do Tribunal Superior Elei toral (TSE), Alexandre Moraes, ao negar, no dia 23, o pedido feito pelo PL para anular o segundo turno das eleições de 2022, deter minou também diversas sanções.

Dentre elas, uma multa de R$ 22,9 mi lhões, o bloqueio e a suspensão dos repas ses do fundo partidário às siglas da Coliga ção até que a multa seja quitada. Determi nou ainda, a abertura de processo adminis trativo na Corregedoria-Geral Eleitoral para apurar desvio no uso dos recursos do fundo partidário. Essas iniciativas atingem, além do PL, partido de Bolsonaro, o Republica nos e o PP, que negam ter autorizado o ata que às urnas em nome da Coligação.

RURALISTAS Lista inclui textos que comprometem direitos indígenas, preservação de biomas e fauna, entre outros

Gabriel Paiva / PT na Câmara

Reprodução /Rede Brasil Atual

Cristiane Sampaio

R$ 22,9 milhões: partidos da coligação do PL negam terem autorizado ação contra urnas

Mais da metade das greves deflagradas no primeiro semes tre (53%) envolvia descumpri mento de direitos, como atra

Cresce o número de casos de covid-19

O Boletim Infogripe da Fun dação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta aumento da covid-19 em todo o país. Das 27 unidades fe derativas, 15 apresentam cresci mento, entre elas Minas Gerais, com tendência de aumento nos de prostração. Frente à situação, ções médicas são retomar o uso de máscara e colocar a vacinação

Freepick

www.malvados.com.br

Nossos direitos

PROCESSOS DE HABILITAÇÃO ATIVOS TERÃO PAUTA PRORROGADA

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Elemento que estrutura o desenvolvimento da trama de uma personagem na narrativa

Informação que precede o download de um programa

Ritmo dos MCs

Argila par dacenta usada em pintura

Utensílio de costureiras

Conteúdo de programas como o "Mais Você" (TV)

Município gaúcho denominado a Capital Nacional da Agricultura Ecológica

Inez (?), diretora teatral brasileira

Coletivo de "porcos" (Gram.)

Alegre José (?) do Rego, escritor

© Revistas COQUETEL

(?) Party, movimento político dos EUA

(?) Johnson, ator Antiga moeda alemã

Postos das sentinelas no quartel

Reclamar em voz muito alta Duração do ramadã islâmico

A água mineral que "pinica" na boca

Dar ser ventia a Triste, em inglês Ausentam-se (?)-bola, mamífero

Aviador exímio Taxa, em inglês

"O (?) de Sevilha", ópera de Rossini

Parasita do intestino humano Tem fé

Bruno Sutter, humorista brasileiro

Gravata, em inglês Peixe que infla quando se sente acuado

(?) como: introduz uma enumeração

Comida (?) da Bahia: o acarajé

BANCO 12

Solução

De acordo com nova resolução do Contran, todos os processos de habilitação ativos terão sua pauta prorrogada até o dia 31 de dezembro de 2023. A medida será aplicada a todos e não pre cisa ser solicitada. Entretanto, apesar da prorrogação, é preci so estar atento ao prazo de vali dade do exame médico, que não foi prorrogado. Sendo assim,

caso ele vença, não será possível seguir o processo de habilitação. Caso a validade do exame médi co acabe antes de 31 de dezem bro de 2023, pode ser necessária sua renovação para não se per derem prazos. Apesar da pror rogação da pauta, o ideal é não adiar muito a marcação do exa me final e realizá-lo perto do período dos treinos.

AMIGA DA SAÚDE

Joyce Helena, 14 anos, estudante.

A planta conhecida como insulina vegetal (Cissus sicyoides L) ain da está sendo pesquisada para identificar se há efeito medicinal. Os estudos feitos até o momento sobre o poder de redução da glicose variaram muito nos resultados. Alguns pacientes não conseguiram melhora, outros, sim. Isso demonstra a necessidade de mais estudos para entender se ela poderia ser utilizada para esse fim. A Anvisa ain da não reconhece esse vegetal como um medicamento fitoterápico. Quem precisa tomar insulina necessita de um controle rigoroso da gli cose diariamente, sob o risco de complicações graves. Além disso, há risco de hipoglicemia, caso a dose de insulina seja excessiva. Dessa forma, esta planta não deve ser utilizada em substituição de nenhum medicamento que tenha o objetivo de reduzir a glicose.

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Se você tem alguma dúvida sobre saúde e vida saudável, manda um zap para mim! O número é (31) 9 8468.4731

Uma vizinha me deu uma planta que se chama insulina vegetal. Posso substituir a insulina que tomo pelo chá dessa planta?

Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621

Jonathan Hassen é advogado popular

Roteiro

Exposição fotográfica

Novembro negro em Contagem

AUÊ Festival

BH É Nóis!”, que busca discutir o direito à cidade. O projeto conta com fotos que fo ram captadas e escolhidas por alunos da Es cola Estadual Divina Providência. Além das imagens, os alunos protagonizam também a apresentação musical da Divina Banda. A exposição seguirá disponível para visitação no Centro Cultural Lindeia Regina. O even to é gratuito.

