mundo | pág. 12
Reprodução
minas | pág. 7
Mídia Ninja
Todos podem ser Papai Noel
Socióloga afirma que morte do líder Nelson Mandela deve ser vista com autocrítica por governantes de países que apoiaram o apartheid na África do Sul
Há 24 anos o projeto Papai Noel dos Correios, a partir da ajuda de “padrinhos” e “madrinhas”, arrecada presentes e leva felicidade a crianças da capital
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Edição
As lições de Mandela
Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013 | ano 1 | edição 17 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatomg
cidade | pág. 3 e 4
Prefeitura não ouve população Mídia Ninja
minas | pág. 6
Mineiros querem pagar menos na conta de luz Mais de 600 mil votaram no plebiscito popular pela redução da tarifa de energia. O resultado da consulta será entregue aos candidatos em 2014 Reprodução
Ato no aniversário da cidade questiona projeto Nova BH e pede a abertura da caixa preta das licitações de ônibus
Prefeitura contrai dívida de R$ 460 milhões com o Banco Mundial. Segundo secretário, o objetivo é pagar o que deve à União, mas economistas apontam que o risco com o banco internacional é maior. Assim como não houve consulta ou divulgação do novo empréstimo, PBH tenta passar partes do Nova BH na Câmara, antes da Conferência com a população. Movimentos se organizam e preparam uma versão popular da consulta, que tem etapa municipal neste sábado (14). Ativistas também deixam um alerta: congelamento do preço da passagem pode ser temporário
esportes | pág. 16 Para se consolidar como um dos melhores clubes do futebol brasileiro, Cruzeiro precisa melhorar setores da equipe. Enquanto isso, Atlético se prepara para o Mundial.
cultura | pág. 14 Confira as atrações especiais de Natal que chegaram a BH. Programe-se para conhecer os lugares e aproveitar os shows gratuitos na cidade
02 | opinião
Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
editorial | Minas Gerais
editorial | Brasil
Que cidade queremos?
Mandela, um legado de lutas para as novas gerações
No dia 12 de dezembro, BH comemora seus 116 anos. Os mais velhos se lembram do tempo em que os bairros eram chácaras, quase não havia automóveis nas ruas e a cidade era referência nacional pela boa qualidade do ar. Agora, os 2,47 milhões de habitantes da capital convivem com todos os problemas das metrópoles: trânsito caótico, falta de moradia, transporte coletivo precário, insegurança, escassez de espaços de lazer gratuitos, poluição e a lista segue. BH foi construída por trabalhadores e trabalhadoras, que tiveram que se virar como podiam para poder morar. Vem de longe o histórico de ocupações urbanas. Fora do eixo planejado da Contorno, cente-
Não há como efetivamente melhorar a qualidade de vida da população sem uma profunda reforma fundiária e imobiliária nas e milhares de famílias construíram suas casas em beira de morros, rodovias, e onde dava. Foi se constituindo uma nova cidade, segregada da oficial. A Prefeitura estima que existam 215 vilas, favelas, conjuntos habitacionais populares e “outros assentamentos irregulares”, que abrigam mais de 450 mil pessoas. Não há como efetivamente melhorar a qualidade de vida da população sem uma profunda reforma fundiária e imobiliária. Não faz sentido que exista um déficit de 130 mil casas na cidade e que haja tantos prédios vazios, abandonados e servindo à especulação imobiliária. Não faz sentido termos a quarta pior distribuição de renda de toda a América Latina, segundo estudo da ONU. A PBH atua distanciada do povo. Não apresenta a tão solicitada planilha das empresas que controlam a máfia dos ônibus, trata as mobilizações com desprezo político e po-
lícia, privatiza a cultura e as praças. Quando elabora um plano de médio prazo para a cidade - o Nova BH, que pretende mudar a cidade nos próximos 20 anos - não o discute com a população e força sua aprovação por meios escusos. Deve ser porque sabe que a proposta não é para todos, mas para os empresários que vão ganhar muito dinheiro com a compra do potencial construtivo e depois devolver o presente com o financiamento de campanha. O argumento surrado de que falta dinheiro público para investir não convence. Se a Prefeitura pega dinheiro com o Banco Mundial - R$ 460 milhões - para pagar dívida, deve estar fazendo muito mal seu dever de casa. Tem dinheiro pra pagar juros, pra fazer bonito aos investidores, pra pagar dupla de cantores pra mentir na TV, e não tem pra melhorar a cidade. Mas Belo Horizonte não é da PBH. A cidade está viva e pulsa por fazer valer seu nome.
Falando Nilson
A comunidade internacional acompanhou atentamente o ritual fúnebre de Nelson Mandela. O líder negro sul-africano é um símbolo da luta política contra o apartheid, regime de segregação racial que vigorou na África do Sul entre 1948 e 1994. “Estou feliz e, ao mesmo tempo, profundamente triste em poder voltar a Soweto. O que me entristece é ver que vocês continuam sofrendo sob o sistema desumano do apartheid”, disse Mandela, depois de quase 28 anos preso, em sua primeira frase no reencontro com seu povo em 1990. O legado de Mandela foi construído ao longo de uma militância dedicada a servir ao povo sul-africano. Seu legado expressa a luta dos povos por justiça social, atualiza e dignifica a luta contra o preconceito racial. Isso parece óbvio, mas é justamente isso que o dispositivo midiático conservador tenta omitir. Mandela, na perspec-
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
tiva das elites, seria um consenso entre as classes sociais. Ou seja, a mídia conservadora resume o legado de Mandela enquanto ativista da luta pela liberdade. Mas sabemos que Mandela foi um personagem fundamental no processo de descolonização da África. Enfrentou o imperialismo britânico, sofreu o preconceito racial e a repressão da então primeira ministra da Inglaterra Margareth Thatcher. Escondem que Mandela era um aliado fiel de Cuba e Fidel Castro. Muitos atacam o legado do líder sul-africano afirmando que ele patrocinou o neoliberalismo na África do Sul. Esses setores esquecem que Mandela chegou à presidência em 1994, no auge do avanço do neoliberalismo e num momento em que as experiências socialistas tinham acabado. Com certeza, não se deram conta de que se tratava de uma nova correlação de
Mandela foi um personagem fundamental no processo de descolonização da África e enfrentou o imperialismo britânico forças naquele momento de ofensiva do capital. Mandela foi obrigado a pactuar acordos com a elite branca no campo da economia. Ou seja, a correlação de forças obrigou Mandela e seu partido, o Congresso Nacional Africano, a fazer concessões no campo da economia para garantir o fim do apartheid. Certamente o legado de Mandela proporcionará forças para que as futuras gerações sul-africanas completem a tarefa de seu líder negro e avancem mais no campo da luta por justiça social. A simbologia de Mandela contagiará a luta dos povos pela transformação social.
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Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
Congelamento da passagem é vitória, diz APH TRANSPORTE Valores não serão reajustados até que acabe auditoria Mídia Ninja
Thaís Mota Do Portal Minas Livre A informação de que o preço da passagem de ônibus em Belo Horizonte não será reajustado em dezembro foi comemorada pelos movimentos sociais da capital. O anúncio foi feito na tarde de segunda-feira (9) pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), que afirmou que vai aguardar o resultado da auditoria contratada pela prefeitura para auferir os custos e lucros das empresas de ônibus que exploram o serviço em BH. No entanto, integrantes da Assembleia Popular Horizontal (APH) alertam para a possibilidade do valor ser reajustado após a entrega do relatório final da auditoria. “Tudo isso é uma grande vitória dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada e foi conquistado à base de muita pressão, mas há um movimento aí que é importante: eles não vão reajustar agora no final do ano”, afirmou André Veloso, integrante do grupo de Mobilidade Urbana da APH. Segundo ele, a maior preocupação é que os dados finais da auditoria sejam maquiados, já que a BHTrans, empresa que administra o transporte público na capital, desconhece os custos e lucros das empresas de ônibus e não possui as planilhas que poderiam apontar os valores. “Desde 2008, a BHTrans não sabe o custo do sistema de trans-
Dois grupos organizam as partidas de dama e xadrez na Praça Sete
porte público da capital, eles só possuem dados sobre a receita. Então não se sabe se os aumentos dos últimos quatro anos foram justos”, afirma. Além disso, André Veloso denuncia que a auditoria está sendo realizada a portas fechadas. “Apenas gestores da BHTrans e das empresas de ônibus sabem como está o andamento da auditoria e nós reivindicamos desde junho que a população possa acompanhar todo o processo e que ele fosse conduzido de maneira transparente”, afirma. Ainda segundo ele, a entrega do resultado final teria sido adiada e estaria prevista para este mês. No entanto, a BHTrans informou que ainda não
há previsão para a conclusão dos trabalhos. Tarifa Zero Em setembro, integrantes da APH lançaram a campanha Tarifa Zero que busca assinaturas para um projeto de iniciativa popular para tornar o transporte público gratuito na capital. Para isso, são necessárias 95 mil assinaturas de eleitores da cidade, o que representa 5% do eleitorado. O projeto prevê a criação de um Fundo Municipal de Mobilidade Urbana, que financiaria o transporte gratuito, por meio de recursos da prefeitura, pagos em vale-transporte por empresas para os trabalhadores, receitas de publicidade nos ônibus, entre outros.
Mais BH para os ricos, menos BH para os pobres Rafaella Dotta De Belo Horizonte A Audiência Pública realizada na sexta-feira (7) simbolizou falta de diálogo entre prefeitura e organizações que representam os bairros periféricos de BH. Foi a primeira vez que o poder municipal apresentou publicamente o projeto “Nova BH”, que fará uma reestruturação em 20% da cidade. Líderes populares e Ministério Público chamam a atenção para as irregularidades do processo. Enquanto isso, a prefeitura pressiona os vereadores a aprovar proposta. “O maior motivo de revolta é que esse projeto não foi construído diretamente com a população”, afirma Cleide Aparecida Nepomuceno, da Defensoria Pública de Direitos
Humanos. Nem mesmo os órgãos institucionais, como a própria defensoria, têm informações completas sobre o projeto. A defensora declarou ainda que “a grande dúvida é o que acontecerá com os pobres de vilas e favelas”. O Ministério Público recomendou que o projeto seja discutido em conferência antes de ser votado. O prefeito garantiu que ainda neste ano a conferência seria realizada, mas não houve convocação. Assim, organizações populares resolveram realizar sua própria consulta. Serão organizadas conferências livres em bairros da cidade até a sexta-feira (13). A etapa municipal, chamada de Conferência Popular de Políticas Urbanas, acontecerá no dia 14, às 10 horas, na Praça da Estação.
