GERAL 3
Minas Gerais
14 CULTURA
Divulgação
A verdade é dura
Canto contra o golpe
Você sabia que a Globo apoiou a ditadura? Nas ruas, povo se mostra perplexo com a postura antidemocrática da Vênus Platinada
Em BH, grande show na Praça da Estação contou com participações de vários artistas, como Vander Lee, que declarou: “a solução é ir pra rua e não ceder a essa dura e triste opressão!”
01 a 07 de abril de 2016 • edição 129 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita
Pela democracia e pelos direitos Lidyane Ponciano
Isis Medeiros
Mobilizações
Cidadãos saem às ruas em todo o Brasil, exigindo respeito ao Estado democrático e à Constituição. Na quinta-feira (31), manifestações ocorreram em diversas cidades, como Brasília (esq.) e BH (dir.)
O que está em jogo
O programa dos defensores do impeachment da presidenta Dilma inclui retirar direitos dos trabalhadores, entregar as riquezas nacionais para estrangeiros e cortar investimentos na saúde, educação e seguridade social
ESPECIAL BRASIL 6
ESPORTES 16
Faltam casas abrigo
Moro fora de investigação
Time do coração
Em Minas, apenas três cidades contam com locais que acolhem mulheres que sofreram violência. Nas casas, vítimas são amparadas com tratamento psicológico, social e jurídico
Supremo confirma decisão que retira de Sérgio Moro as investigações sobre o expresidente Lula. Teori Zavascki criticou vazamento de informações
O primeiro encontro: torcedores contam como foi o dia em que escolheram seu time. Você também pode mandar sua história para o jornal
CIDADES
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 01 a 07 de abril de 2016
Editorial | Brasil
Golpe midiático e jurídico ameaça democracia ais uma vez em nossa hisM tória, a classe rica ameaça as liberdades democráti-
ESPAÇO dos Leitores
cas e a legalidade do país. Episódios como os golpes militares na América Latina - como o do Brasil em 1º de abril de 1964 - demonstram que as elites, quando se sentem ameaçadas, rompem com a institucionalidade e instauram regimes autoritários. Os ricos, a depender da ocasião, são os primeiros a rifar todos os direitos conquistados e a própria ordem constitucional.
“Cultura na veia!” Simone Freitas comentando a matéria “‘No vermelho’: documentário retrata vida dos trabalhadores e artistas de sinal”
“Apareceu o nome dele, por isso o sigilo”. Maria Lenir comentando a matéria “Moro põe planilha da Odebrecht sob sigilo após divulgação”
“Essa empresa deveria ser proibida de ficar aqui, além de, claro, indenizar as vítimas e o meio ambiente”. Pedro Silva comentando a matéria “Câmara de Mariana aprova repasse de doações a atingidos pela barragem da Samarco”
“Toda essa onda tem motivação... Espoliar as riquezas do Brasil e retirar direitos que lutamos muito para conquistar”. José Geraldo Martins comentando “Impeachment de Dilma vai alavancar projetos que prejudicam os trabalhadores, alerta Diap”
Meios de comunicação não são neutros Globo defende seus interesses Quando assistimos aos grandes meios de comunicação, como a Globo, é preciso lembrar que são, antes de tudo, grandes empresas. Pertencem a pessoas, empresários, que têm interesses políticos e econômicos. Não são neutros e imparciais, como tentam vender. Nesse momento, eles estão comprometidos com o golpe, e afirmam abertamente em seus editoriais que desejam a saída da Dilma. Manipulam, quando, por exemplo, buscam “especialistas” para dizer que impeachment é previsto na Constituição, e portanto, não é golpe. Só que não explicam que impeachment é previsto sim, mas para ser utilizado é preciso que
a presidenta tenha cometido algum crime. O que não ocorreu. Não tendo crime, impeachment é golpe. Alguém já viu a Globo explicar isso? Muita gente acha que o motivo do pedido de impeachment da Dilma é corrupção. Mas na verdade ela não está sendo investigada, porque não há indícios disso. Lava Jato Diversos juristas denunciam que a Constituição está sendo violada na condução da Lava Jato. Por exemplo, os grampos em ligações telefônicas envolvendo a Presidenta da República e advogados atentam contra divisão dos poderes e sigilo entre cliente e advogado. Precisamos usar a legalidade constitucional para denunciar o crescimento das ilegalidades do sistema jurídico. Justamente quem deveria lutar para conservar o Estado Democrático de Direito está contribuindo para o seu fim. As arbitrariedades do Judiciário, insufladas pela mídia, atingem cotidianamente os mais pobres e agora põem em risco os poucos avanços sociais dos últimos anos. Mais do que nunca, precisamos da reforma política, que não poderá vir por meio do Congresso, que deixa claro estar corrompido por interesses corporativos. É urgente definir um caminho que passe pela retomada do poder constituinte para garantir nossa soberania. Só com soberania teremos liberdade para traçar nosso futuro com nossas próprias mãos.
Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em MG, no Rio e em SP. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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Belo Horizonte, 01 a 07 de abril de 2016
Mandou bem
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Frase da Semana
GERAL
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Divulgação
“É muito importante que a Mulher Maravilha volte à vida. Nós precisamos de mais super-heroínas” afirmou a atriz que interpreta a Mulher Maravilha, Gal Gadot, em conversas com fãs no Twitter
Trilha no parque O Parque Estadual Serra Verde, em Belo Horizonte, oferece trilhas gratuitas uma vez por mês. Os passeios têm temas relacionados à fauna, flora, solo e belezas naturais da cidade. Em 2 de abril acontece a Trilha da Água, com o objetivo de visitar os principais cursos d’água da Unidade de Conservação. Para inscrições e mais informações, o telefone é (31) 3455-5266.
Serviço
Casais homoafetivos terão mais facilidade para registrar filhos Reprodução
PERGUNTA DA SEMANA 1º de abril é a data em que o golpe militar completa 52 anos. Um regime que trouxe leis rígidas ao Brasil e assassinou centenas de pessoas. Não por acaso, é também o mês de aniversário da Rede Globo de Televisão, que apoiou e recebeu apoio do governo militar até os seus últimos dias, em 1989.
E você, sabia que a Globo apoiava a ditadura militar?
O registro de crianças por casais homoafetivos ficou mais simples. O Conselho Nacional de Justiça editou o provimento 52/2016, que proíbe que oficiais se neguem a registrar crianças geradas por técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro e a gestação por substituição, conhecida como “barriga de aluguel”. Caso haja recusa do cartório, os oficiais podem responder por processo disciplinar.
