VARIEDADES 14
Divulgação
7 MINAS
Reprodução / INCRA
Década de 40 A conquista conquista público da terra Enredo de “Êta mundo bom” faz sucesso entre os espectadores, que se encantam pelo otimismo e atmosfera caipira da história
Minas Gerais
Incra reconhece território da comunidade quilombola Mangueiras, em Belo Horizonte. Dos mais de 500 quilombos em Minas, apenas um foi titulado.
05 a 11 de fevereiro de 2016 • edição 122 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita
Viva o carnaval! Mídia NINJA
“Blocos de rua são parte da história”
Em entrevista, especialista conta como aconteceu o surgimento do Carnaval em BH e analisa período de revitalização da festa
ENTREVISTA 14 Pequenos na folia
Dicas prometem facilitar a vida de papais e mamães na hora de levar as crianças para o carnaval. Os blocos infantis seguem sendo uma ótima pedida
CIDADES 5
Programe-se!
O Brasil de Fato MG traz um roteiro diferente para os dias de festa. Blocos que, além de muita alegria, podem mudar a sua cabeça
CIDADES 4 BRASIL 9
Impunidade no Legislativo Mais denúncias de corrupção surgem contra Eduardo Cunha, mas deputado segue traçando estratégias para se livrar das punições
ESPORTES
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Campeonato Mineiro América joga mal e perde para Guarani em Divinópolis. Próximos jogos da rodada começam no sábado. Galo recebe Caldense na próxima quarta (16)
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
Editorial | Brasil
Baile de máscaras
ESPAÇO dos Leitores “O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e vários produtos proibidos nos países de origem são liberados aqui. Seria bom pesquisar quais governantes estão enriquecendo com este absurdo!” Paulo Lopes, comentando a matéria “Morte por agrotóxicos é grave problema de saúde pública, diz Fiocruz”
“Samarco, Vale e BHP, impunidade empresarial, omissão e conivência do Poder Público” José Porto, comentando a publicação “Tragédia no Rio Doce”
“A página do Brasil de Fato está de parabéns, é uma referência de notícias e ao mesmo tempo um importante instrumento na luta pela democracia na comunicação” Luana Carolina
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O uso de máscaras é tão antigo Código da Mineração, que incenquanto a história da humanida- tiva a exploração e simplifica as lide. Elas foram utilizadas para os cenças; a lei Antiterrorismo, que fins mais distintos de acordo com criminaliza as manifestações poa cultura e religiosidade de ca- pulares; a lei da terceirização, que da povo. A primeira máscara a ser flexibiliza a legislação trabalhista encontrada remonta a um tempo e reduz os direitos dos trabalhaantes de 30.000 dores; a resa.C. Foi na Itátrição da rolia que o uso Sistema arcaico e repressor se tulagem de de máscaras se disfarça de democrático, popular t r a n s g ê n i tornou intimacos; emenda e soberano mente ligado às constituciofestas e ao carnal que resnaval, pois elas permitiam o dis- tringe fiscalização do trabalho esfarce, assim como a possibilida- cravo e projetos de leis que visam de de ser outra pessoa durante al- à privatização de setores da Petrogumas horas. Em algumas épocas bras. os governos decidiram até proiAlém de tantas pautas de retrobir seu uso, pois ele se tornara fre- cessos democráticos, segue o imquentemente ligado às práticas de bróglio do impeachment da preatividades ilícitas e imorais. sidenta Dilma Rousseff, supostaO desenvolvimento do sistema mente fundamentado nas contas político do Brasil permite o uso do exercício de 2014. Mesmo após desta alegoria para dizer de uma a decisão do STF que derrubou construção democrática conser- o rito estabelecido por Eduardo vadora: a arte de um sistema ar- Cunha, a Câmara apresentou nescaico, repressor e patrimonialis- ta semana recurso contra a decita em se disfarçar de democrático, são do Supremo, questionando a popular e soberano. proibição de chapa avulsa e de voAs heranças da colonização, co- tação secreta para eleição de como a ditadura brasileira, encon- missão especial e os outros pontraram uma tos do julgamaneira de mento. permanecer A principal vítima deste baile de Somado nas prátia este conmáscaras é o povo brasileiro cas políticas, servadorisna estrutumo do Conra jurídica, e gresso Nana violência cotidiana a partir de cional, a grande mídia atua incesum processo de mascaramento santemente para encobrir os intedo sistema de poder. Partidos que resses escondidos por trás de case apresentam como trabalhistas, da um destes projetos, dificultansocialistas ou democráticos, reto- do a interpretação do cenário pomam nesta semana, com o início lítico brasileiro. A principal vítima da sessão legislativa de 2016 do deste baile de máscaras é o povo Congresso Nacional, pautas elitis- brasileiro, pois observa somente a tas, imperialistas e autoritárias. aparência do disfarce. Assim, seDentre os principais projetos gue confuso e descrente das instique continuarão em votação em tuições políticas, sofrendo com os 2016 pelos representantes “demo- freios que limitaram a concretizacraticamente” eleitos pelo povo ção de um projeto de desenvolvibrasileiro, se destacam: o PL 5069, mento nacional que possa garanque prevê restrição ao atendimen- tir a efetividade das reformas esto às mulheres vítimas de estupro; truturais de base e a consolidação a redução da maioridade penal; o dos direitos sociais.
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em MG, no Rio e em SP. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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Feriado
Nathalia Torres
Frase da Semana
GERAL
3 Reprodução
Proibir o aborto é punir quem não tem dinheiro Como se calcula a data do carnaval? O primeiro passo para saber em que data será o carnaval é descobrir quando cai o domingo de Páscoa. E isso quem define é a natureza. Por volta do dia 20 de março ocorre o equinócio, fenômeno caracterizado pela duração igual do dia e da noite (12 horas) que marca a entrada do outono no Brasil. Após o equinócio, espera-se a primeira lua cheia. No domingo seguinte é a Páscoa! E, para saber quando será a terça de carnaval, é só diminuir 47 dias (40 da quaresma mais 7 da Semana Santa). Ou seja, em 2017, a primeira lua cheia após o equinócio será dia 11 de abril, portanto o domingo de Páscoa no dia 16. Contando 47 dias para trás, chega-se à terça de carnaval: 28 de fevereiro.
disse Drauzio Varela, em entrevista à BBC Brasil, sobre a legalização do aborto que voltou à tona junto à epidemia de zika vírus
BHTrans divulga operações para o trânsito durante o carnaval Tom Braga
Saúde
Coitado do fígado!
Reprodução
Os foliões que precisarem ir de carro para os blocos de carnaval podem utilizar livremente as vagas do estacionamento rotativo. A BHTrans informou, na última semana, que não será necessário o uso do talão de sábado (6) a terça (9). Mas atenção, várias ruas do Centro, de Venda Nova e do bairro União, na região nordeste, serão interditadas. Mais informações, acesse www.bhtrans.pbh.gov.br. Para aqueles que dependem do metrô, a CBTU informou que a Estação Central funcionará até a meia noite todos os dias da folia. Nas demais estações, após às 23h, operam somente para o desembarque.
Sempre tem aqueles que não se rendem a uma “bebidinha” no carnaval. Mas, cuidado! Em grandes quantidades, a bebida alcóolica pode ser um grande inimigo da saúde, principalmente do fígado. Esse órgão é lesionado no processo de metabolização do álcool, que é uma substância considerada tóxica. Beber muita água e sucos naturais podem ajudar o fígado a trabalhar, pois o álcool é diluído, o que não sobrecarrega o órgão. Se hidratar entre um copo e outro também pode ajudar a prevenir aquela dor de cabeça do dia seguinte. O álcool, por ser diurético, faz com que os neurônios, literalmente, sintam sede. Outra dica é preferir alimentos ricos em glicose, como batata, pão e massas. Mas, a melhor de todas as dicas para agitar no carnaval, é maneirar na quantidade de bebida e extravasar na energia positiva.
