brasil | pág. 10
cultura | pág. 3
10 anos comendo transgênicos
Guerreiros do Centro É impossível não notá-los ao passar pela Praça Sete. Trabalhando há anos convidando pessoas para tirarem fotos 3x4, os trabalhadores do “Foto na Hora” são característicos das ruas de BH
Edição
Organismos geneticamente modificados aumentaram o uso de venenos, não cumpriram promessa de maior produtividade e ainda trouxeram problemas ao meio ambiente e à saúde humana
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013 | ano 1 | edição 16 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatomg
minas | pág. 7
Farinhaços e CPI pra não terminar em pizza Nereu JR
entrevista | pág. 9
Segurança pública “É preciso reformas estruturais, como das polícias, no sistema prisional e melhoria no sistema de justiça criminal”, defende o professor Robson Sávio
minas | pág. 5
Sem violência Conversar com outras mulheres e encontrar apoio são passos necessários para romper com a violência. Livres, as mulheres se sentem até mais bonitas
Ato na Assembleia Legislativa ironiza apreensão de 450 kg de pasta de cocaína em helicóptero da família Perrela
População pressiona por averiguação do envolvimento do deputado estadual Gustavo Perrella e do senador Zezé Perrella com os 450 kg de pasta de cocaína apreendidos no helicóptero da família. Dois“Farinhaços”foram realizados na Assembleia e sindicatos pedem uma CPI
esportes | pág. 15 Na geral: Novidades do vôlei, da Copa e as trapalhadas do ministro Aldo Rebelo
cidades | pág. 4 Ministério Público denuncia falta de participação popular no projeto Nova BH
cultura | pág. 14 Inés Granja, uma das principais referências da marimba colombina, fala e ensina sobre o ritmo
02 | opinião
Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
editorial | Minas Gerais
editorial | Brasil
Cocaína, dinheiro público e amizades que protegem
O Espião do Mundo
Fazem sempre muito barulho com pequenas apreensões de droga. Mas no máximo assistimos a sussurros com a apreensão de 450 kg de pasta de cocaína no helicóptero dos Perrella. É a maior apreensão em muito tempo, o suficiente para produzir 5 milhões e 400 mil pedras de crack. Numa aeronave que pertence a um deputado estadual, cujo piloto era funcionário da Assembleia Legislativa, e abastecido com combustível também pago com recursos públicos dos contribuintes. A falta de destaque na mídia não é opção jornalística, mas política. Afinal, é fato de relevo o volume da droga, a propriedade do veícu-
A falta de destaque na mídia não é opção jornalística, mas política. É fato de relevo o volume da droga e a propriedade do veículo
Cruzeiro, José Maria Fialho. No caso do helicóptero da cocaína, as contradições também se avolumam. Piloto e copiloto divergem quanto ao ponto de onde partiu a aeronave. A PF desconfia do trajeto informado. Desconfia-se que a droga pode ter sido carregada na região de Divinópolis, onde fica empresa dos Perrella, e não em Avaré (SP). Gustavo Perrella disse que o piloto pegou o helicóptero sem autorização. Depois mudou a versão, disse ter dado um ´ok´ para que o piloto fizesse um voo fretado. Mas, segundo as regras da aviação, aeronaves privadas não podem fazer voos comerciais. Ora, aeronave privada, piloto pago pelo povo, combustível pago pelo povo, e ganhando dinheiro em voos comerciais? Se o país fosse sério, não só o piloto e o copiloto estariam presos. E nem precisaria da teoria do domínio do fato.
Falando Nilson
O escândalo da espionagem eletrônica praticada pelos Estados Unidos, revelado pelo ex-analista de inteligência norte-americano Edward Snowden, deixou clara a violação da soberania dos principais países, empresas e cidadãos de todo o mundo. Desde então, uma intensa batalha diplomática vem sendo travada e os Estados Unidos e seus aliados tentam frear uma iniciativa apresentada pelos governos do Brasil e da Alemanha, temendo o isolamento se for aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Brasil e Alemanha apresentaram na ONU, no início de novembro, uma iniciativa voltada para a criação de nova arquitetura de controle da internet. A proposta gerou a aprovação de uma resolução sobre direito à privacidade. Foi uma vitória expressiva no cenário internacional. A resolução exorta os países membros da ONU a tomarem medidas concretas para a proteção do
lo, o fato de o povo mineiro pagar o salário do piloto e o combustível do helicóptero, e a amizade entre o deputado e o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves. E mesmo a história da família Perrella, neste caso, é fato que interessa. Apesar da origem de classe média, o enriquecimento só veio depois, e coincide com a entrada de Zezé Perrella no futebol e a participação na política. Eles respondem a inúmeros processos. Zezé Perrella é acusado de não declarar uma fazenda em Morada Nova de Minas, avaliada em R$ 60 milhões. Um caso claro de corrupção. Até em roubo na merenda escolar e na comida de presos a família está envolvida. No ano passado, o Ministério Público e Polícia Federal desbarataram fraudes em licitações no valor de R$ 166 milhões. Os principais acusados são Alvimar Perrella, irmão de Zezé Perrella e o atual vice-presidente do
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
direito à privacidade de seus cidadãos. Os Estados Unidos foram formalmente convidados pelo governo brasileiro para uma conferência internacional em 2014 para discutir uma nova governança para a internet. Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo foi a Moscou para convidar a Rússia e construir uma declaração conjunta contra a espionagem. A Rússia já declarou seu apoio a proposta apresentada na ONU pelo Brasil e a Alemanha. O ministro da Defesa Celso Amorim se reuniu com o colega argentino Agustin Rossi para o estabelecimento de um Acordo Bilateral de Defesa Cibernética. O assun-
Enfrentamento à espionagem mundial exige investimentos em tecnologia e desenvolvimento de satélites to será tratado na próxima reunião do Conselho de Defesa da América do Sul e a União das Nações Sul-americanas (Unasul) deve estabelecer uma estratégia conjunta nessa área. É preciso enfrentar essa espionagem mundial. Quando qualquer pessoa, mesmo a presidenta da República, usa uma máquina equipada com o programa Windows, foi dado um “consentimento” para os termos de uso da Microsoft. Assim, autoriza uma empresa a ter acesso a tudo que está instalado na máquina. As denúncias efetuadas por Snowden revelam relação direta com o poder concentrado em grandes companhias da internet e sua cumplicidade com o governo estadunidense. O enfrentamento com a espionagem mundial praticada pelos Estados Unidos e Reino Unido exigirá investimentos em tecnologia digital e no projeto de desenvolvimento de satélites que garantam ao Brasil a coordenação da internet.
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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, César Augusto Silva, Cida Falabella, Cristiano Carvalho, Cristina Bezerra, Daniel Moura, Dom Hugo, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Lindolfo Fernandes de Castro, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Maria Brigida Barbosa, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Administração: Valdinei Siqueira e Vinicius Moreno. Distribuição: Larissa Costa. Diagramação: Luiz Lagares. Revisão: Luciana Santos Gonçalves Editor-chefe: Nilton Viana (Mtb 28.466). Editora regional: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Maíra Gomes e Rafaella Dotta. Estagiária: Raíssa Lopes. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010. Contato: redacaomg@brasildefato.com.br
Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
Vendedores são a cara do centro da cidade FOTO NA HORA Atividade garante sustento de dezenas de ‘guerreiros’ Raíssa Lopes De Belo Horizonte “Foto na hora! Foto!” Quem nunca ouviu essas palavras ao andar pela Praça Sete, no Centro de BH? A frase já se integra à identidade do lugar, e os “guerreiros” - como se autodenominam os vendedores do “Foto na Hora”, são atração à parte. Há alguns anos concentrados no mesmo local, e diariamente convidando pessoas para visitarem as lojas de fotografia pelas quais são contratados, podem ser classificados como fragmentos do patrimônio imaterial da capital. Eles trabalham por comissão, para uma rede de estabelecimentos que disponibilizam fotos 3x4 na região central. Quanto mais pessoas atraírem, mais dinheiro no bolso ao final do dia. Vem daí a definição “guerreiro”, que no dicionário caracteriza aquele que batalha, luta. Maria Aparecida de Jesus trabalha há sete anos na praça. “Sol e chuva eu tô aqui. Não é que a gente gosta, é a precisão, sabe. É um dinheirinho que a gente resgata”, diz. “Tem que trabalhar. Se ficar fazendo corpo mole não ganha nada”, diz Valdirene Inácio, de 26 anos. A moça é a mais antiga da casa, trabalha desde 2005 “gritando ‘foto!’”, como ela mesma define, e se orgulha de sustentar sozinha os quatro filhos com o dinheiro que recebe.
Pergunta da semana
Mídia Ninja
“Ganho R$ 5 por pessoa. Levo, em média, 15 pessoas por dia. Dá pra tirar uma quantia boa”, conta. Valdirene se diz assustada com os rumores sobre o projeto de implementação da Identidade Digital, que, segundo ela, retirará todos os trabalhadores da Praça Sete. “O governo quer tirar a gente daqui, mas isso não pode acontecer. Não só eu, mas a maioria das pessoas que trabalham aqui tem família para criar e aluguel para pagar”, afirma. Ela está todos os dias da semana – menos sábado e domingo – de 8 da manhã às 5 da tarde no quarteirão da Praça Sete e conta ainda que adora o que faz e não conseguiria fazer outra coisa. “O melhor da profissão é que não tem patrão, eu mando em mim. E claro, arco com as consequências disso”, alega. Governo nega retirada Por meio de nota oficial, o Governo de Minas alegou que não existe qualquer restrição específica à atuação de profissionais, de qualquer natureza, nas imediações das Unidades de Atendimento Integrado (UAI). Segundo as informações, algumas unidades oferecem internamente o serviço de fotografia, mas a utilização deste serviço dentro das UAI’s ou em qualquer outro estabelecimento comercial é de livre arbítrio dos usuários, sem restrição por parte da instituição.
