cultura | pág. 13
esporte | pág. 16
minas | pág. 5
Novo centro cultural na Praça da Liberdade
Equipes mineiras com foco no brasileirão
MG é líder em desmatamento
Centro Cultural do Banco do Brasil inaugura com mostra sobre opressão e liberdade das mulheres
Para manter a liderança Cruzeiro enfrenta o Vasco. E Galo pega o Goiás no Serra Dourada
edição
O estado é responsável por metade da destuição da Mata Atlântica em todo o país. O muriqui-do-norte é o maior mamífero ameaçado em extinção
Uma visão popular do Brasil e do mundo Belo Horizonte, de 30 de agosto a 7 de setembro de 2013 | ano 1 | edição 2 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato
brasil | pág. 2, 3 e 10
Justiça e sociedade apoiam vinda de médicos
“Seremos escravos da saúde, de quem estiver doente”, declara cubano, em resposta a vaias. Apesar das investidas do Conselho Regional de Medicina de Minas, justiça nega tentativa de dar fim ao programa e juiz afirma que é a oportunidade para que a população carente receba atendimento adequado.
cidades | pág. 8 e 9 Leonardo Dupin
Ocupação é alternativa para quem não tem casa Assim como Dona Neide, milhares de famílias de Belo Horizonte têm dificuldade de pagar aluguel e recorrem a ocupações de terrenos vazios como a Rosa Leão, na zona norte. Movimentos pressionam por reforma urbana, enquanto PBH enrola as famílias e favorece a especulação imobiliária. O Brasil de Fato inicia série de matérias sobre o tema
brasil | pág. 11
Todos os dias, 54 jovens são assassinados Minas Gerais é o único estado do Sudeste em que houve aumento do número de homicídios de jovens. De 2001 a 2011 a taxa cresceu 83,9%
02 | opinião
Belo Horizonte, de 30 de agosto a 07 de setembro de 2013
Falando Nilson
editorial | Minas Gerais
Sejam bem vindos! Faltam médicos no Brasil, em especial na periferia de grandes cidades, nas áreas rurais, nos pequenos municípios. Em Belo Horizonte, uma em cada cinco equipes de Saúde da Família está sem médico e em quase todos os plantões nas UPAS as escalas médicas estão incompletas. É certo que em grande parte dos serviços de saúde as condições de trabalho são inadequadas, fruto de anos de políticas econômicas que privilegiam a medicina privada. Em Minas Gerais, o ex-governador Aécio Neves e o atual governador Anastasia não investem o mínino de 12% do orçamento em saúde, conforme exigência da Constituição Federal. E o Governo Dilma também deve se comprometer com o investimento de 10% das receitas da união exclusivamente para
os serviços públicos de saúde. Os médicos brasileiros são mal capacitados para a atenção primária e para o SUS. Por isso, o apoio emergencial de Cuba é tão importante. Atual-
Em Belo Horizonte, uma em cada cinco equipes de Saúde da Família está sem médico e em quase todos os plantões nas UPAS as escalas médicas estão incompletas mente, a ilha conta com 72,5 mil médicos, que dá uma média de 6,32 médicos por mil habitantes. No Brasil, são 1,9 médicos por mil habitantes.
Além disso, cerca de 40 mil profissionais de saúde cubanos estão espalhados em mais de 60 países, cuidando de pessoas com realidades completamente diferentes, do Haiti a Portugal. O Presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, João Batista, disse que vai orientar os médicos mineiros a “não socorrer” pacientes atendidos por médicos cubanos e não “servir de preceptor”, ou professor, de médicos cubanos. Perguntamos: o senhor quer negar atendimento a um paciente? O senhor não quer que os médicos cubanos possam pedir orientações para outros médicos sobre seus pacientes? Se assim for, o CRM-MG comete um crime grave contra a saúde do povo mineiro. Os conselhos de medicina e as associações médicas, ao
longo de sua história, apoiam a medicina privada. E, em Minas Gerais, seus presidentes sempre declaram apoio a candidatos de partidos da direita e oposição ao Governo Federal, que propôs o programa “Mais Médicos”. Parece que querem fazer política de baixo nível
contra seus opositores, jogando com a saúde das pessoas. Sejam muito bem vindos, médicos cubanos e de todos os países! Por aqui, vamos continuar na luta para que a saúde seja um direito de todos, exigindo mais verbas e mais qualidade para o SUS.
editorial | Brasil
Em defesa da soberania da Síria A história demonstra que as principais guerras e intervenções militares patrocinadas pelas potências capitalistas fazem parte da saída clássica do imperialismo frente às crises econômicas. Trata-se de uma tentativa de compensar perdas proporcionadas pela crise capitalista que atinge o coração do império estadunidense e toda a Europa. Nos últimos dias, os Estados Unidos e seus aliados estão anunciando a possibilidade de uma intervenção militar na Síria. A Síria é uma peça importante no xadrez geopolítico mundial. Não somente pelas suas riquezas, mas também pela sua localização privilegiada, pois faz fronteira com Líbano, Israel, Jordânia, Iraque
e Turquia. Controlar militarmente a Síria faz parte dos planos estadunidenses. Desde 2011 que os chamados “rebeldes” financiados pela CIA buscam derrubar o governo de Bashar Al-Assad. A Síria é permeada de diversos grupos étnicos. Por mais paradoxal que seja, foi justamente a chegada da minoria alauita – a qual pertence Assad – ao governo que permitiu a estabilidade econômica e política dos últimos tempos. O fato de ser minoria faz com que os alauitas tenham que estabelecer diálogo com as diversas minorias. Um governo da maioria sunita sob patrocínio do imperialismo poderá fazer com que essa divisão de poderes na Síria seja interrompida.
sobre: O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, no Rio e em Minas. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
redação mg ���������������������������redacaomg@brasildefato.com.br contato........................... brasildefatomg@brasildefato.com.br para anunciar �����������������������������������������������(11) 2131-0800
Apesar da ofensiva violenta dos rebeldes, as forças militares de Bashar Al Assad recuperaram os territórios perdidos inicialmente. O episódio atu-
Desde 2011 que os chamados “rebeldes” financiados pela CIA buscam derrubar o governo de Bashar Al-Assad al das supostas armas químicas, que as forças militares sírias teriam utilizado contra a população civil, nada mais é do que uma tentativa de justificar a intervenção militar imperialista no país.
Enquanto isso, a maioria das agências de notícias internacionais buscam justificar a intervenção militar estadunidense. Está em curso uma ofensiva semelhante a que ocorreu contra o Iraque, ou seja, estão fabricando provas do uso de armas químicas. O contraponto tem sido feito principalmente pela Rússia e pela China, que alertam para a necessidade de a ONU fazer uma investigação isenta e imparcial sobre o episódio. Até o Vaticano pediu prudência e condenou uma intervenção sem que antes se conclua as inspeções. Os misteriosos ataques provenientes do sul do Líbano em direção a Israel buscam justamente fazer com que Is-
rael concentre suas baterias sobre o Hezbollah, um aliado fiel de Assad na guerra civil Síria. Acionar o complexo industrial militar é a solução buscada pelo imperialismo diante da crise econômica mundial. Ao mesmo tempo, o imperialismo estadunidense acumula diversas frentes de batalhas abrindo o flanco para se construir maior unidade entre os países periféricos. Sabemos dos limites do governo Assad. Entretanto, nesse momento sua queda significa a ascensão de um governo pró-imperialista. Por isso faz-se necessário que a soberania da Síria seja garantida e que não se permita uma intervenção imperialista.
conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, César Augusto Silva, Cida Falabella, Cristiano Carvalho, Cristina Bezerra, Daniel Moura, Dom Hugo, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, José Reginaldo Inácio, Lindolfo Fernandes de Castro, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Maria Brigida Barbosa, Michelly Montero, Milton Bicalho, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Colaboraram nessa edição: Ana Malaco, André Fidusi, Benedito Maia, Bernadete Esperança, Bruno Gomes, Débora Junqueira, Frederico Santana, Gil Sotero, José Maria, Leonardo Dupin, Maíra Gomes, Marcela Viana, Padre Henrique, Rafaella Dotta, Sofia Barbosa. Tiragem: 50 mil exemplares. Administração: Vinicius Moreno. Diagramação: Bernardo Vaz. Editor-chefe: Nilton Viana (Mtb 28.466). Editora regional: Joana Tavares. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG.
Belo Horizonte, de 30 de agosto a 07 de setembro de 2013
Justiça apoia mais médicos SAÚDE Conselho Regional de Medicina quis barrar o programa, mas Justiça negou e acusou a entidade de tentar promover reserva de mercado Rede Brasil Atual O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou pedido de liminar apresentado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) contra o Mais Médicos. Antes, o juiz João Batista Ribeiro, titular da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, negou liminar pedida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). Ao tomar a decisão, o magistrado advertiu que a entidade busca promover reserva de mercado com a tentativa de se ver dispensada de conceder registro provisório aos profissionais com diploma estrangeiro que chegaram ao país desde a última semana. Para o juiz, trata-se da primeira oportunidade na história do Brasil para que a população “carente e marginalizada”, moradora dos “rincões”, tenha a possibilidade de prolongar a expectativa de vida por
meio do atendimento médico adequado. Os 682 médicos com diplomas do exterior começaram na segunda-feira (26) um curso com duração de três semanas, que inclui treinamento técnico para entender o funcionamento do sistema de atenção básica brasileiro e avaliação da proficiência em português. A barreira do idioma havia sido uma argumentação do CRM. “É de se indagar o que é pior: ser atendido pelo médico intercambista, cuja revalidação do diploma, em caráter excepcional foi dispensada, para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, ou continuar sem assistência alguma?”, questionou o juiz. Na semana passada, o presidente do conselho regional mineiro, João Batista Gomes Soares, afirmou que orientaria a categoria a não tratar pacientes vítimas de eventuais fa-
lhas dos médicos cubanos. “Se ouvir dizer que existe um médico cubano atuando em Nova Lima, por exemplo, mando uma equipe fiscalizar. Chegando lá, será verificado se ele tem o diploma revalidado no Brasil e a carteirinha do CRM-MG.