#BombouNaRede Reprodução
Racismo (de novo) no BBB
Eu não sabia que a Globo apoiava isso. Acho muito ruim. Os problemas do país não são resolvidos com ditadura política, porque os políticos entram no poder e não podemos nem saber da corrupção que acontece. Maria Aparecida, operadora de TV
Onde tem política, a Globo está no meio, mas pra mim é surpresa que ela teve coragem de apoiar a ditadura. Foi um governo que teve um monte de crimes, de tortura, que não deixava o povo se manifestar na rua. Não é certo a TV apoiar isso não. Airton, serviços de reforma
Uma das participantes do Big Brother Brasil, Munik, decepcionou espectadores com frases racistas ditas no domingo (27). Ao lavar a louça da casa, Munik comentou “O povo nem o prato que come tem coragem de levar na pia, está pensando que tem empregada aqui? Está pensando que tem negra aqui?”, e continuou reclamando: “Munik, a negra do BBB”. No twitter, a tag #MunikRacista foi uma das mais usadas no domingo.
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CIDADES
Belo Horizonte, 01 a 07 de abril de 2016
Um lugar de esperança para mulheres em situação de violência
FATOS EM FOCO
Paralisação da saúde em Contagem
PROTEÇÃO Casas Abrigo recebem vítimas e filhos que se recuperam de agressões domésticas Reprodução
asas”, diz Xica. “Nós que sofremos violência não conseguimos sair sozinhas”, completa. Xica se tornou uma empreendedora nos dias de convivência no abrigo, criando uma cooperativa com outras mulheres. Hoje, ela é coordenadora do Fórum de Economia Solidária. “Sei que tenho valor. Sou protagonista da minha vida”, garante.
Rafaella Dotta
“
Um dos lugares mais inseguros para a mulher hoje é a sua própria casa”, alerta a subsecretária estadual de Políticas para Mulheres, Larissa Borges. Ela cita o Mapa da Violência 2015, relatório que mostra que 27% dos homicídios contra mulheres acontecem dentro de domicílios. O perigo de morte é um dos principais motivos para a existência das Casas que recebem mulheres que não podem continuar morando em suas residências, junto ao agressor. Em Minas Gerais, três cidades possuem Casas Abrigo para mulheres em situação de violência: Belo Horizonte, Governador Valadares e Uberaba, totalizando cerca de 50 vagas. Nelas,
27% dos homicídios contra mulheres ocorrem dentro de casa
as mulheres recebem tratamento psicológico, social e jurídico e podem permanecer por três meses, prorrogando o tempo, se necessário. As casas, que têm seus endereços resguardados, recebem também os filhos das vítimas. Superação
No momento da violência, a indicação é ligar para o 190. Depois do momento da urgência, a orientação é ligar para o 180, a Central de Atendimento à Mulher, ou procurar a Delegacia da Mulher.
2003 foi o ano de Francisca Maria da Silva, a Xica, sair da situação de violência em que vivia. Ela passou por dez anos de cárcere privado, espancamentos e dois abortos forçados em seu próprio banheiro. A decisão de sair de casa aconteceu quando ficou sabendo que em Belo Horizonte poderia ser acolhida na Casa Abrigo Sempre Viva. “O mais importante é a mulher saber que pode ser abrigada, ela cria forças, que é o mesmo que criar
Procurando ajuda De acordo com a coordenadora do Centro de Atendimento à Mulher (Cerna), Lúcia Helena Apolinária, os abrigos são a última, mas importante, opção. “Nem todas as mulheres agredidas necessitam ou querem o abrigamento”, fala. Antes de acessar esse serviço, as vítimas podem passar por uma série de atendimentos fornecidos pela Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, desde as delegacias especializadas até consultas psicológicas.
Ocupação exige nova Casa Abrigo em BH APOIO Movimento batalha pela criação de serviços para mulheres
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esde o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, um prédio na Rua Guaicurus segue ocupado por mulheres que requerem uma nova Casa Abrigo em Belo Horizonte. O local é de responsabilidade do Tribunal Regional do Trabalho e estava abandonado há 9 anos, segundo Thatiane Matia, integrante do Movimento de Mulheres Olga Benário e uma das organizadoras da ocupação. “Hoje existe apenas uma
Reprodução
casa, com 13 vagas, para atender a toda a região metropolitana de BH”, destaca Thatiane. Segundo números da Secretaria estadual de Defesa Social de 2015, foram recebidas em média 350 denúncias de mulheres violentadas por dia em Minas Gerais. A Secretaria de Patrimônio da União (SPU), proprietária do prédio, afirma que notificou as ocupantes em 11 de março quanto ao que considera “ocupação ir-
Em 2015, foram recebidas em média 350 denúncias de mulheres violentadas por dia
regular” do imóvel. O movimento permanece no local e afirma que somente de-
socupará o prédio caso seja transformado em centro de serviços à mulher. (RD)
Trabalhadores da saúde de Contagem realizam paralisação de 48h para reivindicar melhores condições de trabalho e reajuste salarial. As atividades foram interrompidas às 7h da última quinta-feira (31) e devem continuar até às 7h de sábado (2). A mobilização conta com 80% de adesão e inclui médicos da rede pública. Os trabalhadores exigem, ainda, melhorias na estrutura das unidades de saúde e distribuição de medicamentos e materiais descartáveis que, de acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores de Saúde de Contagem (Sind-Saúde), estariam em falta. O reajuste pedido é de 30% para as categorias em geral e 40% para técnicos em enfermagem .
Aplicativo para FGTS Na quinta-feira (31), a Caixa Econômica Federal lançou um aplicativo que permitirá ao trabalhador consultar seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A ferramenta foi lançada em comemoração aos 50 anos do fundo. Os extratos enviados por SMS ou papel não serão extintos, caso o usuário não solicite a interrupção do envio. Para acessar o aplicativo, é preciso um cadastro, informando o Número de Identificação Social (NIS). O número pode ser encontrado na carteira de trabalho, nos extratos de FGTS ou nas agências da Caixa.
