PDF da edição 251 do Brasil de Fato MG by Brasil de Fato MG

Arquivo Boi de Maracanã

Ricardo Stuckert

Minas Gerais

Desafios para Haddad

Bumba meu boi em BH

Candidato de Lula terá que conquistar eleitorado fragmentado

Ribinha do Maracanã fala da sua passagem por Minas e defende cultura popular

BRASIL 9

CULTURA 14

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro de 2018 • edição 251 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Tomaz Silva Agência Brasil

ELEIÇÕES

10 MEDIDAS PARA COMBATER A DESIGUALDADE

Acabar com privilégios tributários dos ricos, fim do teto para gastos sociais e abolição da reforma trabalhista: estas são algumas das recomendações da Oxfam, organização internacional de combate à pobreza para os candidatos no Brasil

Moradia em discussão

De olho na política mineira

Eleições na Boca do Povo

Para garantir direitos de famílias removidas, é preciso indenizar a posse

Você sabe para que serve a Assembleia Legislativa?

Programa do Brasil de Fato MG analisa poderes Executivo e Legislativo do estado

CIDADES 5

ELEIÇÕES 10

ELEIÇÕES 11

OPINIÃO

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

Editorial | Brasil

Vivemos encruzilhada “povo x ricos”: não podemos vacilar

ESPAÇO DOS LEITORES

“Para quem quer discutir as eleições e até agora não conhecia o jornal Brasil de Fato. Tá aí ó.” Paulo Antonio convida para assistir a segunda transmissão ao vivo “Eleições na boca do povo”. Toda terça, 17h, em facebook.com/brasildefatomg ___________ “Que absurdo!” Isabelle Medeiros comenta a matéria “Projeto de conselho LGBT é perseguido em Itaúna, afirma advogado” ___________ “Tenho afirmado já há algum tempo que esse discurso de ódio gera mais ódio. Está aí a prova” Ana Souza comenta a matéria da página do Brasil de Fato: “Ataque a Bolsonaro é “resposta de ódio” a quem “prega o ódio”, diz Maria Rita Kehl”

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

Desde o início do golpe ainda em curso no Brasil, foi aberta uma “encruzilhada histórica” para nosso país e para o povo. De um lado, a possibilidade de continuar a construção de um longo caminho de independência, soberania, democracia e construção de uma nação que sirva ao conjunto do povo. Esse caminho foi colocado em xeque pelo golpe articulado pelas elites, grandes empresários, Judiciário, mídia empresarial, partidos conservadores e interesses internacionais (sobretudo dos EUA). A aliança do golpe tem tentado a cada dia colocar o Brasil em um caminho de submissão, entrega das riquezas, retirada dos direitos dos

Povo tem que estar ativo e empenhado na disputa eleitoral trabalhadores e desmonte da democracia, inviabilizando a participação do povo nas decisões do país. As eleições de 2018 são parte desta encruzilhada histórica. Estas podem ser decisivas nesta encruzilhada, é a eleição mais importante desde 1989. A cada dia vão ficando mais cristalinos estes dois projetos de país durante o momento eleitoral. Vai se tornando evidente que as medidas de prisão de Lula e inviabilização de sua candidatura são parte da estratégia do golpe, já que o projeto carregado por LulaHaddad-Manuela são parte das saídas para a construção de um país livre e soberano.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

De que lado você está? A imposição do Judiciário de que Lula não poderá ser candidato e o recém registro da candidatura Haddad-Manuela provocaram reviravoltas nas intenções de voto. E as pesquisas já apontam Fernando Haddad (PT) à frente das pesquisas. Uma das tentativas dos golpistas, para tentar ganhar no tapetão, foi tentar retirar o interesse

Eleger Haddad é decisivo para recuperar emprego, renda, educação... do povo sobre a política, tentando colocar tudo como “farinha do mesmo saco”, o que num primeiro momento refletiu em altos índices de “brancos/nulos”. Porém, aqueles que se preocupam com o país e com a própria vida não podem ficar parados neste momento. Votar em Fernando Haddad, Fernando Pimentel e em Dilma Rousseff, candidatos do Lula, significa mostrar que você está do lado da classe trabalhadora e da população mais pobre, do lado da democracia e do desenvolvimento nacional. A saída para a encruzilhada não se encerra nas eleições. Ganhando ou perdendo, os golpistas tentarão dar sequência ao golpe. Por isso o povo tem que estar ativo e empenhado na disputa eleitoral, que garantirá melhores condições para as lutas que seguem, até que o Brasil seja de fato para as e os brasileiros.

REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatomg CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983

conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Marcelo Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes, Thainá Nogueira e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Bruno Mateus, Diego Silveira, Fabrício Farias, Felipe Marcelino, João Paulo Cunha, Jordânia, Souza, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Taciana Dutra. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.

? PERGUNTA DA SEMANA

Em teoria, os debates eleitorais são o momento para que os candidatos apresentem com mais profundidade seus planos de governo. Na prática, o que assistimos muitas vezes são trocas de acusações e propostas rasas. Além disso, a mídia comercial também tem um papel fundamental no esvaziamento de ideias e discussões, ignorando candidatos e manipulando perguntas. O Brasil de Fato saiu às ruas para perguntar:

O que você está achando dos debates eleitorais da televisão?

Eu acho que é muito importante, tem que ter para todas as eleições para a gente poder conhecer os candidatos. Mas está um pior do que o outro, então, de qualquer forma parece que estamos no escuro.

A minha opinião em relação aos debates é que continuam a mesma coisa. Os candidatos em vez de mostrar em planos de governo, planos para a nossa economia, procuram só mostrar as falcatruas que um ou outro fez.

Ana Luisa Ferreira, estudante

Hélio Rocha, taxista

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

GERAL

Tomaz Silva / Agência Brasil

Declaração da Semana “Ninguém vira homossexual, a criança nasce homossexual. Assim como existe homem e mulher, existe homossexual, é uma coisa natural”

Disse o MC Catra em uma entrevista de 2016. Ele faleceu no domingo (9) e, para além dos seus 32 filhos, era famoso por declarações que defendiam o direito das pessoas LGBTs

Tem vontade de fazer terapia, mas não tem dinheiro?

Divulgação / Unifae

Em todos os estados, existem clínicas de psicologia que realizam atendimentos sociais, ou seja, consultas com preços menores do que os de mercado. Procure uma clínica social na sua cidade e pergunte se existe esse tipo de atendimento em qualquer estabelecimento terapêutico de sua confiança – pode ser que algum profissional da casa ofereça o serviço e você nem saiba. Universidades públicas e particulares também costumam fazer atendimento social.

Território em disputa Matheus Lobo

O Brasil de Fato ouviu os Avá-Guarani, indígenas de Guaíra e Terra Roxa, municípios do extremo Oeste do Paraná, que esperam a demarcação de suas terras desde 2009. Cerca de 14 aldeias abrigam 2 mil pessoas, confinadas em pequenos espaços entre rodovias e plantações de soja, vivendo um cotidiano precário e hostil. Parte dos proprietários rurais utiliza a Organização Nacional de Garantia ao Direito de Propriedade (Ongdip) para articular ações antidemarcação, que vão desde o contato com a bancada ruralista até a expulsão de indígenas com as próprias mãos. Acompanhe a série de reportagens em: www.brasildefato.com.br.