Na Câmara Os vereadores também estão insatisfeitos com a postura da prefeitura. De acordo com Gilson Reis, recentemente o poder executivo colocou 32 propostas de mudança da regulamentação urbana, e cinco foram aprovadas. Os temas tratam da liberação de áreas públicas para o setor privado, aumento do número de andares e construção de prédios onde hoje é proibido e outras. Gilson Reis afirma que os vereadores da oposição estão tentando segurar a votação dessas pautas até que seja realizada a Conferência das Cidades, na qual a população poderá opinar. A próxima reunião do Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) será na quintafeira (19) e há expectativas de que este órgão convoque a Conferência.
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Pergunta da semana Termina no dia 20 de dezembro o prazo para as empresas pagarem aos seus funcionários o 13º salário de 2013. O benefício deve ser pago a 82 milhões de brasileiros, que, em média, receberão R$ 1.740 de gratificação. De acordo com cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), até dezembro, cerca de R$ 143 bilhões devem ser injetados na economia do país. Com o final de ano, muitas pessoas aproveitam o recebimento do 13º salário para pagar dívidas e realizar sonhos que não puderam ser concluídos durante o ano. Esta semana o Brasil de Fato MG perguntou, nas ruas de BH, o que os cidadãos pretendem realizar com o seu dinheiro.
O que você vai fazer com seu 13º?
“A gente tem um monte de coisa pra fazer com o 13º, né? Mas tem prioridades que não podemos deixar de pagar, como IPVA, IPTU... Então vou separar uma parte do dinheiro para quitar as dívidas de início de ano pra começar bem, porque a pior coisa que tem é entrar o ano devendo”. Vanessa Gomes, técnica em enfermagem, 41 anos
“Vou guardar meu 13º, porque futuramente vou inteirar com o resto de dinheiro que guardei para comprar um pedacinho de terra”. Antônio Carlos Alves, fiscal da receita federal, 62 anos
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Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
PBH põe em risco orçamento do município US$ 200 mi Empréstimo com Bird deve pagar dívida com a União, mas especialistas apontam que troca não valeu a pena Mídia Ninja
Maíra Gomes De Belo Horizonte A Prefeitura de Belo Horizonte fecha o ano adquirindo mais uma dívida. Na terça-feira (10), o prefeito Marcio Lacerda (PSB) esteve em Brasília para assinar com o Banco Mundial (Bird) um empréstimo de 200 milhões de dólares, equivalente a 460 milhões de reais. Segundo o secretário municipal de finanças, Marcelo Piancastelli Siqueira, os recursos não se destinam a projetos de investimento ou melhorias para o município, e sim ao pagamento de dívidas com o governo federal. Ainda de acordo com o secretário, serão pagas as dívidas à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), ainda não negociadas. Ele anunciou que a PBH está fazendo um operação denominada “switch de dívida”, que é a troca de uma pela outra. Neste caso, o valor dos juros e taxas serão mais baixos, assim como haverá maior prazo para o pagamento, de 15 para 25 anos. A Prefeitura tem uma despesa muito alta com amortização de juros e encargos, segundo o secretário. Ele conta que são gastos R$ 400 milhões por ano, e a expectativa é diminuir estes gastos com a quitação das dívidas.
“Somos totalmente contra pegar dinheiro fora do país para pagar dívidas internas, já que corremos o risco de firmar obrigações que podem desvalorizar a população” Ilegitimidade da dívida com a União Conforme aponta o Demonstrativo de Operações de Crédito de BH, a dívida adquirida com a STN, em fevereiro de 2000, foi de R$ 72 milhões. Mesmo pagando em dia, a PBH está hoje com o uma dívida ainda maior. No final de 2012, o valor total já estava em R$170 milhões. O economista Rodrigo Ávila explica que isso ocorre devido a um fenômeno chamado “cobrança de juros sobre juros”, que aumenta o valor a cada mês. Por exemplo, se há um valor de R$100 mil a ser pago, a juros de 10% ao mês, no mês seguinte se torna R$110 mil. E no outro mês os 10% de juros serão cobrados sobre os R$110 mil, virando uma bola
Prefeitura troca dívida com a União por outra com o Banco Mundial
de neve. “O Supremo Tribunal Federal já declarou essa forma de cobrança como ilegal, mas a União continua fazendo esse tipo de operação”, denuncia Rodrigo. Para ele, antes de ser paga a dívida, deve ser feita uma auditoria, que é a revisão e análise detalhadas das contas. O mesmo Demonstrativo aponta o valor de R$157 milhões a ser pago ao Pasep. O economista explica que outro grande problema é o alto valor das taxas de juros. De acordo com o documento, o saldo é corrigido de acordo com a taxa Selic, o IGP-DI, mais 9%. “A Selic é uma taxa muito alta, a maior do mundo. E a do IGPDI é maior ainda”, diz Rodrigo. Seis por mais de meia dúzia A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida em Minas Gerais, Eulália Avarenga, questiona o contrato realizado com o Banco Mundial. Ela afirma que devem ser esclarecidos quais são os termos do empréstimo, como condicionais, juros e outras cobranças. Ela explica que, quando o empréstimo é feito em dólares, deve ser pago na mesma moeda. Assim, o município fica refém da variação cambial. Caso continue subindo o valor do dólar, a dívida pode ser dobrada, tornando-se impagável. Eulália destaca também os riscos que um empréstimo com bancos in-
ternacionais podem causar à autonomia da nação. “Somos totalmente contra pegar dinheiro fora do país para pagar dívidas internas, já que corremos o risco de firmar obrigações que podem desvalorizar a população”. A economista explica que quando é feito um empréstimo com bancos externos, costuma-se cobrar
Outro grande problema é o alto valor das taxas de juros, como a taxa Selic, a maior do mundo uma contrapartida, que geralmente envolve exigências de políticas econômicas, como uma reforma da previdência. Os valores dos juros cobrados pelo Banco Mundial são relativamente baixos. No entanto, o economista Rodrigo Ávila afirma que outras taxas podem aumentar bastante o valor, que pode ser acrescido por uma margem variável (spread), a ser determinada pelo próprio Banco Mundial a cada exercício fiscal, conforme estipulado no contrato de empréstimo. “Isso é altamente temerário, pois permite ao Banco Mundial aumentar os juros”, aponta. A PBH ainda deve fazer o pagamento de uma comissão de 0,25% sobre o valor total do empréstimo, em até 60 dias após a efetivação do contrato.
O que será feito com os R$ 200 milhões? No dia seguinte à assinatura do contrato de empréstimo com o Banco Mundial, no dia 10, a imprensa tradicional de Belo Horizonte anunciou o fato, mas com variações sobre o destino do recurso. O jornal Estado de Minas informou que os valores seriam “destinados a projetos de moradia popular na capital”. Já o Hoje em Dia publicou serem “para obras de mobilidade e infraestrutura, entre eles, o metrô da capital”. O mesmo foi dito pelo jornal O Tempo que, no entanto, afirmou que “a maior parte dele será destinada ao pagamento da dívidas da capital com a União”. Em entrevista ao Brasil de Fato, o Secretário Municipal de Finanças informou que o valor a ser pago da dívida com a União ainda não foi estipulado, pois deve ser ainda atualizado e negociado. “Se sobrar, o prefeito é quem vai decidir o que fazer com o dinheiro, de acordo com o planejamento”, declarou.
Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
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A Copa pode ser um trauma VIOLÊNCIA Seminário discute impacto do mundial na vida de crianças e adolescentes Rafaella Dotta De Belo Horizonte De 11 a 17 de julho do ano que vem, as cidades que sediarão a Copa do Mundo devem receber 3,5 milhões de turistas brasileiros e estrangeiros. Apenas em Minas Gerais, chegarão 600 mil visitantes. Com números tão altos, órgãos públicos e organizações sociais estão preocupados com a exploração de crianças e adolescentes. A população vulnerável começa a sofrer os problemas da Copa antes mesmo do início. De acordo com estudo do Instituto Childhood Brasil, 57% das pessoas que traba-
Atenção! Abusos mais comuns nas Copas do Mundo
• Prostituição de crianças e adolescentes • Violência policial contra os mais pobres • Trabalho infantil • Moradores do país são excluídos do evento
Marcelo Costa/ASCOM O Lutador
lham em grandes construções, como estádios, afirmam que há prostituição infantil perto das obras. E o mais preocupante: 25% dos trabalhadores afirmaram que já pagaram por serviços sexuais de crianças ou adolescentes. Liliane Maria Alberto da Silva, integrante do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA MG), afirma que a Lei Geral da Copa interfere em diversos serviços brasileiros, como no calendário escolar e na saúde, o que gera maior dificuldade de assistência às crianças e adolescentes. “Segundo os relatos dos que trabalharam duran-
57% das pessoas que trabalham em grandes construções, como estádios, afirmam que há prostituição infantil perto das obras. E 25% dos trabalhadores afirmaram que já pagaram por serviços sexuais de crianças ou adolescentes te a Copa das Confederações, o número de equipes e recursos disponibilizados não foram suficientes”, afirma.
Seminário discute impactos da Copa
Seminário discute o tema Na expectativa de garantir medidas preventivas, organizações sociais realizaram, no início do mês, um seminário sobre o assunto. O objetivo foi reforçar a agenda de trabalhos dos órgãos públicos e requisitar mais investimento em políticas sociais. Os realizadores do evento foram o Cedeca MG, o Instituto DH, o Movimento Nacional de Direitos Humanos e o Projeto Reconstruir.