#BombouNaRede Reprodução
Internautas criticaram o participante do BBB16 Laércio por “curtida” em página de armas e por postagens consideradas pedófilas e racistas no Facebook. A polêmica iniciou quando a BBB Ana Paula chamou Laércio de “pedófilo”, e “velho nojento”, após ele ter afirmado que possui “duas namoradas”, uma de 17 e outra de 19 anos, e que usava álcool para facilitar o sexo com menores de idade. No último paredão, que aconteceu na terça (2), Laércio foi eliminado do programa.
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CIDADES
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
13 blocos que vão fazer a sua cabeça ASTÚCIA Grupos provam que carnaval também é hora de mudar o jeito de olhar pra vida O carnaval de Belo Horizonte se avolumou nos últimos quatro anos. Neste carnaval são 200 blocos de rua e 260 desfiles cadastrados na Prefeitura, o que resulta em uma extensa programação. O Brasil de Fato MG traz aqui sugestões pra quem quer foliar e conhecer novos valores e culturas.
05/02 (sexta)
Reprodução
16h Bloco do Pirulito - O Sindicato dos Bancários e a Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova organizam o 23º Carnaval Sem Aids/DST de BH. A concentração será na rua Tamoios, 611. 22h Tira o Queijo - O grupo de maracatu Tira o Queijo, que se reúne todas as sextasfeiras na Praça da Estação, não podia deixar de comemorar esta sexta especial. Haverá venda de camisas a R$ 10. Ramon César Silva
06/02 (Sábado)
12h Afoxé Bandarerê Homenageando o orixá guerreiro Xangô, o bloco traz para a rua a força dos terreiros e da ancestralidade negra. Formado pela comunidade de Matriz Africana de BH, Contagem e região. Concentra-se na Praça do México (Esquina da Rua Iguaçu com Rua Guanabara, Concórdia). 15h DreadLocko “Hoje meu canto é pra fazer a burguesia revirar / Sou Dreadlocko, aê, sou locko pela vida”, diz o hino feito pelo cantor Sérgio Pererê. Neste bloco, a proposta é levar samba, reggae, alegria e a união dos dreadlocks pra rua. Concentra na Praça da Estação.
07/02 (Domingo)
Ana Patrícia Mendonça
9h Bloco do Sindibel - Luta e Alegria Os servidores públicos de Belo Horizonte aproveitam o carnaval para dar mais um recado à Prefeitura da cidade. Muito samba no pé com passistas da Concórdia, ritmistas da Escola de Samba Cidade Jardim e o Grupo de Dança Aruanda. Concentra na Praça Afonso Arinos (Centro). 15h Bloco da Fofoca - Com direito a marchinha própria, a Fococa Popular Brasileira, os dançarinos vão trazer um pedacinho do Nordeste. Homens de bermuda branca, mulheres de saia colorida. Concentra em frente à sede do Grupo Folclórico Aruanda (Rua Espírito Santo, 757). 16h Bloco Angola Janga - O grupo surgiu neste ano e se dedica ao empoderamento do povo negro. Músicas de grandes blocos afro como Ilê Aiyê e Olodum, assim como o hit “Aqui só tem negão”, levam os foliões a muita animação. Concentra na esquina da rua da Bahia com Guajajaras.
08/02 (Segunda) 8h30 Bloco Bruta Flor - Mulheres feministas tocam músicas de compositoras belo-horizontinas. A concentração acontece em frente ao Centro de Referência da Mulher Vítima de Violência (Esquina da Rua Hermílio Alves com Avenida do Contorno, Santa Tereza). 10h Bloco Seu Vizinho Os batuques já estão prontos no Aglomerado da Serra. Durante todo o ano, o bloco realiza oficinas e ensaios com a criançada e os adultos, e agora é a hora de apresentar! Concentração na Praça do Cardoso. Todo mundo #JuntoEAglomerado! 15h Bloco Vai Tomar no Cooler Contrariando o decreto assinado pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), foliões organizaram o bloco que pretende levar coolers, isoporzinhos e qualquer recipiente com gelo e muita cerveja às ruas. Mesmo com o decreto suspenso, a folia se mantém! A concentração é no Dalva Botequim Musical (Rua Ceará, 1568).
09/02 (Terça) 9h Bloco Coco da Gente Trazendo a cultura nordestina do coco de roda, a ciranda e o folguedo, o bloco é destaque também pelo seu trajeto, passando por locais que foram fruto de conquista da população local. A festa começa na Praça Coronel José Persilva (Santa Tereza). 10h Trovão das Minas É um dos poucos grupos mineiros a resgatar o maracatu de Baque Virado, que tem como principal referência compositores de Pernambuco. Concentra-se na Praça da Liberdade. 12h Bloco do Pescoção “Pescoção” é um termo usado nos jornais quando é preciso adiantar o trabalho e fazer aquela horinha extra. Em frente ao Sindicato dos Jornalistas (Alvares Cabral, 400).
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CIDADES
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Roteiro Cultural para fugir do carnaval Fotos: Divulgação
Cinema que valoriza negros O Cine Humberto Mauro recebe, a partir do dia 5 de fevereiro, a mostra “Universo Pulsante da Blaxploitation”, que exibe filmes relacionados ao movimento estadunidense de mesmo nome. Em português, “blax” se refere a negro e “exploitation”, exploração. O grupo, que surgiu na década de 70, criticava a ausência de afrodescendentes nas produções cinematográficas e, por isso, somente apoiava longas realizados por diretores e atores negros em papeis principais.
Esportes Radicais Para quem não quer folia mas não quer ficar parado, a Serra do Brigadeiro, em Fervedouro, Zona da Mata, é o cenário perfeito para a prática de rapel. Lá, o poço das Bromélias e Pedra da Tartaruga são os destinos mais indicados para os iniciantes. Agências de turismo no local oferecem o serviço de guias e equipamentos para os passeios. Além disso, durante as trilhas, é possível conferir uma paisagem de águas cristalinas e belas cachoeiras.
Paz e tranquilidade
Samuel de Oliveira
O vilarejo de Capivari, no Alto Jequitinhonha, oferece uma opção aconchegante para aqueles que procuram clima caseiro. A cidade possui apenas duas ruas, que são cercadas por casas rústicas e têm como pano de fundo o Pico do Itambé. O local também possui cachoeiras e trilhas, e as famílias abrem as portas de suas casas para os visitantes, proporcionando a quem chega uma oportunidade de vivenciar os costumes locais.
Visite o Centro de Artesanato de Minas A arte de Minas Gerais é famosa em todo o Brasil. Uma boa pedida para quem deixar o Carnaval de lado neste ano é pesquisar mais sobre a cultura local e, para isso, o Centro de Artesanato de Minas é um bom lugar. O acervo, com mais de 20 mil peças produzidas por pequenos artesãos, pode ser encontrado no Palácio das Artes. A visitação é gratuita e pode ser realizada de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h30; sábados das 9 às 13h30; e domingo, das 8h às 12h30.
Passeio de Maria Fumaça Uma pequena estação ferroviária no estilo das construções do século XVIII encanta crianças e moradores na cidade de Rio Acima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá, uma Maria Fumaça faz um percurso de 7 km, passando pelo distrito de Honório Bicalho e por paisagens da Estrada Real. As partidas são realizadas todos os sábados, domingos e feriados, nos horários de 10h, 14h, 15h30 e 17h.