Na visão do CRM/ MG, a dispensa de diploma coloca em risco a população, tese com a qual o juiz não concordou Se não tiver, vamos à delegacia de polícia e o denunciamos por exercício ilegal da profissão, da mesma forma que fazemos com um charlatão ou com curandeiro”, afirmou. O CRM argumenta que o Mais Médicos fere a Constituição também na visão de que o exercício da profissão é livre.
O contrato de três anos firmado com o Ministério da Saúde prevê que o médico possa atender apenas na localidade para a qual foi selecionado, com salário de R$ 10 mil, mais ajuda de custo que varia de um a três salários. Na visão da entidade, a dispensa de diploma coloca em risco a população, tese com a qual o juiz não concordou. Para ele, o livre exercício da profissão garantido pela Carta Magna não é um valor ilimitado, ou seja, pode haver uma limitação de acordo com as necessidades em jogo. O juiz João Batista Ribeiro concorda com a tese de que a restrição geográfica é necessária para garantir que os médicos formados no exterior não passem a concorrer no mercado nacional, deixando de lado o objetivo fundamental pelo qual vieram ao país, ou seja, o oferecimento de saúde em lugares desassistidos.
A terceirização mata o trabalhador, reduz direitos e salários e aumenta a corrupção. Enquanto empresários e governos lucram, nós trabalhadores sofremos!
Vamos dar um basta a essa situação!
O que fazer?
o com os Pressione. Faça contat dindo deputados mineiros pe 4330 que votem contra o PL Saiba mais: www.cutmg.org.br
R
minas | 03
Ato público em defesa da saúde Usuários do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, sindicalistas, estudantes, movimentos sociais e profissionais da área vão realizar um ato público no dia 4 de setembro, quartafeira, em frente ao Conselho Regional de Medicina (Afonso Pena, 1500). Os manifestantes vão pedir a entrega de número de registro no CRM aos médicos estrangeiros, o fortalecimento do SUS e atenção primária e protestar contra o preconceito.
Médico de família dá sua opinião Por que trazer médicos do exterior? Bruno Abreu Gomes Faltam médicos no Brasil. A saúde e a doença não podem esperar mais 6 anos enquanto novos médicos brasileiros se formam. Além disso, os médicos estão concentrados em grandes centros urbanos, na medicina privada e em especialidades mais lucrativas. Certamente, precisamos melhorar muito a estrutura e as condições de trabalho, mas esse não é o único motivo da falta de médicos. A sociedade brasileira parece estar a favor da vinda dos profissionais, mas há setores contrários. Por quê? O povo brasileiro certamente quer mais médicos e mais saúde. As manifestações de junho disseram isso. Os setores contrários são principalmente Conselhos, Associações Médicas e partidos conservadores, que não representam os interesses do povo e dos trabalhadores. Todos nós, médicos e brasileiros, ficamos com vergonha do tratamento que alguns médicos deram aos cubanos. Além disso, as mudanças para formar mais Médicos de Família e Comunidade para trabalhar no Programa Saúde da Família e no SUS incomodam os interessados na saúde como fonte de lucro. (da Redação)
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Belo Horizonte, de 30 de agosto a 07 de setembro de 2013
Benefícios fiscais: benefício para quem? Da Redação* Enquanto os trabalhadores têm dificuldades em conseguir pagar seus impostos e comprar produtos e serviços que custam tão caro, por causa dos impostos que estão embutidos nos preços, grandes empresas recebem facilidades na hora de cumprir com as suas obrigações fiscais. Anistia, remissão, crédito presumido, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo.
Em 2010 e 2011, os benefícios fiscais concedidos pelo governo estadual totalizaram R$ 20,18 bilhões (valores atualizados) e foram dados, na maioria das vezes, a grandes empresas Os nomes são muitos e complicados, mas, no fim, significam a mesma coisa: a redução da carga tributária a ser paga por alguns contribuintes, sendo que os governos escolhem quem irá receber esses “descontos”.
Em Minas Gerais, o valor total de benefícios fiscais concedidos vem aumentando ao longo dos anos. Conforme análise do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), apenas nos anos de 2010 e 2011, os benefícios fiscais concedidos pelo governo estadual totalizaram R$ 20,18 bilhões (valores atualizados) e foram dados, na maioria das vezes, a grandes empresas. “Com esse dinheiro, o Estado poderia ter dobrado os valores que foram destinados à saúde ou à educação nesse período. Mas, lamentavelmente, o governo preferiu dar ‘desconto’ para alguns contribuintes. Assim o dinheiro que poderia beneficiar toda a população mineira, beneficiou apenas grandes empresas”, diz o presidente do sindicato, Lindolfo Fernandes de Castro. Outra crítica feita por ele é que, no Estado, não há transparência, critérios ou controles objetivos para a concessão de benefícios fiscais, o que deveria ser feito, conforme determina o artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Além disso, os municípios mineiros também são prejudicados, uma vez que eles recebem 25% da receita de ICMS, o principal tributo recolhido pelo Estado”, alerta.
Benefícios fiscais concedidos pelo governo de Minas Gerais 12.00
10.8 bi
bilhões
TRIBUTOS Governo deixa de arrecadar bilhões para engrossar o lucro de empresas
9.2 bi
10.00 7.7 bi 8.00
6.9 bi
7.4 bi 6.4 bi
6.00 4.2 bi
3.8 bi 4.00
3.2 bi
2.8 bi 2.2 bi
2.5 bi
3.00
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Em 2004, houve uma queda no gráfico, por causa de mudança na metodologia de cálculo do governo estadual dos benefícios fiscais, mas não houve redução do volume dos benefícios concedidos.
O governo de Minas tem alegado que a concessão de benefícios fiscais gera empregos e impulsiona o desenvolvimento econômico. Contudo, não são divulgados estudos técnicos que mostrem quais
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Fonte: Relatório do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) e Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG). Elaboração: Sindifisco-MG
seriam os resultados positivos para a sociedade. Também não é divulgado se esses resultados compensam os bilhões de reais que o Estado deixa de arrecadar. (*Com Sindifisco/MG)
acompanhe Na semana que vem, leia aqui a relação entre o financiamento de campanhas eleitorais e os setores que mais recebem benefícios fiscais.
Até Jonas Bloch reclama da CEMIG Reprodução
Benedito Maia* As novelas, o teatro e o cinema possibilitam aos atores a interpretação de diferentes papeis. A publicidade não fica atrás e utiliza a imagem dos artistas para passar o recado e vender o peixe dos clientes. O governo de Minas contratou o ex-ator global Jonas Bloch para fazer propaganda sobre a incidência do ICMS na conta luz da Cemig, destacando a isenção do imposto para quem consome até 90 kwh e a eficiência da empresa na prestação dos serviços. Mas a distância entre a ficção da peça publicitária e a realidade
é sentida por todos os consumidores da Cemig, inclusive o ator Jonas Bloch. Em maio de 2012, Jonas Bloch publicou em um site uma nota de repúdio contra os constantes apagões em Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, onde mora e possui uma pousada. Bloch relata os prejuízos causados pela falta de energia a moradores, comerciantes e turistas, e denuncia que em abril de 2012 ficaram quatro dias sem energia elétrica. “Alguns moradores sugeriram a demissão do responsável pela Cemig em Ouro Preto, outros pensam em ir ao governador, aos ministros, à imprensa, on-
de for preciso, mas não aceitar a indiferença às reclamações que fazem há muito, muito tempo. Um absurdo”, consta trecho da nota. De 2012 até hoje a única coisa que mudou nos serviços da Cemig foi o aumento do tempo que o consumidor fica sem energia. Afinal, como diz a publicidade da Cemig “Energia é essencial, informação também”. Saiba mais em: http://plebiscitopopularmg. wordpress.com * Jornalista do Sindicado dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro - MG)
Ator foi garoto propaganda da empresa, mas está insatisfeito com seus serviços
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Minas Gerais lidera desmatamento da Mata Atlântica pela 4a vez MEIO AMBIENTE Apenas 8% do bioma permanece preservado no país Gil Sotero De Belo Horizonte O estado acumula pela quarta vez o título de maior desmatador da Mata Atlântica, segundo levantamento da SOS Mata Atlântica. A ONG pediu moratória de desmatamento em Minas e o Ministério Público ajuizou três ações penais em que o estado de Minas Gerais é réu. Em apenas quatro anos, a Mata Atlântica perdeu 23.548 hectares. Minas Gerais foi responsável por metade do desmatamento em todo país. Os dados fazem parte do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. A ONG aponta que a fiscalização e punições no estado são ineficazes e os fazendeiros continuam a destruir o bioma. “Isso acontece devido à exploração predatória dos recursos naturais e das florestas nativas, pelo não cumprimento da lei, pela falta de fiscalização e atuação efetiva do poder público”, declara Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica.
Biodiversidade ameaçada A Mata Atlântica surgiu há 50 milhões de anos e é o bioma com maior percentual de espécies diversas por km2. Hoje, restam apenas 8% da extensão original da floresta. Segundo relatório da Fundação Biodiversitas, a taxa de extinção das espécies está em ritmo acelerado. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirma que dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil, 383 são da Mata Atlântica. O muriqui-do-norte (Brachyteles hipoxanthus) é o maior entre 15 espécies de mamíferos nativos ameaçados de extinção. A população está restrita a 500 indivíduos, que sobrevivem na sede da Estação Biológica de Caratinga. Máfia Verde Em 2010, uma operação uma operação conjunta da Receita Estadual e do Ministério Público Estadual, com o apoio da Polícia Militar, nomeada Operação Máfia Verde deteve
Reprodução
Ministério Público de Minas Gerais ajuizou três ações penais para combater o desmatamento no estado
o ex-diretor geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Humberto Candeias, em Belo Horizonte, por chefiar um esquema desmatamento ilegal para produção de carvão, cancelamento de multas e desvio de recursos da autarquia.