Belo Horizonte, 01 a 07 de abril de 2016
MINAS
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Leilão de terrenos da Prefeitura é suspenso pela Justiça ILEGALIDADE Ação da Auditoria Cidadã da Dívida apontou falta de transparência no processo Reprodução Google Maps
Wallace Oliveira
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inte terrenos públicos, cedidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, seriam leiloados na semana passada pela empresa PBH Ativos S/A. Entretanto, a Justiça suspendeu a venda, atendendo a uma ação da Auditoria Cidadã da Dívida. A ação foi proposta por três advogados populares e pediu a suspensão e a anulação da licitação, pelo fato de não ter sido apresentado um conjunto de documentos exigidos por lei. “Devido aos princípios da transparência, informação e publicidade, a Prefeitura e a PBH Ativos deveriam disponibilizar toda a documentação, mas isto não aconteceu. Pelos sites, só tivemos acesso ao edital, aos registros, lista de
imóveis e laudo de informação do imóvel. Esse laudo, porém, serve apenas para fins de construção, mas não de avaliação dos terrenos”, explica a advogada Sirlei de Sá Moura. Ela relata que nem mesmo a Secretaria de Obras estava a par do leilão. Os critérios para a venda não foram justificados no edital, o que con-
traria a Lei das Licitações, e a avaliação prévia dos terrenos não foi feita, com os preços e os nomes dos responsáveis pela avaliação. “Um imóvel foi doado à PBH Ativos por determinado valor, mas lançado no leilão abaixo de seu valor inicial. Por que a PBH Ativos vende imóveis por menos do que lhe foi repassado?”, questiona.
para revogar a medida e permitir a continuidade do leilão, quando de posse desses documentos. Entretanto, de acordo com
Por que a PBH Ativos vende imóveis por menos do que lhe foi repassado?” Resposta Em nota publicada em seu site, a PBH Ativos afirmou que está providenciando “documentos que comprovem a existência dos laudos no processo administrativo e a lisura de todo o processo”. Ainda, segundo a nota, a Justiça terá todas as condições
questiona advogada Sirlei, a licitação tem que ser anulada. “Mesmo se a PBH mostrar os documentos, a licitação é ilegal, pois esses requisitos deveriam ter sido cumpridos antes e não agora”, defende.
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BRASIL
Belo Horizonte, 01 11 a 07 17 de abril marçodede2016 2016
Maioria dos ministros mantém no Supremo investigação sobre Lula Antonio Cruz / Agência Brasil
André Richter Agência Brasil
maioria dos ministros A do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
manter decisão do ministro Teori Zavascki que determinou a suspensão das investigações da Operação Lava Jato sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a decisão, a parte da investigação que envolve Lula continuará no STF e não poderá ser conduzida por Moro. Seguiram o relator, Teori Zavascki, os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Faltam os votos de três ministros.
Ministro do STF diz que Moro errou ao divulgar conversas da presidenta
Zavascki disse queinvestigações devem ser feitas dentro da lei para evitar anulações
Em seu voto, Zavascki defendeu as investigações da Lava Jato, mas disse que elas devem ser feitas dentro da lei para
anúncio COOPERATIVA DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA AGRICULTURA CAMPONESA - COOPERTRAC CNPJ: 07.661.249/0001-97 NIRE: 31400047930 Edital de Convocação para a Assembléia Geral Ordinária. A Cooperativa dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Camponesa - COOPERTRAC, inscrita no CNPJ: 07.661.249/0001-97 e atualmente composta de 55 sócios, vem através da sua Coordenação Colegiada, observado os artigos n° 23 e 24 de seu Estatuto Social, convocar seus sócios para a Assembléia Geral Ordinária, a se realizar no dia 15 de Abril de 2016, no Centro de Formação do Assentamento Estrela do Norte, localizado no Km 14 da Estrada da Produção, Município de Montes Claros/MG. A assembléia terá como ordem do dia: 1) Leitura e aprovação da ordem do dia 2) Apresentação do balanço e deliberação sobre a prestação de contas do exercício anterior, compreendendo o relatório da gestão e o balanço geral; 3) Analisar e aprovar o planejamento anual da cooperativa; 4) Discutir e deliberar sobre a mudança de endereço da Cooperativa; 5) Eleição da nova Coordenação Colegiada e do novo Conselho Fiscal. A 1ª convocação será para as 08h00, sendo o quorum mínimo necessário para a instalação da assembléia geral de 75% dos cooperados; a 2ª convocação será para as 09h00, sendo o quorum mínimo necessário para a instalação da assembléia geral de 60% dos cooperados; e a 3ª convocação será para as 10h00, sendo o quorum mínimo necessário para a instalação da assembléia geral de 10 cooperados. Sem mais para o momento, ficam todos os sócios(as) convocados a participar. Atenciosamente,
Marília Carla de Mello Gaia Coordenadora Geral da COOPERTRAC Belo horizonte, de 30 de Março de 2015.
evitar anulações. Para o ministro, Moro não poderia ter divulgado as conversas por envolver a presidente
da República, cargo que tem foro privilegiado por prerrogativa de função na Corte. “Para o Poder
Judiciário, sobretudo para o Supremo Tribunal Federal (STF), é importante que tudo isso seja feito com estrita observância da Constituição Federal. Evitar eventuais excessos que se possam cometer. Não será a primeira vez que por força de cometimento de ilegalidades no curso das investigações, STF e o STJ anularam procedimentos criminais”.
Novo artifício de Cunha pode acabar com seu processo de cassação Em mais uma manobra para tentar se livrar do processo de cassação no Conselho de Ética, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acertou com líderes partidários nessa terça-feira (29) a
aprovação de um projeto que muda a composição de todas as comissões da Casa. A mudança aumentaria as vagas de aliados do político no colegiado. A nova resolução prevê o recálculo da proporcionalidade partidária na
Câmara, o que poderia retirar do Conselho pelo menos três deputados que votavam contra Cunha no processo por quebra de decoro parlamentar, que se arrasta há quase cinco meses.
L IA C PE ES Ã O IÇ ED
Minas Gerais
• Abril de 2016 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita
O que está em jogo?
EDITORIAL
O que querem os que defendem o impeachment
Quem assiste televisão, ouve rádio e lê os jornais tem ficado assustado. Com medo, até. Parece que o mundo está acabando. E, segundo a mídia, é tudo culpa dos políticos. Não de todos, mas principalmente da presidenta Dilma e de seu partido, o PT. Mas essa não é a verdade. Uma parte das elites, incluindo Aécio Neves e o PSDB, não aceitaram a derrota nas eleições de 2014. Outros segmentos, como os grandes meios de comunicação, a exemplo da Globo, os mais ricos e parte do empresariado, também não. A investigação Lava Jato foi aproveitada como arma e passou a atuar com fins políticos, investigando apenas alguns.
O objetivo deles não é apenas retirar Dilma, ou o PT, do governo. Muito menos acabar com a corrupção. Dilma não está sendo investigada. O que eles querem é a volta da agenda neoliberal, que inclui retirada de direitos, privatizações, menos investimento em saúde e educação, fim da política de cotas, mais terceirização, menos investimento do Estado na vida das pessoas. Nesta edição o Brasil de Fato traz algumas dessas propostas da direita golpista, para que o leitor não tenha medo: nem de desligar a televisão que mente e trama o golpe abertamente, nem medo de ir para a rua, lutar contra o golpe e por mais direitos.