O governador do estado de Minas Gerais, Antonio Anastasia, do PSDB, esteve em reunião com representantes das ocupações Rosa Leão, Vitória, Esperança e William Rosa, todas situadas na região do Granja Werneck. Com a participação do Ministério Público, Defensoria Pública e Procuradoria Geral, a reunião ocorreu na segundafeira (2), após manifestação realizada pelas ocupações em frente à prefeitura na quinta-feira anterior, que gerou um congestionamento em toda a cidade de BH. As famílias, que correm risco de despejo, receberam do governador
o compromisso de manter abertas as negociações, buscando a solução de uma forma “madura e segura”. Já se comprometeram a participar da mesa de negociação o Governo Federal, o Ministério Público e o prefeito de Contagem, Carlin Moura (PCdoB). Os movimentos cobram a presença também do prefeito de BH, Marcio Lacerda (PSB), além dos empresários donos do terreno, que já sinalizaram o desejo de negociação. “A luta pelo direito humano de morar dignamente dessas famílias irá continuar e a união, organização, a luta e apoio da rede de solidariedade devem aumentar ainda mais”, declararam, em nota sobre o encontro.
Na quinta-feira (28), cerca de 300 moradores das ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, que ficam na região da Granja Werneck, fizeram uma longa caminhada de manifestação em BH, finalizada em frente à Prefeitura, na Avenida Afonso Pena. O protesto gerou uma onda de congestionamentos na cidade, paralisando o trânsito durante o dia todo. Na sexta, o prefeito Márcio Lacerda fez uma declaração afirmando que não aceita tal ação. “Isso é um atentado à democracia, é uma forma de terrorismo”, disse.
Qual é a sua opinião sobre essas manifestações? O que acha da declaração do prefeito?
Maria Aparecida de Jesus é uma das guerreiras
Negociações abertas com as ocupações urbanas Da Redação
cidades | 03
12 mil famílias As ocupações estão na região da Granja dos Werneck, conhecida também como Mata do Isidoro, na divisa entre Contagem e Belo Horizonte. As ocupações organizam em torno da luta por moradia 12 mil famílias, sendo a Vitória a maior, com 4.500. Na Rosa Leão moram 1.500 famílias, na Esperança são 2 mil e William Rosa com 3.900 famílias. Estas pessoas deixaram os aluguéis ou casa de parentes e amigos onde moravam de favor para lutar por uma condição digna de vida. Pela luta, estão com seus filhos e familiares em barracos de lona ou madeirite nas ocupações.
Eu acho que tá totalmente equivocada essa declaração. Os grupos marginalizados sempre foram excluídos da política, e agora é o grito deles. Cada vez mais estão se organizando, e a visibilidade está vindo através dessas manifestações, porque incomoda. Esse incômodo é uma maneira da sociedade gritar, e eu vejo que a sociedade tem que ser mais justa. Carlos Fernando Alves, 46
Ele não deveria ter dado essa declaração, como prefeito. Hoje, no país que a gente vive, pra conseguir alguma coisa é só com manifestação assim, chamando atenção. Mas a manifestação tem que ser feita sem prejudicar terceiros, porque se eu fico horas no trânsito, posso perder meu emprego. Nélio Rodrigues do Carmo, 52
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Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
Ministério Público denuncia prefeitura por ilegalidades
SEU BOLSO
NOVA BH População pede respostas para plano de mudanças no planejamento urbano Divulgação PBH
Maíra Gomes De Belo Horizonte A população de Belo Horizonte continua organizada em torno do debate do projeto Nova BH, que pretende aumentar o adensamento do município e promover a “requalificação urbanística” dos corredores Norte e Leste-Oeste, por meio de mudanças em leis municipais. Os movimentos denunciam que há ilegalidade no processo de construção e implantação do projeto, que usa uma ferramenta chamada Operação Urbana Consorciada (OUC), prevista na lei federal 10.257/2001, conhecida como Estatuto da Cidade. Para se fazer uma OUC, o Estatuto prevê a participação popular e define que deve ser elaborada por ‘proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados’. Baseado nesses termos, o Ministério Público elaborou uma recomendação à prefeitura de que o projeto não fosse votado nas instâncias necessárias - Conselho Municipal de Políticas Urbanas (Compur) e Câmara dos Vereadores - até que as questões sejam sanadas. O texto do MP, elaborado pelas promotoras Cláudia Ferreira de Souza e Marta Alves Larcher, da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo, declara que “há indícios de que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) esteja realmente restringindo o acesso do público ao projeto da operação urbana Nova BH, na medida em que optou por apresentá-lo em gabinete fechado ao procurador-geral de Justiça, ao invés de fazê-lo em audiência pública especialmente designada para esse fim, numa possível tentativa de esvaziá-la”. O trecho se refere tanto ao Estatuto da Cidade, quanto ao Plano Diretor do município, lei que rege a política urbana. População insatisfeita “A recomendação do MP afirma que a prefeitura afronta as leis nacionais e do município. A gestão não tem autonomia sobre sua própria legislação, e as leis são muito claras. Os artigos 82 e 69 do Plano Diretor falam sobre a participação popular desde o princípio, e não é o que vem acontecendo. A prefeitura passa por cima do legislativo e dos processo legais, é uma clara demonstração de autoritarismo”, declara Fernando Soares, membro do GT de reforma urbana da Assembleia Popular Horizontal e diretor
Preços dos principais produtos da Cesta Básica de Natal preço médio: R$ 1,48 Batata preço médio: inglesa (kg) R$ 3,41 Beterraba (kg) preço médio: R$ 2,62 Cebola Preço médio: branca (kg) R$ 3,01 Preço médio: Cenoura (kg) R$ 3,15 Preço médio: Chuchu (kg) R$ 1,68 Couve flor Preço médio: (unidade) R$ 4,58 Mandioca (kg) Preço médio: R$ 4,14 Preço médio: Tomate (kg) R$ 4,61 Preços de frutas Abacaxi preço médio: (unidade) R$ 5,28 Banana preço médio: prata (kg) R$ 3,55 Laranja preço médio: Pêra (kg) R$ 1,75 Maçã nacional Preço médio: Fuji (kg) R$ 2,75 Manga hadem Preço médio: (kg) R$ 8,68 Melancia (kg) Preço médio: R$ 1,55 Preço médio: Melão (kg) R$ 3,98 Uva Itália (kg) Preço médio: R$ 3,98 Alface (unidade)
Projeção da PBH para o Centro de Belo Horizonte
da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo. O documento do MP contém 12 páginas de apontamentos que devem ser esclarecidos pela PBH antes do início da votação do Nova BH. No entanto, em reunião do Compur no dia 28 de novembro, alguns conselheiros e o presidente da mesa, Custódio Mattos (PSDB), não acataram a recomendação e a pauta foi colocada em votação. No entanto, não houve tempo hábil para tal. O processo continua no Conselho sob regime de vista, o que dará aos conselheiros mais acesso e debate sobre o projeto. O prefeito Marcio Lacerda (PSB) se pronunciou na sexta-feira (29) sobre a recomendação, que ele aponta como uma afronta: “O MP tem um papel importante, mas não está respeitando o Executivo. Está nos ameaçando. Vai aos jornais nos ameaçar”. Fernando diz ser absurda a declaração do prefeito. “O MP tem a função de defender a legalidade e é um absurdo a prefeitura se posicio-
nar contra a legalidade. Numa situação como essa cabe pedir uma CPI desse caso”, afirma. Desde a divulgação do projeto, a prefeitura não realizou nenhuma audiência pública de portas abertas, tendo desmarcado a que deveria ocorrer dia 26. Agora, devem acontecer duas audiências, uma na Câmara Municipal, convocada pela Comissão de Política Urbana da Câmara, no dia 11, às 9h; e outra no dia 6, chamada pela PBH, às 19h, no ginásio do Colégio Marconi (av. do Contorno 8476). “Vai ser uma apresentação do projeto, e não o início de um debate sobre ele. A população não vai poder participar da elaboração da mesma forma”, acredita Gladstone Otoni dos Anjos, integrante da Pastoral Metropolitana dos Sem Casa e conselheiro do Compur. Ele aponta a importância da organização da sociedade para garantir participação no debate. Assim, propõe que sejam realizadas diversas audiências e que aconteçam dentro das comunidades atingidas.
Fique de olho!
Árvores nativas serão distribuídas no Parque Municipal no domingo O Brasil é o país que tem a maior biodiversidade de flora e fauna do planeta. Essa enorme variedade de animais, plantas, microrganismos e ecossistemas, muitos únicos em todo o mundo, deve-se, entre outros fatores, à extensão territorial e aos diversos climas do país. Quem quiser ter um pouquinho dessa riqueza no seu quintal ou até mesmo em sua rua ou bairro deve participar do III Mutirão de doação de mudas de árvores nativas em BH, no Parque Municipal. A população poderá levar para casa mudas de pau-brasil e ipês amarelo, roxo, branco ou rosa. O evento, que acontece no próximo domingo a partir das 9h, é organizado pelo projeto Boi Rosado Ambiental, que realiza trabalhos com alunos de escolas públicas da Grande BH desde 2002. As mudas doadas são produzidas no viveiro da entidade, onde ocorrem mutirões de cuidado às plantas, ou por parceiros dentro de escolas públicas. Parte da produção vai também para o plantio em parque e praças da RMBH e doações para projetos.