A reivindicação é que a sociedade civil possa participar mais dos órgãos que cuidarão deste tema antes e durante a Copa de 2014. O Comitê de Proteção à criança e ao adolescente nos grandes eventos em Minas Gerais afirmou que suas reuniões serão abertas à participação dos movimentos sociais. Para Liliane, é preciso também diminuir a burocracia desses espaços, “agilizando decisões para, no mínimo, termos uma redução das violações contra crianças e adolescentes”.
Religiosos sofreram prisões e torturas em MG Rafaella Dotta Do Portal Minas Livre Nos dias 29 e 30 de novembro, religiosos foram convidados a falar sobre suas atuações políticas durante a ditadura militar no Brasil. O evento foi organizado pela Comissão Nacional da Verdade em parceria com a Comissão Estadual e aconteceu no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Belo Horizonte. O objetivo foi coletar informações que entrarão no relatório final da comissão. A primeira Audiência Pública realizada na capital mineira trouxe depoimentos de quem há muito tempo “não tem voz”. Para o membro da Comissão Nacional da Verdade e coordenador do grupo de trabalho que investiga o papel das Igrejas durante a Ditadura, Anivaldo Padilha, o país saiu de uma es-
trutura de repressão para entrar em uma estrutura de silêncio e, até hoje, os torturados não puderam contar suas histórias. Com esse objetivo, a audiên-
De acordo com estudos de Betinho Duarte, o governo cometou 58 atentados em Belo Horizonte, contra sedes e membros de organizações políticas, como o jornal Em Tempo, atacado três vezes cia ouviu depoimentos de 12 pessoas que tiveram direitos humanos violados pelo regime militar, sendo torturadas, presas ou perseguidas. Entre elas, destacaram-se os depoimentos de Michel Le Ven,
Frei Oswaldo Rezende e Maria Zélia Castilho, que tiveram papéis importantes na relação entre igrejas e organizações políticas clandestinas. Atentados O depoimento de Betinho Duarte, membro da Comissão Estadual da Verdade e ex-diretor do jornal Em Tempo, mostrou que Belo Horizonte foi a cidade com maior número de atentados contra sedes e membros de organizações políticas. De acordo com seus estudos, o governo cometeu 58 atentados na cidade. Para exemplificar, Betinho citou a Festa da Medicina da UFMG, em que foram atiradas duas cápsulas de ácido sulfúrico em cima de centenas de estudantes. Uma das pessoas atingidas teve seu rosto desfigurado. Outro caso foi do jornal que
ele próprio dirigia. O Em Tempo teve a sua sede atacada três vezes, resultando na destruição de todos os equipamentos. Os últimos ataques terroristas relatados por Betinho aconteceram em 1995, depois do término da Ditadura Militar. Segundo Maria Helena de Lacerda e Renato Godinho Navarro, depoentes que foram integrantes da Ação Popular, eles tem provas de que foram rastreados pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) até 1993. Rumos da Comissão da Verdade Após o debate em Belo Horizonte, o grupo de trabalho “Papel das igrejas durante a ditadura” irá organizar pelo menos duas audiências públicas, em Salvador e em Recife, antes da conclusão dos trabalhos. A entrega do relatório final será em novembro de 2014.
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Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
600 mil mineiros querem conta de luz mais barata PLEBISCITO POPULAR Votos sinalizam descontentamento com a política energética do estado Maíra Gomes De Belo Horizonte
A população de Minas Gerais deixa um recado para o governo: exige pagar menos pela conta de luz. Durante todo o ano, movimentos sociais, sindicatos, igrejas e diversas entidades construíram um Plebiscito Popular sobre o tema, que resultou em 603.039 votos, ou seja, 4% do eleitorado mineiro. Com as perguntas “Você concorda que o governo de MG deve reduzir o imposto estadual (ICMS), que representa 42% da conta de luz, para 14%?” e “Você concorda que a Cemig deve reduzir em 50% a tarifa de energia para o povo de MG?”, os mineiros puderam dizer o que pensam sobre as tarifas da energia. “Foi fundamental este diálogo para que a sociedade tome conhecimento, para que aprenda a codificar sua conta de energia, para que entenda do que é composto o ICMS, o imposto cobrado na conta de luz”, declara Jair Gomes Pereira Filho, diretor do Sindicatos dos Eletricitários, Sindieletro-MG, e um dos organizadores do Plebiscito. As cédulas continham as duas perguntas, e a possibilidade de ‘sim’ e ‘não’ como respostas. Depois de duas semanas de votação - de 19 de outubro a 3 de novembro - foram computados 99.3% de ‘sim’ em ambas as respostas. A assistente social Carolina Garcia,
que trabalhou na secretaria operativa do plebiscito, entende que o resultado deixa clara a indignação da população em relação à cobrança. “A população quer redução, não concorda com a cobrança da forma como é feita e quer uma que seja mais justa”, diz. Carolina passou meses articu-
A proposta de mudança na cobrança do ICMS na conta de luz será entregue aos candidatos ao governo de Minas nas próximas eleições lando a construção da consulta popular e acredita que foi muito importante colocar o assunto nas ruas. Ela explica que o tema da tarifa permitiu alargar a discussão. “Além do preço abusivo, pautamos também a terceirização dos trabalhadores da Cemig e como isso afeta a qualidade dos serviços da empresa”, afirma. Resultado será entregue ao governo Quase 5 mil pessoas responsáveis por levar o debate até a população se envolveram com o plebiscito popular. Mais de 300 municípios criaram comitês regionais, que seguem organizados. Carolina conta que, com o resultado em mãos, esses comitês devem agora
levar ao poder público a exigência da população mineira. A proposta de mudança no ICMS será entregue aos candidatos ao governo de Minas nas eleições do próximo ano, para que insiram em seus planos de governo, garantindo sequência do debate. Serão também realizadas audiências públicas em todo o estado, para que ainda mais pessoas tenham acesso ao assunto. Jair Gomes trabalhou na Regional Noroeste de BH e conta que foi surpreendente a forma como a comunidade abraçou a causa e o Plebiscito cresceu na região. Ali, foram arrecadados quase 5 mil votos. “Tivemos a oportunidade de levar ao conhecimento da população os acidentes de trabalho causados pela terceirização. As pessoas passaram a conhecer uma Cemig que não é divulgada. Para mim, como trabalhador da Cemig, sindicalista e cidadão, foi importante poder ajudar neste processo”, declara. Para o ano de 2014, está sendo organizado um novo Plebiscito Popular, desta vez de âmbito nacional. A proposta é levar o tema da Reforma Política e exigir a criação de uma Constituinte para elaborar as mudanças. “Os comitês organizados em Minas já têm estudado o tema e logo iniciarão mais este processo de participação popular na política”, afirma Bruno Pedralva, do Comitê de Belo Horizonte. Reprodução
SEU BOLSO Preços dos principais produtos farináceos no mercado preço médio: R$ 5,55 médio: Canjica (500g) preço R$ 2,02 Canjiquinha preço médio: R$ 1,67 (500g) Farinha de Preço médio: mandioca tor- R$ 6,24 rada (1kg) Amendoim (500g)
Farinha de milho amarela (500g) Farinha de trigo (1kg) Farofa pronta de mandioca (500g) Farofa pronta de milho (500g) Feijão carioca (1kg) Feijão jalo (1kg) Feijão preto (1kg)
Preço médio:
R$ 2,69
Preço médio:
R$ 3,00
Preço médio:
R$ 3,64
Preço médio:
R$ 5,10
Preço médio: R$ 4,87 preço médio: R$ 7,79 preço médio: R$ 5,20 preço médio: Fubá (1kg) R$ 1,72 Preço médio: Lentilha (500g) R$ 5,88 Milharina Preço médio: R$ 2,78 (500g) Milho para Preço médio: pipoca (500g) R$ 2,63 Polvilho azedo Preço médio: R$ 5,48 (1kg) Polvilho doce Preço médio: R$ 5,73 (1kg)
Fique de olho! Atenção na alimentação! Os farináceos são essenciais para um dia saudável. É recomendável comê-los: em pequena quantidade, no café da manhã (cereais ou pão), em quantidade média no almoço (arroz ou massa) e em pequena quantidade nos cafés da tarde (bolachas ou pão). A janta precisa ser leve, então, nada de farináceos. Prefira verduras, legumes e sopas.
Cerca de cinco pessoasl se envolveram na coleta de votos no estado
*Esta pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 10 de dezembro em supermercados de BH e região metropolitana. Retirada de www.mercadomineiro.com.br.
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Papai Noel dos Correios já começou o Natal
fatos em foco
SOLIDARIEDADE Crianças que escreveram para o Papai Noel já estão recebendo presentes
Protestos marcam 116 anos de BH
Rafaella Dotta De Belo Horizonte
Os presentes do Papai Noel já começarem a ser entregues. Os Correios e Telégrafos, através de sua campanha de Natal, estão entregando presentes às crianças que mandaram cartinhas ao Papai Noel. Na quarta-feira (11), os funcionários do Tribunal de Justiça de Minas Gerais doaram 1.200 brinquedos, destinados a alunos de escolas públicas de BH e região metropolitana. A campanha é organizada há 24 anos pelos Correios e funciona da seguinte forma: crianças de até 10 anos, por meio da sua escola ou individualmente, escrevem cartas endereçadas ao Papai Noel. Seus pedidos são analisados e colocados à disposição de “padrinhos” e “madrinhas”, que irão comprar o presente e levá-lo aos Correios, para que se faça a entrega. O critério da seleção de cartas é a situação social da criança, dando prioridade às mais carentes. Clayton Cassemiro, funcionário dos Correios, está trabalhando na entrega dos presentes em escolas e creches da região metropolitana e diz que a sensação é muito emocionante. “Quando fui entregar presentes na Vila Cafezal, a diretora não con-
seguia conversar porque não parava de chorar de felicidade.” De acordo com o Diretor Regional dos Correios de MG, Pedro Amengol, o sucesso da campanha se deve às parcerias feitas com funcionários de entidades e empresas, que adotam várias cartinhas de uma só vez. “O Tribunal de Justiça de MG é o maior parceiro no nosso estado e adotou, neste ano, 3 mil cartas”, completa o diretor.