MINAS

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

Atingidos pela barragem de Mariana listam 900 tipos de danos morais, e Samarco admite 19 3 ANOS Famílias ainda esperam reconhecimento de perdas, doenças e traumas EBC

Rafaella Dotta

rompimento da barragem de Fundão continua trazendo demandas às famílias atingidas. Às vésperas de completar três anos do crime, elas travam um conflito pela reparação das suas perdas, tais como traumas e doenças, e enfrentam a negativa da Fundação Renova. Um documento entregue ao Ministério Público de Minas Gerais mostra o detalhamento de 900 danos morais. A peleja começou meses depois que a barragem estourou, em novembro de 2015, e a mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, criou a Fundação Renova. Esse órgão ficou responsável por fazer os cadastros, conversar com

dentes para atingidos de outras localidades. Nova matriz de reparação Em outubro de 2016, os atingidos conseguiram na Justiça o direito de rever o cadastramento. Atingidos e assessoria técnica fizeram estudos sobre danos morais, danos ao patrimônio cultural e saúde psicológica. Tudo isso está colaborando para a construção de uma nova Matriz de Danos, que é uma lista

os atingidos, definir ressarcimentos e administrar todas as reparações. Foi no cadastramento – resposta aos questionários – que os atingidos perceberam que suas perdas não estavam sendo listadas devidamente. “É imprescindível que seja uma lista de danos o mais detalhada possível”, defende

Mauro da Silva, ex-morador de Bento Rodrigues. “Vários danos não vão ser reparados porque as empresas entendem que não deve ser indenizado. Mas eles não têm que entender, quem tem que entender é a Justiça”. Mauro acredita ainda que essa é uma estratégia das mineradoras para não abrir prece-

A Fundação Renova tem até o dia 23 para dar resposta à listagem feita pelos atingidos

com todas as perdas e consequências do crime. O Ministério Público de Minas Gerais recebeu o documento e emitiu um Termo de Transação. Na prática, isso está forçando a Fundação Renova a conversar com os atingidos e analisar a nova Matriz. “O que está em discussão é o reconhecimento, por parte das empresas, de danos que deverão ser indenizadas no futuro”, explica Gladston Figueiredo, Coordenador Operacional da Assessoria Técnica aos Atingidos. A Fundação Renova tem até 23 de setembro para dar resposta afirmativa ou negativa à listagem feita pelos atingidos. Se concordarem, o próximo passo é o detalhamento e valoração das perdas. Se não houver acordo, a decisão pode ser feita pela Justiça.

Mudancas no ensino geram protestos em Uberlândia TRIÂNGULO MINEIRO Em carta aberta, conselho de educação denuncia fechamento de bibliotecas e extinção de conteúdos Sofia Alves

readequação do quadro de servidores municipais da educação de Uberlândia tem gerado descontentamento na cidade. No dia 4, pais e professores protestaram contra a medida em uma sessão da Câmara Municipal. Em carta aberta, o Conselho Municipal de Educação critica a reorganização do ensino. Desde agosto, por decisão da Secretaria Municipal de Educação (SME), uma série de alterações foram adotadas. O Conselho considera que as medidas diminuem a qualidade da educação municipal, uma vez que biblio-

tecas estariam sendo fechadas, profissionais estariam sendo prejudicados e crianças estariam sendo privadas de conteúdos importantes. A carta afirma, ainda, que a decisão da SME faz parte de um conjunto de medidas “impopulares e voltadas à privatização”, como a terceirização de escolas nos bairros Pequis e Monte Hebron. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Uberlândia (SINTRASP), Ronaldo Brando, afirma que a maior crítica do sindicato foi a forma como a medida foi tomada, de maneira impositiva e sem diálogo com os trabalhadores. No entanto, ele acredita que alguma medida de gestão é neces-

sária, uma vez que haveria salas de aula sem professores. Após o protesto, os manifestantes se reuniram com a Secretária de Educação, Cé-

lia Tavares. Em entrevistas para veículos locais, Célia afirmou que, devido à falta de recursos, houve a necessidade de priorizar a manutenção de professores em

Minas é o segundo estado na lista de maior ocorrência de casos de violência contra LGBTs e Conselho quer transformar essa realidade

sala, o pagamento dos salários e a qualidade da merenda, e que novos profissionais estariam sendo contratados.

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Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

CIDADES

Política de remoções deveria indenizar famílias pela posse da terra, defendem movimentos MORADIA Em muitos casos, indenizações recebidas não permitem comprar casa equivalente na mesma região Valeria Borges

Wallace Oliveira

Reprodução

professora Valéria Borges vive na Pedreira Prado Lopes, região Noroeste de BH. O terreno onde ela morava foi ocupado por seus avós há quase um século e, nele, a família construiu duas casas: uma de três cômodos e outra de dois andares e 14 cômodos, além de um bar que era fonte de sustento. Ali viviam Valéria e oito parentes. Em 2008, chegou à comunidade o Vila Viva, programa de intervenções urbanísticas, ambientais e sociais em favelas de BH, financiado com recursos federais e executado pela Prefeitura. Pouco tempo depois, a família de Valéria foi removida pelo programa, recebendo, em troca, uma indenização de R$ 86 mil pelo imóvel maior e R$ 12 mil pelo menor. Com o dinheiro, foi impossível comprar uma casa na região e ela acabou tendo que ir para o aluguel. “A gente não conseguiu encontrar casa com o dinheiro que eles deram. Chegamos a achar uma como a nossa no Pindorama, mas eles não pagavam a indenização. Quando pagaram, já não conseguíamos comprar nada”, relembra a professora.

Política de remoções Na capital, as remoções em áreas de assentamento irregular ou favelas são executadas pela Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel). Na cidade dita formal, onde há registro de propriedade imobiliária, cabe à Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) fazer desapropriações. Em regra, as remoções na “cidade informal” ocorrem no combate a risco geológi-

Atualmente, as famílias são indenizadas apenas pelas benfeitorias

co, em obras públicas de urbanização, em intervenções viárias ou em obras de infraestrutura, em convênios. Para as famílias removidas, as opções vão do reassentamento à indenização. Para o advogado Thayan Rodrigues, das Brigadas Populares, é preciso repensar essa política, evitando o recurso excessivo às remoções. Quando a remoção é inevitável, o poder público deveria garantir o direito à moradia adequada, sem prejuízos ao morador. “A indenização deveria comportar todos os danos sofridos pela família. Rompem-se vínculos familiares, de trabalho, de vizinhança”, diz. Atualmente, as famílias removidas são indenizadas apenas pelas benfeitorias do imóvel, mas não pela posse do terreno. Porém, a terra é o principal insumo da moradia e, nas áreas com infraes-

trutura e serviços, o principal componente dos preços dos imóveis. Ao receber apenas pela benfeitoria, dificilmente uma família conseguirá

comprar um imóvel com as mesmas vantagens na mesma região. Neste ano, o Conselho Municipal de Habitação está discutindo uma profunda revisão na política habitacional do município. Um dos pontos é a indenização. Para evitar que dramas como o de Valéria e ou-

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COOPERATIVA DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA AGRICULTURA CAMPONESA - COOPERTRAC CNPJ: 07.661.249/0001-97 NIRE: 31400047930 Edital de Convocação para a Assembléia Geral Ordinária. NINJA A Cooperativa dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Mídia Camponesa - COOPERTRAC, inscrita no CNPJ: 07.661.249/0001-97 e atualmente composta de 55 sócios, vem através da sua Coordenação Colegiada, observado os artigos n° 23 e 24 de seu Estatuto Social, convocar seus sócios para a Assembléia Geral Extraordinária, a se realizar no dia 25 de setembro de 2018, na Rua Nova Friburgo, 645, Bairro Bom Jesus, CEP: 31230-450, Belo Horizonte/MG.