UEMG incorpora seis fundações de ensino e vai oferecer 112 cursos Débora Junqueira De Belo Horizonte Seis fundações de ensino superior serão incorporadas pela Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), conforme determina a Lei 20.807, de 2013, sancionada pelo governador no dia 27 de julho. A estadualização das fundações educacionais deve culminar com a oferta de 112 cursos gratuitos, para atender 15 mil alunos, o que pode transformar a Uemg na terceira maior universidade pública do país. Apesar de setores da educação considerarem positivo o fortalecimento da Uemg, há uma preocupação quanto ao futuro dos trabalhadores e alunos das instituições que serão incorporadas. “A ausência
de diálogo com os trabalhadores indica o potencial descumprimento dos direitos trabalhistas e sociais”, afirma Gilson Reis, presidente do Sindicato dos professores de escolas particulares (Sinpro Minas). O sindicato defende que a incorporação dessas unidades resguarde a autonomia universitária. “Nossa expectativa é que esse projeto não seja um golpe eleitoral. As eleições em 2014, a falta de transparência e a tramitação a toque de caixa na Assembleia Legislativa são elementos que geram desconfiança”, avalia Gilson. Ele também destaca a falta de previsão orçamentária do Estado para efetivar a Lei, com garantia dos investimentos de que uma boa universidade pública precisa.
Histórico As fundações foram criadas nas décadas de 1960 e 1970. Com a ausência de repasse regular de recursos do poder público, elas mantinham o ensino cobrando mensalidades. Com a promulgação das Constituições Federal (1988) e Estadual (1989), o ensino gratuito passou a ser dever do Estado. Em Minas Gerais, a Uemg foi criada para suprir essa necessidade e as fundações puderam optar entre a absorção pela Uemg ou se tornarem definitivamente privadas. As incorporações, porém, não aconteceram naquela época e a lei recém-sancionada tem o objetivo de finalizar esse processo, iniciado há mais de duas décadas.
O Ministério Público revelou na época a suspeita que o ex-diretor era o verdadeiro dono da siderúrgica Tecnosider, em Sete Lagoas, empresa cuja propriedade era atribuída legalmente a Sérvulo Figueiredo Godoy, ex-chefe de gabine-
te de Humberto Candeias. No processo, o MPE quer a devolução de 40 milhões aos cofres públicos pelo réu e mais oito acusados também indiciados na operação. O processo segue na justiça e os acusados respondem em liberdade.
Justiça suspende programa de extensão da UFOP Ana Malaco de Ouro Preto O juiz da 5ª Vara da Justiça Federal do Maranhão, José Carlos do Vale Madeira, suspendeu o funcionamento do Centro de Difusão do Comunismo (CDC) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A Universidade, notificada oficialmente no último dia 22, fica impedida de dar prosseguimento a todas as atividades do programa, desde a contratação de professores, fornecimento de bolsas de estudo, até disponibilização de dependências, até o final do julgamento. A alegação do processo é de que o CDC fere os princípios da moralidade e da legalidade da administração pública, ao usar recursos públicos para di-
vulgar ideologia político-partidária. No entanto, o símbolo da foice e do martelo é usado muito antes da institucionalização de partidos. Em resposta à acusação, o coordenador do programa, professor André Mayer, afirma que não existe vínculo com qualquer agremiação política no CDC, tratando-se, portanto, de calúnia e difamação. O programa oferece cursos gratuitos para a população da cidade, com temas como mineração e relações de trabalho. A estudante Fabíula Ramos, bolsista do programa, relata a importância do curso para seus estudos: “a gente ganha com a vivência com a classe trabalhadora, com a realidade social, que a gente tanto estuda”.
Belo Horizonte, de 30 de agosto a 07 de setembro de 2013
Acompanhando
Foto denúncia Maíra Gomes
Monumento à resistência e à luta pela Anistia em Minas Gerais
Lei da Anistia é incompleta No dia 28, foram celebrados os 34 anos da lei nº 6.683, conhecida como Lei da Anistia. O ato ocorreu no Monumento à Resistência e à Luta pela Anistia em Minas Gerais, na Afonso Pena, levantado em frente ao antigo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). A Lei foi criada para reverter punições aos cidadãos brasileiros que, entre os anos de 1961 e 1979, foram considerados criminosos políticos pelo regime militar. Ela também abrange as pessoas que, entre setembro de 1946 a outubro de 1988, foram impedidas de exercer atividades políticas. A Associação dos Amigos do Memorial da Anistia Política denuncia que a lei ainda é defasada. “Ela não pune aqueles executores dos crimes de Estado contra a população, nós queremos a punição dos torturadores”, afirma a presidenta da Associação, Maria Christina Rodrigues.
Pe Henrique de Moura Faria
José Maria Santos
Um grito que não se cala
Copasa quer privatizar esgoto
Entre as muitas manifestações da cidadania encontra-se o Grito dos Excluídos que celebra agora seu 19o ano. Fruto das semanas sociais trabalhadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pastorais sociais e movimentos sociais, o Grito dos Excluídos/as traz à consciência nacional, desde 1995, os grandes desafios e propostas para a construção de um novo projeto para o Brasil. O Grito tem sempre três objetivos: (1) denunciar o modelo político e econômico que concentra riqueza e condena milhões de pessoas à exclusão social; (2) tornar público nas ruas e praças o rosto desfigurado dos grupos vítimas da exclusão social; (3) propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos cidadãos. O Grito afirma a cada 7 de setembro: a vida em primeiro lugar. No ano passado ocorreu em 25 estados do Brasil. Em 2013, o tema é “Juventude que
ousa lutar constrói o projeto popular”. Bem adequado aos tempos em que estamos vivendo, com a juventude mostrando sua cara nas ruas e exigindo um novo país. Em julho, foi realizada a Jornada Mundial da Juventude, que deu novo alento a esta força, sobretudo quando o Papa Francisco pediu que os jovens saiam às ruas, sejam revolucionários e não se esqueçam das causas políticas e sociais. Esse ano vamos nos encontrar no dia 07 de setembro, a partir das 8 horas da manhã, debaixo do viaduto Santa Tereza. Traga suas bandeiras, as de seu movimento, associação, grupo, sindicato, pastoral, partido, escola e universidade. Enquanto houver injustiça, desigualdade social e opressão; enquanto existir esse sistema capitalista que exclui e mata pessoas e degrada a criação de Deus; este grito não se calará. Padre Henrique é coordenador do Fórum das Pastorais Sociais do Regional Leste II.
Enquanto os trabalhadores abrem luta nacionalmente contra o Projeto de Lei 4330, que escancara as portas para terceirização, a Copasa avança no processo de privatização dos serviços de água e esgotos em Minas Gerais. Ainda no meio de um processo para licitação de uma Parceria Público Privada (PPP) do Sistema Rio Manso, com orçamento superior a R$ 500 milhões, a empresa abre as porteiras também para entregar seus sistemas de coleta e tratamento de esgotos para a iniciativa privada. Vai entregar o sistema de serviços de esgotos na cidade de Divinópolis. O edital deve ser publicado em meados de outubro. Antes, dia 3 de setembro, deverá ser realizada audiência pública em Divinópolis, quando os poderes e a população poderão cobrar esclarecimentos e colocar sua posição sobre o projeto, que custará mais de R$ 200 milhões. A população vem manifestando sua revolta com a cobrança de 50% além da conta de água, tendo menos de 2% do
esgoto residencial tratado pela empresa. Após as obras e funcionamento pleno, a tarifa de esgoto chegará a 90%, acrescendo ao valor da conta de água. Questionado sobre as razões de ter optado pelo modelo, o coordenador de PPP da empresa, Cláudio Dotti, alega que essa é uma forma de aliviar despesas. A contraprestação pelos serviços prestados de coleta e tratamento será feita pela Copasa em parcelas anuais que variam de R$12 a R$20 milhões por ano. Esse projeto transfere para terceiros a responsabilidade dos serviços e da qualidade de um produto essencial para a população. É responsabilidade constitucional do Estado o cuidado com o saneamento e a saúde. A Copasa tem expertise, capacidade técnica e financeira para ampliar e operar o sistema, sem necessidade de entregá-lo à iniciativa privada. José Maria Santos é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento (Sindágua-MG).
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“Comunicação no Brasil é do tempo dos coronéis”
Atlético volta ao Horto
Rap com resistência
Cruzeiro joga pela liderança
Duelo de MC´s comemora 6 anos de arte de rua na capital. Confira a entrevista com Família de Rua
Jornalista da Record e blogueiro Rodrigo Vianna traz debate de concessão de rádios e TVs
Edição
06 | opinião
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Belo Horizonte, de 23 a 29 de agosto de 2013 | ano 1 | edição 01 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Leonardo Dupin
cidades | pág. 9
Máfia dos ônibus em BH Assembleia Popular Horizontal denuncia empresas ao Ministério Público por formação de cartel, roubo de recursos públicos no cartão BHBUS, monopólio na receita de publicidade e má qualidade do transporte de Belo Horizonte. Dinheiro que deveria ser usado para diminuir o preço da passagem está indo para o bolso dos empresários
foto transporte
brasil | pág. 10
minas | pág. 3
Mais 4 mil médicos
Choque de mentiras
Profissionais vão atuar no interior do país e periferias das grandes cidades. O programa traz ainda outras medidas para melhorar o atendimento no SUS
Governo Anastasia anuncia corte de gastos, retira investimentos e anuncia demissões. Por outro lado, perdoa dívidas de mais de R$ 128 milhões de grandes empresas
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Mídia Ninja
Conquista para Felisburgo Estão em prisão preventiva o fazendeiro Adriano Chafik e outros três réus acusados de matar cinco pessoas e deixar outras 12 feridas na chacina. Eles aguardam julgamento, que foi adiado para o dia 10 de outubro Belo Horizonte é a terceira pior cidade do país em mobilidade urbana
na edição
Sem-terra cobram punição definitiva
1...
Primeiro júri popular brasileiro de crime de homofobia será realizado em BH e agora...
Ricardo Vasconcelos, fazendeiro de Montes Claros, foi condenado a 14 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado, ou seja, por motivo fútil e sem chance de defesa. Além do homicídio, foi condenado também por ocultação do cadáver de Igor Xavier, ator e bailarino. Seu filho Diego foi absolvido. O promotor surpreendeu ao declarar que o fazendeiro poderia ter um relacionamento com o bailarino. De crime de homofobia a acusação passou a ser de crime passional. O condenado poderá recorrer em liberdade. na edição
1...