Mídia Ninja
Belo Horizonte comemorou, no dia 12 de dezembro, 116 anos. Para marcar o aniversário da capital, organizações, ocupações e coletivos se organizaram e promoveram o ato Resiste BH. Os manifestantes reivindicaram seis pautas comuns, entre elas a construção do Hospital do Barreiro e o direito de moradia digna às mais de 25 mil famílias que vivem em ocupações urbanas. No mesmo dia, na Praça Sete, aconteceu também a BH Protestos Award 2013, evento que premiou os vencedores das categorias “o melhor protesto”, “maior ato de vandalismo”, “melhor ocupação” e “maior manipulação” dos protestos de junho de 2013.
Faça planos para 2014: apadrinhe uma criança • A campanha começa no início de novembro. • Os interessados podem pegar uma cartinha em uma das agências conveniadas, durante todo mês de novembro. • O padrinho ou madrinha compra o presente e leva na agência dos Correios até o início de dezembro. • Os Correios entregam seu presente à criança! Mais informações: blog.correios. com.br/papainoeldoscorreios
Através desta iniciativa, 287 cidades mineiras participam da campanha, que começou em 5 de novembro e termina em 20 de dezembro. Neste período, foram recebidas 104 mil cartas, sendo que 80% já foram adotadas. Agora, os funcionários dos Correios entram na etapa número 2: correr para os presentes chegarem até o Natal!
Governo não aplica recursos em merenda escolar Portal Minas Livre
Um levantamento realizado pela subsede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Sindicato Único dos Professores de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) revelou que o Governo de Minas não aplica todos os recursos destinados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) à merenda escolar no Estado. Conforme prevê a Constituição, a União deve garantir parte dos recursos necessários para a aquisição de alimentos destinados à merenda de alunos das redes municipal e estadual de ensino. Já os governos dos estados e prefeituras devem complementar os recursos, coisa que não acontece em Minas Gerais, como já mostrou o portal Minas Livre. No caso do FNDE, os recursos devem ser utilizados exclusivamente para a compra de alimentos, caso contrário, o estado ou município pode ser punido com a suspensão do repasse.
No entanto, o Dieese aponta que mais de R$ 38 milhões provenientes do FNDE deixaram de ser aplicados entre 2006 e o primeiro semestre de 2013. Só entre janeiro e julho, foram R$ 2.148.903,23 em recursos destinados à compra de alimento e que não foram utilizados pelo Estado. Já nos anos de 2012 e 2011, o valor ultrapassou R$ 7 milhões. Segundo a presidente do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, o estudo realizado pelo Dieese foi baseado em dados divulgados pela Secretaria de Estado Educação (SEE), nas prestações de contas realizadas pelo Estado e também em números do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), um dos órgãos do governo responsáveis por fiscalizar a aplicação dos recursos do governo federal.”Já denunciamos ao CAE e à Assembleia Legislativa, mas o governo finge que não é com ele”, diz. Apesar das irregularidades apontadas, as prestações de contas apresentadas pelo Estado nos últimos anos foram todas aprovadas pelo CAE. Já no FNDE, a última presta-
ção aprovada data de 2007. Desde 2008, os relatórios encaminhados pelo governo não são avaliados e a prestação de contas consta no sistema apenas como recebida. De acordo com informações da assessoria de imprensa do órgão, há casos em que os técnicos do FNDE ainda não tiveram tempo de analisar os dados enviados pelas secretarias. O FNDE informou que a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais já foi “notificada com orientações e recomendações na execução do Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar], porém, em nenhuma das incoerências apuradas se referiu a uma suposta não aplicação de recursos advindos do FNDE em alimentação escolar no Estado”. Em Minas Gerais, apenas 19 prefeituras tiveram os recursos do FNDE suspensos em função de irregularidades. Em nota, a SEE negou a não aplicação dos recursos e garantiu que todo o montante proveniente do FNDE é destinado à compra de alimento, como prevê a legislação.
Protesto mostra insatisfação de trabalhadores da construção civil Diversas obras de Belo Horizonte estão paradas devido à greve de trabalhadores da construção civil, que requisitam condições básicas de trabalho, como café e almoço em todos os canteiros. Na terça-feira (10), os trabalhadores rejeitaram proposta de aumento de 8,5%, em que teriam que compensar 50% dos dias de greve. Na última quarta-feira (11), realizaram uma manifestação na UFMG, em que compareceram cerca de 300 pessoas.
JK foi assassinado, diz Comissão da Verdade A Comissão Municipal da Verdade de São Paulo declarou nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek foi assassinado durante a ditadura militar (1964-1985). A versão oficial de sua morte aponta que JK faleceu em um acidente automobilístico na Rodovia Presidente Dutra em agosto de 1976. O relatório divulgado pela Comissão lista ao menos 90 indícios de que o ex-presidente foi vítima de atentado político, e morto com um tiro. Em uma perícia realizada na ossada de Juscelino e de seu motorista Geraldo Ribeiro, em 1996, médicos legistas encontraram um objeto metálico no crânio do funcionário.
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Acompanhando
Foto da semana
Reprodução
Participe Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. Lembre-se de mandar o endereço onde foi registrado o fato e seu contato
Na edição 16 ... Polícia Federal apreende cocaína e mídia esconde o caso
... e agora
No dia 12, a capital mineira completou 116 anos. A foto registra a Praça da Savassi, em 1970, quando ainda abrigava o famoso “Pirulito”, que hoje se encontra na Praça Sete.
Adriano Santos
Rubens Giaquinto
O “moinho satânico” do agronegócio
Ideologia: eu quero uma para viver
Em Minas Gerais, todos os anos, assistimos à saída de milhares de trabalhadores e trabalhadoras do Vale do Jequitinhonha em direção ao trabalho nas lavouras de café no sul do estado e nos eitos dos canaviais no interior de São Paulo. São migrantes, homens, mulheres e jovens que deixam seus lugares de origem, suas famílias e terras em busca de novas oportunidades de trabalho na cana e no café oferecidas pelos aliciadores do agronegócio. No entanto, ao chegarem aos lugares de destino, deparam com condições precárias de moradia e regime de trabalho degradante. Nas usinas paulistas, são contratados por um período de experiência e obrigados a cortarem uma média de 12 a 15 toneladas de cana por dia. O pagamento é por produção, o que leva os trabalhadores a uma ilusão de que quanto mais cana cortar maior será o seu salário. Para viabilizar essa lógica perversa de produção, algumas usinas realizam processos seletivos para contratarem os trabalhadores mais produtivos. Estes devem atender ao perfil exigido e às características do trabalho prescrito pelos fiscais da usina, isto é: força física, disciplina, habilidade, destreza e disposição para o corte da cana. Os que se mantêm e conseguem atender às exigências, em pouco tempo apresentam diversos problemas de saúde gerados pela intensa exploração do trabalho. Neste modelo de desenvolvimento econômico cuja lógica é destrutiva, o agronegócio parece ocupar lugar de destaque. Mas por trás das cortinas deste cenário, vidas, corpos e sonhos de homens, mulheres e jovens são triturados pelas engrenagens do “moinho satânico” do agronegócio no Brasil. Não seria a hora de desmontar essas engrenagens?
O rock explodiu na década de 50 nos Estados Unidos, porém, sua ascendência traz elementos da cultura africana e europeia. Sua origem encontra-se no blues, gospel, jazz, folk e country. Curiosamente, os primeiros grandes nomes eram predominantemente negros. Já na 2ª geração do rock houve um certo branqueamento. Na década de 60 surgiram os Beatles, com um rock clássico com elementos pops e música mais comportada. Os Stones trouxeram a rebeldia. Em meio a tudo isso, nasce a soul music, voltando a negritude para o rock. Num terceiro momento, entra o que ate hoje virou mito: a guitarra. Falando um pouco sobre o rock ‘Brazuca’, nossa história tem um pouco a ver com o punk rock inglês, principalmente o rock de Brasília. As bandas Aborto Elétrico (primórdios da Legião Urbana), Plebe Rude, Capital Inicial e Paralamas, beberam nessa fonte. Mas nosso rock tem certas particularidades, é branco, machista, classe média e universitário. Apesar disso, sempre foi de alta qualidade. Mas há diversas bandas na periferia e nos espaços ditos ‘alternativos’. Dois expoentes são as bandas Os Inocentes e Devotos do Ódio. Atualmente, o rock perdeu sua veia contestatória. Acredito que bateria, guitarra e baixo ainda constituem um trio poderoso na disputa hegemônica por uma sociedade mais justa, igualitária. Infelizmente, as bandas de filhos da classe trabalhadora muitas vezes não têm espaço nem para ensaiar. É preciso um grande pacto com os movimentos sociais, sindicais, com os intelectuais progressistas, para rompermos com a lógica do capital excludente. Só assim será possível vislumbrarmos festivais, gravadoras e artistas populares. Porque, do contrário, virão outros do naipe de Lobão!
Adriano Santos é professor de Sociologia da Unifal-MG
Rubens Giaquinto faz vocal e guitarra na João Andante
Na última terça-feira (10), o delegado Leonardo Damasceno, da Polícia Federal do Espírito Santo informou que não há provas da ligação do deputado Gustavo Perrella (SDD) com os 445 quilos de cocaína encontrados em seu helicóptero. Através da análise do GPS da aeronave, a PF descobriu que o helicóptero decolou do Paraguai e fez uma parada em Minas Gerais para abastecer, antes de chegar ao Espírito Santo. A PF ainda não informou se a aeronave abasteceu no mesmo lugar (Pampulha) que Gustavo Perrella utiliza comumente. Os deputados do Bloco Minas Sem Censura, juntamente com sindicatos, continuam com o pedido de abertura de uma CPI para o caso. Assinaturas estão sendo coletadas no Centro da capital mineira, como forma de apoio à ação.