A assembléia terá como ordem do dia: 1) Leitura e Aprovação da Ordem do Dia 2) Eleição e posse do novo Coordenador Financeiro da Cooperativa. A 1ª convocação será para as 08h00, sendo o quorum mínimo necessário para a instalação da assembléia geral de 75% dos cooperados; a 2ª convocação será para as 09h00, sendo o quorum mínimo necessário para a instalação da assembléia geral de 60% dos cooperados; e a 3ª convocação será para as 10h00, sendo o quorum mínimo necessário para a instalação da assembléia geral de 10 cooperados. Sem mais para o momento, ficam todos os sócios(as) convocados a participar. Atenciosamente,

Conselho discute revisão na política habitacional de BH

tros milhares se repitam, movimentos propõem uma revisão das regras vigentes. Atualmente, para quem vive em terrenos públicos, mas não tem título de propriedade, existe o direito à Concessão de Uso Especial para Moradia (CUEM); na posse em área privada, a lei prevê a usucapião. Em ambos os casos, famílias que morem em áreas menores que 250 m², há mais de cinco anos, com posse mansa e pacífica, têm o direito adquirido e poderiam ser indenizadas pela posse do terreno.

Maira Pereira Santiago Coordenadora Geral da COOPERTRAC Belo horizonte, de 10 de Setembro de 2018

OPINIÃO

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

Opinião

Haddad não é um poste João Paulo Cunha A definição da candidatura de Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, inicia novo cronograma para a eleição presidencial. O tempo é pouco e é hora de olhar para a frente. Haddad não é um poste, tem luz própria. É um homem preparado, experiente e com muito a aportar à campanha. Durante muito tempo se criticou a falta de formação de novas lideranças, tanto na esquerda quando na direita. Fernando Haddad tem tudo para reverter essa história. Em primeiro lugar, não esconde sua integração ao partido. Coordenou a elaboração do plano de governo, manteve proximidade a Lula da forma devida, participou de governos petistas e experimentou as urnas. Com origem na classe média, intelectual, sua proposta é para toda a sociedade, como deve ser sempre na política. A formação de uma pessoa e sua trajetória de vida apontam os caminhos do que se pode esperar dela. Haddad é professor, tem formação em direito, mestrado em economia e doutorado em filo-

DrA sa

Rde Conve SIN

N TO

sofia. Foi ministro da Educação e prefeito de São Paulo. Nessas indicações mais gerais estão presentes algumas expectativas importantes ligadas ao seu nome. Está na hora de “Andrade” mostrar quem é Haddad. Em cada uma das áreas pelas quais passou, o candidato tem um histórico de realizações e propostas que precisam ser debatidos na campanha. Se o eixo está dado no plano de governo e pela trajetória das administrações petistas, interrompida pelo golpe, os caminhos serão outros. De sua formação em economia, o novo candidato traz a urgência de retomar um projeto de desenvolvimento para o país, que

Segunda-feira

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Terça-feira

Rádio Autêntica Favela 11h às 12h 106,7 FM BELO HORIZONTE E RMBH Rádio Comunicativa 9h às 10h 87,9 FM JOÃO MOLEVADE - CENTRAL

Quarta-feira Rádio Alternativa 87,9 FM 17h às 18h CABECEIRA GRANDE - NOROESTE

Sexta-feira

Rádio Web Brasil de Fato www.brasildefato.com.br 15h às 16h

Quinta-feira Rádio Quintal FM 20h às 21h 105,9 FM VIÇOSA - ZONA DA MATA Rádio Vale FM 17h às 18h 96,7 FM ARAÇUAÍ - JEQUITINHONHA Rádio Cidade FM 18h às 19h 87,9 FM TURMALINA - JEQUITINHONHA

Sábado

Rádio Liberdade FM 9h às 10h 87,9 FM RIACHINHO - NOROESTE

Rádio Sertão FM 8h às 9h 87,9 FM CHAPADA GAÚCHA - NORTE

Rádio Formoso FM 16h às 17h 87,9 FM FORMOSO - NOROESTE

Rádio Planalto FM 12h às 13h 87,9 FM BRASILÂNDIA DE MINAS - NOROESTE

Rádio Bom Sucesso FM 17h às 18h 95,5 FM MINAS NOVAS - ALTO JEQUITINHONHA

Rádio Divinópolis FM 12h às 13h 720 AM DIVINÓPOLIS - CENTRO OESTE

Rádio 98 FM 17h às 18h 98,5 FM DIAMANTINA

Rádio Líder FM 16h às 17h 87,9 FM BONFINÓPOLIS DE MINAS - NOROESTE

Realização:

Projeto de Haddad deverá revogar medidas que retiraram direitos

tenha nos seus fundamentos tanto o crescimento como a distribuição de renda. Com geração de emprego e renda e justiça tributária. O novo projeto de desenvolvimento, que se pode esperar pela trajetória do candidato, deverá revogar as medidas que retiraram direitos do trabalhador e recuperar a soberania em relação ao petróleo e outras riquezas estratégicas. E, é claro, revogar medidas de austeridade que interrompem gastos sociais para alimentar a vazão das despesas financeiras. Para a educação, o professor e ex-ministro Fernando Haddad precisa trazer, além das experiências exitosas de ampliação de acesso à universidade e dos projetos de melhoria dos resultados do ensino básico, o potencial de transformação necessário ao setor. A lista poderia seguir com outros aspectos da formação do ex-ministro. Não se trata de elogiar o candidato, mas de lembrar de onde veio e o que se deve esperar dele. Haddad não é Lula. O que é muito bom para a democracia.

Participação:

(31) 9 7146-7456

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Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018 Rovena Rosa /Agência Brasil

OPINIÃO

Rubens Goyatá Campante

Não havia ordem e segurança na ditadura

Educação na mira do golpe Nos últimos dois anos, com o processo de aprofundamento e consolidação do golpe no Brasil, todos os nossos direitos sociais têm sido afetados. Entre eles, a educação pública de qualidade. Com os cortes promovidos pelo governo ilegítimo de Michel Temer, o Plano Nacional de Educação (PNE) está totalmente comprometido. É importante lembrar que o PNE foi criado em 2014, justamente para corrigir falhas e melhorar a universalização da educação, com um plano de carreira para professores da rede pública. Segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes), os severos cortes de investimentos ameaçam 80% das áreas de pesquisas do país, impactando 200 mil alunos, professores e assistentes. A reforma do ensino médio foi outro ataque à educação reduzindo os conteúdos únicos e obrigatórios a matemática e linguagens. É nesse sentido que o movimento de ocupação das escolas, organizado por estudantes, colocou em pauta a defesa da melhoria da qualidade de ensino em todo o sistema, de escolas a universidades. A população do campo não está fora desse retrocesso. Nesse marco do desmonte da educação pública em prol de um projeto maior de privatização do ensino, a luta pela terra também se transforma em luta por educação do Plano Nacional campo de qualidade, que após 20 anos de avanços está de Educação ameaçada. A verba destinada ao Pronera foi reduzida de (PNE) está R$ 30 milhões, em 2015, para pouco mais de R$ 11 milhões totalmente em 2017. E neste ano, o orçamento liberado até agora foi comprometido de R$ 3 milhões. A educação é um direito importante que possibilita a formação de pessoas com capacidade de leitura crítica do mundo em que vivemos. Portanto, deve transcender o aprendizado em sala de aula e se estender para a vida cotidiana. Iris Pacheco é jornalista e militante do MST

Rubens Goyatá Campante, sociólogo e pesquisador do Cerbras – Centro de Estudos Republicanos Brasileiros

Na edição 114 ...