A passagem caiu, mas máfia do busão continua e agora...
No dia 26, foi realizada na Câmara dos Vereadores uma audiência pública com a Prefeitura e a BHTrans. Com a presença de 150 representantes de diversos movimentos sociais, a audiência teve momentos de acirrada discussão. Os presentes exigiam instalação de uma CPI. Todavia, só foram conseguidas 8 das 14 assinaturas necessárias. Os vereadores da base aliada do Prefeito Márcio Lacerda (PSB) entendem desnecessária a CPI. Os militantes dos movimentos sociais planejam continuar a pressão pela CPI e prometem uma manifestação.
Belo Horizonte, de 30 de agosto a 07 de setembro de 2013
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Quem decide o que você vê na TV? COMUNICAÇÃO Professor Igor Fuser fala sobre a regulamentação da mídia Leonardo Dupin
Marcela Viana de Belo Horizonte (MG)
te na sociedade vai ter um espaço na mídia.
Com tantas mudanças sociais e tecnológicas influenciando a forma como se comunica hoje, no mundo, é de se estranhar que, no Brasil, a única legislação própria dos meios de comunicação seja o Código Brasileiro de telecomunicações, criado em 1962, durante a ditadura militar. Para falar sobre a urgência da discussão de novas maneiras de regular a mídia, impedindo que ela fique nas mãos de empresas ligadas aos interesses da elite, entrevistamos o jornalista e professor da Cásper Líbero (SP), Igor Fuser. No dia 27 de agosto, ele participou do Ciclo de Debates do Brasil de Fato, na mesa sobre “Regulação dos meios de comunicação”.
Como está esse debate nos demais países da América Latina? Há uma efervescência midiática no mundo todo. As pessoas querem fazer ouvir suas vozes e não querem ser apenas receptores. Elas querem ouvir, mas também querem falar. Em nosso continente, os setores populares vêm ganhando lutas e sendo reconhecidos como atores sociais, também por conta da eleição de governos mais abertos a ouvir a sociedade.
Brasil de Fato - Do que se trata a regulação dos meios de comunicação? Igor Fuser - A regulação são medidas que partem do governo e que servem para efetivar direitos já garantidos na Constituição, como a liberdade de expressão. Atualmente, o mercado controla a comunicação e isso impede que ela seja democrática, pois atende aos interesses dos mais poderosos. Mas a informação não pode ser tratada como mercadoria, e sim como um serviço público. Por isso é necessário que o governo interfira para garantir que todos possam se expressar.
A Venezuela tem milhares de rádios e TVs comunitárias. No Equador, a nova Constituição, de 2008, impede que donos de bancos tenham concessões para abrir um canal televisivo. Na Argentina, 1/3 das concessões de radiodifusão é reservado ao setor comercial, 1/3 ao Estado e 1/3 para comunidade, ou seja, movimentos sociais, universidades, sindicatos etc.
O que pode mudar no que se vê, hoje, na TV, caso a regulação seja feita? A população vai se sentir mais representada, pois vai haver mais pluralidade política, ideológica, que leve em conta as especificidades culturais de cada região. Assim, toda a diversidade que exis-
“As pessoas querem fazer ouvir suas vozes e não querem ser apenas receptores”
Por que esses avanços não acontecem no Brasil? Os grupos de comunicação, aqui, têm grande poder e são ligados às classes dominantes do país. Assim, a meu ver, nos últimos doze anos, o governo preferiu não desafiar os interesses das grandes empresas de comunicação, para abrandar possíveis críticas a ele. O que é uma ilusão, pois parte da grande mídia trava diariamente uma luta de desgaste contra o governo, com o intuito de minar sua ba-
se. Além disso, setores do próprio governo procuram se beneficiar de alianças pontuais com os setores dominantes da comunicação, inviabilizando o encaminhamento de qualquer pauta transformadora na legislação. De que forma a regulação dos meios de comunicação interfere na vida das pessoas? Você pode não se interessar por política, mas a política não fica longe de você. Ela se aproxima de várias formas e o tema da regulação e da democratização da mídia é uma delas. Portanto, a possibilidade de ampliar as opções no campo da mídia, equivale à pessoa ampliar o seu olhar. Todos querem isso, mas, por estar viciado no convencional, nem percebemos essa vontade. Na hora que você passar a ter mais escolhas na TV ou no rádio, e passar a se identificar com a programação, vai perceber a importância da regulação dos meios e não vai querer voltar atrás.
Igor Fuser
Ciclo de debates
Mídia, hegemonia e transformação social
Esse é o tema do ciclo de debates que o Brasil de Fato está organizando em Belo Horizonte. Serão cinco terças-feiras de debates, com palestrantes de várias organizações. Participe! A entrada é franca. A atividade será na Casa do Jornalista (Álvares Cabral, 400, centro), às 19h. No dia 03 de setembro, o tema é “webativismo” e os debatedores serão Igor Felippe, do MST, e o Mídia Ninja. No dia 10, Milton Bicalho, do Conselho Regional de Psicologia, e a pesquisadora Rayza Sarmento discutem a mídia e a construção da subjetividade. No dia 17, serão apresentadas diversas experiências de comunicação alternativas do estado.
Pergunta da semana
E você, o que faria se seu(sua) filho(a) se declarasse gay? No último mês, a novela das 21h da Rede Globo,“Amor à Vida”, mostrou cena em que o personagem Félix (Mateus Solano) se declarou gay para o seu pai, César (Antônio Fagundes). Na filmagem, César ridicularizou o rapaz, com frases do tipo “A culpa é sua, que não soube se controlar”. Essas acusações mostram a opinião de pessoas que acreditam que a homossexualidade tem “cura”. Prova disso é o projeto de Lei
da “cura gay”, que permitia tratamento psicológico para reverter a homossexualidade, que o Congresso brasileiro, frente às manifestações de junho, decidiu não aprovar. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que é parte da ONU, e o Conselho Federal de Psicologia combatem este tipo de opinião. Para eles, a homossexualidade não é uma doença e, por isso, não existe “cura”.
Nilcea Geralda Sales, 40 anos
“Eu não faria nada. É meu filho, eu vou matar? Eu não concordo, acho feio. No carnaval eu acho legal, se vestir de mulher, eu mesma já vesti de homem. Mas depois não, é ridículo”
Almir Lopes da Silva, 71 anos
“Eu posso falar porque tenho dois filhos homossexuais. Foi a mãe deles que conversou e depois me contaram. Nós não conversamos sobre isso não. Mas eles moram comigo e eu tenho que respeitar”
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Milhares de famílias não têm onde morar OCUPAÇÕES Na zona norte, 1400 famílias ocupam terreno e constroem comunidade Rosa Leão Leonardo Dupin De Belo Horizonte A falta de moradia é um problema que atinge milhares de famílias no Brasil. Um estudo realizado pela Fundação João Pinheiro, em 2008, revela que o déficit habitacional alcança 6.273 milhões de famílias no país. Em Minas Gerais, 474 mil famílias não têm moradia adequada. E na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o estudo fala em 115 mil famílias. Porém, os números parecem ser maiores. Na inscrição
para o programa Minha Casa, Minha Vida, em 2009, o número de inscritos só em BH chegou a 198 mil, indicando que o problema tem se agravado com o alto preço dos imóveis e dos aluguéis. Viúva luta por moradia na Ocupação Rosa Leão “Aqui dormem três: eu, Olavo Júnior e a Diana. Embaixo o Darlan Breno. Do outro lado dormem mais quatro”, conta Neide Borges Pacheco, 44 anos, apontando para dois colchões que divide com oitos filhos e um neto. Fotos: Leonardo Dupin
Dona Neide, como é conhecida, vive há dois meses em uma barraca de lona amarela, na Ocupação Rosa Leão, no bairro Zilah Spósito, zona norte de BH, próximo a Santa Luzia. A ocupação ganhou destaque recentemente, quando cerca de mil famílias sem-teto espontaneamente ocuparam o terreno de 350.000 m², juntando-se a outras 400 que já viviam no local. Sem ter onde morar A história que levou Dona Neide a se juntar à ocupação Rosa Leão começou há três anos, com o assassinato do filho de nove anos, em Betim. O marido, deprimido pela perda do filho, morreu em seguida. Sem esposo, tendo que cuidar de oito filhos e mais um neto, Neide não conseguia pagar luz, água e aluguel (que subiu que R$300 para R$450). Foi despejada. Ela começou, em seguida, uma peregrinação com a família pelas periferias da região metropolitana (Betim, Morro Alto, Vila da Fé, Santa Luzia), nunca tendo dinheiro suficiente para morar e comer. Sem alternativa, foi viver na rua com os filhos. Foi então que ela tomou uma decisão: “Eu vou invadir um lugar para morar porque não aguento mais”, lembra. “Quando cheguei aqui (Rosa Leão) as pessoas me apoiaram, trouxeram cestas (alimentos), cobertores e me emprestaram um colchão porque eu não tinha nada”, conta.
Um futuro melhor Na ocupação, as condições são precárias. A água e luz foram improvisadas. Não há banheiros e os moradores utilizam fossas. Porém, há uma perspectiva de futuro melhor. É o que afirma frei Gilvander Moreira, padre carmelita e assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT). “Essa ocupações têm um papel importante, além de livrar as pessoas da cruz que é o aluguel. Elas aumentam a autoestima daqueles que, muitas vezes, chegam aqui doentes por não enxergarem um caminho para melhorar de vida”, relata.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, falta casas para 115 mil famílias A situação dos moradores da ocupação continua incerta. Uma parte do terreno onde fica a ocupação Rosa Leão pertence à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que pediu reintegração de posse do terreno. O processo corre na justiça, descumprindo um acordo feito com representantes das ocupações urbanas da cidade. Uma reunião acontecerá até o fim da semana e os moradores esperam que o problema seja resolvido. A Companhia Urbanizadora e de Habitação Belo Horizonte (Urbel) não quis comentar o tema.
