Edição 111 do Brasil de Fato Minas Gerais

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Rogério Hilário

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CULTURA 13

Petroleiros em FIQ se consolida greve nacional em BH

Minas Gerais

Em sua nona edição, festival aborda pela primeira vez a temática de gênero e tem como novidade uma curadora mulher

Carina Cardoso

Contra privatização, 90% da categoria se mobiliza por direitos e em defesa da Petrobras. Greve atrai apoio de outros setores da sociedade

06 a 12 de novembro de 2015 • edição 111 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita

Caio Santos

CIDADES

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PM mineira é alvo de críticas Violência contra manifestantes e moradores da periferia mostra a necessidade de se repensar a segurança pública no país. Segundo especialistas, situação em Minas é ainda pior que o cenário nacional. “O atual governo entregou a Secretaria de Defesa Social a um grupo conservador”, critica Robson Sávio, do Nesp.

BRASIL 8

3 CIDADES

Humor e ação contra Cunha

Pedestres pedem passagem

Em Brasília, manifestantes ironizam envolvimento do deputado com sonegação atirando dólares falsos

Semáforos foram feitos para gerir o trânsito geral. Mas pedestres sofrem com o curto tempo do sinal verde. Todos os dias, seis pessoas são atropeladas em BH

Larissa Costa / BFMG


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

Editorial | Brasil

Greve Nacional em defesa do Brasil

ESPAÇO dos Leitores

“À equipe do Brasil do Fato, Meu nome é Tales Douglas e sou pessoa surda de verdade. Tenho muito prazer em vos conhecer. Então, sou leitor assíduo do jornal porque este tem vários conteúdos muito significativos para ampliar meu conhecimento e levar a abrir minha mente ao mundo de fatos. Por isso, estou de parabéns e tenho muito orgulho de ser seu leitor surdo”. Tales Douglas, por WhatsApp

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

anota aí o número do Brasil de Fato no WhatsApp: 31 8979-8859

No domingo (1), começou a mantelada. greve dos petroleiros em todo o A indústria naval, por exemplo, Brasil. O objetivo deles é defen- já perdeu 15 mil postos diretos der a Petrobras, a soberania do de trabalho somente no primeipovo brasileiro e o petróleo, uma ro semestre de 2015. Segundo esdas principais riquezas do nosso tudos do Grupo de Economia da país, que novamente estão amea- Energia da UFRJ, o Brasil deixaçadas de privatização. rá de criar 20 milhões de empreA maior gos até 2019, empresa nacaso sejam cional sofre A maior empresa nacional mantidos os graves atadesinvestisofre graves ataques ques, que mentos na já afetam a indústria de economia petróleo. Só do país e comprometem milhões a Petrobras seria responsável por de empregos. O condenável es- 70% dessas perdas, em função quema de corrupção envolven- dos postos de trabalho diretos e do ex-diretores e ex-gerentes não indiretos que deixaria de gerar. pode servir de pretexto para priOs impactos já começam a revatizar uma empresa cujos in- percutir no PIB. Estudos da Sevestimentos respondiam, até há cretaria de Política Econômica bem pouco tempo, por 13% do do Ministério da Fazenda estima PIB do Brasil. que as reduções de investimentos As palavras que tentam escon- da Petrobras poderão afetar em der o processo de privatização até 2% o PIB de 2015. Segundo o em curso são “venda de ativos” estudo, para cada R$ 1 bilhão que e “desinvestimento”. A Petrobras a estatal deixa de investir no paquer vender R$ 222,6 bilhões em ís, o efeito sobre o PIB é de R$ 2,5 ativos, cogita-se a venda da Gas- bilhões. Com isso, perdem tampetro e BR Distribuidora, entre bém setores como o da educação outras, a redução em 500 bilhões e da saúde, ou seja, todo o povo dos investibrasileiro. mentos até Diante 2019, além Defender a Petrobras e o petróleo é dessa situada redução, a greve ação prática de soberania ção em 66% organizada da meta de pela Fedeprodução ração Únide petróleo até 2020. Quem se ca dos Petroleiros (FUP) e seus beneficia dessas medidas senão sindicatos se torna uma luta de o mercado, os especuladores e os toda a sociedade. Defender que privatistas? a Petrobras e o petróleo fiquem A Petrobras passou a ter co- sob controle e interesses do povo mo principais valores a lógica brasileiro é a ação prática da dede capital e a rentabilidade dos fesa da soberania. Dessa forma, acionistas. Enquanto isso, o po- nem imperialistas nem entrevo brasileiro sofre as consequ- guistas de plantão colocarão em ências do encolhimento da em- riscos o futuro de nação. É hora presa. Milhares de trabalhadores de nos colocarmos em marcha, perderam seus empregos, obras conversar com as pessoas em toque estavam prestes a ser conclu- dos os bairros, em todas as escoídas foram interrompidas, proje- las, para discutir sobre a importos estratégicos estão indefinida- tância dessa luta. O futuro da Pemente suspensos e a cadeia pro- trobras vai definir também o fudutiva do setor segue sendo des- turo do Brasil.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em MG, no Rio e em SP. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Adriano Ventura, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Deliane Lemos de Oliveira, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Pedro Cíndio, Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Colaboradores: Acsa Brena, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, João Paulo, Léo Calixto, Marcos Assis, Olivia Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Coletivo Henfil. Fotografia: Larissa Costa. Estagiária: Raíssa Lopes. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração: Vinicius Nolasco. Diagramação: Bruno Dayrell. Tiragem: 40 mil exemplares.


Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

CIDADES

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Pedestres ainda esperam sua vez SINAL VERMELHO Todos os dias, pelo menos seis pedestres são atropelados em BH Larissa Costa / BFMG

Rafaella Dotta “Mais atenção... tem pedestre na faixa!”, gritou uma caminhante que acompanhava uma senhora em sua saga para atravessar a rua. Maria Elvira Oliveira, faxineira aposentada, começou a andar assim que o sinal verde apareceu, com os passinhos lentos da idade, e estava no meio do caminho quando o sinal novamente avermelhou. Dois carros pararam, mas o motoqueiro não quis saber e avançou faixa de pedestre adentro. A situação aconteceu na esquina da rua Tamoios com a Amazonas, no centro da confusão belo-horizontina. “A gente observa que o semáforo aqui tem um tempo muito reduzido pro usuário, deve ser na proporção de 5 pra 1, o que privilegia os carros”, testemunha Aldair Reis, que trabalha no

ram feitos para pedestres, mas sim para gerir o trânsito”, por isso são consideradas as necessidades de carros, ônibus, motos, bicicletas e caminhantes. Porém, os tempos dão prioridade aos veículos. Em horário de pico, diminuem-se os já poucos segundos de quem vai a pé.

É preciso correr: a qualquer momento abre o sinal

local. Mas Aldair errou. Às 18h daquele dia, a proporção de tempo era de 8 pra 1, ou seja, oito vezes mais tempo para os carros. A cada 2 minutos, o pedestre tinha 15

segundos para atravessar. Pedestres nas mãos dos motoristas Segundo a assessoria da BHTrans, é preciso entender que “os sinais não fo-

“Cidades que melhoraram a vida dos pedestres não tiveram o trânsito piorado” ANÁLISE Urbanista defende priorização de políticas para quem vai a pé “Infelizmente, estou falando com você e vendo aqui da janela dois pedestres quase sendo atropelados”, introduz o professor da UFMG Roberto André, urbanista e editor da Revista Piseagrama. Ele cita o projeto municipal MobCentro como uma das “políticas desonestas” feitas com o pedestre. “Teve diminuição de tempo de semáforo e travessias que mudaram de lugar. Em frente ao Palácio das Artes, as pessoas não suportam dar aquela grande volta para atravessar nas faixas e nos sinais”, cita. Como alternativa, o urbanista defende a realização de políticas voltadas ao pedestre, como aumento das calçadas, redução da velocidade dos veículos e aumento do tem-

po nos semáforos. “Ao contrário do que se pensa, todas as cidades que melhoraram a vida dos pedestres não tiveram o

trânsito piorado. As pessoas se adaptam, ainda mais com um projeto que tenha mais qualidade urbana”, conclui.