Crianças e carnaval podem ser uma boa mistura ORIENTAÇÕES Mães dão dicas para quem quer se divertir junto com a criançada O carnaval chegou e com ele uma grande pergunta alarma as mamães e papais: deixo as crianças com alguém ou fico em casa com elas? O blog Na Pracinha, feito por duas mães comunicadoras, afirma que nem um nem outro. Tomando as devidas precauções, é possível curtir os dias de festa com as crias a tiracolo e ainda se divertir! Conselhos para a diversão As dicas começam com a segurança dos pequenos e pequenas. Esteja sempre por perto e não esqueça das pulseiras de identificação com endereço e telefone. Caso esteja com um bebê, prefira locais que possibilitem à criança brincar mais livremente, como o gramado dos parques. Lembre-se também de utilizar triciclo, carrinhos e bolsas canguru. No quesito saúde, o cuidado começa antes de sair de casa, diz o blog. Muita água e filtro solar ajudarão as crianças a aguentarem o calor. Em Belo Horizonte, a previsão é de tempo nublado de sábado a terça, variando de zero a 2mm de chuva e podendo chegar a 32°C. Somente na quarta a chuva promete não dar trégua, serão 85mm, segun-
do o instituto Clima Tempo. Bolsas térmicas para os lanchinhos frios também são uma boa pedida. Por fim, é preciso cuidar dos momentos de brincadeira. Segundo o Na Pracinha, o ideal é evitar artefatos químicos, como os sprays de espuma, que podem agredir os olhos e a pele das crianças. Mas confete, serpentina e principalmente uma fantasia confortável estão liberados. Alegre e juntinho Para as mamães do blog, o conselho mais importante refere-se ao “pular junto”. “Não dá para deixar as crianças pulando o ‘bloco delas’ e os pais pularem ‘o bloco deles’. A dica é: caia na folia JUNTO com seu filho”, respondem. A programação infantil é mais adequada às crianças, mas não há impedimento a que ela vivencie espaços adultos, com moderação. A mamãe Maria Eulália Bortoni, que levou os filhos de 4 e 2 anos para o pré-carnaval, provou e gostou da ideia. “Foi uma experiência única e incrível poder levar meus filhos pra este universo em um ambiente tão lúdico”, diz, garantindo que a sua família já é presença confirmada neste carnaval.
Programação infantil Sábado (6) acontecem duas atividades especiais. Das 10h30 às 12h30 o Memorial Minas, na Praça da Liberdade, recebe o Coletivo Mundicá e terá passeio mascarado, brincadeira de boi e até frevo. Outro é o “Bolinha Preta”, das 14h às 18h na Rua Orange, bairro São Pedro. Vai ter bailinho com o grupo Pezinho na Folia e DJ Robinho, além de brincadeiras e programação para gestantes. No domingo (7), acontece o “Carnavalzinho” das 10h às 16h no Parque Municipal Renné Gianetti, no Centro, com o palco da Estação do Samba. Na terça (9) o Parque Marcos Mazzoni, na Cidade Nova, recebe o Bloquim do Bem com apresentações do Circo Irmãos Simões, do Samberçário Groove e Rock’ababy, a partir das 14h.
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MINAS
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
Manifesto cobra cuidados com atingidos pela Samarco PRESSÃO Aumentam as irregularidades encontradas na barragem de Fundão Lidyane Ponciano
Da redação Na semana em que a tragédia ocorrida em Mariana (MG) - provocada pelo rompimento da barragem de Fundão, da Mineradora Samarco, propriedade da Vale e da BHP Billiton - completa três meses, entidades acadêmicas, associações profissionais e movimentos populares lançam nota de apoio aos atingidos. O manifesto, assinado por 21 organizações, lembra que o “crime ambiental sem precedentes no Brasil” atingiu mais de um milhão de pessoas na bacia do Rio Doce, deixando “o ecossistema e a biodiversidade profundamente afetados”. O documento pede cuidado na reconstrução de Bento Rodrigues, atentando-se às necessidades da população, sua segurança e exigindo sua participação ativa, em uma elaboração coletiva dos projetos urbanísticos e arquitetônicos.
Opinião
altear a barragem de 5 a 10 metros por ano, mas a Samarco estaria aumentando em 15 metros a construção, com a finalidade de comportar mais rejeitos. Para a PF, a Samarco implementou “aumento da produção mineral sem o desenvolvimento simultâneo de um plano para lidar com os rejeitos de forma segura”. Cresce o número de processos
Mais uma comarca do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com ação civil pública contra a Samarco, a Vale e a BHP Billiton. Na terça (2), o MPMG divulgou que promotores de Ponte Nova pedem que as empresas paguem R$ 5 bilhões por dano social punitivo e R$ 500 milhões por danos coletivos, que seria destinado a indenizações para as famílias de Barra Longa, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado.
Atos em Mariana Além disso, o documento reforça que as obras devem ser custeadas pelas empresas responsáveis pela tragédia, mas que a gestão de todas as medidas deve ser feita pelo Estado. Segundo a nota, transparência e controle social são valores impres-
cindíveis nesse processo. Indícios de aumento ilegal Durante investigação da Polícia Federal, depoimentos de funcionários da Samarco afirmaram o aumento ilegal da barragem de Fundão. Segundo a legislação, seria possível
Na sexta (4), às 16h, acontece pela terceira vez o evento “Um Minuto de Sirene”, na Praça da Sé em Mariana. O ato tem o objetivo de fazer com que a população não se esqueça do crime e das famílias atingidas. Em 28 de abril, a cidade terá novo protesto, no Dia Mundial em Memória das
Vítimas em Acidentes de Trabalho. A manifestação está sendo organizada pelo Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas Gerais, em conjunto com o Fórum Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora das Centrais Sindicais.
O jornalismo não merecia isso João Paulo Cunha
Quando o jornalismo não retrata a realidade, há algo de errado no jornalismo ou na realidade. Até alguns anos atrás, as pessoas, em sua maioria, cravariam na primeira opção. Hoje, no entanto, os fatos parecem estar perdendo a luta contra a representação. A mudança pode ser entendida pelo deslocamento da opinião pública para a era do publicismo. Pode parecer apenas um jogo de palavras, mas por trás dessas duas expressões estão formas diversas de entender a vida social. O “nós” passa a responder pelo “todo mundo”. Os fatos são soterrados pela generalização. A desconfiança se torna certeza para evitar a dura liturgia da realidade. De opinião pública passa-se a opinião publicada. Essa situação atingiu em cheio o jornalismo brasileiro recente. O que temos hoje não são apurações a partir de fatos, mas exercício histérico sobre vazamentos. Há muito a opinião deixou de ser um atributo adicional fundado em análises para se deslocar para o primeiro estágio da cadeia da notícia. A capacidade de cons-
truir um conhecimento a partir do singular – o que distingue o jornalismo das ciências sociais e da política – se tornou um devaneio a partir do particular. Em outras palavras, o jornalismo perdeu em independência e legitimidade; em capacidade de leitura do mundo; e em força epistemológica. Somando-se a isso a regressão na linguagem e na elegância, tem-se um produto compósito de má fé, miopia analítica, fraqueza conceitual e planura estética. Não é um bom destino para um ofício que se firmou como es-
O que temos hoje não são apurações a partir de fatos, mas exercício histérico sobre vazamentos teio da democracia e foi comparado por Hegel à oração matutina do homem racional. O que pode parecer um diagnóstico sombrio, na verdade é um alerta posto ao nosso tempo. O que vem se estabelecendo no campo da informação não é apenas uma perda de
consistência ética e estética, é a construção de um novo modelo de informação autoritário, avesso ao jornalismo casado com o padrão exigente de uma democracia moderna. É só acompanhar o noticiário político da chamada grande imprensa para se deparar com um método que inverte a temporalidade do jornalismo. O que vale é a pauta, na verdade uma tese marcadamente ideológica (no sentido de falsa consciência), virgem de realidade. Vai-se aos fatos apenas para comprovar prejulgamentos e dar sustentação a interesses. O exemplo recente da tentativa de sair do círculo garantido dos vazamentos e buscar a realidade como campo de trabalho só encontrou um bote de lata. Mas viu na embarcação um iate. O que pode estar sendo perdido é muito grave. Não é apenas a guerrilha da informação ou a disputa de ideologias em confronto, mas uma conquista de civilização. A notícia, como a história, não tem fim. Pelo visto, não se pode dizer o mesmo do jornalismo. Ele caminha – a permanecer como está hoje, na contramão dos fatos e da inteligência –, para se tornar um instrumento publicista de interesses. A pior notícia que nos aguarda nesse cenário não será dada pelos jornais: eles deixarão de existir como o concebemos historicamente. E o mais grave, sequer saberão disso.