8 ESPECIAL
Belo Horizonte, abril de 2016
Pré-sal pode ir para empresas estrangeiras Agência Petrobras
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ramita em regime de prioridade na Câmara dos Deputados o projeto de lei (PL 4567/16) que retira a obrigatoriedade da Petrobras de participar da extração do pré-sal. A proposta, de José Serra (PSDB-SP), pretende facilitar que empresas estrangeiras atuem como operadoras do petróleo brasileiro. A legislação atual, aprovada no governo Lula, garante exclusividade da Petrobras na condução e execução de todas as atividades de exploração e produção. Para o diretor do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG) Felipe Pinheiro, “um dos motivos por que querem tirar a Dilma, com certeza é a entrega do pré-sal”, alerta.
Partilha X Concessão
Legislação atual garante exclusividade da Petrobras na condução de atividades de extração e exploração do pré-sal
Em vigor desde 2010, o modelo de partilha adotado para a exploração dos campos do pré-sal determina que a União é a única proprietária do petróleo, cabendo à empresa contratada arcar com os custos e riscos da operação em troca de uma parte do produto extraído. No caso da concessão, defendida pelos partidos que querem o impeachment, PMDB e PSDB, a dona do petróleo é a empresa concessionária. As petrolíferas são livres para administrar e comercializar o petróleo, essa medida pode afetar a indústria nacional e comprometer as gerações futuras com uma extração desenfreada.
Menos investimento em saúde e educação Como forma de aumentar o investimento na saúde e educação, o governo federal sancionou duas leis que estão relacionadas à exploração do pré-sal. A Lei dos Royalties, de 2013, determina que 75% dos royalties devem ser para educação e os outros 25% para a saúde. Já o Fundo Social Soberano, garantido pela Lei 12.351/10 – que insti-
75% dos royalties devem ser destinados para o ensino público e 25% para a saúde
Tirar Dilma facilita entrega do pré-sal
Fundo Social Soberano já conta R$ 5,8 bilhões
tuiu o regime de partilha –destina metade dos recursos para educação. Atualmente, o Fundo já conta com R$ 5,8 bilhões. Embora o PL 4567/16 não aponte mudança nessas legislações, a sua aprovação refletiria na diminuição dos investimentos na saúde e educação. “A questão é que o custo de produção da Petrobras é mais baixo devido à tecnologia que só ela tem. Se entrar outra petrolífera, o custo será maior, o que significa menos recursos a serem repassados para o Estado”, explica Felipe.
Em 2014, a previsão era que, somente a exploração do Campo de Libra renderia R$ 300 bilhões em royalties em 30 anos
Desvalorizar para privatizar Reprodução
O professor de relações internacionais na Universidade Federal do ABC Igor Fuser aponta que faz parte de uma estratégia do capital a campanha de desgaste de empresas públicas, com o objetivo de facilitar a ven-
da. Ele explica que esse mecanismo aconteceu no Brasil, na década de 1990, com a privatização da Vale e outras companhias, por exemplo. “A direita lança seus ataques às estatais, com des-
taque para a Petrobras, a partir da oposição, utilizando os recursos de poder ao seu alcance, a mídia empresarial e o aparato policial e judiciário. Os meios mudaram, mas o objetivo é o mesmo”, explica o professor.
Belo Horizonte, abril de 2016
Plano econômico proposto por PMDB mexe nos direitos trabalhistas
ESPECIAL 9
Mapa da democracia
“PONTE PARA O FUTURO?” Documento propõe que acordos tenham força superior à da legislação Divulgação
A
pós anunciar a saída do governo, sinalizando o apoio ao processo de impeachment, o PMDB já prepara seu programa de gestão caso a queda de Dilma se consolide. Um dos pontos defendidos é que na área trabalhista, as “convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais”. A ideia foi apresentada em nova versão do documento chamado “Ponte para o Futuro”. Os pontos incluem o corte no subsídio ao setor industrial, fim do uso do FGTS para financiamento do Minha Casa, Minha Vida, a ideia de ampliar a privatização do ensino médio e limitar o número de bolsas do Fies. Direitos trabalhistas
Programa do PMDB propõe privatização do ensino médio e corte de bolsas
Versão atualizada do programa do PMDB propõe cortes sociais
Renan Kalil, procurador do trabalho e mestre em direito, explica que o programa do PMDB do negociado valer sobre o legislado “é uma propos-
ta para o que for acordado em negociação coletiva, entre sindicato dos trabalhadores e empresa, ou sindicato patronal, tenha mais força do que
disposto em lei”, explica. Para a juíza Carolina Gralha Beck, o trabalhador é que sai prejudicado diante dessa situação. “É um verdadeiro retrocesso nas relações trabalhistas”, observa. A reportagem entrou em contato com a Fundação Ulysses Guimarães, responsável pela redação e divulgação do “Ponte para o Futuro”, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
Terceirização pode aumentar Reprodução
rios aos interesses dos trabalhadores devem ser votados de forma acelerada. “O entendimento dos empresários é de que em um governo do PMDB/PSDB, a terceirização irrestrita será aprovada. Os parlamentares que defendem o golpe no Congresso são os mesmos que defendem, por exemplo, a terceirização irrestrita”, completa.
Sindicalista afirma que projetos que retiram direitos serão votados de forma acelerada
O projeto de lei 30/2015, em discussão no Senado, permite que atividades-fim, ou seja, que fazem parte da principal atividade da empresa, também sejam terceirizadas. Hoje, a possibilidade se limita às atividades-meio.
“Há dados que comprovam as péssimas condições de trabalho do terceirizado. Ele tem salários mais baixos, está mais sujeito a acidentes e mortes, mais doenças ocupacionais, menos benefícios, maior índice de rotatividade, maior
jornada de trabalho e maior constatação de trabalho escravo”, critica Graça Costa, secretária nacional de Relações de Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ela afirma que, com o impeachment, projetos contrá-
Quem defende golpe quer também terceirização irrestrita”
No último domingo (27), foi lançada a plataforma digital “Mapa da Democracia: O Brasil contra o Golpe”, desenvolvida pela Frente Brasil Popular. O site tem o objetivo de pressionar os membros do Congresso Nacional na votação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e lista os deputados da Comissão Especial de acordo com o seu posicionamento sobre o assunto. O projeto permite, ainda, o envio de mensagens dos internautas aos parlamentares. Para conhecer, acesse o endereço: www.mapadademocracia. org.br
Atos criticam Globo No mês do aniversário de 51 anos da Rede Globo de Televisão, movimentos sociais organizam protestos contra a emissora em todas as regiões do país. Em Belo Horizonte, um ato acontecerá no dia 9, na sede da Globo, na Avenida Américo Vespúcio, a partir das 17h. Manifestantes irão realizar uma espécie de “cinemão”, que exibirá o documentário “Muito Além do Cidadão Kane”, do diretor Simon Hartog. O filme retrata as relações entre mídia e poder no Brasil, focando em Roberto Marinho. A proposta é que cada pessoa leve um lanche para realização de piquenique.