ACOMPANHANDO

Iris Pacheco

Muitos acreditam que, durante esse período, não havia a violência e a insegurança de hoje por causa da “mão firme” dos ditadores. Absolutamente falso. Na época do regime militar, de 1964 a 1985, a violência e a incapacidade das autoridades de lidar com ela só cresceram. O censo de 1980 registrou uma taxa anual de 11 homicídios por 100 mil habitantes no Brasil, e nas capitais e regiões metropolitanas mais de 20 homicídios por 100 mil habitantes. Segundo a ONU, quando essa taxa está acima de 10 homicídios há uma epidemia de violência. A mídia registrou o crescimento dessa epidemia durante o regime de exceção. Uma reportagem de capa da Veja, de 10 de janeiro de 1973, já registrava a onda de crimes, a expansão, devido à incompetência do Estado, das empresas de segurança particular e a corrupção de parte da polícia. O mesmo semanário dedicaria, até o fim do regime militar, mais quatro reportagens de capa sobre a questão. Na edição de 12 de março de 1975, registrava que o presidente Geisel manifestara publicamente preocupação com o aumento da criminalidade. As verbas eram insuficientes: a reportagem trazia o caso de um policial que, na falta de um xadrez, guardava os presos em sua própria casa. E para quem acha que a vio- A criminalidade lência no Rio de Janeiro é re- aumentou cente, a capa da edição de durante 7 de janeiro de 1981 da Veja anunciava: “Guerra Civil no a ditadura Rio!”, falando sobre o aumento do número de assassinatos, do tráfico e de lojas assaltadas mais de 50 vezes no ano. Em abril de 1982, a vez das prisões: “O porão explodiu”. O Estado brasileiro tem sido, especialmente nos períodos ditatoriais, um Estado autoritário e, por isso, fraco, ineficiente e caótico, por paradoxal que pareça.

Mulheres pedem Fora Cunha E agora... Mulheres se Bolsonaro

unem

contra

O grupo “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, criado no Facebook, já reúne mais de 1 milhão de pessoas. Fazem parte da iniciativa mulheres de todo o Brasil e outras que residem em outros países. Com posições políticas diversas, as participantes afirmam ser contra o “fortalecimento do machismo, misoginia e outros tipos de preconceitos” representados pelo candidato do PSL à presidência. A mobilização deve passar para as ruas. Em BH, as mulheres se reúnem no dia 29, das 18h às 23h, na Praça da Estação (Centro).

BRASIL

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

Para além de 2018: organização propõe 10 ações contra as desigualdades no Brasil OXFAM Entre as medidas, está a adoção de uma reforma tributária progressiva e a revogação do teto de gastos Tomaz Silva / Agência Brasil

Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)

EBC

Oxfam, organização internacional que atua no combate à pobreza em 94 países, apresentou, na semana passada, um conjunto de dez propostas para enfrentar o problema das desigualdades sociais no Brasil. “O Brasil está, ao mesmo tempo, na lista das dez maiores economias do mundo e também entre os dez mais desiguais do mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas”, explica Rafael Georges, coordenador de campanhas

Crescimento econômico do país, historicamente, foi feito sem inclusão social, diz pesquisador da Oxfam Brasil. Ele ressalta que o crescimento econômico do país, historicamente, foi feito sem inclusão social. “Esse crescimento ‘exclusivo’, que exclui a maior parte da população, é ruim para a socie-

Sistema tributário do Brasil favorece super ricos E

Fernanda Carvalho / Fotos Públicas

ntre as medidas apresentadas, estão a adoção de um novo sistema tributário, para reduzir a tributação sobre o consumo, e a revogação da Emenda Constitucional 95, que criou o Teto dos Gastos, que impede o crescimento dos investimentos públicos, incluindo em saúde e educação, pelos próximos 20 anos. “É necessário tributar o topo da pirâmide social no Brasil pela renda, reduzindo ao mesmo tempo a tributação sobre bens e consumo, que recai sobre os mais pobres”, defende Georges. “Metade de tudo que o Brasil arrecada (50%) em impostos é sobre bens e serviços, e apenas entre 21% a 25% vêm de tributos diretos, como imposto sobre renda. No mundo, em geral, isso é 40%. O Brasil tem a pirâmide invertida”, exemplifica. Quem se dá bem com isso são os super ricos,

que são apenas 1% da população, já que não há tributação sobre lucros e dividendos e as alíquotas sobre grandes heranças são irrisórias no país.

Teto dos Gastos vai comprometer saúde, educação, meio ambiente, combate à violência

Com a alteração no sistema tributário seria possível, segundo a Oxfam, aliviar o peso dos impostos sobre a maioria da população sem reduzir a arrecadação do governo. “É necessário tributar o topo da pirâmide social no Brasil pela renda”. Revogar regra dos gastos e reforma trabalhista De acordo com a Oxfam, o Brasil errou ao adotar, em 2016, já no governo de Michel Temer, a regra do teto de gastos, que só permite reajustar as despesas do governo, in-

cluindo políticas de educação e saúde, pela variação da inflação do ano anterior. É o caminho oposto de países da Europa e Estados Unidos, que têm gastos sociais elevados. A medida também deve reduzir, com o tempo, o investimento necessário para políticas públicas de meio ambiente, combate ao racismo, violência contra a mulher, agricultura familiar, entre outras. A organização também propõe uma prioridade no enfrentamento ao racismo e à discriminação e violência contra as mulheres. O decálogo da Oxfam cita ainda a necessidade de revisão da reforma trabalhista, o fortalecimento da agricultura familiar e retomada da reforma agrária, maior transparência no gasto público e fortalecimento de medidas de combate à corrupção.

dade, porque gera miséria, e é ruim para a economia, pois deixa uma enorme parte dos brasileiros fora do mercado de consumo”, acrescenta. O principal objetivo da plataforma, segundo a Oxfam, é apoiar os eleitores na definição dos candidatos, a partir da comparação com propostas que são apresentadas como promessa de melhores oportunidades de vida. “O que a gente quer é que isso seja discutido mais pela sociedade do que pelos candidatos. O período eleitoral é fértil porque as pessoas prestam mais atenção na política”, argumenta.

Dez ações urgentes contra as desigualdades no Brasil • Priorizar o enfrentamento ao racismo • Equilibrar o sistema tributário • Promover a oferta de trabalho formal e decente e rever a reforma trabalhista • Revogação da Emenda Constitucional 95 que criou o Teto dos Gastos • Priorizar o enfrentamento à discriminação contra as mulheres, • Tributação sobre lucros e dividendos • Fortalecer a agricultura familiar e a reforma agrária • Reduzir as isenções fiscais e aumentar os investimentos em políticas públicas e serviços básicos • Melhorar a qualidade e a transparência do gasto público • Fortalecer mecanismos de combate à corrupção

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

ELEIÇÕES

Como fica o cenário eleitoral com Haddad candidato? ANÁLISE Especialistas avaliam transferência de Lula e a conquista de votos das mulheres como desafios para chapa petista Ricardo Stuckert

Rute Pina De São Paulo (SP)

ernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) foram os escolhidos para assumir a chapa presidencial do PT, na terça-feira (11), em cumprimento à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que impediu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ser candidato. Agora, especialistas avaliam que o Partido dos Trabalhadores tem desafios pela frente: em especial, a transferência de votos do ex-presidente, que liderava as pesquisas de opinião com mais de dez pontos percentuais de vantagem para o segundo lugar, e a conquista de novos votos em um eleitorado fragmentado. A cientista política Maria Socorro Braga, da Universidade Federal de São Carlos, pondera que a substituição de Lula ocorre por uma imposição do Judiciário. “Essa troca de candidato já era aguardada porque a gente sabia que a Justiça já tinha