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Comunidade de Mangueiras conquista o reconhecimento de suas terras
REPARAÇÃO Quilombos sofrem com perda de território e demora no processo de regularização fundiária
Noronha Rosa
Wallace Oliveira
Quilombo Mangueiras era de 387 mil metros quadrados, mas, ao longo do tempo, foi reduzido a 18,6 mil, área reconhecida pelo Incra. A perda de terras começou na década de 1920, com a construção da MG20 e de uma estrada que levava a um sanatório. Entre 1928 e 1932, outra porção foi dividia, passando às mãos da família Werneck. Já nos anos 50, a edificação de conjuntos habi-
No limite entre Belo Horizonte e Santa Luzia, habita um povo que surgiu antes de que a cidade existisse. A comunidade quilombola Mangueiras é formada por 35 famílias que descendem de Maria Bárbara, trabalhadora negra que nasceu por volta de 1863. Vivem há mais de 150 anos na Mata do Izidoro, área coberta por vegetação nativa, fauna e nascentes, que os moradores têm preservado desde que lá chegaram.
“Para nós, quilombolas, o reconhecimento de nossas terras significa o fim da segunda escravidão” No dia 14 de janeiro, foi dado um grande passo na proteção do território dessa comunidade. Uma portaria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), publicada no Diário Oficial da União
“O reconhecimento de nossas terras significa o início de uma liberdade tardia”, afirma liderança quilombola
(DOU), reconheceu as terras do quilombo. “É uma conquista importante, mas não significa que a comunidade já tenha o título das terras porque, a partir de agora, começa um longo processo de desintrusão. Se tiver alguém de outra área, tem que tirar, pagar indenizações, e isso pode demorar”, explica Lilian Gomes, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais. “Para nós, quilombolas,
O que são quilombolas? Noronha Rosa
São grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, relações territoriais específicas e ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica. O direito que eles têm às suas terras foi garantido no artigo 68 da Constituição, Ato das Disposições Transitórias.
o reconhecimento de nossas terras significa o fim da segunda escravidão e o início de uma liberdade tardia. Dizem que a escravidão terminou em 1888, mas a libertação foi assinada a lápis. Com a conquista da terra, ela começará a ser escrita a caneta”, comenta o presidente da Associação do Quilombo de Mangueiras, Maurício Moreira. Perda de território O território original do
Existem mais de 500 quilombos em MG, mas apenas um foi titulado tacionais provocou nova diminuição das terras da comunidade. A partir de 2006, com a duplicação da rodovia e a construção da Linha Verde, aumentou a pressão da especulação imobiliária. A Operação Urbana do Izidoro, conduzida pela Prefeitura de Belo Horizonte, prevê a ocupação verticalizada da região, com a construção de apartamentos financiados principal-
Professores fazem protesto na Cidade Administrativa
“Vivemos hoje um momento de resistência quando deveríamos já estar colhendo os frutos das conquistas alcança-
das com a Lei 21.710/15, a Lei do Piso”, afirma Beatriz Cerqueira, presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (SindUTE). Esta é a primeira manifestação da categoria em 2016 e é motivada pelo parcelamento dos salários dos servidores, pelo pagamento do mês de janeiro aos ex-efetivados da Lei 100 e pelo reajuste imediato do salário em 11.36%, de acordo com a Lei do Piso.
mente pelo programa Minha Casa Minha Vida. Quilombos em MG De acordo com o Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes), só em Minas Gerais, existem mais de 500 comunidades quilombolas. Apenas o quilombo de Porto Corís, no Vale do Jequitinhonha, recebeu o título de suas terras, mas o território foi inundado pela Barragem de Irapé. Em BH, além de Mangueiras, há outros dois quilombos urbanos: Manzo Ngunzo Kaiango, que fica no alto do bairro Santa Efigênia, e Luízes, no Grajaú. Neste último, a comunidade possuía o documento de compra, mas o território foi tomado pela Prefeitura e por grandes empreendimentos imobiliários. Os quilombolas aguardam o processo de titulação que, segundo eles, é lento e não tem levado em conta as reivindicações da comunidade: “Dez propriedades foram excluídas do processo sem o nosso consentimento, embora seja um direito nosso determinar qual é o perímetro”, afirma a quilombola Miriam Aprigio Pereira.
FATOS EM FOCO OAB lança comitês contra caixa dois A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pretende conscientizar e capacitar eleitores para que recebam denúncias de caixa dois durante a campanha eleitoral. A campanha foi lançada na quarta (3) e irá envolver todas as 224 subseções da OAB no estado. A organização acredita que a eleição de 2016 contará com um índice maior de ilegalidades, já que será o primeiro ano da proibição de financiamento empresarial.
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BRASIL
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
Fome, obesidade, desperdício SAÚDE O acesso ou a falta de acesso a uma alimentação saudável é parte de um mesmo sistema alimentar que precisa de reforma Reprodução
Antônio Coquito A afirmativa do senso comum de que o Brasil é o país da contradição traz à tona o debate e a busca de soluções no campo da segurança alimentar e nutricional sustentável. Trata-se do tripé Fome, Obesidade, Desperdício. A ação direta nesse dilema é um chamado a toda a sociedade, para assumir a reversão de indicadores preocupantes. O Brasil é um dos principais produtores de alimentos do planeta. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (ONU- FAO) mostram que o país produz 25,7% a mais de alimentos do que necessita para alimentar toda a população. Porém, uns comem de menos - em condições inadequadas. Já outros, demais e com hábitos alimentares nada saudáveis. E, por fim, outros destinam boa parte dos alimentos ao lixo, o que gera toneladas de desperdício. Fome Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2013, 7,2 milhões de brasileiros enfren-
de alimentos. O IBGE deu o alerta: “estamos desperdiçando cerca de 6 milhões de toneladas de alimentos”. Explicitando o desperdício, segundo dados do Instituto Akatu, organização que trabalha pelo consumo consciente, 44% do que é plantado se perde na produção, distribuição e comercialização. Pelo menos 20% na colheita, 8% no transporte e arma-
taram situação grave de privação de alimentos, incluindo experiência de fome. A pesquisa mostra que 22,6% dos lares brasileiros, o que corresponde a 52 milhões de pessoas, não têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente. A Pnad mostra que a fome brasileira tem uma identidade nordestina, rural, pobre, negra e de baixa escolaridade. O grau de instrução está ligado diretamente às condições de insegurança alimentar. Os dados da Pnad mostram
ainda que, quanto menor a escolaridade, mais precária é a alimentação. Obesidade Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade será um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A entidade prevê que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. A obesidade é fator de risco para problemas cardiovasculares, de diabetes, hipertensão arterial e certos tipos de câncer. Na saúde pú-
blica, o quadro de obesidade brasileira reflete em R$ 1,5 bilhão na conta do Sistema Único de Saúde. Dados do IBGE apontam que “o sobrepeso atinge 48% das mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos.” Levando em conta o poder aquisitivo, “entre os 20% mais ricos, o excesso de peso chega a 61,8% na população de mais de 20 anos. Também nesse grupo concentra-se o maior percentual de obesos: 16,9%. Desperdício A trajetória do desperdício começa na produção
52 milhões de pessoas não têm acesso regular e permanente a alimentos zenamento, 15% na indústria de processamento e 1% no varejo. No consumo caseiro e hábitos alimentares, as perdas acumulam mais de 20%. Os números do Akatu sinalizam que ao mesmo tempo em que 14 milhões de brasileiros passam fome, “o restante da população joga no lixo 30% de todos os alimentos comprados”.