Um terço das vítimas fatais no trânsito são pedestres Para contabilizar o tempo mínimo para os sinais, a BHTrans projetou uma velocidade média de diferentes pedestres, desde pessoas com deficiência até adultos rápidos e saudáveis, que resultou em 0,9 metros por segundo. Esse tempo é multiplicado pe-

la quantidade de metros da rua. Perguntada sobre a responsabilidade da PBH com os pedestres, a BHTrans se apoia no Código de Trânsito Brasileiro. O artigo 29 afirma que “os veículos de maior porte são sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”. Assim, a BHTrans acredita que, se o pedestre iniciou a travessia no sinal verde, a segurança deste cidadão é responsabilidade dos motoristas. No último relatório sobre acidentes de trânsito com vítimas, divulgado pelo Detran e BHTrans sobre 2012 e 2013, os pedestres constavam como um terço das vítimas fatais no tráfego. Em 2013, 2.336 pedestres foram vítimas não fatais, em 2012, foram 2.583.

PERGUNTA DA SEMANA

BH tem passado por uma onda de altas temperaturas. Com muito calor e pouca umidade, as pessoas fazem o que podem para se refrescar: andar com roupas mais leves, beber bastante água, tomar sorvete... Mas as opções são escassas na cidade. Pensando nisso, o Brasil de Fato MG saiu às ruas da capital e perguntou: Qual foi a última vez que você nadou?

Larissa Costa / BFMG

Aumento das calçadas e redução da velocidade dos carros seriam soluções

“Nesse calor de agora ainda não nadei. A última vez foi em fevereiro, quando fui à praia. Infelizmente, só vou nadar agora ano que vem, quando viajar novamente”.

Valquíria Pereira, 44 anos, doméstica

“Nadei no carnaval do ano passado, quando fui ao clube. Vou às vezes para conseguir lidar com esse calor. Tomo banho de mangueira também, mas ultimamente está difícil porque não tá tendo água, né?” Valdirene da Silva, 39 anos, designer de sobrancelha


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CIDADES

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

Abuso policial é recorrente em Minas Gerais SEGURANÇA PÚBLICA Para professor, quadro piorou no Brasil e no estado Caio Santos

Wallace Oliveira Em BH, mais uma manifestação termina com repressão. No sábado (31), cerca de 300 pessoas realizavam um ato pedindo a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e a retirada do Projeto de Lei 5.069/13. Um jovem que passava ao lado de um policial foi agarrado pelo braço e detido. Outra jovem foi presa e arrastada por quatro soldados. Este não é um caso isolado. Ao longo do ano, incidentes semelhantes se repetiram em Minas Gerais. Em junho, moradores das ocupações da região da Izidora protestavam próximo à Cidade Administrativa contra uma ameaça de despejo. A Polícia Militar (PM) disparou bombas e balas de borracha contra as pessoas, inclusive crianças e idosos. Em agosto, o movimento Tarifa Zero BH realizava uma passeata contra o aumento da passagem. A marcha estava a mais de 20 metros da barreira policial e

cação dos PM’s, ameaças e agressões físicas e verbais contra mulheres e menores.

Jovem foi presa e arrastada por quatro soldados em protesto contra Cunha, no sábado (31)

“O atual governo entregou a Secretaria de Defesa Social a um grupo conservador”

os integrantes não realizaram nenhuma ação violenta. Contudo, a PM também atacou. Cerca de 50 pessoas foram encurraladas dentro de um hotel e detidas pela polícia. No dia 7 de setembro, em Montes Claros, a indígena Juvana Xacriabá foi agredida: “O PM me puxou com muita força, jogou no chão, colocou um joelho na minha cabeça e o outro nas

costas. Fiquei alguns minutos sem conseguir respirar. Fui tratada como um animal”, relata Juvana. Em outubro, a PM intensificou as ações na comunidade Pedreira Prado Lopes, região noroeste da capital, alegando combate ao tráfico de drogas. Moradores relatam diversos abusos, como revista indiscriminada, sem flagrante, sem mandado judicial e sem identifi-

Estrutura do Estado Para analistas, a violência policial não é um problema pontual ou efeito do comportamento inadequado de agentes da segurança pública: “É claro que não se justifica nenhum uso excessivo da força. Devem existir punições individualizadas para os responsáveis. Mas não adianta focar só no policial, sem deixar claro que há uma estrutura de Estado permitindo que os abusos aconteçam”, comenta o professor Robson Sávio, do Núcleo de Estudos Sociopolíticos (NESP) da PUC-MG. Para ele, os governos de-

mocraticamente eleitos, de direita e de esquerda, não estariam dispostos a alterar esse quadro: “Existe uma coalizão envolvendo governos de direita e de esquerda, que impede que a segurança pública se torne uma política social cidadã”, explica Robson. Ele acrescenta que, em Minas Gerais, a situação é ainda pior: “Apesar de ter criado uma secretaria de Direitos Humanos, o atual governo entregou a Secretaria de Defesa Social (SEDS) a um grupo conservador, que fragmentou a secretaria e deu mais autonomia às polícias. Para piorar, a PM age de forma arbitrária e violenta e o governador diz que a polícia agiu dentro dos protocolos, como no ato do Tarifa Zero”, critica. Outro lado Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Defesa Social, a PM e a Secretaria de Direitos Humanos não responderam à reportagem.

O que fazer em casos de abuso? A Ouvidoria de Polícia é um órgão externo, que não está subordinado à PM. “Fazemos o controle social das polícias, recebendo denúncias, manifestações, reclamações e desvios de conduta. As denúncias são enviadas para as corregedorias da PM, da Polícia Civil ou do Corpo de Bombeiros, que têm um prazo de dois a três meses

para investigar e responder à ouvidoria. Se a denúncia não é acatada, nós remetemos ao Ministério Público, que é o dono da ação”, explica o ouvidor de polícia do Estado, Paulo Alkmim. Para entrar em contato com a Ouvidoria de Polícia, bastar ligar para o telefone 162 ou acessar o site ouvidoriageral.mg.gov.br.

CIVIS MORTOS POR POLICIAIS NO BRASIL De acordo com o último anuário brasileiro de Segurança Pública, o registro de mortes de civis decorrentes de intervenção policial no Brasil cresceu 37%. Foram 2.203 pessoas mortas por policiais em 2013 e 3022 em 2014. O anuário pode ser acessado pelo link: migre.me/s1f4H

Coisas que você pode exigir durante uma abordagem

Coisas que a polícia NÃO pode fazer numa abordagem

• A identificação do PM. • Ser revistada/o por policiais do mesmo sexo que você. • Acompanhar a revista de seu carro e pedir que uma pessoa que não seja policial a testemunhe. • Ser presa/o apenas por ordem do juiz ou em flagrante. • Em caso de prisão, não falar nada além de sua identificação. • Avisar à sua família e advogado. • Não ser algemada/o, caso não aja com violência ou não tente fugir da abordagem.

• Ameaça de qualquer tipo. • Agressão física ou verbal, lesão corporal e tortura. • Chantagem. • Entrar na sua casa sem mandado de busca e apreensão. • Fazer busca em residência entre 18h e 6h.


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MINAS

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Mensalão tucano está há sete Mais uma vítima meses parado na Justiça da terceirização IMPUNIDADE Processo foi desmembrado e pode prescrever em 2018 Valter Campanato / ABr

O processo conhecido como “mensalão tucano” não andou desde que saiu do Supremo Tribunal Federal, em março de 2014. Ele aguarda há sete meses a sentença da juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage. De acordo com denúncia do Ministério Público, foram desviados R$ 14 milhões de estatais mineiras para financiar a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo do estado em 1998. O caso não permaneceu sob responsabilidade do Supremo devido à renúncia de Azeredo e Clesio Andrade aos cargos de deputado e senador, respectivamente. O julga-

mento foi desmembrado para instâncias inferiores da justiça. O crime está próximo da impunidade, pois, hoje com 67 anos, Azeredo completará 70 em 2018, idade que dá ao réu o benefício da prescrição do processo. Além disso, é possível que os acusados entrem com recurso após a sentença. Anastasia na Lava-Jato O Supremo Tribunal Federal atendeu ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e arquivou inquérito sobre envolvimento do senador Antonio Anastasia (PSDB) com desvios investigados na operação Lava-Jato. A Polícia Federal, no entanto, sugere

PF recomendou prosseguimento da investigação sobre envolvimento de Anastasia na Lava-Jato

o prosseguimento das investigações sobre o senador, pois teria novas informações.