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) divulgou que os alimentos foram os responsáveis pelo aumento dos gastos domésticos no último mês. Na lista dos produtos que mais aumentaram estão: tomate, manga e tangerina. Para economizar, é importante estar atento aos alimentos da época, que geralmente são mais baratos, como a Uva Itália. Pesquisa realizada em supermercados da Região metropolitana de BH, nos dias 3 e 4 de dezembro. Retirada de: www.mercadomineiro.com.br
Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
Para romper com a violência, é preciso romper o silêncio
minas | 05 Vinte e cinco de novembro é marcado como o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. Durante todo o mês, o jornal Brasil de Fato apresentou uma série de reportagens sobre o tema.
MULHERES Existem saídas para se libertar da opressão Reprodução
Maíra Gomes De Belo Horizonte Durante o mês de novembro, o Brasil de Fato MG retratou as diversas formas de violência cometidas contra as mulheres. Finalizamos a série de reportagens com alguns exemplos e formas de lidar com a agressão. Em sua tese de doutorado, a professora Clara Marques Andrade pesquisou a violência doméstica. Ela ensina que o primeiro passo para romper com a agressão é compreender a situação de perda de direitos, de desumanidade. “Admitir sofrer violência é muito pesado, muitas vezes as mulheres não reconhecem. Como justificativas para a agressão do marido, afirmam que ele está nervoso pelo desemprego, uso de álcool ou drogas”, afirma. Mas a especialista aponta que, apesar de não ser fácil, a vítima precisa acreditar na sua capacidade de enfrentar. E, para tal, é preciso que ela encontre suporte, seja em sua rede de convivência, com amigas, vizinhas ou a família, ou na rede institucional, como delegacias de mulheres e outros. Um caso exemplar que a professora acompanhou foi o de uma comunidade na cidade de São Paulo, onde, com a ajuda de uma equipe do serviço de saúde, as vizinhas criaram códigos para momentos de violência dentro de casa. Quando percebiam que seus companheiros estavam prestes a ficar violentos, colocavam lenços coloridos nas janelas para chamar suas amigas, que vinham em socorro. “A ação reduziu a violência no local. A estratégia de empoderar as mulheres e criar uma rede social de apoio faz a diferença”, afirma. Em sua pesquisa, Clara conta que encontrou três tipos de mulheres que
Mulheres organizadas encontram forças para partilhar experiências e superar situações de opressão
sofrem violência doméstica. No primeiro grupo, há aquelas que se resignaram e diziam que não podiam mudar, que aquilo seria sempre do mesmo jeito. As outras não queriam se separar e tentavam lidar com a situação, conversando com o companheiro em momentos de calma. Em alguns casos, a conversa gerou mudanças e conquistas. O terceiro grupo é daquelas que romperam totalmente com a situação de violência. “São dois momentos que a fazem romper o ciclo: ou por se reconhecerem como ser de direito, ou por buscarem a proteção dos filhos. Ela
Amor pode ser sem dor Para ilustrar formas de rompimento com a violência, a pesquisadora contou dois casos à reportagem. Quando Márcia* se casou com Paulo*, não sabia que ele era usuário de drogas ou bebia em excesso. Depois do casamento, ele passou roubar as coisas de sua casa, que ficava no fundo da casa dos pais de Márcia. Quando ela se recusava a dar dinheiro, era violentamente agredida. “Ela conta que ele batia nela com toalha molhada, para não deixar marcas, e ela fazia silêncio para não preocupar os pais”, lembra. Depois de quase oito anos, sem saber o que fazer, Márcia
tentou matá-lo enquanto dormia. Paulo acordou e bateu muito nela. A partir daí, ela decidiu que não queria mais viver assim e buscou a irmã, que a encorajou a ir a uma delegacia de mulheres. Hoje, Márcia está separada de Paulo, mas evita frequentar lugares públicos e sair sozinha, pois tem medo que ele a mate. “Ela fez a mudança por ela, disse ‘chega’, se reconheceu como ser de direito. Primeiro buscou a rede social, depois a institucional. É nessa ordem que costuma acontecer”, declara a professora. Outro caso foi o de Valéria*, negra,
Em todo o mundo, existem entidades que defendem os direitos femininos. “Lutamos pela liberdade de escolha, para que a mulher possa ser o que quiser e não o que a sociedade determina. Ou seja, lutamos para combater o machismo”, explica Moara Correa, militante da Marcha Mundial das Mulheres, um dos movimentos feministas atuantes hoje.
Ela conta que a existência de organizações como essa são de fundamental importância para o combate à violência contra a mulher. A auto-organização, como são chamados os espaços onde apenas as mulheres se encontram para trocar experiências e pensar formas de luta, proporcionam o compartilhamento do sofrimento. “Através das conversas, a vítima de violência enxerga que vive em um mundo machista, e, através da solidariedade que o movimento feminista constrói, ela pode dividir e se libertar disso”, aponta Moara.
casada com João* branco. O marido não foi ao parto de nenhuma de suas duas filhas, pois afirmava que não queria se misturar com pretos. Dizia também a Valéria que preferia fazer sexo com “loiras branquinhas”, humilhando-a, além de violência física, praticada diariamente. Os dois passaram sete anos juntos. “O pai dela era violento com a mãe. Então, quando as filhas cresceram um pouco, ela sentiu que não queria que vivessem o que ela mesma havia vivido. De um dia pro outro, ela saiu de casa, foi embora sem dar notícia e foi criar as filhas “, conta Clara. Valéria refez a vida e, alguns anos depois, encontrou outro companheiro.
“Quando vivia com João, ela se achava a pessoa mais feia do mundo. Hoje ela redescobriu seu beleza e sexualidade, se acha bonita e se respeita” diz a professora. Clara Marques deixa um recado para as mulheres que querem se libertar da situação de violência. “Conversar com outras mulheres, se olhar e reconhecer que é um ser que tem direitos e que muitas vezes se esqueceu deles. Se abrir, e não ficar sofrendo no isolamento ou sozinha. Quando a mulher começar a admitir, ela percebe que não é um problema só dela. Uma em cada cinco mulheres passam por situação semelhante”, diz. * Nomes fictícios
procuram a rede social, de convívio, ou rede institucional”, explica Clara.
Organização e luta, combate à violência
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Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
Criminalidade dispara em Minas e tem seu pior índice desde 2007 ÍNDICES Só em novembro deste ano foram registrados 8.133 crimes Thaís Mota Do Portal Minas Livre Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apontam que, em novembro, Minas Gerais registrou o maior índice de criminalidade desde maio de 2007. A taxa atingiu 39,3 crimes para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto em maio de 2007 o índice alcançou a marca de 40. Só no último mês, foram registradas 8.133 ocorrências de crimes violentos nos municípios mineiros - entre homicídios, sequestros e roubos. No acumulado do ano, foram 79.067 ocorrências de crimes violentos, que incluem estupro (tentado e consumado), roubo, extorsão mediante sequestro, sequestro e cárcere privado, homicídio tentado e consumado. Esse número é 21,7% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
O maior crescimento foi registrado nos crimes contra o patrimônio (roubo e extorsão mediante sequestro) que aumentaram 26,6% em relação a 2012. Já o número de homicídios teve um aumento bem menos significativo em relação às ocorrências de roubo, passando de 3.526 no ano passado para 3.592 neste ano. Em nota, o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, informou que o aumento de crimes contra o patrimônio é um desafio para Minas e que um dos problemas é a lei 12.403, de 2011, que facilita a concessão de fianças e que tem dificultado a atuação das polícias. “Muitas vezes o mesmo praticante de roubo é preso por cinco, dez vezes consecutivas pelas polícias e a atual legislação impede que ele fique detido”, destacou o secretário. No entanto, ele assegurou que
Reprodução
Apenas em novembro, foram registradas mais de 8 mil ocorrências no estado
a contenção desse tipo de crime é prioridade absoluta para este final de ano, principalmente em Belo Horizonte, e destacou que a polícia tem trabalhado prevenção, investigação e repressão de crimes no Estado. Ainda na nota divulgada à imprensa, a Seds informou que até
2014 serão investidos cerca de R$ 600 milhões em segurança pública em Minas. Entre as ações anunciadas estão o aumento do efetivo policial com a contratação de seis mil novos policiais civis, militares e bombeiros em todo o Estado.
Agrade cimento aos filiados O plebiscito realizado pelo Sindibel, no período de 18 a 22/11, para decidir em qual Central o Sindicato irá se filiar em 2014 proclamou a decisão da maior parte dos servidores pela filiação à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Esse resultado é o reconhecimento de uma das mais importantes categorias de nosso Estado ao trabalho da Central Única dos Trabalhadores em defesa dos direitos da Classe trabalhadora.
SINDIBEL
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte
A CUT foi eleita com 1.124 votos.