Senado aprova ampliação da licença-paternidade para 20 dias DIREITOS Aumento, que ainda precisa de sanção presidencial, não será obrigatório Reprodução
Agência Brasil O plenário do Senado aprovou na quarta (3) um marco regulatório dos direitos da primeira infância, voltado para as crianças de até seis anos de idade. O principal avanço do texto, que segue para sanção presidencial, é a ampliação da licença-paternidade dos atuais cinco dias para 20 dias. Por enquanto, o aumento da licença não será obrigatório para todos, mas apenas para as empresas que aderirem ao programa Empresa Cidadã, que também possibilita o aumen-
cas, como sugere a Organização das Nações Unidas (ONU).
to da licença-maternidade para seis meses. A licença-paternidade de 20 dias também valerá para a adoção. O marco legal também prevê identificação e prevenção dos casos de violência contra gestantes ou
crianças, em mecanismo semelhante aos já adotados em outros países, por meio do sistema de saúde. A proposta aprovada desonera e facilita o registro de crianças, além de prever o acompanhamento contínuo das políticas públi-
Estatuto A ideia é ir além do que já prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e não só proteger as crianças, mas promover ações que garantam o desenvolvimento integral de meninos e meninas. Logo após a aprovação do projeto pelo Senado, a Rede Nacional Primeira Infância divulgou nota comemorando a futura lei, votada na primeira sessão do ano legislativo. Além da ampliação da li-
cença-paternidade, a rede ressaltou como avanços a valorização dos profissionais que atuam com a primeira infância e a previsão de que crianças pequenas sejam ouvidas na formação de políticas públicas, considerando suas formas de expressão. “Atualmente, cerca de 20 milhões de crianças brasileiras tem até 6 anos de idade. Com o Marco Legal, elas passam a ter atenção especial em sua especificidade e relevância no desenvolvimento infantil e na formação humana”, informou a nota da Rede Nacional Primeira Infância.
BRASIL
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
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“Mídia antecipa disputa de 2018”, afirma Ministro POLÍTICA Ricardo Berzoini explica tese do “fogo alternado”, que agora chega a Lula Roosewelt Pinheiro / ABr
De Brasil 247 Quando o impeachment da presidenta Dilma Rousseff deixa de ser um tema central da agenda política, as baterias da oposição e do oligopólio midiático no Brasil se voltam contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa tese do “fogo alternado” é do ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, que fez uma rápida avaliação do quadro político atual ao 247. “Como não se discute mais o impeachment da presidenta Dilma, a oposição agora tenta uma espécie de impeachment cautelar do ex-presidente Lula”, diz ele. “Na prática, estão tentando trazer 2018 para 2016”. Segundo Berzoini, a oposição, com seus braços nos meios de comu-
que o impeachment de Dilma se enfraqueceu. A questão é que as denúncias, com acusações como a “canoa de lata de Dona Marisa”, as “111 idas ao sítio em Atibaia (SP)” e o “triplex do Guarujá”, revelaram pouquíssima consistência.
Tiroteio se volta contra Lula, candidato natural do PT para 2018
nicação, reproduz a lógica de Carlos Lacerda, que fez ferrenha campanha contra governos populares, como os de Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas. Sobre JK, Lacerda chegou a escrever que “não pode ser can-
didato... se for candidato, não pode vencer... se vencer, não pode ser empossado... se for empossado, não pode governar.” Como Lula é o candidato natural do PT para 2018, o tiroteio começou assim
Dados oficiais confirmam versão do Instituto Lula Em comunicação em sua página, o Instituto Lula afirmou na quarta-feira (3), que a mesma base de dados que baseou a reportagem da revista Época mostrando o número de
vezes que o ex-presidente Lula visitou o sítio em Atibaia confirma as declarações do instituto sobre o assunto. Segundo o Instituto, a mesma base de dados, disponibilizada pelo Portal da Transparência, mostra que não há diárias de seguranças do ex-presidente no Guarujá entre 1 de janeiro de 2012 e 11 de janeiro de 2016. “Ou seja, o ex-presidente jamais frequentou o apartamento do Edifício Solaris, tendo estado apenas uma vez no prédio e sequer dormiu no Guarujá, como apontou o Instituto Lula em nota do dia 30/01: “Os documentos do Guarujá: desmontando a farsa”. Isso não parece ser notícia para a revista Época, para o Jornal Nacional ou para os demais veículos da imprensa brasileira.”
Encrencado na Justiça, impune na Câmara IMPUNE Novas denúncias complicam situação de Eduardo Cunha e deputado mostra que mantém controle sobre deputados Antonio Cruz / Agência Brasil
Pedro Rafael Vilela de Brasília (DF) Novos episódios da crise política mostram que ela deve se prolongar. No centro dos acontecimentos, está novamente o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mais dois empresários afirmaram, em delação premiada revelada pelo jornal Folha de S. Paulo no último domingo, que Cunha teria recebido propina em pelo menos outras cinco contas bancárias no exterior.
Câmara anulou trâmites de processo contra Cunha Se essas informações forem confirmadas, seriam um total de nove contas bancárias ligadas ao presidente da Câmara. Em outubro do ano passado, foi
comprovadas a existência de quatro contas na Suíça em nome de Cunha e familiares. A nova acusação consta das delações premiadas dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, que já foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os empresários teriam realizado transferências bancárias que totalizam 3,9 milhões de dólares em bancos da Suíça, dos EUA e de Israel. Os pagamentos seriam propina para Cunha com o objetivo de obter a liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, no Rio, do qual a Carioca Engenharia obteve a concessão em consórcio com as construtoras Odebrecht e OAS. Um aliado de Cunha na vice-presidência da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, demitido por Dilma no ano passado, seria o responsável pela li-
beração das verbas. Câmara controlada Se na Justiça a situação de Eduardo Cunha se agrava cada dia mais, na Câmara dos Deputados, o parlamentar tem conseguido se livrar de qualquer possibilidade de punição. Logo nas primeiras horas da volta do recesso legislativo, o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PPMA), acatou recurso do de-
putado Carlos Marun (PMDB-MS) para anular quase todos os trâmites do pedido de investigação por quebra de decoro parlamentar de Eduardo Cunha. Ambos são aliados muito próximos do presidente da Câmara. O pedido de investigação, de autoria do PSOL e da Rede Sustentabilidade, começou a tramitar ainda no ano passado e pede a cassação de Cunha. Ao acatar o recurso, Waldir Mara-
nhão determina a realização de uma nova discussão, abrindo espaço para novos pedidos de vista e o presidente da Câmara ainda poderá apresentar defesa prévia ao Conselho de Ética. Além disso, o parecer também terá de ser votado de novo. Para o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo, é “inadmissível” que até agora não se tenha sequer discutido se a denúncia é aceita ou não. “Esse prazo chega a ser imoral do ponto de vista constitucional”, criticou. Com a cassação de Cunha indefinida pelos próximos meses, a expectativa dos deputados que pedem a saída do presidente da Câmara se volta novamente ao STF. Os ministros devem analisar nas próximas semanas o pedido do Procurador-Geral da República para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara e até do cargo de deputado federal.
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MUNDO
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
136 mil assinaturas exigem que Obama ponha fim a deportações
México planeja demitir 25 mil funcionários públicos
ESTADOS UNIDOS Organizações sociais defendem que imigrantes da América Central sejam considerados refugiados
TENSÃO Queda mundial no preço do petróleo leva país a diminuir verba para setores públicos
Reprodução
A Casa Branca recebeu, na terça (2), um documento com 136 mil assinaturas para requisitar que Barack Obama coloque fim à onda de deportações de imigrantes. Para isso, consideram necessário que o presidente conceda o status de refugiados a estas pessoas antes do fim de seu mandato. O documento destaca a necessidade de asilo principalmente aos imigrantes de América Central. Segundo as organizações que propuseram o abaixo-assinado, esses países são profundamente prejudicados pelas políticas neoliberais dos Estados Unidos. Honduras, por exemplo, tem mais homicídios que todos os 28 estados da União Europeia somados, exemplificam.