INDIGNAÇÃO Diretores do Sindieletro ocupam Cemig e exigem primarização Na terça-feira (3), mais um acidente fatal envolvendo um trabalhador a serviço da Cemig aconteceu no estado. José Pedro da Silva, eletricista de 31 anos de idade, estava em um caminhão da empreiteira Esec (empresa em que estava registrado), quando o veículo capotou após o estouro de um dos pneus. Ele e o motorista - que sofreu fraturas graves, mas conseguiu sobreviver - ficaram presos às ferragens. Um outro funcionário se encontra hospitalizado, em estado de choque. José é o sexto eletricitário terceirizado morto este ano (cinco estavam a serviço da companhia energética e um em ati-

vidade de iluminação pública). Diretores do Sindieletro iniciaram protesto nessa quarta-feira (4) contra a terceirização. A categoria exige uma proposta imediata de primarização e, desde então, os representantes da entidade permanecem em vigília na sede da Cemig, onde realizaram uma reunião com o presidente da companhia, Mauro Borges. No encontro, Mauro afirmou que aceita um acordo desde que esteja “dentro da realidade financeira da empresa”. Os diretores seguem em ocupação e aguardam um parecer dos responsáveis. (Da redação)


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MINAS

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

Artigo

Ofensa não é imprensa João Paulo Cunha

Ainda não inventaram nada melhor que a imprensa para garantir a circulação da pluralidade de informações. Não se sabe de melhor insumo para a vida social autônoma que a capacidade de agir de forma consciente e bem informada. O direito à informação livre é uma conquista e expressão das sociedades democráticas. Este é o lado otimista da liberdade de imprensa. Mas também há a manifestação cheia de contradições na realidade da indústria da informação. A liberdade de imprensa é traduzida como liberdade de empresa; a liberdade de informar é por vezes tomada como liberdade de ofender; a capacidade de cobrar retratações, em casos de mentiras e injúrias, é sempre desproporcional. Nos últimos dias, em momentos quase simultâneos, a sociedade pôde comparar bem esses dois mundos. De um lado, o festival de agressões à honra de Lula e de sua família e a estupidez dos comentários racistas nas redes sociais. De outro, a aprovação pelo Senado do Projeto de Lei que regulamenta o direito de resposta; o anúncio do processo movido pelo ex -presidente contra a revista Veja; e o corajoso

ato da atriz Taís Araújo em processar os autores de injúria racial, escondidos no anonimato covarde dessa fábrica (bilionária) de pequenas vaidades que é o Facebook. Se a justiça comum tem seu rito próprio para fazer frente a danos morais, o Projeto de Lei define o caminho para cobrar a reparação pela ofensa ou mentira publicada nos meios de comunicação. Garantido na Constituição, esse direito, para ser exercido, precisava trilhar caminhos nos âmbitos penal e civil.

O que se aprovou foi a retirada dos meios de comunicação do papel de julgar o que acham merecedor de reparação e a melhor forma de fazê-lo A nova legislação não traz constrangimento à liberdade de informar, apenas afirma o primado da responsabilidade. Nada está proibido, a não ser a mentira e as afrontas à honra. A partir da sanção, os prazos para recursos passam a ser mais rápidos e a reparação mais equânime. Se uma agressão à honra sai na capa de um jornal ou é proferida em um telejornal em horário nobre, a decisão judicial levará em conta

as mesmas condições, espaço e tempo. Não vai mais adiantar publicar desmentidos miúdos e cifrados em rodapés ou entre cartas de leitores. Os meios de comunicação no Brasil padecem de uma tripla arrogância: acham que são os donos da verdade, os proprietários da opinião pública e os detentores absolutos do julgamento sobre seus próprios erros. Assim, costumam se eximir de três valores básicos de seu mandato: a pluralidade, humildade e a responsabilidade. No caso específico da nova legislação, o que se aprovou foi a retirada dos próprios meios de comunicação do papel de julgar o que acham merecedor de reparação e a melhor forma de fazê -lo. A nova regra tem um caráter corretivo necessário e é bom que funcione com agilidade e equilíbrio. Será seu teste de realidade. Mas é, sobretudo, a apresentação de um novo horizonte de responsabilidade para quem lida com informação. Se para as empresas o horizonte é de derrota, para os jornalistas não deixa de ser um estímulo para o exercício profissional legítimo. Se tudo funcionar bem, a notícia passa a mandar de novo no território que está ocupado por interesses e suas estratégias de moralização, entretenimento e engodo. Todo mundo vai ser obrigado a pensar bem antes de publicar algo. Não pode haver notícia melhor para o leitor.

Programa Valores de Minas passa por reformulação IMPASSE Estudantes, professores e funcionários criticam demissões e temem que formação perca seu caráter original Reprodução / Facebook

Wallace Oliveira O programa Valores de Minas, gerido pela Secretaria da Educação e pelo Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), há dez anos oferece cursos de formação artística para jovens. No início do ano, com a mudança de governo, estudantes, professores e funcionários foram informados de que o plano pedagógico seria reformulado. Eles temem que essa reformulação leve a uma descaracterização. “Na proposta apresentada no início do ano, o programa passaria a ser um curso técnico, ao invés de dar formação artística e voltada para a cidadania. Além disso, queriam reduzir o número de alunos por área. Depois, vieram com outra proposta, de conservar o edital e mudar no ano que vem. Então, nós fizemos as-

Movimento Fica Valores defende manutenção do programa

sembleias, mas não tivemos retorno concreto”, comenta Izabela Fernandes, do Fica Valores, movimento que defende a manutenção do programa. Ainda de acordo com Izabela, algumas medidas implantadas recentemente têm prejudicado o andamento dos cursos, como a

“Fizemos assembleias, mas não tivemos retorno concreto”, diz integrante de movimento

substituição de dois coordenadores, um professor e uma funcionária por profissionais que não passaram por um processo de transição. Além disso, um módulo teria sido interrompido e há previsão de que outros dois sejam reduzidos e todos os professores substituídos em 2016.

Outro lado Em nota, o Servas afirma que tem cumprido rigorosamente o plano de trabalho de 2015 e que a Secretaria de Educação prevê a consolidação do Valores de Minas como parte da política educacional do estado. Ainda segundo o Servas, as mudanças foram discutidas em assembleia geral com coordenadores, professores e alunos e têm como finalidade ampliar o acesso de estudantes das escolas estaduais às atividades culturais do programa. A nova equipe de trabalho, de acordo com

a nota, fora apresentada no dia 19 de outubro e os novos profissionais possuem “ampla formação e experiência artística”. O que é o Programa Valores de Minas Criado em 2005, o Valores de Minas oferece cursos em cinco linguagens: Artes Visuais, Circo, Dança, Música (Canto, Harmonia e Percussão) e Teatro. Também há disciplinas teóricas de Literatura, Filosofia e Linguagens. Em 2009, o programa passou a compor um núcleo do Centro de Formação e Experimentação Digital – PlugMinas. Para participar do núcleo, os jovens interessados precisam passar por processo seletivo.


OPINIÃO

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Acompanhando

Foto da semana

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PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br.

Na edição 109... Área verde em Belo Horizonte ameaçada por empreendimento imobiliário

Isis Medeiros

...E agora

PUREZA - A sugestão desta semana é da fotógrafa e leitora do Brasil de Fato MG Isis Medeiros. O click foi feito na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O que a motivou a fotografar essa cena foram as palavras escritas por Mário Quintana: “a gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa. Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando”.

Vitória na justiça garante preservação da Mata do Planalto O Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiu pelo cancelamento da licença prévia que permitia à empresa Direcional Engenharia o início da construção de um condomínio na Mata do Planalto. A ação popular contra o empreendimento foi movida por integrantes do Movimento Salve a Mata do Planalto, Associação Comunitária do Bairro Planalto e moradores que, desde 2010, se mobilizam para tentar salvar a área. A região possui 300 mil metros quadrados de Mata Atlântica, 20 nascentes e dezenas de espécies animais e vegetais . O processo foi motivo também contra o município de Belo Horizonte, Espólio Marcial do Lago e Petiolare Empreendimentos. Na edição 110... Julgamento da chacina de Unaí ...E agora Norberto Mânica condenado, Antério é réu O ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica (ex-PSDB), apontado como um dos mandantes da chacina de Unaí, começou a ser julgado nessa quarta-feira (4). Mânica responde por homicídio doloso qualificado. Ele teria, junto com o irmão Norberto Mânica, encomendado o crime devido ao rigor das fiscalizações dos trabalhadores. Noberto foi condenado a cem anos de prisão na semana passada, junto com o empresário José Alberto de Castro, que recebeu a sentença de 96 anos.