Carta anônima espalha o preconceito no bairro Zilah Spósito No dia 13 de agosto, começou a circular no bairro Zilah Spósito uma carta anônima acusando as lideranças da ocupação por problemas de assalto. “Somos contra uma favela dentro do bairro. O bairro terá que pagar os custos sociais, mais vez como sempre foi com as outras favelas, digo, ocupações dentro do bairro”, afirma texto. Lideranças da ocupação suspeitam que a carta tenha sido elaborada pelos moradores de classe média da região, que temem pela desvalorização de suas propriedades. O conteúdo da carta é contraditório. Em outro trecho afirma o importante papel do bairro na luta por moradia, absorvendo mais de 10 mil famílias nos últimos 20 anos. Ela lembra as quatro grandes ocupações que aconteceram ali: “Estrada Velha, Manilha, Mariquinha, Zilah Spósito”. Os moradores dessas ocupações têm demonstrado apoio à ocupação Rosa Leão. Manifestantes ocupam prédio da PBH e Lacerda é obrigado a negociar Esperando há anos para serem ouvidos pela Prefeitura, cerca de 100 moradores das ocupações urbanas da cidade ocuparam o prédio da PBH, no mês de julho. Eles ficaram por horas isolados, sem água e alimentos. O prefeito Márcio La-
ocupações em série O Brasil de Fato começa uma série de matérias sobre as ocupações urbanas. Nos últimos seis anos pelo menos uma nova ocupação surgiu em BH por ano. Esta situação desafia o poder dos ricos e do governo municipal, que criminaliza a luta por moradia. A cada semana será mostrada uma ocupação diferente: Neide não tinha como pagar aluguel e mora com os filhos e neto na ocupação
Ocupacão: famílias: 1400 Rosa Leão 1200 Dandara 145 Camilo Torres 90 Vila do Cafezal 160 Helena Greco-Zilah Spósito 190 Irmã Dorothy 350 Eliana Silva
A equipe do BF foi conhecer as pessoas que se organizam em ocupações para fugir do aluguel e não morar mais de favor. Ouviu também especialistas em planejamento urbano e militantes. Todos apontam uma solução para o problema: reforma urbana.
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fatos em foco
Apesas das condições precárias - não tem água, luz e banheiros - ocupação traz perspectiva de futuro melhor
cerda cedeu à pressão e teve que negociar. Por acordo, foi formada uma comissão para elaborar propostas para cada uma das ocupações de BH. Além disso, os locais ocupados foram decretados como Áreas de Especial Interesse Social, o que facilita a legalização de posse para os novos moradores. Foi decidida ainda a imediata suspensão dos processos de reintegração de posse contra as ocupações em que a PBH é proprietária do terreno, até que a comissão apresente os resultados. Grafiteiros fazem arte na ocupação Wendell Opdr e Marcos Lago vêm trabalhando na organização das famílias no terreno. Eles são pintores e fazem grafites em paredes do acampamento. A imagem de um leão e rosas foram pintados, junto à frase: “Quando morar for um privilégio, ocupar é um direito”. “Pintei a fachada de um salão de beleza e a tinta que sobrou guardei para grafitar aqui no acampamento”, conta Opdr. Os dois esperam pela construção de um centro cultural no local para começar a realizar oficinas de grafite com jovens e adultos da região.
Chacina de Unaí em julgamento
Mais perto da nova lei orgânica
Começou no dia 27/8 o julgamento dos três pistoleiros acusados assassinar 4 servidores do Ministério do Trabalho, em janeiro de 2004. O episódio teve repercussão internacional e ficou conhecido como Chacina de Unaí. Os fiscais foram mortos em uma emboscada, quando investigavam uma denúncia de trabalho escravo nas fazendas dos irmãos Norberto Mânica e Antério Mânica, conhecidos como os Reis do Feijão. Três pistoleiros estão sendo julgados, acusados executar o crime a mando dos irmãos Mânica. A procuradora mencionou a existência de testemunhos de que os Mânica continuariam depositando dinheiro nas contas dos réus. Norberto Mânica deve ir a julgamento no dia 17 de setembro. Apesar de ainda não estar marcado, o julgamento de Antério pode ser no mesmo dia.
Durante esta semana, foi aprovado em duas comissões o projeto que altera a Lei Orgânica da categoria dos policiais civis, que regulamenta regras gerais do funcionamento da Polícia Civil no estado e relações trabalhistas. Os policiais permanecem acampados na ALMG e o Sindipol afirma que ficarão lá até que o projeto de lei passe por todas as comissões e seja aprovado definitivamente. O sindicato defende que algumas emendas ao projeto sejam apresentadas, a fim de que a legislação atenda, de fato, às necessidades da categoria.
Demissões da MGS Audiência pública, prevista para o dia 4 de setembro, vai apurar as denúncias de demissão em massa na Minas Gerais Administração e Serviços (MGS). Criada pelo governo do Estado, a empresa presta serviços para órgãos, autarquias e fundações. Segundo funcionários, as demissões tiveram início há mais de um ano e a média de desligamentos chega a 300 por mês.
1º Encontro Nacional do MAB O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organiza seu 1º Encontro Nacional, que vai acontecer de 2 a 5 de setembro na cidade de São Paulo. Com a expectativa de receber 4 mil pessoas, o tema do encontro é “Água e energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular”. Grafiteiro aproveita restos de tinta para enfeitar a ocupação
Visibilidade lésbica Belo Horizonte recebe no sábado, a 9ª Caminhada da Visibilidade Lésbica, Trans e Bi, com o tema “Pelo Direito de Amar e Existir”. A partir da 13h será realizada a concentração na Praça Sete, com oficina de cartazes e outras atividades. O grupo fará caminhada até a Praça Raul Soares, com intervenções artísticas. Haverá, ainda, uma roda de conversa sobre assuntos relacionados às múltiplas sexualidades e corpos.O objetivo da caminhada é dar visibilidade às lésbicas, bissexuais e trans, ocupar e reivindicar o espaço público.
30 anos da Central Única dos Trabalhadores Em 28 de agosto de 1983, pela voz e voto de mais de cinco mil homens e mulheres que vieram de todas as regiões do País, surgia a Central Única dos Trabalhadores. Hoje a CUT está presente em todos os ramos de atividade econômica do país, com 3.806 entidades filiadas e mais de 23 milhões de trabalhadores em sua base. A Assembleia Legislativa promove uma homenagem à central, com a presença de ex -presidentes da entidade, dirigentes, militantes de sindicatos, movimentos sociais e estudantis.
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dede 292013 de agosto a 4 de setembro de 2013 Belo Horizonte, de 30 de agosto aRio 07 de de Janeiro, setembro
Cubano xingado por médicas brasileiras comenta episódio Jarbas Oliveira/Folhapress
XENOFOBIA Juan Delgado afirma não entender hostilidade e que vai para onde os médicos brasileiros não querem ir da Redação Um dos médicos cubanos vaiados na noite de segunda-feira (26) por um grupo de brasileiros em Fortaleza, Juan Delgado, 49, disse que não entende as razões da hostilidade. “Vamos ocupar lugares onde eles não vão”, disse. A foto ao lado flagrou o momento em que Delgado era vaiado por duas jovens médicas brasileiras.
“Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres prestar assistência”
Ele e outros estrangeiros foram cercados em um protesto do Simec (Sindicato dos Médicos do Ceará), ao sair do primeiro dia do curso do programa Mais Médicos. “Me impressionou a manifestação. Diziam que somos escravos, que fôssemos embora do Bra-
sil. Não sei por que diziam isso, não vamos tirar seus postos de trabalho”, afirmou ele. “Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário”. O médico Juan Delgado disse que veio ao Brasil por vontade própria e que já trabalhou no Haiti. “Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres prestar assistência”, completou. Delgado diz acreditar, no entanto, que “não são todos” os médicos brasileiros que rejeitam a presença dos cubanos e acha que será possível dar assistência aos brasileiros mesmo em condições de infraestrutura precária. “O trabalho vai ser difícil porque vamos a lugares onde nunca esteve um médico e a população vai precisar muito de nossa ajuda“, afirmou. Ele afirmou ainda que o desconhecimento da língua portuguesa não será um empecilho e que a população brasileira “aceitará muito bem os cubanos”. “Estamos com vontade de começar logo a trabalhar e atender a população.” (com agências) Talles Reis
Médicos cubanos desembarcam em Recife
Juan Delgado, um dos médicos cubanos vaiados por “colegas” brasileiros no dia 27, em Fortaleza
Dilma critica preconceito contra cubanos SAÚDE Ela ressaltou que médicos estrangeiros, não só cubanos, vêm trabalhar onde médicos brasileiros não querem Renata Giraldi e Danilo Macedo de Brasília (DF) A presidenta Dilma Rousseff criticou na quarta-feira (28) os que têm preconceito contra a presença dos médicos cubanos no Brasil. Em entrevista a rádios de Minas Gerais, ela ressaltou que há também médicos de outros países, além de Cuba. “É um imenso preconceito sendo externado contra os cubanos. É importante dizer que os médicos estrangeiros, não só cubanos, vêm ao Brasil
para trabalhar onde médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar”, disse ela. Na terça-feira (27), a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) solicitou à Procuradoria-Geral do Trabalho investigação da relação de trabalho dos profissionais que atuarão pelo Mais Médicos. A entidade alega que o fato de os médicos não revalidarem os diplomas vai causar restrição de locomoção, o que, segundo a entidade, é uma das características do trabalho escravo.