10 ESPECIAL
“Impeachment sem crime é golpe” ENTREVISTA Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT Minas, destaca o que os trabalhadores podem perder Lidyane Ponciano
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oordendora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais e presidenta da CUT Minas, Beatriz Cerqueira também integra a Frente Brasil Popular, que propõe mobilizações de rua como pressão para mudanças na economia e no sistema político.
PSDB. A agenda é de privatizações, da retirada do Estado das políticas públicas, da venda do patrimônio, da ausência de investimentos e da tentativa de proteção do trabalhador no mundo do trabalho.
Brasil de Fato - Por que dizem que está em curso um golpe e quem estaria promovendo isso? Beatriz Cerqueira - É um golpe porque não foi cometido nenhum crime pela presidenta da república que justificasse um processo de impeachment. A justificativa no Congresso, as pedaladas fis-
“Golpe vai jogar crise nas costas dos trabalhadores”
cais, foram cometidas pelos antecessores da Dilma, tanto o Lula quanto FHC, e por outros 16 governadores. As pedaladas fiscais são meca-
nismos contábeis, não um crime. E elas foram motivadas, no caso do governo Dilma, para a manutenção de políticas sociais. Impeachment sem crime é golpe. O golpe tem sido articulado por quem defende uma agenda neoliberal, conservadora, derrotada nas eleições de 2014. Eles sabem que pelas urnas não ganham. Porque o povo brasileiro não é a favor de privatização e retirada de direitos.
Se confirmado o impeachment, quem vai governar o Brasil?
“Poder econômico manda nos parlamentares” Quem perdeu as eleições em 2014 e em 2002. Já existe um acordo entre PMDB e
O que significa para os direitos dos trabalhadores? O golpe vai significar a privatização não só da Petrobras, Caixa Econômica, Banco do Brasil, mas da educação básica. A privatização da previdência, que é muito lucrativa no sistema financeiro e a privatização do SUS. É isso que nós vamos perder. E a desregulamentação do mundo do trabalho como nós conhecemos. Existem hoje no Congresso 55 projetos em tramitação que são horríveis para o povo. Esses projetos terão a tramitação e votação aceleradas. Vamos deixar de ter política de salário mínimo. Vamos enfrentar um forte ajuste fiscal nas costas dos servidores públicos. Vamos perder os direitos que conquistamos em relação às domésticas, podemos perder políticas afirmativas como as cotas. Conseguimos ampliar o número de vagas nas instituições de ensino superior e isso não vai continuar.
“Existem 55 projetos no Congresso horríveis para o povo” Estamos vivendo uma crise também econômica. Qual a saída que a Frente Brasil Popular aponta? Precisamos de duas coisas. Primeiro, mudança na política econômica. O Estado tem que investir para que voltemos a crescer, tem que proteger o trabalho e o trabalhador para não termos desemprego. Segundo, é importante um outro sistema político. Esse sistema como está faliu. Como um réu da Operação Lava Jato, que já teve a continuidade da investigação aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode conduzir o processo de impeachment de uma presidenta? Isso mostra que o poder econômico manda nos parlamentos, desde os municipais até o plano federal. Nós precisamos de uma reforma política, por isso a defesa da Constituinte.
Investigados por corrupção podem assumir o governo Se a presidente Dilma não está envolvida em casos de corrup- 1 - Michel Temer (PMDB), vice-presidente ção, o mesmo não acontece com seus possíveis sucessores. Temer é acusado de particiValter Campanato / ABr par do esquema de corrupção na Petrobras. Ele foi citado por delatores da Lava Jato e é acusado de receber dinheiro de propina. 2 - Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Contra Cunha pesam denúncias de receber dinheiro desviado da Petrobras e man-
ter milhões de dólares em contas secretas na Suíça e em outros paraísos fiscais. Ele é réu no Supremo Tribunal Federal (STF). 3 - Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Renan também foi citado por delatores, investigados na Lava Jato, acusado de ser beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras. Ele é citado em nove inquéritos no STF.
Brasil de Fato MG (31) 33093314 redacaomg@brasildefato.com.br Textos: Joana Tavares, Larissa Costa, Rafael Tatemoto Diagramação: Bruno Dayrell
Belo Horizonte, 19 a 25 de01 fevereiro 2016 Belo Horizonte, a 07 de de abril de 2016
BRASIL
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Atos contra o golpe ocorrem em todo o Brasil luta Em BH, dezenas de artistas se apresentaram em show na Praça da Estação Rafael Tatemoto
Da redação
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a quinta-feira (31), em diversos estados do país, a Frente Brasil Popular (FBP) realizou mobilizações da Jornada Nacional pela Democracia. Os movimentos protestam contra o golpe jurídico, parlamentar e midiático que está acontecendo no Brasil e as tentativas de impeachment da presidenta Dilma,. Em Brasília, quase 200 mil pessoas se manifestaram na Esplanada dos Ministérios. Outras manifestações aconteceram fora do país, Barcelona, na Espanha; Munique, na Alemanha; Montevidéu, no Uruguai, e Lon-
Opinião
dres, na Inglaterra. “Claro que não temos o mesmo apoio da mídia, que esconde as manifestações dos movimentos sociais e divulga os atos pró-golpe, mas estamos na rua. Estão acontecendo atos nas uni-
versidades, periferias, com apoio de artistas, intelectuais. A mobilização é muito grande”, comenta Raimundo Bonfim, da coordenação da Central dos Movimentos Populares. Minas Gerais
Em Belo Horizonte, o dia terminou na Praça da Estação, com o show “Canto da democracia”. Participaram voluntariamente dezenas de músicos, como Dudu Nicácio, Mariana Nunes, Pedro Morais, Toninho Horta, Juarez Moreira, Chico Amaral, Titane, Sérgio Pererê e Vander Lee, entre outros. Médicos e juristas Na terça-feira (29), na Faculdade de Direito da UFMG, juristas realizaram um ato pela democracia, com a presença de servidores do Ministério Público, judiciário federal, defensoria, professores, estudantes, advogadas e advogados. “Não há juridicamen-
te nada que possa justificar o rompimento do processo democrático”, afirmou a jurista Delze dos Santos. Na quarta-feira (30), foi a vez dos médicos, professores e estudantes debaterem o golpe e aderirem à campanha pela democracia, durante evento na Faculdade de Medicina da UFMG. No âmbito nacional, a Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares, junto com o movimento Médicos pela Democracia, lançou um manifesto contrário ao processo de impeachment, junto com um abaixo-assinado (disponível pelo link: migre.me/toLOz).