Na edição 10... Hospital do Barreiro em eterna obra
... e agora Prometido para 2012, o Hospital Metropolitano do Barreio segue em obras, que devem atrasar ainda mais. Em audiência pública na segunda (09), a Secretaria de Saúde anunciou o tempo previsto para a inauguração: somente em 30 meses, ou seja, no segundo semestre de 2016. Iniciadas em 2010, as obras tiveram diversas construtoras como responsáveis, devido a denúncias de irregularidades no processo. Atualmente, o Consórcio Novo Metropolitano, que tem como construtora a Andrade Gutierrez, é responsável pela segunda etapa. O Hospital do Barreiro deve ser entregue com 439 leitos, terá 12 andares e 12 salas de cirurgia. O investimento total é de R$ 225 milhões.
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“Povo da Venezuela pode exercer sua vontade de participação” AMÉRICA LATINA Eleições regionais sinalizam apoio a governo de Nicolás Maduro Joana Tavares De Brasília Se a oposição ao governo de Nicolás Maduro, do PSUV, mesmo partido de Hugo Chávez, presidente eleito quatro vezes na Venezuela, considerava que as eleições do último domingo (8) seriam um plebiscito em relação à continuidade do governo chavista, o recado foi dado. Oito conturbados meses após a posse de Maduro como presidente - ele assumiu o posto após a morte de Chávez - cerca de 60% da população da Venezuela (lá o voto não é obrigatório) compareceram às urnas para escolher os representantes municipais. Os chavistas levaram a maioria das prefeituras e 49% dos vo-
“Nos últimos meses, temos enfrentado uma guerra econômica e uma guerra midiática. Se não fossem essas sabotagens, não era para a inflação ter ultrapassado 20%” tos, contra 42% da oposição. Além da vitória em termos absolutos, os partidários do processo bolivariano comemoram a preferência da população, apesar de uma forte campanha midiática - interna e externa - que tentava pregar um caos social no país. Confira conversa com o Carlos Ron Martínez, conselheiro da embaixada na Venezuela no Brasil, que fala sobre o governo Maduro, o papel da mídia e a busca por melhores condições de vida no país. Brasil de Fato - Qual balanço se faz do governo de Nicolás Maduro? Carlos Ron - O presidente Maduro retomou o projeto representado pelo presidente Chávez e agora está implementando esse projeto. Os últimos meses têm sido difíceis, porque uma parte da oposição não é democrática, tenta aventuras golpistas e sempre aposta na desestabilização. Nos últimos meses, temos enfrentado uma guerra econômica e uma guerra midiática, inclusive com sabotagem no setor elétrico. Se não fossem essas sabotagens, não era para a inflação ter ultrapassado 20%. Há um conflito provoca-
Felipe Canova
do por um setor da oposição, que tem tirado o país um pouco do rumo. Mas nosso povo é consciente, se fortaleceu nos últimos anos, pôde exercer sua vontade de participação, sua convicção democrática, e sempre está aí para dar resposta a esses intentos. O que apontam as eleições regionais realizadas no último domingo? É importante eleições no nível municipal, que é onde começa o país, que cuida do entorno das pessoas. O povo está acompanhando muito de perto as mudanças e o que vai ser feito depois das eleições. É uma oportunidade para aprofundar as mudanças dos últimos anos e começar a trabalhar aspectos importantes, como a conformação das comunas, o fortalecimento da democracia participativa e protagonista. E inclusive tudo que leve paCarlos Ron é conselheiro da embaixada da Venezuela no Brasil ra fortalecer as relações com os vizinhos, a integração, e a unidade regional, que era parte da missão do so eleitoral em 14 anos. Sempre se “Estas eleições representam presidente Chávez e o povo sempre fala da Venezuela como um país feapoiou. chado, de ditadura, quando, na re- o 19º processo eleitoral em alidade, é um país com uma demo- 14 anos. Sempre se fala Você comentou que 70% da mícracia super energética. Isso são dia na Venezuela é privada e há coisas que não saem refletidas na da Venezuela como um construção negativa do processo mídia. país fechado, de ditadura, bolivariano. Aqui no Brasil tamquando, na realidade, é um bém há uma resistência - ou mes- Há a proposta de criação de um mo um ataque - à figura de CháMinistério da Felicidade. Você país com uma democracia vez e do bolivarianismo. Como pode explicar o que é isso? você avalia o papel da mídia na Há um vice-ministério para a super energética” política? Suprema Felicidade, que na verNos últimos meses, temos perce- dade é um termo que vem da lin- efetivas, para melhorar a qualidabido na grande mídia - não em to- guagem bolivariana. Bolívar falava de de vida das pessoas. Felicidade da mídia, porque há espaços como que o governo mais adequado pa- se mede pela qualidade de vida. É o Brasil de Fato e outros, que ten- ra o povo era o que poderia garan- importante falar isso, porque tem tam mostrar outro lado da situação tir a maior soma de felicidade pos- uma origem simbólica, que tem pe- mas aquela mídia que responde sível, a maior soma de estabilidade so. Não é uma ideia ridícula, essa de a interesses econômicos tem com- política e maior soma de seguran- se criar felicidade. Felicidade é digça social. É daí que vem a frase. O nidade humana, é melhorar a vida “O povo está Ministério para a Suprema Felici- das pessoas e isso é feito concretadade tem por objetivo coordenar mente por políticas publicas, polítiacompanhando muito todas as missões - que são os pro- cas de Estado, que estão sendo imde perto as mudanças e o gramas sociais - articulá-los entre si plementadas pelo governo bolivae com as organizações sociais, co- riano. Não é uma ficção, uma fraque vai ser feito depois das mo as comunas - e garantir que es- se bonita, é uma ação concreta que eleições” sas políticas sejam cada vez mais tem um nome que reflete o pensaprado a ideia de que a Venezuela está em crise, está caindo no fundo, está em chamas. Ao contrário do que tem sido dito, mesmo com as dificuldades, Maduro está fazendo um bom governo e está se saindo vitorioso. A população sai de um processo eleitoral como é de seu costume, com muita alegria, com muita participação. É o 19º proces-
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Restituições do Imposto de Renda serão pagas esta semana Reprodução
FISCO Contribuinte que estiver no sétimo lote recebe até dia 20 O contribuinte que estiver no sétimo e último lote, mas não receber segunda-feira (16) os valores da restituição do Imposto de Renda Pessoa Física deste ano, excepcionalmente, terá que aguardar até o próximo dia 20. Desta vez, o Fisco pagará as restituições em duas datas. Segunda-feira, 467.825 contribuintes incluídos no último lote receberão a restituição. No dia 20, serão pagos mais 1.714.083 contribuintes. No primeiro caso, serão liberados R$ 500 milhões e depois mais R$ 2.167.696.962,95. O argumento dos técnicos da Receita Federal é que a liberação do último lote em duas datas permitiu contemplar o maior número possível de restituições, incluindo também os contribuintes que foram liberados da malha fina durante o mês de dezembro. O contribuinte que ainda não recebeu a restituição e não está no sé-
timo e último lote caiu na malha fina. O secretário da Receita Federal, Carlos Barreto, atribuiu o atraso na liberação deste lote ao fato de a Receita ter procurado consolidar o maior número possível de restituições que saíram da malha fina na última relação de contribuintes. Também estão na relação declarações referentes aos exercícios de 2008 a 2012. Até agora, 711.309 mil declarações com direito a restituição caíram em malha fina, contra um total de 604.299 em igual período do ano passado, correspondente a 3,2% do total de 27.753.332 declarações do exercício apresentadas até hoje (originais e retificadoras). De acordo com a Receita, a “omissão de rendimentos é o principal motivo de incidência na malha, com 373.820 declarações retidas, o que representa 53% do total. (Agência Brasil)
Para que serve e o que faz o movimento sindical O SITRAEMG – Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais -, baseado na cartilha “Para que serve e o que faz o movimento sindical”, do Diap - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar -, convida seus leitores a conhecerem um pouco mais acerca do movimento sindical. “A organização sindical, sempre subestimada em nosso país, exerce um protagonismo nas lutas políticas e na defesa dos interesses da categoria profissional”, ressalta o texto, de autoria do jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, informando que a contribuição da organização sindical brasileira foi inquestionável nos momentos decisivos da história do país. Destaca, ainda, que não houve sequer uma luta relevante no Brasil sem a presença do movimento sindical, como por exemplo, a liderança e apoio político e financeiro ao combate à ditadura militar, a luta pela anistia política, mobilização por eleições diretas, defesa da Constituinte e contribuição decisiva para o impeachment de um presidente da República e para a eleição de dois outros. Contudo, informa, também, que as entidades sindicais, partidos políticos, movimentos sociais e estudantis, dentre outros, que fazem da política sua ferramenta de luta, são sempre atacados por campanhas midiáticas.