“É um imenso preconceito sendo externado contra os cubanos” Pelas regras do governo, todos os profissionais do Mais Médicos receberão uma “bolsa formação” pelo serviço nas regiões carentes. Não haverá contrato de trabalho. O Ministério da Saúde é favorável à concessão de pagamento por intermédio
de bolsa porque os médicos farão uma especialização na atenção básica ao longo dos três anos de atuação no programa. No caso dos médicos cubanos, eles atuarão no Brasil em regime diferente dos que se inscreveram individualmente no Mais Médicos. O Ministério da Saúde brasileiro firmou acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para que a entidade internacional buscasse parcerias para a vinda de médicos para o país. (Agência Brasil)
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Descaso com jovens gera altos índices de homicídios no Brasil VIOLÊNCIA Morrem 54 jovens por dia no Brasil, mais do que nos 12 maiores conflitos armados no mundo Maíra Gomes de Belo Horizonte (MG) Um jovem de 21 anos foi assassinado a tiros, durante a madrugada. Um jovem de 16 anos foi morto durante um assalto a uma panificadora. Um homem de 22 anos foi assassinado no final da noite. Jovem de 18 anos é morto em festa de aniversário. Um jovem de 23 anos foi baleado e morto na noite desse domingo. Todos os dias, notícias como estas cobrem as manchetes do diversos jornais espalhados pelo país. Pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de
Estudos Latino-Americanos (Cebela) revela que o índice de homicídios de jovens no Brasil apresenta níveis altíssimos (veja quadro ao lado). Todos os dias são mortos em média 54 jovens (entre 15 e 24 anos) no país. Áurea Carolina de Freitas, 29 anos, integrante do Fórum das Juventudes da Grande BH, afirma que o homicídio de jovens tem como principais vítimas os negros e moradores de periferias. “A violência física é uma expressão extremada de uma situação de desigualdade. Os jovens pobres e negros estão em uma situação
8 chacinas da candelária por dia
de vulnerabilidade. Não conseguem se inserir no mercado de trabalho, por terem pouca qualificação e acabam entrando em empregos informais ou martírios como o telemarketing. Sofrem também com a precária condição da rede pública de educação”, declara. A falta de oportunidades gera a marginalização da juventude de periferia, que passa então a ser vista como ‘marginal’ pela sociedade. A polícia, responsável pela segurança pública, reflete esta situação de forma direta. “A polícia enxerga os jovens e pobres como suspeitos. A polícia
Morreram por homicídio em 2011
não é formada para ser uma polícia pacificadora, amiga da comunidade, ela sai preparada para matar”, denuncia. “Nos últimos anos, vivemos um alarmante aumento do homicídio infanto-juvenil no país. A causa é a ausência de políticas públicas para os jovens. Quando há, são feitas dentro dos gabinetes, não refletem a realidade vivida por eles”, avalia o militante da Pastoral da Juventude e integrante do Conselho Nacional de Juventude Edgar Mansur. Edgar reforça ainda a dificuldade de jovens de periferia terem acesso a
Aumento da mortalidade de jovens em Minas Gerais
2011 em 2011 foram
assassinados
18.436 jovens no Brasil
39,3% 3%
dos jovens 15 a 24 anos
dos não jovens menor de 14 maior de 25
2001
83,9%
No mesmo período o Sudeste apresenta queda de 48,2%
Juventude quer fazer política Rafaella Dotta De São João Del-Rei Organizações de jovens se unem para realizar a Jornada de Lutas da Juventude, que acontecerá em todo o Brasil de 28 de agosto a 7 de setembro. As mobilizações acontecerão simultaneamente em várias cidades e terão temas locais e nacionais, como: reforma política, mais investimento para a educação, “Fora Globo” e contra a violência aos jovens da periferia.
Filipe Rodrigues, do Levante Popular da Juventude, diz que o objetivo principal da Jornada é continuar as lutas dos últimos meses. “A jornada vai manter acesa a chama das manifestações de junho. Nós estamos jogando lenha na fogueira, esperando que os jovens voltem a tomar as ruas”, afirma. Minas Gerais No nosso estado as manifestações já começaram. De acordo com o presidente da União Es-
tadual dos Estudantes (UEE MG), o estudante Paulo Sérgio de Oliveira, as cidades de Uberlândia, Divinópolis e Patos de Minas já tiveram atos: “A expectativa é que as maiores cidades realizem mobilizações, o que totalizaria cerca de 13 municípios”. Em Minas, o foco será a mídia. Os jovens pretendem denunciar o exgovernador Aécio Neves, que é acusado de controlar a mídia do estado. Assim como denunciarão a Rede Globo, que,
desde junho, vem deturpando os fatos acerca das manifestações. Movimentos sociais e setores da Igreja também estão nessa Jornada e organizarão em 7 de setembro, último dia das mobilizações, o Grito dos Excluídos. Este protesto acontece anualmente com o objetivo de dar visibilidade às necessidades dos mais pobres. Casando com a Jornada, o tema deste ano será “Juventude que ousa lutar constrói o poder popular”.
essas poucas políticas. “Além de educação, o jovem precisa de lazer, cultura. A periferia não tem acesso a nada”, destaca. Minas Gerais Segundo estudo do Cebela, entre 2001 e 2011 houve um aumento de 83,9% no número de jovens assassinados no estado. Enquanto isso, a região sudeste apresentou redução de 48,2%. Para Áurea, não há incentivo de políticas publicas de juventude no estado. “O projeto Fica Vivo, por exemplo, parecia ser uma proposta que cuidaria da questão do
extermínio nos territórios, de prevenção à violência. Mas o projeto foi retrocedendo nos últimos tempos, houve corte nos investimentos e ele não tem conseguido atingir o objetivo de diminuir a mortalidade de jovens”. Ela acredita que, mesmo com diminuição no número de jovens assassinados nos outros estados, ainda há muito que fazer. “Ainda estamos muito distantes de garantir a integridade dos jovens, teria que ter uma queda progressiva, maior e mais intensa”, aponta.
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Belode Rio Horizonte, Janeiro, de de29 30de deagosto agostoaa407 dede setembro setembro dede 2013 2013
EUA planejam “ataque humanitário” Reprodução
SÍRIA Assassínio com substâncias químicas que coloca Assad como suspeito principal se assemelha a outras justificativas Achille Lollo de Roma, Itália O presidente Obama concordou com o primeiro ministro britânico David Cameron no “ataque humanitário contra a Síria para salvar os civis” usando apenas foguetes e aviões que destruiriam toda a infraestrutura militar e civil. Entretanto, Rússia e Irã alertam o Ocidente de que foram os rebeldes que usaram nos arredores de Damasco, capital da Síria, as bombas químicas na véspera da chegada dos inspetores das Nações Unidas. As dramáticas imagens gravadas pelos rebeldes no dia 21 de agosto após o ataque do exército sírio contra as últimas posições do Exército Livre Sírio (ELS), em Goutha, na periferia de Damasco provocaram nas chancelarias europeias e na Casa Branca o efeito desejado.
“Tais acusações são uma ultraje ao bom senso, uma vez que as mesmas respondem a precisas motivações políticas” Obama e Cameron em foto de 2011; “dobradinha” deve ser reeditada na invasão da Síria
Em resposta às acusações dos ministros das Relações Exteriores francês e britânico, Lorens Fabious e William Hague, o presidente sírio, Bashar el-Assad sublinhou que “tais acusações são uma ultraje ao bom senso, uma vez que as mesmas respondem a precisas motivações políticas que visam reverter a conjuntura logo após as contínuas vitórias que as forças armadas do gover-
no sírio estão alcançando contra os terroristas.” De fato, a partir do mês de maio o exército sírio registrou concretas vitórias em toda a região leste e ao longo da fronteira com o Líbano, liberando as importantes cidades de Qasr, Alepo e Homs. A seguir, concentrou sua ofensiva na periferia de Damasco – precisamente nos bairros de Jobar, de Zamalkana, de Goutha, e na cidade de Muaddamiya - onde
“Parece um casus belli artisticamente criado para justificar uma escalada de ataques militares” os rebeldes do ESL criaram fortes bases graças ao contínuo abastecimento
de armas e homens vindos da vizinha Jordânia. Pretexto O professor Charles Kupchan, que na Universidade de Georgetown ensina Relações Internacionais e é um “expert” no Council on Foreign Relations sobre Estratégia e Política Exterior dos EUA, logo após a reviravolta de Barack Obama, declarou ao jornal italiano La Repubblica que “não pode-
mos confiar totalmente nos rebeldes. Por outro lado, mesmo se o regime sírio for punido segundo o modelo operativo semelhante à Operação Kossovo, não vai funcionar na Síria”. Entretanto, às 20h do dia 26 de agosto, o secretário do Departamento de Estado, John Kerry, convocava uma conferência de imprensa declarando sumariamente: “Avaliamos que as informações de nossos serviços e de outros países são suficientes para dizer que os EUA darão uma resposta exemplar ao regime de Bashar el-Assad”. Após Charles Kupchan, outra voz “independente” se levantou na mídia, o britânico Gwyn Winfield, notório conhecedor de armas químicas e chefe da Falcon Comunications. “O ataque com substâncias químicas parece um casus belli artisticamente criado para justificar uma escalada de ataques militares contra a Síria, tal como aconteceu em 1964 quando foi provocada a intervenção estadunidense no Vietnã”, declarou o analista.
Rússia, China e Irã se opõem à guerra Mitya Aleshkovsky/ITAR-TASS
GUERRA Líderes alertam para “graves consequências” caso Estados Unidos e Europa ataquem a Síria de Roma, Itália A intervenção militar da OTAN contra a Síria provocou uma dura reação no Kremlin por parte do presidente Vladimir Putin e do governo russo que não admitem mais outras “guerras humanitárias da OTAN” contra países aliados ou amigos da Rússia, tal como aconteceu com a Iugoslávia em 1999. A China também, que no Conselho de Segurança, juntamente com a Rússia, havia votado o en-
“Se Washington vai violar essas limitações, então a Casa Branca vai sofrer sérias consequências por tê-lo feito” vio de uma comissão de fiscais da ONU para realizar uma profunda análise do que aconteceu em Goutha, tomou posição contrária à “guerra hu-
manitária” da OTAN. O Irã também advertiu os Estados Unidos por meio de uma intervenção na TV iraniana do comandante das Forças Armadas, Massoud Jazayery, que sem os meios termos da linguagem diplomática logo afirmou: “Os Estados Unidos conhecem as limitações da linha vermelha na frente síria. Se Washington vai violar essas limitações, então a Casa Branca vai sofrer sérias consequências por tê-lo feito.” (AL)
Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov
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cultura | 13 Vander André Araújo
Novo centro cultural em BH Espaço será o 4o Centro Cultural do Banco do Brasil no país Maíra Gomes, de Belo Horizonte (MG) Foi inaugurado nesta terça-feira, 27, mais um espaço de lazer no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O Centro conta com teatro, sala multimeios e de programa educativo, um café-restaurante, além de espaço para exposições, com uma sala de exposição permanente. A reforma do prédio começou em 2009, e custou cerca de R$37,7 milhões, entre mobiliário e equipamentos. Estão concluídos 8 mil m², do total de 12 mil estipulados no projeto. Em uma segunda fase, ainda sem data prevista, será oferecido também um cinema e mais espaço para exposições. O Banco do Brasil tem outros três centros culturais, em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. A proposta é que o espaço seja ocupado com exposições e atrações itinerantes, que passarão por um
edital de seleção a nível nacional. A Assessoria de Comunicação do CCBB explica que não há um comprometimento direto com a produção cultural de Minas Gerais, já que serão selecionadas obras de todo o país que se inscreverem para o Centro de Belo Horizonte. “Nosso compromisso é com a qualidade, além de diversas especificações exigidas pelos editais e que devem ser cumpridas. Se as obras mineiras estiverem de acordo com o perfil, serão selecionadas”, explica.