Somos fortes, somos
Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
Polícia Federal apreende cocaína e mídia esconde o caso DROGAS Deputado de Minas Gerais, filho de Zezé Perrella, é acusado de tráfico Raquel Freitas
Rafaella Dotta De Belo Horizonte
“Nós queremos saber de quem é a cocaína!” disse um dos integrantes do manifesto Farinhaço, realizado por duas semanas consecutivas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os manifestantes se referem aos 450 quilos de pasta-base, usada para fabricação de cocaína e crack, encontrados no helicóptero do senador Zezé Perrella, ex-presidente do Cruzeiro Esporte Clube. O caso começou no dia 24 de novembro, quando a Polícia Federal interceptou um helicóptero, no estado do Espírito Santo, e encontrou nele a grande quantidade de droga. De acordo com a PF, a aeronave é da empresa Limeira Agropecuária, propriedade do deputado estadual de Minas Gerais, Gustavo Perrella (Partido Solidariedade), filho de Zezé Perrella. Aprofundando as investigações, descobriu-se que tanto o piloto quanto a gasolina do helicóptero são financiados pela Assembleia Legislativa, em nome do deputado Gustavo Perrella. Porém, mesmo com todos os indícios, os Perrella afirmam que não são donos e não sabiam do transporte da cocaína. Em declaração ao Congresso Nacional em 3 de dezembro, Zezé Perrella disse: “Meu filho sequer conhece droga.” “Farinhaços” na Assembléia Após o escândalo, quem se diz ainda mais escandalizados são os manifestantes, que organizaram o protesto chamado “Farinhaço”, em que levaram aos deputados muitos quilos de farinha branca, enchendo a porta da Assembleia. De acordo com um dos organizadores, que não quer se identificar por razões de segurança, os protestos precisam acontecer porque a mídia está escondendo o problema. “É uma forma de ‘fazer alguma coisa’ pra acabar com silêncio da imprensa diante desse fato”, afirma. “Manchetes da Rede Globo e de grandes jornais apontam como extraordinárias apreensões de 10, 30 e 50 quilos de pasta-base. Por que não dar o devido destaque aos 450 quilos da família Perrella?”, questiona outro manifestante. Para Amilton Alves, integrante da manifestação do dia 4 de dezembro, intitulada “Farinhaço II”, os jornalistas até estão prestando solidariedade, mas o problema são os patrões, que não permitem a divulga-
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fatos em foco Mais 11 benefícios para juízes O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pretende criar 11 novos benefícios para os juízes mineiros. Entre as vantagens, estão o chamado auxílio-livro, que prevê uma ajuda de custo de R$ 13 mil para cada magistrado, auxílio mudança/transporte de R$ 25 mil, adicional de férias de R$ 16 mil, além do subsídio especial de natal, licenças remuneradas para cursos no exterior, compras de notebooks e carros oficiais. Segundo o Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância de Minas (Serjusmig), as propostas irão gerar um impacto anual de R$ 40 milhões nos cofres públicos. Os novos benefícios foram incluídos como emendas ou artigos no Projeto de Lei de Organização Judiciária, que será encaminhado nos próximos dias à Assembleia Legislativa do estado.
Famílias do Acaba Mundo cobram prefeito
ção do caso. “Até mesmo para não queimar o Aécio, que é amigo dos Perrella”, acredita. Investigação Na última quinta-feira (5), sindicatos organizaram um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Assembleia Legislativa para investigar o caso. Como já foi comprovado, tanto o piloto quanto a gasolina do helicóptero são custeados pela Assembleia. Com o agravante de que o piloto é funcionário
R$ 14 mil
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5 milhões e 400 mil 4 presos Nenhum dono
registrado como assessor, função que não cumpre. Segundo Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT MG), os sindicatos pretendem pressionar os deputados para que se investigue o deputado Gustavo Perrella, e tome as decisões cabíveis, podendo chegar à perda do mandato. Diversos sindicatos lançaram um manifesto com pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso.
em gasolina para o helicóptero, pagos pela Assembleia Legislativa. é o número de pedras de crack que poderiam resultar do material apreendido. um piloto, um co-piloto, um comerciante e um jardineiro. Nenhum deles é Perrella.
ninguém assumiu a propriedade da droga
Moradores da Vila Acaba Mundo realizaram na quinta-feira (5) manifestação em frente à Prefeitura de BH para exigir o cumprimento do decreto que determina uma área de 19 lotes como de interesse social. Em 2008, a Câmara dos Vereadores fez um projeto de lei que declara a Vila como área de utilidade pública. Mas, apesar de ter sido aprovado por unanimidade, o projeto foi vetado pelo prefeito. O decreto pode caducar em março de 2014, colocando em risco cerca de 70 famílias que moram no local, que podem ser despejadas.
Regularização dos terrenos públicos A PBH deve dar início a um processo de regularização de terrenos públicos na cidade. A proposta, que tramita na Câmara desde a semana passada, prevê a cessão da área ocupada ao morador desde que obedecidos alguns critérios. Só terá o direito à posse do espaço aquele que estiver em um imóvel de até 250 m², por pelo menos cinco anos ininterruptos e que a ocupação tenha ocorrido até janeiro de 2005, ano em que ocorreu a última regulamentação de imóveis públicos nessas condições.
08 | opinião
Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
Acompanhando
Foto da semana
Jona D’arc Silva
Participe Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. Lembre-se de mandar o endereço onde foi registrado o fato e seu contato
Na edição 15 ... Violência virtual também dói
... e agora
“Sempre que vou passear no Parque Municipal tenho um encontro alegre com os macaquinhos que vivem ali. Neste dia estava com uma máquina e pude fotografar uma bela família se divertindo entre as pessoas que descansavam na grama do parque!” Foto da leitora Joana D’arc Silva
Neila Batista
Beatriz Cerqueira
BH: luzes no fim do túnel
Funpemg e o Helicóptero
Há dois olhares sobre Belo Horizonte. Um destaca o retrocesso instalado com a hegemonia da visão da Prefeitura. O outro diz respeito às reações da própria cidade ao autoritarismo, ao privatismo e ao higienismo. No primeiro plano, temos o agravamento daquilo denunciado desde 2008. O retrocesso representado pela vitória de Marcio Lacerda se traduziu em aumento da população de rua, ampliação do uso e venda do crack, agravamento do caos no trânsito, verticalização à base do incentivo à ocupação comercial do solo urbano, o abandono da política pública voltada para a moradia popular, obrigando a população a retomar as ocupações. Há ainda um completo desrespeito à democracia participativa, com o abandono de obras decididas pela população através do orçamento participativo e o tratamento coercitivo nos conselhos existentes. A cidade ficou desassistida. Políticas de acolhimento das populações vulneráveis foram desidratadas. A máquina do Executivo foi moldada para responder às demandas dos empreendimentos imobiliários, em desfavor das políticas sociais. O higienismo é a marca “social” da PBH. Por outro lado, vemos o revigoramento da luta pela cidade. Novos sujeitos sociais surgem e se juntam a movimentos e lutas históricas na capital mineira. Como frutos das jornadas de junho, vemos multiplicar novos movimentos e novas lutas. E se integram, sem se dissolver, aos combates da “praia da estação”, dos blocos de carnaval (que contestam o desprezo que o alcaide tem frente à cidade real), às lutas por moradia, transporte e trânsito, as questões ecológicas, etc. Esse segundo olhar é a nossa prioridade. É com estes “combatentes” que resistimos aos desmandos e à desconstrução em andamento na cidade.
No ano em que milhares de pessoas foram às ruas questionando as práticas dos políticos que não estão de acordo com os anseios da população, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) protagoniza um dos posicionamentos mais vergonhosos de sua história. O primeiro episódio recente é a extinção do Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais (Funpemg). Sem conversar com ninguém, o governo enviou projeto de lei complementar, propondo sua extinção. A Promotoria do Patrimônio Público se manifestou contra e já ajuizou Ação Civil Pública. O Ministério da Previdência já anunciou que Minas Gerais poderá ficar sem o Certificado de Regularidade da Previdência, o que comprometerá o repasse de recursos financeiros para Minas Gerais. TODOS os sindicatos do funcionalismo da Administração Direta, Ministério Público, Poder Judiciário e Polícia Civil se manifestaram contra a proposta do governo. O Conselho Deliberativo do Fundo também. No meio da pressa dos parlamentares em atender ao governo do Estado, aparece o helicóptero com 450 quilos de cocaína. O helicóptero é de um deputado estadual, foi abastecido com dinheiro público e é pilotado por um servidor da Assembleia. A família do deputado já é investigada por desvio de recursos da merenda escolar. E o caso é tratado pelo Legislativo com corporativismo. Ninguém viu nada, ninguém fala nada e a culpa deve ficar para o piloto. Em meio ao episódio do helicóptero da cocaína e do Funpemg, os parlamentares protelaram a aprovação do reajuste de 5% para os servidores da educação, que é devido desde outubro. Com isso, vários problemas na carreira e nos salários, permanecerão. Brincam com a vida de professores que recebem de subsídio R$1.127. Esta Assembleia envergonha os mineiros! Não entenderam os recados das ruas.
Neila Batista é assistente social e ex-vereadora em Belo Horizonte
Beatriz Cerqueira é coordenadora-geral do Sind-UTE/ MG e presidenta da CUT Minas.
Recentemente, foi desenvolvido o Tubby, programa que analisa o desempenho sexual de mulheres a partir de hashtags (ferramenta da rede que reúne postagens sobre o mesmo tema a partir de algumas palavras), escolhidas por homens. As classificações incluem “#engoletudo” e “#gostadetapas”. Movimentos feministas se organizaram contra o machismo do aplicativo e, antes mesmo se seu lançamento, o juiz Rinaldo Silva, da Vara Especializada de Crimes Contra a Mulher de Belo Horizonte, determinou que sejam bloqueados os acessos ao Tubby, sob pena de R$ 10 mil de multa diária. As ativistas julgaram a ação como e importante vitória para a luta feminista no Brasil.
Na edição 15... Eletricitários em greve por segurança no trabalho
... e agora Desde o dia 26, os trabalhadores da Cemig estão parados na luta por melhores condições de trabalho e do serviço oferecido pela empresa à população. A categoria busca negociar o Acordo Coletivo de Trabalho, que já tem 60 anos. Na manhã da terça-feira (3), os trabalhadores acompanharam a audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da ALMG, em que representantes do Ministério do Trabalho e Emprego confirmaram as irregularidades praticadas pela Cemig. Na sexta-feira (28) o Sindicato encaminhou ofício ao presidente da Cemig, Djalma Morais, cobrando o diálogo. Apesar das tentativas, a empresa ainda não se pronunciou.