Luiz Ruffato

Dom Sergio da Rocha

Eduardo Cunha: o criador de monstros

Dificuldades e oportunidades

Eduardo Cunha é fruto de um sistema político podre. Hipocritamente conservador, Cunha, falando em nome de Deus, ergue bandeiras contra direitos elementares dos homossexuais e das mulheres e a favor dos fabricantes de armas. Cunha representa a opinião média do brasileiro. Vale a pena repassar a carreira política do deputado. Economista, em 1989 foi tesoureiro estadual da campanha de Fernando Collor à presidência, a convite de Paulo César Farias. Como recompensa pelo seu desempenho, ganhou a presidência da Telerj, estatal de telecomunicações, onde se envolveu em escândalo de corrupção durante o processo de implementação da telefonia celular. No exercício do cargo, prestou um favor a Francisco Silva, dono da rádio Melodia, líder de audiência entre os evangélicos, arrumando-lhe uma linha telefônica, coisa raríssima na época. Em 1993, após ser exonerado pelo presidente Itamar Franco, Cunha tornou-se protegi- Cunha tem histórico do de Francisco Silva, aliado de irregularidades de Anthony Garotinho. Com Garotinho governador, Cunha assumiu a presidência da Companhia Estadual de Habitação em 1999, tendo sido afastado seis meses depois, por denúncias de irregularidades em contratos sem licitação. Agora, além do processo criminal que corre na Suíça, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, Cunha enfrenta denúncia no STF oferecida pela ProcuradoriaGeral da República dentro das investigações da Operação Lava-Jato. Dos 11 deputados que formam a mesa diretora da Câmara dos Deputados, e que, portanto, encontram-se na linha direta de sucessão de Eduardo Cunha, oito respondem a processos ou já têm condenação na Justiça. Luiz Ruffato é escritor, contista, romancista e poeta. Leia a íntegra em http://brasil.elpais.com

A permanência e o agravamento da crise política e econômica que tomam conta do Brasil parecem indicar a incapacidade das instituições republicanas em encontrar um modo de superar o conflito de interesses que sufoca a vida nacional e faz parecer que todas as atividades do país estão paralisadas e sem rumo. A frustração e a incerteza no futuro somam-se à desconfiança nas autoridades e à propaganda derrotista, gerando um pessimismo contaminador, porém, equivocado, de que o Brasil está num beco sem saída. Somos todos convocados a assegurar a governabilidade que implica o funcionamento adequado dos três poderes, distintos, mas harmônicos; recuperar o crescimento sustentável; diminuir as desigualdades; exigir profundas transformações na saúde e na educação. É preciso garantir o aprofundamento das conquistas sociais com vistas à construção de uma sociedade justa e igualitária. Cabe à sociedade civil exigir que os governantes do executivo, legislativo e judiciáÉ preciso aprofundar rio recusem terminanconquistas sociais temente mecanismos políticos que, disfarçados de solução, aprofundam a exclusão social e alimentam a violência, entre os quais o Estado penal seletivo, as tentativas de redução da maioridade penal, a flexibilização ou revogação do Estatuto do Desarmamento e a transferência da demarcação de terras indígenas para o Congresso Nacional. No genuíno enfrentamento das atuais dificuldades pelas quais passa o país, não se pode abrir espaço para medidas que, de maneira oportunista, se apresentam como soluções fáceis. A superação da crise passa pela recusa sistemática de toda e qualquer corrupção. Que o Estado puna corruptos e corruptores. Dom Sergio da Rocha é Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Leia íntegra da nota da CNBB em www.cnbb.org.br


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BRASIL

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

Movimentos sociais latino-americanos celebram 10 anos de vitória contra a ALCA IMPERIALISMO Área de livre comércio no continente previa adoção do dólar como moeda única e controle dos mercados por empresas dos Estados Unidos

FATOS EM FOCO

Chuva de dólares na Câmara Lula Marques

Acervo / Sindipetro Rio de Janeiro

Pedro Rafael Vilela Há uma década, no dia 5 de novembro de 2005, em Mar del Plata, na Argentina, chefes de Estado de todo o continente americano se reuniram para a 4ª Cúpula das Américas. A data entrou para a história porque marca o fim da tentativa dos Estados Unidos de aprovar a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), com o objetivo de promover integração social, política, econômica e militar da América. Para movimentos sociais de diversos países, a Alca simbolizava a tentativa dos EUA de consolidar sua hegemonia sobre o território como estratégia de poder internacional. No aspecto político, a Alca garantiria a quase total influência norte-americana sobre os países da região. A proposta previa adaptação das leis nacionais dos países e padronização da política econô-

Mobilização social em todos os países foi fundamental para derrotar projeto que atendia aos interesses dos EUA na região

mica, incluindo flexibilização de leis trabalhistas, privatização de serviços públicos e adoção do dólar como moeda única na região. No plano militar, a Alca facilitaria a presença de tropas dos EUA em to-

dos os países, reduzindo o papel das forças armadas nacionais numa espécie de “neocolonialismo”. “A Alca seria a realização do plano imperialista de colonizar a região através do controle econômico, com as soberanias nacionais

sendo entregues em bandejas de prata por governos subservientes”, aponta Socorro Gomes, presidenta do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e do Conselho Mundial da Paz (CMP).

ca a forte resistência de Venezuela, Uruguai, Argentina e Brasil, que se retiraram da Cúpula de Mar del Plata por discordarem dos termos propostos.

dade. Para Igor Fuser, os EUA e setores do capital internacional seguem tentando obter o controle econômi-

co da região a partir de tratados bilaterais de comércio, diretamente com cada um dos países, nos mesmos termos propostos pela Alca.

Resistência Segundo o doutor em Ciência Política pela USP e professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC Igor Fuser, a estratégia de criação da Alca começou em meados dos anos 1990 e o projeto foi enterrado pela confluência de três motivos. Parte dos empresários dos EUA que atuam no setor agropecuário não queriam abrir mão das barreiras protecionistas contra produtos do Brasil e da Argentina, o que gerou certo impasse. Porém, a mobilização popular contra a Alca em escala continental falou ainda mais alto. Um dos pontos centrais foi o plebiscito popular realizado no Brasil com mais de 10 milhões de participantes e 98% de rejeição à adesão do país à aliança comercial. Também pesou na derrocada da Al-

10 milhões de brasileiros votaram em plebiscito popular contra o projeto da Alca Até o próximo dia 22, movimentos sociais da América Latina organizados em torno da Alba (Aliança Bolivariana dos Povos da América) vão realizar atos em nove países, incluindo Brasil, Chile, Haiti, Cuba, Venezuela, Peru e Nicarágua para celebrar a derrota da Alca, mas principalmente discutir os desafios da atuali-

O mau exemplo do México Antes de propor a Alca, os Estados Unidos fecharam um acordo de livre comércio com México e Canadá, chamando Nafta (na sigla em inglês). “O México, depois do Nafta, enfrentou grave convulsão social. Com a economia desnacionalizada, o país assistiu a uma aumento sem precedentes da miséria e da violência”, afirma Socorro Gomes, da Cebrapaz. Os números ajudam a explicar. Na comparação com o Brasil, o México gerou apenas 3,5 milhões de empregos nos últimos 11 anos, enquanto aqui foram mais de 16 milhões. Enquanto o Brasil reduziu a pobreza para cerca de 15% da população, no México mais da metade da população (51%) vive nessa condição.

Na quarta-feira (4), atos realizados em todo o país pediram a renúncia do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A Justiça o acusa de suborno, lavagem de dinheiro desviado da Petrobras e sonegação fiscal. Os protestos foram realizados pelo movimento Levante Popular da Juventude. Em Brasília, jovens atiraram notas falsas de dólar sobre Cunha, durante uma coletiva.

“Fora Cunha” no dia 13 No próximo dia 13, movimentos e organizações sociais que compõem a Frente Brasil Popular convocam ato nacional para exigir o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. Acusado de corrupção e de ser dono de uma conta bancária milionária na Suíça, Cunha é responsável por encabeçar medidas conservadoras que atacam direitos das mulheres, jovens, negros, indígenas e trabalhadores. O ato se somará à greve nacional dos petroleiros. A crítica ao deputado também é pauta do ato nacional convocado para o dia 8 de novembro pela Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo.