Ainda há muito a evoluir no campo da cultura em BH Cida Falabella, integrante do Conselho Municipal de Cultura de BH, acredita ter sido positiva a vinda do Centro para a cidade. “O CCBB tem siso importante nas cidades onde já existe, por apresentar editais específicos na área de artes cênicas. Mas precisamos ocupar o
espaço, já não fomos chamados para o processo de construção. Espero que não seja elitizado, que seja gratuito”, diz. “Pra cobrar, tem que ver de onde está surgindo o dinheiro pra fazer este espaço. O dinheiro do Banco do Brasil é de quem? É nosso, então não temos que pagar. Se você está contribuindo, o dinheiro tem que ser revertido para a pessoa”, aponta a visitante Natalia Silva, 28, designer de moda. Cida defende que, apesar de algumas conquistas, ainda há muito a evoluir no campo da cultura em BH. “Faltam políticas públicas de cultura na cidade, que devem ser discutidas com a população. Todo esse projeto de transformar a Praça da Liberdade em um centro cultural foi pouco discutido. É preciso mais interação pra que as Parcerias Público Privadas (PPPs) sejam feitas com mais clareza, que atendam aos interesses da sociedade e não das empresas”, conclui.
Mulheres artistas
Elles: Mulheres Artistas na coleção do Centro Pompidou Local: CCBB - Praça da Liberdade, 450 - bairro Funcionários. Visitação pública: 28 de agosto a 21 de outubro de 2013. Horário de visitação: quarta-feira a segunda-feira, das 9h às 21h (fechado às terças-feiras) Entrada gratuita.
O Centro Cultural BB inaugura com a exposição internacional “Elles: Mulheres Artistas na coleção do Centro Pompidou”, com obras de Frida Kahlo, Marina Abramovic, e outras, entre elas a mineira Lygia Clark. A busca pela libertação das mulheres de velhas hierarquias e temas como a repressão da sexualidade e ditadura da beleza es-
tão expressas nas obras. “O espaço é muito bom, mas não foi bem utilizado para uma exposição deste tamanho. Este tipo de arte, pra pessoa entender, tem que ter uma explicação muito boa, e está faltando. A curadoria daqui deixou a desejar”, argumenta Natalia. Já a assistente administrativa Lara dos Santos, 21, diz que gostou da exposição e que “os temas das obras são chocantes, é bom ver exposições que tratem dos problemas das mulheres”. Sobre o espaço, Lara está com boas expectativas: “Ficou muito bonito o prédio, espero que tenha sempre boas exposições e seja gratuito”.
agenda do fim de semana ATRAÇÕES DIVERSAS Festival Liberarte A arte mineira em circo, dança, música e teatro. Sábado, 31 de agosto, das 16h às 21h30. Local: Praça da Liberdade, BH.
MÚSICA Jazz na Praça - Big Band Palácio das Artes convida Rita Medeiros. Sexta, 30 de agosto. 20h. Local: Praça Floriano Peixoto, Santa Efigênia. BH. Tambor na Praça Cultura negra e várias tradições de origem africana em congado mineiro, candomblé e música popular brasileira. Maurício Tizumba, Bloco Saúde, Tambor Mineiro e Raquel Coutinho. Domingo, 01 de setembro, 16h. Local: Praça Floriano Peixoto, Santa Efigênia. BH.
é tudo de graça!
EXPOSIÇÃO Exposição “Entre” Carolina Cordeiro – O espaço e o entorno podem ser vistos de variadas formas Sábado, dia 31 de agosto, das 10h às 17h30. Local: Memorial Minas Gerais, Praça da Liberdade. BH.
TEATRO INFANTIL Espetáculo de Bonecos Gigantes: “Bira e Bedé”. Grupo Pigmaleão Escultura Que Mexe Sábado, 31 de agosto, 16h. Local: Praça da Saúde - Av. Silva Lobo, Grajaú. BH.
CINEMA Festival Fluxus Traz cineasta tailandês Até Domingo, 1 de setembro, das 11h às 21h. Local: Oi Futuro BH. Avenida Afonso Pena, 4001, Mangabeiras. BH.
Segunda a quinta-feira MÚSICA
EXPOSIÇÕES
Festival Internacional de Corais, homenagem a Chico Buarque. De 01 de agosto a 15 de setembro. Local: Belo Horizonte, Ouro Preto, Itabira e outras cidades. Programação completa em: www.festivaldecorais.com.
“Evita: figura, mulher e mito”, apresenta réplicas de vestidos e jóias aclamada Eva Perón. Até 22 de setembro, das 10h às 22h. Local: DiamondMall Shopping - Av. Olegário Maciel, 1600Lourdes. BH.
horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). 14 | variedades
Belo Horizonte, de 30 de agosto a 07 de setembro de 2013 © Revistas COQUETEL
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Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). © Revistas COQUETEL
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AMIGA DA saúde
Manda sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde.
Amiga da Saúde, tenho relações sexuais com meu namorado durante o período de menstruação sem camisinha. Corro risco de engravidar?
Amiga, uso diariamente o protetor solar fator 60 no rosto. Me disseram que não faz diferença após o fator 30. É verdade? Qual é a diferença?
Anônima
Laísa Campos, 21, estudante de psicologia
Cara leitora, a gravidez pode acontecer, normalmente, durante o período fértil da mulher. Isso porque é nesse período que existe um óvulo disponível para ser fecundado pelo espermatozoide do homem. O período fértil, num ciclo regular, ocorre no intervalo entre o 11º e o 17º dias, contando a partir do 1º dia da menstruação. Dessa forma, os dias com menos risco de gravidez são os que entornam a menstruação. Entretanto, nunca se pode dizer que o risco de gravidez em outros dias do ciclo, inclusive durante a menstruação, seja zero. Isso porque existem variações hormonais e algumas doenças que podem descontrolar o ciclo menstrual, podendo haver até mesmo sangramentos fora do período esperado. É raro engravidar nesses dias, mas pode acontecer. Nas mulheres que têm o ciclo menstrual desregulado o risco é maior. Além disso, a menstruação aumenta o risco de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e para evitar isso só usando camisinha em todas as relações sexuais.
Querida Laísa, esses produtos possuem um Fator de Proteção Solar (FPS) variado, nenhum protege 100% e todos acima de 15 têm proteção semelhante (15= 94%, 30=96%, 60=99%). O que muda essencialmente com o FPS é o tempo que o produto te protege dos raios UVB, responsáveis pelo câncer de pele. Verifique quanto tempo de exposição ao sol leva para que a sua pele, sem proteção, comece a ficar vermelha (quanto mais clara a pele, menor o tempo). Pegue esse tempo e multiplique pelo FPS do seu protetor e terá o tempo que o produto lhe confere proteção. Por exemplo, se o tempo para ficar vermelha é de 5 minutos, com um protetor FPS 15, terá 75 minutos de proteção, desde que bem aplicado e que você não transpire muito, nem lave a pele. O FPS maior diminuirá a frequência da reaplicação. Fique atenta, pois a pele do rosto é a mais sensível, sofrendo mais com os raios solares.
Na minha casa estamos acostumados a tomar café da tarde por volta de 18h e depois não jantamos. Faz mal? É necessário jantar todos os dias? Thassia Souza, 29, vendedora
Cara Thassia, o problema na sua família é o longo tempo que vocês ficam sem alimentar. É mais saudável ingerirmos alimentos a cada 3 horas, fazendo cerca de 5 a 6 refeições ao dia. É ruim ficar muito tempo sem alimentar por dois motivos principais: aumenta a incidência de problemas no estômago e faz com que seu metabolismo fique mais lento (com tendência maior para ganho de peso e menos disposição). O melhor seria uma janta leve, mas caso não seja possível, tente fazer um lanche antes de dormir.
14 | esporte
Rio de Janeiro, de 29 de agostoBelo a 4 de setembrodede302013 Horizonte, de agosto a 07 de setembro de 2013
Rafaela ganha 1º ouro feminino do Brasil cesa Automne Pavia, em um duelo tenso, com punições e falta de combatividade. Mas a, ao fim, a brasileira adotou uma postura mais agressiva e passou a buscar ataques.