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entrevista | 09
Repressão não resolve questão da segurança pública VIOLÊNCIA Pesquisador discute política de segurança e defende mudanças estruturais Reprodução
Joana Tavares De Belo Horizonte Nesta semana, a Secretaria de Defesa Social divulgou que Minas Gerais registrou o pior índice de criminalidade desde 2007. No final de novembro, um cabo da Polícia Militar atirou contra dois policiais civis que participavam de uma investigação, confundindo-os com ladrões e gerando um tiroteio. Enquanto isso, o governo de Minas lança mais uma campanha publicitária, defendendo os investimentos feitos na segurança pública. “O governo utiliza da velha tática de propagandear que o aumento do contingente policial e a compra de viaturas são a solução para os problemas da violência”, denuncia o coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC e associado pleno do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Robson Sávio. Confira a entrevista abaixo. Brasil de Fato - Minas registrou um aumento dos índices de criminalidade. Qual o verdadeiro problema em relação à segurança pública no estado?
Robson Sávio - Temos um sério problema em relação à gestão da política de segurança pública. Minas é um estado muito grande, com demandas específicas para as diferentes regiões. Ou seja, políticas implementadas na metrópole nem sempre são eficientes em outros contextos. Além disso, o governo adotou uma política basea-
“Pelo estudo do orçamento de 2011, concluímos que hoje o governo de Minas gasta mais com a política de segurança do que com saúde e educação” da no aumento da repressão policial e no aprisionamento, que são ações utilizadas depois que o crime já aconteceu. São medidas muito onerosas, de resultado imediato, mas que não incidem nas principais causas da criminalidade violenta. Pelo estudo do orçamento de 2011, concluímos que hoje o governo gasta mais com a política de segurança do que com saúde e educação. Somente para manter o pa-
gamento dos policiais, o governo utiliza quase 70% de todo o orçamento da segurança. Por outro lado, investimentos em políticas de prevenção à criminalidade, inteligência e integração policial, no tratamento de usuários de drogas, melhorias no sistema socioeducativo, entre outras, que são mais eficientes, apesar dos resultados serem a médio e longo prazo, estão bastante prejudicados. O governo tem feito uma série de propagandas sobre a segurança na
“A política baseada no aprisionamento é de baixíssima eficiência. Cada preso custa, todo mês, cerca de R$ 2 mil ao Estado, e as taxas de reincidência superam 70%” TV. É verdade o que ele diz?
A propaganda é mais uma peça de marketing do que uma prestação de contas. O governo não divulga informações fundamentais. Começa falando que investiu no Fica Vivo, quando o investimento em prevenção é menos de 1% do orçamento. Diz que há investimento em integração das polícias com a comunidade, mas o que acontece é uma integração parcial e pontual. As imensa assimetria entre as polícias militar e civil dificulta uma integração efetiva das duas corporações. A PM é uma instituição grande, bem equipada; a Polícia Civil tem sido preterida na última década. O governo fala de algumas ações, mas não apresenta o que elas representam no plano de segurança pública. Utiliza da velha tática de propagandear que o aumento do contingente policial e a compra de viaturas são a solução para os problemas da violência. Qual a diferença do tratamento da questão da segurança pública pela esquerda e pela direita?
Se formos analisar os últimos 20 anos da história do Brasil, podemos dizer que não existe diferença no tratamento da segurança pública entre governos ditos de esquerda e de direita. A esquerda tem usado a velha estratégia do aumento da repressão policial para enfrentar
Robson Sávio coordena o NESP e integra o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
as mazelas da insegurança pública. Todos os governos usam o discurso do aumento da repressão como lenitivo para aplacar o medo e a insegurança que campeiam Brasil afora. O que precisaria ser feito é focar nas reformas estruturais, como a reforma das polícias, a reforma no sistema prisional e melhoria no sistema de justiça criminal. Temos uma estrutura inquisitorial de justiça, muito eficiente para garantir os direitos constitucionais dos
“O que precisaria ser feito é focar nas reformas estruturais, como a reforma das polícias, a reforma no sistema prisional e melhoria no sistema de justiça criminal” ricos e criminalizar os pobres. Nos últimos vinte anos, PSDB e PT, no governo federal, conseguiram algumas pequenas mudanças na política de segurança, mas não tiveram a coragem de propor e liderar as reformas estruturais. Fizeram alguns remendos novos num pano velho. São mudanças necessárias, mas que não atingem as raízes de um sistema de segurança caduco.
Recentemente, foi noticiada a fuga de um detido no presídio operado via Parceria Público Privada, que seria uma prisão modelo. O que isso demonstra em relação ao sistema?
A política baseada no aprisionamento é de baixíssima eficiência. Cada preso custa, todo mês, cerca de R$ 2 mil ao Estado, e as taxas de reincidência superam 70%. Em Minas, a população prisional triplicou nos últimos anos. Como o Estado não tem mais condições de construir e gerenciar as prisões, resolveu partir para a lógica da terceirização; uma forma oculta de privatização do sistema. Pelos estudos dos locais onde há prisões privadas, como nos EUA, observamos a criação de uma nova indústria dos presos. É preciso ter presos para que as prisões privadas funcionem. Toda a propaganda em torno do sistema prisional privado é para justificar essa parceria, essa lógica. Cria-se a ideia de que a unidade prisional é intransponível. Na verdade, a grande maioria das fugas está ligada com corrupção de agentes que operam no sistema. Ou seja, são pessoas que são incorruptíveis e que criam condições para fugas e rebeliões. A validade e supremacia do modelo das prisões privadas são uma construção simbólica. As mesmas mazelas que encontramos nas prisões convencionais são encontradas nas prisões privadas.
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Década dos transgênicos mostra resultados negativos AGRICULTURA Modificação genética não cumpriu promessas de aumentar a produtividade e rentabilidade do produtor Imagens USP
Luiz Felipe Albuquerque De São Paulo Ao pegar o óleo de soja na prateleira do mercado, Luzia Venzel, de 53 anos, não sabia que se tratava de um produto transgênico. “Já ouvi falar muito, mas não sei direito o que é. Mas não devem fazer bem”, comenta a dona de casa, desconfiada. Em 2014, completaram 10 anos da entrada das sementes geneticamente modificadas no Brasil. Depois de uma década, pouco se conhece e muito se desconfia. Para o engenheiro agrônomo e especialista em desenvolvimento agrícola pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ) Gerson Teixeira, os transgênicos não cumpriram as promessas de aumentar a produtividade agrícola, dar maior rentabilidade ao produtor e diminuir o uso de agrotóxicos. “Foi simplesmente uma tecnologia que vinculou o uso de sementes com agrotóxicos, sem aumentar em nada a produtividade”, avalia. Segundo ele, a produtividade da soja no Brasil entre as safras de 1992 e 2003 cresceu 31%, enquanto depois da entrada dos transgênicos aumentou apenas 4%. Os problemas relacionados aos transgênicos, entretanto, não se resumem apenas aos impactos na
agricultura ou na vida de quem trabalha no campo. A falta de pesquisas de médio e longo prazo deixa dúvidas sobre suas consequências para a saúde humana. “Sempre se defendeu o respeito ao princípio da precaução. Se não há estudo, não tem como fazer um esclarecimento de causa e efeito, colocando em risco a população e inviabilizando outras possibilidades de agricultura, já que tudo está contaminado”, afirma Teixeira. Na única pesquisa de maior fôlego realizada sobre o tema, liderada pelo cientista francês Gilles-Eric Séralini, professor da Universidade de Caen, na França, foi identificado que ratos alimentados com um milho transgênico da empresa americana Monsanto apresentaram maior propensão ao desenvolvimento de tumores. Falta de opção Na lista de cultivos já liberados para plantio comercial no país - soja, milho e algodão - todos são produzidos por apenas seis grandes empresas transnacionais: Monsanto (Estados Unidos), Syngenta (Suíça), Dupont (EUA), Basf (Alemanha), Bayer (Alemanha) e Dow (EUA). Essas empresas controlam 59,8% do mercado mundial de sementes comerciais e 76,1% do mercado de
População não tem conhecimento sobre a presença de organismos geneticamente modificados nos produtos vendidos nos supermercados
agroquímicos, além de 76% de todo investimento privado no setor pertencer a elas, segundo dados da entidade internacional Grupo ETC. De acordo com Teixeira, as grandes empresas multinacionais do agronegócio que desenvolvem sementes transgênicas têm um enor-
me poder político e econômico e controlam o mercado internacional e a comercialização dos produtos. Com isso, a população não tem outras opções. “Todos os mercados só vendem esses produtos”, lamentou dona Luzia, depois de saber que o óleo era transgênico.
Empresas querem acabar com rotulagem nas embalagens LEGISLAÇÃO Decreto obriga a identificação dos produtos transgênicos; a maior parte das empresas descumprem A indústria de alimentos deve informar os consumidores sobre a presença de mais de 1% de ingredientes transgênicos em qualquer tipo de produto para o consumo humano ou animal. Assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), o decreto federal 4.680/2003 regulamentou o direito à informação. No entanto, as empresas que desenvolvem os alimentos transgênicos tentam, por meio de projeto de lei, acabar com a obrigatoriedade de rotulagem dos produtos que contenham esse tipo de substância em sua composição. As empresas alegam que a letra ‘T’ em amarelo alarma as pessoas desnecessariamente.