Expulsões O governo estadunidense iniciou as deportações em janeiro de 2016, operando em todo o território nacional contra migrantes vindos da América Central, mesmo com o reconhecimento de que são refugiados. Os imigrantes mais atingidos pela onda de deportação serão os de Honduras, El Salvador
e Guatemala, cujo número de deportados pode alcançar 3 mil. Organizações sociais em conjunto com 146 parlamentares estadunidenses pedem a implantação de um Programa de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês) e a aprovação definitiva do status de refugiados. (Da redação)
Reprodução
O governo mexicano projeta demitir 25 mil servidores públicos, sendo 10 mil funcionários da empresa estatal Petróleos Mexicanos (Pemex). Segundo o Ministério das Finanças do México, a maioria serão trabalhadores eventuais que não possuem contrato. Porém, ainda se desconhece quais setores serão cortados. O ministro de Finanças, Luis Videgaray, anunciou que está sendo elaborado um plano de resgate financeiro para a Pemex. A empresa enfrentou, no primeiro mês de 2016, a pior queda de preço dos últimos 12 anos, chegando a 21,38 dólares o barril do petróleo. Em 2015, a Pemex já havia passado por problemas. A sua produção caiu ao seu menor
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nível em 25 anos, levando à demissão de 15 mil funcionários. Uma das razões para a diminuição do preço do petróleo seria o conflito entre Irã e Arábia Saudita, que complica as negociações da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O preço do petróleo caiu 70% desde que as tensões começaram, em junho de 2014. (Da redação)
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OPINIÃO
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Na edição 120...
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Augusto Gomes
Ameaças e infrações trabalhistas nos jornais mineiros ...E agora Diários Associados seguem sem cumprir acordos Os trabalhadores da TV Alterosa decidiram, na terça (2), que continuarão em estado de greve e retomarão as manifestações pelos seus direitos. A empresa ainda não quitou o 13º salário, além de continuarem os problemas com vale alimentação, vale transporte, férias e plano de saúde. O Ministério do Trabalho ameaça fazer nova fiscalização nos Diários Associados, que foi multado por quatro infrações em janeiro e pagará o dobro em caso de reincidência. Na quinta (4), houve nova assembleia conjunta dos trabalhadores do jornal Estado de Minas. Na sexta (5), acontece mais uma reunião de mediação no Ministério do Trabalho.
Na edição 94... Polêmico, Uber divide opiniões ...E agora Motoristas do aplicativo conseguem liminar para trabalhar Até agora, já são três os motoristas do Uber a transitarem por Belo Horizonte com aval da Justiça. Na quarta-feira (3), mais um condutor conseguiu uma liminar para trabalhar na capital, por decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). De acordo com a decisão, ele estaria com todos os documentos regularizados e os órgãos responsáveis pelo trânsito na cidade não poderiam impedir a circulação do veículo. Uma lei que proibia o aplicativo foi publicada no Diário Oficial do município no dia 9 de janeiro. No entanto, a legislação ainda aguarda regulamentação.
A arara canindé (Ara ararauna) é uma ave da família dos Psitacídeos que habita a região do Cerrado, Amazônia e Pantanal. Vive em buritizais, matas de galeria e florestas úmidas, alimentando-se principalmente de cocos de palmeiras e frutos. Formam grandes bandos e fazem seu abrigo em barrancos, rochedos e troncos ocos. Este indivíduo foi fotografado no Cerrado do Parque Nacional do Grande Sertão Veredas, MG.
Padre João
Mc Leonardo
Novo Código da Mineração: avanços ou retrocessos?
Caso Amarildo e as manifestações
O Novo Código da Mineração se arrasta na Câmara desde 2011. A proposta recebeu 400 emendas na fase de tramitação. Não foi votado ainda e já está na quarta versão. Isto se deve à insistência do relator em querer colocar os interesses do setor acima de qualquer coisa. Movimentos sociais, sociedade civil e governo reagiram à proposta do relator. O crime ocorrido em Mariana, quando a barragem da Samarco/Vale/BHP se rompeu e destruiu Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, afetando Barra Longa e outras comunidades, serviu de alerta. Matou o Rio Doce. Foi criada a Comissão Externa da Câmara para avaliar os impactos da tragédia. Na época, Leonardo Quintão, relator do Código, fez uma maquiagem no projeto. Ganhou a simpatia da bancada ambientalista e da mídia. É mais uma armadilha. As propostas incorporadas foram elaboradas por um escritório de advocacia de São Paulo que tem a Vale e outras mineradoras como clientes. Código privatiza Pelo relatório, a Agência Naminerais cional da Mineração pode fazer declaração de utilidade pública e o concessionário pode desapropriar e “indenizar”. Não existe restrição para a exploração mineral, nem cláusulas socioambientais. Não menciona nenhuma garantia para as comunidades atingidas. Na verdade, acaba com processo licitatório e privatiza os bens minerais. Apresentei 19 emendas e nenhuma foi acatada. Elas visavam proteger a saúde dos trabalhadores nas minas e comunidades de entorno, áreas protegidas, povos indígenas, comunidades tradicionais, assegurar direitos dos atingidos e maior controle por parte do poder público. Precisamos ficar atentos para melhorar o projeto, que pode ser votado neste ano. Padre João é Deputado Federal pelo Partido dos Trabalhadores de MG.
Nesta semana, a 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro condenou 13 dos 25 policias envolvidos no caso do Amarildo da Silva, morador da favela da Rocinha desaparecido desde julho de 2013. O caso tomou conta do noticiário mundial, tanto que acabo de chegar da Inglaterra e a pergunta que mais me fizeram sobre o caso foi: “Porque o caso do Amarildo teve tanta repercussão já que no Brasil se tem caso desse tipo todos os dias?” Respondi que a vontade da família de sair em busca do Amarildo foi fundamental para o desdobramento do caso, mas o que obrigou a imprensa a cobri-lo foi outra coisa. Um mês antes de o Amarildo ser levado por policiais para sede da Unidade de Polícia Pacificadora da Favela da Rocinha, as ruas do Brasil viviam em uma situação inédita, inclusive as do Rio de Janeiro. Quase todos os dias do Justiça é não ter mês de junho e julho de novos Amarildos 2013 havia manifestações em alguma parte das grandes cidades do Brasil. Esse fenômeno fez com que todos os que já estavam nas ruas levantassem cartazes com uma pergunta que já entrou para história do nosso país: “Cadê o Amarildo?”. Entendo que a condenação dos policiais é uma forma de a Justiça reconhecer os atos criminosos dos envolvidos no caso, mas não posso chamar de justiça. Justiça pra mim seriam as providências que o Poder Judiciário deveria tomar para impedir o Estado de continuar atuando com sua força de maneira que permita novos casos Amarildos. Fazer as pessoas levantarem cartazes pedindo Justiça é muito mais fácil do que fazer a sociedade se levantar do sofá, por isso temos que enxergar a importância de estarmos nas ruas. MC Leonardo é colunista do Brasil de Fato RJ
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Novela Joaquim Vela também no email: quimvela@brasildefato.com.br
Divulgação
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
“Êta mundo bom!” me deixa otimista Escrita por Walcir Carrasco, dramaturgo com experiência em novelas de época, “Êta mundo bom!”, que estreou no mês passado na faixa das 18h, parece ter tudo para dar certo. Não apenas por retratar a década de 1940, ter um cenário predominantemente rural e uma atmosfera caipira, mas sobretudo pelo elenco de peso que dá vida aos personagens. Inclusive, vários atores que costumam seguir Walcir em suas novelas fazem parte da nova história!
O protagonista da vez é Candinho (Carlos Guizé), que foi inspirado no conto do filósofo francês Voltaire, intitulado “Candido”, o qual, grosso modo, fala de otimismos e desilusões na vida. Na novela, o rapaz foi abandonado por sua mãe biológica quando era bebê e acolhido pelo casal Cunegundes (Elizabeth Savalla) e Quinzinho (Ary Fontoura). Depois de adotar a criança, os pais adotivos têm outros três filhos. Quando adulto, Candinho passa a ser empregado da casa, e se apaixona pela irmã, Filó (Déborah Nascimento). Quando os dois
Cultura
ZAP 18 abrirá turmas para formação em teatro Divulgação
A Zona de Arte da Periferia, ZAP 18, oferecerá sete oficinas de teatro, iluminação, direção e capacitação ao longo do primeiro semestre. Podem participar pessoas de todas as idades e, para algumas turmas, não é necessário ter experiência na área. A ZAP 18, desde 2002, se dedica à formação de jovens, atores e atrizes na perspectiva do teatro de cunho político-social, que expresse questões coletivas e individuais. As inscrições podem ser realizadas entre 15 e 21 de fevereiro. Para mais informações, acesse http://migre.me/sSPDJ SERVIÇO O que: Oficinas de teatro, iluminação, direção e capactação. Inscrições: 15 a 21 de fevereiro
são vistos se beijando pela família, Candinho é expulso de casa. Nesse momento, ele é aconselhado por Pancrácio (Marco Nanini), seu grande mentor, a ir para São Paulo, procurar sua mãe biológica Anastácia (Eliane Giardini), que também está à sua procura sem ele saber. Na cidade grande, Candinho e seu burro Policarpo, passam por bons perrengues, mas ele nunca perde seu otimismo. Quando se reencontra com Filó na capital, que fugira de casa por causa do temperamento de seu pai, o moço descobre ser herdeiro de uma grande
fortuna, em função do amuleto que ele leva no peito desde que foi encontrado no rio. O que Candinho e Anastácia não sabem é que Sandra (Flávia Alessandra), sobrinha da viúva, fará de tudo para atrapalhar esse encontro, pois não quer deixar de ser herdeira da fortuna de sua tia. Vale a pena conferir a história! O texto é bom e engraçado. As atuações estão de dar gosto, pelo menos até agora. Mande sugestões de temas para discutirmos na coluna no quimvela@ brasildefato.com.br.