BRASIL

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

Greve dos petroleiros atinge 25% da produção

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FATOS EM FOCO

PRÉ-SAL Trabalhadores pedem que dinheiro do petróleo continue sendo investido no Brasil

Ex-escravo é reconhecido como advogado Reprodução / Wikimedia

Rogério Hilário

Da redação No terceiro dia da greve nacional, que começou em 1º de novembro, petroleiras e petroleiros não realizaram a troca de turno da manhã e da tarde de terça-feira (3) na Refinaria Gabriel Passos (REGAP) e na Termelétrica Aureliano Chaves, unidades de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A paralisação também começou na Usina de Biocombustível de Montes Claros, no norte do estado. Cerca de 90% dos petroleiros mineiros estão paralisados, segunda a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG). O movimento denuncia o desmonte da Petrobras, alegando uma possível privatização, e defende a preservação dos di-

reitos adquiridos pelos trabalhadores. “A greve pode fazer com que o setor elétrico pressione a Petrobras a negociar. Temos como exemplo os trabalhadores dos Correios e os bancários. Os banqueiros, que inicialmente ofereceram reajuste pequeno, foram pressionados com a greve e os bancários conquistaram aumento real”, afirmou Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG). Na quarta (4) pela manhã, petroleiros e movimentos sociais realizaram um ato em frente à REGAP, em apoio à greve. Eles defendem também que a Petrobras continue investindo no desenvolvimento nacional, que sejam concluídas as obras já iniciadas e garantia de que o pré-sal seja explorado pela estatal.

“A sociedade tem tudo a ver com a greve” Com 90% de adesão em Minas Gerais, a greve dos petroleiros conta com o apoio de outros sindicatos e movimentos sociais, que participam também da mobilização da categoria, que segue na próxima semana. Confira mini-entrevista com Felipe Pinheiro Martins, direitos de comunicação do Sindipetro MG. Quais são as próximas ações da greve? Queremos que cada vez mais trabalhadores se unam à causa, principalmente os dos setores administrativos. A ideia é mostrar que estamos todos juntos e assim traçar os próximos passos, sempre realizando a análise da conjuntura. Estamos atuando junto à Justiça do Trabalho também, para denunciar ameaças

aos funcionários em greve e jornada extensiva de trabalho.

Petroleiros de Minas Gerais paralisam ações da Regap, em Betim

25% da produção parada Segundo a FUP, as primeiras 24 horas da greve deixaram de produzir cerca de 500 mil barris de petróleo, o equivalente a 25%

do total. Isso aconteceu pela grande adesão dos petroleiros da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, que sozinhos paralisaram 450 mil barris.

Homenagem a Marighella Rovena Rosa / Agência Brasil

Existem ações específicas para o estado de Minas Gerais? Nós estamos em unidade com a pauta nacional, que exige a recomposição dos efetivos, preservação de todos os direitos já conquistados pelos trabalhadores, preservação da política de conteúdo nacional, entre outras. O que a sociedade tem a ver com a greve? Tudo. A gente entende que o investimento que da Petrobras gera emprego, renda, desenvolvimento tecnológico, e muito mais. Nossa luta extrapola questões corporativas. Lutar por isso é lutar pela soberania do país.

MEMÓRIA Na quarta (4), o Levante Popular da Juventude, expresos políticos, militantes e parentes de vítimas da repressão militar participaram de um ato em homenagem ao comunista Carlos Marighella. Com cerca de 50 pessoas, a ação aconteceu na zona sul da capital paulista, exatamente onde, há 46 anos, Mariguella foi assassinado em uma emboscada.

Depois de 133 anos de sua morte, Luiz Gama recebeu, na noite de 3, uma homenagem e o reconhecimento da sua profissão pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele nasceu livre em 1830, filho de um português com uma negra livre, mas foi vendido como escravo pelo pai. No Rio de Janeiro, já com 17 anos, começou a estudar direito como ouvinte na faculdade e a frequentar bibliotecas, formando-se advogado de forma autodidata. Foi responsável pela libertação de mais de 500 escravos e precursor do abolicionismo.

Bispos anunciam opinião sobre momento do país Em 27 de setembro, foi lançada uma nota polêmica sobre a realidade do Brasil, elaborada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ao citar o Papa Francisco, o documento afirma que não se pode deixar o pessimismo imobilizar a sociedade, que acaba ficando “lamurienta” e com “cara de vinagre”.


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MUNDO

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

Justiça da Colômbia aprova adoção de Empresas de cartões de crédito querem impedir que crianças por casais homoafetivos clientes procurem a Justiça

DIREITO Casais podem adotar, mas ainda não podem se casar em igualdade de condições Reprodução

Opera Mundi A Corte Constitucional da Colômbia aprovou, na noite de quarta-feira (4), a possibilidade de casais do mesmo sexo adotarem crianças em igualdade de condições em relação a casais heterossexuais. Em uma decisão por seis votos a favor e dois contra, a Corte retirou uma restrição de três artigos do Código da Infância e da Adolescência para garantir o direito dos menores de idade a terem uma família. Segundo a Corte, a exclusão de casais homossexuais como possíveis pais adotivos “limita o direito da criança à família”. Além disso, a maioria dos ministros reconheceu que

Opera Mundi

os casais homoafetivos são tão aptos quantos os heterossexuais para criar crianças adotadas. Na Colômbia, o debate sobre o tema teve início após uma ação judicial de Sergio Estrada, um profes-

sor universitário de Medellín que pedia a modificação do Código da Infância e da Adolescência para que as crianças sem família pudessem ser adotadas por casais do mesmo sexo, informou a Agência Efe.

Reportagem do NY Times revela que empresas de cartões de crédito têm colocado sistematicamente em letra miúda, nos contratos, uma cláusula que diz que as partes deverão recorrer a uma arbitragem provada no caso de conflitos de interesse. A cláusula tem sido invocada com sucesso para evitar que clientes insatisfeitos recorram à justiça comum. As empresas nomeiam árbitros que, na maioria das vezes, lhe são

favoráveis. Os consumidores também poderiam nomear um árbitro, mas isto é muito caro. O expediente tem sido facilitado pelo fato de que estes contratos são enviados pela internet e apresentam logo de imediato o quadrinho onde o consumidor deve assinalar que leu e concorda com seus termos - o que poucas pessoas fazem, na verdade, concordando sem ler o conjunto. E ainda há o fato de que, se o consumidor não concorda, fica sem o contrato e sem o cartão.


Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

ENTREVISTA 11

“Eles podem nos convencer de que os interesses deles, que são poucos, são o interesse da maioria” MÍDIA Jornalista que ajudou a construir a nova lei da imprensa argentina conta por que é perigoso deixar rádios, TV e jornais nas mãos de um pequeno grupo Reprodução

Rafaella Dotta Imagine que você pode ver apenas os primeiros cinco minutos do seu clássico favorito de futebol. Quer assistir ao resto? Tem que pagar. Era isso o que acontecia com os argentinos até pouco tempo atrás, pois as partidas eram transmitidas apenas pelas TVs a cabo. Mudanças na lei de imprensa alteraram essa situação. O jornalista argentino Néstor Busso explica sobre a comunicação e sobre a “Ley de Medios”, aprovada em 2009. Ele foi coordenador do movimento Coalizão por uma Radiofusão Democrática, que impulsionou a implantação da lei e, mais tarde, ocupou a presidência do Conselho Federal de Comunicação Audiovisual Argentina.

“É importante construir força social e política para mudar alguma coisa” Brasil de Fato - Na Argentina, era preciso pagar para ver os jogos de futebol na TV, uma situação bem diferente do Brasil. Como funcionava isso? Néstor Busso - O futebol estava privatizado na Argentina, sequestrado pelo grupo Clarín. Só podia assistir aos jogos quem pagava a assinatura da televisão a cabo, pois não passava na TV aberta. O Clarín, que é um grupo parecido com a Rede Globo, foi se apropriando das pequenas TVs a cabo até chegar a possuir 60%. Em 2008, apareceu uma discussão entre a Associação do Futebol Argentino e o grupo Clarín, pelo valor dos direitos de transmissão. Aproveitando isso, o governo fez um

lite – que cobre o país todo -, e também proíbe que um veículo tenha cobertura superior a 35% dos habitantes. Proíbe também a propriedade cruzada de televisão aberta e televisão a cabo. Quem tiver televisão aberta não pode ter, na mesma área, televisão a cabo. Coloca limites que existem em praticamente todos os países desenvolvidos.