No Rio de Janeiro, todos os pódios nacionais foram conquistados por mulheres
da Redação
Em seu caminho ao pódio, Rafaela também derrotou Hana Carmichael, dos EUA
deu o título à carioca. A eslovena Vlora Bedeti e a alemã Miryam Roper ficaram com o bronze entre as leves. É a primeira medalha de ouro feminina do Brasil conquistada na
história dos Campeonatos Mundiais de judô. No Rio de Janeiro, todos os pódios nacionais foram conquistados por mulheres, já que nos dias anteriores Sarah Menezes ficou com o bron-
ze na categoria ligeiro e Érika Miradana com a prata na meio-leve. Semi Na semifinal, Rafaela Silva eliminou a líder do ranking mundial, a fran-
A francesa seguiu se apresentando defensivamente e foi punida mais uma vez, o que a fez ficar em desvantagem nos critérios de desempate. A brasileira continuou melhor no combate e conseguiu um wazari, seguido de uma tentativa de imobilização. Nos segundos restantes, a brasileira conseguiu se defender dos desesperados ataques da judoca francesa e conquistou sua vaga para a final.
na geral
Brasil vence EUA na estreia da fase final Atletas x Cartolas (2)
Atletas x Cartolas (1)
FATOS EM FOCO Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Reprodução Facebook/CBJ
DA CIDADE DE DEUS Judoca é a primeira brasileira que chega ao topo na história do campeonato
Nascida na Cidade de Deus, a judoca Rafaela Silva conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil no Campeonato Mundial de judô, disputado no Rio de Janeiro. A atleta carioca, de apenas 21 anos de idade, venceu a categoria leve (até 57kg), nesta quarta-feira (28), derrotando na final a estadunidense Marti Malloy. Na maior parte da luta Rafaela foi superior a Malloy. Com mais iniciativa, aplicou um golpe que os juízes, após uma revisão, aprovaram como um ippon, e que
esporte | 15
do Congresso Nacional. to com outras sete equi- Pasmem! É um dos mesResta saber quem terá pes, campeãs continen- mos que estiveram prePRIX Na partida, as maiores pontuadoras Garay Thaisa mais força, os foram prestigia-Fernanda sos na Bolívia pela morAGRAND Confederação BrasileiOs cartolas pressionam tais. É vôlei de altoenível. te do menino Kevin Spara de Futebol (CBF) e o para incluir duas emen- dos atletas das quadras e da, de 14 anos.Divulgação/FIVB Ele esteComitê Olímpico Brasidas indigestas na MP gramados ou o dinheiro Quem pagou o inda Redação As em por Sapporo foram que corre debaixo do gresso foi o papai ve na cadeia por cinco leiro (COE) “trabalham” 615.atuais A primeira propõe doras e Thaisa, ou o cartola? nos bastidores para mo- tricampeãs um novo parcelamento Fernanda tapete dasGaray federações. meses e foi solto no iníA seleção brasileira dificar a Medida Providas dívidas dos grandes que marcaram 13 pontos. cio do mês. O ingresso as de vôlei mos- bateram Após a vitória tranqui- A briga entre torcedo- mais barato para a parsória (MP)feminino 615, elaboraclubes. A segunda pertrou suaONG força e favorio técnico Rober- res no jogo entre Corin- tida custava exorbitanda pela Atletas pe- estadunidenses mite aos clubes que não la, Mundial deJosé Vôlei tismo na primeira emGuimarães Betim se mostrou thians e Vasco (25/8), le- tes R$160. Como saiu la Cidadania. A MProda615 pagaram parte de suas to da da fase final do Grand fala em transparência e com dívidas com o governo a impressionado com o vanta algumas questões. há três semanas da caPrix de vôleina ao adminisvencer os tranquilidade resultado conquisdemocracia permanência no Time- bom O Cruzeiro anunciou es- Foi a segunda partida deia, resta questionar: Estadosdas Unidos, na maem tão pouco tração entidades esmania (loteria criada pa- tado ta semana que será oteman- seguida em que aconte- por que na Bolívia tordrugada que desta recebem quarta- ra ajudar os grandes clu- po. “Nem meu sonho ceram tumultos no re- cedores violentos são portivas fitrião donoCampeonato feira (28).público; As atuaislimitri- bes a pagarem suas dí- poderia re- cém-construído Mané punidos e aqui ganham dinheiro Mundialimaginar de Vôleium 2013. campeãs bateram as es- mais resultado po- sultado desses” declarou Garrincha, indicando cortesia? E como acabar ta a reeleição de dirigenvidas).um Caso a proposta O torneio será ,realizado tadunidenses com trandeixaram as àentre imprensa. tes (a dois mandatos de sitivo da MPe não 615 não seja voos dias 15 e 20 de que se os estádios mo- com a relação promísemque três sets adversárias vencerem na outubro, Em busca do nonoPotí- dernizaram-se, as práti- cua entre cartolas e in4quilidade, anos); exige dados tada – e sem modificano Ginásio com parciais contratos, de 25/19, revanche. primeira fa- tulo do Grand Prix, para financeiros, ções - na Na próxima semaliesportivo Divino Bra- cas medievais que cer- tegrantes de torcidas or25/12 e 25/10, apósaberape- se du- o anfiserá triãs,a cam nosso futebol não. ganizadas? Meia-dúzia patrocínios sejam na,da 30competição, renomados as atletas ga,jogo emcontra Betim.as Esta nas e, 51ainda, minutos já haviam se o time de Zé vol- Nas imagens, um inte- se beneficiam e milhares tos; falade dapartides- as da equipes ONG (que conta com primeira vezRoberto que Minas da, na cidade de Sappoe o Brasil le- ta à quadra nestaoquintatinação dos lucros das fe- enfrentado nomes como Raí, Ana Gerais receberá even- grante da cúpula da tor- de torcedores são puniro, no Japão. a melhor, vencendo (29) para aenfrentar derações à manutenção vou Moser, Hortência, Joa- feira to. Por sediar compe- cida uniformizada Gavi- dos com preços altos. o resultado, de as por 3 a 1, em Campinas. Japão, às 7h10 (horário e aoCom desenvolvimento quim Cruz) prometem o tição, o Cruzeiro ganhou ões da Fiel aparece troBrasil venceu por 3 sets a 0 brasileirassociais. conseguiram comparecer As maiores pontua- de Brasília). objetivos ao plenário o direito disputá-la, jun- cando socos e pontapés.
Romário de cama Afastado dos gramados de futebol desde 2009, o ex-jogador Romário passará por uma cirurgia neste semana. Em comunicado divulgado pelo Facebook, na quarta-feira (28), o deputado federal explicou que recentemente passou por uma intervenção na região lombar e que ainda precisa corrigir um problema de hérnia de disco. A expectativa é de que a intervenção na coluna seja realizada a alta ocorra também nesta semana.
Fabiana Murer é ouro A saltadora Fabiana Murer ficou com a medalha de ouro no Volksbank Stabhochsprung Meeting Beckum, na Alemanha, no último domingo (25). Além da conquista, a atleta saltou 4,75m e alcançou sua melhor marca do ano no salto com vara. Com o resultado, ela ainda subiu uma posição e chegou ao quinto lugar no ranking mundial.
Laboratório antidoping A Agência Mundial Antidoping (Wada) anunciou a revogação da licença internacional do Ladetec, único laboratório antidoping do Brasil, por não cumprir os padrões de qualidade mínimos exigidos pela entidade. A decisão ocorre a menos de um ano da realização da Copa do Mundo e a três dos Jogos Olímpicos de 2016 em território nacional.
16 | esporte
Belo Horizonte, de 30 de agosto a 07 de stembro de 2013
Cruzeiro enfrenta Vasco para se manter na liderança da Redação Após eliminação na Copa do Brasil, a preocupação do Cruzeiro agora é o Campeonato Brasileiro. O time volta ao Mineirão para enfrentar o Vasco da Gama, no domingo às 18h30. A vitória pode manter o time na ponta do campeonato.
O Cruzeiro não deve contar com a dupla de volantes titulares. Nilton levou o terceiro cartão amarelo e será desfalque contra o clube que defendeu antes de se transferir para a Toca da Raposa. Souza continua com dores musculares e ainda é dúvida. O jogador deixou o campo contundido na partida con-
tra a Ponte Preta e não jogou no meio de semana. O atacante Borges, também com dores musculares, pode ficar fora da partida. Lucas Silva deve ser mantido. Leandro Guerreiro e Henrique brigam pela outra vaga no meio campo. Outro que pode voltar a jogar é Dagoberto. O jogador não entra
em campo desde o dia 8 de junho, quando se machucou na partida contra o Internacional. Porém, ele deve começar no banco. O Vasco da Gama, do técnico Dorival Júnior, ocupa a 11a posição no campeonato. O meia Juninho Pernambucano, poupado no meio de semana, deve voltar ao time. Site oficial do Cruzeiro
brasileirão | 17ª rodada Grêmio X Ponte Preta
Sab | 31/08 | 18h30 | Arena do Grêmio
Goiás X Atlético MG
Sab | 31/08 | 18h30 | Serra Dourada
Náutico X Atlético PR
Sab | 31/08 | 18h30 | Arena Pernambuco
Portuguesa X Bahia
Sab | 31/08 | 18h30 | Canindé
Fluminense X Santos
Sab | 31/08 | 21h00 | Maracanã
Botafogo X São Paulo
Dom | 01/09 | 16h00 | Maracanã
Corinthians X Flamengo Dom | 01/09 | 16h00 | Pacaembu
Vitória X Criciúma
Dom | 01/09 | 16h00 | Barradâo
Coritiba X Internacional
Dom | 01/09 | 16h00 | Couto Pereira
Cruzeiro X Vasco
Dom | 01/09 | 18h30 | Mineirão
Flamengo tira Cruzeiro da Copa do Brasil por 1 x 0
Com novo zagueiro, Atlético vai ao Serra Dourada Bruno Cantini
da Redação
Atlético empata e está fora da Copa do Brasil
O Galo enfrenta o Goiás no sábado, às 18h30, no estádio Serra Dourada. O time terá a estreia do zagueiro Emerson. Apresentado no início da semana, Emerson deve formar a dupla de zaga com Rever, já que Leonardo Silva levou o terceiro cartão amarelo na vitória sobre a Portuguesa. “Provavelmente vai acontecer a estreia do Emerson”, disse Cuca na entrevista coletiva de quarta-feira (28), no Independência, após o empate contra o Botafogo, pela Copa do Brasil. O téc-
nico tem ainda como opção Jemerson, já que Rafael Marques está de saída do Atlético. O contrato do jogador foi rescindido na CBF nesta quinta-feira e ele negocia sua transferência para o futebol italiano. Quem que deve voltar ao time é o meio campista Dátolo. Após eliminar o Fluminense no meio de semana, pela Copa do Brasil, o Goiás vem embalado. Os destaques do time são os atacantes Renan Oliveira, jogador que surgiu na base do Atlético, e Walter, ex-Cruzeiro, que é o destaque do time no campeonato brasileiro.
Na última quarta-feira, Neymar conquistou seu primeiro título pelo Barcelona, a Supercopa da Espanha