Nossos Direitos Atenção com o reajuste salarial Uma vez por ano ocorre a negociação coletiva entre sindicatos (representantes dos empregados e dos empregadores) ou do sindicato dos empregados diretamente com a empresa. Essa negociação abrange questões econômicas (reajuste salarial, vale alimentação, piso salarial) e sociais (estabilidades, creches). Isso sempre ocorre em um determinado mês (data-base) do ano, normalmente fixo para cada categoria profissional. Dessa negociação, pode resultar a Convenção Coletiva (acordo entre os sindicatos), ou, nos casos de não alcançarem o acordo, resultará em um dissídio coletivo, que será julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho. Os trabalhadores devem estar atentos para diferen-
ciar o reajuste salarial de uma promoção (aumento salarial), já que é comum o empregador conceder promoção no mesmo mês da data base, o que não é correto. Isso ocorre, normalmente, para embutir no “aumento” o percentual de reajuste que deve ser dado em função do acordo coletivo ou dissídio. O percentual do reajuste salarial e demais garantias dependem da negociação entre os sindicatos. Os trabalhadores mais organizados acabam obtendo melhores resultados, chegando muitas vezes a realizarem greve. Os trabalhadores do setor público não têm a mesma garantia de negociação coletiva dos trabalhadores do setor privado. Ronaldo Pagotto é advogado trabalhista.
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Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016 www.malvados.com.br Reprodução
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Ingredientes
Cada homem tem a sua singularidade, assim como as mulheres sĂŁo diversas. Entretanto, as questĂľes que fazem com que o comportamento dos homens seja parecido dizem respeito aos fatores histĂłrico-culturais. O patriarcado, sistema de dominação dos homens sobre as mulheres, embora pareça ser coisa do passado, estĂĄ presente atĂŠ hoje. Ele apenas mudou para se adaptar Ă s mudanças do mundo. Esse sistema beneficia os homens de diversas formas: coloca o peso das tarefas domĂŠsticas sobre as mulheres; responsabiliza mais as mulheres em relação aos cuidados; beneficia economicamente os homens com melhores remuneraçþes e postos de trabalho, naturaliza o comportamento infiel dos homens, etc. Nessas circunstâncias, mesmo aqueles que se dizem avançados e condenam o machismo, uma hora ou outra, acabam se deixando levar pelos benefĂcios que o patriarcado lhes confere. Por isso ĂŠ muito importante que as mulheres se organizem para combater esse sistema de dominação cotidianamente, o que chamamos de feminismo. Mande sua dĂşvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa Aqui vocĂŞ pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da SaĂşde Coren MG 159621-Enf.
14 ENTREVISTA 14
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
“Se a Prefeitura conhecesse mais a própria rua, a relação do poder municipal com este novo carnaval seria menos pior” FESTA POPULAR Pesquisador e estudioso do Carnaval belo-horizontino conta um pouco da história e discute os desafios de hoje dessa tradição Arquivo Pessoal
Raíssa Lopes O historiador Marcos Maia, que estuda as peculiaridades e construção do Carnaval de Belo Horizonte, afirma que a festa nunca morreu, apenas passou por um processo de revitalização. Em entrevista ao Brasil de Fato MG, ele também atribui a continuidade da festa à luta incansável das escolas de samba e declara: a Prefeitura está distante dos blocos e dos foliões. Brasil de Fato - Como surgiu o Carnaval em Belo Horizonte? Quais eram suas principais características? Marcos Maia - No primeiro carnaval de Belo Horizonte, os novos moradores e os antigos habitantes do Curral Del Rei já tinham suas brincadeiras de rua e realizavam algumas festas, em 1898. A primeira agremiação de que temos registro são as “grandes sociedades”, ou clubes, como eram aqui chamados. As atividades reuniam setores da elite da cidade e tinham como característica seus imponentes carros alegóricos.
“As escolas de samba, desde 1937, foram fundamentais para manutenção do calendário” É correto afirmar que o Carnaval de BH quase morreu alguns anos atrás? Acho um equívoco falar de decadência, assim como é difícil elencar um auge da festa. Tivemos um período marcado pelas grandes sociedades, outro pelos ranchos e cordões, depois vieram as escolas de samba a partir de 1937, que em sua trajetória têm
cos caricatos sempre estiveram no carnaval, exceto durante anos da segunda guerra e em um período da década de 1990. As escolas de samba, desde 1937, foram fundamentais para a manutenção do calendário, inclusive no sentido simbólico. Existe uma tendência de crescimento da festa na rua em BH? Seria aventureiro arriscar uma opinião neste momento. Acho que devemos atentar para os problemas que as próprias entidades e grupos levantam. Posturas como defesa da gratuidade da festa, banheiros químicos, comercialização abusiva e outras são decisivas.
Marcos Maia: “Os blocos de rua são parte da história de Belo Horizonte”
momentos distintos. Mais importante do que procurarmos os motivos dos altos e baixos, na minha opinião, é atentarmos para estes ciclos – suas características, composições sociais, relações com o Estado, com a mídia e com o poder econômico.
O que a Prefeitura deveria fazer para apoiar a
festa? Podemos apontar algumas coisas que já são claras. Como, por exemplo, ouvir os blocos de rua, as escolas de samba, blocos caricatos. Não apenas ouvir formalmente, para comunicar decisões, fazer “performance”, mas realmente considerar as reivindicações e reclamações deles. Infelizmente, a prefeitura está distante dos brincantes, principalmente deste carnaval dos blocos de rua. Não conhece a base, como se diz. Sei que não é só este o problema, temos outros de natureza econômica e política que são desagradáveis, para não dizer perversos. Mas, se a PBH conhecesse mais os blocos, a própria rua, as relações com este novo carnaval de rua poderiam ser menos piores.
Educação, trabalho, cidadania e pautas sociais sob o olhar dos professores
“As segmentações entre periferia e centro são várias, uma divisão de classe social” Hoje, em Belo Horizonte, existe um Carnaval de periferia e outro do centro? As segmentações entre periferia e Centro são várias. Mas existe, sim, uma divisão nos grupos de brincantes, advinda da própria divisão social, de classe social mesmo. Se o carnaval cresceu nos últimos anos foi porque o setor que compõe os blocos de rua é de classe média. As escolas de samba e blo-
SÁBADO - 10H - REDE MINAS • REPRISE - TERÇA - 12H30
Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais Sugestões e comentários: extraclasse@sinprominas.org.br Filiado à Fitee, Contee e CTB - www.sinprominas.org.br f Sinpro Minas
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ESPORTES
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
Gaviões da Fiel protesta contra escândalo da merenda
na geral
Triatlo em luto Arquivo pessoal
FUTEBOL E POLÍTICA Ato foi realizado em frente à sede da Federação Paulista Reprodução / Twitter
Na quarta-feira (3), a torcida corintiana Gaviões da Fiel realizou um ato contra a Federação Paulista de Futebol (FPF). A manifestação foi realizada em frente à sede da entidade e reuniu milhares de torcedores. Na decisão da Copa São Paulo, jogada contra o Flamengo, a Gaviões acendeu sinalizadores e foi punida pela FPF. No período de 60 jogos, a torcida não poderá entrar em estádios paulistas com objetos que a identifiquem, como faixas e instrumentos musicais. “O que há de pior para o futebol são os escândalos de corrupção, o valor abusivo dos ingressos, os esquemas de empresários, a mercantilização da paixão, a elitização e esbranquiçamento das arquibancadas. Não as faixas, bandeiras, instrumentos, cânticos e
VocêSabia? Os chineses podem ter sido os precursores do futebol. Entre os séculos II e III antes de Cristo, havia na China um jogo chamado Tsu’ Chu, que consistia em chutar uma bola de couro na direção de uma pequena rede sustentada por duas traves de bambu. Os praticantes podiam usar os pés, costas, ombos e peito, mas não as mãos. Já a versão mais atual do futebol, como conhecemos, começou a ser criada na Inglaterra, em 1863.
das canções dizia: “Eu não roubo merenda, eu não sou deputado. Trabalho todo dia, não roubo meu estado”.