Para o pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) João Paulo Amaral, essa informação é crucial, uma vez que não há uma regulamentação clara e pesquisas que comprovem os impactos desses produtos à saúde. “Os consumidores precisam saber o que estão comprando para tomar a decisão”, argumenta. Esse símbolo está se tornando cada vez mais comum para a população. Uma pesquisa realizada pelo Idec apontou que as pessoas querem saber se os alimentos que consomem têm ou não transgênicos. “A pesquisa mostra que as pessoas não só estão mais atentas e preocupadas
com o que se consome, mas também mais críticas”, observa. O Idec identificou em outra pesquisa que a maioria dos produtos com substâncias geneticamente modificadas não tem a presença do símbolo ‘T’ nem contavam com a inscrição por extenso ‘contém transgênicos’. Para Amaral, essas irregularidades acontecem pela ausência de um órgão fiscalizador. Efeitos colaterais Para o pesquisador, esses produtos nem poderiam estar nas prateleiras dos mercados, já que os transgênicos foram introduzidos no Brasil ilegalmente e ainda não existem
estudos definitivos sobre seus efeitos colaterais. A semente de soja transgênica da multinacional Dow Agrosciences, por exemplo, é resistente ao agente laranja e está para ser liberado na CNTBio. Trata-se de um produto altamente tóxico utilizado atualmente como agrotóxico. A partir da década de 60, foi usado na Guerra do Vietnã como uma arma química. “O processo de liberação dos transgênicos não leva em conta nenhum embasamento técnico efetivo. As empresas querem aprovar de qualquer forma, sem nenhuma participação da sociedade civil nessas discussões”, avalia Amaral.
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Projeto mapeia quem manda no Brasil PODER Estudo mostra quem são e como estão conectadas as pessoas que controlam as maiores empresas em atividade no país Da Repórter Brasil Você sabia que grandes empresas brasileiras estão conectadas através de pessoas que têm assento em seus conselhos? A Repórter Brasil identificou essas relações existentes, que envolvem as maiores corporações e fundos de pensão do país. Elos que muita gente nem imagina que existam. O resultado dessa investigação está disponível em uma plataforma digital na qual o internauta pode criar suas próprias redes, descobrindo relações nos setores que mais lhe interessam. O leitor também pode imprimir esses mapas criados ou enviá-los por redes sociais. O objetivo é transformar um assunto importante, mas que pode ser bem chato, em algo divertido. Textos de apoio acompanham a plataforma para ajudar a explicar o que significam tantas conexões.
O que é um Conselho? Em um prédio, o condomínio elege por votação dos presentes um síndico e um conselho, que interagem aprovando contas, avaliando obras e o desempenho dos funcionários. Nas empresas não é diferente. Os executivos são nomeados pelo Conselho de Administração, que define metas, orienta as estratégias de curto, médio e longo prazo, além de zelar pela missão e valores de cada companhia. O Conselho de Administração é uma obrigação legal de uma empresa de capital aberto (cujas ações estão listadas em bolsa e estão pulverizadas entre milhares de acionistas no Brasil e exterior, o que força um compromisso maior com a transparência). E é uma tendência crescente também em companhias de capital fechado, em que os acionistas não prestam contas com tan-
Agência Brasil
ta transparência, por não terem essa obrigação. Mas que atraem maior interesse quando pequenas, médias e grandes empresas de capital fechado buscam capital de investidores para crescer. Para obter esses recursos de terceiros, um dos requisitos é melhorar a “governança” corporativa e criar conselhos em que os fundadores possam discutir as estratégias com os investidores.
Agência Brasil
Como foi feita a investigação “Eles Mandam” é uma investigação da Repórter Brasil, com o apoio da Fundação Friedrich Ebert, inspirado no They Rule, que mostra quem são os que ocupam os assentos nos conselhos das maiores empresas dos Estados Unidos, possibilitando identificar redes de relacionamentos entre elas. Esta versão brasileira foi produzida com a permissão dos responsáveis pela iniciativa norte-americana.
12 | mundo
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América Latina reduz fome, mas sofre com alta de obesidade ALIMENTAÇÃO Segundo a FAO, 7,9% da população é afetada pela fome e 23% pela obesidade FAO ou Trokilinochchi/Creative Commons
O esforço para reduzir a fome na América Latina e no Caribe foi elogiado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Segundo o órgão, a quantidade de pessoas que passa fome no continente diminuiu de 65,7 milhões em 1990-1992, para 47 milhões em 2011-2013. O que representa uma queda de 14,7% da população para 7,9%. Porém, a FAO advertiu que a obesidade afeta 23% da população adulta, uma porcentagem que sobe para 61% se forem contabilizadas também as pessoas com sobrepeso. “A obesidade é grave porque se vincula a doenças cardiorrespiratórias ou diabetes”, assinalou o chefe regional de políticas da FAO, Adoniram Sanches.
No relatório “Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional da América Latina e do Caribe 2013”, a FAO enalteceu os avanços na luta contra a fome. Oito países da região conseguiram erradicar o problema: Cuba, Argentina, Venezuela, Chile, México, São Vicente e Granadinas, Barbados e Dominica. Já o Brasil, Colômbia, Guiana, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru e República Dominicana conseguiram reduzir pela metade a fome. Apesar da melhora, ainda há 47 milhões de pessoas desnutridas na região e 66 milhões que vivem em situação de indigência. A situação é pior no Haiti, onde 49,8% da população passa fome, seguido pela Guatemala (30,5%), Paraguai (22,3%) e Nicarágua (21,7%). Apesar da melhora, ainda há 47 milhões de pessoas desnutridas
CHEGA DE ENGANAÇÃO. Brasileiros querem o efetivo combate à sonegação e à corrupção!
SINDIFISCO-MG convoca população a se manifestar pela aprovação da PEC 186/2007. A população brasileira já demonstrou, ao se manifestar nas ruas, que anseia pelo fim da corrupção no país. O SINDIFISCO-MG tem lutado pela aprovação da PEC 186/2007, em tramitação no Congresso Nacional, que possibilita o combate efetivo à sonegação fiscal e a outros crimes a ela relacionados, como adulteração e falsificação de mercadorias (medicamentos, combustíveis etc.), contrabando, narcotráfico e corrupção (caixa 2). A aprovação da PEC 186/2007 significa maior transparência e eficiência na administração pública e redução da interferência dos poderes político e econômico nas Administrações Tributárias; significa que o Fisco não será coagido a consolidar interesses de um pequeno grupo privilegiado e poderá trabalhar pelo interesse público. É necessário que você faça parte desse coro de vozes. Vamos nos manifestar por esse importante instrumento contra a sonegação e a corrupção em nosso país. Contamos com você!
Impunidade e desrespeito, não! Saiba mais no www.sindifiscomg.org.br
Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais
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A novela Como ela é
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Pioneiro da industrialização brasileira
Veterano ator da novela "Lado a Lado"
© Revistas COQUETEL 2013
Estado da ilha do Mel (sigla)
Reprodução
www.coquetel.com.br
A maior paixão Meio para do nacionalista contestar Cede; Sufixo de exames escolares oferece "urinol"
O do álcool é alto no conhaque
variedades | 13
Apelido de Adriano (fut.) Barco esportivo Órgão como a WWF Alimento energético muito açucarado
(?) renal, opção para a hemodiálise
O tempo com poucas nuvens
Noel (?), sambista
Terceira nota da escala musical
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Aquele
Cabra, em inglês (?)-8: grupo dos países ricos Escanteio (fut.)
www.coquetel.com.br Modo de Veterano ator da governar novela um aEstado "Lado Lado"(pl.) de desfile de blocos de carnaval
Órgão como a WWF
Noel (?), sambista
Escoa a água da chuva dos telhados
É analisada na árvore genealógica
Cidade(?): Paris Dez, em inglês
Adquirir;
conquistar Lucrativo; proveitoso sada na árvore genealógica
Adquirir; conquistar A letra da cedilha
Pequeno pássaro colorido e frutífero
Choque de objetos Bazófia; fanfarrice Alexander Pope, poeta inglês Pequeno pássaro colorido e frutífero
(?) causa, motivo grave de demissão "Nacional", Avenida Inpe (?)em causa, motivo (abrev.)
grave de demissão "Nacional", Avenida em Inpe (abrev.)
3/saí — ten. 4/goat. 5/salad. 6/caçapa. BANCO
3/saí — ten. 4/goat. 5/salad. 6/caçapa.
BANCO
Cidade(?): Paris Dez, em inglês
Satélites Haroldo de Andrade, radialista
A letra da cedilha É anali-
Proteção Alexander Ambiental (sigla) Pope, poeta inglês
Salada, em inglês Ouro (símbolo)
de sinuca
Lucrativo; proveitoso
Área de
Gato, nas histórias de Batman
Satélites Haroldo de Despidos Andrade, Buraco da radialista mesa
Área de Proteção Ambiental (sigla)
Alimento energético muito açucarado
Parte interna do pão
Choque de Risos, objetos na internet Bazófia; fanfarriceA Mulher-
Local de desfile de blocos de carnaval
Escoa a água da chuva dos telhados
A MulherGato, nas histórias de Batman Terceira nota da escala musical
Salada, Aquele homem em inglês Ouro (símbolo)
Modo de governar um Estado (pl.)
Escanteio (fut.)
Presos por adultério?
Risos, na Barco internet esportivo (?) renal, opção para a hemodiálise
Cabra, em inglês (?)-8: grupo dos países ricos
A maior paixão Meio para do nacionalista contestar Cede; Sufixo de exames oferece "urinol" escolares
O do álcool é alto no conhaque
Apelido de Adriano Local (fut.)