Néstor Busso: “Na Argentina, é difícil encontrar alguém que fale ‘é verdade, porque eu vi na televisão’”.

acordo para que a televisão pública também tivesse os direitos, pra permitir que os jogos fossem vistos em televisão aberta. A lei passou a considerar que os interesses gerais não podem ser apropriados por direitos de exclusividade. Porque o interesse geral está acima das leis de propriedade privada. Além do futebol, qual era

“A lei vingou com mobilização popular e a decisão política da presidenta” a situação da comunicação na Argentina? Os pontos mais importantes eram a forte concentração de veículos e a produção de conteúdos concentrada em Buenos Aires. A comunicação era considerada simplesmente um negócio comercial, com cada vez menos empresas. O grupo Clarín tem mais de 270 TVs e rádios, mais

de 60% do mercado de TV a cabo, e o jornal impresso Clarín. Além da participação em muitos ramos da economia, até mesmo na agricultura. É um grupo empresarial que é o centro do poder econômico na Argentina. Qual o perigo de um grupo econômico controlar a comunicação? É perigoso porque eles interpretam e relatam a realidade, e não temos acesso ao que acontece senão através da mídia. Assim, eles podem nos convencer de que os interesses deles, que são poucos, são o interesse da maioria. É o que acontece em nossos países. E a democracia não pode funcionar assim. O que propõe a ‘Ley de Medios’ (lei de meios) da Argentina? Ele diz que a comunicação é um direito. Para evitar oligopólios e monopólios, coloca limites à propriedade. São permitidos dez serviços abertos de televisão ou rádio, 24 serviços de TV a cabo, só um em caso de televisão por saté-

“O futebol estava privatizado na Argentina, sequestrado pelo grupo Clarín” Quais mudanças os espectadores podem perceber diretamente? Além da lei, o que se instaurou na Argentina foi um debate sobre a comunicação. Difícil encontrar alguém que fale: ‘isso é verdade porque eu vi na televisão’. Houve um aumento do sentido crítico. Segundo: o que se pretende é ter uma diversidade de mídia. Alguém que está em sua casa poderá ter informações diversas, com diferentes pensamentos, e fazer a sua escolha. Nas províncias, fora de Buenos Aires, a lei agora está promovendo a produção local, tan-

to no rádio como na televisão. E vai ter também rádio e televisão feitas por organizações populares, com uma visão diferente daquela produzida pelo poder econômico. Como foi feita essa lei? Pelas organizações sociais, de direitos humanos, trabalhadores da comunicação, universidades. Até mesmo a presidenta falou: ‘essa lei foi feita pelo povo’. Em 2004, nós organizamos “A Iniciativa Cidadã para a Comunicação Democrática”, que são 21 pontos de reivindicação que serviram de base para a lei. Depois de quatro anos de luta, a presidenta pegou esses pontos e fez a proposta de lei, que foi colocada em debate. Pra essa lei vingar, foi a combinação de mobilização popular e a decisão política da presidenta. Que aprendizados o Brasil pode tirar da experiência da Argentina? Qualquer lei é sempre produto de uma correlação de forças num determinado momento. É importante construir força social e política para mudar alguma coisa. É aí que a lei é possível. O que alguns faziam na Argentina era reclamar do governo “olha, eles não têm coragem de fazer uma lei de comunicação”, diziam. Pode denunciar, mas não resolve.

Clarín não quer perder o poder No início de outubro, o grupo Clarín entrou com novos processos contra o governo federal, ameaçando processar todos os ministros da presidenta Cristina Kirchner. Alegam que o governo cometeu medidas “ilegais, abusivas e discriminatórias” contra o grupo. A Ley de Medios também sofreu judicialização pelo Clarín, sendo considerada constitucional apenas em 2013, quatro anos depois de sua aprovação pelo Congresso argentino.


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CULTURA

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

Denuncia, Domingas!

Novela Joaquim Vela também no email: quimvela@brasildefato.com.br Divulgação

A violência doméstica segue sendo uma triste realidade vivenciada por muitas mulheres brasileiras. Os casos não estão representados apenas nas estatísticas oficiais. Muitos deles sequer chegam a entrar nos registros, seja pelo medo da vítima de denunciar o agressor, seja pela demora da justiça em julgar os casos - mesmo depois de quase uma década de Lei Maria da Penha - seja porque leva um tempo para que a vítima assimile o abuso e a violência. Em “A Regra do Jogo”, Domingas (Maeve Jinkings) vem sendo constantemente violentada por seu marido, Juca (Osvaldo Mil). E são variadas as violências que ela sofre. Juca rouba o dinheiro que ela ganha com seu trabalho na butique de Indira (Cris Vianna), a violenta fisica-

mente com socos e tapas, a violenta simbolicamente com xingamentos de feia, suja, porca, ignora os carinhos que ela ainda consegue ter com ele, a violenta moralmente traindo-a com outras mulheres. Domingas tem medo do marido, submete-se a ele, que acha que pode fazer o que faz porque é homem. Quantos Jucas machistas e abusadores estão por aí, bem perto de nós? E quantas mulheres sofrem como Domingas? Não nos esqueçamos dos inúmeros casos de abuso sexual denunciados por várias mulheres nas redes sociais nas últimas semanas, motivadas pela campanha #meuprimeiroassedio. É preciso seguir atento e operante na luta contra a dominação masculina em nossa sociedade. É inadmissível que homens

façam o que Juca faz imbuídos de uma justificativa sexista. O homem não pode nada mais que a mulher nem porque ele é homem nem por qualquer outra razão. É preciso discutir desde cedo sobre as relações de gênero na escola para se desnaturalizar a violência doméstica. Eu sinto um asco medonho e uma revolta profunda cada vez que vejo Juca na novela. E, na real, não é possível sentir nada diferente disso diante de um homem que violenta uma mulher. Se você é vítima como Domingas, não perca tempo e denuncie. É o que eu espero que ela faça. Vejamos! Um abraço, Joaquim Vela

Nossos Direitos Banco de horas significa tempo de trabalho não pago? Reprodução

De 9 a 13 de novembro de 2015 A votação ocorrerá de 8h às 20h na sede do Sinpro, na Rua Jaime Gomes, 198, Floresta, Belo Horizonte/MG e em suas sedes regionais, havendo, também, urnas itinerantes nos principais locais de trabalho, de 7h às 22h.

Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais Filiado à Fitee, Contee e CTB - www.sinprominas.org.br

fyt Sinpro Minas

Entre os acordos para a flexibilização da legislação trabalhista está o banco de horas, regulamentado em 1998, pelo governo FHC. Ele tem contribuído para a extensão da jornada, embora na aparência se revele uma forma de otimizar o tempo de produção e, também, de descanso. O mecanismo tem um grande atrativo para o profissional, na chance de ampliar as férias ou emendar, por exemplo, um feriado. No entanto, é uma maneira também de burlar o necessário pagamento de horas-extras quando o trabalhador ultrapassa a

sua jornada regular. O problema acontece quando o profissional passa a aceitar o sobretrabalho e a jornada excessiva, compensada mais tarde via banco de horas, com as consequências geradas à sua saúde e vida familiar. Neste sentido, ele sequer recebe a contrapartida financeira para esse tempo excedente dedicado à empresa. Pedro Carrano é jornalista e sindicalista do Projeto Popular


CULTURA

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Belo Horizonte sedia nova edição do FIQ e se consolida como capital dos quadrinhos HQ’s Em 2015, festival aborda feminismo e tem primeira curadora mulher Raíssa Lopes Em sua nona edição, o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), que acontece todo ano em Belo Horizonte - desta vez de 11 a 15 de novembro -, integra consciência social à arte. Em 2015, o evento discutirá a representatividade das mulheres no universo dos quadrinhos, ambiente por muito tempo dominado por homens. E como marca dessa transformação, o FIQ tem, pela primeira vez, uma mulher em sua curadoria. É a cartunista Ana Koehler, que atualmente prepara o trabalho “Beco do Rosário”, sobre as transformações urbanas da cidade de Porto Alegre no século XX, contadas por uma jornalista filha

de pais escravizados. “Participar do festival dessa forma é uma experiência muito gratificante, porque conseguimos o poder de influir nas decisões e apontar outro olhar para os participantes e convidados, chamar atenção para a diversidade do próprio evento”, declara a artista. Outro grande destaque dessa edição é a participação de Marguerite Abouet, primeira autora costa-marfinense a integrar a programação. Marguerite criou o romance “Aya de Yopougon”, que conta a história de uma África bem diferente da que encontramos nos livros, recheada de relatos sobre a guerra e a fome. A curadora Ana Koehler chama a atenção para o desafio que as mulheres têm

Divulgação

que enfrentar para serem reconhecidas em espaços majoritariamente masculinos. “É uma questão de direitos sociais, porque nós mulheres nunca temos segurança. São lutas que nunca têm garantias, que vão permanecer e a gente tem que estar sempre correndo atrás pra que as pessoas respeitem esse momen-

Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ

debates, exposições e oficinas. Além disso, a atividade “Traço - música e desenhos ao vivo” terá a apresentação de bandas e desenhistas em conjunto, onde ilustrações serão criadas ao longo dos shows e projetadas em tempo real. Para conferir a programação completa, acesse o site: www.fiqbh.com.br.