Um desafio para o PT é transferir os votos de Lula para Haddad

resolvido que não ia aceitar a candidatura do Lula”, diz. Mas, segundo ela, as articulações para inibir a candidatura de Lula podem beneficiar a transferência de votos do ex-presidente para Haddad. Ela também pontua que

Para professor da UPS, PT cresceu porque “projeto da direita naufragou”

os retrocessos sociais e econômicos durante o governo de Michel Temer (MDB) vão acentuar os chamados “votos retrospectivos”, ou seja, angariados por causa de uma memória positiva dos governos petistas. “Qualquer governo que assumir o país vai encontrar uma situação crítica. Então, se ele [Haddad] conseguir colar sua imagem ao ex-presidente Lula e às principais políticas sociais, de aumento do salário mínimo e de outras condições necessárias para que as pessoas tenham uma

vida melhor, maior a chance desse eleitorado votar na proposta petista”, avalia. Força partidária O historiador Lincoln Secco, da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o PT teve ganhos políticos e eleitorais com a estratégia de levar o nome do ex-presidente como candidato até o último momento possível pelo calendário eleitoral. Ele avalia que é “inegável” que Lula permaneça como ator político determinante para transferir votos a Haddad, mas

que há outros fatores que influenciam a disputa. De acordo com o Ibope, o PT é o partido preferido de 29% da população brasileira. O índice supera as demais 34 legendas registradas no TSE somadas, e é o maior desde 2014. O professor da USP afirma que o partido recuperou seu prestígio porque “o projeto da direita naufragou”. “A direita enveredou pelo caminho do golpe parlamentar; depois, de aplicação de reformas altamente impopulares sem legitimidade do governo para fazer isso. Então, é óbvio que uma parte expressiva da população se voltaria para aquele instrumento político que ela já reconhece como representante de políticas sociais, de uma posição progressista de esquerda, que é o PT”, diz Secco.

Black Out / CWB

Candidato é atacado pela Guarda Municipal de Curitiba

Bolsonaro foi salvo pelo SUS

candidato a deputado estadual pelo PT do Paraná Renato Almeida Freitas foi atingido por dois tiros da Guarda Municipal, no centro de Curitiba, no domingo (9). No momento do ataque, Renato Freitas fazia uma panfletagem de sua campanha. “Foi uma situação traumática e humilhante”, relatou. Após receber alta do hospital, o candidato foi levado para prestar depoimento na delegacia. Em nota, a Prefeitura Municipal afirmou que a GM foi acionada por moradores da região que reclamavam de pessoas que perturbavam o sossego.

air Bolsonaro (PSL), esfaqueado, no último dia 6, na região do tórax durante campanha em Juiz de Fora, foi tratado pelo SUS. Imediatamente após o ocorrido, o candidato foi levado para a Santa Casa de Misericórdia, onde foi atendido, passou por exames e uma cirurgia, que salvou sua vida. O curioso é que Bolsonaro é o único dos candidatos que afirma que é desnecessário aumentar os recursos para o SUS, apesar de dizer que o Sistema deve fazer muito mais do que já faz.

ELEIÇÕES

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

Por que é importante escolher bem seu candidato a deputado estadual PARLAMENTARES Entenda como funciona o Poder Legislativo estadual e o que fazem os 77 representantes na ALMG Pollyanna Maliniak / ALMG

Marcelo Gomes Colaboração para o Brasil de Fato

o Brasil, os poderes da República são três: Judiciário, Executivo e Legislativo. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 147 milhões de brasileiros estão habilitados a escolher, nas eleições deste ano, quem assumirá esses dois últimos poderes. O Judiciário não entra nesse cálculo porque não é um poder eletivo. Em Minas Gerais, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 15.700.966 eleitores estão aptos a votar para governador, vice-governador, dois senadores, 53 deputados federais e 77 estaduais. Para governar, tanto o presidente quanto os go-

Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), existem atualmente 77 deputados. Sua principal tarefa é propor normas que ajudam a reger a vida dos 21 milhões de mineiros. A função parlamentar O deputado que entender necessário regular alguma questão na sociedade (por exemplo, proibir a publicidade de bebidas alcoólicas

vernadores, chefes dos Executivos estaduais, precisam do apoio do Poder Legislativo, cuja função extrapola a produção de leis. Entre outras atribuições, o Legislativo também é responsável por fiscalizar e acompanhar as ações do Poder Executivo.

Em Minas Gerais, assim como nos demais 25 estados do país e no Distrito Federal, o Poder Legislativo é exercido pelas Assembleias. No nível nacional, a função fica a cargo do Congresso Nacional; nos municípios, com as Câmaras de vereadores.

Legislativo propõe leis, fiscaliza e acompanha o Executivo

em programas de TV), pode apresentar um projeto de lei (PL). Na ALMG, a equipe técnica da Casa pode ajudá-lo a elaborar uma proposição. “O deputado não precisa ser nenhum advogado para fazer um projeto de lei. Ele precisa saber o que ele quer”, afirma Carlos Morato, assessor parlamentar. Os deputados podem sugerir, entre outras proposições: Emenda à Constituição, Projeto de Lei Complementar, Projeto de Lei Ordinária e Projeto de Resolução. Em sua atuação, eles podem agrupar-se em bancadas e blocos. As bancadas são formadas por grupos de deputados com, no mínimo, cinco em cada partido, sob a liderança de um deles. Os partidos podem unir-se, o que constitui um Bloco Parlamentar.

Deputados representam segmentos da sociedade Sarah Torres

m outro aspecto para o qual Carlos Morato chama atenção diz respeito à função representativa do parlamentar. “O deputado está na ALMG também para encaminhar demandas da população ao Ministério Público, Executivo e Judiciário. Ele é o representante de seg-

Deputados devem encaminhar demandas da população perante o poder público

mentos da sociedade perante o poder público. Então ele tem a função representativa”. Para Morato, esta função é uma das mais importantes. “Muito mais importante do que a formulação de projetos, é a discussão dos pro-

blemas da sociedade”, conclui. Os gabinetes dos deputados, localizados todos na sede da Assembleia em Belo Horizonte, são espaços onde a sociedade pode reivindicar suas demandas, assim como as audiências públicas e outros

eventos abertos à participação popular. Para Carlos, a produção legislativa tem limites. Hoje os mineiros já dispõem de cerca de 26 mil leis. “Claro, o arcabouço jurídico da sociedade pode ser atualizado e alterado. Mas grande parte das leis existentes já são suficientes. Talvez o melhor deputado seja aquele que não apresentou nenhum projeto de lei, mas que trouxe uma discussão enorme e interferiu em projetos do governo”, argumenta.

Na matéria completa, leia como se dá a tramitação de um PL e como funcionam as comissões e o plenário da ALMG: www.brasildefato.com.br

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

ELEIÇÕES

Balanço dos deputados estaduais e do governador de Minas PARTICIPE Programa do Brasil de Fato MG traz a opinião de um professor e um cientista político Da redação

segunda edição do nosso programa jornalístico sobre eleições trouxe as polêmicas da política mineira. Qual a avaliação dos professores sobre o governo Pimentel? Como agiram os deputados estaduais depois do golpe de 2016? Informações novas e opiniões políticas que você não vai ver em outros jornais.