Lutar em todas as frentes João Paulo Cunha
do a ferramenta por excelência para reiterar que golpe não é golpe, por exemplo. O jornalismo hegemônico passa a ser o discurso au-
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ma das mais conhecidas táticas de combate é fazer com que o final seja celebrado antes da hora. Acreditar que o resultado dos conflitos é inevitável muitas vezes funciona como uma antecipação capaz de amenizar esforços inúteis e consagrar realidades desejadas. O debate em torno do golpe em andamento na sociedade brasileira padece dessa estratégia desonesta. Há várias operações aparentemente separadas, que se unem para dar consistência a uma narrativa da exaustão.
O fim não está nem próximo nem definido De um lado, a imprensa se aprofunda em seu papel doutrinador, deixando de lado a sempre exigente liturgia dos fatos para cumprir a função de consolidar ideologias como se fossem conceitos. Curiosamente, a tendência anti-intelectualista do jornalismo televisivo vem sen-
Não há derrota para quem não cessa de lutar torizado da consagração de verdades prévias ou de desdobramentos inevitáveis. Em outra vertente, no campo mais simbólico das relações pessoais, insiste-se na criação de uma atmosfera crispada, infeliz e antipática. Não interessa muito quem é o vilão nesse momento, o que fica é a sensação que se perdeu um cimento de convivência que precisa ser recuperado com o abandono do conflito. Além da imprensa e da falsa cordialidade, a busca de uma consumação da crise em águas tranquilas da reação se alimenta do moralismo que sustenta toda a política brasileira, numa leitura da corrupção como criação recente e anômala. A saída, nesse discurso, se dá pela despolitização da política e politiza-
ção do Judiciário, com suas ações que partem do ordenamento jurídico para avançar de forma destemida sobre as relações sociais. O papel que vem sendo atribuído ao Judiciário e às instituições policiais e de controle é um recurso decisivo na defesa de uma saída única para a crise, que retire direitos conquistados, fragilize a autonomia sobre a riqueza nacional e impeça por todos os meios o fortalecimento da participação popular. São ações que apostam simultaneamente na mentira, no mal-estar, na desmobilização e no conservadorismo. Com o único objetivo de cortar caminho para a retomada do poder. Há um jogo político, sociológico e até psicológico de esgotamento da vitalidade, que poderia dar certo numa sociedade desfibrada pela conjunção de crises se não se chocasse com o outro lado. Não vai ter golpe, vai ter luta, tem sido a resposta certa. Nada está previamente assegurado e, por isso, é preciso fortalecer o embate em todos os campos. O combate em todas as frentes responsabiliza ainda mais os defensores da democracia e da liberdade. O fim não está nem próximo nem definido. Não é apenas a batalha do impeachment, mas tudo que dela decorrerá. Não há derrota possível para quem não cessa de lutar. Hoje está difícil, amanhã será muito mais. É a única certeza – e alento – que resta ao povo brasileiro.
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Novela Joaquim Vela quimvela@brasildefato.com.br
Divulgação
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Que Anos Rebeldes nos inspire
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á 52 anos, o golpe militar de 1964 inaugurava um período sombrio da história do Brasil. A ditadura reprimiu direitos humanos fundamentais, torturou e matou muita gente que lutava pela liberdade e pela democracia. Não à toa, são inúmeras as produções artísticas sobre esse momento. A minissérie “Anos Rebeldes”, exibida em 1992, teve como pano de fundo a ditadura militar. Os encontros e desencontros de João Alfredo (Cássio Gabus Mendes) e Maria Lúcia (Malu Mader), casal protagonista, foram influenciados pela repressão. Ele, militante do movimento estudantil, preocupado com as questões sociais do país e consciente da importância histórica da luta de classes, se envolve com a luta armada. Depois, ele teve
que se exilar do país até 1979, ano da lei da anistia. Por isso, se separou algumas vezes de Maria Lúcia, contrária à militância política mesmo com o exemplo de seu pai, Orlando Damasceno (Geraldo Del Rey), jornalista famoso e militante do Partido Comunista. Personagem marcante também foi Heloísa (Cláudia Abreu), filha de financiadores do golpe militar, mas que, ao conhecer Maria Lúcia e João Alfredo, ingressa no movimento antirregime. A saga desses personagens em defesa da democracia rendeu cenas bonitas e tristes na série de Gilberto Braga, como a morte a tiros de Heloísa pelos militares. À coincidência com os dias hoje, “Anos Rebeldes” foi exibida num momento de intensa mobilização política pró-impeachment do ex-presidente Collor. Dizem que
os 20 capítulos da trama inspiraram o movimento dos caras pintadas nas ruas. Mas à semelhança com o golpe de Estado contado na minissérie, o que vemos hoje é um jogo político que quer tirar a todo custo a presidenta Dilma do governo, sem qualquer justificativa legal para isso, já que não foi comprovado que ela cometeu crime de responsabilidade. Isso também é golpe. Para evitar mais um triste capítulo da história do nosso país, é fundamental nos inspirarmos nos tantos Joãos Alfredos, Orlandos e Heloísas que lutaram pela democracia durante o regime militar, e nos mobilizarmos como povo forte e politizado, que quer seguir defendendo a democracia da elite e da mídia golpistas. #nãovaitergolpe
6º BH Tattoo Festival vai começar Música de graça no Viaduto Divulgação
Quem gosta de tatuagem já tem programação garantida para a próxima semana. Durante os dias 8, 9 e 10 o 6º BH Tattoo Festival acontece na Serraria Souza Pinto e oferece aos amantes da arte 166 estandes e mais de 400 tatuadores do Brasil e do mundo. Para pagar mais barato, é importante garantir os ingressos do primeiro lote, que custam R$ 32 e R$ 16 (meia-entrada). Eles são disponibilizados pela loja Central dos Eventos, que tem filiais nos bairros Savassi, Centro e Pampulha e nas cidades de Contagem e Sete Lagoas. O passaporte pode ser comprado também pelo site www.centraldoseventos.com. br.