O tempo com poucas nuvens
Despidos Buraco da mesa de sinuca
interna do pão 2013 © Parte Revistas COQUETEL
homem
Estado da ilha do Mel (sigla)
Pioneiro da industrialização brasileira
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Solução Solução
M D O A
O R L E V M I E S L Ã O A D P E A P R S O A V DE N C I A
O R L E V M I E S P LR AÃ D I O O O S A AN D PG IE M V I AR P O S A L R T O SA SO AL UV Z A J O IR A
e livrarias
T PI E R O O R TL R E O A L N E S Z P A LO U A N T TC E DE S C E N
AMIGA DA saúde nas bancas
T P E R A O I R O S N E GM I L I V M E CR LT UA GS O AA A NT G U CA O SR L N UU CA Ç A T AA J A L H E CR V A N D EE N
nas bancas e livrarias
M P A R U A T R A R N U S A P L H A A N T C E
para você se lembrar de tudo
M I C L T G O N G C O N CA Ç A CA L V E DE S
jogos
e exercícios jogos para você se lembrar de tudo e exercícios
Em Joia Rara, novela das 18h, uma cena impossível para os noticiários de hoje em dia aconteceu esta semana: Iolanda e Mundo foram presos por adultério. Ela, esposa do temido Ernest, mas já separada, vem se encontrando às escondidas com Mundo, também odiado pelo joalheiro por pertencer ao partido comunista. Se vistos juntos, serão considerados criminosos, pecadores. Ernest, que não aceita a rejeição de sua esposa, arma um flagrante para que a polícia encontrasse os dois pombinhos juntos e os prendesse. Sim, eles estavam cometendo um crime. O adultério só deixou de ser crime em 2005. Confesso que fiquei pasmo ao apurar essa informação. Recente demais, não é mesmo? O adultério já foi crime porque é um comportamento socialmente reprovado. A imagem da mulher adúltera na Bíblia e o seu apedrejamento demonstram bem até hoje o que a sociedade pensa dos que pulam a cerca e de como eles devem ser punidos. Ninguém merece ser traído, é claro. E por isso, embora a traição não leve mais o adúltero para cadeia, o tema ainda gera bastante discussão nas conversas do dia a dia, chegando até a esfera da justiça. Pessoas ainda se consideram lesadas pelo adultério e reclamam judicialmente por danos morais. Sim, me parece que essa é uma questão moral já que envolve valores como a fidelidade, honestidade, companheirismo e verdade. Quem trai, se não está fora da lei, permanece fora, mas das regras sociais. Em geral, temos dificuldades em aceitar o fim de namoros e casamentos. Para rompê-los então, mais ainda. Não que isso seja motivo para ir pulando de cerca em cerca. Mas eu realmente acho que o adúltero deve repensar sua relação “extraoficial”, pois encontrar escondido e ocultar a expressão dos sentimentos dá trabalho demais! Adúlteros de plantão: sejam corajosos para sair de relações que já dão certo mais! E viva a liberdade! Até a próxima semana!
Por Joaquim Vela quimvela@brasildefato.com.br
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde
Recentemente descobri que estou com alergia a glúten. O médico me proibiu de comer várias coisas e por isso estou com medo de desenvolver problemas nutricionais com o tempo. Qual a importância do glúten? Como posso substituí-lo?
Amiga da Saúde, ouvi dizer que os materiais que as manicures utilizam podem transmitir muitas doenças. Qual o melhor método de esterilização? Estou muito preocupada, pois frequento periodicamente a manicure...
Maria Eduarda, 25 anos, técnica de enfermagem
Alexandra Gonçalves, 36 anos, garçonete.
Querida Maria, a intolerância ao glúten, cientificamente conhecida como doença celíaca, é mais comum do que imaginamos. Alguns casos são mais agudos, apresentando muitos sintomas gastrointestinais e de mais fácil diagnóstico, outros casos já têm sintomas mais inespecíficos e diversos, com mais dificuldade diagnóstica. Em todo caso, o diagnóstico definitivo depende de endoscopia e biopsia.
Cara Alexandra, os materiais utilizados pelas manicures podem mesmo transmitir doenças. As de mais fácil transmissão são as micoses, que se espalham pelo uso comum de alicates, lixas, toalhas, espátulas, bacias, etc. Pelo risco de exposição sanguínea, pode-se contrair outras, principalmente hepatite e HIV. Para prevenir esses problemas, as manicures devem lavar os instrumentos com água e sabão,
O tratamento deve excluir totalmente o glúten da alimentação. Assim, o sistema gastrointestinal tem grandes chances de voltar ao normal, evitando complicações. O glúten não precisa ser substituído, ele não faz falta pra nutrição. Deve-se excluir da alimentação tudo o que contenha trigo, centeio, cevada e aveia, por toda a vida.
com o auxílio de uma escova, secar e esterilizar em estufa, à temperatura de 170°C. Os objetos devem permanecer por uma hora sem abertura da estufa. Outra possibilidade é deixá-los por 30 minutos à temperatura de 180°C. Vale a pena ter seu material, de uso individual, para evitar tais doenças. Fique atenta e previna-se.
Querida amiga da saúde, estou grávida do meu segundo filho e gostaria de fazer uma cesárea para aproveitar e ligar as trompas, pois não quero mais ter filhos. Ouvi dizer que isso é proibido, é verdade? Iracema Loureiro, 31 anos Olá, Iracema! Isso é verdade sim. A lei 9.263, de 12 de janeiro de 1996, regula as questões relacionadas ao planejamento familiar. Essa lei diz que é proibido fazer cesariana somente motivada pela laqueadura. O parto normal é mais saudável e menos arriscado para mãe e filho. Entretanto, muitos hospitais ainda fazem mais cesáreas porque ganham mais e gastam menos tempo. Nesse contexto, a proibição veio para proteger a saúde da mulher. A única exceção é nos casos em que a mulher já teve duas ou mais cesá-
reas. Isso porque essa situação exige que seja feita cesárea no parto seguinte e uma nova gravidez significaria muito risco para a mulher. Você poderá esclarecer melhor seus direitos nos grupos de planejamento familiar existentes nos centros de saúde da rede do SUS.
14 | cultura
Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
Ritmos que atravessam fronteiras MÚSICA Cantora colombiana Inés Granja apresentou temas tradicionais de seu país Divulgação
Os estilos musicais na Colômbia têm uma divisão parecida com o Brasil, cada região tem um tipo de música próprio e, como é banhado por dois oceanos, o país se divide nas suas regiões litorâneas. Na região do Pacífico-sul, no estado de Cauca, na cidade de Timibiquí, nasceu um dos maiores nomes do estilo Marimba, a cantora Inés Granja. “Suas músicas são tão conhecidas que muitas pessoas pensam que já virou folclore, que ela já morreu. Mas não, ela está aqui”, afirmou Juan David, aluno de Inés. Ele, que é boliviano, ajudou a cantora a dar a oficina de música e cantos de marimba colombianos, na terça-feira (3), na Fundação Nacional da Arte
(Funarte) de Belo Horizonte. Na oficina, Juan e Inés apresentaram instrumentos e ensinaram aos participantes alguns ritmos tradicionais. “Para aprender a tocar, é preciso cantar o som que o tambor faz”, disse Juan. Lembrando que as palavras cantadas mudam de acordo com os sotaques de cada região da Colômbia. A oficina foi parte do evento Vozes de Mestres - encontro internacional das culturas populares, que acontece até o dia 8 de dezembro, na Funarte e em Centros Culturais de Belo Horizonte. A entrada é gratuita e a programação pode ser vista no site www.vozesdemestres.com.
Jogo rápido entrevista com Inés Granja Herrera Como você começou a compor? Em 1980, existia um programa de TV chamado “Cante e Ganhe”, em que vi um moço colombiano cantando e que ganhou. Eu pensei: se ele pode, eu também posso. Então, compus vallenato, compus salsa, compus balada e pasillo. Mais tarde eu compus a música Memoria de Justino, que foi uma bomba e fez sucesso em muitos lugares e países.
Como a música pode transformar as pessoas? Eu ensino crianças a tocar em uma escola da Colômbia. Hoje, crianças e adolescentes têm uma mentalidade que podem levar além. Então, eles vão à escola, veem o que eu estou fazendo e querem fazer também. Aquela mentalidade que ia em direção à maldade, muda e entra na música. O que quer dizer que estão se transformando.
Inés Granja é uma das principais cantoras de marimba da Colômbia
Cinema de terreiro de graça O Centro Cultural da UFMG apresenta, até o dia 19 de dezembro, a mostra “Cinema de Terreiro”. O projeto conta com exibições de filmes nacionais que abordam como tema central a religiosidade afro-brasileira. As produções retratam o espaço destinado ao sagrado nos antigos ritos africanos, seus costumes, tradições e adequações para as religiões criadas no Brasil. Os terreiros das casas de santo de Salvador e arredores são destaque em obras como Tenda dos Milagres, do diretor Nelson Pereira dos Santos. No filme, o personagem principal - negro, capoeirista, e ojuobá (título dado àqueles que se tornam altos sacerdotes e dignitários do culto de Xangô nos candomblés brasileiros) - defende o direito dos negros e mestiços do país. O longa, expoente do Cinema Novo, será exibido no dia 10. A exibição conta ainda com
Jardim das Folhas Sagradas, de Pola Ribeiro, no dia 12. No dia 17, os filmes apresentados serão Filhos de Gandhy (de Lula Buarque de Holanda), Gato/Capoeira (Mário Cravo Neto), Oriki (Jorge Alfredo e Moisés Augusto), Omolu Não É São Lázaro (Flávio Lopes) e Axé do Acarajé (Pola Ribeiro). Fechando a edição do projeto, no dia 19, Mensageiro Entre Dois Mundos, de Lula Buarque de Holanda, traz uma valiosa pesquisa sobre o etnógrafo Pierre Verger, que dedicou sua vida aos estudos das religiões afro-derivadas do novo mundo. A mostra conta com curadoria de Marcos Pietty, coordenador de produção e roteirista do Programa Diverso, da Rede Minas. Acontece todas as terças e quintas-feiras, às 19h, no Centro Cultural da UFMG (Av. Santos Dumont, 174, Cine Centro). A entrada é franca.
Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
AGENDA DO FIM DE SEMANA
é tudo de graça!
MÚSICA
ARTES MANUAIS
Show do Grupo Uakti, acompanhado por vencedores do Prêmio BDMG Instrumental e participação especial do Coral BDMG. Sábado (7), às 20h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro). EXPOSIÇÃO
HISTÓRIAS
Exposição conta a história do movimento e bandas punk de Belo Horizonte. Sábado (7), às 17h, no Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania/IHG (Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza).
Festival de Música Estudantil de Garagem. As melhores bandas serão escolhidas por curadoria especializada. Domingo (8), às 15h, no Studio Bar (Rua Guajajaras, 842, Centro).
DANÇA
O 10º Bazar de Histórias reúne espetáculos teatrais, shows e exibições de filmes. Sábado (7), às 15h, no Espaço Aberto Pierrot Lunar (Rua Ipiranga, 137, Floresta).
Espetáculo “As Coisas Não São Sólidas Nem Líquidas”, do Grupo Entrecorpos. Sábado (7), às 17h, no Centro Cultural Vila Santa Rita (Rua Ana Rafael dos Santos, 149, Vila Santa Rita).
cultura | 15
Segunda a quinta-feira ARTES PLÁSTICAS
LITERATURA
Bate-papo com o autor Marcel Souto Maior sobre o livro “Kardec, a Biografia”. Segunda (9), às 19h30, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro). CINEMA
A mostra Três Vezes Almodóvar exibe os filmes Má Educação, Abraços Partidos e A Pele Que Habito. Quarta (11), respectivamente às 17h, 19h, e 21h15 no Cine Humberto Mauro (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro).
SEMINÁRIO
O Projeto Digas! Poesia Falada apresenta o poeta Makely Ka, que realizará o espetáculo “Verborragia Mínima - Poesia Sonora”. A entrada é 1kg de alimento não perecível. Quarta (11), às 19h30, no Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium (Augusto de Lima, 420, Centro).
Clube da Leitura abordando o livro “A passagem tensa dos corpos”, de Carlos de Brito e Mello. Quarta (11), às 19h, na Floriano Livraria & Café (Avenida Antônio Cadar, 147, São Bento).
MÚSICA
A mostra “Belô Poético – 9 anos de Resistência Poética” apresenta uma retrospectiva do evento, que reúne expoentes da poesia contemporânea. De 6 de dezembro até 4 de janeiro. Terça a sexta, das 8h às 17h e sábado, das 9h às 12h, no Centro Cultural Padre Eustáquio (Rua Jacutinga, 821, Padre Eustáquio).
esporte |
na geral Sada Cruzeiro invicto na Super Liga
O atual campeão mundial de vôlei segue invicto na temporada. Jogando pela nona rodada da Super Liga, o Sada Cruzeiro derrotou, na última terça feira (3), o também invicto Sesi São Paulo. Mesmo fora de casa, o time mineiro não se sentiu pressionado e garantiu uma brilhante vitória por 3 x 0 (21/14, 21/16 e 21/14) com atuação impecável do oposto Wallace, maior pontuador da partida, com 18 pontos . Na próxima rodada, sábado (8), também fora de casa o Sada enfrenta o Moda-Maringá no Paraná.
Santa Cruz campeão da Série C
O Santa Cruz fez história no último domingo (1) ao conquistar o título de campeão Brasileiro da Série C. O tricolor pernambucano venceu o Sampaio Corrêa por 2 a 1, no estádio do Arruda em Recife. Os gols foram do volante Dedé e do Atacante Flávio Caça-Rato. Foi o primeiro título nacional da história do clube,
que fará 100 anos em 2014. O Santa Cruz disputará a série B na próxima temporada juntamente com o próprio Sampaio Corrêa (MA), Luverdense-MT e Vila Nova-GO.
Sorteio dos Grupos da Copa do Mundo 2014 Nesta sexta-feira (6) acontece, na Costa do Sauípe, Bahia, o sorteio dos grupos da Copa do Mundo 2014. Após a distribuição das seleções em quatro potes, será sorteado o grupo em que cada seleção ficará e seus adversários na primeira fase do mundial. A possibilidade de ser formado um grupo da morte pela primeira vez em uma Copa do Mundo, e do Brasil estar presente nele, dá o tom de suspense para o sorteio, que custará a bagatela de R$ 26,4 milhões, que serão divididos em porções desiguais entre Fifa (R$ 20 mi) e governo da Bahia (R$ 6,4 mi).
Final da Copa Sul-americana
Na partida de ida da final da Copa Sul-americana realizada no Pacaembu na última quarta-feira (4),
Ponte Preta e Lanús, da Argentina, empataram em 1x1 com dois golaços de falta, um para cada lado. Como nesta fase o gol fora de casa não é critério de desempate, assim como em outras competições, o time de Campinas necessita de uma vitória simples no jogo de volta, em La Fortaleza, estádio do Lanús, na próxima quarta (11), para sagrar-se campeão pela primeira vez em 113 anos de história. Qualquer empate leva a decisão à prorrogação. A Ponte Preta faz a sexta final de sua história, sendo as cinco anteriores em campeonatos paulistas.
O Ministro Aldo Rebelo, a Copa do Mundo e as Noivas Em sua missão de defender a Copa do Mundo do Brasil, e em meio às trapalhadas que os organizadores da competição andam cometendo, o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, fez papel de ridículo mais uma vez. Em entrevista na quartafeira (4), ao comentar o atraso na entrega de estádios (principalmente o Itaquerão, em São Paulo, a Arena da Baixada, em Curitiba, e a Are-
na Pantanal, em Cuiabá, que só serão entregues no primeiro semestre do ano que vem), deu a seguinte declaração: “Acho que [em] 100% dos casamentos que testemunhei a noiva chegou atrasada, nunca vi chegar na hora, e nunca vi deixar de acontecer por isso.” Entretanto, o ministro não ironizou o custo das obras dos estádios, que vai acabar sendo 250% acima do anunciado, segundo denúncias do deputado federal Romário, chegando a um total de R$ 7,1 bilhões.
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Belo Horizonte, de 06 a 12 de dezembro de 2013
A atuação de Diego Tardelli no Atlético-MG pode render participação na Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo. Pelo menos é o que garantem alguns especialistas e muitos torcedores
OPINIÃO Atlético
Sai pra lá, olho gordo Bruno Cantini
OPINIÃO Cruzeiro
Rogério Hilário Ronaldinho Gaúcho está de volta, Fernandinho garantido. Fluminense, campeão do ano passado, beneficiado pela arbitragem, que errou mais contra o Atlético. É, parece que tudo caminha para um Natal ainda mais feliz para a Massa. O craque treinou, fez passe de letra, chutou e acertou o travessão várias vezes, como se nada houvesse acontecido. E foram 70 dias em recuperação. Tomara que, nas partidas, a precisão seja maior e a bola vá para as redes, como aconteceu na Copa Libertadores. Só falta mesmo o Bayern perder de vez Ribéry, Schweinsteiger e Robben para o primeiro título do Mundial Interclubes ficar
mais fácil. E na primeira tentativa. Opa! Não podemos esquecer que teremos um adversário nas semifinais. E pode ser o Monterrey, do México. Além disso, o próprio Ronaldinho Gaúcho elogia o técnico da equipe alemã, espanhol Pepe Guardiola, ex-Barcelona, que burilou o estilo de jogo do Bayern, hoje mais afeito ao toque de bola e às jogadas em velocidade. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Se bem que a segunda opção depende das habilidades do cozinheiro. Estamos há poucos dias da competição no Marrocos e a expectativa cresce a cada momento. E, o melhor: a força maligna da turma seca-pimenteira parece que se esgotou. Saí pra lá, olho gordo!
Inocentes, até que se prove o contrário?
Wallace Oliveira
Anuncie no Brasil de Fato MG Todas as semanas nas ruas de Belo Horizonte
(31) 3309-3304
publicidademg@brasildefato.com.br
Imagine, leitor, que encontrassem em sua casa, não importa a circunstância, dez vezes menos cocaína do que acharam nas propriedades dos Perrela. Já que você não é empresário, parlamentar e aliado de Aécio Neves, o fato seria noticiado mais ou menos assim: “Bandido é preso com carregamento de drogas”. Como os principais envolvidos são “gente mineira de valor”, a grande mídia aborda o assunto com discrição e os Perrela são tratados como inocentes, até que se prove o contrário. Torcidas organizadas É claro que somos contra brigas entre torcedores, como as que ocorreram em torno do Mineirão, no domingo (1). O problema é esse tipo de ocorrência ser o motivo para pedirem o fim das organizadas, como se isto fosse o remédio milagroso para a violência nos estádios
Whashigton Alves
e na rua. Se falta competência para conter os confrontos, também não se resolve a questão tratando como potenciais criminosos todas as pessoas que se associam para torcerem por um clube. Pensando em 2014 No elenco de trinta e dois atletas do Cruzeiro, nove são indispensáveis: Fábio, Dedé, Bruno Rodrigo, Nilton, Lucas Silva, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Dagoberto e Willian. Os seis primeiros são insubstituíveis e carecem de bons reservas. Os três últimos são excepcionais e versáteis, mas não jogariam juntos no atual 4-2-3-1. Isto, longe de ser uma deficiência, significa que qualquer um deles pode substituir e ser substituído com qualidade. Convém contar com outros três: Baptista, Mayke e Ceará. As maiores lacunas estão na lateral esquerda, onde falta um concorrente para Egídio, e na ausência de um bom centro-avante.