MEC suspende 270 cursos por maus resultados O Diário Oficial da União publicou a relação de 270 cursos universitários que estão proibidos de abrir novas vagas por serem reincidentes em resultados ruins nos sistemas de avaliação do Ministério da Educação. A suspensão é imediata e afetará eventuais vestibulares marcados para o fim deste ano e começo de 2014. Em Minas, 12 cursos, de 10 instituições particulares, foram suspensos. Outros 49 estão ameaçados. Ao todo, a punição afeta 44.069 vagas do ensino superior no país. A avaliação do MEC considera o desempenho dos estudantes no Enade, a estrutura física e pedagógica das instituições e a qualidade do corpo docente – que formam o Con-
ceito Preliminar de Curso (CPC). No Conceito Preliminar de Cursos deste ano, 761 cursos tiveram resultados insatisfatórios, sendo que 270 deles repetiram o desempenho ruim pelo segundo ciclo seguido de avaliação. Esses terão de assinar com o governo um protocolo de compromisso, prevendo melhorias na composição e regime de trabalho docente, na infraestrutura e na organização pedagógica dos cursos. Entre os cursos, 118 terão as vagas congeladas até que todo o protocolo tenha sido cumprido. Os demais 152, que demonstraram alguma melhoria entre os dois ciclos de avaliação, podem ser autorizados a abrir novos vestibulares ao longo de 2014. (Rede Brasil Atual)
Veja o conteúdo completo da cartilha acessando: www.sitraemg.org.br Filiado à
Mercadante: ‘Nenhum aluno a partir de agora será matriculado nesses 270 cursos’
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STF julga fim de doações de empresas privadas a campanhas eleitorais DEMOCRACIA Ministros avaliam ação da OAB e já deram sinais favoráveis ao fim do financiamento privado Eduardo Maretti De São Paulo
O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.650, pelo Supremo Tribunal Federal, proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi suspensa no início da noite de quarta (11) com o placar oficial de 2 votos a 0 pelo fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas. O presidente da corte, ministro Joaquim Barbosa, e o relator da ação, Luiz Fux, votaram pela inconstitucionalidade dos dispositivos legais que possibilitam às pessoas jurídicas financiarem candidatos e partidos. O ministro Dias Toffoli parece ter deixado claro que seu voto seguirá o do relator e do presidente do STF. “Quem financia a democracia? É o povo ou são os grandes grupos econômicos? Quem financia a democracia no Brasil? São as corporações ou a cidadania?”, declarou, antes do encerramento da sessão. Teori Zavascki, por sua vez, já antecipou que pedirá vista. Em sua argumentação, Joaquim
Barbosa citou o princípio da impessoalidade, segundo o qual o cargo público não é propriedade de quem o exerce e disse que a apropriação privada do bem público e a prática oligárquica ainda continuam vigentes no Brasil, o que precisa ser eliminado. Barbosa afirmou que a permissão para que empresas participem das eleições fazendo doações em dinheiro configura uma “influência nefasta e perniciosa, prejudicando a legitimidade do processo eleitoral e a independência dos representantes” eleitos. “É o conhecido toma lá, dá cá.” Afirmou também que o modelo atual de financiamento de campanhas serve como meio de acesso às empresas para obter benefícios do eleito. O julgamento parece se encaminhar para decretar de fato o fim da doação de empresas aos partidos e candidatos. O ministro Luís Roberto Barroso, inclusive, antes de ser indicado para a vaga no STF, teve sua opinião favorável à causa da OAB citada pela própria entidade na inicial da ação, ajuizada em 2011. “A conjugação de campanhas milionárias e financiamento priva-
Antonio Cruz/ABr
Ministro Luís Roberto Barroso: apropriação privada do bem público continua vigente e precisa ser eliminada
do tem produzido resultados desastrosos para a autenticidade do processo eleitoral e para a transparência das relações entre o poder público e os agentes econômicos”, escreveu Barroso, como professor.
Fora Toffoli, Barroso e os dois ministros que já votaram, Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski já deram declarações contrárias às doações. (Rede Brasil Atual)
“PEC é violação de direitos dos indígenas”, diz ministra INDÍGENAS Proposta transfere para o Congresso a prerrogativa de demarcar terras indígenas Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, disse diante de representantes de povos indígenas de todo o país que o governo é contra a proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00, nesta quarta-feira (11). Essa proposta transfere para o Congresso a prerrogativa de demarcar terras indígenas. “Não queremos a PEC”, disse. A ministra ressaltou que a proposta fere os direitos indígenas, “que são parte do Brasil e não podem perder seus direitos”. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados. Na segunda, o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) anunciou o
acordo para a instalação de comissão que vai debater a PEC, após reunião com representantes da bancada agropecuária. “A formação dessa comissão é de responsabilidade e deve ser cobrada da Câmara dos Deputados”, declarou a ministra. Maria do Rosário discursou no Fórum Mundial de Direitos Humanos. Desde a abertura do evento, indígenas de várias etnias carregam cartazes repudiando a PEC. “A PEC é uma grande violação de direitos. O agronegócio não vai resolver nada por nós. Querem nos assassinar por inteiro. Por mais que lutemos, não vamos conseguir vencer o poder econômico”, disse o cacique Babau Tupinambá. “O agronegócio não vai resolver nada por nós”, disse a ministra Maria do Rosário (Com Rede Brasil Atual)
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Em despedida a Mandela, é necessária a “autocrítica”
Reprodução
APARTHEID Para professora, países que apoiaram o regime de segregação deveriam reconhecer erro Guilherme Almeida e Vivian Fernandes De São Paulo As homenagens a Nelson Mandela seguem ocorrendo na África do Sul. Cortejos fúnebres e visitas à capela ardente, no palácio presidencial, em Pretória, ocorrem até sexta-feira (13). Seu funeral será no domingo (15) em Qunu, vila onde passou sua infância e pediu para ser enterrado. Uma cerimônia em homenagem à Mandiba, apelido que remete ao clã do qual é filho, ocorreu na terçafeira (10), com a presença de cerca de 100 chefes de Estado de todo o mundo e milhares de sul-africanos, no FNB Stadium, em Johanesburgo. Entre os governantes, estavam a presidente brasileira Dilma Rousseff e os mandatários dos EUA, Barack Obama, e Cuba, Raúl Castro; além do primeiro-ministro britânico David Cameron. Todos enalteceram Mandela como um herói mundial. Para a socióloga Marijane Lisboa, professora da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP, no discurso de governantes de países que outrora apoiaram o regime do apartheid deveria ter sido feita uma “autocrítica”. “A África do Sul só manteve o apartheid com apoio internacional. Todos apoiam a figura de Mandela, mas agem de modo muito diferente dele a frente de seus
países”, afirma. Apartheid O regime sul-africano do apartheid, segregação racial que impedia os negros de uma cidadania plena, durou 44 anos no país, de 1948 até 1994, quando Mandela chegou à presidência. Nesse período, Mandela atuava no Congresso Nacional Africano (CNA). Países como Estados Unidos, Inglaterra e Israel classificavam o CNA como organização terrorista e apoiavam o Estado discriminatório da África do Sul. A própria CIA (agência de inteligência dos EUA) ajudou o governo sul-africano a prender Mandela, em 1962. Apenas em 2008, Mandela e o CNA deixaram a lista norte-americana de organizações e terroristas em observação. Em entrevista de 2000, Mandela falou a respeito da questão. “Eu era chamado de terrorista ontem, mas quando saí da cadeia, muitas pessoas me abraçaram, incluindo meus inimigos (...) hoje sou admirado por essas pessoas que diziam que eu era terrorista”, disse. Segundo a professora da PUC, a luta de Mandela era considerada comunista pelas potências mundiais. “Faz sentido a relação de apoio com a Revolução Cubana. Mandela tinha com Fidel Castro uma relação de solidariedade e gratidão”, aponta.
Mandela faleceu aos 95 anos, no último dia 5 de dezembro
A luta contra o apartheid teve momentos de mobilizações de rua e greve, passando pelo enfrentamento em armas. Segundo Marijane, “a luta armada foi a opção, co-
mo em diversas outras situações em outros países. Nelson Mandela estava à frente da ala armada. Em certo ponto ele avaliou que a luta pacífica não bastava”.
Uruguai é o primeiro país a liberar maconha
Chavismo vence em eleições municipais na Venezuela
O Senado do Uruguai aprovou na terça-feira (10) a liberação da venda e do cultivo de maconha no país. O texto segue para sanção do presidente José “Pepe” Mujica, que é defensor da causa. No mesmo dia, mais de 5 mil pessoas tomaram as ruas da capital Montevidéu, na Última Marcha com Maconha Ilegal. Mídia Ninja
DISPUTA Maioria das prefeituras fica com o governo, mas oposição ganha na capital Caracas Na disputa por prefeituras, o chavismo manteve a maioria dos municípios venezuelanos sob seu governo, além da maior porcentagem dos votos. As eleições ocorreram no último domingo (8) e definiram os novos prefeitos de 337 municípios. O governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), conseguiu a maioria em 196 cidades das 257 cujos resultados foram confirmados ainda no dia da eleição. Já o partido de oposição Mesa da Uni-
dade Democrática (MUD), ganhou em 53 municípios, entre eles o Distrito Metropolitano, que engloba os cinco municípios de Caracas. O chavismo, após a morte de Hugo Chávez em março de 2013, é liderado pelo atual presidente venezuelano Nicolás Maduro. Os oposicionistas se referenciam no ex-candidato à presidência Henrique Capriles. (Com informações do Opera Mundi e da BBC)
Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
A novela Como ela é
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
© Revistas COQUETEL 2013
Produto da Engenharia Genética
Rubem Braga, cronista capixaba
Tarefa escolar para casa Qualidade da mistura de substâncias solúveis CRUZADAS
PALAVRAS
www.coquetel.com.br
Restos que ficam na mesa após o lanche
O dragão, por sua origem (Mit.) Membro do conclave que elege o Papa
Produto da Engenharia Genética
Rubem Braga, cronista capixaba
Tarefa Possível escolar efeito papara casa tológico do estresse Qualidade da mistura “Pecado” de subs- do edaz tâncias solúveis Começa ao
Oscar Magrini, ator paulista
Dia (?), marco da Segunda Guerra Ave que Figura tem gran- da letra “Q”, des asas no baralho e não voa
“(?) há mel, há Oscar abelhas”Magrini, (dito) ator paulista
Sentido apurado do lince
(?) de santo:
Dia (?), marco da administra Segunda Guerra Figura da o letra “Q”, terreiro no baralho
Nem, em inglês
“(?) há mel, há abelhas” (dito)
Iodo (símbolo) Nem, em inglês Aqui está!
Diz-se da “Pai” de parede todos os vícios sem (dito) quadros
Iodo (símbolo) Aqui está!
Diz-se da parede sem
Ramagem de árvores
quadros Passado Letra-base da escrita do cifrão
Complicado Setor social majoritário no Brasil
(Rel.)