O Eleições 2018: Na Boca

Do Povo é transmitido nas terças-feiras, às 17h, ao vivo pela página do Brasil de Fato MG no Facebook. O público do nosso jornal impresso pode ler agora os melhores momentos dessa conversa: Lucas Cunha

“Deputados fizeram mandato ‘morno’ do ponto de vista de projetos” O cientista político e pesquisador do Centro de Estudos Legislativos da UFMG Lucas Cunha foi um dos entrevistados. Ele avalia que a maioria dos deputados estaduais bloquearam a atividade da Assembleia Legislativa, devido a serem oposição ao governador Fernando Pimentel (PT). Em 2015, foram 14 mil projetos e requerimentos, em 2017 foram 8.400 e daí para menos. Michel Temer mandou menos dinheiro para Minas?

Depois do golpe parlamentar de 2016, foi evidente o contingenciamento de recursos para MG. Houve sim, no governo federal de Michel Temer, a austeri-

eleição mineira. No governo Pimentel, receberam salários atrasados, nos governos PSDB, não tiveram aumentos e sua carreira foi desestruturada. Balanço do governo Pimentel na área da educação

“Tivemos avanço na democratização das escolas. Eleição para superintendentes, em que foram respeitadas as indicações das comunidades escolares. Conseguimos um acordo para o piso salarial nacioPaulo Henrique: “ Temos uma lembrança muito ruim do governo Anastasia” nal dos professores e colodade fiscal (que é o Estado é tão grande assim. Gover- camos na Constituição miprestando contas ao mer- nar com os prefeitos é fun- neira a exigência do pagacado e não à soberania po- damental para implantar mento do piso. Tivemos pular). Essa falta de repas- políticas públicas e conse- avanços também nas esses impactou as contas pú- guir dialogar com os cida- truturas das escolas. Tínhamos absurdos como esblicas de Minas Gerais. dãos. colas funcionando em motéis, e essas situações mais Pergunta do Povo Paulo Henrique graves foram sanadas. Mas Willian, da cidade de “O funcionalismo públi- sabemos que tem muito a Martins Soares: Qual o co está bravo com o parce- melhorar”. desafio do próximo golamento, com atrasos, mas vernador? A campanha eleitoral fala tem uma lembrança mui- Pergunta do povo - Erica, muito do desafio fiscal, em to ruim do governo Anas- de Uberlândia: O atraso dos salários pode ter imrelação às contas, como tasia” O segundo entrevistado pacto nas eleições? se Minas fosse uma conta foi Paulo Henrique, dire“A nossa população foi bancária. Mas é mais compouco politizada durante tor do Sindicato Único dos plexo. O próximo governao período de governo podor precisa articular com Trabalhadores em Educaas prefeituras. Minas Ge- ção (SindUTE/MG), que pular. Está muito sujeita às rais tem o maior número de contou com detalhes as questões imediatas. O eleimunicípios do país e a má- opiniões dos professores tor, ao votar, tem que analiquina pública estadual não públicos estaduais sobre a sar também a situação que

cada governador passou e o que a classe trabalhadora conseguiu arrancar. Avalio que conseguimos avançar mais agora [com Pimentel], tendo uma situação econômica muito pior que em 2011.”

ELEIÇÕES

2018

ASSISTA ÀS PRÓXIMAS EDIÇÕES DO ELEIÇÕES 2018: Na Boca do Povo, com informações e análises sobre a política. Às terças-feiras, 17h, transmissão ao vivo na página Brasil de Fato MG no Facebook. Você pode mandar perguntas pelo WhatsApp (31) 98468-4731.

ACOMPANHE A COBERTURA

DAS ELEIÇÕES 2018 ACESSE EM: BRASILDEFATO.COM.BR/ELEICOES-2018

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Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

CIÊNCIA, COISA BOA! A AGROECOLOGIA TEM BASE CIENTÍFICA? (PARTE 2)

Agência Brasília

Amiga da Saúde Estava vendo uma reportagem sobre a mutilação genital em meninas. Você acha que isso se justifica pelo bem da cultura? Debora Aparecida, 19 anos, secretária

Pense em uma área agrícola. Provavelmente, em sua mente veio algo como um grande campo coberto em abundância por um cultivo. Esse é o modelo utilizado pelo agronegócio. Trata-se, como visto na coluna anterior, de um ambiente com baixa complexidade e, por isso, baixa resistência. Pode ser facilmente destruído. Uma espécie invasora, um inseto por exemplo, pode arruiná-lo. Assim surgem as pragas. A plantação representa uma imensa oferta de alimento, o que leva ao aumento gigantesco da população do inseto. Ou seja, o próprio agronegócio cria ambientes favoráveis ao surgimento de pragas. Para compensar isso, ele usa venenos que eliminam esses invasores. A superexploração de um terreno por uma monocultura exaure os nutrientes do solo, o que força o agricultor a utilizar adubos químicos. Além disso, o agronegócio produz espécies que não são naturalmente encontradas em determinada região (por exemplo, a soja no cerrado) o que também exige a correção química do solo. Ou seja, o modelo do agronegócio é altamente ONU dependente de compostos químicos para funciodefende a nar (o que gera muito lucro para as empresas que agroecologia os produzem). O problema é que a maioria desses compostos são prejudiciais à saúde do ambiencomo te e das pessoas. Além disso, eles são sintetizados “essencial a partir do petróleo, um composto que em breve para o deixará de estar disponível. Por isso, desde 2007 a ONU afirma que “a agroefuturo da cologia é essencial para o futuro da humanidade”. humanidade” No lugar de áreas com baixa complexidade, ela cria os chamados agroecossistemas, em que diversas espécies vegetais, animais e de microrganismos convivem. O agricultor seleciona e maneja seu sistema com as espécies de interesse, o que o possibilita abrir mão da utilização de venenos e fertilizantes químicos. Por exemplo: o invés de adicionar nitrogênio químico ao solo, o agricultor planta entre seus pés de café o feijão, que possui em suas raízes, naturalmente, bactérias que liberam nitrogênio no solo. Outro exemplo: ao invés de aplicar veneno contra um inseto que come seu tomateiro, o agricultor pode manter no terreno árvores que sirvam de abrigo a aves que caçam esses insetos. Produzir com bases agroecológicas sem dúvida exigirá mais ciência e mais capacidade técnica dos produtores. Obrigará que deixemos para trás a monocultura e o latifúndio. Será preciso distribuir terras e devolver o poder de decisão às famílias do campo. Em troca, herdaremos uma alimentação mais diversa e sadia, que seja ambiental e socialmente equilibrada. Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais

A cultura reproduz coisas boas e coisas ruins, cabe aos seres humanos alterarem seus hábitos para obter uma vida melhor. A mutilação genital hoje já é reconhecida como uma violação dos direitos das mulheres por todos os órgãos internacionais de direitos humanos e existem pactos para pôr fim a essa prática, ainda hoje frequente em muitos países africanos e em alguns asiáticos. Nós, mulheres do mundo todo, devemos nos solidarizar e pressionar para que a mutilação genital e tantas outras práticas machistas, que tentam reprimir o prazer feminino, deixem de existir. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf.

Nossos direitos 28 anos do Código de Defesa do Consumidor O Código de Defesa do Consumidor (CDC) completou 28 anos nesta semana. E essa data precisa ser comemorada! O Código é fruto da pressão social e do trabalho de estudiosos em direitos dos consumidores, e é considerado uma das leis mais avançadas no mundo em relação ao tema. Ele estabeleceu um entendimento das relações de consumo baseado na ideia de que os consumidores possuem certa fragilidade em relação aos fornecedores, e por isso merecem especial proteção.