Gaviões foi punida com suspensão de 60 jogos, por acender sinalizador
Protesto reuniu milhares de torcedores
muito menos a pirotecnia”, afirma a Gaviões, em nota publicada em seu site. Escândalo da merenda
Além do protesto contra a decisão da FPF, a Gaviões também entoou cânticos contra o escândalo da merenda em São Paulo. Uma
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual de São Paulo investigam um esquema de adulteração de contratos e preços de alimentos para merenda escolar, envolvendo o governo do estado e algumas prefeituras paulistas. Entre os investigados, consta o deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa e exchefe de gabinete da Casa Civil de Geraldo Alckmin.
O triatleta Eldes Ayres, de 35 anos, morreu no último domingo (31), vítima de atropelamento. Ele foi atingido por uma pick-up desgovernada, enquanto treinava numa rodovia em Manaus. O carro o arrastou por mais de 150 metros. Na sexta-feira (29), Ayres havia conquistado o primeiro lugar na corrida Pan Night Run, edição de carnaval, representando a escola de samba A Grande Família, que neste ano aborda o tema da “Paz no Trânsito”.
Incentivo paralímpicoReprodução / CPB
Curto e Grosso
Os limites da Primeira Liga Divulgação
Wallace Oliveira Dúvidas e expectativas circundam a Primeira Liga. Quem defende a moralização do esporte tem esperanças de que a Liga dê independência aos clubes frente à CBF, deixando o futebol melhor. Todos têm se perguntado: será que a Liga chega ao fim? Mas a pergunta que não cala é: até que ponto a Liga tem rompido com as velhas estruturas do futebol brasileiro? Em três aspectos, ao menos, as coisas permanecem como antes. Os clubes ainda são entidades autoritárias, nas quais os torcedores não têm direito a
opinar e participar de decisões importantes. Além disso, para dar o pontapé inicial da Copa Sul-Minas-Rio, a Liga teve que pedir o consentimento da CBF, fato bastante criticado por Ale-
xandre Kalil. Por fim, a Liga não rompeu com a TV Globo, que continua definindo os horários dos jogos e que pagará pela transmissão da Copa o pífio valor de R$ 5 milhões.
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desembolsará cerca de R$ 3 milhões em premiações a paratletas por conquistas nos Jogos do Rio 2016, em setembro. A bonificação se dará de acordo com a cor da medalha e por medalha conquistada. Calheiros, pilotos e atletas-guias também terão direito ao bônus. A intenção é colocar a delegação brasileira entre as cinco primeiras no ranking mundial.
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ESPORTES
Belo Horizonte, 05 a 11 de fevereiro de 2016
Bugre goleia Coelho com dancinha e calor dos infernos ESTADUAL Com a vitória, time de Divinópolis ocupa provisoriamente a vice-liderança, atrás apenas do Cruzeiro Divulgação / Flamengo
Em jogo marcado por passes errados e um calor de rachar a testa, o Guarani de Divinópolis trucidou o América, com direito a dacinha do “Ta tranquilo, ta favorável”. A partida, jogada na tarde da quinta-feira (4), valeu pela 2ª rodada do Campeonato Mineiro e aconteceu no Estádio Farião, em Divinópolis. O Bugre, que dominou a partida, marcou os três gols no segundo tempo: Jonathan recebeu passe em profundidade de Carlo Eduardo e abriu o marcador; o mesmo Jonathan cobrou escanteio para Marcos Vinícius finalizar de cabeça. Por fim, Carlos Eduardo fechou o placar em cobrança
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução Reprodução
Para ser sincero, os torcedores querem que a Globo vá para ‘aquele lugar’. Tenho certeza de que haverá represálias da Globo, mas estamos decididos
César Conforti, vice-presidente do Santos, sobre a decisão do clube de negociar os direitos de transmissão em TV fechada com o canal Esporte Interativo.
Jogadores comemoram gols com dancinha do “Ta tranquilo, ta favorável.
de pênalti. Final: Guarani 3 x 0 América. Os próximos jogos da segunda rodada serão dispu-
tados no sábado (6), com exceção do Atlético, que recebe a Caldense na quarta-feira (10), no Independência.
Gol de placa
Jogadores de Larisa e Acharnaikos, times da segunda divisão do campeonato grego de futebol, se sentaram por dois minutos no gramado em protesto contra a morte de refugiados africanos no mar que separa a Grécia da Turquia. A torcida aplaudiu o ato de pé.
Gol contra
A Conmebol reduziu punições que atletas e clubes cumpririam em seus torneios. O Boca Juniors, por exemplo, faria oito jogos sem sua torcida, em função do caso com gás de pimenta na partida contra o River, na Libertadores de 2015. Agora, sua “hinchada” ficará ausente apenas em dois embates.
Time de Primeira Irene Coelho O América, que tinha a chance de terminar a rodada na liderança do Campeonato Mineiro, jogou mal e perdeu feio para o Guarani. Enretanto, é cedo para qualquer projeção. O time vinha bem neste início de temporada, demonstrando bom toque de bola, controle do meio campo, boa transição para o ataque e segurança na defesa.
Não se pode precipitar nenhuma avaliação sobre o futuro da equipe. Com o Cruzeiro desarrumado e o Atlético focado na Copa Libertadores, é possível sonhar com o título do Campeonato Mineiro, que não vem desde 2001. Mas, para que este sonho se concretize, é preciso que o Coelho aprenda com a derrota, tomando a partida da quinta-feira com base para corrigir os erros.
É Galo Doido Rogério Hilário No início da temporada, sobra tempo para especulações. E dá-lhe Robinho, Nilmar e outros menos votados. Os argumentos dos cronistas de plantão seguem os clichês esportivos: peças de reposição, competições de ponta, dinheiro em caixa. Sem contar a propalada ousadia alvinegra, responsável, segundo os aduladores dos dirigentes, pelos títu-
los da Libertadores e da Copa do Brasil. No final das contas, ficamos sabendo que os pretendidos ganham muito, os clubes de origem querem mais ainda e a concorrência atrapalha. O torcedor é tratado como idiota, pois nem os contratados ganham condições de jogo por causa da demora na entrega da documentação. Mesmo sem o ritmo ideal, o melhor seria ver a equipe em campo.
O Time do Povo Léo Calixto A montagem do elenco celeste para a temporada de 2016 segue de vento em popa, mesmo após as estreias em campeonatos oficiais. Nesta semana, chegaram ao clube o brasileiro/uruguaio Gino e o argentino Romero. Ambos exercem a função de primeiro volante e têm bom passe para a saída de bola. Jogador com essa função no elenco cinco estrelas, só ti-
nha Henrique. Apesar de estarmos no início da temporada, já é possível perceber as mudanças de comportamento tático da equipe e, consequentemente, algumas dificuldades. Para que sua teoria de futebol ofensivo funcione, Deivid precisa dar mais consistência ao time. Para isso, uma organização defensiva e maior profundidade nas ações ofensivas são essenciais.