“Pecado” do edaz
O dragão, por sua origem (Mit.) Membro do conclave que elege o Papa
Passado Letra-base da escrita do cifrão
Mapa, em inglês
“O Retrato de Dorian (?)”, romance
Equipe Começa aoesmeio-dia coportiva mo o Fluminense
(?) de santo: administra o terreiro (Rel.)
(?) Quixote, criação de Cervantes Equipe es-
Metro (símbolo) País da África Cacá ocidental que sediou Diegues, três impérios
portiva como o Fluminense
(?) Quixote, criação de Cervantes
Metro (símbolo) País da África que sediou três impérios
Mapa, em ocidental inglês
cineasta brasileiro
Conjunto Cacá de leis traDiegues, cineasta balhistas brasileiro (sigla) Conjunto
de leis trabalhistas (sigla)
3/map — nor. 4/gray — gula — mali. 8/enredado — fabuloso. 9/vernáculo. I N S S U L ÃI N D A
B O A Ç Ã L I S A I D E V A S G
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B O TA S P E R M A
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AMIGA DA saúde nas bancas
M A L I
nas bancas e livrarias
D R AB Y O E G A Ç Ã CI A L D I S RB DA E I E D E V A S L HM A P OM A GI R L O S O TA R M U G M E E NN TT I O A C S E M E D
para você se lembrar de tudo
Solução Solução I EMÃ O N D D EA C IL E DA D DI D I O
jogos
e exercícios jogos para você se lembrar de tudo e exercícios
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A V P OE T AR O N GMA EC B U A NL I O T X O ON O N R UE A S
BANCO
3/map — nor. 4/gray — gula — mali. 8/enredado — fabuloso. 9/vernáculo.
BANCO
Agente lacrimogênio usado pela polícia para conter tumultos
“O Retrato de Dorian (?)”, romance
meio-dia
Complicado Setor social majoritário no Brasil
apuradoCalçado de do lince inverno
Sucesso de Gusttavo Lima
C A D R D O E M A C L
Ramagem de árvores
Unidade de medida sonora (Fís.)
O tom de voz da pessoa tímida
Novela e maldade: inseparáveis
DIRETAS
© Revistas COQUETEL Sentido 2013
Hormônio que, em falta, causa diabetes Objeto de estudo do linguista
Restos que ficam na mesa após o lanche
Ave que tem grandes asas e não voa
D A V E G P E CI A R B O N E G A L H OM C B U L OE A L U G C I O EM X O N F O N D E O IO N R E D AF U I D A S S E
“Pai” de todos os vícios (dito)
Possível efeito patológico do estresse
Consulta de sites (internet) Os médiOcostom que de atuam em umvoz ramoda específico pessoa
tímida
Calçado de inverno Agente lacrimogênio usado pela polícia para conter tumultos
Sucesso de Gusttavo Lima
Unidade de medida sonora (Fís.)
Por que em toda novela tem maldade? Andei perguntando isso por aí esta semana. Escutei diferentes respostas e todas elas levam para o mesmo ponto: “porque dá emoção para a história”, “porque a mocinha precisa sofrer”, “porque as pessoas gostam de ver o mal” “porque a maldade faz parte da vida”. O ponto é esse: maldade e bondade coexistem no dia a dia e nas atitudes das pessoas. Deve ser divertido para o ator representar a maldade a partir de um personagem. Os atores têm a oportunidade de fazer, falar e sentir o que quase sempre nos policiamos: o mal. Mesmo que de mentirinha. Talvez por isso, eu me pergunto se personagens maus são obra somente da ficção ou se refletem a vida real. Aline, de Amor à Vida, por exemplo. Sua maldade, nunca escondida, tem se tornado pior a cada capítulo. Agora, até o filho recém-nascido tem sido alvo de seu baixo astral. E as caras e bocas que ela tem feito para o frouxo do marido cego? Está forçado demais. Ou será mesmo que tem gente assim? Pior que tem. Mas a gente pensa que essas pessoas estão longe. Eu gosto de novelas em que a maldade é menos forçada e costumo trocar de canal nas cenas dos personagens maus. Lembro que a novela “A Vida da Gente” (2011) de Lícia Manzo e Marcos Bernstein era mais leve e os dilemas e questões não giravam em torno do bem e mal. Estavam mais ligados à complexidade das relações e ao fluxo da vida. Bem melhor do que ver esse exagero de Aline. Não estou querendo fechar os olhos para a maldade. Ela está em todo lugar e, para ela, há muitas explicações. Mas se vejo novela para me divertir, prefiro não ser contagiado pela energia dos vilões forçados. Já fico sabendo de muita coisa ruim nos jornais. Como os folhetins são reféns dos índices de audiência e vilania dá ibope, novela e maldade permanecerão inseparáveis. Espero, então, que melhores maldosos venham por aí. Até a próxima semana!
I N E S U C L M I N F A
Hormônio que, em falta, causa diabetes Objeto de estudo do linguista
O C A F R D E A C L
Consulta de sites (internet) Os médicos que atuam em um ramo específico
Reprodução
www.coquetel.com.br
Por Joaquim Vela quimvela@brasildefato.com.br
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde
Olá Amiga da Saúde, recentemente ouvi falar sobre um copinho menstrual, que seria uma alternativa sustentável ao absorvente. Realmente funciona? Existem contra indicações?
Querida Amida da Saúde, comecei a usar anticoncepcional mas tive um início de trombose. Fiquei muito assustada. Quais alternativas para evitar a gravidez?
Jéssica Antônia, 23 anos, estudante
Maria Paula, 32 anos, secretária
Querida Jéssica, apesar de sua fabricação ter iniciado na década de 30, o coletor menstrual ainda é pouco conhecido. É um recipiente feito de silicone cirúrgico que serve para recolher o sangue menstrual . É mais sustentável porque um único coletor pode ser usado por até 10 anos, se higienizado corretamente. Também mais econômico, custa cerca de R$ 80, enquanto gastamos em média R$ 600 por 10 anos de absorvente. Perde em praticidade para os absorventes comuns
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porque precisa ser usado dentro da vagina, retirado a cada 8 horas e lavado. A compra é mais comum pela internet. Se usado corretamente pode funcionar bem e é alternativa para quem tem alergia ao absorvente comum. É contra-indicado para as mulheres que têm alergia ao silicone.
Maria, isso é uma coisa muito séria. Quem teve trombose ou tem algum fator de risco para essa doença não pode usar anticoncepcionais hormonais, pois eles aumentam muito esse risco. A alternativa são os métodos comportamentais, de barreira e os dispositivos intra-uterinos (DIU), além das cirurgias de esterilização. Barreira são o diafragma e as camisinhas feminina e masculina. Estas últimas são também muito boas por evitar as doenças sexualmen-
te transmissíveis. O DIU pode ser usado por quem já tem pelo menos um filho e as cirurgias de esterilização podem ser feitas se a pessoa já tem 25 anos ou dois filhos. Comportamentais são os métodos que utilizam o autoconhecimento do corpo e do período fértil para evitar a gravidez. Procure um centro de saúde próximo de sua casa para obter mais informações.
Amiga da Saúde, o anticoncepcional masculino já está à venda no Brasil? Ele realmente funciona? Valéria Augusta, 45 anos, atendente Cara Valéria, anticoncepcionais masculinos em forma de pílulas ou injeções já existem, já passaram por muitos testes que comprovaram eficácia e segurança, mas até hoje não são liberados no Brasil. Não se sabe exatamente por que isso acontece, mas acredito que tem a ver com as questões culturais da nossa sociedade, que colocam exclusivamente nas mulheres a responsabilidade pela anticoncepção. E consequentemente atribuem somente às mulheres a responsabilidade pelas falhas nos métodos
e pela gravidez indesejada. O único método masculino - além do preservativo - já utilizado é a vasectomia (cirurgia de esterilização masculina). É simples, de baixo risco, de fácil e rápido acesso pelo SUS, mas ainda muito pouco utilizada pelos homens.
14 | cultura
Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
As duas faces de Jesus HISTÓRIA Livro recupera o lado político e revolucionário do profeta João Paulo Jesus, o Cristo. Na verdade, duas pessoas: Jesus, judeu, ser político, identificado com posturas que contestavam o poder de Roma na Palestina e que morreu em razão de suas ideias e ações, depois de um julgamento político;
Cristo, o ungido, profeta pacifista, fundador de uma nova linhagem espiritual. O primeiro é gente como a gente; o segundo é o “filho de Deus”. Para o historiador americano de origem iraniana Reza Aslan, está na hora de recuperar o Jesus histórico. Ele é autor da biografia Zelota – A vida e época de Jesus de Nazaré, lançado recentemente no Brasil (Editora Zahar, 302 páginas, R$ 36,90). A tese de Aslan, que vem causando grande polêmica em todo o mundo, é que Je-
sus de Nazaré foi um entre muitos messias que viveram em seu tempo, preocupados em livrar Israel do jugo de Roma. Para isso, mais que um defensor da paz, ele precisou ser um homem da espada. O livro é muito bem fundamentado em pesquisa histórica e revela desde os aspectos políticos da ocupação romana até o cotidiano dos judeus sob o domínio imperial. O autor descreve como deve ter sido a vida familiar de Jesus, a difícil luta pela sobrevivência como trabalhador de uma aldeia pobre e como ele se ligou aos movimentos políticos de seu tempo. Jesus se afirma como um homem político que lutou contra as injustiças infligidas a seu povo e que, por isso, foi preso, julgado e condenado à morte na cruz. Por que, então, o Jesus que sub-
siste na história 2 mil anos depois aparece tão distante das questões de seu tempo e de sua gente, como defensor de uma espiritualidade pacífica e universal? Para Reza Aslan, a explicação é também histórica e política. Depois da destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70 d. C., restou aos judeus sobreviventes deixar a terra de seus antepassados. Em Roma, para fugir à perseguição dos que identificavam os judeus com os revolucionários, foram retirando do projeto de Jesus seu caráter político e introduzindo o discurso da paz entre os povos. A assimilação do judeus dependeria do rompimento com os laços do passado. Assim, Jesus foi sendo substituído pelo Cristo. Se o Cristo é admirável para quem tem fé, o Jesus da história é um exemplo a ser seguido por todos.