Conheça os principais direitos que o Código garante: a informação adequada e clara sobre produtos e serviços; proteção contra a publicidade enganosa ou abusiva; direito de desistência das compras à distância em até sete dias; devolução em dobro de cobrança indevida; proibição de venda casada; cumprimento obrigatório de ofertas anunciadas, entre outros. Caso você se sinta lesado em seus direitos de consumidor, procure o Procon, Defensoria Pública ou Ministério Público do seu município. Fique ligado e não perca seus direitos!

Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

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Reprodução

CAÇA-PALAVRA

Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

Ivan Lins Um dos maiores nomes da MÚSICA Popular Brasileira, o CANTOR Ivan LINS completou 73 anos em 2018. Também COMPOSITOR de sucesso, teve canções gravadas por artistas como Chico BUARQUE, Elis REGINA, Simone, Zizi Possi, Quarteto em Cy e Gal Costa. No exterior, especialmente nos Estados Unidos, suas músicas foram interpretadas por ASTROS do naipe de QUINCY Jones, ELLA Fitzgerald e George BENSON. Com Vítor Martins, amigo e parceiro musical, fundou, nos anos 1990, a Velas, gravadora que ajudou a despontar novos talentos como LENINE e Chico César. Relembre algumas das composições de Ivan: • “Bandeira do DIVINO”

• “LEMBRA de Mim”

• “BILHETE”

• “MADALENA”

• “CARTOMANTE”

• “O AMOR É o Meu País”

• “COMEÇAR de Novo” • “DAQUILO que Eu Sei”

• “Somos Todos IGUAIS Nesta Noite”

• “DEPENDE de Nós”

• “VIESTE”

• “DINORAH, Dinorah”

• “VITORIOSA”

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Solução

Ingredientes • • • • • • • • •

1/2 kg de feijão verde 250 g de bacon cortado em cubos (ou torresmo) 250 g de linguiça cortada em cubos 250 g de charque cortada em cubos 2 cebolas picadas 2 xícaras (chá) de farinha de mandioca. Couve verde Cheiro verde (salsa, cebolinha e coentro) a gosto 3 ovos

Modo de preparo

C Q S O R E M U E Q Ç A R A L A R L U E B I G L O N I V A S O I U I N C Y D T S A E D N E P E D B I L H E T E T C L S A E E R M M I T U B A V O S R M M I A I S O A C N I N E R N A D T O T I V E

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Em uma panela cozinhe o feijão e deixe “al dente”. Em outra, frite o bacon (ou toucinho para torresmo), a linguiça e a charque, um de cada vez, e reserve. Na mesma panela refogue a cebola, o alho e o pimentão, acrescente o sal e refogue a couve. Junte o feijão e as carnes fritas, em seguida a farinha, sempre mexendo até ficar uma farofa, nem muito seca nem muito molhada. Finalize com o cheiro verde picado e os ovos fritos em cima. Uma delícia que os tropeiros e vaqueiros dos sertões nos deixaram de herança!

Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.

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Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

“Opreconceito, mas ele é quebrado quando as pessoas passam a ver, a cantar e a interagir” ENTREVISTA Cantador de bumba meu boi, Ribinha de Maracanã fala sobre a cultura popular, o seu grupo Boi de Maracanã e sua passagem por Minas Gerais Ligia Morase todo Brasil?

Lívia Bacelete

cultura popular tem ultrapassado limites territoriais, de classes e grupos sociais, de cor e etnias, levando as manifestações tradicionais para grupos e lugares diferentes daqueles de sua origem. Entre 6 a 9 de setembro, Minas Gerais recebeu o cantador de bumba meu boi maranhense Ribinha de Maracanã, de São Luís. Importante liderança de um dos grupos mais reconhecidos do Maranhão e do Brasil, Ribinha está à frente do Boi de Maracanã, uma comunidade rural centenária com mais de mil integrantes. Além de intérprete, é um dos líderes administrativos do grupo e compositor de diversas toadas. Brasil de Fato - O que é um bumba meu boi e o que ele representa para o estado do Maranhão? Ribinha de Maracanã - O

bumba meu boi é um grupo folclórico de origem afro-brasileira. No Maranhão, existem cinco sotaques de boi, ou seja, cinco ritmos, entre eles o

Participem de eventos que trazem a cultura nordestina, vivenciem, brinquem! sotaque da ilha ou de matraca, como o grupo que eu participo, o Boi de Maracanã. O bumba meu boi hoje já se expandiu para várias partes do país, mas não com o mesmo tradicionalismo, com o mesmo foco e com as mesmas canções. O bumba meu boi já tem um reconhecimento também como patrimônio cultural, pelo Iphan e pelo Ministério da Cultura. Você veio para uma série de atividades, o que achou da sua experiência aqui?

Foi muito boa a vivência de bumba meu boi do Maranhão com a cultura local de Minas, como o candombe, que conheci. Participamos de show com o Boi Luzeiro, além

de oficinas e foi uma forma muito boa de compartilhar as músicas e as culturas. Quero agradecer, pois, na época junina, muitos mineiros vão para o Maranhão para prestigiar nossa cultura. Em especial, no Boi de Maracanã recebemos muitos turistas de Minas no dia 23 de junho, no batizado do boi, um ritual que fazemos para dar partida à nova temporada. Você conviveu com brincantes e músicos que reproduzem aqui as mani-

Na época junina, muitos mineiros vão para o Maranhão para prestigiar nossa cultura” festações culturais tradicionais de outros lugares. Qual a sua opinião dessas manifestações extrapolarem o limite do lugar da tradição e estarem em

Bike só para mulheres

FIT-BH começou

Achei muito especial a forma como o mineiro acolhe as culturas nordestinas, como o bumba meu boi. Também o tambor de crioula, que é uma das principais manifestações da cultura afro-brasileira do Maranhão, além do maracatu, que vem de Recife. Isso só enriquece e fortalece mais a questão do reconhecimento e do acolhimento do povo de Minas e do Sudeste em relação à cultura do Nordeste. Para nós, é muito gratificante ver o quanto as pessoas são felizes quando têm a oportunidade de conhecer a cultura nordestina, de participar, brincar, cantar e interagir. Isso faz com que as pessoas entendam a riqueza do que é a cultura popular. Muitas vezes existe um preconceito, mas ele é quebrado quando as pessoas passam a ver, a cantar e a dançar. Eu quero deixar aqui um recado ao povo de Minas: que participem desses eventos feitos por mineiros que trazem a cultura do Nordeste, que vivenciem, brinquem, dancem, que isso só traz alegria.

Mostra Setembro Amarelo

Daisy Serena

Até o dia 23, a cidade é palco do 14º Festival Internacional de Teatro, Palco & Rua de Belo Horizonte.O FIT exibe espetáculos locais, nacionais e internacionais. Programação completa em fitbh.com.br.

Como forma de incentivar as mulheres a pedalarem pela capital, o coletivo Bicimanas convida para o rolê Bike Arte Bar. A concentração é no domingo (16), 9h30, na Praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia. O evento é gratuito.

Suicídio e saúde mental são temas da mostra Setembro Amarelo, que vai até o dia 27 no Cine Humberto Mauro. Serão exibidos 22 longas, além de palestras, cursos e sessões comentadas. Programação em goo.gl/wo9Ua2.

Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

na geral

Vagas gratuitas para prática de esporte

ESPORTE

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Curto e Grosso

O Qatar é logo ali.... Lucas Figueiredo / CBF

Divulgação / Futel

Para quem quer praticar natação, hidroginástica, futebol ou “multiesportes”, estão abertas centenas de vagas gratuitas no Núcleo de Esportes Viva Mansour. As vagas são disponibilizadas pela Fundação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer – Futel, atendendo a públicos de todas as idades. Basta comparecer ao local com documentos pessoais, atestado médico e, no caso de menores de idade, comprovante de matrícula escolar, acompanhados por pais ou responsáveis. As vagas são limitadas. Onde: R. Rio Citare, 52 – Mansour, Uberlândia Quando: de segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14 às 17h Informações: (34) 3239-2444

Mineiro é 5º em Mundial de Jiu-jitsu

Divulgação / PBH

O mineiro Bruno Rodrigues de Oliveira conquistou, no fim de agosto, a 5ª colocação no Campeonato Mundial de Jiu-jitsu Master, modalidade peso pena. A competição foi realizada em Las Vegas, Estados Unidos. Desde 2010, Bruno é instrutor da Guarda Municipal de Belo Horizonte. O Jiu-jitsu é uma arte marcial japonesa que utiliza golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar o oponente. A prática foi introduzida no Brasil há cerca de um século.

Top 100 do tênis de mesa

Fabrício Farias Salve, salve, meu povo! Tudo bem aí? Com a data FIFA desta última semana, foi dada a largada da Seleção Brasileira rumo ao Qatar 2022. E, nesse início de caminhada, o que não faltou foi polêmica. Para começar, o calendário brasileiro, que não respeita a data Fifa, fez com que jogadores como Dedé e Paquetá fossem aos EUA jogar 45 minutos e regressar ao Brasil para servir aos seus clubes na Copa do Brasil. Tite também foi questionado por suas ligações com o Corinthians, a partir do momento em que Fagner, cortado da convocação por lesão, se recuperou a tempo de reforçar o Corinthians contra o Flamengo. Como se não bastasse a CBF manter jogos nacionais em datas FIFA (com a concordância dos clubes, é bom que se diga), o Brasil utiliza essas datas para duelar com adversários fracos tecnicamente, como El Salvador. Enquanto isso, na Europa, é disputada a primeira edição da chamada Liga das Nações, em que as seleções europeias jogam entre si em alta competitividade. Evidentemente, em função desse novo torneio, fica difícil que o Brasil jogue amistosos em bom nível com as melhores seleções. O que parece restar agora é a vontade da CBF em faturar mais com o tal Brazilian Global Tour, ainda vivendo do passado da Seleção mais vezes ganhadora de torneio mundial. Como vimos na Rússia, as cada vez mais multiculturais seleções europeias têm crescido em competitividade e, se não mudarmos muitas coisas em nosso futebol, em algumas décadas poderemos perder o pouco que ainda nos orgulha nesse país tão machucado.

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Divulgação /CBTM

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A Federação Internacional de Tênis de Mesa divulgou seu ranking masculino e feminino de setembro. Pela primeira vez na história, o Brasil tem seis atletas entre os 100 melhores do mundo: Thiago Monteiro (98º), Hugo Calderano (10º), Gustavo Tsuboi (45º), Eric Jouti entrou (79º), Takahashi (70ª) e Lin Gui (98º). Nas equipes, o Brasil ocupa a 10ª colocação no masculino e a 23ª lugar no feminino.

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COLIGAÇÃO JUNTOS COM O POVO: PT/PCDOB/PSB/PR/DC

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Belo Horizonte, 14 a 20 de setembro 2018

Cruzeiro impõe restrições à torcida rival no Mineirão

ESPORTES

DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução/ ESPN

Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Domingo (16), Cruzeiro e Atlético se enfrentam no Mineirão, em jogo válido pela 25ª rodada do Brasileiro. Para os atleticanos, o ingresso ficou mais caro: entre R$ 150 e R$ 240 nos setores roxos. Além disso, o time vetou a entrada de bandeiras e instrumentos da torcida visitante e disponibilizou uma quan-

tidade de ingressos inferior à cota mínima, de 10% do total. A diretoria atleticana reagiu às restrições. “O Atlético já encaminhou as medidas legais cabíveis e aguarda a comunicação das respectivas autoridades o mais breve possível”, afirma, em comunicado.

O Campeonato Brasileiro, em relação aos principais campeonatos europeus, é o único que não para nas datas Fifa. Enquanto não se corrigir isso, sempre haverá polêmica nas convocações de jogadores” Marcelo Djian, ex-jogador e atual diretor de futebol do Cruzeiro, sobre o impacto das convocações de jogadores do futebol brasileiro para amistosos de suas seleções.

Gol de placa A seleção da Espanha emplacou 6 a 0 na vice-campeã do mundo, Croácia, pela Liga das Nações. O time do técnico Luis Enrique continua com muita posse de bola e troca muitos passes – só que, agora, com muita eficiência. Vamos esperar, mas parece que a Fúria voltou.

Gol contra Depois de Felipe Melo, do Palmeiras, e do corintiano Jadson, Lucas Moura, do Tottenham, declarou voto em Jair Bolsonaro. Há de se reconhecer que tais jogadores são ricos, e ricos votam em quem defende os interesses deles, como Bolsonaro. São atletas que vêm do povo, mas que não são mais do povo.

Decacampeão

É Galo doido

La Bestia Negra

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

Os próximos nove jogos do América serão em finais de semana. O time ficará por dois meses tendo uma semana de descanso entre um jogo e outro, possibilitando a recuperação física dos atletas e maior tempo para treinar. O técnico Adilson Batista, Decacampeão após o empate sem graça com o Ceará, criticou a maratona de jogos e colocou a culpa nos campeonatos estaduais que, segundo ele, não deveriam existir. Particularmente, acho esse desabafo uma injustiça com os atletas, funcionários e times que têm nos estaduais as únicas chances de conseguir renda, recursos e contratos. Vale um dado: os 20 clubes da Série A representam apenas 3% dos 722 times profissionais existentes no Brasil.

O jejum do returno se foi, mas a obrigação de vencer e secar os concorrentes continua. E, sempre, por dois motivos: as remotas chances de chegar ao segundo título e a hipótese mais provável, conquistar a vaga na Libertadores. Para o clássico de domingo (16), no É Galo doido! Mineirão, pouco importa o titular, se Elias ou Galdezani. Valem apenas os três pontos e tropeços de quem está na frente – São Paulo, Internacional, Flamengo e Palmeiras – ou muito próximo, como o Grêmio. Fiquemos apenas nas três rodadas, para amenizar a agonia a conta gotas, situação bem à feição dos atleticanos. Como canta nossa musa, Beth Carvalho: vamos lá rapaziada, tá na hora da virada, vamos dar o troco.

Salve, salve, nação azul! E a raposa copeira segue dando seu bote certeiro quando joga em território inimigo. Em um bom jogo, vencemos o Palmeiras e estamos a um passo de mais uma final desse torneio que parece ter sido feito para nós. Cabe agora ao La Bestia Negraa necessinosso treinador saber explorar dade da vitória por parte dos paulistas, garantindo a classificação de um jeito menos sofrido. As próximas quartas-feiras prometem muita emoção para nós, cruzeirenses, e muita secação lá pelos lados de Vespasiano. Mesmo com um time reserva, temos condição de impor mais uma derrota ao nosso rival nesse domingo (16) e deixar o setembro deles ainda mais sofrido. Grande abraço, nação!