Nos próximos sábado (2) e domingo (3), o Viaduto Santa Tereza recebe o Festival Permanente de Bandas, com apresentação gratuita de 12 grupos que representam a diversidade cultural da música de Belo Horizonte. Tem rock, hip hop,
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pop, MPB, funk/soul, carnaval e muito mais. Entre os grupos confirmados estão a instrumental Iconili, a cantora Zaika dos Santos e o MC Douglas Din. Para outras informações, acesse: http://migre.me/ tnDtU
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www.malvados.com.br Reprodução
Hambúrguer de feijão preto E você, tem alguma receita que queira compartilhar? Envie para nós: redacaomg@brasildefato.com.br
Ingredientes
Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). www.coquetel.com.br
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– Para economizar espaço, empilhe os hambúrgueres colocando um saquinho plástico entre eles, guarde em um pote fechado.
Coloque o feijão cozido em uma tigela e amasse com o garfo. Em uma panela, frite a cebola até dourar. Adicione o feijão amassado. Tempere com sal e pimenta do reino a gosto. Se estiver muito duro, deixe cozinhar por mais um tempo. Mexa até a mistura ficar mais densa. Desligue o fogo e espere amornar. Adicione a farinha de arroz ou a aveia e misture. Unte as mãos e molde os hambúrgueres do tamanho que preferir aqueça um fio de óleo e frite o hambúrguer até ficar dourado e crocante.
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– Você pode congelar os hambúrgueres que não foram fritos, eles duram em média 3 meses no freezer.
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3 xícaras de feijão preto cozido e escorrido 1 xícara de cebola picada 1/2 xícara de farinha de arroz ou aveia Óleo vegetal Pimenta do reino a gosto Sal a gosto NOTAS:
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MODO DE PREPARO
Amiga da Saúde Uma pessoa que fica com pessoas do mesmo sexo é necessariamente bissexual ou pode ser só uma curiosidade? Como saber isso? Mirlene Dias, 28 anos, operadora de telemarketing Cara Mirlene, na minha opinião, qualquer pessoa pode ter experiências de relações homoafetivas esporádicas por curiosidade sim. Caso tenha prazer com essas relações, pode querer repetir algumas ou muitas vezes. Algumas pessoas têm tanto prazer com a relação homoafetiva que deixam de gostar e ter prazer com os relacionamentos heterossexuais. Outras conseguem manter relações com ambos os sexos e sentem-se bem assim. Há também as pessoas que, ao experienciar uma relação homoafetiva, não se sentem realizadas e preferem manter somente relações heterossexuais. Acredito que não devemos ter preocupação em vestir um rótulo, em caber em uma ou outra definição. O mais importante é buscar vivenciar possíveis inquietudes ligadas ao prazer sexual. Deixar os sentimentos aflorarem. Muitos reprimem as suas inquietudes por preconceito ou medo do estigma que podem carregar, pela homofobia ainda tão presente em nossa sociedade. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Coren MG 159621-Enf.
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CULTURA
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Artistas contra o golpe “Tenho muitas críticas ao atual governo, mas está fora de cogitação apoiar um processo de impeachment que é ilegítimo e descabido. Sou contra à corrupção e a seletividade midiática.”.
Aline Calixto
“ Somos radicalmente contra o discurso golpista que pretende fazer ruir nossas recém-conquistadas instituições democráticas. (...) A saída é, sim, pela esquerda. Por isso estaremos hoje nas ruas. Em defesa da democracia e contra o Golpe”.
Graveola e o Lixo Polifônico
“Eu não sou a favor do governo atual. Mas também não sou a favor de um processo de impeachment sem base legal, conduzido por ninguém menos que Eduardo Cunha, em que a maioria recebeu doação das empresas da Lava Jato”. Leandra Leal “Foram muitos os anos de luta, de briga, pra que a gente conquistasse o voto direto. Tá na hora da gente ir pra rua, em defesa das mulheres, das crianças, dos idosos, dos gays, da reforma agrária. Não está na hora de vacilar!”
“O Hip Hop tem lado. É o lado do povo lutador, do povo pobre, sofredor, das pessoas negras, das mulheres. É o lado da maioria do país, da democracia, e nesse momento de ameaça do nosso país é preciso mais uma vez que o Rap se posicione e diga não ao golpe”. Áurea Carolina
Há entre os poderes judiciário e legislativo um conchavo absurdo e corporativista para poupar alguns dos mais inescrupulosos homens públicos e empresários do país. Mas um simples voto vai ser sempre capaz de impedir isso? Se sim, eles que esperem sua vez... Se não, a solução é ir pra rua e não ceder a essa dura e triste opressão!
“Nosso país está vivendo um momento delicado, em que uma das poucas certezas que temos é que é necessário lutar (com AMOR) pela democracia.”.
NEGR.A - Coletivo de Negras Autoras
Vander Lee “Quantas gotas de Rivotril eu vou precisar pra acordar só depois que esse frenesi fascista passar?” Bárbara Sweet
Titane “O Hip Hop sempre teve um lado: pela liberdade, democracia, e contra qualquer tipo de golpe sujo, midiático e a favor de políticos e empresas que defendem interesses escusos que não são do povo”. Roger Deff
ESPORTES
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Clubes pedem afastamento de Paulo Schmitt
DECLARAÇÃO DA SEMANA Divulgação
Reprodução / ESPN
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nze clubes brasileiros encaminharam à CBF um pedido de afastamento do procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schmitt. Assinam o documento: Inter, Grêmio, Santos, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Cruzeiro, Atlético/MG, Vasco, Fluminense e Flamengo. Schmitt é acusado de envolvimento no escândalo de venda de ingressos da Copa do Mundo 2014. Além disso, a CPI do Futebol divulgou conversas de e-mail entre ele e dirigentes da CBF, em 2012. Nelas, o procurador pressionava para que o Atlético Mineiro fosse punido, por sua torcida protestar contra a arbitragem. Paulo
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Reprodução
Obviamente, eu não acho que mulher alguma deve agradecer de joelhos a ninguém.
Serena Williams, tenista líder do ranking mundial, repudiando o comentário feito pelo ex-tenista Raymond Moore, de que as atletas deveriam agradecer a Rafael Nadal e Roger Federer por “carregarem” o esporte.
Por e-mail, Procurador pedia punição ao Atlético/MG, em 2012
também é conhecido pela atuação como acusador da Portuguesa, no julgamen-
to que rebaixou a Lusa e livrou o Fluminense do rebaixamento, em 2013.