Roteiro Especial de Natal Está chegando o Natal, época de confraternização, reencontros, e de demonstrações de afeto e amor. Já toda decorada, a cidade de Belo Horizonte parece sentir o clima da data, e está recheada de programações especiais para celebrar o dia. O Brasil de Fato MG produziu um roteiro com os melhores programas para você aproveitar o ambiente natalino, rodeado por seus parentes e amigos. Não deixe de conferir os eventos e as lindas iluminações deste ano na capital.
AGENDA DO FIM DE SEMANA
é tudo de graça!
Segunda a quinta-feira Exposição
Decoração
Vila dos Sonhos 2013, com Casa do Papai Noel, praça de alimentação, corais, show pirotécnico, chegada do comboio e show de encerramento. Sábado (14), das 18h às 21h30, na Praça do Papa.
Concerto de Natal com Ars Nova – Coral da UFMG. Terça (17), às 20h, no Cine Theatro Brasil (Avenida Amazonas, 315, Centro).
Aqui Jazz Especial de Natal com a banda de jazz Take Five. Domingo (15), às 11h, no Parque Municipal.
Pela primeira vez BH recebe o Circuito de Iluminação Decorativa. O público poderá conferir as decorações de natal na Praça da Liberdade, Av. Afonso Pena, Av. Brasil, Praça da Estação, Savassi, Cemig e Lagoa da Pampulha.
Concerto de Natal com a Orquestra de Câmara Sesc em Minas, Coro Madrigale e Grupo Aruanda. Domingo (15), às 10h, no Conservatório UFMG (Avenida Afonso Pena, 1534, Centro).
Mostra reúne 3 mil Papais Noéis decorativos de natal. Até dia 6/01, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Rua Rodrigues Caldas, 30 Santo Agostinho).
Música
Teatro
Cinema
O 2º Festival Internacional de Corais reúne apresentações em diversos locais de BH até dia 23/12. Confira a programação completa no site http://www.festivaldecorais.com.br/.
Auto de Natal com a peça “Uma Luz Para o Mundo”, mais Grupo Cenarc, Aruanda e Orquestra de Flautas Sonoro Despertar. Quarta (18), às 19h30, na Praça da Liberdade.
O projeto Cinema na Vila apresenta programação especial de natal. Quinta (19), às 19h, no Centro Cultural Vila Santa Rita (Rua Ana Rafael dos Santos, 149, Vila Santa Rita).
cultura | 15
Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
AGENDA DO FIM DE SEMANA
é tudo de graça!
Exposição
MÚSICA
CINEMA
O grupo coral Coro de Cobra apresenta repertório de sambas, choros e outras canções da MPB. Domingo (15), às 11h, no Memorial Minas (Praça da Liberdade).
A mostra Sons e Imagens da Serra apresentará ao público trabalhos produzidos por jovens do Aglomerado da Serra. Sábado (14), de 18h às 20h30, no Centro Cultural Vila Fátima (Rua São Miguel Arcanjo, 215, Vila Nossa Senhora de Fátima). MÚSICA
Segunda a quinta-feira
JOGOS
O Cine Humberto Mauro recebe o 5º Festival de Cinema Polonês. De terça (17) a quinta (19), das 17h às 21h, no Cine Humberto Mauro (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro).
TEATRO
TEATRO
Babilak Bah comemora seus 50 anos de vida com show gratuito. Sexta (13), às 20h30, na Funarte (Rua Januária, 68, Floresta).
O Clube de Jogos Sétima Armada reúne os entusiastas de jogos de Belo Horizonte. Domingo (15), das 13h às 18h, na Escola Municipal Paulo Mendes Campos (Avenida Assis Chateaubriand, 429, Floresta).
ARTESANATO
CAPOEIRA
A Mostra dos Cursos Livres de Teatro tem como objetivo criar um espaço para que o aluno possa experimentar, diante de uma plateia, os exercícios propostos em sala. Sábado (14) às 15h, terça e quarta às 20h, no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3613, Bairro Horto).
O Grupo No Mínimo 3 apresenta o espetáculo cênico-musical “A Descoberta do Som”. Sábado (14), às 10h30, no Centro Cultural Lagoa do Nado (Rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904, Itapoã).
Exibição do documentário “Esculacho”, do diretor Marcelo Reis, que retrata o universo dos jovens das periferias de Belo Horizonte que, a partir da popularização de telefones celulares, players e caixinhas de som portáteis, descobriram a possibilidade de sonorizar o interior do transporte público. Sábado (14), às 16h, no Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro).
O projeto Quarta Cultural apresenta o Grupo Internacional Oficina de Capoeira. Quarta (18), das 18h às 19h, na Plataforma da Estação Central do Metrô BH.
Nova temporada da Feira de Artesanato do Mineirinho. Até do dia 31/03 - quintas das 17h às 22h, e domingos das 8h às 17h. No Mineirinho (Avenida Antônio Abrahão Caram, 1000).
esporte |
na geral Fim de ano marcado pela corrupção no futebol As notícias de fora do campo neste fim de ano seguem desmoralizantes. No campeonato brasileiro, os rebaixados Vasco e Fluminense pretendem mover ações para continuarem na Série A no ano que vem. O Vasco denuncia que a interrupção do jogo contra o Atlético-PR foi maior que os 60 minutos estipulados em lei. Só não explica por que voltou para a partida, que terminou em 5x1. Já o Fluminense alega que um jogador da Portuguesa foi escalado de forma irregular na última rodada, e por isso é a Lusa que deveria ser rebaixada. Já o sorteio dos grupos da Copa do Mundo teria sido fraudado, conforme noticia o Clarín, da Argentina. A denúncia, que circulou na internet por vídeo, é de que o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, trocava os papéis com o nome das seleções que iriam para cada grupo, para formar os grupos que convinha à FIFA.
Grupos da Copa do Mundo de 2014 GRUPO A
GRUPO B
GRUPO C
GRUPO D
Brasil
Croâcia
Espanha
Holanda
Colômbia
Grécia
Uruguai Costa Rica
México
Camarões
Chile
Austrália
Costa do Marfim
Japão
Inglaterra
GRUPO E
Suiça
Equador
França
Honduras
GRUPO F
GRUPO G
Argentina Bósnia
Alemanha Portugal
Irã
Nigéria
Ghana
Estados Unidos
Itália
GRUPO H
Bélgica
Argélia
Rússia
Coréia do sul
16 | esporte
Belo Horizonte, de 13 a 19 de dezembro de 2013
OPINIÃO Cruzeiro
Para voltar a ganhar a Libertadores Whashigton Alves
OPINIÃO Atlético Wallace Oliveira Por duas vezes o Cruzeiro foi campeão brasileiro no sistema de pontos corridos. Esta modalidade favorece os que mantêm um elevado rendimento em boa parte da competição, gerando, em algumas edições, fins de campeonato menos emocionantes, mas muito mais justos. Nos jogos de mata-mata da Libertadores, boas campanhas poderão se perder numa única rodada. Como notou um colega da coluna Na Geral, o Cruzeiro joga muito e também deixa jogar. Em seus bons momentos, é a única equipe brasileira que, dentro ou fora de casa, ataca obstinadamente, buscando o gol durante todo o tempo. Por outro lado, sofre muitos contra-ataques. Este último fator, evidentemente, não pode ser creditado aos jogadores da defesa. Para mitigá-lo, cabe ajustar
dois setores. Penso, primeiramente, nas laterais. É verdade que outros clubes, se pudessem, contariam com Egídio e Mayke. De todo modo, Egídio precisa de um concorrente na lateral esquerda. Tecnicamente, Mayke é um dos melhores laterais direitos do Brasil, mas, como ele não foi titular em muitos jogos, não sabemos se conciliaria as boas subidas ao ataque com a marcação no campo defensivo. Em 2013, a vaga ficou com Ceará, que defende bem e não ataca tão bem. Como também não se podem perder muitos gols em mata-matas, é ainda mais urgente a aquisição de um centro-avante. Borges é lento, Vinícius Araújo erra muito e ambos são pouco habilidosos. Já se foi a época de o combalido Fred retornar. A solução talvez passe por Barcos, se o Grêmio estiver disposto a liberá-lo.
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(31) 3309-3304
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Sobrenatural de Almeida Bruno Cantini
Rogério Hilário Talvez quando vocês estiverem lendo esta coluna o Atlético já saiba qual seu adversário nas semifinais do Mundial Interclubes. Mas, tanto faz se for Raja Casablanca,do Marrocos, Auckland City, da Nova Zelândia, ou Monterrey, do México. O que importa é que o Galo terá que passar por qualquer um deles se quiser disputar a final e, quem sabe, comemorar o maior título de sua história. Mandingas, despachos, simpatias, promessas, novenas e orações são bem-vindas para os alvinegros. Pois se o Atlético se valeu da sorte em alguns momentos da Copa Libertadores não custa recorrer novamente à fé e às forças metafísicas. Não é por acaso que Nelson Rodrigues citava um ente espectral com aparições recorrentes no futebol: Sobrenatural de Almeida. Pois
bem: o tal espírito maligno apareceu mais uma vez para o Bayern de Munique, que perdeu o craque holandês Robben há poucos dias da competição. Antes um poltergeist tirou Schweinsteiger do campeão europeu. Na coluna da semana passada, eu já dava uma secada e cantava uma contusão do Robben. Deu no que deu. Agora só falta mesmo o Ribéry. Quem sabe não dá certo mais um patuá? Mas o “coisa ruim” está em toda parte. Por não poder contar com toda sua parte na transação do Bernard para o Atlético, o clube não consegue colocar os salários em dia. Eu também havia cantado, em coluna passada, os problemas financeiros do clube. Mas só agora o Alexandre Kalil admitiu que a situação é ruim e apelou à presidente Dilma Roussef que faça valer seu amor ao Galo. Vai outra pajelança aí?