Agenda Grátis do Final de Semana

Onde: De 11 a 15 de novembro Horário: Das 9h às 22h Onde: Serraria Souza Pinto (Av. Assis Chateaubriand, 809 – Centro) Quanto: Entrada gratuita

Armatrux festeja 25 anos no Galpão Cine Horto TEATRO Temporada de um mês conta com diversas atividades

Divulgação / Nitro Imagens

Em comemoração aos 25 anos de trajetória, o grupo de teatro Armatrux ocupa o Galpão Cine Horto de 6 a 29 de novembro. Na temporada de quase um mês, o grupo conta sua história, resgata memórias e processos criativos. A programação envolve diversas atividades, como oficinas, seminários e uma exposição. Como parte do repertório, três espetáculos foram selecionados para integrar a festividade. As peças “Thácht” (2014), “No Pirex” (2009) e “De Banda Pra Lua” (2007), todas dirigidas por Eid Ribeiro, importante dramaturgo mineiro, serão apresentadas ao público. Algumas atividades são

to de expansão. Precisamos buscar permanecer em todos os lugares que são nossos por direito”, ressalta. Como de costume, o FIQ acontece de 9h às 22h na Serraria Souza Pinto e toda a programação é gratuita. Participarão do evento mais de 500 quadrinistas do Brasil e mundo e serão realizados bate-papos,

Peça “Thácht” será apresentada ao público

Divulgação

Mostra David Cronenberg traz cinema reflexivo ao Palladium Entre os dias 1 e 26 de novembro, o Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima, 420, Centro), recebe a Mostra David Cronenberg, que contemplará a filmografia completa do diretor canadense. Cronenberg é considerado um dos cineastas mais originais do cinema contemporâneo e sua obra busca incitar os espectadores a pensa sobre os caminhos das imagens e suas corporações no presente. Divulgação

Nova Berlim no CCBB gratuitas e outras custam R$ 20. No dia 29 será realizada uma festa de encerramento com entrada gratuita. Depois da capital, o grupo seguirá para Nova Lima, Betim, Juiz de Fora e Rio de Janeiro. Para mais informações, acesse fb.com/armatrux.grupodeteatro

Serviço ARMATRUX 25 ANOS Temporada comemorativa Quando: 6 a 29 de novembro Onde: Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3613 – Horto) Vendas de ingressos 2 horas antes da sessão

A exposição “Zeitgeist – Arte da nova Berlim” está em cartaz até janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). São pinturas, fotografias, videoartes, performances e instalações de 29 renomados artistas da capital da Alemanha. A mostra expressa um olhar das contradições e belezas que fazem da capital alemã um lugar encantado entre extremos.


14 VARIEDADES

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015 www.malvados.com.br

Reprodução

ARROZ MARROQUINO por Fernanda Jatobá E você, tem alguma receita que queira compartilhar? Envie para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

(?) ecler: zíper Esportista que "Unidade", Tendência; pratica em UPP propensão a apneia

A PF, em relação ao passaporte, no Brasil

Ingredientes • • • • • • • • • • • • • •

Poeta pré-modernista de "Versos Íntimos" (?) negativo, sangue do doador universal

Retomou Ente como Shrek Grande (abrev.) Máquina têxtil

Efeito sonoro aproveitado em shows Depres- Dígrafo de são entre "ninho" monta- Instância nhas psíquica

Profissionais como o ombudsman Local de instalação de pararaios

Bola não convertida e rebatida (basquete)

Comer, em inglês Entidade estudantil De (?): brigado Da mesma forma (?) contínuo: imediatamente

M A

L

Vermelho vivo Lua, em inglês Deutério (símbolo) "Até", para o caipira

Keanu Reeves, em "Matrix" Senhor (pop.) Variedade de melão

Atração turística das selvas africanas

São interpretados pelos atores

Produto para branquear roupas

Móveis do salão do restaurante

"(?) de nada, inocente", meme da Web

(?) 51, base militar investigada por ufólogos Os habitantes das margens de rios

Traço de união Verbo de ligação

Amiga, os homens podem fingir orgasmos?

Seguia Vínculo (fig.)

Hilda Bertoldo, 43 anos, atendente.

Impresso postal Nitrogênio (símbolo)

3/eat. 4/fish — inté — moon. 5/gália — rubro. 6/pendor. 9/ouvidores. 11/mergulhador — ribeirinhos

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Solução R I M A P T O

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O M R E C U G R O Ã G O U V I E LH A D M A L I D E M T O O E R S O N A N T F E S A S A R E I R

F P E R E C O N H D O R O E R U B NE O O T N AG E I L H I F A I A S I N H

A O U G T U E S A T R O D I O N S T A E N J O O S

EL

BANCO

Cortar o frango em pedaços e refogar no azeite com o alho e a cebola picados, juntar a água, o sal, a pimenta, o coentro, a canela, o açafrão e o tomate picado. Ferver até ficar macio. Desfiar e reservar, coar o caldo e levar ao fogo. Quando levantar fervura, juntar o arroz e a abobrinha picada. Corrigir o sal, se necessário. Colocar noz moscada e um pouco mais de água se for preciso. Cozinhar em fogo baixo durante 15 minutos. Quando o arroz estiver pronto, misturar as amêndoas. Arrumar numa travessa rodeado pela carne de frango. Rendimento: 4 pessoas.

Amiga da Saúde

Está bem (pop.) Peixe, em inglês

(?) nacional, canção patriótica

1 frango grande 3 colheres (sopa) de azeite de oliva 1 dente de alho 2 cebolas médias 1 litro de água Sal e pimenta do reino a gosto 1 colher (chá) de coentro em grão 1 colher (chá) de canela em pó 1 envelope de açafrão 2 tomates grandes sem semente 2 xícaras (chá) de arroz 1 abobrinha verde média 1 pitada de noz moscada 1/2 xícara (chá) de amêndoa picada.

MODO DE PREPARO

Querida Hilda, os homens podem sim fingir orgasmos. Algumas pesquisas mostram que cerca de 40% já fingiram alguma vez. Obviamente para eles é mais difícil, pois podem ser facilmente descobertos caso a(o) parceira(o) verifique a ausência do sêmen, que é liberado toda vez que um homem tem um orgasmo. Apesar disso, muitos afirmam já ter fingido por diversos motivos. Há os que fazem cena por vergonha de admitir não ter gozado, outros para evitar ter que discutir o relacionamento e aqueles que se controlam e deixam de gozar para entrar em outra transa rapidamente e darem a impressão de ser insaciáveis. De qualquer forma, fingir não é legal pra ninguém. Melhor é construir relacionamentos nos quais se pode estar à vontade para querer ou não o sexo, para dizer o que gosta, para ser sincero quando não for bom e não chegar ao orgasmo. Assim todos podem crescer e avançar na experiência sexual. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Coren MG 159621-Enf.


Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

na geral

Mulheres não podem ver vôlei

Três Toques Wallace Oliveira

Benzema vira caso de polícia

Corrida Zumbi dos Palmares

Paratletas no Circuito Caixa Divulgação / CPB

Em menos de uma semana, Karin Benzema, atacante do Real Madrid, já teve que dar satisfações à polícia duas vezes. No dia 29 de outubro, o francês foi pego em Madrid, após uma manobra irregular no trânsito, dirigindo em alta velocidade e sem habilitação. Já na quarta-feira (4), Benzema foi detido na cidade de Versailes (FRA), a fim de prestar esclarecimentos sobre um suposto esquema contra Mathieu Valbuena, jogador do Lyon. Mathieu teria sido chantageado com um vídeo de imagens suas e de sua namorada em cenas íntimas. Outro famoso atleta envolvido no caso é o ex-jogador Djibril Cissé. Reprodução / Conmebo

Campeãs do mundo jogam Libertadores no escuro

Desde o dia 28 de outubro, 12 equipes de futebol feminino disputam a Copa Libertadores 2015, na Colômbia. Embora a competição já tenha chegado à sua quinta edição, as atletas ainda enfrentam problemas típicos do futebol amador. A equipe do São José Esporte Cube (SP) é a atual campeã do mundo e maior vencedora do torneio, com três títulos. Entretanto, em sua estreia contra o Estudiantes de Guárico (VEM), as brasileiras jogaram em campo esburacado. O segundo tempo foi disputado sem iluminação. Ao fim do jogo, não havia ônibus para o retorno da delegação, que teve que chamar 15 táxis. As atletas também se queixaram da péssima alimentação servida no hotel.

Divulgação

Jogos dos Povos Indígenas geram críticas Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas terminaram no dia 31, com a participação de povos de diversos países e uma bonita celebração. Também não faltaram críticas. Em nota, os Apinajé, do Tocantins, declararam: “Não podemos aceitar e participar de um evento de caráter midiático e sensacionalista, que tem por finalidade usar a imagem dos povos indígenas para distorcer os fatos e mentir no exterior; ocultando a verdadeira realidade e o sofrimento dos povos indígenas do Brasil”. Os Krahô também emitiram comunicado, informando sua não adesão aos jogos. No dia 15 de novembro, a cidade de Vitória (ES) recebe a 9ª Corrida Zumbi dos Palmares, que contará com cerca de 600 participantes, num percurso de 5 km pelo centro da capital capixaba. Pode participar da prova qualquer pessoa acima dos 18 anos. O evento é realizado pela Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos, com o objetivo de promover a igualdade racial e combater o racismo.

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na geral

Reprodução / Adam Jones

Desde 2012, o governo do Irã proíbe que as mulheres vejam as partidas de voleibol e outros esportes. Nesta semana, a organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), lançou campanha pedindo o fim da proibição. “Chegou a hora de a Federação Internacional de Vôlei acabar com esta discriminação, que contraria suas próprias normas e gera desonra para o esporte”, declarou Minky Worden, diretora de iniciativas globais da HRW.

ESPORTES

Pratique esportes

Atletismo Onde:

Rua Alfredo Camarate, s/nº. Pampulha, BH.

Quando: 7/11, das 9 às 15h. Informações:

(31) 3409-2326 | (31) 3409-2325

O Centro de Treinamento Esportivo da Universidade Federal de Minas Gerais (CTE/UFMG) seleciona adolescentes entre 12 e 16 anos para provas de corridas, salto em distância e lançamento de pelota.

O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que entrem em contato com os organizadores das atividades para confirmar data, horário e local.

Entre os dias 6 e 8 de novembro, acontece a terceira e última etapa nacional do Circuito Caixa Loterias de Natação, Atletismo e Halterofilismo paralímpicos, com a participação de mais de 600 paratletas de todo o Brasil. As provas são disputadas no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, Ibirapuera, São Paulo. Alguns dos medalhistas do Mundial Paralímpico de Atletismo competem no Circuito, que também conta com delegações de outros seis países: Equador, Chile, Peru, Venezuela, Islândia e Coreia do Sul. O Circuito Caixa Loterias é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro e patrocinado pela Caixa Loterias. Possui quatro fases regionais e três nacionais. As fases regionais foram realizadas no primeiro semestre.

VocêSabia? O CTE/UFMG possui um complexo de treinamento e pesquisa em esportes de alto rendimento. Nele, os atletas encontram uma das mais modernas pistas de borracha do mundo.


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ESPORTES

Belo Horizonte, 06 a 12 de novembro de 2015

Torcedores criticam ação desproporcional da PM

DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução / Sport Club Corinthians

Reprodução3

Wallace Oliveira No domingo (1), antes do jogo entre Atlético e Corinthians, houve confusão na Avenida Silviano Brandão, próximo ao Independência. A Polícia Militar (PM) afirma que atleticanos arremessavam rojões, garrafas e outros objetos contra os corintianos que chegavam ao estádio. Spray de pimenta, balas borracha e bombas teriam sido usadas para dissipar o confronto. Torcedores se queixam do modo desproporcional e arbitrário como a PM atuou, atingindo pessoas que não tinham nenhum envolvimento no burburinho. “Mesmo depois que cessou o tumulto, a polícia continuou jogando bomba. Caiu bomba dentro de bar com criança e família”, re-

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Estamos com as duas mãos na taça. Só falta levantar

Vagner Love, atacante do Corinthians, mostrando que acredita no hexacampeonato do time.

lata o chargista e ilustrador André Fidusi. O jornalista Fael Lima, do blog Camisa 12, filmou a confusão. Em um dos vídeos, um homem conta que teve sua câmara tomada. Outro afirma: “Eu estava com minha esposa, eles jogaram bomba de gás lacrimogêneo e ela está passando mal agora. Eles são covardes”. Em nota, a torcida Gavi-

ões da Fiel repudiou a ação da polícia mineira: “Em tempos em que torcidas organizadas são marginalizadas pela opinião pública e se vê uma cruzada midiática para nos apontar como irresponsáveis, consideramos de suma importância que se passe a fiscalizar e denunciar as responsabilidades do policiamento e organizadores oficiais das partidas”, afirma a nota.

Gol de placa

O Cruzeiro é bi-campeão mundial no vôlei masculino! O segundo título da raposa veio no sábado (31/10) contra os tártaros do Zenit Kazan, em Betim. Três sets a um foi o placar do caneco. O torneio vencido pelos celestes foi o terceiro mundial de vôlei disputado na história.

Gol contra

Michel Bastos pediu silêncio à torcida do São Paulo, pediu desculpas pelo gesto, mas a torcida não aceitou e passou dos limites. Ao menos uma pessoa proferiu ofensas racistas contra o jogador pelas redes sociais, chamando-o de “macaco negro safado”. Bastos processará o torcedor.

OPINIÃO Bráulio Siffert Garantia do segundo lugar até o final da rodada, reforço da confiança dos jogadores e torcedores, aumento considerável da torcida no estádio e grande proximidade com o acesso à primeira divisão. Estas foram as principais consequências da fundamental vitória por 3 a 1 sobre o Paysandu, no Independência, na última terça-feira (3). Toscano, Richarlison

e Xavier, mais uma vez, foram os destaques individuais do América, mas, coletivamente, a equipe enfim jogou com segurança e ofensividade. De agora em diante, o Coelho precisa manter a tranquilidade para ganhar dois dos últimos quatro jogos e, assim, comemorar o sonhado acesso à Série A de 2016. No decisivo jogo contra o Vitória, a torcida tem que lotar o Independência ainda mais.

OPINIÃO Rogério Hilário Após a derrota para o Corinthians, a vaga na Copa Libertadores é a menor das preocupações. Ela, a meu ver, está garantida. Se o time vai entrar na fase de grupos ou numa preliminar, pouco importa. É preciso reforçar o elenco. A defesa carece de suplentes, o meiocampo depende dos titulares e as opções do ataque nada acrescentam. Até o esquema tático, efi-

ciente em confrontos decisivos nos últimos anos, já está manjado, assim como a mística do Alçapão do Independência e a santidade do goleiro Victor viraram lenda. O Atlético evoluiu muito em pouco tempo. Ganhou a Libertadores e a Copa do Brasil. Faltou apenas mais um Brasileiro, esperado há 44 anos. Isto, a diretoria do clube continua devendo. Aguardamos dias melhores em 2016.

OPINIÃO Léo Calixto Se nós, cruzeirenses, mantínhamos a esperança de que ainda daria para classificar para a Copa Libertadores, ela se foi no último domingo (1), no jogo contra o Avaí. O péssimo gramado da Ressacada não permitiu que nenhum dos dois times apresentasse um futebol digno da primeira divisão do certame nacional. O resultado de 1 a 1 praticamente encerrou as chan-

ces de chegar ao G4. As especulações sobre saídas e chegadas de jogadores, que já haviam se iniciado, tomam agora proporções maiores, citando nomes de atletas que possivelmente sairão do clube. O fato é que, como a nova diretoria está (ao que parece) empenhada em trabalhar duro para modernizar o clube, bons ventos soprarão novamente para o lado azul da Lagoa da Pampulha.


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