Neste domingo (27), acontecem ativida des organizadas pelo Ateliê Multicultural em homenagem ao mês da Consciência Negra.

Às 15h, será oferecida a oficina de Tambor de Crioula, com a produtora e agitadora cultu ral Carla Coreira. E às 19h, o Festejo no Ateliê, animado por uma roda de Tambor de Criou la da Turma de São Benedito. A festa conta com ritmos populares brasileiros e raridades exclusivas em vinil. As atividades são gratui tas e acontecem na Rua Mafra, 912, no Mila nês, em Contagem.

Dia 3 de dezembro, a partir das 18h, o fes tival acontece na Serraria Souza Pinto com mais de dez horas de festa. A programa ção conta com cerca de dez atrações, DJs e dois blocos de carnaval: Faraó e Havayanas Usadas. Os ingressos são gratuitos e se rão validados mediante a doação de 1 quilo de alimento não perecível. As doações se rão destinadas ao projeto @todosporBH. Os ingressos podem ser retirados em sympla. com.br/auefestival.

A energia é um serviço essencial e a Cemig é patrimônio de todos os mineiros.

Acontece neste domingo (27), de 14h às 19h, no Viaduto das Artes, no Barreiro, na capital mineira, a exposição “BH é Quem?

Com voo de Pombo, Brasil bate a Sérvia na estreia

Opinião

Deu Brasil naquele que pode ter sido o desafio mais difícil do grupo G. Nesta quinta (24), contra a Sérvia, a Seleção teve dificuldades no primeiro tempo para fu rar a boa defesa adversária, mas foi superior na posse de bola e até desperdiçou al gumas chances, como o gol perdido na cara pelo volan te Lucas Paquetá.

O segundo tempo, por ou tro lado, foi um massacre. A Seleção sobrou no campo de ataque e o resultado veio pelos pés do Pombo Richar lison, ex-América. Primei ro, aos 16’, empurrando para o gol após boa jogada de Neymar e Vini Jr. Aos 28’, o gol mais bonito da Copa até agora. Após bom cruzamen to de Vini Jr., o potiguar Ri charlison novamente apare ceu, desta vez para dominar e finalizar em um lindo vo leio.

“Quatro semanas atrás eu estava chorando, meio na dúvida ainda se viria ou não. Lembro do dia em que

fui fazer exame, foi o dia mais demorado da minha vida. Fiquei na maca espe rando sair o resultado, vi os doutores pra lá e pra cá, eu nervoso, o tempo não passava, mas valeu todo o esforço da minha recupe ração”, comemorou, ao fim do jogo.

Com o resultado, a Sele ção lidera o Grupo G, de sempatando em saldo de gols com a Suíça, que ba teu Camarões por 1 a 0. O próximo desafio do Brasil é contra a Suíça, na segun da-feira (28), às 13h (horá rio de Brasília).

Lesões

Motivos de preocupa ção, Neymar e Danilo saí ram do campo no segun do tempo sentindo dores.

O atacante foi substituído aos 43’ e foi visto no ban co de reservas chorando, com dores no tornozelo.

O lateral saiu aos 48’ man cando. Caçado em cam po com marcação violen ta, Neymar sofreu dez fal tas em 84 minutos.

Seleção estreia com vitória incontestável na Copa do Mundo

Diego Silveira

O Brasil venceu a Sérvia por 2 a 0 no estádio Lusail, no Catar, e deu o primeiro passo rumo ao hexa. Com um segundo tempo de do mínio absoluto sobre os eu ropeus, o time do técnico Tite praticamente não cor reu riscos contra o adversá rio mais perigoso do grupo.

No primeiro tempo, a Sér via marcou em bloco na área brasileira, dificultan do a saída de bola e a transi ção ofensiva do selecionado canarinho. Ainda assim, Ra phinha teve duas oportuni dades mal concluídas, que poderiam ter facilitado o jogo para o escrete nacional.

Porém, no segundo tem po só deu Brasil. Aprovei tando o cansaço da Sérvia e aumentando ainda mais seu ritmo de jogo, os pentacam peões fizeram o placar final da partida: em duas joga das criadas por Vinicius Jr. e concluídas a gol pelo “Pom bo” Richarlison – o segun

do, um golaço de voleio –, a Seleção mostrou por que é uma das favoritas a con quistar a taça.

A única preocupação fica para as lesões de Danilo e Neymar. O lateral direi to da Juventus saiu da par tida mancando, e o craque Neymar, jogador que mais sofreu faltas na primeira ro dada da Copa, foi flagrado após o jogo com o tornoze lo direito muito inchado.

Mas o Brasil não de pende só de Neymar. Se é verdade que as campeãs mundiais Espanha, Ingla terra e França golearam e jogaram bem, também é fato que o Brasil teve o mais duro e consistente adversário entre os qua tro. Das favoritas, a es treia mais convincente da Copa do Catar foi a da Se leção.

OBJETO DE DESEJO DAS COPAS OBJETO DE DESEJO DA COPA DO QATAR

Lucas Figueiredo/CBF

Lucas Figueiredo/CBF

MUNDIAL Neymar e Danilo saem com dores e geram preocupações

Wallace Oliveira

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