Gol de placa
A Portuguesa está na série A2 do Paulista e beira a lanterna do torneio. Inconformados, 15 membros da organizada Leões da Fabulosa ocuparam o CT da Lusa e, vestindo uniformes de jogo, pediram para enfrentar o time profissional, a fim de testar a qualidade do elenco!
Gol contra
Campeão da Copa do Brasil há quatro meses, o Palmeiras tem seu pior início de temporada desde 1985. Após a goleada de 4 a 1 sofrida contra o Água Santa, em Presidente Prudente, no domingo (27), torcedores apedrejaram o ônibus palestrino, quando voltava para São Paulo.
Dá-lhe, Coelho! Bráulio Siffert Temos que ter receio diante das promessas de políticos, ainda mais em se tratando de apoiadores do golpe em curso, como o deputado Alencar da Silveira Jr., dirigente do América. Em janeiro, ele disse que montava um time para ser campeão de tudo, mas, mesmo com muito dinheiro da venda de Richarlison e das cotas de TV, trouxe
uma barca de jogadores medianos. Agora, quando a falácia veio à tona e o time se mostra medíocre, o nobre deputado refaz o discurso e passa a correr atrás do prejuízo, a começar pela contratação de Borges. A torcida espera que tanto dinheiro recebido não tenha escoado para seletos bolsos, ou será que, como quer a mídia e o Judiciário, a corrupção é exclusividade de um só partido?
É Galo doido! Rogério Hilário Minha bola de cristal anda embaçada, mas, como dizem os videntes, em um clássico, qualquer resultado é normal. Para a torcida do Atlético, foram duas alternativas: jejum ou indigestão. Ainda mais com o pênalti sofrido por Lucas Pratto e ignorado pela arbitragem. Quanto ao Uilson, Lauro vem aí. O Estadual só terá valor, mesmo, na se-
mifinal e na final. Nas duas fases, o Galo estará mais completo e motivado. Além disso, o mais importante está por vir: a classificação para as quartas-de-final da Libertadores. E, se tudo correr dentro do esperado, com a melhor campanha e vantagem nas próximas etapas. É o que o Alvinegro busca, além do sonhado título mundial e a segunda conquista do Brasileiro.
La Bestia Negra Léo Calixto Muitos criticam (e com razão) o técnico Dunga, por não dar um padrão tático aos selecionados. O início do ano no Cruzeiro foi a mesma coisa com Deivid. Demorou, mas o time celeste já mostra uma organização tática mais consistente. Se as apresentações não são as que esperávamos, ao menos o elenco está ganhando corpo. Após o abandono do 4-2-
3-1, que deixou grandes espaços no meio campo, Deivid adotou o 4-3-3, que se converte em 4-1-4-1 em algumas ocasiões. Sou defensor da alternância de esquemas táticos dentro de uma equipe, independente dos resultados iniciais. Acredito que esta prática só tem a deixar nossos jogadores mais inteligentes e capazes de se adaptar a qualquer situação de jogo.
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Amor e futebol: torcedores contam como conheceram seu time do coração PARTICIPAÇÃO Sua história também pode ser publicada aqui
Wallace Oliveira
Todo amor tem um começo. Até quem acredita ter as cores do time do coração no sangue viveu a experiência do primeiro encontro, aquele momento em que descobriu que levaria os símbolos do clube até o fim da vida. O Brasil de Fato MG ouviu histórias de três dessas pessoas, que amam seus times radicalmente: uma atleticana, um cruzeirense e uma corintiana.
Cruzeiro Eu morava em Capivarí dos Eleutérios, no sul de Minas. Desde pequeno, via o futebol com meu pai, que é gremista, mas a minha maior influência foi minha mãe, Dona Meire, cruzeirense. Ela escutava o jogo pelo rádio. Coava o café, acendia o cigarro de palha, ficava caladinha e começava a rezar. Eu parava ao lado dela e tomava todo o café. Dona Meire dizia: “Senta aqui e ouve o jogo com a mãe!” Na quadra em frente à minha casa, eu jogava bola o dia inteiro com meu primo Marcinho, que é atleticano. Um dia, nos reunimos com amigos para ouvir um clássico pelo rádio. O Atlético fez um gol e eu fiquei irritado quando o Marcinho deu um berro no meu ouvido. Quando o Cruzeiro empatou, eu saí gritando e dei uns tapas na cabeça dele. Desde então, eu sou Cruzeiro e vou a quase todos os jogos, sempre com o pensamento na minha mãe. Guilherme Eleutério, professor de física
Atlético
Eu não torcia por time algum, não me interessava por futebol e achava essa história de correr atrás de bola uma bobagem. O meu pai até tentou nos ensinar, mas só funcionou com o meu irmão mais novo. Aos 18 anos, meu ex-namorado e eu fomos fazer um passeio na Pampulha e o Mineirão estava no roteiro. Logo no início, havia três painéis com as torcidas do Atlético, Cruzeiro e Seleção. Quando meus olhos chegaram ao painel preto e branco, senti algo diferente. Avançamos e fizemos o caminho dos jogadores, conhecemos o vestiário e subimos ao gramado. Ali, o amor pelo Galo deu as caras do jeito mais forte e apaixonado. Eu senti a grama nos meus pés, vi o cenário de muitas glórias atleticanas e olhei para a arquibancada que tinha recebido a torcida inflamada e enlouquecida que estampava o painel. Meu amor pelo Atlético nasceu naquilo que o time tem de mais verdadeiro: a torcida. Leidiane Souza, jornalista
Corinthians Nasci em São Paulo e fui muito nova para Pouso Alegre, no sul de Minas. Meu pai é fanático pelo Corinthians e minha avó se declara corintiana até hoje, aos 83 anos. Desde pequena, assistia aos jogos, mas não tinha a oportunidade de ir a estádios. Aos 19 anos, voltei a SP para estudar Publicidade e Propaganda. Fui à nossa antiga casa, o Pacaembu, pelo Brasileirão de 2013: confronto entre Timão e Inter. Era o último jogo do ídolo Tite e do lateral Alessandro. Eu mal sabia que naquele momento iria me apaixonar pelo futebol, para além do amor ao Corinthians. O fato de estar próxima ao campo, sem narração simultânea, apenas as vozes da torcida, me fez descobrir o que era ser torcedora. Pelo menos uma vez ao mês e vou à Arena Corinthians. Meu sonho é trabalhar com futebol, porque acredito que o futebol é para todos! Stephanie Mendes, publicitária
Você se lembra do dia em que começou a torcer pelo seu time? Se quiser contar, escreva para esportemg@brasildefato.com.br. As cinco melhores histórias serão publicadas no site do Brasil de Fato.